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15 DIAS NO PERU, DESDE SANTA ROSA A CHACHAPOYAS, SAINDO DE MANAUS


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15 DIAS NO PERU, DESDE SANTA ROSA A CHACHAPOYAS, SAINDO DE MANAUS

 

- Pra quem pensa que planejar uma viagem é fácil....essa foi a segunda vez que fui ao Peru, pensei que já estava “calejado”, mas toda viagem é única. Primeiramente você tem de pensar quantos dias você dispõe de ida e volta para fazer o planejamento de estadia em cada cidade, transporte e lugares a serem visitados, por isso é preciso pesquisar muito, para não perder tempo sem saber o que fazer em cada lugar.

- Agradeço a toda equipe dos “Mochileiros”, por ter me proporcionado várias dicas sobre até como fazer as malas (mochilas), o que levar, onde ficar e também os principais lugares a serem visitados.

- Agradeço também à equipe do blog Cups Of Things e aos outros, pelas valiosas dicas.

- Assisti muita postagem pelo YouTube, de cada lugar que me interessava.

- Comecei a comprar dólares desde janeiro para uma viagem planejada para dezembro.

- Comecei a pesquisar compras de passagens aéreas e reservas de hotéis pelo Booking.com (que aliás, pra mim, é o que tem mais opções e preços mais baratos).

- Quando viajei, já tinha todas as passagens aéreas, fluviais e rodoviárias compradas ida e volta.

- Idem as estadias de todos os hotéis.

 

1º DIA – SÁBADO, DIA 26 DE DEZEMBRO DE 2016 – MANAUS/TABATINGA

- Saída de Manaus às 15h, onde resido e trabalho, pela Cia Aérea Azul (única neste trecho) rumo a Tabatinga, ao preço de R$ 360,00 por pessoa. O mesmo preço para a volta. Convém comprar com antecedência de pelo menos três meses, ainda mais se tratando de alta temporada, onde a maioria está de férias no fim do ano, para aproveitar o Natal e Ano Novo, também. Vale lembrar que nessa época a Azul dispõe de dois voos de ida e dois de volta, pela demanda de passageiros; isso vai até final de janeiro, sendo um de manhã e outro à tarde. Como eu comprei com muita antecedência, tive de me contentar em ir à tarde, embora meu desejo fosse de chegar o quanto antes, já que era o início de minhas férias. Os aviões são novos, movidos a jato e muito confortáveis, com uma TV nas costas de cada poltrona, sendo oferecido um fone de ouvido a todos os passageiros para melhor comodidade. Tive a sorte de viajar com a mesma tripulação, tanto na ida, quanto na volta, avião comandado por uma piloto bonita, loira, nova e habilidosa, decolagem e aterrisagem perfeitas, evitando tanto quanto possível as diversas turbulências nessa aérea por causa da época de chuvas.Viajaram comigo minha sogra, uma Sra de 81 anos, minha esposa e minha cunhada, que reside em Tabatinga, de onde todos são oriundos, exceção de minha parte, que sou carioca, vindo parar nestas bandas por conta do meu trabalho no Exército Brasileiro. O preço das passagens da Azul podem variar até R$ 1200,00 por pessoa, dependendo da época da compra da passagem. A viagem dura 2.30h, quase o tempo de viagem de Brasília ao Rio. O Estado Amazonas é imenso e Tabatinga esta situada na tríplice fronteira: Tabatinga-BR; Letícia-CO e Santa Rosa-PE. O fuso horário de Tabatinga é de 2h menos do que Brasília e 1h menos que Manaus. É o mesmo horário dos demais países da América do Sul e Central. Na Colômbia a moeda local é o peso colombiano, que você pode trocar facilmente em Letícia, sendo que nosso Real só compra 0,80 centavos de pesos e R$ 0.90 centavos de soles. Em Letícia encontram-se diversas casas de câmbio, o que não acontece em Tabatinga. Então, se você quiser comprar pesos colombianos ou soles peruanos terá de ir até essa cidade, que nada mais é do que uma extensão de Tabatinga. O trânsito entre as duas cidades é livre. Não existem ônibus e sim muito moto-táxis e tuc-tuc (motocicletas peruanas com cobertura, adaptadas com carroceria atrás, onde carregam duas pessoas num banco horizontal). Custa R$ 5,00 a passagem para qualquer lugar. Em Letícia aceitam o real em qualquer loja, até nas importadoras, onde se podem comprar perfumes franceses e uísques legítimos pela metade do preço, lógico que fazendo a conversão primeiro, mesmo assim é mais vantajoso do que comprar no Brasil. Tem outras importadoras especializadas em artigos eletrônicos também, como celulares, máquinas fotográficas, filmadoras, etc. Em Tabatinga ficamos na casa de minha enteada, até o dia 29 de dezembro. Aproveitamos para passear em Benjamin Constant, pequeno município afastado uns 30 minutos de Tabatinga, através de “voadeiras”, como são chamadas as lanchas rápidas que fazem esse trajeto pelo rio Solimões, pelo preço de R$ 20,00. Não tem nada de bonito nesse lugar, fomos apenas por curiosidade e passar o tempo, já que Tabatinga, apesar de maior, também não oferece nenhum atrativo. Já em Letícia, que fica ao lado, tem muito mais opções, principalmente para as compras de perfumes franceses, uísques e eletrodomésticos, que são a metade do preço no Brasil. Tudo legítimo. Muitas pessoas, muitas lojas, cidade mais bonita (ou menos feia).

- Uma coisa muito importante pra quem vai sair do país é comparecer à Polícia Federal de Tabatinga para dar o visto de saída no passaporte ou pegar um papel de saída para apresentar no Peru, para quem não tem passaporte.

- Como as lanchas que vão para Iquitos, são todas peruanas, é necessário pegar uma “rabeta” (canoa) e atravessar o rio Solimões até o outro lado, onde fica o município de Santa Rosa, pequeno povoado às margens do rio e pegar um tuc-tuc, motocicleta com banco de passageiros e comparecer até a Aduana (Polícia Federal do Peru) e carimbar o passaporte de entrada no Peru. Funciona das 08h até às 17h. É necessário fazer isso antes do embarque na lancha, que sai às 04h da manhã. Tem hospedagem em Santa Rosa, mas não aconselho, são afastadas do porto e é difícil pegar um tuc-tuc de madrugada, corre o risco de perder a saída. O lugar não oferece nada! Melhor ficar em Tabatinga ou Letícia e contratar um táxi para levar até o porto, pelo menos uma hora antes da saída da lancha. Na Aduana eles lhe entregam um papel branco, que vai servir para as fiscalizações no meio do caminho (são duas) e também na hospedagem nos hotéis do Peru. Tem de devolver assim que sair do Peru, pois ficam registrados nos computadores, em comunicação com a Interpol. Nós fomos um dia antes, logo de manhã, bem rápido. A travessia do rio leva uns 10 minutos e custa R$ 3,00. O tuc-tuc em Santa Rosa custa o mesmo: 3 soles. Não esqueçam de comprar soles em Letícia. Vão precisar em todo o Peru, pois não aceitam o Real. Só soles ou dólares (nos hotéis).

DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2016 – 4ª FEIRA – SANTA ROSA /IQUITOS

- Saída de Santa Rosa a Iquitos (Peru), na lancha Turistour. Existem mais outras duas companhias: a Flipper (que foi a que voltamos) e a “Golfinho”, que dizem ser a melhor, mais rápida e mais confortável. Não coincidiram os dias de ida e volta para embarcar nela. Saem em dias alternados tanto na ida quanto na volta. A passagem para qualquer uma custa U$ 65,00 ou R$ 250,00 (mais ou menos, dependendo da cotação do dia). Todas as companhias ficam no mesmo endereço em Tabatinga, na rua principal do centro: Gen Mallet, que sai da frente do Banco do Brasil e vai até o porto de Tabatinga.

- O táxi, anteriormente contratado, nos pegou em casa às 2h da manhã. Embarcamos eu, minha esposa, sogra e cunhada, com toda a bagagem necessária. Nos deixou em 10 min na beira do porto de Tabatinga, onde conseguimos uma “rabeta” para atravessar até o outro lado do rio Solimões, no município de Santa Rosa, onde já tinha alguns viajantes. Esse serviço de travessia do rio tem a noite inteira, não precisa se preocupar em ir dormir em Santa Rosa na noite anterior com medo de perder a lancha. Só que a essa hora cobram R$ 10,00 por pessoa. De dia é só R$ 3,00, mas vale a pena. No cais tem “carregadores” para transportar sua bagagem. A gorjeta vai da consciência de cada um. Paguei R$ 10,00 a cada um dos dois carregadores, pois estavam bastante pesadas.

- A lancha saiu às 3.30h, logo assim que o último passageiro embarcou. Era pra sair às 4h. Fiquem atentos então. A lancha sai assim que todos da lista já se encontram acomodados. A capacidade da lancha é de 44 passageiros, poltronas de dois lugares de cada lado do barco, não reclináveis, banheiro horrível, privada sem tampa e sem papel higiênico. Fizemos a primeira para em Caballo Cocha, às 7.30h, onde alguns policiais federais entram para verificação de documentos e possíveis “drogas”. Nessa hora entram também vários ambulantes vendendo de tudo: salgadinhos, frutas, etc. No barco não se vende nada, nem comida, água ou refrigerantes. Assim que a lancha saiu foi servido um café para todos os passageiros: copo plástico de café com leite e um pão com queijo e presunto. Às 11.30h serviram o almoço: arroz com frango (“quentinha”) e um copo de Coca-Cola e mais nada durante toda a viagem. O barco fez várias paradas para abastecimento e também para manutenção. Um dos motores “engasgou”. Ainda bem que não choveu durante toda a viagem, um calor infernal; a lancha não possui ar-condicionado e o vento entra pelas janelas. Quem tem o azar de viajar com o sol do seu lado, sofre, pois não tem cortinas, eu peguei um colete salva-vidas para me abrigar.

- Chegamos em em Iquitos às 16.30h. O porto é horrível, nenhuma estrutura. Tem de subir uma enorme escada até em cima. Imagina a dificuldade de minha sogra de 81 anos.. e ainda mais com toda a bagagem. Ainda bem que tinham alguns carregadores, que além de levarem nossas malas, ainda ajudaram minha sogra. Paguei 10 soles a cada um dos dois carregadores. Importantíssimo levar soles, não aceitam nenhum outro tipo de moeda. Eu tinha comprado 1000 soles em Letícia, já por prevenção, nem gastei tudo isso durante toda a viagem, pois os hotéis paguei com dólares ou com cartão de crédito. Só as comidas em restaurantes, lembrancinhas e táxis usei os soles. Importante levar trocados, pois a maioria dos táxis e “tuc-tuc” não tem troco (ou fingem que não tem).

- Quando chegamos na parte de cima do porto de Iquitos avistamos a van do Hotel Aris II, cuja reserva eu já tinha feito pelo Booking.com, e cujo proprietário nos ofereceu o translado de graça. Fizemos o check-in no hotel, por sinal, muito bem localizado, no centro, perto da Praça Principal, dos restaurantes, centro histórico e comércio em geral. O hotel tem três andares. Ficamos em dois quartos, lado a lado, no último andar, ainda bem que tinha elevador. Eu e minha esposa num e minha sogra e cunhada em outro. Banho quente, ar-condicionado, armários, TV e Wi-fi grátis. R$ 150,00 o quarto.

- Depois do banho e troca de roupas, fomos a pé até a Plaza de Armas, onde jantamos no Pollo a La Leña, que recomendo, comida boa e barata, como aliás, é em quase todos os lugares do Peru. Iquitos é a cidade dos “tuc-tuc”. São milhares, competindo com os táxis, que também são muitos. É uma cidade muito grande e organizada, muito limpa e bem policiada. Em quase todos os lugares tinha uma dupla de policiais, isso de dia e de noite. Quase não há ônibus, os que existem são mais “históricos”, pintados de várias cores, sem portas e janelas, verdadeiras “jardineiras”. Quase ninguém pega, pois os “tuc-tuc” são muito baratos: 3 soles por pessoa, para qualquer lugar e você vai apreciando os arredores, pois não tem janelas, como os de Letícia, que são mais fechados. Onde você estiver sempre vai parar um “tuc-tuc” e o motorista vai lhe oferecer seus serviços, mesmo sem você pedir. Depois da janta, entramos num Casino ao lado (tem muiiitos) e gastamos nosso tempo e dinheiro (pouco) fazendo hora até voltar ao Hotel. Como já estava um pouco tarde, 22h, resolvemos voltar em dois “tuc-tuc” para o hotel. Aproveito para deixar meu elogio aos funcionários e proprietário do Hotel Aris II (são três), pelo ótimo atendimento e informações.

DIA 1º DE DEZEMBRO DE 2016 – QUINTA-FEIRA - IQUITOS

- Tomamos o café no terraço do próprio Hotel Aris II. Muito bom. Café, leite, chá, queijo, presunto, pão, ovos, sucos e frutas.

- Caminhamos até a Plaza Mayor, onde fizemos o check-in na Companhia Aérea Star Peu, cujas passagens ida e volta (Iquitos-Lima-Iquitos), já tínhamos comprado com antecedência de quatro meses. De posse dos bilhetes de embarque e marcação dos assentos, fomos conhecer um pouco da cidade. Passeamos pelo Malecon (calçadão à beira do rio), ponto turístico de Iquitos, um espaço aberto na orla do rio (esqueci o nome), onde há vários restaurantes, vendedores ambulantes, prédios históricos, lojas de artesanatos, etc. Lugar bonito para se visitar, sem gastar nada. Aproveitamos para comprar as passagens fluvial de Iquitos para Tabatinga, na Agência de viagem “Flipper”, U$ 65,00 por pessoa (retorno).

Entramos no restaurante mais famoso: o “Fitzgerald” ou “Fitzcarraldo”, em homenagem ao ator alemão Klauss Kinski, que participou de um filme em Iquitos, com a atriz Claudia Cardinali há vários anos atrás e em cujo interior há diversas fotos da ocasião, tendo o ator frequentado esse lugar. Aproveitei para experimentar pela primeira vez a famosa cerveja preta “Cusqueña”, cujo sabor lembra a Malzbier, vendida no Brasil. Há também a Cusqueña dorada, sabor das nossas tradicionais cervejas. Uma bebida imperdível, considerada patrimônio cultural do Peru, é a Pisco Souer, vendida em copo enfeitado com uma sombrinha e cujo sabor lembra a nossa tradicional caipirosca, um pouco mais suave e mais gostosa, branca, e de preço amargo: 14 soles (R$ 15,00).

- Depois pegamos um “tuc-tuc” e fomos conhecer o Mercado de Belém, que tem de tudo um pouco: bebidas afrodisíacas, artesanatos, comidas, carnes, peixes, roupas, etc; não gostei, lugar sujo e muita muvuca, ótimo para ser roubado. Após 5 min pegamos outro tuc-tuc de volta e fomos almoçar no restaurante do hotel Aris, que também fica localizado na Plaza Mayor, onde há descontos nas comidas e bebidas para os hóspedes do Hotel, basta levar sua comprovação do check-in. Aproveitei para tomar outro Pisco Souer, enquanto esperávamos a comida. Só pra terem uma ideia do tamanho do prato: quando a garçonete trouxe o meu, fiquei de queixo caído com a quantidade de comida. Minha sogra riu tanto que tive de fotografar esse momento. Não é brincadeira não: um prato, com certeza dá pra três pessoas, sem exagero. Pedi um “lomo saltado” (carne cozida, arroz, salada e batata frita). Tem várias opções e vários preços também. Carne, peixe, frango, frutos do mar, etc. Aconselho, mesmo para os que não estão hospedados no Aris, comida boa, bem preparada, funcionários atenciosos, bem localizado.

- Voltamos para o hotel para descansar um pouco e arrumar as malas para o voo do dia seguinte rumo à Lima, capital do país.

- Saimos à noite até o restaurante do Aris, no centro, para comer um hambúrguer e retornamos a pé para o hotel.

DIA 2 DE DEZEMBRO DE 2016 – 6ª FEIRA – IQUITOS/LIMA

- Pagamos o Hotel Aris II, por duas noites e dois quartos (U$ 168,00). Já deixamos agendado o nosso retorno para o mesmo hotel, pois ainda não tinha decidido qual hotel iria ficar na volta e se iria gostar do que estávamos ocupando. Recomendo, muito bom pelo custo/benefício.

- A Van do Hotel nos levou até o aeroporto às 10h, cerca de 20 min. O avião saiu às 11.30, atrasou meia-hora a saída. Fez uma escala de 1h em Pucallpa. Desembarcamos em Lima às 14.30h, no aeroporto internacional Jorge Vásquez. Sem burocracia. Ruim que o avião estaciona um pouco longe, tivemos de pegar um ônibus até o terminal. Nossa sobrinha Ana Nery, que mora em Chiclayo, norte do Peru, nos esperava já com um taxista amigo dela, que tinha uma van, pois agora seríamos cinco pessoas e mais as bagagens. Necessitávamos de carro grande. O taxista cobrou 90 soles até o bairro de Miraflores, cerca de 1h de viagem.

- Depois de nos instalarmos no Hotel “Casa Bella Miraflores”, em dois quartos, cuja reserva tinha feito pelo Booking.com, fomos almoçar na Praça Kennedy, bem no centro do bairro Miraflores. Lugar bonito, cujo interior há centenas de gatos. Praça rodeada de restaurantes, lanchonetes e lojas de griffe, sendo as principais a Falabella e a Ripley. Daí saem os ônibus de turismo de dois andares (aqueles vermelhos, que tem em todos os países), chamados Mirabus e Turisbur. Como eu já tinha feito esse passeio anteriormente e o preço aumentou muito resolvemos não fazer.Tem um restaurante brasileiro, cujas cores são inconfundíveis pelo verde-amarelo do Brasil, mas os atendentes são todos peruanos. Desisti. Almoçamos num dos outros vários restaurantes em redor da praça. Caminhamos pelos arredores e fomos parar no Casino Atlantic City, onde fizemos hora até as 21.30h, retornando ao hotel às 21.30h de táxi.

- Falar um pouco sobre o Hotel “Casa Bella Miraflores”: realmente parece mais uma casa do que um hotel. Muito bem localizada, em frente ao “Faro” (farol) de Miraflores, basta atravessar a rua e do outro lado está a belíssima costa do Oceano Pacífico. Os quartos são muito confortáveis, funcionários atenciosos e corteses, café da manhã excelente, roupa de cama trocada todos os dias, bem como sabonetes e shampoos. Só o preço é um pouco “salgado”: R$ 250,00 por cada hóspede, cada noite. Mas, com certeza, vale a pena.

DIA 3 DE DEZEMBRO DE 2016-SÁBADO - LIMA

- Depois do café o Sr Romeo, o mesmo taxista que nos trouxe do aeroporto foi até o hotel me devolver os óculos de sol que eu tinha esquecido no interior do seu táxi. Aproveitamos para pegar uma “corrida” até o centro histórico de Lima, onde estava acontecendo a troca da guarda da casa presidencial, que é feita com toda “pompa” nos finais de semana. Tivemos certa dificuldade para chegar. O táxi nos deixou um pouco afastado por causa do policiamento e ruas adjacentes interditadas e fomos caminhando até lá, onde tiramos várias fotos. Em Lima não chove nunca, é bom sempre ter consigo um protetor solar, pois existem poucas árvores e o calor é intenso. O céu não é azul, como no Brasil. Por razões climáticas fica sempre nublado. O mar é gelado, não tem areia, só pedras, e não tem banhistas, só surfistas, que aproveitam as fortes ondas, vestidos com roupas de neoprene.

- Depois de assistirmos um pouco a troca da guarda entramos no Convento de São Francisco, onde pagamos uma visita guiada (10 soles por pessoa), pelo seu interior. Visitamos as catacumbas dos antigos franciscanos que ali foram enterrados, cujos ossos não se decompõem por força da umidade e pouco oxigênio. Um pouco claustrofóbico, mas valeu pela história da fundação pelos antigos conquistadores espanhóis. Lá dentro tem loja de artesanatos e pessoas com trajes típicos para tirarem fotos com turistas, cobrando uma pequena pechincha por isso. O lugar é imenso.

- Pegamos então um dos diversos ônibus de turismo que saem dessa praça para conhecer o “Cerro de San Cristóvan”, cuja cruz, que fica no cume, pode ser vista à noite toda iluminada desde a orla do mar. O ônibus faz uma parada de 15 min para os turistas tirarem fotografias e admirar os bairros de Lima lá embaixo. A passagem custa 10 soles por pessoa. Quando chegamos ao centro de volta, tomamos um táxi (25 soles) até o maior shopping de Lima: o Jockey Plaza Shopping. Impossível conhecê-lo todo num dia. Um dos andares é todo dedicado para a praça de alimentação. Lojas e mais lojas de griffe, lugar granfino mesmo, com as lojas de melhores marcas mundiais, tanto em perfumaria, com roupas ou eletrodomésticos. Só o nosso almoço saiu por R$ 253,00, que paguei no cartão de crédito Mastercard. Quase não aceitam o Visa (tomem cuidado). Outra coisa, para se utilizar os cartões no exterior é preciso falar com o gerente do seu banco, que faz uma autorização por até três meses. Foi o meu caso. Evite sacar dinheiro nos caixas eletrônicos, cobram uma taxa exorbitante e só se consegue sacar uns 100 soles por dia, no máximo. Procurem levar soles e (ou) dólares consigo.

- Saímos do shopping às 17.30h. Pegamos um táxi para nos levar até o Circuito Mágico das Águas, cujo espetáculo começou às 19h. Depois começa de novo às 20h e 21h. A entrada custa 4 soles por pessoa. Maiores de 65 anos não pagam. Tem de apresentar comprovante (RG). Crianças até 5 anos também não. São várias fontes de água, que são coloridas à medida que o espetáculo começa, mudando de cor e tonalidade a cada minuto. Imperdível. Veja no YouTube.

- Na saída pegamos um táxi para o hotel (20 soles), compramos pão e ceamos no próprio hotel. Estávamos cansados, o dia inteiro fora do hotel!

Dia 4 DE DEZEMBRO – DOMINGO - LIMA

- Depois do café fomos caminhando pelo malecón (calçadão na orla do mar), em direção ao famoso shopping a céu aberto “Larcomar”, que se achava fechado por conta de um incêndio em suas instalações há alguns dias. Esse passeio é lindíssimo, de um lado o oceano e do outro jardins com muitas flores, por isso o nome: Miraflores. Tudo muito limpo, bem cuidado e bem policiado. Muitos turistas e e cidadãos locais, crianças, jovens e idosos. Um pouco mais adiante fica a Praça do Namorados, onde há uma estátua em sua homenagem, com um casal se beijando. Bem perto fica a praça de onde saem os parapentes para os voos turísticos de 10 min (U$ 50,00). Pena que nessa hora não havia vento suficiente. Fiquei frustrado, pois era minha intenção experimentar.

- Nas imediações do shopping Larcomar (fechado), tomamos um táxi até o Mercado Inca, que fica na Calle Petit Touar, em Miraflores, onde existem vários outros mercados de artesanatos peruanos. Compramos várias lembrancinhas para os amigos. Muito bonito e barato. Necessário pesquisar. Comprei um boné com o nome Peru por 10 soles. Na primeira loja custa o dobro. São várias lojinhas, umas ao lado das outras. Os preços variam muito. Comprei duas camisetas com o nome Peru, uma de cada cor a 15 soles cada, depois de muito pechinchar. Isso já faz faz parte da cultura deles. Não tenha vergonha, não tem nada a perder. Bem em frente tem uma loja enorme de eletrodomésticos, que vendem tudo muito em conta. Comprei dois fones de ouvido para TV, celular e computador, sem necessidade de usar fios: só Bluetooth. Custou 29 soles cada, pode? No Brasil está por volta de R$ 200,00 ou mais. A TV LG Led 4K, Smart, de 60 polegadas custa 2500 soles (mais ou menos R$ 2600,00). Comprei a minha de 49” no Brasil a R$ 4.300,00.

- Voltamos a pé para a Praça Kennedy, para almoçarmos e de táxi para o hotel. Aproveitei para pesquisar o preço do hostel Flying Dog para o retorno, já que não tínhamos feito reserva para a volta, que seria só de um dia. Não gostamos do local. Uma escadaria enorme, instalações velhas, lugar barulhento e sujo. Voltamos de táxi para o hotel Casa Bella Miraflores. Aproveitei o wifi e pesquisei no Booking um hotel próximo ao aeroporto para passar a noite quando retornássemos da cidade de Chiclayo, para onde seguiríamos no dia seguinte, para a casa de minha sobrinha Ana Nery. Reservei o hotel B&B Wasi Aeropuerto, no bairro Callao, bem próximo ao aeroporto. Enquanto elas saíam para ir ao Casino próximo, fui até à orla para fotografar o por do sol no oceano Pacífico. Centenas de pessoas faziam o mesmo. É um espetáculo imperdível. Logo em seguida se vê ao longe a cruz do Cerro de San Cristóvan iluminada, outro espetáculo!

DIA 5 DE DEZEMBRO DE 2016 – 2ª FEIRA – LIMA/CHICLAYO

- Após o café, aproveitamos para arrumar as malas e deixar no depósito do hotel, pois o checkout é às 12h. Depois pegamos um táxi até o Mega Plaza Norte, muito longe, mais ou menos uma hora de táxi. Não gostei da Praça de Alimentação, que fica no pátio interno e sem cobertura. Lima é muito quente, quase nunca chove, então imagina almoçar naquele calorão. Algumas mesas tinham cobertura de plástico, o que tornava mais intensa a sensação de calor. Depois do almoço ficamos “fazendo hora” no interior do shopping, que é enorme, muitas lojas, é o shopping do “povão”, por se encontrar na periferia, onde há bastante linhas de ônibus. Tem uma loja de eletroeletrônicos chamada Coolpix, onde se encontra de tudo e o preço é bem mais barato do que no Brasil, em todas as linhas. Por volta das 16h retornamos ao hotel Casa Bella, de táxi, aliás não andamos nenhuma vez de ônibus em Lima (para não perder tempo, não andar em pé e porque os táxis são muito baratos). A recepcionista nos cedeu um quarto com banheiro para que trocássemos de roupa e tomássemos um banho, chamou dois táxis (11 soles cada) para nos levar até o terminal da Empresa de ônibus Oltursa, cujas passagens já tínhamos comprado com antecedência, com destino à cidade de Chiclayo, norte do Peru, quase fronteira com o Equador. Vale dizer que em Lima, cada empresa de ônibus tem seu próprio terminal, não existe uma rodoviária para as diversas empresas, o que facilita muito na hora de escolher e pegar um ônibus para as diversas partes do país. Todos os ônibus interestaduais e internacionais são novos e confortáveis. A maioria são de dois andares. Compramos as nossas poltronas no 1º piso, pois as poltronas reclinavam até 180 graus. Não consegui viajar assim, reclinei a minha numa posição de 140 graus. O espaço entre as poltronas facilita pra esticar as pernas. Já tinha feito essa mesma viagem com a Empresa Cruz Del Sur. Existem outras como a CIVA e Movil Tours, são as mais tradicionais e confortáveis, o preço é mais ou menos o mesmo, cada uma com seu terminal. Não tem confusão para embarcar as malas ou passageiros e ainda há entretenimento, com TV, sala de estar com ar-condicionado, banheiros e lojas de lanches diversos.

- Nosso ônibus saiu pontualmente às 17.30h. Por volta das 20h servem uma “quentinha” super deliciosa, com arroz, carne e salada, além de uma sobremesa.

DIA 6 DE DEZEMBRO DE 2016 – 3ª FEIRA - CHICLAYO

Chegamos em Chiclayo às 9h da manhã. No terminal da Oltursa pegamos um táxi até a casa de minha sobrinha Ana Nery, que viajou conosco desde Lima, onde nos encontramos no aeroporto Internacional Jorge Chávez. Nos esperava seu marido Nilton, cidadão peruano, que trabalha em outra cidade, chamada Bágua Grande, e seu filho Alexandre, estudante de Odontologia. Após o almoço, não saímos mais, todos estavam cansados da viagem.

DIA 7 DE DEZEMBRO DE 2016 – 4ª FEIRA - CHICLAYO

- Nesse dia, alugamos uma camionete com um amigo do Nilton, que mora no mesmo condomínio, já que eles não possuem carro, por 100 soles (mais ou menos 100 reais) durante todo o dia. Nos dirigimos ao museu do Sr de Sipan, mais ou menos uma hora de viagem, com todos a bordo: eu, minha esposa, sogra, cunhada, sobrinha, marido e filho. Só a arquitetura do museu já vale a pena, de cor vermelha, estilo moderno, localizado numa ampla praça. No seu interior há objetos da antiga civilização Moche ou Mojica, anterior aos Incas, cujo imperador na ocasião era o Sr de Sipan, seus restos mortais, de suas duas esposas, filhos, guardas pessoais e camareiros foram enterrados juntos na mesma cova e estão abertos à visitação. Existem várias salas com adornos em ouro, prata, cobre, materiais de caça e pesca que eram utilizados por essa civilização fantástica na fabricação de seus adornos. A entrada custa 10 soles, com direito a guia. É proibida a entrada de câmeras fotográficas, filmadoras e celulares. Tudo fica guardado na recepção.

- Depois de mais ou menos hora e meia, saímos e nos dirigimos à uma praia próxima, chamada Pimentel, cerca de 40 min dali. Pimentel também é o nome do município. Pequeno, limpo, bonito e bem policiado, assim como é em todas as cidades que visitamos no Peru: Iquitos, Lima, Chiclayo, Pimentel e Chachapoyas. Impressionante a limpeza de todas as cidades peruanas, pelo menos no tocante aos centros urbanos, bem diferente dos grandes centros das cidades brasileiras...

- Almoçamos num restaurante à beira-mar chamado “El amigo”, cujos pratos são bem feitos e baratos. Comemos o famoso Ceviche e Lomo Saltado. Nessa praia é possível ainda se ver os “caballitos de totora”, são pequenos barcos feitos de junco (iguais aos do lago Titicaca), onde só cabe uma pessoa e são utilizados por pescadores, que vendem seus produtos diretamente na praia. Fresco e barato.

- Voltamos de tardinha para Chiclayo, seguindo a orla do mar, aproveitando para tirar muitas fotos do por do sol e entrada da cidade de Chiclayo. Devolvemos o carro e o Nilton retornou ao seu trabalho na cidade de Bágua Grande. Não saímos mais.

DIA 8 DE DEZEMBRO DE 2016 – 5ª FEIRA – NSA SRA CONCEIÇÃO - CHICLAYO

- Acordamos tarde. Às 11h fomos ao centro de Chiclayo, de táxi, 10 min, 4 soles, trocar dólares por soles numa das diversas casas de câmbio. Entramos na loja Ripley, onde tem de tudo: roupas, perfumes, eletrodomésticos, etc. Os perfumes (franceses e de outras marcas) são bem baratos. Fomos ao mercado municipal, onde compramos frutas, verduras, carnes e frangos. Comprei alguns CDs e DVDs de música peruana. Almoçamos em casa e só saímos à tarde para ir até à padaria, que fica bem próxima.

DIA 9 DE DEZEMBRO DE 2016 – 6ª FEIRA - CHICLAYO

- De manhã fomos à loja Ripley, onde compramos alguns perfumes e roupas, como lembranças para os parentes. Fomos também na Empresa de ônibus Oltursa trocar as passagens de Chiclayo à Lima para o Terminal Norte, ao invés de Miraflores, já que reservamos o hotel de volta à Lima mais próximo do aeroporto. Hotel B&B Wasi Aeropuerto, no município de Callao, Lima.

- Fomos também na Empresa de ônibus CIVA comprar as passagens de ônibus somente para mim e minha esposa para a cidade de Chachapoyas amanhã, sábado.

DIA 10 DE DEZEMBRO DE 2016 – SÁBADO – CHICLAYO/CHACHAPOYAS

- De manhã fomos passear no centro de Chiclayo, entramos em diversas lojas, tiramos fotos da Praça Principal e da Catedral. Almoçamos em casa e eu e Silvia fomos preparar as mochilas para levar para Chachapoyas.

- Pegamos o ônibus da CIVA às 21h. Bastante confortável e poltronas reclináveis. Preço 80 soles.

DIA 11 DE DEZEMBRO DE 2016 – DOMINGO - CHACHAPOYAS

- Chegada em Chachapoyas às 6.30h da manhã. Frio, tudo fechado, quase ninguém nas ruas (era domingo). O terminal da Empresa Civa fica num terreno baldio, banheiro horrível, sem assentos. Como a cidade é pequena, fomos caminhando até o centro, uma pequena praça, que é a principal, chamada Plaza de Armas, assim como são chamadas todas as praças das cidades sul-americanas fundadas pelos espanhóis. É bastante limpa, com vários bancos de jardins, todas as casas e lojas ao seu redor são pintadas de branco; cercada de hotéis e pousadas, casas de câmbio e agências de turismo. Chachapoyas fica nos Andes, a 3000m de altura, muito frio (e note que era em dezembro, verão no Brasil). Só tinha um restaurante aberto, onde tomamos café e bem ao lado uma agência de turismo já aberta também (existem várias uma ao lado da outra e o preço é o mesmo, então não precisa se preocupar em fazer nenhum agendamento pela internet). Compramos um tour para a fortaleza de Kuelap. Pagamos 150 soles cada. Além da Fortaleza de Kuelap, saindo de Chachapoyas, existem outras atrações que a grande maioria dos turistas fazem também, como a visita da 3ª maior cachoeira do mundo, chamada Gocta, os sarcófagos de Carajia e Revash, onde os Chachapoyas enterravam seus entes queridos em sarcófagos, só que os deixavam na posição vertical, nas encostas de íngremes penhascos, os quais só podem ser vistos de sua base no morro onde estão enterrados. Em Chachapoyas não há ônibus, coletivos ou tuc-tuc. Só táxis.

Entramos numa van, junto com mais outras seis pessoas, de diversas nacionalidades às 8h e 2.30h depois chegamos até o estacionamento das vans e ônibus de turismo para a visita de Kuelap. Tem de pagar a entrada para a visitação também, então não esqueçam de levar soles. Custa 20 soles. 10 soles para maiores de 65 anos. Do estacionamento até a Fortaleza tem de subir a pé pelo menos uns 20 a 30 min. Bem cansativo, pois a subida é um pouco íngreme, de pedras e em algumas partes com corrimões para facilitar a subida. Apesar do frio, aos poucos vai esquentando por causa do esforço e do ar rarefeito. Nosso guia foi o Sr Augusto, que ia explicando em espanhol os detalhes da antiga civilização, sua descoberta por acaso em 1958 e que era uma civilização anterior a dos Incas. Desapareceram sem deixar registro, tal e qual Machu Picchu. Ficaram as antigas habitações de pedra e a incrível fortaleza, um muro feito de pedras encaixadas, com 20m de altura e uma circunferência de quase 2 Km, só com duas entradas, onde só se passa uma pessoa de cada vez, pois foram feitas bem estreitas de propósito, para dificultar a entrada dos inimigos e pela facilidade de rechaçarem qualquer ataque. Ao chegar no topo se descortina uma visão incrível, dos Andes ao redor e das estradas por onde passamos e também de um rio ao fundo. Nosso arrependimento foi ter levado as mochilas com tantos abrigos, o que só fez a caminhada piorar por causa do peso. Não precisamos utilizar nenhum, pelo contrário, retirei o que estava sobre minha camisa. Existem os pilares de um teleférico, para encurtar a viagem em mais de uma hora, mas ainda não foi inaugurado, está prometido para o final de janeiro de 2017. Ainda existem os restos das antigas moradias, todas feitas de pedra e também uma trilha para nos guiar no interior da fortaleza.

Ficamos até às 13.30h, retornamos e no meio do caminho almoçamos num povoado, cujos pratos todos já tínhamos reservamos na ida para estarem prontos no retorno para não perder muito tempo. Comida boa e barata. Chegamos em Chiclayo às 16.30h. Era nossa intenção voltar no mesmo dia, mas estávamos tão cansados, que resolvemos nos hospedar no Hotel Revash, bem no centro da praça: 120 soles o quarto, água quente, limpo, com TV e bem confortável. Só o wi-fi era bastante ruim, muito lento. Passeamos um pouco pela praça, tiramos bastante fotos, aproveitando a lua cheia e o céu sem nuvens, fomos a um cassino, compramos lembranças numa loja de artesanatos e depois da janta fomos dormir. Antes disso compramos as passagens para o dia seguinte pela Empresa Movil Tours, cujos ônibus vão para Lima, com escala em Chiclayo. Fica perto do terminal da CIVA. O preço é menor, pois as poltronas só reclinam 140º, mesmo assim são bastante confortáveis, com dois andares e ar climatizado. Os da Movil saem de manhã e os da CIVA à noite.

DIA 12 DE DEZEMBRO DE 2016 – SEGUNDA-FEIRA – CHACHAPOYAS/CHICLAYO

- Muito frio em Chachapoyas, tomamos café no mesmo restaurante do dia anterior, o único aberto às 7h. Como nosso ônibus para Chiclayo estava previsto para às 10h, pegamos um táxi por 15 soles para uma “estirada” até o Cañon (canyon, desfiladeiro) del Sonche, mais ou menos meia hora de viagem só de ida e o mesmo para a volta. Éramos os únicos visitantes à essa hora, o que foi compensador, porque pudemos escolher com tranquilidade os diversos lugares do mirante para tirar dezenas de fotos do desfiladeiro, rodeado de montanhas e com o rio Sonche a uns 2000m lá embaixo. É uma atração imperdível. Ah, tem de pagar 5 soles por pessoa para uma senhora que “toma conta” do lugar. Ela mora numa pequena casa e abre uma espécie de porteira para entrarmos. O táxi fica parado embaixo, é preciso subir uma pequena ladeira de mais ou menos 50m até chegar ao mirante. Essa ladeira é bem delineada, calçada com pedras e um corrimão de bambu, pois o terreno é de barro e deve ser escorregadio na época das chuvas. Pena que ao chegarmos ao topo estivesse muito nublado, pouco deu para ver os arredores, mesmo assim valeu a pena, pois de vez em quando o tempo abria um pouco e aproveitávamos para tirar mais fotos. Ficamos cerca de vinte minutos, o taxista foi muito paciente e nos explicava tudo sobre o lugar e que o mesmo sempre foi muito visitado, principalmente na época de alta temporada, no meio do ano, em que as chuvas são raras e o céu fica bem azul. No topo existe uma espécie de mirante, uma construção arredondada, de cor marrom e amarela, coberta, de mais ou menos 10m de altura, por onde se sobe por uma escada lateral. Mas existem vários outros lugares à beira do precipício muito mais propícios para se admirar a natureza desse lugar. Esses lugares são delimitados por uma cerca e parapeitos para evitar possíveis acidentes. Embaixo do mirante, tem uma abertura pequena e lá dentro tem uma loja de artesanatos, onde compramos muito mais coisas, e por incrível que pareça, mais barato do que na loja da cidade. Incrível que já estivesse aberto à essa hora da manhã.

Voltamos para Chachapoyas, o taxista nos deixou na frente do hotel onde pegamos nossas mochilas e aproveitando o mesmo táxi fomos para o terminal de ônibus da Movil Tours. Bem arrumado, com banheiros independentes, café e lanche e poltronas numa sala de espera. Nosso ônibus saiu precisamente às 10h, fomos apreciando a descida dos Andes, que é maravilhosa, com algumas paradas nos pequenos povoados do itinerário; almoçamos a bordo, a comida já está incluída no valor da passagem. Chegamos em Chiclayo às 19.10h. Pegamos um táxi e fomos para a casa de nossa sobrinha Ana Nery.

DIA 13 DE DEZEMBRO DE 2016 – 3ª FEIRA – CHICLAYO/LIMA

- De manhã fomos ao centro de Chiclayo fazer o check-in na Star Peru Linhas Aéreas para nossa viagem , marcada para o dia seguinte para Lima. Escolhemos os assentos, pegamos os bilhetes e de lá fomos até o Mercado Central, onde se vende de tudo: frutas, verduras e legumes, tudo fresco e barato; carnes, frutos do mar, peixes, frangos, utensílios diversos, artesanatos, malas, CDs e DVDs “piratas”, etc. Muita, muita gente.... Compramos um pouco de tudo e fomos pra casa. Almoçamos e fomos arrumar as malas. Pegamos um táxi à noite até o terminal de ônibus da Oltursa, cujas passagens já estavam compradas. É um excelente terminal, mais bonito, limpo e arrumado que muitas rodoviárias do Brasil, como Rio e SP. Nos despedimos de nossa sobrinha Ana Nery e seu filho Alexandre e embarcamos no ônibus, que saiu às 20h, com destino à Lima, com direito à janta e sobremesa. Ônibus-leito de 180º.

DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2017 – 4ª FEIRA - LIMA

- Chegamos em Lima às 9.30h da manhã, excelente viagem. Nosso ônibus nos deixou no Terminal Plaza Norte, onde nos aguardava o Sr Alejandro, cujo táxi nossa sobrinha já tinha solicitado de Chiclayo no dia anterior, pois ela já o conhecia e era pessoa confiável e o seu táxi era bem grande, uma espécie de van. Pagamos a ele 80 soles até o hotel que tínhamos reservado: B&B Wasi Aeropuerto, bairro Callao. Pagamos 40 soles a mais do combinado, tendo em vista ele nos ter esperado por mais de 2h do que havíamos acertado do ônibus chegar, tudo bem. Graças a Deus nossa saúde estava perfeita, sem nenhum contratempo conosco; não necessitei utilizar o seguro-viagem em caso de doenças, que fiz júz por ter comprado as passagens aéreas pelo Cartão BB Mastercard. Também não utilizei nenhuma vez minha Carteira de Habilitação Internacional que tinha tirado no DETRAN Manaus antes de viajar.

A única vantagem do hotel é que fica bem próximo ao aeroporto Jorge Chávez, porque é um endereço desconhecido pela maioria dos taxistas. O nosso teve dificuldade de encontrar, mesmo perguntando para outros e contando com a ajuda do GPS do celular. Teve de ligar para o hotel, ainda bem que eu tinha a folha impressa da reserva que fiz pelo Booking. Os funcionários são corteses e o hotel é pequeno, limpo e silencioso. Fica num bairro muito afastado do centro de Lima, considerado subúrbio, poucos lugares para comer, nenhuma atração próxima. Depois de efetuarmos o check-in, guardamos as malas e acertamos o traslado para o aeroporto no dia seguinte às 6h da manhã. O hotel dispõe desse serviço, ainda bem. Saímos então para almoçar no bairro Punta Sal, que eu já tinha visto no Google e YouTube, são vários barzinhos à orla do mar. O motorista estava meio impaciente por causa do trânsito congestionado por aquelas bandas, devido a um desvio por causa de obras. Conclusão, nos deixou no bairro La Punta ao invés de Punta Sal. Pagamos 20 soles pela corrida de 40 min. Mesmo assim valeu a pena, porque o lugar é bem bonito, perto do mar e um dos policiais que guardam um quartel da marinha nos indicou um restaurante famoso por seus frutos do mar, simples, mas a comida deliciosa e barata. Bem ao lado fica um ponto turístico que eu já tinha em mente visitar: a Fortaleza Real de San Felipe, em homenagem ao rei da Espanha na época da construção. Trata-se de uma fortaleza imensa, cercada de canhões antigos, de várias nacionalidades e em seu interior há várias salas para se visitar acompanhado de um guia. É necessário antes fazer o pagamento de 10 soles na entrada e aguardar a formação de um grupo de pelo menos seis pessoas, mas é rápido, a fortaleza é um bonito e agradável passeio. Tem uma torre, de onde é possível se avistar o mar e todo o município ao seu redor. Estava um calor terrível, mais ou menos uns 35º. Fiz a visita sozinho. Minha esposa, sogra e cunhada ficaram admirando as lojas do lado de fora. Desisti de visitar tudo e depois de meia-hora saí da fortaleza. Liguei para minha esposa do meu celular e nos encontramos do lado de fora. Eu tinha comprado um chip pra mim e pra ela da Claro Peru.

Voltamos para hotel, tomamos banho, refizemos as malas e saímos para cear nos arredores, bem esquisito à noite, e estava fazendo frio, soprando um forte vento vindo do mar. Entramos na primeira “espelunca”, distante uns 20min do hotel, comemos sanduíches e refrigerantes do lado de fora, os donos ficam “trancados” por uma grade, e retornamos rapidamente ao hotel, pois o lugar não inspira confiança, com pouca iluminação e ninguém nas ruas.

DIA 15 DE DEZEMBRO DE 2017 – QUINTA-FEIRA – LIMA/IQUITOS

- Aconselho a todos que vão embarcar no aeroporto internacional Jorge Chávez, em Lima, Peru, que façam o check-in com bastante antecedência, pois é uma multidão de turistas, em escala para vários lugares, filas dentro de outras filas, etc. Chegamos ao aeroporto às 06h. Superlotado! Às 07.15h ainda estávamos na fila do check-in, tanto que nos adiantaram para passar à frente de outros (a fila era enorme), para não atrasar o voo, que sairia às 07.45h. Depois de despacharmos as malas, passamos pelo RX obrigatório de todos os aeroportos e seguimos para a sala de embarque, nem deu tempo de tomar café. Depois de andarmos muito (a nossa sala era uma das últimas: 32) descemos uma escada e embarcamos num ônibus que nos levou até onde estava o avião da STAR Peru. Tanto na vinda como na volta tivemos de embarcar em ônibus, não sei o porquê. Nosso voo foi tranquilo, apesar de sair com um atraso de 1h. Fez uma escala em Pucallpa e chegamos em Iquitos às 10.00h. O dono do hotel Aris foi nos buscar, ainda bem que o hotel conta com o serviço de translado. Ficamos no Hotel Aris III, mais perto do centro. Todos ficamos no 1º piso; esse hotel, diferente do anterior (Aris II), não tem elevador e minha sogra, que nos acompanhava tem 81 anos. Almoçamos e jantamos no mesmo restaurante do hotel, no centro, próximo à Plaza de Armas. Fomos dormir cedo, já pensando em acordar de madrugada para pegar a lancha Flipper. À essa hora não tem translado do hotel, então conseguimos um táxi através do recepcionista do hotel.

DIA 16 DE DEZEMBRO DE 2016 – SEXTA-FEIRA – IQUITOS/SANTA ROSA/TABATINGA

Saímos às 3.30h da madrugada, estava chovendo muito, havia chegado a época das chuvas na região das selvas amazônicas. O rio Amazonas (como aqui é chamado) já estava bem cheio. Chegamos ao porto às 04.15h, esperamos embaixo da marquise de uma loja do outro lado da rua, pois o porto só abriria às 5h. Estava escuro e fazia um pouco de frio, continuava a chover, um pouco mais fino. Já havia algumas pessoas esperando também. Às 5h, depois que o portão abriu, entramos numa sala para a PF examinar as malas e passaportes. Já havia carregadores de malas também. Paguei 10 soles para dois e carregaram nossas malas ladeira abaixo até onde estava a lancha Flipper, que saiu às 06.30h com destino à Santa Rosa, Peru, fronteira com Letícia-CO e Tabatinga-BR. Às 7.30h foi servido um café com sanduíche. Chegamos em Santa Rosa às 16h, a chuva tinha passado, mas as ruas estavam intransitáveis. Enquanto minha esposa e cunhada esperavam por nós no porto com as bagagens, eu e minha sogra (que voltaríamos antes para Manaus) nos dirigimos até à Aduana da Polícia Federal Peruana para carimbar nossos passaportes, dando a saída do país, onde também tivemos de devolver o papelzinho branco de admissão no país. Fomos e voltamos de tuc-tuc, único meio de transporte. Demoramos só uma meia hora, depois todos embarcamos numa canoa, motor tipo rabeta e cruzamos o rio Solimões para a outra margem, onde fica Tabatinga. Pagamos 3 soles cada pessoa. Lá embarcamos num táxi (R$ 20,00) que nos deixou na casa de minha enteada, 15 min depois, onde permanecemos.

Dia 18 de DEZEMBRO DE 2016 – DOMINGO – TABATINGA/MANAUS

- Eu e minha sogra retornamos à Tabatinga pela Azul Linhas Aéreas, cujas passagens também já tínhamos comprado. Saímos às 16.30h e chegamos às 19.30h em casa. Minha esposa permaneceu por mais uma semana em Tabatinga.

CONCLUSÃO:

- Estou postando esse relato de minha viagem, para que sirva de ajuda à outros viajantes, que assim como eu, antes de viajar costumam fazer pesquisas e daí tirarem algum proveito pelas experiências vividas por outros no mesmo itinerário. Email: siqueirahumberto@yahoo.com.br

- “Hay un lugar que te da seguridad, donde construyes tu dia a dia, y a donde siempre quieres regresar... esse lugar se llama hogar. Y cuando al fin lo encuentras, no existe nada com lo que lo quieras cambiar”.

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