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Maranhão: Travessias dos Lençóis Maranhenses, São Luis, Alcântara - junho/ 2016


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31/5/2016: Saída de Guarulhos para S. Luis às 21:35. Fiquei no aeroporto aguardando o translado que eu havia contratado para barreirinhas (van me pegou às 5h! havia reservado com a agencia Vale dos Lençóis)

 

01/06/16: Cheguei em Barreirinhas às 9h, fiquei no hostel Casa do Professor. O hostel é bem simples, pequeno, acolhedor. Fui na agencia Vale dos Lençóis e conheci pessoalmente a Elielma e Jocelino com quem havia trocado e-mails e que são super atenciosos. Fechei o passeio para Lagoa Bonita para aquela tarde. Uma jardineira passou no hostel às 14h. Guia Carlos foi mostrando as diferenças do Buriti, Carnaúba...Após mais de 1h, a jardineira parou próximo a uma duna bem grande, uma subida íngreme, mas com corda para facilitar. Valeu a pena, a vista lá de cima foi maravilhosa! A Lagoa Bonita em si não estava bonita, mas há várias lagoas próximas. Tomei banho na Lagoa do maçarico. Ficamos lá até o por do sol.

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No hostel tomei banho frio, o que não é nenhum sofrimento pois o calor é de matar! O cachorro do hostel (Vaga-lume) é um fofo! O professor e a Bena (que trabalha lá) são muito prestativos!

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02/06/2016: peguei o barco de Barreirinhas que vai pelo R. Preguiças até Atins. Eu havia reservado esse passeio com antecedência, seguindo as orientações do Jocelino. Teve 3 paradas: Vassouras, Mandacaru e Caburé.

Em Vassouras havia muitas barracas de artesanato, lagoas e macacos que atacam em busca de comida.

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Em Mandacaru tem um Farol que estava fechado para reforma, a tocha olímpica iria passar por ali, também tem artesanato e tomei sorvete de Bacuri (fruta do cerrado).

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Caburé é um povoado que tem ligação com o mar. Almocei ali e depois um barco iria me levar para Atins.

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Muitas pessoas só fazem esse passeio de barco, ida e volta para Barreirinhas, sem ir para Atins. Achei interessante, mas muito turisticão. Se estivesse com mais alguém poderia ter fechado com um barqueiro o trecho no rio direto para Atins, sem as paradas para turistas. Achei interessante saber que o Mangue Vermelho é o que deixa o caranguejo vermelho e o pássaro Guará (que nasce branco) também fica vermelho pois se alimenta do caranguejo.

Em Atins tem passeio para ver a “revoada dos Guarás”. Eu vi alguns pássaros no caminho, achei desnecessário o passeio. A Pousada do Irmão (onde eu havia reservado uma noite) foi me buscar no local onde pára o barco. É importante ter reservado alguma pousada, não é tão simples sair do barco procurando onde ficar. Na pousada conversei com o guia Francisco, que iria fazer a travessia de Atins-Santo Amaro comigo. Teríamos que sair pela madrugada, ir de carro até depois do Canto de Atins e então começar a caminhada em si. Mesmo sendo caro, tudo saiu muito mais barato do que se eu fosse com uma agencia. Além da preparação da viagem ser uma das partes que mais gosto!!! Caminhei um pouco pela praia de Atins (tem muita madeira, não é bom para ficar na areia), jantei na pousada e fui descansar cedo.

 

03/06/2016: tomei café da manhã às 3h, foram 45 min de carro até o início da caminhada: às 4:15 estava com os pés nas dunas, mochila nas costas e lanterna na cabeça. Tomei o primeiro susto por passar em areia movediça (não sabia que elas realmente existiam!!!) mas depois já peguei o jeito de passar sem ser engolida. Muito legal ver o nascer do sol no meio do nada! Paramos para descansar e tomar banho numa lagoa. Passamos por árvores secas que pareciam esculturas e havia cabritos no caminho. Um cabritinho começou a nos seguir e se perdeu da mãe!!! Fiquei com dó, ele estava muito magrinho...

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Às 10:15 chegamos em Baixa Grande. Foi ótimo, apesar da mochila grande, caminhei bem e nem cansei tanto. Foi ótimo chegar sem ter caminhado com sol tão forte. Ficamos na casa da D. Maria Losa, uma simpatia! Ela pediu para eu assinar o livro de visitas de sua casa e desde 16/01/16 já passaram mais de 280 pessoas por ali. Eu fui número 285. Almocei peixe assado, arroz, feijão, comida muito boa. À noite comi tapioca com ovo. A energia elétrica é com gerador movido a óleo diesel, o que é caro. Eles ligam por poucas horas e quando não tem hóspedes nem ligam, usam lamparinas a óleo!!! Dormi na rede, tudo muito rústico, mas gostei!

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04/06/2016: Após café da manhã, começamos a caminhar rumo Queimada dos Britos. Foi um trecho muito mais bonito que o do dia anterior, mas com muitas subidas e descidas. Demoramos 3 h para fazer esse trecho, contando o tempo de banho nas lagoas. Fiquei na casa do Sr. Raimundo Brito e Sra. Joana. É um local mais rústico que Baixa Grande. Tem uma parte separada da casa onde ficam as redes para os hóspedes. Ducha (fria, claro) fica em local descoberto! Essa família hospedou a equipe de filmagem do filme “Casa de Areia” e d. Joana mostra orgulhosa a foto que tem daquela época. Almoço teve galinha caipira.

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Nessa casa ficaram hospedados um casal que viajava com outro guia e na noite anterior havia ficado em outra casa n Baixa Grande. Era um italiano e uma francesa. Não haviam gostado muito da outra casa e o guia deles não conversava muito (não sei se era o idioma o problema...) Fizemos amizade e no dia seguinte seguiríamos todos juntos até Santo Amaro. Fomos ver por do sol de cima da duna e tomamos caipirinha de Tiquira (tapioca) à noite.

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05/06/2016: Acordamos às 3:20 para começar a caminhada do dia. Comi tapioca no café da manhã e seguimos. Foi melhor caminhar com mais pessoas! Paramos para banho em 3 lagoas maravilhosas, uma era de uma cor verde estonteante! Nenhum passeio de Barreirinhas se compara às paisagens da travessia. As paisagens parecem pinturas, a areia das dunas não é quente como eu imaginava e descer as dunas pisando na areia fofinha era uma delícia. A melhor forma de fazer a caminhada é descalça. Comecei a caminhar com chinelo, mas meu pé ficou com bolha e depois fui descalça. Nada de papete ou tênis pois a areia faz atrito e destrói o pé! Além de toda hora ter que caminhar por dentro da água, vai descalço mesmo!

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Quase chegando na Lagoa da Betânea, onde iríamos almoçar, encontramos grupos de turistas que chegavam de 4X4 em algumas lagoas...fim do sossego!

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De Betanea fui de carro (o guia do casal tinha uma Hilux e fazia esse trecho!) até a Pousada S. José em Santo Amaro. O meu guia que indicou essa pousada, simples mas boa para descansar até a saída para S. Luís que seria de madrugada. Andei um pouco procurando lugar para comer e só encontrei local de lanche ou de sorvete.

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06/06/2016: A jardineira que leva até o povoado de Sangue passou na pousada às 4:20. De lá partem vans para Barreirinhas ou para S. Luis. Foram mais 5 h de viagem até S. Luis. Fiquei no Hostel da rede HI, Solar das Pedras, no centro. Almocei no restaurante do Senac (muito bom!!!) e caminhei pelo centro. A visita guiada que eu queria fazer no teatro Artur de Azevedo não acontecia na segunda feira, então mandei mensagem para avisar o casal que conheci em Lençóis e nos encontramos num barzinho perto do teatro João do Vale. À noite, fomos no teatro Artur de Azevedo ver a abertura do 39 Guarnice (festival de cinema). Teve apresentação de música da Cecília Leite em homenagem a Papete que era importante para a festa do boi e eu nem sabia das histórias. Cineasta Neville D’Almeida também estava presente e teve apresentação do filme “A frente fria que a chuva traz”.

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07/06/2016: uma dica fundamental para quem vai pra S. Luis: não dá pra ficar em lugar que não tenha ar condicionado! O calor é infernal, dormi mal, muito pior que nas redes em Baixa Grande ou Queimada dos Britos. No hostel tinha um grupo de uns 20 cariocas que havia feito uma travessia nos Lençóis sentido norte-sul (Atins-Lagoa Azul), acampando, bem mais rústico do que a que eu fiz! Certeza que nessa eu não iria!

 

Fui pegar o catamarã para Alcântara. O horário de saída varia conforme a maré. Haviam me dito que a saída seria 8:30 com retorno às 13:30. Fiz amizade com uma francesa/ brasileira que viajava sozinha também (nasceu no Brasil e foi para França quando era pequena), caminhamos juntas pela vila de Alcântara. Logo que descemos do barco, tinha muitos taxistas, guias e ambulantes se oferecendo. A vila é pequena, fomos caminhando mesmo. Mas teve uma pessoa meio suspeita que se ofereceu para ser guia e depois fomos alertadas por uma pessoa que era bandido! Era para ser um local incrível, muita história, ruinas, paisagens bonitas...mas o medo de assalto e as pessoas mal educadas entragaram o lugar. Caminhamos pela rua principal, fomos à casa de cultura aeroespacial, tomamos sorvete e voltamos para o Catamarã. A dica que deram é que a parte turística não tem fiação suspensa e as ruas são de pedra. Disseram para não sair desse trecho pois tinha perigo de assalto!!!

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No trajeto de ida, no catamarã, usamos coletes salva vidas e demorou 1h30min. Para voltar, se arrependimento matasse, teria morrido com certeza. E em geral relevo muita coisa viajando, mas fiquei muito irritada. O catamarã era o “Sabor de Mel”. Voltou lotado de pessoas moradoras de Alcantara que estavam indo para S. Luis. Não recebemos coletes salva vidas pois ficaria evidente a superlotação. A maré estava baixa e o desembarque seria numa praia (Ponta da Areia), não no píer de onde saímos. Isso já havia sido avisado, mas não imaginei que seria o perrengue que foi: demoramos 1:20 para chegar até próximo de onde a embarcação deveria atracar e ficamos aguardando mais 1h30min para chegar a um ponto que pudéssemos descer!!! A falta de educação e falta de respeito foram a pior parte: vi pessoas tomando cerveja e jogando a lata no mar sem nenhum pudor. Bêbados falando sem parar e eu parada ali, só tendo que esperar a maré subir!!! Um barco menor passou por nós e chegou mais fácil. O nosso, além de ser maior, estava superlotado. Algumas pessoas pularam na água e foram nadando até a praia (aqueles moradores de Alcantara). Eu estava com fome, sede e torcendo para aquele tormento acabar logo. Imagina se tem criança ou alguém passando mal? Essas saídas deveriam ser proibidas nessas condições. Eu não recomendo esse passeio, especialmente se falarem que a volta será numa praia! Não havia condições para navegar, ponto final, eles não poderiam ter vendido o passeio.

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Depois que desci na Ponta da Areia pensei em caminhar pela praia e ir até Calhau. Parei para tomar água de coco e fui alertada para pegar ônibus. Que era perigoso caminhar sozinha, tinha muitos moleques que assaltam usando bicicletas....Então peguei ônibus mas nem desci na praia. Olhei de longe e parecia Santos, voltei pro hostel.

Não gostei de S. Luis. É extremamente quente, tinha pessoas muito mal educadas, é suja. O centro era para ser muito bonito, mas o fato de ficarem toda hora me alertando “não vai por ali que tem assalto” me incomodou demais. O motorista de ônibus não parava nos pontos, dirigia feito louco. Os motoristas em geral eram muito mal educados, não dão passagem para pedestres na faixa, mesmo que não consigam atravessar a via e tenham que parar, nunca param a tempo de deixar o pedestre passar.

 

08/06/2016: Pela manhã ainda consegui visitar o Museu Histórico e Artístico do Maranhão. Ele foi um Solar, moradia de um grande fazendeiro do sec XXIX. A visita é acompanhada por uma monitora que vai contando as histórias de cada cômodo (sala masculina, sala feminina, diferença entre Solar e sobrado, tipos de azulejos). Solar: formato em U, parte de cima era dos senhores e embaixo ficava a cozinha e os escravos. Sobrado: em baixo comercio e em cima moradia. Tinha sala para os saraus com acústica e ventilação diferentes. Mulheres desenvolviam habilidades para o casamento: costura, artes. Homens estudavam. Carranca no berço, no quarto das crianças, onde também tinha lugar para a escrava e ama de leite cuidar do bebê. Banhos eram tomados apenas 1 vez por semana, higiene feita com paninhos. Não havia banheiro, usavam urinol e escarradeira, aff!!!

Sobre azulejos: azulejo português: em geral são necessárias várias peças para montar um desenho. Azulejo alemão já tinha um desenho em uma só peça. Azulejo francês tinha desenho em uma só peça e era bem delicado. Só os portugueses fizeram azulejos em alto relevo.

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Saindo do museu, caminhei em busca da praça Gonçalves Dias. Não sei se encontrei, passei por uma praça que não tinha graça e nenhuma referência a Gonçalves Dias. Passei em frente ao Hospital Português que achei bem bonito. Voltei para o hostel e fui para o Aeroporto.

 

Algumas observações:

Buriti: árvore com tronco “enrugado”, folha usada como telhado, é mais resistente que carnaúba, tronco usada para lavar rouca. Do fruto se faz doce, suco, sorvete.

Bacuri: fruta do cerrado, suco é azedinho.

 

Carnaúba: tronco espinhoso.

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Pousada do irmão em Atins: Gilvana e Irmão são os donos. É uma boa pousada, confortável, tem restaurante (R$ 150,00 diária do quarto)

Nas casas em Baixa Grande e Queimada dos Britos não lembro se era 40,00 ou 50,00 a hospedagem com café da manhã...e almoço 25,00 ou 30,00...

Pousada S. José em Santo Amaro=R$ 50,00

Guia na travessia Atins-Santo Amaro: R$ 600,00 ( Francisco Santos Nascimento (98) 98720-6806, super recomendo!)

Transporte Sto Amaro-S. Luis: 60,00

Passeio Lagoa Bonita: R$70,00

Qualquer informação sobre passeios procurem pela agência Vale dos Lençóis. Jocelino e Elielma foram muito gentis. A travessia eu contratei direto com o guia, mas eles indicaram a pousada e a pousada conhecia o guia. Deu tudo certo e sairia muito mais caro fechando com agencia desde São Paulo.

Transporte de Santo Amaro a S. Luis: (98) 9882-6951 (Maria/Denilson); (98) 98784-4044; (98) 99148-8904.

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