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Chile: do deserto à Patagonia em 21 dias (Relato finalizado)


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Pessoal, começarei fazer o relato sobre a minha viagem ao Chile, nos moldes do meu Blog, como matérias sobre os lugares e informação para quem está pensando em passar pelo mesmo roteiro. Peço muita paciência a todos, pois farei com o máximo de detalhes sobre as cidades, passeios, modos de locomoção, flight test da Pluna e Lan e Bus Test da Jac, assim posso demorar um pouco para completar o relato...

 

O roteiro consistiu em:

 

Santiago – 2 dias

Sewell – 1 dia

San Pedro de Atacama – 5 dias

Salar de Uyuni – 4 dias

Puerto Varas – 3 dias

Pucon – 4 dias

Locomoção – 2 dias

 

Agradeço a todos aqui no fórum pelas dicas, mp e relatos, muito do que escreverei é fruto da ajuda de muita gente aqui!

 

Aos que quiserem acompanhar o tópico clique aqui.

 

Abraço,

 

FH

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Parte I - Flight Test Pluna

 

Hoje começo as matérias sobre a minha viagem de 21 dias pelo território chileno e tentarei seguir a ordem natural dos fatos. Este é o meu primeiro Flight Test do relato e seguirei os mesmos princípios do bus Test que fiz para a Andesmar. Geralmente, sempre viajo pela TAM, mas a oferta de US$ 220.00 mais taxas, contra os 20.000 pontos para emitir minha passagem por milhagem, falou mais alto e, mesmo nunca ter voado pela Pluna, encarei o desafio de sair de São Paulo e chegar a Santiago via Montevidéu. No ínicio parece um pouco cansativo, mas a conexão era de apenas 1 hora.

 

A Pluna, a única aérea uruguaia voa do Brasil (Sao Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis - as 2 ultimas na temporada) diariamente para Montevidéu e de lá oferece conexões imediatas para Argentina (Buenos Aires, Bariloche - na temporada - e Córdoba), Chile (Santiago), Uruguai (Punta del Este - na temporada) e Paraguai (Assunção). Possui a frota mais nova da América Latina composta de 7 jatos Bombardier CRJ-900 NextGen, com 90 assentos na configuração 2 - 2, incluindo 6 assentos diferenciados (espaço para as pernas, check-in prioritário e sem cobrança na franquia de bagagem).

 

O avião é ultra silencioso, no que se refere a jatos, isto é um bom diferencial. Viajei na 3a. fileira em um trecho e na 19a. em outro e durante o voo não escutei os barulhos da turbina. E por desempenhar boa velocidade devido a tamanho x peso, chegamos em todos os destinos 20 a 30 min. antes do previsto, pequeno detalhe que eles fazem questão de falar no speech final de voo, claro, completando o speech inicial de 0 min. de atraso, pois todos os trechos que voei saíram no horário.

 

Por ser um jato e estarmos acostumados a viajar em Boing ou AirBus, a primeira impressão parece estranha, onde tudo parece tudo muito pequeno, eu com meus 1,88m de altura tive que me abaixar para entrar e no corredor minha cabeça passava a centímetros do teto, uma cronica de uma tragédia anunciada: ficarei apertado. Engano meu, todos os assentos em couro o espaço foi bem planejado e não fiquei apertado por 2h; o vizinho da frente até pode rebaixar os 10º de inclinação que tinha a poltrona sem me incomodar.

 

Serviço de bordo é cobrado, mais uma novidade para nós brasileiros. De graça eles dão um pacotinho de amendoim, e no bolsão do assento tem o menu cobrado. Cerveja ou vinho US$ 5, refigerante US$ 3, café, chá ou água US$ 2, croissant com queijo e presunto frio e gigante US$ 6, para nós é algo diferente, mas viajando por eles vi que era algo normal. Podia pagar em real, peso chileno, peso argentino, dólar americano, euro e guarani, os comissários - 2 funcionários por voo - se encarregavam de servir e fazer a conversão se necessária.

 

Uma outra novidade é o sistema de franquia de bagagem. São permitidos 23kg em 1 peça mais 8kg em bagagem de mão. Toda peça despachada é cobrado no momento do check-in US$ 20 (exceto voos originários no Brasil porque tem regulamentação da ANAC), ganha-se 50% de desconto na primeira peça caso você faça o check-in pela internet, disponível de 32 a 3 horas antes do voo. Quilo adicional aos 20kg despachados cobra-se US$ 4.00/kg extra.

 

O jato nao oferece nenhum recurso audio-visual para entreter a viagem, mas vale lembrar que seu mp3 player, iPod, iPhone são muito válidos nessa hora, por mais que seja rápida a viagem.

A conexão em Montevidéu foi praticamente imediata, se você quiser passar no duty free uruguaio tenha em mente o que você quer, pois assim que botei o pé na sala de embarque, em 25 min. já estavam fazendo a primeira chamada para o meu próximo trecho. Então, sejam rápidos no trajeto avião - sala de embarque - banheiro - dutyfree.

 

Para uma opção barata, a Pluna me surpreendeu com um excelente serviço, funcionários bem simpáticos e, principalmente, com a pontualidade de saída e chegada no destino.

 

FOTOS: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/1FlyTestPluna?feat=directlink

 

SERVIÇO:

Pluna: http://www.flypluna.com

 

FLIGHT TEST:

Aérea: Pluna

Rota: São Paulo - Santiago (conexão em Montevidéu)

Horário: 15h

Data: 30/05/2009

Classe: Economica

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Visitar Sewell é passar um dia inteiro na década de 40 ou 50, é vivenciar a história de um povo que viveu durante anos limitado aos 4 cantos à Cordilheira dos Andes. Como já relatei neste post-preview, depois de ver a reportagem do Fantástico, incluí conhecer este lugar ímpar nestas férias. Comecei a procurar tudo pela internet e descobri a única agência que faz o passeio à cidade, pois a CODELCO (Companhia Del Cobre), estatal chilena, controla toda área e autorizou somente uma agência de turismo explorar com tours. Logo, caso você queira ir por conta, repense, ou terá que voltar assim que chegar à entrada da empresa.

 

A VTS disponibiliza os passeios somente aos sábados, domingos e feriados em 2 tipos: Sewell ou Sewell + Mina El Teniente. Com saídas de Santiago (9h do Shopping Parque Arauco e 9h15 do Hotel Astúrias na providencia a 1 quadra do metro) ou Rancágua (10h30) resolvi ir no tour somente de Sewell, pois cumpriria meu objetivo de passar o dia nesta, hoje, cidade-fantasma, assim fiz todo contato por mail e foram muito receptivos; efetutei toda reserva e no dia foi só esperar o mini-bus. O outro tour, você visita Sewell rapidamente e depois entra no interior da 2ª. maior mina do Chile em extração de minérios, em pleno funcionamento. O caminho até a entrada da CODELCO é uma paisagem sem igual. Você ruma ao sul pela Panamericana e do seu lado esquerdo a Cordilheira dos Andes com seus picos de 4000, 5000msnm e, do lado direito a Cordilheira Domeyco, bem mais baixa, a qual separa o interior do país do Oceano Pacífico. Um ponto interessante neste trecho é que passamos no ponto mais estreito entre as 2 cordilheiras, no limite da Región Metropolitana (nosso DF) com a VI Región, onde Rancágua é a capital (región é como se fosse o Estado no Brasil).

 

Chegando à sede da CODELCO o grupo se separa, quem vai também visitar a mina entra para pegar os equipamentos de segurança obrigatórios e, quem vai somente a Sewell troca de mini-ônibus e conhece o guia que fará a visita: o Sr. Carlos, que trabalhou muitos anos na mina, até se aposentar, e nasceu e viveu até os 22 anos em Sewell, hoje se dedica ao trabalho de guia mostrando aquela, que para ele, foi sua cidade por muito tempo. Estar com este guia foi reviver estar ali, para cada ângulo que você olhava, vinha à mente imagens com as estórias que ele contava durante nossa caminhada. “Eu vivia ali”, “minha escola era aqui, dos filhos dos engenheiros ali”, “na saída da escola saíamos por este caminho e brincávamos perto daquele poste”, estas eram frases que narravam toda viagem no tempo que estávamos fazendo naquele momento.

 

Saímos dali e fomos subindo a Cordilheira rumo a Sewell, utilizamos a mesma estrada que os caminhões (centenas) passam com a extração de minério da mina El Teniente, a 2ª. em quantidade produtiva do Chile, são 140.000 ton/dia onde somente 1% é cobre, o restante são outros minérios também aproveitados para venda. Esta subida avista-se toda composição da mina, extração, fundição, o despacho dos lingotes. Entrando mais na cordilheira, após uns 30 min, avistamos ao longe Sewell.

 

Final de outono, eu cheguei a Sewell já com neve, mas longe dos 4m que já existiam na época que o Carlos morava ali, realmente o clima está mudando. Em Sewell, as crianças não estudavam em todo inverno e as casas possuíam túneis para sair às escadas devido à altura da neve. Começamos nossa visita na base do acampamento, para uma explicação rápida sobre o tipo de construção e funcionalidades para época, depois a van nos deixou no alto da cidade e começamos descer as intermináveis escadarias, pois rua era algo inexistente para eles. Assim, fizemos um percurso histórico de cima para baixo.

 

Começamos ver a casa onde ficavam os engenheiros e diretores da mina, todos americanos, seus apartamentos eram privativos (com banheiro dentro e quartos separados) e no subsolo tinha até uma piscina aquecida. Lá regia um tipo de sistema de castas: engenheiros e diretores de um lado e trabalhadores da mina e funcionários da cidade de outro. Estes moraram em edifícios chamados de camarote, onde o banheiro era compartilhado e cada família dependendo do nível tinha um quarto ou quarto + cozinha. Por todo lugar que olhamos podemos perceber a forte influencia americana, inclusive no cinema/teatro da cidade, os filmes estreavam em Sewell primeiro que Santiago, pois os americanos recebiam os rolos primeiro. Também, a idéia de pintar a cidade toda de verde era dos americanos, pois diziam que, devido a altitude e a cordilheira, faltava o verde da flora.

 

Sewell teve moradores que nasceram e morreram ali sem saber o que era uma cidade de verdade, a chegada do trem 1x por semana ou a cada 15 dias era uma festa para toda comunidade, pois chegavam novas pessoas e mantimentos que abasteciam as lojas e mercados que ficavam na base da cidade, ali era o centro. Segundo o Carlos, tinha tudo: salões de beleza, mercado, farmácia, lojas de roupa, bares...

 

Tudo está muito bem conservado, os prédios, escadarias, sistema de contenção de neve, hospital, escola, pois a UNESCO fiscaliza e pede que por ser um patrimônio da humanidade seja em toda sua parte restaurada. Assim, vemos a primeira pista de boliche do Chile que, sim, foi em Sewell e está totalmente restaurada, com fotos dos torneios da época e a placa de quando foi inaugurada. Conta o Carlos que eles poderiam jogar desde que os engenheiros ou superiores não a utilizassem.

 

O hospital hoje desativado, continua do mesmo jeito com seus leitos e salas de consulta. No Térreo ainda funciona o refeitório que, hoje, serve o almoço aos trabalhadores da mina e aos turistas no fim de semana. Descendo mais um nível, encontramos a igreja (católica) toda restaurada onde ao lado do altar, turistas deixam mensagens de agradecimento por ter conhecido um lugar tão especial. Um nível mais baixo nós chegamos à escola onde hoje é o museu. As salas de aulas e os salões foram transformados em um filme, onde você conhece todo funcionamento da mina El Teniente desde sua abertura, conhecendo como se extrai o cobre e como essa extração foi se modernizando, pois bonecos com roupas da época contam a história. Do mesmo modo, conhecemos uma típica casa dos americanos e dos trabalhadores, vemos utensílios, fogões, roupas, cartas, fotos e cadernos. Nas paredes, muitas fotos ampliadas retratando a época e percorrendo com o Carlos tudo isto, você via em sua feição a alegria, de estar mostrando tudo aos visitantes, e as saudades do tempo que ele subia e descia aquelas intermináveis escadas.

 

Sewell sobrevive hoje disto: souvenires do museu, os visitantes que chegam pela VTS. Por isso faço questão de divulgar e difundir este passeio para quem visita o Chile e tem tempo no fim de semana. Foram 5h30 percorrendo uma cidade onde a história ainda permanece viva.

 

Mais fotos: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/2SewellElTeniente#

 

SERVIÇO:

 

SEWELL

http://www.sewell.cl/

 

VTS

http://www.vts.cl/

Tour Sewell - $18.000

Tour Sewell + Mina El Teniente - $23.000

Almoço opcional no refeitório da cidade - $ 3.500

(preços em pesos chilenos)

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Desde a primeira vez que estive em Santiago, em novembro de 2008, estou devendo uma matéria sobre a cidade e, um guia rápido do lugar para onde os brasileiros mais viajam na América do Sul depois de Buenos Aires. Agora, com esta passagem pela capital chilena, pago minha dívida com esta rota.

 

Dois dias e meio são suficientes para conhecer esta sensacional cidade com calma, com direito a uma visita na Concha y Toro a qual vou relatar amanhã. Inclua um terceiro dia para Viña del Mar e Valparaiso e outros dias, caso queira conhecer Sewell, Valle Nevado, visitas na Cousiño Macul e/ou Santa Carolina, viagem a Cajón del Maipo ou fazer algum tour para ver a produção de vinho na VI Região, vizinha a Santiago. O básico e essencial, da capital chilena, estarão aqui.

 

Aeroporto: É distante do centro e muito organizado. Lembre-se que o Chile não tolera qualquer entrada de alimentos perecíveis, desta forma, jogue fora antes de passar pela alfândega, com pena de multas se eles encontrarem algo. Para sair temos 3 alternativas:

1. Ônibus: saem de 20 em 20 minutos e custam em media $ 1500. Param na estação de metrô Parajitos e dali você tem todo Santiago pelas linhas de metrô.

2. Van Compartida: utilizei e recomendo. Por $ 5700 a van da TurBus te deixa no local que você indicar, este preço é ficar no bairro da providencia; se não em engano, $ 5200 para o centro e $6200 para Las Condes. Antes da saída do portão internacional procure o balcão da TurBus e boa viagem! E na volta, quando você for embora, só ligar ou mandar e-mail para eles que o preço sai o mesmo.

3. Taxis: sempre pegue taxis credenciados. Saindo do portão internacional você será assediado como se fosse uma estrela de Hollywood. Lembre-se de ir a um balcão credenciado para pegar o taxi. Media de preço: $18000 até a Providência.

 

Dinheiro: o peso chileno é algo complicado nada divisível por 10, 100 ou 1000 e sua cabeça demorará umas horas para acostumar a diferenciar o barato do caro. Um cálculo médio para se chegar em real é dividir por 1000 e multiplicar por 4. Não estranhe se sua mente pirar quando você chegar, e pedir uma água, e a atendente responder que custa $ 450. Ora, é simples. $450 = ~ R$ 2,00. Fuja da AFEX, a única agencia de cambio em todo aeroporto. Ali ela cobra taxa para troca de moeda e tem uma terrível cotação para o dólar e euro , pior ainda para o real. Como você não sobrevive no Chile sem peso chileno, troque o necessário para a locomoção e uma alimentação. As melhores casas de cambio estão no Paseo Ahumada no centro, lugar que fatalmente você passará no seu city tour.

 

Metro: use e abuse das linhas de metro. Te levam para todos os lugares que você precisa, são seguras e o bilhete é barato. Tem 3 faixas de horários, todas com seus preços, mas no horário de rush o bilhete não passa de $500 (~ R$ 2,00). Se preferir, compre um cartão e recarregue, pois você poderá utilizar no metro e nos ônibus interligados, como o Bilhete-único em São Paulo, porém pagando sempre uma nova tarifa; o cartão traz a comodidade de não ter que toda hora entrar na fila para comprar bilhete. Algumas estações são completos centros de serviço. A estação Los Heroes/La Moneda/Baquedano são uns exemplos: tem escritórios da TurBus para você comprar passagem (e não vende só ônibus deles, há convênio de venda para outras empresas), correios, centros da Entel/Movistar/Claro, ...

 

Começando nosso passeio pela cidade, desci na estação La Moneda e fui até o Palacio de la Moneda, centro do poder executivo chileno. Arquitetura única o palácio, bem no centro da cidade, é passagem para muitos executivos ou trabalhadores que perto dali fazem suas horas de trabalho. Em frente tem um museo que conta toda a história da colonização chilena e nos dias ímpares as 10am tem a troca da guarda presidencial, evento fotografado e filmado por muitos. Seguindo à direita, estamos no Paseo Ahumada, um mega calçadão com várias lojas (muitas da Falabella, a gigante do varejo chileno) e muitas casas de cambio com as melhores cotações de Santiago; se tiver que trocar dinheiro, troque ali. As casas têm letreiros luminosos na porta, assim dá pra fazer uma pesquisa de todas as cotações. Ali, não deixe de entrar em um dos bares ‘Café com Piernas’ para tomar um Capuccino Vanilla ou um Café. Não pense errado! Ali são bares antiguíssimos (Café Haiti e Café Caribe) sem maldade alguma, freqüentado por pessoas comuns e executivos para uma pausa diária, ou um café antes de trabalhar. As atendentes servem café com um micro vestido de lycra, ai está a origem do nome e podemos dizer que é uma válvula de escape do conservadorismo chileno.

 

Seguindo este calçadão chegamos à Plaza de Armas, considerado o marco da fundação de Santiago e onde estão a Catedral Metropolitana e os Correios. Antigamente ali era onde ficava a forca na época da colônia, onde os espanhóis mostravam o poder da justiça e com o passar dos séculos foi se transformando na praça onde foram erguidos os edifícios administrativos da província, hoje, Santiago.

 

Continuando reto, o calçadão muda de nome para Paseo Puente, mas nem notamos. No final chegamos ao Mercado Municipal, famoso pelos frutos do mar frescos à venda. Lembre-se que o Chile está no Pacífico, onde temos as melhores qualidades de frutos do mar. Se for hora do almoço, não deixe de experimentar o Côngrio no restaurante Donde Augusto, este tão antigo quanto meu avô. Atravessando o mercado por dentro, chegamos a um ponto com atrações culturais e populares: à direita a Bienal de Artes e à frente o mercado popular da ‘Puente Cal y Canto’. O primeiro quando fui estava acontecendo a feira do livro e o outro mercado vendia de tudo um pouco, como se fosse uma feira misturado com camelô; ali comprei umas frutas desidratadas que eu gosto muito.

 

Próxima parada são os ‘cerros’ (morros, montanhas) que estão dentro de Santiago e são 2 principais: Santa Lucía e San Cristóbal.

 

O cerro Santa Lucía fica bem próximo a estação homônima e é o cerro dos namorados. Digo isso porque o que você mais vê são casais nos mais generosos ‘amassos’ em vários espaços. Mas o clima é, digamos, romântico. Seu diferencial está no conteúdo, pois este não é apenas um mirante disfarçado de cerro - sem querer desmerecer nenhum mirante, afinal muitas vistas valem mais do que qualquer outra atração. O negócio é que no Cerro Santa Lucia se tem belas vistas e de quebra muitas atrações, como uma imensa e bonita fonte que serve como coleta de fundos para uma ONG. Há ainda diversas histórias contadas através das estátuas e bustos espalhados pelo local, uma elevação rochosa de cor amarelo avermelhada com vegetação local típica. No outono, fica ainda mais exuberante com as folhas amarelas caindo. Fiquei horas sentado nos bancos descansando, pensando e refletindo; o lugar é calmo o extremo e merece essa pausa.

 

O segundo cerro é o parque metropolitano gigantesco, pois tem piscinas publicas, bosque, pistas de esportes, zoológico e claro, lá em cima um enorme mirante com a estátua da padroeira de Santiago (Imaculada Conceição) e Santiago a seus pés. Tem 2 maneiras de subir, por teleférico ou funicular. Eu recomendo subir por um e descer por outro, assim se contempla duas vistas deste enorme parque. Sempre verifique no site antes o horário de funcionamento, mas digo de antemão que o teleférico tem uma vista maravilhosa. Lá no alto tem um anfiteatro e uma igreja feita de pedras e também, com muita sorte de um dia claro sem poluição, a cordilheira faz às vezes de parede da cidade. Lembre-se que a entrada do funicular e do teleférico são diferentes. Para completar, às portas do parque está uma das casas de Pablo Neruda, a La Chascona. Vale a visita, menos de segunda quando está fechada.

 

O melhor shopping da cidade é o Parque Arauco, próximo a estação de metro Escuela Militar (de lá 15 minutos caminhando ou uns 5 pontos de ônibus). É um pouco diferente dos shoppings aqui, não sei descrever, mas há algo diferente. Sobre a arquitetura, o Parque Arauco tem um enorme boulevard e muitas lojas, alguma coisa barata, mas a pechincha fica nas lojas ali do Paseo Ahumada, no centro. Àqueles que tem crianças, cuidado: em Santiago tem lojas da Fisher Price, e são uma tentação; eu, infelizmente, não pude trazer nada para minha afilhada, pois estava no início da minha viagem.

 

Quer agitar? Bairro Bellavista. Restaurantes, danceterias e bares a seu dispor, por ironia do destino, a Calle Brasil tem muitas opções.

 

Santiago é a mistura do novo e do antigo, é a organização em forma de cidade, é a funcionalidade das ruas e metro, é a cordialidade dos santiguinos.

 

Mais fotos: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/3Santiago#

 

SERVIÇO:

 

Turbus: http://www.turbus.com

Parque Metropolitano: http://www.parquemet.cl/ e http://www.funicular.cl/

Metro: http://www.metrosantiago.cl/

 

Abraço!

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Muitos vão ao Chile a procura de neve e vinho, claro. O país mais estreito das Américas é o terceiro maior exportador de vinhos do mundo e especialista na fabricação com uvas cabernet sauvignon. Nos arredores de Santiago temos 3 viñas – Concha y Toro, Santa Carolina e Cousiño Macul - que podemos visitar e, principalmente, ir por nossa própria conta, economizando os famigerados preços cobrados pelas agencias de turismo. Cabe ressaltar que estas viñas não mostram ao vivo a produção do vinho, se você está querendo este tipo de tour, terá que ai sim desembolsar alguns dinheiros.

 

Aproveitei minha visita à cidade para conhecer a Concha y Toro, uma das minhas viñas prediletas. Ela fica em Pirque, comuna bem próxima a Santiago, fácil de chegar de metro (estação Las Mercedes) e um ônibus (saia pelo lado direito e no ponto do Mc Donalds pergunte pelo mini-bus que passa em frente a Concha y Toro). O Wine Tour custa $ 7000, dura cerca de 1h30 e a viña pede reserva por mail, principalmente se você vai na alta temporada (jul-agosto / dez-fev).

 

A originária fazenda do Don Melchor de Concha y Toro, fundador da viña, permanece intacta, com seu casarão, adegas e ao fundo o primeiro vinhedo. O lugar é exuberante, um verde incrível que faz contraste com as formas e arquitetura do séc XIX. Começamos vendo um vídeo falando sobre o Sr. Melchor e seu império de vinhos e depois saímos percorrendo toda fazenda, inclusive o antigo casarão, que hoje é o escritório.

 

Passamos pelo vinhedo e o guia explica como são plantadas as uvas, como é a colheita, como é a disseminação de pragas, quais são os períodos de plantio e qual a função da cordilheira para o vinhedo. Tudo isso acompanhado de um bom vinho...

 

Entramos na adega e conhecemos os barris que fermentam a bebida, e sim, são de verdade, tem vinho fermentando lá dentro. Descendo mais um nível, conhecemos onde foi criada a lenda do Casillero del Diablo e o guia apaga as luzes e faz um suspense quando começa a lenda ser contada por altos falantes. Conta a lenda, muito interessante por sinal, que quando o Don Melchor produzia os vinhos que levavam seu nome (e que até hoje são o xodó de lá), começou a notar que, de tempos em tempos eles iam sumindo, sem deixar suspeitas. Foi então que decidiu plantar uma notícia entre seus funcionários que lá embaixo havia um diabo, que guardava as garrafas. Desde então as garrafas pararam de sumir e um dos vinhos mais conhecidos do mundo estava prestes a existir.

 

Passado a pirotecnia de mostrar o tal diabo, chegamos a loja. Cuidado! Esconda seu cartão de crédito. Além dos vinhos, a preços baratíssimos, a loja é bem completa no quesito acessórios. Não deixe de comprar um legítimo Don Melchor Cabernet Sauvignon, na minha opinião, um dos melhores vinhos que tomei. Ao lado da loja temos o Wine Bar, onde você poderá degustar qualquer vinho acompanhado de um bom queijo. Minha dica, além do Don Melchor, é o Marques de Casa Concha - Cabernet Sauvignon, meu segundo preferido desta viña.

 

Se esquecer de comprar algum vinho, não se preocupe, pois o supermercado será seu melhor amigo com preços semelhantes à loja da viña.

 

Aproveite a visita e boa degustação!

 

SERVIÇO:

Concha y Toro

Virginia Subercaseaux, 210 - Pirque

Santiago, Chile

Fone: (56-2) 476 52 69

http://www.conchaytoro.cl

 

Mais Fotos: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/4ConchaYToro?feat=directlink

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San Pedro de Atacama é tudo aquilo que você nunca imaginou. É o lugar inóspito com altas altitudes, frio e uma umidade que dificilmente passa dos 25%. É o lugar onde nas ruas só vemos turistas de diversas partes do mundo e o vulcão Licancabur é parte de uma paisagem constante.

 

Estar em San Pedro é estar no deserto mais seco do mundo, e confirmar aquele estudo sobre desertos que caiu na prova da 5ª. série. A amplitude térmica é impressionante, no inverno, 3 da tarde está 18ºC e às 9 da noite está 5ºC; no verão, 35 ºC às 3 da tarde e perto dos 12ºC à noite, mas como é tão seco percebemos o frio só quando bate aquele vento que corta a alma. Nunca esqueça 3 coisas: tome água, passe seu lipstick para não rachar os lábios e lembre-se que você está a mais de 2300msnm, e eventualmente pode sofrer o mal da altitude (facilmente combatido tomando chá de coca, encontrado em todos os restaurantes, bares e lanchonetes).

 

Chegar na cidade é fácil pois esta parte do Chile pertence a tríplice fronteira: Chile, Argentina e Bolívia. Para quem está na Argentina, ônibus fazem o trajeto a partir de Salta. Quem está na Bolívia, a fronteira é o fim da estrada que vem da cidade de Uyuni e quem está no Chile, tem a opção do ônibus, TurBus, 23hs de viagem a partir da capital, Santiago, ou avião, a partir do aeroporto de Calama e distante apenas 1h de San Pedro. Eu cheguei optei pelo avião e publicarei no Flight Test da Lan como consegui tão baratas as passagens domésticas, no aeroporto de calama temos 2 opções para chegar em San Pedro, o Transfer Licancabur ($ 8000), que deixa você no hotel/hostel ou ônibus da Turbus ($ 2500) que te deixa no terminal rodoviário.

 

Muita gente chega e procura um hostel para ficar, eu para não depender da sorte, pesquisei muito antes. Liguei para todos os hostels do site oficial de San Pedro e fiquei no Hostal Miskanty. Dna. Gloria, dona do hostel, sempre muito bem atenciosa. Fiquei num quarto privado com banheiro dentro ($ 12500 diária). Hostel muito limpo, porém um pouco frio; um dos pontos positivos é que fica apenas 1 quarteirão e meio da Calle Caracoles, a principal de San Pedro.

 

Esta rua tem uns 5 quarteirões e nela você achará todas as agencias de turismo, restaurantes, matadores de fome, cybers, cambio, supermercados, lojas de artesanato... em resumo: tudo. Outras ruas perpendiculares também têm alguma coisa, mas não na quantidade da Caracoles. Para um planejamento de gastos, em San Pedro o minuto de ligação para o Brasil custa $350, 1,5L de água $750 (lembre-se de comprar a Next libre de sódio) e 1h de internet $800. No final da Caracoles, o calçadão a esquerda em frente a agencia Atacama Connection, leva os turistas a praça principal, com museu e a igreja históricos, esta com o teto feito de troncos de cactus. Vale ressaltar que San Pedro tem 2 caixas eletrônicos: um nesta praça principal perto da loja da Entel e outro no início da Caracoles, quase esquina do Hotel Taka-Taka. Na alta temporada (dez-fev) o caixa não vence os saques e ficam dias sem dinheiro, desta forma, utilize seu cartão ou leve dinheiro em espécie; eu utilizei o caixa eletrônico 2x e em ambas tinha dinheiro, mas nunca confie, não deve ser legal ficar sem dinheiro no meio do deserto.

 

Os passeios mais conhecidos não têm como fazer por conta, assim, por algumas dicas eu fechei todos em uma mesma agência e ganhei cerca de 20% de desconto. Cada passeio eu farei uma nova matéria, pois tem muita informação. Foram 5 no total: Valle de la Luna/de la Muerte, Geisers del Tatio, Salar de Tara, Lagunas Altiplanicas e Laguna Cejas. Tem alguns pontos na cidade que alugam bicicletas, e dá pra ir a alguns pontos próximos sem muito esforço. O Oscar vai para o tour Salar de Tara, pois é a verdadeira experiência de estar no deserto, sem orientação alguma, no meio do nada. Vale a pena e recomendo³ a todos.

 

Alguns dias acabei tomando café da manhã num restaurante chamado O2, muito bom por $1750: chá ou café, pão, manteiga, geléias e suco. Para jantar, tem vários restaurantes e o preço na média comida + bebida gira em torno de $5000, algumas casas tem menu (prato de entrada, prato principal, sobremesa e bebida) pelo mesmo preço. Jantei em alguns lugares e em breve solto meus releases gastronômicos.

As n lojas de artesanato, vale uma pesquisa! No final da Caracoles à direita tem um portão que leva a um boulevard com algumas lojas e lanchonetes, bem mais baratas. E se você ainda vai para a Bolívia, encontrará todo artesanato por 1/3 do preço.

 

Como San Pedro é uma cidade base, o agito é mais a noite, pois durante o dia todos estão fazendo algum tour. Conhecer a cidade também lega um par de horas, e você conhecerá tudo, com direito até de chegar na aduana, antes da estrada que leva a Argentina ou para a Bolívia. Mas não pense em danceterias ou bares agitados, San Pedro tudo deve fechar as 00h30, então, o melhor é confraternizar com os novos amigos num bar.

 

Coloco aqui os preços das entradas dos parques, assim todos podem se planejar, pois elas não estão incluídas no preço do passeio.

Recordo que os parques são "concessionados" à comunidade para preservação e ai eles cobram uma entrada assim que você chega para visitar. Tudo é muito organizado, com banheiros inclusive.

 

Tour Valle de la Luna + Valle de la Muerte

- Valle de la Luna $2000

- Valle de la Muerte $0

 

Tour Lagunas Altiplanicas + Salar de Atacama

- Vale de Jerez $1000

- Salar $2000

- Lagunas Altiplanicas $2000

 

Tour Termas de Puritama

- Termas $10000

 

Tour Geisers del Tatio

- Geisers $3500

 

Tour Laguna Cejas + Tebinquiche + Ojos del Salar

- Laguna Cejas $2000

 

Tour Arqueologico (da pra fazer de bike)

- Pukara de Lasana $2000

- Aldea de Tulor $2000

- Pukara de Quitor $2000

 

City Tour (por conta e a pé)

- Museo Gustavo le Paige $2500

 

A partir de hoje, bem vindo à imensidão árida do deserto altiplanico chileno!

 

SERVIÇO:

Site Oficial San Pedro de Atacama: http://www.sanpedroatacama.com/home.htm

Transfer Licancabur: http://www.sanpedroatacama.com/htransfer.htm

TurBus: http://www.turbus.com

Atacama Connection: http://www.atacamaconnection.com/

 

MAIS FOTOS: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/5SPA?feat=directlink

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Bem, como vocês já estão acostumados, sem coloco também posts de gastronomia, e lógico que nesta viagem eu fotografei e irei comentar lugares simples e requintados. Para começar, jantar nos 6 grados em San Pedro de Atacama foi uma comemoração. Comemorar a primeira noite no deserto, as novas amizades e as primeiras estórias.

 

Os 6 Grados é um restaurante lounge, um pouco pub também. Tem uma música agradável e um amiente meia luz, mesas de tronco de árvore e ambiente rústico, perfeito para reunir os amigos ou levar a gata para um jantar romântico. O cardápio é bem variado, pois serve pizzas à pratos bem elaborados e isto faz ser frequentado por todo tipo de pessoas, lê-se turistas. Este restaurante nao fica na rua principal (a Caracoles), para chegar, subindo a Caracoles, vire a esquerda da Tocopilla e depois primeira esquerda novamente na Gustavo le Plaige.

 

Muitos perguntam de preços. Eu digo que aos que moram em São Paulo, nao sentirão diferença e até terão a percepção de ser mais barato. Aos que moram em outros Estados, a reclamação que o preço está alto é constante; mas lembre-se que você está no meio do deserto numa cidade 100% turistica, logo, nao espere muitos butecos e lugares de fast food a preços módicos.

 

Ao chegar no 6 grados tivemos uma grata surpresa: o menú. Praticado por muitos restaurantes por todo território chileno, em San Pedro não sairia por menos. O Menú são opções diárias de pratos já determinados pelo restaurante e basicamente está composto de: entrada (salada ou sopa do dia), prato principal, sobremesa e uma bebida. Foi uma grata surpresa porque os itens do menu todos gostaram e pareciam muito apetitosos. Pareciam não. Eram! E tudo por $5000 (cerca de 20 reais).

 

Bem, nem quisemos ver o cardápio da casa, escolhemos o menu mesmo, que era composto de:

 

- Entrada: Tortilla de Papas (uma espécie de omelete de batatas cozidas bem picadas)

- Prato Principal: Pollo a la Cerveza

- Acompanhamento: Papas Merk

- Bebida: Pisco Sour

- Sobremesa: Bolo de pistache com sorvete de creme ao chocolate

 

Bem, preciso mesmo comentar ou já deu pra perceber que tudo estava muito bom?

 

Como todo restaurante, de cortesia um couvert de pão, molho de tomate com ají (pimenta) e não esqueça de pedir a manteiga, pois eles nao tem costume de servir junto. Depois já chegou a entrada e as tortillas estavam secas e com um bom tempero atacamenho. O prato principal e o acompanhamento vieram juntos, e decorados. Todo restaurante em San Pedro tem um pezinho na boa gastronomia e decoram os pratos. As papas Merk nada mais são que uma batata sautée com pimenta Merk, que é ligeramente forte, nada desesperador; o frango eram peitos grelhados regados na cerveja.

 

A sobremesa, bem acertada, era de raspar todo prato! Uma boa despedida desse espetacular jantar regado a pisco e boas conversas!!!

 

Como vocês podem ver, pode-se comer bem em San Pedro sem pagar caro. Basta andar um pouco e ver os cardápios que ficam bem na porta. O preço? Vinte reais para toda essa refeição, está muito bem paga! Ainda mais com uma copa de Pisco Sour legítimo incluido!!! Eu diria que $ 5000 é um bom budget diário para comer em San Pedro.

 

Se dê a chance de provar os sabores da vida!

 

Abraços

 

 

SERVIÇO:

6 Grados

Gustavo le Plaige con Tocopilla

+56 9 81555619

San Pedro de Atacama - Chile

http://www.sanpedroatacama.com/r-grado6.htm

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Começamos a desvendar o deserto mais seco do mundo. O tour Valle de la Luna é diário, que sai sempre às 15h. Muitos alugam uma bicileta e partem para conhecer os valles, mas eu não recomendo, o valle de la luna é longe, tem muitas subidas e lembre-se, estamos a mais de 2500 msnm. O Valle de la muerte vale a pena, pois é perto de San Pedro 3 km. Todo esse tour, como tudo no deserto, tem um fundamento geológico muito forte, o guia Patrício da Atacama Connection, explicou cada detalhe, cada entrelinha do mistério que envolve toda essa formação. A expedição acaba num belíssimo por do sol no Valle de la Luna.

 

Curiosidade: na alta temporada (dez-fev) os vales são visitados por 800 pessoas diariamente. Só para ter uma noção e comparar, quando estive agora em junho, deviam ter mais ou menos umas 150 admirando o por do sol.

 

Valle de la Muerte

Batizado com este nome, segundo a lenda que antigamente as pessoas morriam ao tentar cruzá-lo e ossos de pessoas e animais eram encontrados e confundidos com pedaços naturais de gesso. Outra lenda, diz que quando foi descoberto era comparado a Marte e por uma confusão de fonemas, pensaram que era Morte. Tal como determina a secura do Deserto do Atacama, ninguém pode viver neste vale. Porém é possível admirá-lo: O Valle de la Muerte é um festival de cores e uma eterna mudança de formas.

 

Rochas e mais rochas e uma explicação de uma era inimaginável pois ali é a divisão da Cordilheira dos Andes e a Domeyko por diversos atritos das placas tectônicas, onde podemos ver pelas fissuras da rocha o sentido da friccção e como foi a formação.

 

De oeste a leste, se reconhece um relevo elevado (Cordilheira Domeyko), cuja maior altitude chega a 4200 msnm; segue com um setor baixo, conhecido como depressão pre-andina e onde se localiza o Salar de Atacama e finalmente surge a grande Cordilheira dos Andes e uma cadeia de vulcões (Licancabur, Lascar, etc...), os quais dividem este relevo e ordenan o sistema de rios e vales existentes.

 

Valle de la Luna

Este vale é famoso por sua formação ser parecida com a superfície lunar, devido as distintas estratificações e afloramentos salinos ocasionados por agentes naturais.

 

Entramos neste vale onde a secura é percebida claramente pelo nariz e boca. Nossa primeira etapa de caminhada chegamos até Os Vigilantes, também chamado de Três Marias, uma formação rochosa que testemunha os intensos processos de erosão e desgastes das rochas pelo vento. A idade estimada desta formação é de aproximadamente 1 milhão de anos.

 

Depois passamos as minas de sal, onde podemos observar rochas ricas em minérios de sal gerados pela cristalização a altas pressões e ambientes sem umidade. Ao cair da tarde, com a amplitude térmica, escutam-se estalos, como se as rochas estivessem quebrando. Realmente elas estão, mas num processo que dura milhares de anos.

 

Passamos ao Anfiteatro, um amontoado de rochas originárias pelo acúmulo horizontal de materiais finos e posteriormente foram deformados por movimentos da crosta terrestre. A ação do vento e da água sobre esta formação geológica dá origem a pequenos conjuntos contínuos de rochas que se asemelham a um fole.

 

Por fim, chegamos ao Sendero Duna Mayor, onde fluxos frequentes de ventos afetam esse relevo por milhares de anos, dando origem a um enorme campo de dunas ativas atualmente, isto é, a areia se move e percebe-se que dia a dia ela vai cobrindo o relevo e rochas. É neste lugar em que subimos a parte esquerda da duna (+/- 15 min de subida) e admiramos o por do sol com todo vale aos nossos pés.

 

O por do sol é um espetáculo a parte. Conforme o sol vai se pondo, a transformação de cores é completa. Os vulcões ao fundo vão da tonalidade marrom ao vermelho em minutos, tudo devido aos minerais presentes no solo.

 

Mais fotos: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/6Valles?feat=directlink

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Hoje vamos percorrer mais de 320km deserto adentro e chegar além dos 4000msnm, pois é dia de conhecer as lagunas Altiplanicas. Mas antes passaremos pelo Valle de Jerez e o Salar de Atacama. As lagunas apresentam cores e uma paisagem espetacular, com vulcões ao fundo que permanecem com neve permanente por conta das altas altitudes e temperaturas muito baixas. Estas lagoas são parte da Reserva de LosFlamencos e são parte importante do ecossistema onde vivem mamíferos como a vicuña e aves como os flamingos e a tágua cornuda. Aqui vai uma ressalva: as minhas fotos das lagoas estão aparecendo um ponto preto no lado direito superior, não sei o que ocorreu. Uma sugeira? A alta concentração de lítio no Salar de Atacama? Boa pergunta pros universitários, pois com o tempo irei tratá-las no photoshop mesmo.

 

Saindo de San Pedro vamos primeiro visitar o Valle de Jerez, um oásis no meio do deserto. Uma área que tem cultivo de algumas culturas, pois o degelo das montanhas traz uma água com poucos minérios, diferente de toda água do Atacama (rica em sal e lítio). Também vemos e podemos entrar em antigas formações (casas e canis de animais) onde viviam os antigos habitantes milhares de anos atrás.

 

O Salar de Atacama possui uma superfície aproximada de 320.000 ha. e são observados crostas de sal ricas de lítio, geradas pela constante acumulação de cristais produzidos pela evaporação das águas subterrâneas de intensa carga salina. Atenção: Não beba essa água, pois não é potável e nem estamos acostumados a uma água com muita concentração de sal e minérios. Inclusive na entrada do Salar vemos, ao longe, algumas indústrias de lítio. Na superfície do salar afloram águas provenientes dos Andes que originam sistemas hídricos de baixa profundidade e que estão unidos por canais naturais. A parte do salar que conhecemos é o Sector Soncor o qual se distingue dos outros por possuir lagos que na época de inverno podem se unir. Estes são de escassa profundidade que possibilita a vida de abundantes formas microscópias de algas, principal fonte de alimento dos 3 tipos de flamingos que ali habitam. Os flamigos são um show a parte, no inverno tem poucos, mas no verão o salar é infestado destas aves, que estão sempre se exibindo para uma boa foto. Podemos andar pelo salar por caminho demarcado e, muito diferente do Salar de Uyuni, caminhar sobre o sal, que tem forma de crostas bem secas e escuras. Uma curiosidade é que os animais que ali vivem, tem o organismo preparado para o frio e a água tão rica em minerais.

 

Antes de chegar nas lagunas, passamos no povoado de Socaire, com +/- 100 hab., para encomendar o nosso almoço. As casas deste povoado são preparadas com grandes salões, com mesas para receber os turistas. Almoçaremos a 3300msnm.

 

As lagoas mais altas do mundo com 4400msnm, Miscanti e Miñiques, assim como o Salar de Atacama, também fazem parte da Reserva Nacional dos Flamingos. A paisagem da área se destaca com seus vulcões homônimos que, junto com o cordão montanhoso, formam a base destas lagoas. Há milhões de anos atrás, a paisagem deste lugar era completamente diferente; as águas provenientes da alta cordilheira escorriam livremente frente aos vulcões Miscanti e Miñiques, chegando até o Salar de Atacama, lá embaixo a 2400msnm. Uma erupção do vulcão Miñiques ocorrida há menos de 1 milhão de anos seria a causa da criação das lagoas que vemos neste passeio. Esta erupção vulcânica parou o avanço das águas e começou a estancá-las formando as 2 lagoas, onde são abastecidas pelas chuvas de verão e degelo das altas montanhas.

 

Já passam das 1h30pm e na volta das Lagoas passamos lá no povoado de Socaire para almoçar. Vemos outros grupos almoçando também e a dona da casa é muito simpática. Fez uma salada, sopa e um ensopado de carne bem típico por lá.

 

No caminho de retorno para San Pedro paramos no nosso ultimo destino: Toconao, o povoado da pedra branca. Toconao se caracteriza porque suas casas estão construídas de pedra branca quase em sua totalidade. O símbolo turístico é a torre em frente à igreja, construída em 1750, feita de barro e pedra e a cúpula feita de madeira de cactus (cardón).

 

Um passeio bem completo e imperdível. O guia, Pedro (da Atacama Connection), foi muito prestativo e conhecia tudo por ali. Chegamos 4h30pm em San Pedro e como todo tour você faz amizades, já combinamos de tomar algo e jantar mais tarde.

 

Abraços,

 

Mais fotos: http://picasaweb.google.com.br/fhmartins/7LagunasAltiplanicas?feat=directlink

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Venho com mais uma opção gastronomica em San Pedro de Atacama. O Adobe Café & Restaurante é um dos mais bem indicados no vilarejo, e na primeira visita é fácil saber o porquê da preferência dos turistas.

 

O restaurante se divide em dois ambientes, um mais discreto e outro, na parte de fora, mais animado. A mudança é devido a fogueira afim de esquentar um pouco a fria noite do deserto, assim é fácil ver grupos de amigos e casais bebendo, comendo, dando risada... e a trilha sonora sempre um lounge estilo Café del Mar.

 

O cardápio é variado desde pizzas à pratos mais elaborados e o preço razoável perto dos $ 6000/prato. Uma dica é a quesadilla de queijo por R$ 4500, bem recheada e 4 pedaços suculentos. Como todo restaurante chileno, as garrafas de vinho não são um absurdo como aqui no Brasil, claro que o preço é longe do preço praticado no supermercado, mas em um restaurante é válido.

 

Como costume e padrão, serve um molho de tomate a base de aji (pimenta) e mini rodelas de pão, e lembre-se que se quiser manteiga, tem que pedir, pois lá não tem o costume de servir junto.

 

Outro comentário é que lá tem wi-fi... Então caso queira usar uma internet de grátis, tome algo e vá curtir o belo ambiente que eles proporcionam. E eles não trocam a senha, hehehe, logo se você tiver um telefone com wi-fi, pode ir na rua que dá pra ler os mails tranquilamente. Fica ai a dica.

 

SERVIÇO:

Café Adobe Restaurant

http://www.cafeadobe.cl

Caracoles 211 - San Pedro de Atacama

Fone: +56 55 851164

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