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Maranhão (São Luis, Alcântara e Lençóis, com fotos)


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Olá pessoal,

ia fazer um relato mais detalhado sobre minha viagem (julho/2009), mas já há um relato bem parecido feito pelo Diego, que por coincidência conheci na minha viagem, durante a minha estadia na pousada da tia Rita (tópico - viagem-lencois-maranhenses-por-10-dias-t35645.html ).

 

Então só vou postar as minhas fotos aqui (link no final) e falar de umas partes mais específicas sobre a viagem, tentar dar informações novas e a minha impressão geral sobre as coisas no maranhão e nos lençóis.

 

Bom, minha primeira impressão de São Luis foi terrível. Eu e meu amigo chegamos lá de madrugada, fizemos hora no aeroporto até amanhecer e pegamos um ônibus pro centro histórico, onde tínhamos reserva no albergue da juventude. O centro histórico é realmente incrível, mas as péssimas condições em que se encontra são de fazer chorar... Esgotos a céu aberto, muito lixo pelas ruas, prédios históricos caindo aos pedaços e uma sensação de que você vai ser assaltado a qualquer momento. Realmente se fosse restaurado e houvesse investimento, aquele lugar tinha um potencial turístico enorme. Bem, nos informamos e mal chegamos, largamos as mochilas no albergue e partimos pra Alcântara, que é um vilarejo ou coisa do tipo perto de São Luis, mas que você tem que pegar barco, cuja visita nos foi recomendada por um amigo. Pegamos a barca normal e foi o inferno na terra... Uma barca com assentos muito desconfortáveis, onde você vai sentado com sol na cabeça, cheiro de motor de barco e balanço, ou seja, eu que nem sou marinheira de primeira viagem fiquei mega enjoada e com vontade de vomitar. A viagem que parecia que não ia acabar nunca finalmente acabou e foi um alívio.

 

Chegando em Alcântara, fizemos um passeio a pé super agradável. Lá tem várias pessoas que chegam e oferecem passeio guiado, mas nós não estávamos na onda de passear com alguém cuspindo decorebas históricas pra gente, então preferimos ficar andando por conta própria e se perdendo pelas ruínas do lugar. Foi muito interessante, ficamos imaginando as pessoas vivendo ali há séculos atrás... Ruínas em pedra, restos de moradias centenárias.. Incrível!

 

Lá nós almoçamos em um restaurantezinho ótimo que infelizmente eu esqueci o nome, mas é no caminho dos passeios subindo a ruazinha principal, fácil de achar e altamente recomendado. Fica à direita, perto de uns sinos históricos. As mesas ficam na beira do morro, com uma vista incrível e são penduradas em uma árvore.. Você come na sombra, com um ventinho batendo no cabelo e uma vista linda do mar. Na verdade, a gente pensou que estava pedindo apenas um petisco de peixe frito, por 17 reais, mas quando a comida veio, hahaha! várias postas de um peixe maravilhoso, arroz, farofa, salada e sei lá mais o que, tudo servido numa telha forrada com folha de bananeira, muito bem servido pra 2 pessoas... Curtimos muito o almoço e voltamos pro porto onde já de antemão havíamos comprado a passagem de volta. Só que compramos uma passagem de catamarã (não a barca terrível), que por incrível que pareça foi mil vezes mais confortável e rápido, considerando que era mais barato que a barca! Então, quem for a Alcântara, vá e volte de catamarã! Fica a dica!

 

Voltando a São Luis, conhecemos umas gringas no albergue que já estavam no esquema de ir pra Barreirinhas e seguir pra Atins, no mesmo intuito que nós de fugir da muvuca da parte mais turística dos Lençóis. Como nossa impressão de São Luis foi péssima e nem estávamos com vontade de ficar mais tempo por lá, nem pensamos 2x... partimos pra Barreirinhas na mesma madrugada, com o esquema do micro-ônibus acertado pelo Itamar. Era só um pouco mais caro do que o ônibus de linha, mas resolvemos pagar pela comodidade de pegar na porta do albergue e também de viajar de madrugada dormindo, podendo aproveitar mais o dia.

 

Lá em Barreirinhas pegamos o barco pra Atins, baratinho e já chegamos lá com a dica da pousada da Tia Rita, dada pelo Itamar e por outros relatos que eu já tinha visto aqui. Nós estávamos realmente em esquema de contenção de despesas e tal, com disposição pra ficar em esquema bem "roots", então acertamos com a dona Rita pra dormirmos em redes em uma área coberta no quintal da pousada por 10 reais a diária, mas como o Diego já mencionou, ela também tem quartos ótimos e com preço bem em conta pra quem prefere dormir com mais conforto e privacidade. Pra não deixar nossas mochilas na areia, nós armamos uma barraca de camping no quintal e guardamos as tralhas, mas dormimos nas redes mesmo que ela tem lá (mas você pode levar a sua também). Usei um saco de dormir pra deitar na rede, pois de noite batia um ventinho e esfriava um bocado...

 

A tia Rita é super gente fina, puxa assunto, conversa, faz um cafezinho pra gente... Adoramos ela e fomos super bem recebidos por ela e pelo resto do pessoal que mora lá.

 

Obviamente que fomos comer o famoso camarão lá do Canto do Atins, gente, IMPERDÍVEL! São uns camaroezões enormes assados na brasa, humm com gosto de churrasquinho.. maravilhoso.. comemos lá 2 dias! heheheh!

 

Nós ficamos pouco tempo lá, mas fizemos um passeio a pé até Canto do Atins sozinhos e depois voltamos lá com um guia a cavalo que fechamos pra nós com as 2 gringas. O cara cobrava uns 30 reais por cavalo (agora não me lembro ao certo) e mais o cavalo dele que a gente rachou por 4 pessoas. Valeu muito a pena, pois o cara nos levou nas lagoas que nós não conseguimos achar sozinhos no dia anterior. Pra não terminar o passeio cedo, nós fomos a pé na Lagoa do Mário.. Uma lagoa perto de um vilarejo lá pras bandas do Canto do Atins. Valeu o passeio por que estávamos na onda de fazer trilha e tal, mas é uma booooa caminhada pra dentro do mato, onde não venta, e por isso a temperatura é bizarramente mais alta do que nas dunas...

 

De noite ficamos bebendo cerveja no Bar da Amizade, e diga-se de passagem, cerveja geladíssima! Nós e toda a meia-dúzia de turistas do Atins hahaha! Mas era isso que nós queríamos mesmo.. Turismo sem frenezi nem muvuca nem lugares comerciais. Bebemos cerveja de garrafa, batemos muito papo, fizemos amizade com outros turistas; foi uma noite super legal.

 

Pra ir embora de Atins foi um pouco complicado. Tínhamos planejado ir embora em um dia certo, pra estar em São Luis a tempo de pegar um trem, portanto, não podíamos atrasar muito. Íamos de toyota pra Barreirinhas, mas não tinha o transporte pro dia que a gente queria. O esquema de transportes deles lá é bem complicado e desregrado. E a toyota era muito mais rápida que o barco, mas sem opção, nós fomos pegar o barco de volta. E pra nossa surpresa, o cara disse que já estava esgotado. Pelo que eu entendi, era o único meio de transporte pro pessoal local sair do Atins, então a galera lá faz reserva de dia anterior. E nessa nós nos demos mal... Já estávamos meio desesperados, achando que não íamos conseguir voltar naquele dia pra pegar o trem, aí conseguimos pra ir de voadeira (tipo um bote que vai bem rápido e te deixa todo molhado hahaha pelo menos chega rápido) com um cara super gente fina que mora lá com a tia Rita e ia em Barreirinhas buscar uns amigos. Como ele já ia mesmo, ele fez um preço especial pra gente, mais pra inteirar o combustível mesmo... E normalmente a ida de voadeira custa uns 50 reais, então valeu muito pra gente.

 

Quem quer conhecer os lençóis com comodidade e conforto, é melhor ir pra Barreirinhas, ficar em hotel e fazer os passeios de toyota com guia e tudo mais. Mas quem quer uma viagem mais "sossegada", sem um monte de turista junto e com a liberdade pra sair andando sem horário e sem rumo, vá pra Atins... É um vilarejo bem simples, com pouquíssimo comércio e turismo. Você vai deixar seu sapato na mochila e andar só descalço ou de chinelo nos horários que a areia tiver muito quente, mas não há ruas pavimentadas nem calçadas.. é tudo de areia! Aliás, ganhei de brinde 4 bichos geográficos nessa brincadeira hahaha! Mas não foi nada de mais... Só umas coceiras no pé que vão embora com uma pomadinha hehehe!

 

Outra coisa interessante... Um casal que conhecemos lá em Atins nos deu a dica de um passeio interessante que eles fizeram. Eles pegaram um guia de lá por 200 reais que os levou em um passeio a pé de 4 dias, seguindo de Atins pra outra cidade que eu esqueci o nome. Ele vai parando nos lugares, já sabe as casas onde pode levar o pessoal pra dormir, mata uma galinha no caminho e cozinha pro pessoal, vai contando a história dos lugares... enfim, um passeio bem "roots" pra quem quer vivenciar pra valer a realidade das pessoas lá e ter um grande contato com a natureza. E se for um grupo maior, tipo 3 ou 4 pessoas sai bem em conta... Esse tá na minha wish list pra quando eu resolver voltar nos Lençóis...

 

Bom, aqui estão as minhas fotos...

 

álbum principal:

http://www.flickr.com/photos/jolia/sets/72157622012680815/

 

álbum especial em preto e branco:

http://www.flickr.com/photos/jolia/sets/72157622137237950/

 

Espero ter contribuído!

Abraços,

Julia

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