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Japão e Coreia do Sul - 16 noites - Casal


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Pessoal, este é meu primeiro post aqui no Mochileiros. Assim como dezenas de outros relatos, vou começar com aquele mea-culpa habitual: sempre li muito e peguei inúmeras dicas por aqui, e sempre prometi que voltaria para postar algum relato. Agora estou cumprindo essa promessa.

 

Bem, eu e minha esposa encontramos um ao outro e descobrimos, juntos, que gostamos muito de viajar. Passamos 2 anos morando em Portugal e fizemos muitas mochiladas pela Europa. Descobrimos que esse seria um dos combustíveis de nossa vida. Desde então, sempre que possível partimos para dar umas voltas.

 

Estivemos em várias partes do Brasil (país que conhecemos muito pouco), viajamos por outros países sul e norteamericanos e europeus. Quando voltávamos de viagem de férias ano passado nos perguntamos: "e agora? Para onde?". Minha esposa, meio que em tom de brincadeira, meio sério, respondeu "Japão". Eu acho que nunca tinha pensado a sério em ir pra lá, mas virou meio que uma obsessão.

 

Desde o segundo semestre de 2014 eu comecei a pesquisar sobre, e já fiquei de olho nas passagens. Tínhamos férias marcadas para setembro/outubro de 2015. Minha ideia era ir por Dubai ou Istambul, para conhecer os serviços da Emirates ou voltar a viajar pela Turkish (já tinha feito SP-Buenos Aires com eles) e quebrar um pouco a viagem com um stopover longo em um lugar diferente. Mas o dólar começou a subir e, no meio do caminho, surgiu uma promoção bem bacana da Delta. Não queria ir pelos EUA e não queria fazer a viagem sem stopover pra não chegar muito cansado, mas o preço compensou.

 

Assim, em 25 de março fechamos as passagens pelo Submarino Viagens. Com o desconto de 10% que temos pelo Cartão Submarino, tudo ficou em R$ 4.859,30 para duas pessoas. Como viajaríamos em setembro, ainda ganhamos tempo para diluir os gastos com a passagem e deixar tudo fechado antes da viagem. E isso se revelou positivo também para a hospedagem. Decidimos ficar em hotéis. Simples, mas hotéis - não hostels ou AirBnb, e conseguimos ótimos preços, alguns deles pagos com antecedência e em reais - o que foi excelente, já que o dólar continuou subindo.

 

Entre abril e maio decidimos o grosso do roteiro para fechar as hospedagens. Tinha curiosidade de conhecer a Coreia do Sul, também, e encontrei passagens com bons preços em low costs de lá. Além disso, decidimos comprar o Japan Rail Pass, que, embora seja caro, foi uma excelente pedida.

 

Um resumo, então, do que reservamos antes da partida, com os preços (sempre para duas pessoas). As datas são de pernoite ou dos deslocamentos (as viagens entre as cidades japonesas seriam feitas com o Japan Rail Pass, que só pode ser comprado perto da viagem, não com muita antecedência, mas já sabíamos que compraríamos):

 

19 de setembro (noite) - Voo São Paulo-Atlanta

20 de setembro (tarde) - Voo Atlanta-Tóquio/Narita

21 de setembro (tarde) - Chegada em Narita

21 e 22 de setembro - Tóquio - Hotel Nishitetsu Inn Nihonbashi - 15.800 ienes (Agoda.com)

23 e 24 de setembro - Hiroshima - Hotel Park Side - 12.600 ienes (Agoda.com)

25 a 28 de setembro - Kyoto - Green Rich Hotel - R$ 1.428,74 (Hoteis.com)

29 e 30 de setembro - Osaka - Hotel Consort - R$ 446,20 (Hoteis.com)

01 de outubro - voo Osaka-Busan - 18.100 ienes

01 e 02 de outubro - Busan - Hotel Consort - R$ 318,35

03 de outubro - trem Busan-Seul - 107.800 won

03 e 04 de outubro - Seul - Benikea Noble Hotel - US$ 105,70

05 de outubro - voo Seul-Tóquio - 222.800 won

05 e 06 de outubro - Tóquio - Hotel Mystays Kanda - R$ 446,05

07 de outubro (tarde) - Voo Tóquio-Atlanta (curiosidade: chegamos em Atlanta meia hora antes do horário que saímos de Tóquio, de acordo com os horários oficiais de cada uma)

07 de outubro - (tarde) - Voo Tóquio-São Paulo, chegando no dia seguinte pela manhã

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Antes de começar o relato dia a dia (prometo ser o mais específico e detalhista que conseguir, mas isso vai tomar um tempo), algumas coisas que julgo importantes.

 

* O câmbio foi uma preocupação grande. Essa alta constante do dólar por vários meses começou a preocupar demais. Li em vários lugares que não valia a pena fazer o câmbio real-iene no Brasil, mas pesquisei muito (acreditem, muito MESMO) e vi que valia a pena, ao menos aqui em São Paulo (onde há uma enorme colônia japonesa e muitos serviços voltados especificamente para ela, com o bairro da Liberdade como centro nervoso disso tudo).

 

Não sei se as condições recentes mudaram, já que a queda do real frente ao dólar foi muito mais intensa que em relação a outras moedas (ele caiu em relação a praticamente todas as moedas, mas a queda frente ao dólar foi muito mais forte), mas o fato é que fazer real-iene na Liberdade compensou muito mais. Então, minha principal dica é essa: quem mora ou vem sempre a SP ou tem amigos na cidade, faça uma pesquisa, acho que vai compensar.

 

Me arrependi, inclusive, de não ter trocado periodicamente o dinheiro. Deixei para fazer o câmbio mais perto da viagem e perdi um pouco de grana. Paciência. Por outro lado, consegui fazer uma conta bem próxima do que de fato íamos usar lá. Levamos 140.000 ienes para gastos gerais (imaginando 10.000 por dia - excluindo hospedagem e deslocamentos longos - sem luxos, mas com algum conforto) e foi praticamente a conta certa.

 

Pesquisei por algumas casas de câmbio na Liberdade (há algumas bem pequenas, que praticamente só atendem japoneses) e a que achei mais conveniente foi a Tunibra. Ela fica na Avenida da Liberdade, bem em frente à praça e quase literalmente ao lado de uma estação de metrô. Não lembro exatamente a cotação que paguei, mas fiz dois câmbios entre setembro e agosto e ficou algo bem próximo de 100 ienes = 3 reais. Era, inclusive, essa a conta que fazíamos na hora de converter para saber o preço de algo quando estávamos lá no Japão.

 

* A comunicação foi realmente complicada. Eu me recusava a acreditar nos relatos (praticamente todos) que davam conta de que os japoneses não falam inglês. Mas isso é definitivo. ELES NÃO FALAM INGLÊS. Passamos todo esse tempo no Japão e, juro, encontramos duas pessoas com quem era possível um diálogo fluido. Isso incluindo profissionais de serviços de informação turística, por exemplo. Muita gente, claro, sabe falar o essencial e é possível se comunicar, mas CONVERSAR é muito difícil. Na Coreia do Sul, porém, foi bem mais fácil conversar em inglês.

 

Algumas coisas, porém, deixaram tudo mais simples, e não passamos grandes percalços. Primeiro foi o fato de termos pesquisado bastante sobre na internet antes. Também baixamos aplicativos úteis, como os dos metrôs de Tóquio e Seul. Além disso, compramos um guia físico da Lonely Planet (sempre recomendo). A sinalização no transporte público é muito eficiente. O mais importante, porém, é a presteza do povo japonês. Duvido que haja no mundo um país onde a população seja tão gentil e atenciosa. Portanto, recomendo que acreditem no que todo mundo vai dizer: eles não falam inglês mas, ao mesmo tempo, vão fazer de tudo para te ajudar.

 

Outra recomendação é ter sempre em mãos um mapa da região onde você estará hospedado. Na prática as ruas não são identificadas pelo nome e os endereços não seguem uma ordem lógica como na maior parte do mundo (as casas são numeradas de acordo com a antiguidade na região, e não com a posição na rua), então é fundamental ter um mapa e o nome (em idioma local) de onde você quer ir.

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Vou começar a relatar a viagem em si, se lembrar de outras informações gerais incluo depois.

 

Dia 1: 21 de setembro - Tóquio

 

Depois de praticamente 30 horas de viagem (11 no voo SP-Atlanta, 5 no aeroporto de Atlanta, 14 no voo Atlanta-SP) desembarcamos em Narita por volta das 15h locais. Não tivemos qualquer problema na imigração e na retirada das malas. Saímos e já demos de cara com o guichê que vende as passagens de trem para Tóquio. São várias opções, da JR e de companhias privadas, com preços diferentes.

 

Pesquise no Google Maps qual o melhor custo/benefício entre o aeroporto e seu lugar de hospedagem. É extremamente confiável, eles indicam pontualmente o horário dos trens e os preços. Pegamos o Narita Sky Access, que era bem mais barato que o Narita Express. O passe, já incluindo uma passagem de metrô, foi coisa de 1.300 ienes, talvez um pouco menos. Era a opção mais barata entre as convenientes. Precisamos fazer apenas uma troca, sendo que o Sky Access e o metrô passavam na mesma linha - ou seja, não precisamos nem trocar de plataforma.

 

Chegamos ao hotel por volta das 18h. Foi ótimo ter chegado nesse horário. Tomamos banho e saímos para uma primeira volta pela cidade. Comemos alguma coisa e decidimos ir a Shibuya, o cruzamento mais famoso de Tóquio e tido como "o mais movimentado do mundo". Depois dessa rápida batida de pernas, voltamos ao hotel, muito cansados (obrigado, meias Kendall, sem vocês teria sido muito mais difícil!) e apagamos por volta de 22h. Acordamos no outro dia umas 6h, ou seja, já estávamos bem perto de ficar sem sono diurno.

 

Dia 2: 22 de setembro - Tóquio

Tomamos café no hotel (o único que oferecia gratuitamente entre os que ficamos no Japão) e saímos cedo. Como a ideia era bater perna, compramos um passe diário do metrô, que permitia usar as duas redes (Tokyo Metro e Toei - são independentes, você pode comprar o ticket diário para uma delas ou para ambas). Ainda não decidi se foi uma boa ideia ou não, pois o bilhete combinado é caro (1.000 ienes), enquanto cada viagem varia de preço de acordo com a distância, começando em cerca de 140 ienes e indo até uns 300 (ou mais, não tenho certeza).

 

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Decidimos começar a pernada por Asakusa, que era relativamente perto do hotel. Foi uma boa escolha. Já deu pra ter uma boa amostra do que viria nas próximas duas semanas e meia. O bairro é incrível, e você já vê aquilo que se fala muito do Japão: "a mistura do moderno e o tradicional". Arranha-céus modernos e as incríveis construções japonesas que povoam nosso imaginário desde sempre.

 

O grande destaque do bairro é o templo Senso-Ji, que acredito ser o mais visitado de Tóquio. Para chegar até lá, atravessa-se um belo portal e passa-se pela divertida rua Nakamise, que é exclusiva para pedestres e tem muitas lojinhas de produtos típicos e badulaques pra turistas. Toda a região é muito bacana e garante um passeio bem agradável.

 

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De lá, partimos para Ueno. A ideia era passar no zoológico, especialmente para ver o urso panda. Mas a fila era uma coisa inexplicável. Ali tivemos o primeiro contato com uma verdadeira multidão japonesa. Desistimos de pronto e demos uma volta pelo parque. Para almoçar, escolhemos ir à região do mercado de peixe de Tsukiji. O mercado em si estava fechado (nisso demos bobeira: ele fecha com alguma frequência, recomendo olhar o site deles antes de ir), mas os restaurantes das vielas próximas estavam abertos e bem cheios. Escolhemos um, porém, ficamos na fila por uns 10 minutos, talvez até menos, e não nos arrependemos. Uma tijelona com arroz e muitos sashimis (isso tem um nome, que esqueci) por cerca de 1.300 ienes (sim, caro, mas como era o primeiro almoço nos permitimos isso) foi um verdadeiro orgasmo gastronômico. Para quem gosta da culinária japonesa, recomendo muito os restaurantes daquela região.

 

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Dali partimos para o único programa que já tínhamos fechado desde antes de sair do Brasil: assistir a uma tarde de sumô. Sempre tive muita curiosidade a respeito disso, e li em vários lugares que o sumô e o teatro Kabuki são as duas principais expressões culturais japonesas. Por sorte estava havendo um dos grandes torneios nos dias em que estávamos lá. Compramos o ingresso pela internet com antecedência (e só assim é possível, no dia - uma terça-feira brava - estava lotado) e não nos arrependemos. É um verdadeiro acontecimento social. O local das lutas (chama Ryogoku Kokugikan) é imenso e muito bonito.

 

É impressionante ver como os japoneses realmente vivenciam aquilo. Se consegui entender bem, a lógica do campeonato é a seguinte: há um número X de lutadores em cada categoria (ou divisão, talvez) e eles se enfrentam todos contra todos em um número X-1 de dias. Ao final, quem venceu mais lutas é o campeão. Aquele era, salvo melhor juízo, o décimo dia de lutas, ainda faltavam uns 10, talvez mais. As lutas acontecem durante todo o dia, você inclusive pode sair e entrar novamente uma vez com o mesmo ingresso (mas é preciso passar por um portão específico e pegar um tíquete pra isso).

 

A recomendação que dão é ir à tarde e ficar até o começo da noite, pois aí você assiste às principais lutas. Para quem não entende nada, como a gente, isso não faz muita diferença, mas é nítido como a arena vai ficando mais cheia à medida que vai entardecendo, e a empolgação também sobe. Além das lutas em si, que são bem interessantes, há todo um teatro na entrada dos caras na arena. Enfim, foi um programa muito divertido e interessante, e foi bacana fazer parte de tudo aquilo. Claramente é um acontecimento importante lá no país.

 

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Quando cansamos do sumô, saímos de lá rumo a Akihabara, que também fica na mesma região. É um lugar muito impressionante. Ali começamos a prestar atenção em coisas comuns nas vidas dos japoneses, como os Pachinkos e as lojas de máquinas para "pescar" bichinhos de pelúcia e outras porcarias. Muitas, por todos os lados, extremamente coloridas e barulhentas. Não somos muito ligados na cultura anime, eu e minha esposa, mas demos umas voltas pelas lojas e ficamos bem impressionados com a variedade de produtos - alguns (para nós) muito bizarros, como bonecas hiperssexualizadas.

 

Exaustos, partimos de volta pro hotel para dormir. No outro dia começaríamos nossas viagens pelo país, usando o Japan Rail Pass.

Editado por FelipeMendes
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Abrindo um parêntese para outra coisa que esqueci de relatar: o visto. Foi um procedimento simples, a única coisa que dificulta é que você tem que tirá-lo com no máximo 90 dias antes da sua volta, o que limita um pouco e traz alguma insegurança. Mas pra quem tem condição financeira de ir e apresenta os documentos pedidos (especialmente a declaração do imposto de renda), os comprovantes de passagem e hospedagem, não há problema algum.

 

Como entraríamos duas vezes no país (já que iríamos pra Coreia e retornaríamos), nosso visto foi para duas entradas, custando R$ 133 (o comum, de uma entrada, é R$ 67). FUJA DO CENTRO DE VISTO JAPONÊS. Isso é simplesmente uma empresa que desburocratiza o processo, e cobra caro por isso. Não tem necessidade alguma. Em poucas horas tudo é resolvido. O consulado de São Paulo, que funciona num escritório da torre do Shopping Top Center, atende turistas às segundas, quartas e sextas pela manhã. Basta chegar, retirar uma senha e esperar. O atendimento é bem simples, e em dois dias o visto fica pronto.

 

Dia 3: 23 de setembro - de Tóquio para Hiroshima

 

Antes de falar sobre o dia em si: esqueci de dizer que o hotel Nishitetsu Inn Nihonbashi é uma excelente opção. Muito bem localizado e limpo. O café da manhã (como disse, o único hotel japonês que reservamos que tinha café) é muito bom e variado, com produtos orientais e ocidentais (croissants, salada russa, salsichas e outros). O custo/benefício, pelo que a gente pagou, foi altíssimo. Muito recomendado.

 

Enfim, tomamos café logo que eles começaram a servir e partimos para a estação central de Tóquio (conhecida por "Tokyo Station"). Lá fizemos a troca do tíquete do Japan Rail Pass pelo passe em si. Para quem ainda não conhece: o passe só é vendido para estrangeiros e deve ser comprado no país de origem. Para comprar você precisa ter o visto em mãos, por isso a compra foi feita muito em cima da hora (o que foi ruim, pois foi no ápice da alta do dólar).

 

Comprei na Tunibra, o mesmo local onde troquei os ienes. Não lembro exatamente o preço, mas é em dólar. Foi algo próximo de US$ 230 pra 7 dias. Tem também para 14 e 21 dias, proporcionalmente mais baratos, mas pra gente não valia a pena. Todas as principais estações japonesas permitem fazer a troca do tíquete pelo passe, é um procedimento bem simples, você só precisa apresentar passaporte. Depois da troca, já fizemos a reserva para a viagem. Faríamos a viagem com uma "conexão" em Osaka - pegamos um Shinkansen até lá, e de lá outro para Hiroshima.

 

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Shinkansen: mais impressionante quando visto de fora

 

A viagem, ao todo, dura 5 horas e pouco, contando uns 15 minutos que passamos na estação de Osaka. O trem é lindo quando visto de fora, e muito simples de dentro. Mas é muito confortável e espaçoso. Em alguns minutos o fato de estar no trem-bala deixa de ser novidade e a viagem se torna um pouco monótona. Destaque, porém, para a vista do Monte Fuji, que fica ao lado direito do trem (no sentido Tóquio-Osaka). Com o JR Pass você pode embarcar nos trens sem reservar lugar (exceto os Shinkansen Nozomi e Mizuho, que não são cobertos pelo passe), mas recomendo reservar, para garantir lugares sentados.

 

Chegamos à estação de Hiroshima no fim da manhã e de lá partimos para o Hotel Peace Park. Hotel bem simples, nada de mais. Ficaria lá de novo sem qualquer problema, mas não tem nenhum destaque. Não tem café da manhã, mas é muito bem localizado (fica realmente bem perto do Parque da Bomba Atômica e é fácil chegar de bonde, na estação Fukuro Machi. Dá pra ir a pé de lá até a estação, é uma caminhada bem agradável, mas desde que você não esteja carregando peso).

 

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Panorama do parque da bomba

 

Aproveitamos o dia para conhecer todo o parque da bomba. Não há muito o que dizer, é um lugar que todos devem visitar. O museu (baratíssimo, acho que 50 ienes) chega a ser torturante em alguns momentos. O monumento às crianças, onde são colocados os pássaros de papel, é um soco na boca do estômago. A área toda é muito bonita, com vários monumentos espalhados. E o parque é um lugar que transmite paz - e essa era a intenção. Vale à pena ir caminhando meio sem rumo pra ver os detalhes. Importante destacar que não tem onde comer no parque, então é legal comer antes ou levar algo pra beliscar. Na região da rua coberta Hondori, que é bem perto, tem vários restaurantes e lojas tipo 7-Eleven (que sempre vai quebrar muitos galhos durante sua viagem ao Japão).

 

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O "Domo da Bomba Atômica": esse prédio ficava a poucos metros do epicentro da bomba e foi preservado do jeito que ficou. É um dos símbolos da cidade, hoje.

 

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Uma menina foi diagnosticada com câncer anos depois da explosão da bomba. Decidiu fazer mil pássaros de papel, acreditando que isso a salvaria. Não foi suficiente. Hoje, todos os dias, milhares de pássaros de papel chegam ao parque, enviados por crianças de todo o mundo.

 

Decidimos ir a pé ao castelo de Hiroshima, que não é longe, mas chegamos lá já estava bem escuro. Decidimos que voltaríamos no dia seguinte. Jantamos (na verdade petiscamos e tomamos uma cerveja e saquê) em um restaurante bem bacaninha na Hondori. Não lembro o nome, mas tem vários no mesmo estilo, em que você pede pequenos pratos - a maioria tradicionais para beliscar. Não foi caro. Voltamos pro hotel, então.

 

Dia 4: 24 de setembro - Hiroshima/Miyajima

 

Acordamos, saímos do hotel e tomamos café em um lugar chamado Chococro. É uma rede especializada em croissants, vimos lojas em todas as cidades japonesas. O café, os sucos, os croissants e sanduíches são ótimos, mas não é muito baratinho. Vale muito mais a pena comprar as coisas no 7-Eleven (ou equivalentes) e comer no hotel ou no trem.

 

Pegamos o bonde até a estação e de lá um trem com destino a estação Miyajimaguchi. A estação fica a 5 minutos do local onde você pega o ferry para Miyajima (também incluído no JR Pass), que, para mim, foi o local mais bonito da viagem. Mesmo com um tempinho sem vergonha - chovia fraco e parava - foi uma viagem muito bacana. A aproximação da ilha, com o portal em meio à água, já é um espetáculo.

 

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Chegada à ilha de Miyajima, com o Portal

 

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Veados: estão por todo lado em Miyajima

 

A ilha é toda muito bonita e agradável. Por todo lado há veados, muito pacatos, que fazem o ambiente ficar ainda mais legal. O templo Daisho é muito interessante. É bem bacana caminhar pela extensão da ilha, conhecendo os templos e construções. Almoçamos em um restaurante pequeno de macarrão na subida para o templo Hokoku (que também é muito interessante). Foi divertidíssimo, pois a dona do restaurante não sabia falar uma palavra em inglês. Até a gente se entender sobre como e onde deixar os sapatos foram uns 5 minutos de mímicas. Apesar da localização, bem no coração de uma ilha turística, o preço foi bastante razoável (coisa de 600 ienes por um prato bem servido).

 

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Pagoda do templo Hokoku. Almoçamos pertinho dele, no caminho de subida

 

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Miyajima

 

Ficamos na ilha por mais algumas horas, explorando as ruas antes de retornarmos a Hiroshima. Pegamos o ferry e o trem. E de lá caminhamos até o castelo. É possível caminhar por várias partes do parque onde ele fica. Do castelo, seguimos, novamente a pé, para a região de Hondori (pertinho do hotel) e, pelo TripAdvisor, encontramos um restaurante de sushi no estilo "esteira rolante" (uma esteira percorre toda a extensão dos restaurantes com os pratos, você escolhe o que quer comer e paga no fim, a contagem do preço é feito a partir dos pratos que você pegou). Foi muito bom, também. Demos mais uma volta pelo parque da bomba e voltamos pro hotel.

 

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Barris tradicionais de saquê, expostos no templo Daisho, Miyajima

 

Dia 5: 25 de setembro - de Hiroshima para Kyoto

 

Partimos bem cedo de Hiroshima para Koyto, também no trem-bala. Cerca de 2h30 de viagem. Lá, ficamos hospedados no Kyoto Green Rich Hotel. É perto da estação central, coisa de 5 a 10 minutos de caminhada. Boa opção, também. Eles têm piscinas no estilo Onsen, mas deu preguiça (tinha que usar a chave - que era uma chave de fato, não um cartão - do quarto pra liberar o acesso à piscina masculina e só tinha uma chave, enfim, maior chateação), não usamos. Vi as fotos, era de fato uma piscina simples. Mas me arrependo um pouco, deveria ter ido lá ver como era.

 

Deixamos as coisas no hotel e partimos em direção ao Kinkaku-Ji, o templo de ouro. Kyoto, apesar de ser bem grande, não tem uma rede de metrô estruturada como a de Tóquio. Mas os ônibus atendem muito bem. É fácil encontrar uns mapas com o itinerário de cada linha. Os ônibus também têm um sistema de informação bastante eficiente - você vê numa tela o próximo ponto. Em Kyoto vale muito a pena comprar um cartão para uso diário dos ônibus, acho que é 500 ienes.

 

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Kinkaku-Ji

 

Sobre o Kinkaku em si, é realmente uma construção muito impressionante. Fica lotado, mas como você não entra no templo (só vê pelo lado de fora) e o parque é amplo, isso não foi um problema. Seguimos as orientações de um mapa que ganhamos na cidade e saímos caminhando pela região. Andamos muito, nos perdemos nas vielas. Foi um passeio engraçado e divertido, valeu muito à pena. Chegamos ao complexo de templos Myoshin-Ji, que é incrível. É como um grande condomínio, cheio de templos, de vários tamanhos.

 

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Myoshin-Ji: "condomínio de templos"

 

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Um dos templos de Myoshin-Ji

 

De lá, pegamos um trem na estação Hanazono até a estação central (a linha é da JR, então aceita o JR Pass). Jantamos na própria estação (tem vários restaurantes lá, mas recomendamos fortemente o Musashi Sushi, que tem o esquema da "esteirinha". Estivemos lá umas duas ou três vezes, sempre pegando uma pequena fila. Se voltasse hoje a Kyoto jantaria lá de novo. Fica relativamente perto do McDonald's, mas pergunte a qualquer pessoa que trabalha na estação - ela é imensa - que eles saberão dizer).

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Dia 6: 26 de setembro - Kyoto

 

Na véspera tínhamos comprado algumas coisas e tomamos café no quarto do hotel. Partimos cedo para a região de Arashiyama, que é bem longe da região da estação. Mas tem várias formas de chegar lá. Como tínhamos o JR Pass, fomos de trem, saindo da estação central e descendo na Saga-Arashiyama. De lá, uma rápida caminhada até o primeiro lugar que íamos visitar: o parque dos macacos. Basicamente, o parque é uma pequena colina onde os macacos sempre viveram. Fecharam o espaço e construíram uma estrutura para as pessoas os alimentarem.

 

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Equilíbrio: detalhe do caminho entre a estação de trem Saga-Arashiyama e o local do parque dos macacos

 

Essa espécie é nativa do Japão. Eles são pequenos e têm a cara vermelha. Convivem bem com humanos (embora você tenha de seguir algumas regras, como evitar olhá-los diretamente nos olhos). A subida no parque até onde ficam os macacos é bem chatinha, e é preciso ter um mínimo de condicionamento para chegar até lá. Demora entre 20 e 30 minutos, não sei dizer ao certo. No dia que subimos estava nublado, com tempo fresco, e mesmo assim todo mundo chega suado e cansado. Quem não segura o ritmo pode sentar um pouco e respirar. Não sei se recomendaria a subida para quem está com criança que não tem alguma independência pra andar. Enfim, isso é só um alerta, pois vale MUITO a pena. Além de ver de perto os macacos, e alimentá-los, você tem uma vista incrível de Kyoto.

 

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Preguiça

 

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Eles falam, com algum orgulho, que "quem fica preso é o humano". Para alimentar os macacos é preciso estar dentro dessa estrutura gradeada

 

Sobre o parque, MUITO IMPORTANTE: tentem chegar o mais cedo possível. Lemos em vários lugares que ele lota, e, de fato, quando estávamos descendo vimos que já estava bem mais cheio. Como a trilha é estreita, se estiver cheio deve ser chato ficar desviando de um monte de gente.

 

Depois de descermos do parque, iniciamos uma caminhada pela região de Arashiyama, que é toda muito bonita. Saindo do parque e atravessando a ponte, caminhamos ao longo do rio Katsura até chegarmos a um pequeno parque, que é ótimo pra sentar, relaxar e comer uns biscoitos (que você tem de ter trazido, pois lá não vende). Ao lado desse parque já chegamos à floresta de bambu, que é outro grande destaque. Incrível.

 

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Floresta de bambu de Arashiyama, inexplicável

 

Ficamos um bom tempo caminhando pela região de Arashiyiama, que tem vários destaques, como os templos Tenryu-Ji e Gio-Ji. É um lugar ótimo pra se perder. Você vê vários detalhes incríveis, casas onde não se imagina que alguém pode morar. Tudo muito curioso. Até caqui direto do pé nós pegamos (minha esposa comeu e achou ótimo. Curiosidade: quando "roubávamos" o caqui outro casal chegou perto. Eram brasileiros, também).

 

De lá, pegamos o trem de volta pra estação central. De lá, uma curta caminhada até o templo Higashi Honganji, um dos maiores do país. Destaque para uma corda feita de fios de cabelo de mulheres que doaram suas próprias madeixas para ajudar a carregar as toras de madeira usadas na reconstrução após o templo ser destruído por um incêndio. É possível ver uma dessas cordas (imensa) dentro do templo (pergunte o local junto ao serviço de informação turística). Passamos também pelo templo Nishi Honganji, que fica a poucas quadras do Higashi. Ambos são bem grandes e têm entradas gratuitas.

 

Dia 7: 27 de setembro - Kyoto

 

Foi um dia em que andamos muito de ônibus, acho que fizemos umas 10 viagens, sem qualquer dificuldade, só vendo no mapa onde queríamos ir. A primeira parada, o parque do Palácio Imperial. Para entrar no Palácio precisa reservar antes. Não fizemos isso, então só demos uma volta pelo parque, que é imenso. Em seguida, fomos ao centro têxtil de Nishijin, um local onde os produtores locais expõem e vendem seus trabalhos. É possível fazer cursos e coisas assim. Pareceu algo meio "armadilha pra turista", mas é interessante. Vimos um desfile de quimonos, todos bem bonitos. Tem durante todo o dia e demora uns 15 minutos.

 

Em seguida partimos para o Castelo Nijo, que visitamos. É muito interessante: fica dentro de um terreno enorme, com várias construções, e por dentro dele também é muito legal. Cobra entrada, não lembro quanto, mas não é caro. Achei que valeu a pena.

 

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Castelo Nijo

 

De lá, partimos para Higashiyama, tida como a região mais importante de Kyoto para os visitantes. Mais uma vez os destaques são os templos, como o Kyomizu-Dera (vimos um belo por-do-sol por lá, do lado de fora, junto ao pagoda - recomendo!), mas é também uma região incrível para passear. Destaque para o Parque Maruyama, que tem a árvore cerejeira mais icônica de Kyoto, e para as ruas que descem ao sul do parque no caminho até Kyomizu-Dera. Pode-se passar tranquilamente um dia inteiro rodando por ali e ainda assim não vai dar tempo de ver tudo.

 

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Templo em Gion, região de Higashiyama

 

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Detalhe de um altar em Higashiyama, com a suástica, que está por todo lado no Japão - com significados bem diferentes daqueles que conhecemos

 

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As vielas de Higashyiama, sempre lotadas

 

Depois caminhamos por Ponto-Cho e pelas ruas próximas. Sentamos um pouco para um descanso à beira do rio e voltamos pra estação central, mais uma vez jantamos lá no Musashi.

 

Dia 8: 28 de setembro - Kyoto, Uji e Nara

 

No último dia em Kyoto, além da própria cidade, visitamos Uji e Nara. As três ficam próximas, e o deslocamento é pela mesma linha, a Linha de Nara da JR. Da estação central de Kyoto até a estação Inari (onde fica o santuário Fushimi Inari) são cerca de 15 minutos. Mais uns 20 minutos até Uji, e de lá mais uns 20 até Nara. Mais ou menos 50 minutos se for direto de Kyoto a Nara.

 

Fushimi Inari é uma das principais atrações de Kyoto, a mais bem avaliada no Tripadvisor (e eles se orgulham disso: está cheio de faixas na entrada falando dessa "conquista"). Lá estão milhares (literalmente) de portais alinhados, formando um caminho de muitos quilômetros ladeira acima. Caminhamos por um bom tempo e não chegamos nem à metade, pois tínhamos os planos de ir a Uji e Nara. Quem tiver tempo, porém, recomendo que suba até o fim.

 

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Os portais de Fushimi Inari vistos de dentro...

 

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...e de fora. São milhares. Mesmo.

 

Depois que descemos, demos umas voltas pela região da entrada do santuário e voltamos à estação para pegar o trem. A próxima parada seria Uji, a cidade do chá. Por todo lado há lojinhas que o vendem. Eu, que não sou muito fã de chá, tomei e gostei, mas não compraria, pois achei muito caro (acho que era coisa de 2.000 ienes um pacotinho da erva mais barata).

 

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Uji: cidade simpática entre Kyoto e Nara

 

O grande destaque da cidade, além disso, é o templo de Byodo-In, patrimônio da humanidade pela Unesco. Mas sequer entramos, era meio caro. Continuamos andando pela cidade, especialmente junto ao rio. É um passeio muito agradável. O rio tem uma pequena ilha, que funciona como um parque. Ótimo para esticar as pernas.

 

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O rio de Uji, um ótimo lugar para caminhar. Foto tirada da ilha que fica no meio do rio

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Dia 9: 29 de setembro - De Kyoto para Osaka; bate e volta em Himeji

 

Deixamos Kyoto já com saudades e partimos para Osaka, que fica bem perto. Nossa hospedagem em Osaka era no Hotel Consort, que fica a uma caminhada de uns 10 minutos da estação Shin-Osaka - a estação do Shinkansen na cidade (a estação central fica em outro local). O hotel é uma boa opção, fica bem ao lado de uma estação de metrô e de uma linha privada de trem - além de ser prática para pegar o Shinkansen. Eles vendem café da manhã por 1.000 ienes (você paga na hora) também no estilo mistura ocidente-oriente. No último dia que estávamos lá decidimos pagar o preço e, apesar de continuar achando caro, entendo que valeu a pena.

 

Mas enfim, no dia que chegamos, deixamos as malas no hotel e voltamos em seguida para a estação Shin-Osaka. Pegamos o trem-bala de novo, com destino a Himeji, onde fica o mais belo castelo japonês. A construção é muito imponente, domina totalmente a paisagem e pode ser vista já da estação de trem da cidade. A viagem de Osaka até lá é bem rápida, e vale a pena caso você tenha o JR Pass, o que era nosso caso.

 

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Castelo de Himeji visto de fora

 

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Himeji vista de dentro do castelo. Essa avenida larga, arborizada, no centro da foto, liga o castelo à estação de trem. Dá pra percorrer pé tranquilamente

 

Para visitar o castelo é preciso um pouco de paciência. A estrutura é apertada, você sobe por umas escadas estreitas, mas compensa. Tirando o castelo, porém, Himeji não tem mais nada. Terminada a visita, então, partimos de volta para Osaka. A cidade é totalmente maluca. É um dos maiores expoentes do Japão moderno, do turbilhão de pessoas e da modernidade. Embora no primeiro dia tenhamos caminhado por uma região mais tranquila, junto ao rio que corta a cidade, já deu pra ter uma ideia. Destaque para um robô que monta cubos mágicos e que fica no Museu de Ciências de Osaka e para um pato gigante de borracha que estava no rio.

 

À noite ficamos por perto da estação central, onde o volume de pessoas era gigantesco. Por lá há muitas lojas e bares/restaurantes (mas nada que se comparasse ao que veríamos no dia seguinte). Subimos na roda gigante Hep Five, que fica em uma espécie de shopping e deu pra ter uma ideia do quão colorida e iluminada é a cidade.

 

Dia 10: 30 de setembro - Osaka

 

O primeiro lugar que visitamos no dia foi o parque do castelo de Osaka. Não visitamos o castelo em si, pois não fazia sentido depois de ir ao de Himeji, mas demos umas boas voltas pelo parque. Nesse dia compramos um tíquete diário do metrô (não lembro o preço, infelizmente).

 

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Parque do castelo de Osaka, com o castelo visto bem ao fundo. Esse bonequinho é o símbolo da cidade. Bizarro, como Osaka

 

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Agora o castelo visto de perto. É bonito, mas nem se compara com o de Himeji

 

Por isso aproveitamos para ir à região do porto de Osaka, onde fica a roda gigante mais famosa da cidade, a Tempozan (desta vez não subimos), uma espécie de shopping onde tem um parque de diversões Legoland (curiosidade: você não pode entrar se não estiver com ao menos uma criança) e outras coisas, nada muito digno de nota. Parece ser um lugar legal pra ir com crianças, nada além disso. Chama atenção um enorme espaço de máquinas caça-níquel (enorme MESMO), cheio de máquinas com personagens infantis. E um detalhe: para jogar você compra as fichas. Mesmo se ganhar mais fichas, você não as troca por dinheiro ou prêmios. Na prática, ou você joga suas fichas até acabar ou leva um monte de ficha pra casa.

 

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Até o Pingu foi parar na máquina caça-níquel

 

Partimos, então, para Dotonbori, o "centro nervoso" de Osaka. Basicamente você vê gente, caça-níqueis, mais gente, bares, restaurantes, mais bares, karaokês, mais gente, mais caça-níqueis, mais bares, mais restaurantes, muito mais gente. À medida que as horas vão passando e a noite vai chegando, tudo fica extremamente iluminado. Tem hora que não parece uma cidade real. É realmente muito louco.

 

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A arquitetura de Dotonbori. Esse prédio era um centro de diversão. A cada andar um estabelecimento: Pachinkos, bares, um lugar para jogar golfe indoor...

 

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Sabe aquelas maquininhas com umas garras para pegar bichinhos de pelúcia? Em Osaka é possível achar outros tipos de prêmios

 

Enfim, o termo que achei pra explicar Osaka é "inexplicável". É impressionante como ela e Kyoto, duas cidades tão próximas, são tão diferentes. Ao mesmo tempo, representam uma visão bacana do Japão: uma, muito tradicional, cheia de templos. A outra, moderna, barulhenta e iluminada.

 

Dia 11: 1º de outubro - era pra termos ido de Osaka para Busan, mas...

 

Decidimos descansar um pouco na manhã do dia 1º. Era aniversário da minha esposa e tínhamos um voo pra pegar às 14h para Busan, na Coreia. Como o aeroporto é distante, decidimos que tomaríamos café da manhã com calma no hotel para comemorar o aniversário dela e iríamos pra lá em seguida. A ideia era almoçar no próprio aeroporto. O tempo estava meio feio, chovia um pouco, mas nada de mais.

 

Pegamos o trem e, após mais ou menos uma hora de viagem, chegamos ao aeroporto sob chuva. O terminal da Peach (e só da Peach, a única Low Cost que voa lá) é o 2. Para ir a ele você pega um ônibus. Quando chegamos ao terminal, fomos fazer o check in normalmente nos totens da empresa. Recebemos um papel que dizia que não era possível fazer o check in naquele momento. Só então vimos que o voo estava cancelado, devido às condições do tempo (depois vimos que chovia muito e o aeroporto de Busan foi fechado).

 

Entramos, então, na fila, e o cara que nos atendeu estava visivelmente nervoso com a situação. Só nos ofereceram duas hipóteses: trocar para o voo Osaka-Busan no dia seguinte, no mesmo horário, ou trocar para um voo Osaka-Seul, também no dia seguinte, mas de manhã. Optamos por ir direto pra Seul, pois se fôssemos pra Busan chegaríamos lá no fim da tarde e no dia seguinte de manhã iríamos pra Seul.

 

Precisamos cancelar a viagem de trem de Busan pra Seul. O site da companhia coreana de trens funciona de uma forma bem inteligente: eles só debitam no seu cartão no dia da viagem, mesmo quando você reserva muito antes. Eu tinha reservado com um mês de antecedência, mas não bateu no meu cartão. Como cancelei antes, eles sequer chegaram a debitar qualquer valor (se tivesse cancelado no dia teria uma multa). Tomamos prejuízo apenas em relação ao hotel de Busan (que se chama Angel, e não Consort - ao contrário do que disse no primeiro post do tópico): tivemos de pagar a primeira diária, já que cancelamos no próprio dia. A segunda diária, porém, foi estornada rapidamente pela Hoteis.com, no exato valor que eu tinha pago por ela.

 

Tivemos, então, que conseguir um lugar pra dormir. No próprio terminal da Peach tinha um posto de informação turística, com uma lista de hotéis próximos. O mais barato deles (6.000 ienes para um casal) ficava a duas estações de trem do aeroporto (15 minutos de viagem). Como o outro voo era no outro dia bem cedo, fechamos nesse. Na verdade, o hotel é uma casa que a proprietária (uma simpática senhorinha japonesa que, apesar de não falar uma palavra em inglês, faz de tudo pra ajudar) transformou em hotel. O quarto não tem cama, é no estilo japonês: com um tatame e colchões finos colocados por cima. E o banheiro é compartilhado. Pra quebrar o galho, àquela altura do campeonato, servia. E, no fim, foi uma experiência divertida, até. O nome do local é Mimatsuso. Quem vai pegar um voo muito cedo ou vai chegar muito tarde a Osaka pode ficar lá. É realmente bem perto do aeroporto, até mesmo uma viagem de táxi, se for necessária, vai ficar barata.

 

Deixamos as coisas lá e pegamos o trem para voltar a Dotonbori. Fizemos do limão uma limonada e o passeio foi bem divertido, de novo. Pudemos visitar outras ruas que não tínhamos visitado na véspera. Retornamos ao hotel para dormir. Ou tentar. Ventava demais, uma coisa assustadora. Choveu bastante, também, durante toda a noite. Se a situação não melhorasse pro dia seguinte era certeza que o voo não sairia de novo.

 

Dia 12: 2 de outubro - de Osaka pra Seul

 

A chuva parou, de manhã o tempo já estava aberto. O voo saiu no horário. A Peach é uma companhia low cost como as da Europa: sem luxos, vendendo coisas durante o voo... Mas enfim, foi pontual e sem qualquer problema (tirando, claro, o voo cancelado - que nem era culpa deles). Recomendo.

 

Chegamos a Seul e passamos pela imigração sem problemas. Não é preciso visto para brasileiros. Compramos o bilhete pro trem e partimos rumo à cidade. O aeroporto de Incheon fica bem longe do centro de Seul, o trem leva cerca de uma hora até a cidade. Depois do trem, ainda pegamos um metrô até chegar ao hotel. Mais uma boa opção. Fica perto do palácio de Changdeokgung, um dos principais pontos da cidade. Nessa primeira noite ficamos em um quarto bem amplo, com duas camas "de viúva" (como chegamos um dia antes à cidade, reservei mais uma noite; as duas noites seguintes passaríamos em um quarto de casal, bem menor). Eles oferecem um café da manhã extremamente simples (suco, torradas, geleia, café e nada mais), mas que obviamente quebra o galho.

 

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Pequeno templo junto ao palácio Gyeongbok e a dezenas de prédios modernos

 

Depois de deixar as coisas no hotel, começamos a andar pela cidade. Saímos em direção ao palácio Gyeongbok, que é imenso. De lá, caminhamos pela região que entendo ser a central da cidade, saindo pela avenida larga em frente ao portão do palácio. Caminhamos muito por essa região, passando também pela área de Insadong, até anoitecer. Um detalhe curioso (na hora foi um saco, agora chamo de "curioso") é que não é muito fácil achar um lugar pra sentar, comer uma coisa simples e tomar uma cerveja nessa área.

 

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Entrada do Palácio Gyeongbok

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Outro parêntese: como gastamos mais que o previsto no Japão, pois tivemos que pagar a hospedagem em cash no Mimatsuso, calculei que nosso dinheiro não seria suficiente para fazer o câmbio de ienes para wons sul-coreanos e para chegar ao fim da viagem. Decidimos, então, sacar o dinheiro coreano direto dos caixas eletrônicos. No aeroporto havia dois caixas disponíveis, um ao lado do outro. O da esquerda não servia para sacar dinheiro do exterior, apenas o da direita. Descobri isso da pior forma: tentei sacar no da esquerda, deu uma mensagem de "retire seu dinheiro" e o dinheiro não saiu.

 

Fiquei tenso, claro, e perguntei ao pessoal de uma casa de câmbio que funcionava junto. Então eles disseram que era pra usar o caixa da direita. Como veio a informação de "retire seu dinheiro", achei que ia cobrar o saque. Mas decidi me preocupar com isso só quando voltasse ao Brasil. Depois, quando voltei a tentar sacar em caixas eletrônicos dentro de lojas de conveniência e farmácias em Seul e dava a mesma coisa, embora não tivesse uma mensagem de retirar o dinheiro (dizia algo como "saque não autorizado"). Só conseguimos sacar, de fato, nos caixas dentro de uma agência bancária. E só foram cobrados em minha conta os saques efetivos que fiz.

 

Dia 13: 3 de outubro - Seul

 

Acordamos cedo e, depois do café da manhã, partimos caminhando rumo ao bairro Bukchon, que tem inúmeras casinhas tradicionais coreanas, hoje transformadas em restaurantes, museus e outras coisas. E muita gente ainda vive lá (até por isso tem um monte de avisos pra tentar fazer silêncio - com a quantidade de turistas que tem lá, impossível). É um passeio muito interessante, as casinhas são realmente bem interessantes. Tem vários ateliês, pequenos museus (alguns gratuitos) e boas vistas de outras partes da cidade. É mais um lugar daqueles pra se perder.

 

Voltamos à região central, e passamos por uma feira de "tradições coreanas". Foi engraçado, pois reunia coisas de fato tradicionais e outras industrializadas Made in China. Coisas que os coreanos que moram em São Paulo tradicionalmente importam para vender por aqui.

 

Dali, iniciamos uma longa caminhada (que se revelou estúpida) para "conhecer a cidade" a caminho do museu da Guerra. Andamos vários quilômetros e vimos pouca coisa interessante. Teria valido mais a pena ir de metrô. Mas passamos por pontos legais, como o palácio Deoksugung, onde vimos uma cerimônia que pareceu ser uma troca de guarda (legal, mas depois de algum tempo, cansativa).

 

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Troca de guarda no palácio Deoksugung

 

No museu da Guerra, muita coisa bacana (como um carro que foi presente da URSS ao Kim Il-Sung e que os sul-coreanos raptaram), mas também outras bem escrotas, como um lugar onde crianças são incentivadas a dar tiros (com espingardas de mentira, óbvio). Enfim, riscos que se corre ao visitar um museu de Guerra, você sempre vai ver a versão de quem montou o museu. O passeio é válido, de toda forma, e é de graça.

 

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O carro dado de presente pela URSS ao Querido Líder

 

De lá, tomamos o metrô e voltamos para o centro da cidade. Escolados com as dificuldades do dia anterior, olhamos no Tripadvisor e localizamos um bar pra tomar umas cervejas e petiscar. Mas... Chegamos lá e estava fechado. Aliás, estava aberto, mas a cozinha estava fechada. Só podia beber. Ódio. Já resignados, caminhamos em direção ao hotel e encontramos uns bares simples e bem bacanas, pertinho da estação de metrô Jongno 3(sam)-ga (o nome é assim mesmo), que é a mais próxima do hotel, e onde tínhamos desembarcado. Se soubéssemos já teríamos ido lá na véspera.

 

Voltamos pro hotel pra dormir e sair cedo no dia seguinte.

 

Dia 14: 4 de outubro - Paju (fronteira entre as Coreias) e Seul

 

Aproveitamos o dia a mais em Seul e decidimos fazer um passeio que eu tinha deixado de lado: a visita à fronteira entre as duas Coreias (DMZ, de "Demilitarized Zone"). Depois de fazer, vi que teria sido uma idiotice não ir. Enfim, mais uma vez o limão virou limonada. Há várias agências que oferecem os passeios (tinha dezenas de folhetos na recepção do hotel), e há vários tipos de passeios. Um, mais caro, vai ao local onde há os encontros entre os líderes dos dois países, a JSA (de "Joint Security Area"). Esse é o mais interessante, mas não rola aos domingos, então precisamos escolher entre um dos outros. O outro passa por determinados pontos de interesse, mas você não entra de fato na DMZ, o que é proibido fora da JSA.

 

Fechamos com uma empresa que se denomina "Dmztours", e entrou em contato conosco pelo e-mail choi@vviptravel.com. Não lembro o site deles, mas nesse e-mail é tranquilo, eles respondem rápido. Recomendo os serviços. O único problema, se é que dá pra chamar assim, é que o cara marcou conosco às 7h10. Às 7h, porém, a moça já estava na recepção do hotel e pediu pra nos interfonar. Demonstrou alguma irritação com nosso "atraso". Como já estávamos prontos, descemos e dissemos a ela que estava marcado para 7h10, e ela se desculpou. Sem ressentimentos.

 

Escolhemos um tour de uma manhã que passa pelo parque Imjingak (onde estão uma locomotiva destruída pela guerra, um "sino da paz" e uma ponte que reféns trocados atravessaram); por um dos túneis supostamente construídos pelos nortecoreanos para invadir a Coreia do Sul (o terceiro túnel, no caso); o observatório de Dora, de onde dá pra ver uma cidade nortecoreana; e pela estação de trem Dorasan, que é a última na Coreia do Sul "rumo ao norte", como eles gostam de dizer. Custou 40 mil won por pessoa (para ter uma referência, 10 won equivalem a 1 iene. Então, isso ficou por mais ou menos 120 reais). Eles também oferecem a opção do passeio com almoço, que preferimos não pegar. Eles dizem que é obrigatório levar passaporte. Algumas pessoas, porém, não levaram e não tiveram problemas. A guia disse que ia "se responsabilizar" por eles.

 

Mesmo não tendo feito o passeio para o local mais marcante, a JSA, recomendo demais essa visita. Como já disse, teria sido estúpido não ter ido. Claro que estamos falando de um passeio que conta só uma versão da história - a sul-coreana, mas é muito impressionante, por exemplo, a visita ao túnel. Você desce caminhando por uns 300 metros (também há opção de uma espécie de elevador para essa descida, mas nosso passeio não incluía esse luxo) até chegar ao túnel de fato. Aí é uma caminhada de uns 200 metros pelo túnel em si. Um lugar extremamente claustrofóbico (é preciso andar meio agachado) e úmido, difícil imaginar que eles realmente planejavam enviar soldados por ali. Mas, enfim, o túnel está lá. Também é incrível ver as cidades nortecoreanas do outro lado do rio, tanto no observatório quanto no caminho. A tensão existente é muito forte.

 

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O túnel para chegar ao túnel. São mais de 300 metros de descida, depois 200 metros agachado dentro do túnel em si (que não pode ser fotografado), mais 200 pra voltar, mais 300 subindo por este caminho. Não é pra qualquer um, é bem cansativo

 

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Placa na estação de trem Dorasan, "a última na Coreia do Sul rumo ao Norte". Está praticamente desativada, só recebe turistas e uns dois trens por dia que levam de Seul até este ponto

 

De lá, voltamos para o centro de Seul. Tivemos uma parada chatíssima em um centro coreano de Ginseng (coisas de passeio contratado) e descemos novamente na região central da cidade. Depois de almoçar, decidimos, por sugestão da guia do passeio na DMZ, ir ao palácio de Changdeokgung, que, como disse, fica defronte o hotel em que estávamos. É muito bonito e tão grande quanto o Gyeongbokgung. Em uma viagem mais corrida, cortaria um dos dois, talvez focando no Changdeokgung, que é mais bacana. Mas, com tempo, vale visitar os dois.

 

Como sairíamos de madrugada no outro dia, fomos direto pro hotel depois do palácio.

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Dia 15: 5 de outubro - de Seul para Tóquio

 

Começo o relato desse dia com uma crítica aos serviços de informações do aeroporto de Incheon (Seul). Nosso voo de volta partiria às 7h55, ou seja, teríamos de estar no aeroporto no máximo às 6h30 - seria um horário limite do limite. Isso quer dizer que teríamos de sair do centro da cidade às 5h, ou antes. O primeiro trem partiria às 5h20 da estação central, e levaria uma hora até lá. Ou seja, era uma opção, mas não poderia dar nada errado, ou então fatalmente perderíamos o voo.

 

Meu primeiro plano era ir de táxi do hotel até a estação (um táxi direto até o aeroporto ficaria caríssimo), mas, no dia que chegamos, perguntei em dois postos de informação no aeroporto se não havia um ônibus de madrugada. As duas pessoas que me atenderam, embora muito gentis, foram taxativas ao dizer que não havia essa opção. Uma delas chegou a dizer "You can't make it" quando perguntei qual a melhor forma de chegar ao aeroporto às 6h. "Ok", pensei. O táxi do hotel até a estação, segundo elas disseram, ficaria em uns 20 dólares, dava pra pagar sem grandes traumas. Quando cheguei ao hotel, porém, vi que havia anúncio de uma linha de ônibus para o aeroporto, que começava a circular às 4h da manhã, e passava de 20 em 20 minutos (ou 15 em 15, não lembro). E o melhor: passava ali em frente. O pessoal do hotel disse que era muito confiável e pontual, e acreditamos neles. Não nos arrependemos. O ponto dizia que o ônibus passaria às 4h28, ou algo assim, e passou 2 minutos depois. Uma viagem tranquila, barata e rápida. Mais um ponto para o Noble Hotel: para ir de lá para o aeroporto é muito simples, com esse ônibus.

 

Chegamos ao aeroporto com tempo de sobra, então. O que se revelou algo providencial. Localizamos o balcão de check-in da Eastarjet e entramos na fila. Entregamos o tíquete impresso e os passaportes, e... A moça começou a digitar várias vezes, enfiava e tirava nosso passaporte no scanner, ia e voltava... Uma hora desistiu, pegou nossos passaportes e levou pra outro carinha que estava uns três balcões pra esquerda. Este, então, ligou pra sei lá quem, enquanto a moça esperava. Ele mandou ela voltar ao nosso balcão e nos chamou. Disse que era pra aguardarmos, pois "estavam resolvendo umas pendências". Perguntamos o que havia, ele foi reticente, mas enfim disse que havia algum problema, pois o sistema não registrava nossa entrada na Coreia (!?), e que a imigração ia conferir manualmente. Ele disse pra ficarmos tranquilos, mas como ficar 100% tranquilo numa situação como essa? Enfim, depois de alguns minutos, ligaram pra ele. Ele disse que estava tudo ok e que poderíamos embarcar. Perguntei o que houve, e a resposta foi algo como "o importante é que está tudo certo, agora". Enfim, não gostamos daquilo, mas passou. Embarcamos pontualmente, o voo foi tranquilo. A Eastarjet é no mesmo esquema da Peach, nada especial a registrar.

 

Desembarcamos em Narita e pegamos outro trem, um de empresa privada. Não lembro qual, mas encontramos a indicação pelo Google Maps, novamente. O trem é rigorosamente igual ao da JR, mesma faixa de preço, mesma pontualidade... Enfim, sem problemas. Desta vez ficaríamos no Hotel Mystays Kanda, nosso último "endereço" no Japão. Mais um hotel bem simples e muito bem localizado, perto de várias estações e de diversas linhas de trem e metrô. Ele ainda tinha uma vantagem em relação aos demais: tinha uma pequena estrutura de cozinha, com pia, fogareiro, microondas, alguns utensílios. Não usamos, até por que não sabíamos que tinha e eram nossos últimos dias, mas fica a recomendação pra quem vai ficar vários dias em Tóquio, dá pra economizar cozinhando.

 

Depois de deixar as coisas no hotel, partimos para a região de Omotesando, onde tem várias lojas de grandes grifes internacionais, e onde dizem que você pode ver aquele famoso estilo japonês (esperávamos mais - especialmente minha esposa - mas vimos muita gente bem estilosa). Caminhamos por lá, de fato tem as lojas mais caras do mundo, a arquitetura é bem bacana, mas, enfim, não era pra gente (apenas tomamos um café de graça na loja da Nespresso e usamos a internet na Apple Store pra achar um caminho). Caminhamos até o parque Yoyogi, que fica ali perto, e onde fica o templo Meiji, imenso e muito bonito.

 

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Templo Meiji, dentro do parque Yoyogi, na região de Omotesando/Shibuya

 

Dali, caminhamos até Shinjuku, uma área bem movimentada, especialmente à noite. É mais um lugar onde tudo fica bizarramente iluminado, e você encontra de tudo. Como queríamos comprar lembranças para familiares e amigos, essa foi uma boa opção. Desde o começo da viagem ficamos fascinados com os Kit Kats de diferentes sabores que vendem por lá, e é um presente bem curioso e prático. Como era época pré-halloween, achamos uns pacotes com sabor abóbora. Os de sabor chá verde também são fáceis de achar. Os de batata-doce, idem. Todos esses vinham em pacotes com umas 12-13 unidades, e não era caro. Também compramos umas caixinhas menores, com custo/benefício pior, de sabores como wasabi, pudim, morango, feijão e sei lá mais o que. Enfim, é um presente curioso, não muito caro e fácil de trazer pro Brasil. Também compramos umas garrafinhas de saquê pequenas e outras coisinhas, tudo isso nas lojas Bic Camera (que estão por todo lado nas grandes cidades) e em outras parecidas com ela. Essas lojas quebram bem o galho, além de terem cadeiras de massagem ótimas, nas quais dá pra sentar e relaxar com um programa de massagem que vai maltratar seus músculos.

 

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Luzes de Shinjuku

 

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Kit Kat de batata-doce e chá verde, boas opções de lembrança pra trazer pro Brasil

 

De lá, voltamos a Shibuya, pois, depois de muito pensar, decidimos que usaríamos o último dia inteiro para conhecer um dos parques da Disney Tokyo. Compraríamos o ingresso na loja da Disney de lá. Aproveitamos para tirar uma foto com a estátua do cachorro Hachiko antes de voltar para o hotel.

 

Dia 16: 6 de outubro - Tóquio (Disney)

 

Nem eu, nem minha esposa nunca tínhamos pensado seriamente em ir à Disney (apesar de termos cogitado - e descartado - em Paris). Nunca fomos a Orlando e nem planejávamos ir. Como estavam sobrando alguns ienes e já tínhamos visto a maioria das coisas que gostaríamos de ver em Tóquio, começamos a cogitar isso ainda em Seul, a partir das sugestões de uma amiga que ama esses parques e de outras coisas que localizamos na internet. Batemos o martelo no aeroporto, ainda na Coreia, e aceleramos um pouco as visitas na véspera para podermos ir.

 

A Disneylândia de Tóquio tem dois parques: o Tokyo Disneyland e o Tokyo Disneysea. Essa amiga, e vários relatos na internet, davam conta que o Disneyland era bem parecido com algum (ou alguns) dos parques de Orlando (como não conheço, não sei dizer), e que o Disneysea era bem diferente, e mais voltado para pessoas adultas sem crianças (embora as crianças, claro, sejam muito bem vindas). Como ir a Orlando é uma possibilidade muito mais viável que voltar a Tóquio, decidimos ir ao segundo, mesmo sabendo que estaria mais cheio (um site mostra um calendário com a previsão de lotação dos parques a partir do volume de ingressos vendidos, numa escala até 100 - onde 100 é impraticavelmente lotado): o Disneyland estava com coisa de 62, o Disneysea com 80. Os ingressos não são baratos (6.900 ienes), mas, definitivamente, valeu muito a pena.

 

Eu não esperava muito, francamente, até por que nunca tive esse sonho da criançada brasileira de ir à Disney, e me diverti bastante. Minha esposa criou grande expectativa e ela foi correspondida. Se alguém que gosta de parques me perguntasse se vale, eu diria sem pensar que sim. Se alguém que não liga pra isso me perguntasse, eu sugeriria dar uma chance.

 

Os sites e blogs especializados recomendavam que chegássemos ao parque minutos antes de abrir (acho que abre às 8h, e todos diziam pra chegar às 7h30 - até antes, caso não tivéssemos ingresso). Chegamos nesse horário (e é muito fácil e rápido, basta pegar um trem na Tokyo Station com direção à estação Maihama, que fica junto à estação do trenzinho do Disney Resort, que liga os parques aos hotéis que funcionam lá) e já vimos uma multidão que assustou. Já no trem, vimos várias pessoas com roupas e acessórios de Mickey e Pato Donald. Lá, porém, percebemos que isso é quase um uniforme oficial.

 

Lemos, também, que o brinquedo mais concorrido era o do Toy Story. Mas não sabíamos que era tão concorrido assim. Quando as portas abriram, os japoneses começaram uma corrida maluca em direção a esse brinquedo. Sério, foi muito assustador. Quando vimos a multidão que se aglomerava ali, bateu um arrependimento, que durou uns 15 minutos até entendermos a dinâmica da coisa toda. Basicamente: existem dois tipos de fila. A comum - você entra e fica lá até chegar sua vez (o que pode levar horas) e a do chamado "Fastpass", que está disponível nos brinquedos mais concorridos.

 

No caso do Fastpass, você coloca seu ingresso nas máquinas específicas e elas emitem outro tíquete, com uma faixa de uma hora. Naquela faixa de horário, você pega a fila apenas com quem pegou o Fastpass. E a cada intervalo de horário é emitido um número X de bilhetes do Fastpass, o que garante que as filas sejam absurdamente menores. Bem, 90% das pessoas corre pra pegar o Fastpass do Toy Story. Desistimos daquilo, pois era um formigueiro absurdo, e fomos a outros brinquedos. Algum tempo mais tarde, umas 9h30, provavelmente, voltamos lá e já não havia a fila insana. Mas os tíquetes do Fastpass estavam sendo emitidos para serem usados entre 21h30 e o fechamento do parque (22h). Não pegamos, pois enquanto você tem um Fastpass válido/pendente, você não pode emitir outros - ou seja, ficaríamos sem poder emitir esses passes até ir embora.

 

Passado o susto, foi tudo muito tranquilo. Pegamos alguns Fastpasses e ficamos na fila para alguns brinquedos (para o próprio Toy Story, inclusive). Sempre há uma placa indicando a estimativa de tempo na fila, e costuma estar correta, ou então você vai esperar um pouco menos. Além do próprio brinquedo do Toy Story, curtimos muito o Tower of Terror, o Indiana Jones e o Journey to the Center of The Earth. Outros, como o 20.000 Leagues Under the Sea, o Stormrider e a pequena roda gigante da pequena sereia, também foram interessantes. Há vários disponíveis para crianças, principalmente nessa parte da Ariel e na do Aladdin. A da Ariel tem, ainda, um show/teatro (é bom usar o Fastpass pra pegar o ingresso). E, no fim do dia, o show Fantasmic, que rola na área central do parque, também é muito legal. Minha esposa me ensinou que não devemos falar com as pessoas como os brinquedos funcionam, senão estraga a graça, então, ficam essas dicas, dá pra saber como é cada um na internet.

 

Outra coisa que garante a diversão é ver como os japoneses gostam dali e gastam ali. A enorme maioria - jovens, adolescentes, adultos - carregava bonecos, usava chapéus, vestia roupas dos parques. E tudo é muito caro, lá dentro.

 

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Brinquedo do Toy Story com a Tower of Terror ao fundo (todas as fotos que tirei no parque ficaram uma bosta)

 

Uma dica importante pra quem não fala japonês é pedir aos atendentes que consigam um mapa em inglês (nem todos os atendentes sabem falar inglês, mas eles são muito atenciosos, e vão te levar a um que fale, ou trazer um que fale até você, como foi nosso caso). O parque é grande, e o mapa é importante pra saber onde ir. O mapa também indica onde fica os restaurantes, e mostra as faixas de preços da comida em cada um. Comemos sanduíches honestíssimos em um dos restaurantes de lá, indicação do mapa. Se não tivéssemos essa lista nós provavelmente teríamos gastado mais dinheiro.

 

Dia 17: 7 de outubro - de Tóquio para o Brasil

 

O último dia chegou, com tristeza. Tínhamos algumas horas, pois o voo para Atlanta sairia às 16h de Narita. Teríamos de sair pro aeroporto logo depois do almoço, então. Decidimos que iríamos subir o prédio da "prefeitura" de Tóquio, que tem duas torres de mais de 200 metros nas quais é possível subir de graça. Pra chegar é fácil: fica bem perto da estação de Shinjuku, que reúne linhas de trem e metrô. Dentro da própria estação tem várias placas indicando o sentido para onde ir (basta seguir as placas que indicam "Tokyo Metropolitan Government Building". Os prédios ficam perto da estação Shinjuku. Atenção ao horário, pois lemos que abria às 8h, e na verdade só abre às 9h30. Chegamos lá por volta das 9h e perdemos um tempo esperando. Enfim, depois de subir nas duas torres, das quais é possível ver praticamente toda a cidade e até o Monte Fuji, descemos, voltamos à região do hotel, passamos pela última vez (no Japão) em um restaurante de sushi na esteirinha e pegamos um trem que ia direto da região do hotel para o aeroporto.

 

Um dia a gente volta ::otemo::

 

IMG_6482.JPG

Pra concluir o relato, informações em "ingrish", como os próprios japoneses chamam o inglês falado por eles. Isso era uma placa para falar sobre morangos envolvidos em chocolate...

 

É isso, povo. Escrevi muito, mas não escrevi tudo. Se alguém tiver dúvida, por favor, fique à vontade para perguntar!

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  • 3 meses depois...
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Olá! Obrigado :)

 

A gente comprou o JR Pass pra 7 dias, e ele é ativado por dias consecutivos. Como só viajaríamos em longa distância dali 2 dias, e nos 7 seguintes (do 3º ao 9º, portanto) faríamos outras viagens longas, não compensava ativar já no aeroporto, foi melhor pagar essa passagem individualmente e usar o JR para cobrir os trechos mais caros. Ativar o JR no aeroporto compensa mais para quem já vai sair de Tóquio rumo a outras cidades logo no dia de chegada.

 

Qualquer outra dúvida avise! Abs!

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