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Chile, Bolívia e Peru (Set/Out.2015) - 18 dias sozinho


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Faaala galera!

 

Em outubro do ano passado (2015) fiz um mochilão para alguns dos destinos mais famosos na América do Sul: Deserto do Atacama, Salar de Uyuni e Machu Picchu. Por questões de logística, também visitei Santiago, La Paz e Cusco.

 

Como todas as viagens, meu mochilão começou a ser planejado com antecedência. Após o Carnaval decidi que queria visitar Machu Picchu, Atacama e o Salar de Uyuni na mesma viagem.

Pelo meu tempo apertado de férias, tive que ir de avião em metade dos trechos pra dar tempo de fazer tudo. Só que estes deslocamentos e o dólar astronômico da época encareceram a viagem. Hoje o dólar está um pouco mais baixo e se vocês tiverem uns dias a mais pra fazerem de ônibus os trechos que fiz de avião ou conseguirem promoção, provavelmente sairá mais barato do que os R$6.500,00 que gastei na viagem (nesse valor incluídas as bebidas e saídas a noite). Essa é uma viagem que se faz com US$1.500,00, podendo sair um pouco mais barato dependendo da pessoa.

 

Vamos lá!

 

A viagem começou a ser planejada em Março/Abril e como eu estava esperando uma promoção nas cia aéras, deixei de comprar uma passagem na Tam com preço médio de R$1.200,00 nas minhas pesquisas (alguns dias a passagem descia pra R$900,00 e poucos). Nessa espera por promoção, o preço só subiu, até que desisti e acabei pagando R$1.567,63 por esses trechos:

- Rio de Janeiro x Santiago

- Santiago x Calama

- Cusco x Rio de Janeiro (com escalas rápidas em Lima e São Paulo)

 

Com relação às roupas de frio, eu pensei bastante em comprar diversos casacos e botas, mas acabei encarando com as roupas que eu tinha de quando fui à Patagônia em 2012 (um abrigo corta vento da Trilhas e Rumos que acho que se chama Sommet e um casaco fleece esportivo).

 

Comprei somente um jogo de underwear com blusa e calça X-Thermo da Solo no site Submarino por R$157,94 e a calça modular Forclaz 100 da Quechua (aquela de trilha que vira bermuda) no site da Decathlon por R$145,94. A calça protegeu bem do frio com o underwear, inclusive no Salar de Uyuni. Não é corta vento, mas foi suficiente visto que só precisei da calça corta vento uma única vez.

 

- Santiago (25/9 – 27/9)

 

Dia 1: O meu voo do Rio para Santiago decolou na sexta por volta das 15h20 e cheguei por volta de 20h20 (horário local). Eu levei USD300,00 para as despesas iniciais e decidi sacar dinheiro nas cidades porque já sai na moeda local e a taxa de saque do meu banco é razoável (quando você saca um valor alto de uma vez, comepnsa). Apesar de ter pesquisado sobre transfer em Santiago, acabei fazendo besteira. Fui trocar uma parte do dinheiro para pagar o taxi e comer algo na primeira noite dentro do aeroporto. Quando fui ver o transfer, pelo meu espanhol enferrujado (e só me toquei disso depois) entendi que o cara tava pedindo CLP100.000 ao invés de CLP6.000. Acabei caindo na conversa de um taxista que estava me perseguindo no aeroporto e enchendo a paciência na frente de onde se troca dinheiro e fui com ele por CLP20.000. Depois quando cheguei no albergue descobri que o preço certo do taxi seria por volta de CLP15.000. ::putz::::putz::

 

Vida que segue! Cheguei no Hostel Providencia e quem me atendeu na recepção foi um gringo e um brasileiro mega gente boa. No meu quarto tinha um cara do interior do Chile se arrumando para sair e um outro de Viena que estava dormindo. Como era relativamente cedo, já sai perguntando de lugares para comer e conhecer algum barzinho ou noitada. Guardei o mochilão e conversando com o chileno, acabamos descendo pra comprar bebida no outro lado da rua. O lugar que vendia bebida tinha um bar/lanchonete ao lado que vendia um sanduíche bom e preço justo.

 

Ai veio a primeira coisa esquisita, a cerveja lá é quente, no máximo resfriada na geladeira. No frio de 8ºC que tava acabou não sendo tão ruim. O chileno comprou rum e coca cola e voltamos para o hostel para beber, apesar de ser proibido entrar com bebida no hostel. ::xiu::

Enquanto conversávamos no quarto, na 2ª hora de viagem veio a segunda coisa esquisita (ainda mais pra brasileiro que nunca viveu isso): terremoto!! ::hahaha::

 

Eu nem senti tanto, quando o chileno falou que reparei que o chão tava tremendo de verdade e não era o álcool, ai quando olhei pra cama, ela também tava tremendo quase saindo do lugar e foi ficando mais forte. O chileno, que mora perto da região onde teve o terremoto que destruiu uma parte do Chile uma semana antes da minha viagem, disse que não era forte, mas devíamos sair, mas assim que saímos do quarto, o terremoto parou. Quando perguntamos a uma das argentinas que passava no corredor, ela disse que nem tinha sentido. Rimos da situação e voltamos pro quarto. O cara de Viena acordou com o barulho e se uniu a nós para beber e sair.

 

:!: No dia seguinte descobri que o terremoto foi "fraco" - 5.6 na escala richter e para os chilenos é chamado de "temblor", pois para os chilenos só é terremoto mesmo acima de 7.6 na escala richter. Tá bom!

 

Por volta de meia noite, descobrimos que a argentina que encontramos no corredor estava com um grupo de mais 40/50 estudantes de arquitetura de Córdoba/ARG e todos estavam dando uma festinha em uma área comum enorme que tem no hostel e que não incomoda quem está nos quartos, pois fica nos fundos praticamente. Nos unimos a eles e depois fomos para uma boate que o hostel deu pulseira para entrarmos de graça chamada Club 57.

 

O Hostel Providencia fica a 3/4 quadras da Plaza Baquedano, início do bairro Bellavista. Fomos andando para o Club 57 passando pela rua Pio Nono, onde ficam todos os bares e baladas. É perto, uns 10 minutos andando. Numa das ruas que corta a Pio Nono fica o Club 57. Curti muito o lugar!

 

Dia 2: eu acordei quase na hora do almoço e fiquei enrolando pra sair da cama. Desci para pedir um mapa na recepção e descobri que o Hostel Providencia tem um guichê de informações ao lado da recepção que funciona até 20h há mapas e dicas gratuitas da cidade com uma pessoa que fica nesse balcão de informações. Peguei meu mapa e as informações para o roteiro que tinha desenhado, e fui para o Museo de la Memoria y los Derechos Humanos. Você pega o metro em Baldequano até a estação Quinta Normal. Não precisa sair da estação do metro porque há uma entrada do Museu com uma mini exposição dentro da estação e de lá você sobe para o museu. Um dos melhores museus que já visitei!

 

O muro ao lado da entrada quando você sobe do subsolo:

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O museu possui três andares além do subsolo e do térreo. No térreo há vídeos, filmes curta metragem, fotos, notícias de jornais, diversos objetos e gravações de discursos da época da ditadura chilena. O primeiro andar mostra a época em que os militares deram o golpe no presidente Salvador Allende, tomaram o poder e instauraram a ditadura militar no Chile. Só que vendo as notícias e os curta metragens, fora os discursos de ódio, torna isso tudo muito mais real e você volta no tempo imergindo na história.

 

Você senta no banco que tem em frente às TVs e vê quem foi Pablo Neruda e o que ele representou quando vê o povo gritando seu nome inteiro e gritando “PRESENTE” nas ruas de Santiago durante o seu velório público, mortes de manifestantes por militar, a revolta do povo. Vê que o Estádio Nacional era um campo de concentração e escuta os depoimentos dos presos lá. Reproduções de celas e muito mais coisas interessantes.

 

O segundo andar mostra a revolução do povo, as ligações com a União Soviética, as manchetes da ditadura em jornais de outros países (inclusive no Brasil, com o jornal O Dia). O terceiro andar mostra a história do povo vencendo a ditadura, a articulação política da revolução, o famoso plebiscito do “NO” à permanencia dos militares no poder e como o Chile vai se restruturando sem os militares no poder. Pra quem gosta de história como eu, recomendo muito!

 

O museu tem uma atmosfera pesada e é bastante forte uma vez que trata de ditadura. Mas para quem é apaixonado por história e curte o tema, como eu, vale muito a pena conhecer.

 

Depois disso, conhecer Santiago se torna muito mais excitante. Eu peguei o metro para o centro (aproveitei e passei numa loja grande, acho que Fallabella, e comprei meias térmicas para o frio do Atacama e do Salar de Uyuni, recomendo!). Passei pela Catedral, andei um pouco pela Plaza de Armas e fui andando até a Plaza Constitucion onde fica o Palacio de la Moneda, casa da presidente Michelle Bachelet. Vendo aquilo tudo depois de saber que esse Palacio foi bombardeado e parcialmente destruído e entendendo porquê a estátua de Salvador Allende é importante depois de ver a história viva no Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, impossível não se curtir Santiago.

 

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Depois de um tempo na Plaza Constitucion, fui andando ao Cerro Santa Lucia. Bem legal a vista de lá! Muitas subidas e os mirantes no topo são disputados, ainda mais sendo final de semana. Vale a pena.

 

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No final da tarde voltei para o hostel e tava destruído por ter dormido pouco e andado o dia todo. Acabei dormindo enquanto o pessoal saía para mais uma festa. Acabei acordando meia noite e como não conseguia dormir e era sábado a noite, fui andar pelo bairro Bellavista.

Como tinha outra pulseira para entrar no Club 57, fui para lá e encontrei o cara de Viena do meu quarto com os amigos dele. Foi bem divertido. Engraçado ver a galera dançando músicas como É o Tchan e outros axés da década de 1990 que estão bombando lá agora, todo mundo sabe dançar as coreografias. Se você não sabe dançar essas músicas, não dançará com as chicas chilenas. Fica a dica! ::lol3::

 

Apesar de ter muito gringo, tem uma galera no Club 57 que é chilena e até umas 3h da manhã, os chilenos são maioria e os mais animados na pista, dançando todas as coreografias dessas músicas (Michel Teló é saideira quando todo mundo tá cansado). Depois dessa hora começa a tocar hip hop, house e outros tipos de música eletrônicas que tocam em qualquer boate/festa aqui no Brasil. Boate pra todos os gostos!

 

Dia 3: Domingo e todos foram embora no checkout. Eu ia embora só de madrugada, então tinha um dia inteiro. Me despedi da galera e voltei pra cama. Dormi até um pouco mais tarde e fui almoçar por volta das 13h30. Sai do albergue em direção ao Museo de Bellas Artes e Museo Contemporáneo. Eu almocei num restaurante/bar que tinha ao lado do Museo de Bellas Artes, almocei e tomei o famoso terremoto!! Achei meio doce e enjoativo, mas realmente é um terremoto na mente. Na próxima vez que for à Santiago, quero tomar Terremoto e as réplicas (os bares dão replicas aos clientes para quem pedem esse drink, igual às réplicas que são tremores menores que sempre vem após o terremoto).

 

Decidi entrar somente no Museo de Bellas Artes, pois ainda queria conhecer o Cerro San Cristobal. Achei o tour guiado do Museo de Bellas Artes meio sem graça, me separei do grupo na metade do tour e fui ver o museu por conta própria. O museu tem pinturas interessantes, mas algumas esculturas estão danificadas e poderiam ser restruturadas.

 

Fui andando ao Cerro San Cristóbal andando pelo Parque Florestal, que é bonito e tranqüilo. Na volta, olhando para Baldequano, é possível ver as cordilheiras ao fundo.

 

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Chegando na Pio Nono, é só ir até o final. Como tinha tempo, fiz uma coisa que nunca faço em viagens: visitar o zoo da cidade. Tinha pouco tempo porque estava quase fechando, mas deu pra ver tudo. O destaque são os pássaros. Há um espaço grande em que pode andar entre eles. Felinos são dopados como em todos os zoos, o que é triste.

 

Alguns animais estão bem mal cuidados ou velhos, mas gostei da variedade. Parece que cuidam mais dos animais do que no zoo de Lujan em Buenos Aires. Vi tigre branco, papagaios de diversas cores, girafas comendo na mão dos visitantes, leão, pinguins, e muitos outros animais. O único animal que tinha no mapa do zoo que não vi foi o urso polar, só o urso pardo.

 

O teleférico do zoo para o Cerro estava fechado para manutenção, então tive que descer até o pé do Cerro San Cristobal para pegar o teleférico até o topo. De lá subi até a imagem da Virgem e os monumentos/imagem que tem por lá (tem uma imagem do papa João Paulo II). Curti o visual das Cordilheiras que ainda estavam nevadas e desci com o teleférico (aproveitei para comprar uma luva que pechinchei bastante no pé do Cerro).

 

Parei na Pio Nono, fiquei bebendo umas cervejas sozinho num dos bares e aproveitei para jantar (pollo e papas pra variar). Os bares do bairro Bellavista ficam cheios até domingo.

 

Obs: todas as comidas em Santiago são pollo e papas, com pimenta, molhos diferentes e algumas vezes arroz, mas sempre pollo e papas. Os chilenos de Santiago se alimentam muito mal, só comem isso e esses restaurantes e bares de rua só têm esses pratos com receitas diferentes, mas no fundo são sempre pollo e papas. O brasileiro que trabalha no hostel comentou isso comigo, que sente falta de comer bem porque em Santiago os chilenos se alimentam muito mal.

 

Voltando ao hostel, arrumei minhas coisas e fui para o aeroporto pegar o vôo para Calama que sairia às 4h50 da manhã. Sai do hostel às 2h com o taxi que o pessoal do hostel pediu pra mim. Só pedir que eles agendam.

O detalhe que tinha combinado com o taxista que me levou para o hostel a volta por CLP18.000 (quando fechei estava crente que era um descontão), mas quando o pessoal do hostel disse que era CLP15.000, acabei abandonando o taxista que já tinha me enganado na ida ao hostel. Enfim, cheguei rápido no aeroporto e fiquei esperando 1h30. Após diversas mudanças de portão, embarquei rumo à Calama no horário marcado.

 

- San Pedro de Atacama (28/9 – 30/9)

 

Dia 4: foi um dos piores vôos que peguei na minha vida, apesar de ter uma lua cheia espetacular que ficou vermelha durante um período acompanhando o vôo.

E olha que já peguei 45min de total turbulência de Calafate para Ushuaia quando fui à Patagônia argentina que parecia que o avião ia cair.

 

Cheguei no aeroporto de Calama um pouco antes da 7h e já tinha reservado daqui do Brasil o transfer com a Licancabur. O transfer sairia somente às 8h e o pessoal me ofereceu café, chocolate quente e chá enquanto esperava. Durante esse tempo, senti um frio fora do normal dentro do aeroporto. Na hora de sair pra pegar o transfer, foi pior ainda devido ao frio. Comecei a colocar tudo que tinha trazido para o frio. Dois brasileiros que estavam no mesmo transfer também comentaram o frio que estava.

Após quase 2h chegamos em San Pedro de Atacama e o transfer me deixou na porta do hostel Backpackers. Achei legal, o chão é cheio de cascalho/pedras pequenas, as áreas comuns possuem redes, sofás, três ambientes fechados com cozinha, uma fogueira e violão. Bem o clima do Atacama!

 

Peguei um folder com os tours oferecidos pela agência parceira do hostel para ver os preços dos passeios. Eu já tinha visto aqui do Brasil a indicação em um blog sobre a FlaviaBia Expediciones e tinha mandado e-mail, mas fecharia somente lá no Atacama. A Flavia Bia é uma brasileira que trabalhou durante anos para a Ayllu, uma das mais famosas agências do Atacama. Recentemente ela abriu uma agência e organiza tours do jeito que ela sempre achou que deveria ser, mais voltado para o lado fotográfico, conhecendo os lugares sem correria, etc.

 

Mandei mensagem para a Flavia Bia para checar os dias de saída e os preços dos passeios com ela para poder comparar os dois. Estava mega bem, conversando com um brasileiro que trabalha no hostel até que decidi ir na rua comprar água, frutas e talvez passar no centro para decidir quais tours fazer, ver disponibilidade, etc.

 

Era uma distância relativamente próxima. A rua paralela ao hostel dava num campo em frente ao cemitério onde há uma feira para comprar frutas, algo tipo 300m do hostel. Quando estava indo conheci o soroche/puna/mal de altitude. ::ahhhh::::hein:

 

Do nada, andar dez passos ficou muito difícil. E tinha um aclive mínimo de três passos na rua para chegar à feira que parecia impossível de passar. Comecei a ficar tonto sem sentir o chão. Consegui chegar lentamente à feira, comprei as frutas e voltei pela rua só querendo deitar. Passei em uma das lojas/tendas que vendiam comida, água, biscoitos, etc. Vi que tinha balas e folhas de coca. Perguntei o que era melhor e mais rápido para o mal da altitude. A simpática vendedora disse que o melhor era mastigar folha de coca ou comer uma das balas a venda. Comprei a bala, folhas, doces, um galão de 5 litros de água, um frango, outras comidas para cozinhar e voltei ao hostel devagar e sempre, tonto e quase desmaiando. No hostel guardei tudo e fiquei sentado. A bala de coca deu uma segurada nos sintomas. Tomei o chá de coca que tinha no hostel e sobrevivi à puna.

 

Sentei e fiquei conversando com a FlaviaBia pelo whatsapp para ver os passeios. Ela disse que estava nos arredores e podia passar no meu hostel para vermos os passeios e para me explicar melhor cada passeio. Em 10/15min ela chegou de bicicleta e foi explicando cada passeio, o que tinha disponível, os dias que saía cada um.

 

Ela não tinha o Valle de La Luna com o sandboard que eu queria fazer, mas tinha a Laguna Cejar saindo naquela tarde. Olhando os dias disponíveis, acabei optando por fazer Laguna Cejar no primeiro dia, Lagunas Altiplanicas + Piedras Rojas no segundo dia, Geyser del Tatio de manhã e Valle de la Luna de tarde no terceiro dia. Eu não recordo ao certo, mas acho que fechei tudo por CLP170.000. É realmente mais caro que nas outras agências, mas os serviços oferecidos são visivelmente superiores. Vocês vão entender o que estou falando.

 

Eu cometi uma gafe porque fiz o almoço correndo e me arrumei esperando até 15h para o primeiro passeio. Deu umas 15h30 e nada da van que me pegaria. Ai mandei mensagem para a FlaviaBia pelo whatsapp. Ela me explicou que a van ia buscar todo mundo antes e o meu hostel era o último, mas disse pra não me preocupar porque ainda eram 14h30. Bola fora minha! ::mmm:::mmm:

 

No Chile eles adotam um horário de verão maluco chamado horário de alternância e entraram no horário de verão no dia 6/9/2015 e só saem desse horário de verão em 24/4/2016. Por isso eu tinha que ter acertado meu relógio atrasando em 1h. Não percebi isso em Santiago porque não fiz nada com horário marcado e por isso cheguei mais cedo no aeroporto de Calama achando que o voo tinha sido mais rápido ::lol4::::lol4::::lol4::

 

No real horário combinado, o guia Alexis apareceu com a van na porta do hostel levando três senhoras gaúchas mega simpáticas. Fomos para a Laguna Cejar (2.300m de altitude) com o nosso guia e motorista explicando o que era cada montanha e vulcão na estrada. Chegamos na Laguna Cejar que estava vazia, com exceção de um grupo de cariocas que chegou na mesma hora de carro e uma família que estava indo embora. O lugar é muito bonito, incrível a laguna no meio do deserto. Mergulhamos e ficamos um bom tempo lá. A água é bem gelada e tem mais sal do que o Mar Morto e no meio há um buraco sem fim que dá pra ver enquanto você passa boiando. Foi bem legal ficar boiando na água gelada no calor do deserto sem afundar.

 

Depois do mergulho, há duchas (geladas) para retirar o sal. Fomos andar ao redor da laguna quando chegou um grupo grande na Laguna Cejar. Voltamos ao carro e visitamos os Ojos Del Salar e a Laguna Tebinquiche.

 

O nosso guia chegava em todos os lugares antes de todo mundo e enquanto andávamos na Laguna Tebinquiche nas trilhas que tem ao redor da laguna, Alexis preparou um lanche com diversas comidas e preparou pisco sour para todos do grupo verem o por do sol fazendo um brinde. Todos dos outros grupos olhavam, até uma senhora de outro tour chegou perto para ver o que era tanta comida e o que estávamos comendo (tinha tour que oferecia somente suco Del Valle e biscoito).

 

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A noite, eu e o brasileiro que trabalha no hostel ficamos tocando violão na fogueira do hostel que ele acendeu e tomamos umas cervejas com uma canadense, uma francesa/boliviana e um holandês que estavam ali. O hostel possui uma regra que meia noite tem que acabar a fogueira e o som. Fui pra cama e acordei no meio da noite com a cama rodando. Sentei e fiquei bebendo água (o nosso guia Alexis ensinou que você precisa beber água em goles pequenos pra oxigenar o cérebro e isso ajuda muito na altitude). Pensei que fosse vomitar de tão tonto e enjoado que acordei, mas as balas de coca e a água seguraram a onda. Fiquei sentado, sempre que deitava a cama voltava a rodar, então não tinha como voltar a dormir.

 

Dia 5: Depois de passar uma péssima noite, o jeito era me arrumar para as Lagunas Altiplanicas + Piedras Rojas (4.200m de altitude) que saía às 7h. A estrada é longa e fomos parando em diversos pontos com o Alexis explicando tudo e dando tempo para tirarmos fotos. O grupo teve a presença da Flavia Bia, do Sérgio (projeto 50 Mundos – ele está rodando 50 países de moto e está) e de mais duas moças, todos muito gente boa.

 

O lugar é incrível, as lagunas refletindo as montanhas com gelo, o deserto e as diversas paisagens que vão mudando são sensacionais.

 

Ainda ganhamos a clássica foto na estrada:

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Dia 6: a noite antes do Geyser del Tatio foi pior do que a noite anterior para dormir. A cama rodava mais ainda e nessa noite consegui dormir somente 2h. Mas é aquilo, sendo só um desconforto que não te deixa de cama, você tem que fazer os passeios e tentar esquecer a altitude. Nas Lagunas Altiplanicas eu masquei folha de coca porque senti um pouco de tontura e uma leve dor de cabeça, mas nesse dia não foi necessário, apesar de passar em lugares a 4.800m de altitude e chegar no campo geotérmico do Tatio (4.400m de altitude). Partimos às 5h e fomos dormindo (ou tentando). Uma dica é não beber de ficar borracho no dia anterior! Na altitude o álcool tem um efeito mais rápido, até para quem está acostumado a beber.

 

Os Geysers del Tatio são bem impressionantes! Chegamos lá num frio de -9ºC, com a lua de um lado e o sol nascendo do outro. Estava com quatro meias térmicas e senti como se meu pé estivesse congelado. Tirar a luva pra bater foto doía. Mas logo depois de um tempo, quando o sol ia nascendo, a situação ia melhorando. Tomamos um ótimo café da manhã com direito a leite sendo esquentado nos geysers.

 

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Na parte da tarde, fomos para o Valle de La Luna e Valle de La Muerte. Eu achei legal e imponente os valles vistos de cima, mas eu queria ter feito o sandboard com o por do sol nas dunas e achei as andanças nos valles bem sem graça para falar a verdade. Talvez porque eu queria o sandboard com por do sol, talvez porque eu visitei lugares mais bonitos antes, sei lá. Vai de cada um! Contudo, confesso que os vinhos e os lanches vendo o por do sol no Valle de La Luna foram recompensadores!

 

Escolha de agências - observação pessoal:

Os passeios da FlaviaBia Expediciones são totalmente fotográficos. Você pega os melhores ângulos e tem as melhores fotos, mas o Valle de La Luna é o único passeio que eu teria feito com outra agência porque queria fazer o sandboard ao invés de ter andado pelo Valle. A Flávia até tentou arrumar outra agência por fora que fizesse esse passeio pra mim, mas nenhuma voltava depois do por do sol naquele dia, dei azar! O Brasil tem diversas praias com sandboard (Jericoacoara, Floripa, Praia da Pipa e diversas outras do Nordeste), então não é algo tão imperdível e impossível de ser feito, por isso também decidi abrir mão e incluir no pacote com os outros passeios para ficar mais em conta no final.

 

Eu encontrei a indicação da FlaviaBia Expediciones no blog Um Viajante. Ela é uma brasileira que está no Atacama há 5 anos e trabalhava na agência Ayllu. Agora ela saiu da agência e está organizando tours do jeito dela, sem querer crescer e virar uma big agência como a Ayllu, contando com guias freelancers experientes como o Alexis que tem 7 anos de experiência como guia no Atacama e dirige desde pequeno pelas estradas do Chile (ele contou que aprendeu a dirigir quando era criança e acompanhava o avô nas estradas de caminhão de Antofagasta e Calama).

 

A minha opinião é que valeu muito a pena fechar todos os passeios com a FlaviaBia Expediciones. Além de escolher um guia mega gente boa, experiente, que conseguiu tornar os passeios quase privados porque sempre chegava antes nos lugares e quando tinha gente fazia o caminho inverso dos tours clássicos das agências maiores, você via que tanto ela, quanto o guia faziam aquilo com paixão. Os locais de fotos sempre estavam vazios. Paramos no meio da estrada pra tirar as fotos clássicas com as montanhas no mundo e as sugestões de locais para tirar foto foram ótimos. As comidas que a FlaviaBia preparava para os tours eram excelentes e tinha dias que eu não comia quase nada no hostel por ter comido nos passeios. Eu acabei deixando comida no hostel porque comia no tour. As fotos eram sempre fantásticas e você parava pra ficar olhando aquilo esquecendo que estava em um tour.

 

Eu acho que em uma viagem você deve estar preparado para gastar o justo, ainda que isso não seja o mais barato em algumas vezes. Vale a pena pagar um pouco mais caro por um serviço melhor e que te faz economizar em outras coisas, seja nas refeições, seja em acionar o seguro de vida. Tem que colocar tudo na balança.

 

Quando retornei do passeio nos Geysers del Tatio no dia 6, eu rodei a cidade com uma menina que tava fazendo o tour comigo atrás do tour até o Salar de Uyuni. Nas principais agências que fui os preços (3d2n) eram CLP99.000 na World White Travel, CLP85.000 na Colque e CLP114.000 na Cordillera Travel. A FlaviaBia disse que não ia recomendar ou deixar de recomendar nenhuma agência porque quando fez o Salar de Uyuni, o motorista estava bêbado e era totalmente irresponsável e a maioria era assim, então fui buscar minhas impressões em amigos que já fizeram e histórias que conheço. Conheço pessoas próximas que perderam uma amiga 2 meses antes da minha viagem nesse tour. Ela faleceu porque pegou o tour com um desses motoristas bêbados e o carro dela colidiu com outro carro no Salar de Uyuni porque o motorista dela estava bêbado, ou porque o motorista dela e o do outro carro estavam bêbados, ninguém nunca descobriu. O que apareceu nas notícias é que morreram 10 pessoas nos dois carros juntos por isso.

 

Pensando nisso e como vi a diferença entre o serviço da FlaviaBia e os outros, vi que pagar um pouco mais caro por um serviço melhor vale a pena. Os brasileiros que estavam no hostel de uma menina do meu tour com a FlaviaBia fecharam diversos passeios com a Cordillera e conseguiram o tour de 4 dias e 3 noites por CLP120.000. Tentamos chorar desconto na Cordillera e o máximo que conseguimos com o mal educado dono da empresa foram míseros CLP5.000. A menina saiu estressada porque queria pagar o mesmo preço que os brasileiros do hostel dela e não fechou na hora. Eu tentei negociar mais depois que ela foi embora (tentar baixar mais CLP9.000), mas não foi possível. O cara é irredutível e acabei fechando por CLP109.000 mesmo, afinal, apesar de ser a mais cara, era a agência mais confiável pelos relatos dos meus amigos e alguns lidos na internet.

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Bem, seguindo o relato na Bolívia...

 

- Salar de Uyuni (1/10 – 3/10)

Dia 7: Acordei bem cedo nesse dia e confesso que estava receoso com o aumento da altitude. Arrumei minhas coisas e o microônibus da Cordillera passou no meu hostel para o tour de Salar de Uyuni no horário combinado. No ônibus estavam dois casais, um da França e outro da Austrália. Fomos até a imigração em San Pedro do Atacama para carimbarmos a saída do Chile e pegamos estrada pra chegar à Bolívia. Na fronteira com a Bolívia carimbamos o passaporte de entrada na imigração e trocamos o microônibus pelo carro. A fronteira fica no pé do vulcão Licancabur que você avista em todos os passeios do Atacama. Serviram um café da manhã e partimos para as primeiras lagunas. Visitamos rapidamente as Lagunas Verde e Blanca.

 

Depois seguimos para um dos locais que achei fantástico, o Deserto de Dali:

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Paramos nas piscinas termais onde o pessoal mergulhou por um tempo. A água é bem quente (a temperatura é de 35ºC), diferente das piscinas termais do Geyser del Tatio que a água é morna pra fria. Custa 6 bolivianos pra mergulhar.

Eu não encarei o mergulho, mas coloquei a mão e acho que a galera que quiser mergulhar não vai se arrepender. Preferi ficar admirando a paisagem que é bem bonita.

 

O pessoal trocou de roupa e fomos para os Geysers Sol de Mañana (mais de 5.000m de altitude). A fumaça nesse campo geotérmico é muito mais alta que no Geyser del Tatio e é possível ver a larva borbulhando e espirrando. Bem legal a experiência!

 

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Seguimos para o nosso alojamento e descarregamos as malas e os suprimentos. Logo em seguida foi servido o almoço. A comida surpreendeu, vegetais cozidos, salsicha e macarrão, acompanhado de refrigerante e água. Depois de comermos, voltamos ao carro e seguimos para a Laguna Colorada (4.500m de altitude). Acho que foi o lugar mais bonito da viagem. Diversos flamingos, lhamas, pássaros e outros bichos vivendo na tranqüilidade e sem se incomodar com as pessoas andando por ali.

 

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Voltamos para o alojamento que fica a 10min de carro da Laguna Colorada para o jantar e dormir porque sairíamos cedo no dia seguinte. Chegamos cedo, então ficamos conversando tomando chá e biscoitos enquanto não saía o jantar. Serviram o mesmo que no almoço mais sopa e pão.

 

Enquanto conversávamos depois do jantar, eu comecei a sentir uma dor de cabeça um pouco forte e tontura, tomei um chá de coca que o casal da França tinha com água gelada (a cozinha tinha fechado já), um paracetamol pra dor de cabeça e fui deitar. A noite nesse dia foi muito fria, além das três cobertas grossas que tinham na cama, ainda tivemos que alugar um saco de dormir para aguentar o frio da noite. Segundo o nosso guia, pegamos -5ºC, mas parecia muito mais, e com a altitude ficava muito difícil dormir. Consegui dormir algumas poucas horas e passei o resto da noite com dificuldade de me mexer porque o cobertor parecia pesar 1000kg, mas pelo menos a tontura e a dor de cabeça tinham passado.

 

Dia 8: Acordamos cedo e fomos visitar a Árbol de Piedra. É literalmente uma árvore de pedra.

Achamos ok, nada demais. Subi algumas pedras pra ter um visual de uma montanha com diversas cores.

 

Seguimos para o mirante de um vulcão e começamos a descer (agradeci muito em diminuir a altitude). Visitamos algumas (muitas) lagunas. Achei excessivo e algumas desnecessárias. O legal foi ver um lobo da região comer a comida que dávamos ao lado do carro.

 

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Paramos na Laguna Hedionda e enquanto o nosso guia preparava o almoço, nós demos uma volta pela Laguna. É fantástica a vista com a montanha com gelo refletindo na lagoa. Eu fiquei viajando por um tempo até me dar conta que o almoço tava pronto.

 

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Visitamos mais lagunas e o Salar de Chiguana onde andamos para tirar mais umas fotos e terminamos a noite no hostel de sal. Foi uma surpresa porque paramos numa casinha simples do vilarejo de San Juan e por dentro tudo era realmente de sal, a cama, a mesa de jantar, as paredes, etc.

 

O hostel estava vazio só com o nosso grupo. Cada casal pegou um quarto e eu fiquei num quarto duplo sozinho. Durante o jantar convencemos o nosso guia Santiago a sairmos para o Salar de Uyuni bem cedo pra ver o sol nascer, apesar dele ter nos alertado que estava nublado e não conseguiríamos ver nada. Eu fui o tradutor e porta voz do que o guia falava em espanhol e o pessoal falava em inglês (os franceses entendiam um pouco de espanhol, mas os australianos não entendiam nenhuma palavra, então rolava a tradução simultânea).

 

Durante o jantar nos deram uma garrafa de vinho que era ok, nada demais. Oferecemos por educação, mas o Santiago, nosso guia, disse que não beberia com a gente porque se tomasse um copo, tomaria a garrafa toda e foi dormir após o convencermos a sair bem cedo para o Salar tentar a sorte.

 

Dia 9: Dito e feito. Apesar de termos saído bem cedo, por volta das 4h30, estava tudo nublado e não conseguimos ver o sol nascendo. De qualquer jeito, visitamos a ilha de cactos, tomamos o café da manhã ali mesmo e partimos para o meio do Salar onde tiramos as fotos clássicas.

 

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Visitamos o primeiro hotel de sal, que hoje é um museu, e a escultura do Dakar.

 

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O tour acabou na cidade de Uyuni. Paramos numa feirinha onde consegui comprar um imã de geladeira por R$5 (estava sem bolivianos porque não troquei dinheiro suficiente). Algumas barraquinhas aceitavam real e euro além de peso chileno, boliviano e dólar.

 

Depois fomos para o cemitério de trens.

 

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Com o final do tour, Santiago nos levou ao guichê de ônibus para o casal de franceses comprar a passagem deles para Jujuy e nos deixou no escritório da Cordillera em Uyuni, onde deixamos as mochilas no escritório trancado. Seguimos de carro para o local onde almoçamos (incluído no tour esse último almoço). O almoço era bom e tinha wifi no restaurante/hostel. Ficamos lá um tempo e fomos andar por Uyuni. Acabamos num bar/restaurante tomando algumas Potosinas e às 18h30 fomos ao escritório da Cordillera pegar as mochilas e depois seguimos ao escritório da Todo Turismo onde eu e o casal de australianos pegaríamos o ônibus para La Paz (compramos antecipado pelo site da Todo Turismo). O ônibus para Jujuy era ao lado na mesma rua. No escritório da Todo Turismo tem wifi e lugar para carregar celular e notebook. A viagem começou com um jantar bom e logo apagaram as luzes do ônibus. Tem muita curva e é bem frio, ainda mais na janela, é difícil dormir no início, mas tão cansado que eu estava, cai no sono por algumas horas. Acordei na parada e logo voltei a dormir. Pra mim a viagem foi muito rápida, do nada estávamos em La Paz.

 

- La Paz (4/10 – 5/10)

Dia 10: durante o tour do Salar de Uyuni, conheci uma brasileira na Laguna Colorada que estava viajando na Bolívia há quase um mês. Ela me contou que chegou no aeroporto e pegou um taxi não oficial. No meio do caminho, entrou um indivíduo dizendo que era policial e estava investigando narcotráfico. Mostrou o distintivo, entrou no taxi e começou a vasculhar a bolsa e a mochila dela. Resultado: roubou dinheiro, câmera, celular, documento, um monte de coisas dela. Lendo o Lonely Planet dos australianos, vimos que esse é um golpe comum em La Paz. Por isso, decidimos não descer no terminal de ônibus onde não teria taxis oficiais, além de chegarmos de madrugada. Descemos no aeroporto para pegar um táxi oficial.

 

Esperamos amanhecer no aeroporto e pegamos um taxi que parecia oficial por estar escrito oficial. Quando percebi que não era oficial (tinha uma caneca de café e pão no banco do carona e estava escrito aeroporto, mas o cara era meio estranho e o taxi meio quebrado) e o taxista pegou o celular dizendo em espanhol que ia passar por tal lugar em alguns minutos, fiquei assustado com o possível golpe e disse que esqueci uma bolsa no aeroporto, pedindo para ele voltar. Falei o mesmo para os australianos em inglês e o motorista não percebeu. Reclamei tanto que voltamos ao aeroporto, dei 20 bolivianos e despistamos ele e os colegas (comparsas) que nos seguiam pelo aeroporto. Checamos no balcão de informações e pegamos um taxi oficial que estava escrito aeroporto e oficial, além do carro ter o crachá licenciado como a moça do balcão informou. Pagamos 10 bolivianos a mais do que o combinado com o outro taxista, mas foi mais seguro e cheguei bem, depois os australianos seguiram para o airbnb deles.

 

Desde o aeroporto eu achei La Paz uma grande favela, tudo muito feio. Eu ia fazer o clássico em 3 dias (Chacaltaya e Downhill), mas desisti cedo. Cheguei no hostel Wild Rover que fica a duas quadras da Plaza Murillo, mas nem me animei em sair do hostel. Tomei café da manhã no bar do hostel que mais parece um pub e botei meu nome no Downhill com a empresa que o hostel oferecia (tem um guichê dentro do hostel). Sai para sacar dinheiro e na volta, depois de cansar subindo algumas das diversas ladeiras de La Paz, passei nas agências que há ao lado e em frente ao hostel para pesquisar preços para o Downhill.

Voltei e fui procurar na internet a X-Treme que foi super bem recomendada aqui no fórum.

 

Liguei para lá e falaram que eu podia fechar o downhill para o dia seguinte na agência de turismo que fica ao lado do hostel para não ter que andar até o centro (uns 15/20min). Fui lá e escolhi a bicicleta com suspensão dupla e saiu por 450 bolivianos. Mais barato que a agência do hostel e a agência do outro lado da rua. Satisfeito com o bom negócio, voltei pro hostel, tirei meu nome da reserva do downhill e acabei conhecendo dois brasileiros. Fiquei bebendo com eles no bar do hostel e um pouco mais tarde fui descansar. Tomei banho e voltei para o bar do hostel mais tarde. Não encontrei os brasileiros e acabei conhecendo uma galera no bar.

O Wild Rover La Paz é uma doideira, o pessoal do bar dá free shots toda hora, faz competições de bebida entre as mesas e a música é muito boa. Quando o bar fechou às 2h, todo mundo decidiu ir para o Hard Rock Café de lá. Peguei um taxi com umas meninas argentinas e fomos. O lugar nem se compara com os Hard Rock daqui do Brasil, mas dá pra se divertir. Todo mundo do hostel estava lá, então animou a noite.

 

Dia 11: acordei cedo com aquela ressaca e esperei a van do downhill chegar. A maioria da galera era brasileira e todos gente boa! Subimos até 5.000m de altitude, tomamos café da manhã, o pessoal da X-Treme passou as orientações e fomos nos vestindo. A descida começa no topo da Estrada da Morte nova, asfaltada e lisa. É bom para conhecer a bicicleta, ainda mais depois que ele ensina a acelerar (você vai a uma velocidade de 35 a 45 km/h). Eu acelerei demais e chegou uma hora que tava fazendo as curvas abertas demais. Acabei caindo em uma dessas curvas. ::lol4::

 

A roupa segurou o tranco, inclusive o capacete, sai com um hematoma leve na lateral da coxa da pancada com o asfalto, mas a calça segurou todo o impacto. Na mão arranhou alguns dedos, mas nada demais, graças às luvas que eles deram. A bicicleta entortou o guidon, mas o guia da X-Treme que veio atrás tinha equipamento em mãos para consertar e arrumou rapidamente a minha bicicleta.

 

A descida nesse trecho liso e novo acaba depois de 1h/1h30 e você passa ao lado de um túnel onde o chão é cheio de pedra, daí você começa a sentir como será o próximo trecho. Pagamos a entrada e fomos de carro até o início da Estrada da Morte original (alguns grupos iam de bicicleta nesse trecho que fizemos de carro).

 

A descida é longa, acho que durou umas 3h30 no mínimo. A estrada tem esse nome não é à toa. Todos devem saber a história e a fama, mas de bike, chão todo acidentado, um precipício enorme e uma estrada pequena, ai você entende. Adrenalina total com muitas curvas e direito à ultrapassagens e passadas por baixo de quedas d’águas e poças!

 

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No final chegamos a um local onde o pessoal da X-Treme lavou e guardou as bicicletas, nos deu as camisas do tour e seguimos à uma casa em Coroico para almoçar (incluído no passeio). Tinha uma piscina para mergulhar também, mas a galera não se animou já que tava todo mundo destruído do downhill. O almoço é tipo buffet, coma o quanto quiser e compre sua bebida. Ganhamos uma camisa e voltamos para La Paz. Apesar de te pegarem no hostel, a van deixa você no centro em frente ao escritório da X-Treme.

Chegando lá, em 20min o CD com as fotos e os vídeos do Downhill estavam disponíveis no hostel. Fui com um casal de brasileiros no hostel deles ali perto onde eles foram deixar as coisas e voltamos para o escritório da X-Treme. Peguei o meu CD e voltei andando para o hostel.

 

Acabei subindo em uma rua anterior que deu na Plaza Murillo que estava cercada pela polícia. Quando fui passar pelos policiais, um cara se jogou em cima dos policiais pra entrar na rua que dava na Plaza e começou a criticar o governo. Parece que há uma política velada de não poder falar mal do Evo Morales. Voltei para o hostel e encontrei os brasileiros no bar.

 

Eu ainda não tinha a passagem para Cusco porque não sabia que dia iria, mas consegui comprar no site da Peruvian (estava USD170 – aqui no Brasil estava USD150). O legal que o site da Peruvian tem um campo em que você faz um TED da sua conta corrente para uma conta do Santander deles aqui no Brasil e eles na hora confirmam a sua passagem em poucos minutos. Foi o que eu fiz para não pagar taxas no cartão de crédito e tudo certo para ir ao Peru um dia antes do planejado. Voltei para o bar com o pessoal, fiquei lá até quase fechar e fui dormir!

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- Cusco e Águas Calientes (6/10 – 12/10)

Dia 12: O hostel chamou o taxi e fui para o aeroporto. Imigração estranha, com os oficiais perguntando se eu era mesmo do Brasil, como se suspeitassem de alguma coisa. Não deem mole!

O avião atrasou um pouco, mas sai quase 11h de La Paz e cheguei em Cusco antes das 11h (fuso horário de 1h). Fui procurar um taxi no aeroporto e o primeiro passo que me ofereceram foi 30 soles. Disse que não e fui andando pro setor de informações. Até chegar lá foram diversas outras propostas (25, 20, 18 soles). Disseram que se eu pegasse fora, pagaria por volta de 12 soles até o hostel. Chegando lá e vendo a confusão de taxistas quase atacando quem saia, vi um policial do aeroporto para o qual fui perguntar onde pegava o taxi fora daquela bagunça. Conversando com ele, ele mandou os taxistas ao meu redor irem embora e disse pra eu acompanhá-lo pra fora do aeroporto que ali na esquerda passava taxi da cidade. Ele parou o primeiro e disse para me levar por 8 soles. O cara disse que não dava e ele mandou o cara embora. Parou o segundo e fechou por esse preço para mim.

Nem acreditei em um policial zelando pelo cidadão! Exemplo de pessoa!

 

Fiquei no Loki hostel. Eu pensei em fazer algum passeio no primeiro dia, mas como tinha planejado 5 dias em Cusco e ia ficar 6, tirei esse dia pra dormir direito. Dormi o dia inteiro. Primeira vez na viagem que descansei de verdade. Quando acordei, fui para o bar do Loki e conheci um pessoal lá. Íamos para a The Temple, mas estava vazia, então fomos para uma boate de reggaeton e música latina chamada Roswell que fica ao lado do local onde você compra o boleto turístico e tem o pequeno e humilde museu de arte contemporânea. Nessa noite a boate tava muito boa e a entrada é grátis, então vale a pena dar uma passada se estiver vindo do Loki.

 

Dia 13: acordei pensando que ainda não sabia como iria à Machu Picchu. Só tinha a reserva do hostel e o ingresso para o dia seguinte, reservados antecipadamente. Desci a rua do hostel preocupado com isso e ia ao centro determinado em fechar o que queria: Machu Picchu by car (ida de van até a hidroelétrica, guia em Machu Picchu, volta de trem até Ollantaytambo e van de Ollanta até Cusco).

Dei sorte, na rua do Loki há diversas agências que são mais baratas do que as localizadas na Plaza de Armas e arredores.

 

A moça da agência montou o pacote que eu queria por USD98. Eu não fechei na hora porque ia pesquisar na Plaza de Armas outros preços, inclusive a agência que os brasileiros que conheci no hostel em La Paz indicaram (eles conseguiram USD85 pela ida e volta de van, ingresso, guia e acho que alimentação).

 

Como eram por volta de 13h30 já, eu corri pra comprar meu boleto turístico. Dei uma voltinha no “museu de arte contemporânea” que fica atrás do guichê e fiquei olhando os quadros interessantes que tinham. Comprei o boleto turístico e corri pra Plaza de Armas.

 

Fechei o passeio pra conhecer o City Tour naquela tarde com a primeira agência que entrei (os preços eram mais baratos do que os sugeridos pelo guichê de informações e cobrados agência que ficam no Loki e os que eu tinha lido aqui no fórum). Eu não lembro ao certo, mas acho que paguei 15 ou 25 soles para fazer o City Tour, 30 soles para fazer Maras e Moray e 40 soles para o Valle Sagrado. Lembro que os preços praticados pelos hostels e pesquisados na internet eram 10 a 15 soles mais caros, mas vou ficar devendo essa. Se eu achar algum papelzinho aqui, edito com o preço.

 

Eu não lembro quanto paguei, mas era bem barato. Fui pesquisar preços nas outras agências localizadas na Plaza de Armas sobre o pacote que queria montar para Machu Picchu. Os preços variaram entre USD130 e USD195, então decidi fechar com a primeira agência da rua do Loki. O problema é que não tinha tempo pra ir à agência porque o passei “já ia sair”. O cara onde fechei disse que não poderia aguardar, se o guia aparecesse e eu não estivesse ali, “perdeu playboy”.

Liguei do celular para ela e disse que queria fechar, mas estava indo para o City Tour e voltaria perto das 18h30/19h e ela disse que fechava a agência às 19h30. Ela foi ver o trem de volta na internet e não tinha mais o que eu tinha visto com ela mais cedo, mas tinha um outro trem no último horário, só que o preço subiria para USD102. Fechei na hora, 4 dólares não eram nada comparados aos outros preços cobrados e a falta de tempo que eu tinha. Ela fez a reserva do trem no nome dela e disse que ficava reservado por 4/5h, tempo suficiente pra voltar.

Só que meu tour atrasou. Eu fiquei sondando o cara que me buscou na agência e com a outra responsável por colocar as pessoas nos ônibus. O ônibus que eu ia estava marcado para sair às 14h40 (eu já tinha perdido a ida pra Qorikancha quando comprei o tour, iria direto do centro para Sacsayhuaman) e fiquei apurrinhando eles desde 14h20 dizendo que tinha que ir ao hostel rápido.

O tempo foi passando e percebi que os caras das agências iam colocando as pessoas nos ônibus que passavam perguntando “tem vaga pra X pessoas?!”. Ai fiquei enchendo o saco falando “vai dar tempo, se vocês tivessem deixado eu ir antes, já teria voltado” e tudo mais para convencê-los. Até que uma hora eles disseram “vai, você tem 15min”. Eram 15h já.

Botei a altitude de lado e saí correndo pelas ruas de Cusco, subi a escadaria que é a rua do Loki e cheguei na agência em 10min! Ufaa!! Coração na boca, bebi a água e fechei o tour pra Machu Picchu. Ela disse que deixaria as instruções sobre o guia e a passagem de trem na recepção do meu hostel. Ufaa, deu tudo certo.

 

Voltei correndo para o local onde saia o ônibus atrás da Plaza de Armas e assim que cheguei às 15h20, fui colocado no primeiro ônibus que ia para o City Tour. Nunca corri tanto na vida, se estivesse mal como no primeiro dia em Atacama, eu tava ferrado!

 

Chegando em Sacsayhuaman, o nosso guia explicou sobre o local e nos deu um tempo para visitarmos o local. Apesar de estar lotado de turistas, como eu estava sozinho, tirava foto e andava livremente. Você consegue ver a cidade de Cusco lá de cima.

 

Depois seguimos para Qenqo onde tivemos mais uma rodada de explicação e fotos. Como saímos tarde, em Pukapukara a explicação foi dentro do ônibus e as fotos do lado do ônibus. Não chegamos a entrar no local, o que deixou um pessoal revoltado. Mas o mesmo pessoal que reclamou foi justamente o povo que se atrasou por volta de 15/20min no retorno ao ônibus em Sacsayhuaman porque não seguiu as orientações do guia de voltar no horário combinado.

 

Seguimos de ônibus para Tambomachay. O guia avisou da altitude (quase 4.000m - ::ahhhh::::lol3:: que alto) e um pessoal não foi por estar com mal de altitude. Eu estava aclimatado fui na frente com um pessoal. O esquema mudou aqui, primeiro tirava fotos e depois a explicação.

 

Basicamente, os lugares têm significados diferentes. Sacsayhuaman é o local onde tinha agricultura, onde o povo morava e tinham as torres de vigilância. Qenqo era o local dos sacrifícios e mais religioso. Pukapukara era a região administrativa dos Inkas e Tambomachay era o local de hospedagem dos visitantes e andarilhos. Eu gostei mais de Sacsayhuaman e não me importei muito de não entrar Pukapukara (que parece não ser nada demais de fora).

 

Retornando à cidade, paramos numa fábrica em que aprendemos a reconhecer o verdadeiro casaco de alpaca e os sintéticos. Eu queria ter comprado souvenirs e um casaco de baby alpaca achei bem bonito nessa loja (230 soles), mas não levei dinheiro nem o cartão para souvernirs. Vão preparados para não se arrependerem como eu. Há coisas bacanas nessa fábrica com preços melhores do que na cidade.

 

Na volta ao hostel, a recepção me entregou uma carta da moça da agência. Era uma carta com instruções e a passagem de trem na recepção. Não sai essa noite porque a van para Águas Calientes passaria às 8h, então fui dormir cedo.

 

Dia 14: a van chegou cedo com uma mulher estressada que apressou o meu checkout. Eu estava pagando o hostel e ela estava pouco se importando pra isso. Quando fui deixar a mochila no quartinho de bagagem do hostel e voltei à recepção, ela tinha sumido. Um casal brasileiro disse que ela tinha ido ao banheiro... Grrrr

 

Ainda bem que ela desceu num posto de gasolina no caminho e seguimos na estrada sem ela. Paramos na estrada para ida ao banheiro e depois em Ollantaytambo pra pegar o último rapaz do nosso grupo.

 

Pra quem pergunta se enjoa, o caminho é o mesmo do Valle Sagrado, cheio de curvas, só que você vai por mais algum tempo depois do Valle Sagrado. Há diversos trechos de mão dupla a beira do precipício que só passa um veículo, mas eles estão acostumados. Depois da 10ª curva você se acostuma. Não achei o caminho aterrorizante ou com curvas demais como diziam os relatos, o medo vinha só quando o cara acelerava pra ultrapassar outro veículo, mas isso porque ele dirigia mal mesmo (parecia boliviano que são, de longe, os piores motoristas do mundo).

 

Paramos para almoçar em um povoado onde tinha uma sopa e um prato principal de frango ou carne (10 soles). Dali andamos um pouco mais na van e chegamos na hidroelétrica por volta das 14h.

 

Duas brasileiras foram enganadas, compraram o tour achando que a van deixaria em Águas Calientes e não sabiam que era o Machu Picchu by Car (o tour delas ainda tinha uma volta de van mega cedo da hidrelétrica). Ou seja, não devem ter subido nenhum das trilhas de Machu Picchu e ainda tiveram que fazer a trilha sem estarem preparadas.

 

Bem, eu e um canadense que compramos sabendo da trilha, fizemos a trilha da hidroelétrica pela trilha do trem até Águas Calientes e fizemos em 2h20.

 

Chegamos em Águas Calientes pouco antes das 17h e cada um foi pro seu hostel. Eu fiquei no Supertramp Hostel. O hostel é bom, diversos banheiros e o quarto coletivo possui diversas camas. O meu quarto ficava com a janela virada para a rua. De noite um pessoal ficou conversando e incomodava um pouco, mas em Águas Calientes não dá pra fugir muito, pois todas as hospedagens são assim. Falta de sorte mesmo.

 

Tomei um banho, preparei a mochila e as roupas pro dia seguinte e fui comer num restaurante ao lado do hostel. Paguei 17 soles por um prato que você servia o quanto quisesse e pedia 1/8, 1/4 ou 1/2 de frango (o preço varia do tamanho de frango - pedi 1/4). Fica exatamente ao lado do hostel e a comida é boa. Quase metade do preço dos outros restaurantes de Águas Calientes, que são muito mais caros que Cusco. Em Cusco a média das refeições é de 12 Soles, em Águas Calientes é de 30 Soles.

 

Vi o jogo da seleção brasileira e fui para o hostel esperar o guia. Ele iria ao meu hostel às 19h30 para explicar tudo. Dito e feito! Ele disse que os grupos sairiam às 7h e às 11h30 na entrada do parque de Machu Picchu. O guia recomendou que eu pegasse o ônibus das 5h30, subisse a Machu Picchu Montaña e depois o encontrasse às 11h30 na entrada do parque.

 

Dia 15: Fui dormir e acordei com barulho como se alguém estivesse passando mal e vomitando no quarto. Aquele barulho de água caindo no chão (ecaaa). Era tão alto que todo mundo no quarto (que era bem grande) acordou e ficou se entreolhando procurando quem tava passando mal. Eu tava na beliche de cima e fiquei desconfiando do cara debaixo de mim que estava gemendo dormindo (passando mal talvez), mas quando levantei mais tarde tomando cuidado pra não pisar em nada nojento, vi que não tinha nada no chão, nem tinham sujado meu chinelo. Ufaaa

 

Tomei banho, me arrumei e fui tomar café da manhã que tava incluído no preço do hostel. É servido a partir das 4h30 da manhã. O cara do hostel faz ovos mexidos se você quiser, gostei dessa mordomia. Acabei saindo um pouco mais tarde que o guia tinha sugerido (5h20). Fui andando até o ponto que já tinha uma fila enorme. Comprei os bilhetes de ida e volta no guichê e fui pra fila. Embarquei por volta das 6h e cheguei em Machu Picchu por volta de 6h40.

Entrei, tirei a foto clássica e fui para a subida da Montaña, que estava fechada ainda (abre às 7h).

 

Quando abriu, fui o terceiro a entrar. Fui subindo, subindo e subindo. Parei em alguns miradores fantásticos, mas depois de 1h ficou muito pesado pra mim. Andei mais 20 a 30 minutos e, mesmo sabendo que devia ter pela frente algo tipo 30 minutos, senti o joelho estalar. Era só escada, haja degraus. Respeitei os limites do meu corpo e decidi descer, o que demorou entre 45min e 1h.

 

Fiquei chateado de não terminar a trilha e ser tão cedo ainda (pouco mais de 9h). Vi uma trilha para esquerda na saída da Montaña e como meu guia indicou que não visitaríamos aquele local e era mais plano, decidi pegar aquele caminho. Era a trilha para a Puerta del Sol.

 

Completei em uns 50min e fiquei lá em cima admirando a vista. Era a antiga entrada de Machu Picchu quando os inkas vinham de Ollantaytambo. Muita gente não vai lá, mas eu recomendo.

Voltei para a entrada e cheguei lá pouco antes das 11h. O ponto de encontro ficava fora de Machu Picchu, mas você pode sair e entrar três vezes no parque (é o único local que tem banheiro no parque).

 

Encontrei o guia e depois de reunir todo mundo, desbravamos Machu Picchu com a explicação dele. O tour guiado demorou umas 3h. Eu estava com a perna pesada de tanto andar e o joelho ainda dolorido, mas acompanhei o tour e não me arrependi de ter contratado. Valeu muito a pena! O guia mostra toda história de Machu Picchu e cada ponto. É um programa turistão, mas quem quiser conhecer Machu Picchu sem as montanhas, vale a pena também!

 

Esperei mais de 1h30 para pegar o ônibus de volta devido à fila enorme. De qualquer forma, o meu trem sairia somente às 21h e a trilha para descer andando demoraria o mesmo tempo que fiquei na fila, só que a descida forçaria mais ainda o joelho e as pernas estavam estouradas.

 

Desci no centro da cidade e busquei um local com ceviche. Grande erro meu! Aprendi que ceviche só se come próximo ao mar porque o peixe tem que estar fresco. O que comi era mais peixe com muito limão. Não estava tão ruim, mas não era ceviche.

 

Cheguei ao hostel por volta das 17h, tomei banho, adormeci um pouco nas almofadas do hostel, comi uma pizza que o hostel vendia e peguei minhas coisas pra pegar o trem de volta à Cusco. A viagem de trem foi muito rápida de Águas Calientes a Ollantaytambo. Na saída da estação tinha um cara gritando meu nome e com uma plaquinha com meu nome. É uma confusão porque todo mundo está na mesma situação que você, procurando sua van. Ele nos levou rápido de volta à Cusco e me deixou na entrada do Loki aproximadamente meia noite. Nota 1000 para a agência!

 

Dia 16: dormi bem nessa noite, ainda mais depois de ter andado tanto. Acordei, arrumei minhas coisas, fiz check out e fui para o Pariwana (queria conhecer os três party hostels – Wild Rover, Loki e Pariwana). Depois do check in no Pariwana, fui para a Plaza de Armas fechar Maras e Moray e o Valle Sagrado com a mesma agência que tinha feito o City Tour. Mais uma vez o preço era menor (um era menor e o outro igual) que o oferecido pelas outras agências e pelos hostels. Acabei fechando Maras e Moray nesse dia e Valle Sagrado no dia seguinte porque domingo é o dia da feira de produtos em Maras.

 

O passeio para Maras e Moray saia pela manhã e também incluía Chinchero.

Primeiro fomos à Chinchero para conhecer umas mulheres que fazem artesanato, roupas e tecido. Legalzinho de ser ver, mas você percebe que elas explicam rápido e fazem toda a encenação porque querem vender o que produzem.

 

Depois disso conhecemos Moray, que lembra o filme Sinais com seus campos em diversos níveis. Depois foi a vez de Maras.

 

Voltamos à Cusco e chegamos por volta das 14h. Almocei num restaurante na praça em que nos deixaram (12 soles) e depois fui ao Loki para ver se encontrava meu cachecol que perdi quando voltei de Machu Picchu. Não consegui encontrá-lo no Loki, minha cama já tinha sido arrumada e ninguém o viu. Fazer o que?! Acabei indo para o bar do Loki comprar umas camisas de rugby e encontrei um brasileiro que conheci lá. Ele estava com outros brasileiros e acabamos passando a tarde conversando e bebendo. Voltei ao meu hostel para deixar as camisas que comprei, me arrumei e conheci um pessoal no Pariwana.

 

Tanto o pessoal do Loki, quanto o pessoal do Pariwana, iam para o Wild Rover Cusco que fica a uma quadra do Pariwana, então acabei me arrumando e encontrando o pessoal do Loki e do Pariwana lá. Quase tão animado quanto o Wild Rover La Paz, ficamos lá um tempo e fomos para o Mama Africa, que estava mais ou menos. Fomos para o Roswell que tava caído e acabamos indo pro The Temple que estava cheio e com uma festa animal!

 

Dia 17: Acordei meio atrasado (e de ressaca) para o tour do Valle Sagrado, passei no bar do Pariwana para tomar café da manhã e corri para a Plaza de Armas que ficava a uma quadra dali. Tinha que chegar na porta da agência às 8h, mas cheguei às 8h20. Não encontrei o cara que tinha que me buscar e a agência estava fechada, mas aquilo é Cusco.

 

O dono da agência quando passou de carro e me viu na porta naquele horário, mandou o filho esperar ali na porta da agência comigo e foi estacionar o carro. Nesse meio tempo, ligou para o guia me buscar. Ele voltou, conversou comigo perguntando o que tinha achado dos passeios anteriores e me levou até o local onde pegaria o ônibus para o passeio.

 

Dei a sorte de me colocarem no ônibus do mesmo guia do City Tour, que explicava tudo muito bem e prendia sua atenção. Digo me colocarem porque, como vocês devem ter reparado, eles te colocam em qualquer ônibus. A maior prova disso é que no ônibus o guia pediu para colocarmos os nossos nomes e os nomes das agências que tínhamos comprado numa lista para poder cobrar das agências no final do dia.

 

O passeio do Valle Sagrado passa por Pisaq, Chinchero, Urubamba e Ollantaytambo. Eu achei o passeio ok! Nada demais depois de conhecer Machu Picchu e todos os passeios anteriores. Gostei muito mais do City Tour.

 

Pisaq é uma vila em ruínas com pouco para ser visto. Em Urubamba tivemos uma parada para um almoço mais ou menos que estava incluído no preço do passeio. Ollantaytambo era mais interessante, mas não tanto assim. Ventava muito e não quis subir aqueles degraus todos que estavam "engarrafados de gente". Fiquei contente em subir um nível de escadas e ficar andando livremente "no térreo" de Ollanta e olhando para a montanha em frente que parece ter o rosto de uma pessoa (dizem ser um Deus). Na volta passamos por Chinchero (que eu conheci no City Tour). Eu fiquei fora daquele teatrinho todo e aguardei meio fora do grupo. Dormi cedo, pois meu voo sairia às 5h20 da manhã.

 

Dia 18 - Volta ao Brasil. Acordei poucas horas depois de ter dormido e fiz o checkout. Peguei o taxi que o pessoal do Pariwana agendou. O hostel é muito bacana, o quarto tinha um banheiro interno e era espaçoso. O café da manhã era pago a parte, mas era muito completo. Vale a pena e não fica em uma ladeira como o Loki.

Eu voltaria para o Loki pela minha experiência lá e porque a estrutura era boa também, só perde na localização por ser em uma ladeira.

 

Bem, peguei o voo de volta, fiz uma conexão mega rápida em Lima. Pensei que fosse perder o voo pela fila da imigração, mas deu tudo certo. Em São Paulo foi uma escala um curta também e de volta ao Rio.

 

Bem, é isso. Sobre fotos....

 

No mesmo dia que cheguei ao Brasil tentei descarregar as fotos que estavam todas em um único cartão de memória com 32gb. Deu erro enquanto copiava e todas as fotos e vídeos do cartão de memória sumiram.

 

Fiquei somente com algumas fotos de Santiago que foram copiadas antes de dar erro e as fotos que eu tinha tirado no celular e o pessoal que fez tours comigo no Atacama e no Salar de Uyuni me enviou.

 

Estou até hoje tentando recuperar com algum profissional da área, mas não consigo achar especialistas. Principalmente Machu Picchu que não tenho nenhuma foto boa e estava completamente sozinho.

 

O único que encontrei aqui no Rio de Janeiro queria me cobrar R$5.000,00 para recuperar tudo. Na hora disse que não (mais fácil fazer uma nova viagem) e o preço caiu como passe de mágica para R$1.000,00 em menos de 3 horas. Não prossegui pela falta de profissionalismo mesmo abaixando um pouco mais o preço.

Se um dia eu conseguir recuperar as fotos, coloco mais algumas aqui, mas vale o que ficou na memória.

 

Vale muito a pena fazer essa viagem, recomendo muito. Qualquer dúvida, podem falar que tento lembrar! Boa viagem a todos!

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