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Indescritível Machu Picchu


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Eis onde surgiu o amor por mochilar. O meu lugar de paz: Machu Picchu, Peru.

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Uma viagem, um sonho, novos horizontes e um ponto final, um ciclo encerrado. É...o aniversário só foi no mês seguinte (o meu rs), mas a vida é repleta de outros ciclos, não é mesmo? E havia um a ser completamente fechado, com todos os pingos nos i’s: em Machu Picchu essa primeira etapa de renovação teria seu fim. Ledo engano...já era o início de um novo ciclo, diria até uma nova vida!

 

Eu e minha amiga-irmã Juliana em Cusco

Dia 05 de agosto de 2013: minhas primeiras férias de verdade, ansiadas desde o primeiro estágio. Primeiras férias com grana, primeiras férias com viagem planejada para um lugar dos sonhos: Cusco, Peru. Em 7 de agosto de 2013, vôo as 5:59 da manhã, algumas escalas e por volta das 18hrs local (2 horas a mais que o horário de Brasília), eu e minha amiga Juliana estaríamos em Cusco (ou Cuzco), Peru.

 

Vôo de madrugada. Mudança de um dos vôos no dia anterior, ok uma conexão não vai dar certo. Respira fundo, vamos fazer o check in e ver no que vai dar. A companhia aérea não nos deixou fazer o check in justamente por causa do horário, perderíamos uma das conexões, a pergunta é: porque na alteração de um vôo, já não foi checada a compatibilidade dos horários? Ok, viagens que começam com emoção são sempre melhores! Check in, mala despachada...agora é aguardar o primeiro vôo: Rio-São Paulo (depois São Paulo-Lima e Lima-Cusco, Ufa!).

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Ao final da tarde, chegamos ao aeroporto de Cusco (tão pequeno que parece uma rodoviária). Pegamos um táxi para ir ao hostel e o taxista já tentou nos enrolar e conseguiu: cobrou 15 dólares de uma corrida que depois descobrimos era 15 soles...Taxistas “espertos” existem em qualquer país. Chegamos ao hostel, deixamos nossas coisas e fomos dar uma volta na cidade e fazer câmbio. Buenas tardes, soroche! Logo de cara a altitude me pegou (3400 metros), nariz ardendo demais, muita dificuldade de respirar e qualquer passo dado parecia ter sido uma maratona. Para evitar que o episódio se repetisse, chá de coca todo dia de manhã, misturado com chá de erva doce pois o gosto é muito ruim!

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Primeiros dias de adaptação a altitude e para conhecer a linda e fofa cidade de Cusco. Algumas ruínas belíssimas por ali (muito bom o passeio ao Museu Convento Santo Domingo). Mas vamos ao que mais importa, sábado dia 10 fomos para Águas Calientes de uma forma diferente: de van. O passeio comum de trem estava por volta de 250 dólares (sem hospedagem) e conseguimos um pacote com tudo (incluindo refeição) por 150. E aí já começa a aventura.

Saímos de Cusco por volta das 8 da manhã e entre muitas curvas, duas montanhas, passar pertinho da Cordilheira e motoristas completamente loucos (estilo piloto de fuga), chegamos à Hidrelétrica Machu Picchu às 15hrs. Dali para Águas Calientes andamos pouco menos de 3 horas, isso porque o guia disse que era “logo ali”. O corpo estava destruído mas o dia seguinte era “O” dia e começava bem cedo: as 4h30 da manhã.

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Um céu absurdamente lindo, o qual era impossível fotografar com alguma fidedignidade: estrelas lindas e brilhantes junto à montanha. Que o caminho seria longo nós já imaginávamos, mas não era possível prever aquela subida pela escadaria. As 5hrs ingressamos no parque: muitos degraus irregulares, joelho sofrendo, dificuldade pra respirar, coração palpitando e frio (temperatura de madrugada deveria estar por volta dos 5 ou 6 graus com sensação térmica menor) mas estávamos PINGANDO de suor! E dividir o sofrimento com pessoas de toda parte (e sempre muitos brasileiros, ô povo pra estar em todo lugar hahaha), em qualquer língua os sorrisos cansados e as respirações profundas se acompanhavam ao longo da subida. Por volta das 6h30 estávamos (finalmente!!!!!!!!!!!) na fila para entrar no Santuário e Parque Arqueológico de Machu Picchu.

 

Ao entrar, não há dúvidas de que cada pingo de suor valeu a pena. É difícil definir com palavras a sensação de estar naquele lugar, escutar as histórias sobre os quechuas que construíram aquela cidade perdida para os reis incas. A tradição é totalmente oral, sem registro e permanece viva em cada quechua, como muitos ainda se denominam. Cidade que certamente nós ainda temos o prazer de ver porque durante a colonização espanhola não foi achada.

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Não é considerada uma das maravilhas do mundo moderno à toa. Inteligência e autossuficiência definem aquela construção, que há mais de 500 anos já tinha como preocupação a possível destruição dos templos e moradias por abalos sísmicos.

 

O povo quechua construiu a cidade naquela altitude (2.400 metros) para se sentir mais perto de seus deuses. E essa é a sensação que se tem ali, de estar perto de Deus, de estar perto de uma força, de uma paz que não cabe a mim explicar. É algo que se sente e pronto, por isso vale todo esforço, toda aventura, toda câimbra, toda dor no joelho, todo cansaço, enfim...é como se ao chegar lá fossemos recompensados pelos sacrifícios previamente feitos para ver aquelas montanhas, aquele verde e toda aquelas arquitetura. E para brindar ainda com louvor esse dia, o Sol não parou de brilhar um só segundo, tornando a vista ainda mais inesquecível.

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Não, não é necessário todo esse esforço para chegar em Machu Picchu. Existe trens dos mais diversos valores para chegar à Águas Calientes e um ônibus de 9 dólares que sobe até a entrada do parque. Mas vamos combinar que a graça é um pouco menor né? Andar horas, subir por aquelas escadas faz tudo ficar mais lindo, mais especial. Acredito que para os que fazem a trilha do Caminho Inca, a sensação seja ainda mais gratificante.

 

Infelizmente, ainda me faltou subir um pouco mais: a Huayna Picchu. Não consegui comprar pela internet e como inverno é considerado a melhor época para ir a Machu Picchu, só haviam entradas para o fim do mês, para essa montanha. Ok, não fui uma das 400 pessoas que adentraram a Huayna Picchu, mas fui uma das 2500 que sentiu aquela energia maravilhosa de Machu Picchu no dia 11 de agosto de 2013. Um dia voltarei para subir a Huayna e fazer alguns passeios que acabei por não fazer.

Outros passeios por ruínas ali em Cusco e seu entorno (Vale Sagrado) também foram ótimos! Lindos lugares com uma energia super especial como: Qoricancha - Templo do Sol, Ruínas de Pisac, Chinchero (povoado), Ollantaytambo e Salkantay.

 

Viagem da vida. Viagem sonho. Viagem inesquecível. Poder estar ali, meditar e se encontrar é um grande presente que a vida pode nos dar. Conhecer diversas pessoas, que por motivos diferentes também sonharam esse momento e estão ali sentindo o mesmo que você é sem explicação, é divino.

Por fim, é algo, na minha humilde opinião, que todos deveriam fazer. Se tiver uma oportunidade, guarda uma graninha e se dê tamanho presente, nossa existência merece momentos de tamanha grandeza, de tamanha beleza. Se não tem vontade de conhecer (acho isso quase impossível rs) veja fotos, leia mais relatos e se convença que essa é uma oportunidade que devemos nos dar: inesquecível e incomparável!

 

Esse relato se encontra no meu blog Ideias Mochileiras. Para ver mais fotos e ler outros relatos é só chegar lá: http://ideiasmochileiras.blogspot.com.br/

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