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Mochilão Econômico: La Paz, Copacaba, Oruro, Potosí e Salar do Uyuni


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  • Colaboradores

Este mochilão faz parte de uma viagem maior que estamos fazendo, a trabalho, pela América do Sul. Resolvemos tirar umas “férias” e conhecer um pouco mais do oeste boliviano Nosso objetivo é compartilhar informações principalmente com viajante duros como nós, ou ainda com aqueles que ficam sempre adiando os planos de viagens com a desculpa de que não têm grana.

 

Estamos copiando descaradamente o modelo de organização de um relato que lemos da Maria Emília, editora aqui do Mochileiros.com, pois achamos muito prático. Valeu Maria Emília (e outros mochileiros, claro) seus relatos e dicas estão nos ajudando muito, você é uma inspiração para nós!!!

 

Bom, agora vamos ao que interessa:

 

La Paz

 

Chegamos em La Paz de ônibus, vindo de Cochabamba. Optamos por um ônibus semi-cama. O ônibus era realmente bom, apesar do motorista ter demonstrado ser muito pouco educado e desrespeitoso. Depois de alguns passageiros reclamarem de atraso (e o ônibus estava realmente parando mais do que devia), o tal motorista parou num pedágio e pediu para um policial interrogar os passageiros, pois, segundo ele, estávamos forçando-o a ultrapassar o limite de velocidade (o que era uma grossa mentira). Ok, hora de respirar fundo: não desanime, percalços assim são comuns na Bolívia, e sinceramente não sei se algo parecido não iria ocorrer se optássemos por outra companhia. Nessas horas, o melhor é desfrutar das boas poltronas e da linda paisagem.

 

Foram cerca de 9 horas de viagem. Havíamos duas opções de estadia baratas, as duas muito próximas entre si, na rua Yanacocha. Sempre visando a economia, fomos a pé até o HOSTAL ÁUSTRIA e ao HOSTAL SEÑORIAL. São cerca de 15 minutos de caminhada a partir do terminal de ônibus, a altitude

e o peso das bagagens tiram o fôlego é certo, mas não mata ninguém. Chegando lá, um hostal era na frente do outro. Acabamos optando pelo Señorial, pois a cozinha era melhor. Pegamos um quarto que tinha janela para frente do hotel, o que foi bom pela luminosidade e ruim pois há noite (cerca de 21-22hs) era um pouco barulhento.

 

No outro dia, fizemos uma pesquisa para encontrar algo mais em conta, caminhamos um pouco pela parte central da cidade mas ainda assim o Señorial continuou sendo um ótimo custo- benefício e resolvermos permanecer nele. Tenha em conta que é raríssimo encontrar alojamento com cozinha nessa cidade, e é bastante importante para nós que estamos viajando há bastante tempo (e estamos cansados de comida de restaurante), além do fato de que preparar as próprias refeições é uma ótima forma de economizar.

 

Não há supermercados próximos dessa zona. Apesar disso, há o Mercado Lanza, a cerca de quatro quadras do hotel Señorial. Este é um grande mercado popular no qual você pode tomar café da manhã por preços econômicos e comprar o que necessita para cozinhar. Como não há etiquetas em nenhum produto, muitas vezes os comerciantes querem lucrar em cima dos gringos e acabam fazendo preços mais altos. Não se aborreça, a regra é clara: pesquise o mesmo produto em várias tendas e pechinche.

 

Um dia, por estarmos próximos, fizemos compras no HiperMaxi (na C. Rosendo Gutierrez, a duas quadras da Aniceto Arce), mas no resto foi tudo no Mercado Lanza mesmo. Nossas refeições eram simples, como massa à bolognesa, risoto (com arroz normal, do jeito mais simples possível), arroz com bife, arroz com proteína de soja, sopa instantânea, massa com atum, etc. Para café da manhã comprávamos (e armazenávamos na geladeira da cozinha do hotel) leite, manteiga, queijo, ovos e íamos nos organizando todas as manhãs. De lanche costumávamos ter sempre frutas (banana, maçã, laranja, bergamota, etc), além de pão, chá. Um de nós acabou de apaixonando pelo api, uma bebida bastante tradicional e popular na Bolívia, a base de uva e farinha de milho (pelo menos foi o que nos pareceu). Na calle Comércio, nº 1057 (a meia quadra da Plaza Murillo) há o Wist’upiku, um espaço mais refinado que serve api, pastel de queijo e ótimas empanadas (a de charque foi inesquecível). Se você for mais despreendido de luxos, vale a pena provar o api de um botequinho bem modesto, mas delicioso e cheio de bolivianos. Fica na C. Indaburo, ao cerca de cem metros da casa da cruz verde que fica na esquina com a C. Jaén.

 

No último dia em La Paz (quando já não tínhamos mais nada para comer em nossa “despensa”) tomamos café da manhã em uma saltenãria, localizada na C. Yanacocha (na quadra que fica entre as C. Potosí e Comércio, do lado direito da rua para quem está subindo). Café completo, por um preço baratíssimo, com torradas, bolachas água e sal, manteiga, geléia, ovo mexido e uma bebida a escolher (café preto, com leite ou chá). Outro local possível também é no

próprio Mercado Lanza onde há várias tendas com café, lanches, sucos, etc, todos com preços bem populares.

 

Para quem viaja com laptop, encontramos (depois de muito procurar) duas opções de wi-fi, os cafés Alexander (esq. calle Socabaya e Potosí) e Sol Y Luna (calle Murillo, 999). Não sei porquê, o maldito sinal do Alexander não conseguia acessar o Mochileiros.com, tampouco o Banco do Brasil. No entanto, de resto era ok. O Sol Y Luna acessava esses sites tranquilamente. Ambos são cafés destinados a turistas (o Alexandre também parece ter muitos executivos), por isso os preços são acima da média boliviana. Recomendamos para quem está viajando com o orçamento mais folgado ou para quem necessita de wi-fi.

 

Outra opção que se mostrou bem econômica foi uma lanhouse, próxima ao nosso hotel. O local era na calle Comercio (vindo da Plaza Murillo, logo depois da Yanacocha, do lado direito da rua), tipo em um shopping. Basta tomar elevador até o 3 º andar. A hora é barata e a velocidade é relativamente boa.

 

Numa das noites, nos aventuramos no bar Ojo de Água (C. lllampu, 965) lugar que parece ser um ponto de encontro cultural pacenho. Além de nós, havia mais alguns poucos turistas, a maioria do público é composta de locais. Na noite em que fomos, havia uma competição de grupos de danças típicas. Tudo bastante simples, porém muito bonito e feito por pessoas dedicadas. A cerveja é servida com um pequeno prato de folhas de coca para ir mascando junto do trago. Muito bom.

 

Dos museus que visitamos, tivemos uma ótima surpresa com um deles e entramos numa fria em outro. A fria foi o Museu da Coca (C. Linares, 906). Não queremos desestimular ninguém que quer visitar, mas realmente não nos agradou. O espaço é pequeno, muito pouco visual (mais coisas para ler do que ver), e a exposição em si parece mais uma grande colagem de trabalhos escolares, com direito a fotos de revistas coladas com fita adesiva, do que um museu propriamente dito. Por outro lado, o Museu dos Instrumentos musicais é radicalmente diferente. Há uma variedade enorme de instrumentos, alguns bastante comuns, outros raros, muitos exóticos. A cada sala, a música muda. Além de uma infinidade instrumentos bolivianos, há também uma sala dedicadas a instrumentos de diversas partes do mundo. Não é recomendado apenas para fissurados em música, e sim para todos, afinal a música é uma das dimensões humanas. Aliás, a C. Jaén por si só já um local interessante, que vale a visita.

 

Durante nossa estada em La Paz fizemos 2 passeios: primeiro o monte Chacaltaya e no dia seguinte o sítio arqueológico de Tiwanaco. Em ambos, foram acertados pela agência do Hotel Torino, seguindo as dicas aqui do site, nem fizemos pesquisa entre as agências, fomos direto na Torino e não nos arrependemos, o pessoal foi bem simpático e confiável e ainda, por estarmos em duas pessoas, fazendo dois passeios, nos deram descontos.

 

Seguindo o esquema que se repetiu nos dois dias de passeio, uma van passou em frente ao nosso hotel cerca de 9hs da manhã e seguimos até o Chacaltaya. No caminho paramos para tirar algumas fotos de La Paz e mais adiante num botequinho para mantimentos e lanches (no caso de que não havia levado), mas atenção, os preços eram bem superiores, então é bem importante levar já o lanche de La Paz (água, bolachas, sanduíches, chocolate, frutas, etc). A van sobe com certa dificuldade a estrada íngreme até chegar em uma espécie de “acampamento base” onde todos descem, podem ir ao banheiro, pagam suas entradas e iniciam a caminhada até o topo do Chacaltaya.

 

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O "acampamento-base" visto de cima

 

A caminhada inicial é bem puxada, pois, apesar de não ser muito longa, é bem íngreme, o que torna tudo mais difícil, ainda mais a 5.000m de altitude. Muitas pessoas paravam (nós inclusive) para respirar e recuperar o fôlego. O dia estava bem bonito e apesar do frio, havia sol. Depois de se

chegar ao primeiro ponto, o grupo segue para o segundo (um grupo de brasileiros que conhecemos no hotel disse que no grupo deles, muitas pessoas nem conseguiram seguir adiante), ainda mais alto, porém com um caminho um pouco mais plano. A vista lá de cima é algo recompensador, vale muito a pena o sacrifício. Na volta, quando estávamos descendo, começou a nevar. O frio era intenso, porém a neve deu todo um charme, algo inédito para nós.

 

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A segunda parte da caminhada no Chacaltaya

 

No acampamento, já com todos lá embaixo, havia, para quem quisesse e pudesse pagar, chá de coca, chocolate quente, sanduíche e sopa, a preços um pouco acima da média. Tomamos um chá de coca para recuperar nossas forças, comemos uns pães e chocolates que havíamos levado e seguimos viagem com o grupo até o Vale de La Luna. O Vale consiste de formações geológicas que nada mais são (segundo a explicação do guia) do que o resultado de milhares de anos da ação da chuva sobre solo. O local é relativamente organizado (os banheiros são limpos, as trilhas são bem demarcadas, etc). Fizemos, por estarmos com pouco tempo, a trilha mais curta (de 20min) ao invés da trilha completa (cerca de 45min). No fim das contas foi até melhor, pois não achamos o local “lá

essas coisas”, além do mais estava todo mundo bem cansado da caminhada no Chacaltaya. Quando já era quase 16hs, retornamos e a van deixou todos, como combinado, na C. Sagárnaga.

 

No dia seguinte, já tínhamos agendado o passeio para Tiwanaco. Dessa vez, pegamos a van e quase na saída da cidade trocamos para um microônibus, maior e bem mais confortável. A estrada até as ruínas é bem pavimentada e a viagem segue tranqüila por cerca de 1h30min, quase 2hs. No ônibus mesmo, pagamos para o guia (uma figura ímpar) o ingresso do local. Este passeio dividiu opiniões, pois um de nós gostou bastante e outro detestou. Acreditamos que no final das contas o que interessa é o gosto da pessoa por esse tipo de assunto. Primeiramente, visitamos dois museus, um com artefatos e reconstituição da história dessa antiga civilização; o outro, ainda em construção, com o maior monolito encontrado no parque. Nosso pícaro guia explicava tudo muito bem e era bastante engraçado.

 

Seguimos então para o parque de Tiwanaco, onde estão localizadas as ruínas. Para entrar, estrangeiros pagam 80 bolivianos, enquanto habitantes locais pagam apenas 10 bolivianos – coisa que, sob nosso ponto de vista, é uma estúpida forma de discriminação e preconceito. O passeio não é dos mais cansativos, apenas uma caminhada pelas ruínas. No entanto, sem almoço e com o sol forte do meio-dia, acaba se tornando um pouco maçante. Também há muitas crianças correndo e grupos escolares. Se você se interessa pelo tema de antigas civilizações, cremos que é uma boa pedida esse passeio. Mas se você não se inteeressa, talvez seja melhor poupar sua grana e seu tempo.

 

Depois do passeio, lá pelas 14h, a van leva o grupo para um pequeno restaurante do povoado de Tiwanaco. Levamos lanches e fizemos nossa refeição dentro do microônibus, pois já imaginávamos que o restaurante que iriam nos levar seria caro para nosso orçamento (não deu outra, cada almoço custava 25

bolivianos). Depois que todos comeram, seguimos de volta para La Paz (no mesmo esquema do dia anterior, parando na C. Sagárnaga).

 

Dicas e custos:

- Passagem para La Paz (a partir de Cochabamba) pela empresa Flota Bolívar: 50 bol/pessoa (ônibus semi-cama) + 5 bol/pessoa pela uso do terminal.

- Diária do Hotel Señorial (localizado na Calle Yanacocha, 540, a uma quadra da Plaza Murillo e três quadras da Av. Marical Santa Cruz): 35 bol/pessoa (quarto com banheiro coletivo)

 

::cool:::'> Pontos positivos:

- Disponibiliza cozinha (ampla), com geladeira

- Quartos confortáveis

- Banheiro coletivo grande, com duchas quentes e abundantes

- Localização boa (a uma quadra e meia da Plaza Murillo)

- Staff é legal, bastante simpático (principalmente as meninas da limpeza)

- Os quartos eram limpos todos os dias

 

::bad::Pontos negativos:

- Não negociou o preço das diárias, mesmo a gente ficando mais de uma semana lá.

- Não havia tomadas de energia nos quartos

- Sem internet nem café da manhã

- Quartos que dão para a frente são um pouco barulhentos à noite

 

::otemo:: Avaliação final: voltaríamos e recomendaríamos para um amigo.

 

- Api + pastel de queijo (Wist’upiku, C. Murillo, nº 1057, a meia quadra da Plaza Murillo): 8 bol.. Ainda nesse local: apenas api = 4 bol., apenas pastel de queijo ou empanadas de diversos sabores = 4,5 bol.

 

- Cafés com sinal Wi-Fi: Café Alexander (esq. C. Socabaya e Potosí) e Sol Y Luna (C. Murillo, 999). Café expresso pequeno (praticamente o que há de mais barato nos menus): 8 bol.

 

- Internet na C. Comércio (próximo da calle Yanacocha): 1,5 bol/hora.

- Bar Ojo de Água (C. Lllampu, 965): 10 bol/pessoa para entrada. 2 cervejas (Paceña) saem por 25

bol. e vêem com folhas de coca para mascar.

 

- Roubada: Museu da Coca (C. Linares, 906): 10 bol/pessoa

 

- Bacana: Museu dos Instrumentos Musicais (início da C. Jaén): 5 bol/pessoa

 

- Café da manhã em Salteñaria (localizada na C. Yanacocha, entre as C. Potosí e Comércio): 8 bol/pessoa.

 

- Passeio pela Agência Torino para o monte Chacaltaya + Vale de La Luna: 40 bol/pessoa (com desconto, preço original: 50bol/pessoa) + 15bol/pessoa de entrada em cada parque.

 

- Importante: não esquecer filtro solar, óculos de sol e além de agasalho reforçado (o frio pode ser bem intenso lá em cima), como um bom casaco, luvas e touca. Levar lanche e água.

 

- Passeio pela Agência Torino para as ruínas de Tiwanaco: 45bol/pessoa (com desconto, preço original: 50bol/pessoa) + ingresso 80bol/pessoa.

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  • Colaboradores

Copacabana

 

Tomamos um táxi até o Cemitério de La Paz. Logo que descemos avistamos algumas pessoas anunciando ônibus para Copacabana. Fomos até um homem que trabalhava para uma empresa e este nos informou o preço e disse que o próximo ônibus sairia às 12h30min (era 11hs). Nos certificamos de que teríamos assentos marcamos (coisa bem importante na Bolívia) e compramos as passagens. Ficamos na salinha da empresa, sentados junto com a bagagem. Um de nós saiu pelas ruas para comprar alguns lanches para comer durante a viagem (tempo previsto para chegar até Copacabana: 3h30min). Munidos de pães e chocolatada “Pil” entramos no horário correto no ônibus. Como de praxe, houve um atraso de 15-20min até a saída. O ônibus ainda parou em El Alto (município vizinho de La Paz) e pegou mais vários passageiros, completando a lotação.

 

A paisagem, quando vai se aproximando de Copacabana, é realmente muito bela, sendo possível avistar o Lago Titicaca. Em um determinado momento da viagem, o ônibus parou e do nada algumas pessoas (locais) se postaram no corredor para descer. Bom, pensamos “vai ver é uma cidadezinha qualquer e essas pessoas vão ficar por aqui mesmo”. Mas não, após alguns passageiros descerem, subiram 2 ou 3 policiais e disseram que TODOS deveriam descer. Nós, sem saber o que estava acontecendo, descemos. Outras duas meninas turistas que também estavam no ônibus perguntaram para os policiais o que estava acontecendo e estes explicaram que o ônibus iria fazer a travessia do lago na balsa e que nós e os outros passageiros deveríamos tomar um barco para chegar até a outra margem. Indicou onde ficava a bilheteria (claro, teríamos que pagar pela travessia, apesar de ninguém ter nos avisado isso quando compramos a passagem de ônibus) e a saída dos barcos. Fomos até ali, compramos os tickets e seguimos para o outro lado do lago. Após chegar, ainda

pedimos informação sobre o local em que o ônibus iria parar e pegar novamente os passageiros. Assim, meio perdidos subimos novamente no ônibus e depois de 30min estávamos na tão falada Copacabana.

 

Ao chegarmos na cidadezinha, um de nó se pôs a procurar hotéis enquanto o outro ficava na praça cuidando das bagagens. Era uma luta encontrar hostals e hotéis com alguém na recepção (em Copacabana, eles simplesmente abandonam a recepção dos hotéis e deixam que o turista adivinhe se há vagas e os preços dos quartos). Nos hotéis em que alguém nos atendeu, os preços não variavam muito, 70 bolivianos para o quarto matrimonial com banheiro e tevê a cabo, e 50 bolivianos para o quarto sem banheiro e sem tevê. Nenhum deles disponibiliza cozinha.

 

A única opção diferente que encontramos, mais barata e com cozinha (pequena e um pouco desorganizada, é verdade, mas ainda assim satisfatória) foi o HOTEL EMPERADOR (preço, localização e mais detalhes logo abaixo). É um hotel bastante simples, mas limpo e com bons banheiros. Além disso, por incrível que pareça, havia sempre alguém simpático na recepção.

 

Fizemos dois passeios muito bons em Copacabana: a subida do Cerro Calvário e o trekking que liga o lado Norte ao lado Sul da Ilha do Sol.

 

O Cerro Calvário, como sugere seu próprio nome, é um monte em que estão marcadas as estações do calvário de Jesus Cristo. Acreditamos que o local deve ser usado para procissões em datas especiais e festas religiosas. Segundo informações do centro turístico de Copacabana, o morro tem cerca de 160 metros. Sinceramente, olhando ali de baixo parece ter bem mais que isso, e continuamos acreditando que deve ter mesmo. A sinuosa subida demora cerca de uma hora para ser vencida e é bastante cansativa em virtude da altitude (o topo do cerro está a 3970 metros acima do nível do mar). O lugar tem ares de paz e peregrinação, e um de nós até levou uma vela e acendeu para a Virgem de Copacabana. Agora, se você é cético e não está nem aí para essas coisas, curta essa trilha e tudo que ela pode te oferecer: grátis, paisagens magníficas, muita contemplação e silêncio. Já no meio da subida há um maravilhoso mirante onde se vê o Titicaca e suas ilhas. A vista do topo também não fica para trás, é encantador estar diante daquele infindável lago de águas azuis. Vale muito a pena.

 

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Vista de Copacabana a partir do Cerro Calvário

 

Para a Ilha do Sol, tomamos um barco às 8h30m e, após cerca de duas horas, atracamos no lado norte da ilha. É fácil encontrar a trilha e rumar para o lado sul, onde os barcos que voltam para Copacabana saem às 15h30m. A trilha demora cerca de duas horas para ser percorrida. A paisagem é bastante bonita, mas nada de muito espetacular. Recomendamos para quem curte trekkings e caminhadas.

 

Também tome muito cuidado com os achacadores nessa ilha. Conforme nos informamos aqui mesmo no mochileiros.com antes de ir, há muita gente com recibos falsos tentando cobrar a entrada na ilha e nas suas comunidades. Há três “pedágios” básicos, ao chegar, no meio da trilha, e na entrada para o lado sul. Cada um cobra cerca de 5 bolivianos, mas não temos bem certeza do valor porque não pagamos NENHUM deles. Essa cobrança é ilegal, além de ser um desrespeito com os turistas. O dinheiro não vai para a comunidade, e sim para os caras-de-pau que fazem a cobrança. Passe reto e nem dê atenção aos cobradores, eles não tem a quem recorrer, já que estão fazendo algo ilegal.

 

No lado sul, enquanto descansávamos depois da trilha, víamos os barcos chegarem e duas cholas cobrarem indevidamente os turista, que faziam fila para pagar. É tão falsa a cobrança que alguns barcos chegavam enquanto as cholas estavam ocupadas cobrando outros, então os turistas desciam numa boa, sem ninguém lhes cobrar nada. Depois das cobranças, vimos que as cholas compravam com o dinheiro recebido refrigerantes e salgadinhos e faziam um piquenique em frente ao lago rindo da cara dos turistas.

 

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Cholas em ação!

 

Dicas e custos:

- Táxi da C. Yanacocha em La Paz até o Cemitério: 12 bol.

 

- Ônibus para Copacabana (saindo do Cemintério): 15 bol/pessoa, 3h30min de viagem

 

- Lanche nas proximodades do cemitério (empanadas e chocolatada): 7 bol.

 

- Tickets para pegar um barco e atravessar o lago: 1,5 bol/pessoa.

 

- Diária no Hotel Emperador (C. Murillo, 235) em quarto matrimonial com banheiro coletivo: 15 bol/pessoa (com desconto, preço original 20 bol/pessoa). Se você chegar de ônibus, basta atravessar a praça em frente à parada de ônibus e virar a direita onde há uma grande igreja. Caminhe umas quatro ou cinco quadras e logo chegará ao hotel, que fica do lado esquerdo da rua.

 

::cool:::'> Pontos positivos:

- Excelente preço

- Recepcionista simpático, mostrou os quartos e ainda negociou o valor original

- Ambiente (quarto principalmente) limpo

- Disponibiliza cozinha, apesar de pequena

 

::bad::Pontos negativos:

- Um pouco distante do “centrinho” (mas ainda bem possível de se ir caminhando)

- Sem internet e café da manhã

- Cozinha não possui geladeira

 

::otemo::Avaliação final: Honesto, ótimo custo-benefício!

 

Barco para Ilha do Sol:

- Há desconto para quem compra ida e volta ao mesmo tempo, sai por 20 bolivianos por pessoa.

- O barco saiu às 8h30m de Copacabana, descemos no lado norte e tomamos o barco de volta no lado sul às 15h30m.

- Leve protetor solar, roupas leves para a caminhada, água e lanche.

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  • Colaboradores

Oruro

 

Como a idéia era seguir para o Salar, ficamos tentados a ir parando em algumas cidades do caminho. Nossa primeira escolha foi mesmo Oruro. Saindo de Copababana tomamos um ônibus para La Paz às 10h30min (com um atraso normal de 15min) que saía da praça Sucre, compramos as passagens 30min antes. Na viagem, tudo certo, chegamos em La Paz cerca de 13h30min e já fomos em um guichê e compramos passagem para Oruro, com saída marcada para às 14h30min. Só deu tempo para ir numa padaria próxima pegar uma Coca-cola “fria” (quente), algumas empanadas de queijo e seguir para o próximo ônibus.

 

Nesta viagem sofremos com o calor, porque era a hora mais quente do sol e o ônibus fervia, estávamos em um banco onde havia uma divisão de janelas, logo apenas os vizinhos da frente e de trás poderiam abrir seus vidros. Os bolivianos de modo geral são bem friorentos e quando viajam deixam os vidros todos fechados, o que dá uma sensação de claustrofobia e abafamento, ainda mais nesses ônibus em que não há ar-condicionado e sistema de ventilação. Estávamos um pouco aliviados que aquela “janela” do teto estava aberta, assim circulava um pouco de ar, mas em um dado momento uma senhora pediu para o “funcionário” do ônibus que fechasse, nós ainda tentamos solicitar para que ele deixasse ao menos um lado aberto, mas nada, no melhor estilo “educação boliviana de tratar turistas” fez que não era com ele e virou as costas. Nós ainda gritamos que estávamos falando com ele, mas ele nos ignorou com toda pompa e má-educação. Nós com raiva tivemos que agüentar ainda mais umas 2 hs de viagem abafada.

 

Chegamos em Oruro depois de 3h30min de viagem, já no fim da tarde. Com um endereço de um hostel em mãos (RESIDENCIAL SAN SALVADOR, C. Velasco Galvarro, 6325 esq. C. Murgula, fica próximo à estação de trem), pegamos um taxi e fomos até o local. Pedimos por um quarto para duas pessoas com banheiro compartilhado. A mocinha apenas (como quase todos as/os recepcionistas dos lugares que passamos na Bolívia) nos alcançou a chave de um dormitório e disse para darmos uma olhada. O quarto era terrível (e olha, não somos muito exigentes não), mais parecia um cativeiro: tão pequeno que só cabia a cama e um espaço para abrir a porta, além de uma pequena janela (que dava para o corredor) e que estava estragada, não fechava.

 

Informamos a recepcionista do estado do quarto mas ela apenas lamentou, disse que não havia outro com banho compartido, sequer nos ofereceu um com banho privado por um preço amigo. Desistimos dali e continuamos a caminhar pela rua Velasco Galvarro. Depois de perguntar em mais 2 ou 3 locais (que ou estavam lotados ou eram muito caros) acabamos ficando no RESIDENCIAL SAN MIGUEL na C. Sucre (na altura da C. Potosí) À primeira vista, contando que já era quase 19hs da noite e estávamos cansados de tanta viagem, parecia ser um lugar “habitável”, contudo, depois de nos instalarmos só víamos mais e mais defeitos (comentários sobre o local, abaixo).

 

Enfim, depois de tudo isso, no dia seguinte, resolvemos procurar algo que oferecesse um melhor custo-benefício, porém o local que mais nos agradou (RESIDENCIAL GLORIA) se mostrou um tanto confuso quanto às informações de estar ou não disponível (num dia fomos atendidos por uns senhores que disseram que na manhã seguinte poderíamos chegar que teria vaga. Na manhã seguinte, para confirmar passamos no local e fomos atendidos por uma senhora que dizia que eles não estava recebendo ninguém, até o próximo mês. Vá entender...). Como pretendíamos ficar apenas aquele dia e seguir viagem no dia seguinte bem cedo, achamos que não valia a pena passar a maior parte do tempo procurando hospedagem, e nos rendemos, ficamos no local onde estávamos.

 

Não exploramos muito a cidade, nos resumimos mais ao centro, próximo às praças mais principais, então ficaria difícil dizer o que achamos da cidade. Como tínhamos alguns trabalhos pendentes também precisávamos de internet, acabamos ficando várias horas em um lanhouse grande, localizada na esq. das ruas Doria Galvarro com Bolívar, em frente a Plaza da Entel.

 

Um dia tomamos café da manhã no Mercado Municipal da cidade que fica a poucas quadras da Plaza 10 Febrero. Local bem agradável, fomos atendidos por uma senhora boliviana bem querida, que nos deu várias dicas sobre Oruro, o que visitar, etc. No fim da tarde retornamos e pedimos o clássico pastel de queijo + api, tudo gostoso e atendimento bacana novamente.

 

No dia seguinte, seguimos para o Terminal de ônibus, pois havíamos comprado passagem (no dia anterior) para Potosí com saída ás 7h30min.

 

Dicas e custos:

- Ônibus de Copacabana para La Paz: 15 bol/pessoa.

- Ônibus de La Paz para Oruro: 23 bol/pessoa + 2 bol/pessoa de uso terminal

- Hora internet (esq. C. Doria Galvarro com Bolívar): 3 bol.

- Café da manhã no Mercado Municipal: uma taça de Toddy, outra de café preto, dois sanduíches com ovo frio, tomate e maionese = 10,5 bol.

- Lanche da tarde no Mercado Municipal: pastel de queijo (frito na hora) + api = 6 bol/pessoa.

 

- Residencial San Miguel na C. Sucre (na altura da C. Potosí): 70 bol o quarto para duas pessoas, com banheiro privado.

 

::cool:::'> Pontos positivos:

- A ducha (apesar do box ser apertado) era quente e farta

 

::bad::Pontos negativos:

- Banheiro sem luz

- Cabo da televisão vinha pela janela do banheiro e ficava flutuando no ar até conectar na TV, por isso, a janela do banheiro não podia ser fechada e quando estávamos escovando os dentes tínhamos que “driblar” o tal fio

- Imagem da televisão ruim, apesar de ser “cable”

- Colchão era velho de uma forma que quando dormíamos mais parecíamos estar em uma montanha, cheia de altos e baixos.

- Atendimento ruim: recepcionistas, além de serem ríspidos, assistiam televisão em volume máximo até a meia noite, importunando os hóspedes que queriam descansar.

 

::bruuu::Avaliação final: recomende apenas para os seus piores inimigos!

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  • Colaboradores
Fala casal! Estou esperando o resto do relato! Estão na estrada ainda?

 

abraços.

Guilherme.

 

PS: desculpa por bagunçar seu relato antes do fim !!

PS2: Eu e a minha namorada saimos na foto do Chacaltaya hehehe

 

Oi Guilherme!

 

Imagina, vamos postando conforme vamos terminando de escrever cada etapa, é muita informação. Logo, logo sai do forno Potosí e Uyuni.

 

Estamos na estrada sim. Depois de sobrevivermos à Bolívia, um rumou para o Paraguai e outro para o Peru, nos reencontraremos em breve.

 

Abraços

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  • Membros de Honra

Já deu pra perceber que tô gostando muito do relato!!!!! ::otemo::

 

Uma das coisas que achei interessante é a forma como vcs se referem a vcs mesmos!!

(...um ficou em tal lugar enquanto outro foi para lá...)

Acho q é uma forma de dar mais privacidade sem tirar a beleza da história!! legal!

 

Aguardo a continuação!

 

Abraços

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  • Colaboradores
Já deu pra perceber que tô gostando muito do relato!!!!! ::otemo::

 

Uma das coisas que achei interessante é a forma como vcs se referem a vcs mesmos!!

(...um ficou em tal lugar enquanto outro foi para lá...)

Acho q é uma forma de dar mais privacidade sem tirar a beleza da história!! legal!

 

Aguardo a continuação!

 

Abraços

 

Que bom que tu estás curtindo!

 

É, achamos que o importante, ao menos para contar aqui no site, é a história em si e não os personagens, certo?! Apesar de que dá pra saber bastante da gente só pelas escolhas (trajetos, custos, lugares, opiniões, etc) que vamos fazendo pelo caminho.

 

Acreditamos realmente que esse relato (assim como outros pitacos que damos por aqui) pode ajudar a vida de muitos mochileiros, como outros nos ajudaram e nos ajudam.

 

Até a próxima!

 

Abs

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