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Sempre tive vontade de visitar o Pantanal e Bonito. Ao pensar na viagem de fim de ano, fui pesquisar passagens na decolar.com e encontrei passagens baratíssimas de São Paulo pra Campo Grande. Comprei ida no dia 26 de dezembro e volta no dia 6 de janeiro. Com base nessas datas, fui agendar os passeios e estadia. A ideia era passar alguns dias em Bonito e seguir pro Pantanal. Mas fim de ano é alta temporada em Bonito, portanto só havia vaga no Hostelling International a partir do dia 2. Fiz a reserva do hostel e também dos passeios. Eles têm uma agência de turismo no próprio hostel, que pode facilitar muito a nossa vida. Como eu só teria 3 dias inteiros em Bonito, perguntei dicas aos amigos e fiz reserva no Abismo Anhumas, na Trilha Boca da Onça e no Rio da Prata. Cada passeio tem um limite máximo de visitantes por dia, por isso é bom reservá-los com muita antecedência, principalmente na alta temporada. Queria muito mergulhar no Abismo, mas, como não tinha curso de mergulho, dei a bobeira de reservar só a visita. Quando me inscrevi no curso de mergulho, já não havia vaga lá, pois são só quatro mergulhos por dia. Melhor reservar e, se for o caso, cancelar, pois sempre há alguém na fila.

 

Quanto ao Pantanal, minha prioridade, além de ver bichos, claro, era ter contato com cultura indígena. Pesquisei vários sites na internet, entrei em contato com algumas agências, mas o Explore Pantanal me chamou a atenção. Os donos são um índio da tribo kadiweu casado com uma suíça: Marcello e Mirjam. Fechei com eles o pacote do Pantanal.

 

Preciso contar que, logo antes de viajar, ao fazer o curso de mergulho, minha câmera à prova d’água estragou. E, no primeiro dia de viagem, peguei uma chuva que fez meu iphone também estragar. Portanto passei a viagem sem câmera alguma, o que, confesso, foi libertador. No final, as pessoas que encontrei pelo caminho fotografaram e me mandavam as fotos.

 

Peguei o vôo cedo para Campo Grande, de lá um ônibus para Miranda, em cuja rodoviária Marcello Yndio vinha nos buscar. Logo no início ele foi perguntando como cheguei à agência deles, pois eles recebiam praticamente só gringos, já que, de acordo com ele, “brasileiros não querem saber de natureza, só de farra, mulher bonita, cerveja, praia...”. Fui com a cara dele na hora. Ele deu a notícia de que eu ficaria hospedada na Fazenda Meia Lua, recém arrendada, em vez de ficar no Rancho Mandovi, onde eles costumavam receber anteriormente. A fazenda em questão era bem mais confortável, juro que fui pro Pantanal disposta a passar por perrengue e não esperava um décimo do conforto que acabei tendo.

 

Por sete dias no Pantanal, paguei 1400 reais, com TUDO incluso. Mais tarde conheci alguém da região contando vantagem sobre alguma outra fazenda, que tinha “o melhor preço”: 400 reais a diária. Aí tive certeza de que fiz um ótimo negócio, até porque a experiência valeu cada segundo.

 

Pra começar a falar em Pantanal, a primeira coisa é que, lá, a temporalidade é outra. O fato de estar desconectada de tudo contou muito. Eu até estava com lap top e eles têm wi fi, mas preferi aproveitar o momento ali. Tínhamos longas conversas com Marcello e sua esposa, Mirjam, uma suíça que nos ensinou sobre xamanismo e nos levou a rituais na fogueira. Entrávamos no mato com Marcello, que abria trilhas, mostrava as propriedades das plantas, dava dicas de sobrevivência no mato e contava histórias incríveis sobre suas aventuras. Aprendemos a nos pintar com jenipapo e urucum e, na virada do ano, fiz questão de estar pintada. Fizemos passeio de barco no Baixo Pantanal, safári de jeep, andamos pelo Baixo e pelo Alto Pantanal. Vimos jacarés, ariranhas, capivaras, quatis, tucanos, lagartos, araras, enfim, variadas espécies de bichos. Acordávamos e íamos agradecer à Mãe Terra na torre de observação, de onde víamos toda a paisagem ao nosso redor. Relaxávamos na piscina. Comíamos as deliciosas comidas de fazenda, sempre acompanhadas por sucos de frutas do pé.

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Depois de dias incríveis no Pantanal, segui para Bonito, em uma van que nos deixou direto no hostel.

 

O primeiro passeio em Bonito foi a Trilha Boca da Onça. Tudo era muito organizado no hostel, então de lá já saía o transporte que nos levava ao local. Chegando lá, quase fui proibida de fazer a trilha, por estar de havaianas. Os passeios lá são todos certificados e mais um monte de frescuras, por isso eles são cheios de regras. Argumentei que sou acostumada a fazer trilhas de havaianas, etc. e tal, e no final o guia autorizou que eu fosse. No início, tive vontade de rir: é uma trilha construída. Não chega a ser asfaltada, mas é toda delimitadinha por ripas de madeira, nem acreditei que eles não queriam me deixar fazer de chinelo. Confesso que comecei o passeio com um pouco de preconceito, por conta da estrutura muito turística. Mas o fato é que o lugar é tão mágico que em pouco tempo eu fui desarmada. Cachoeiras e cachoeiras belíssimas, paisagens deslumbrantes, fiquei tonta de tanta beleza. No final da trilha, um almoço delicioso.

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Voltando ao hostel, fui informada pelo Luiz, um querido do hostel, que tinha que fazer um treinamento-teste para ir ao Abismo Anhumas no dia seguinte. O motorista do hostel me levou ao local do treinamento. É que, para entrar no Abismo, precisamos descer por um rapel de 72 metros. A subida é feita pela mesma corda. Portanto eles fazem este treinamento para as pessoas se familiarizarem com o equipamento e também para avaliarem quem está realmente apto a realizá-lo. Como eu só levara havaianas pra viagem (até comprei um tênis pro safári no Pantanal, mas larguei-o lá), o Luiz arranjou um tênis para me emprestar e, no outro dia, a Renata, da agência, me emprestou os dela. Muito fofas as pessoas lá.

 

No dia seguinte o carro nos levou pro Abismo. Uma das garotas do grupo estava morrendo de medo do rapel. Descemos em dupla e, no início, passamos entre rochas estreitas. Quando conseguimos ver a amplidão do lugar... aquilo dá um barato! Uma das coisas mais impressionantes que já vi na vida! Uma gruta imensa, cheia de estalactites e estalagmites, que parecem esculturas belíssimas. A parte da água onde bate luz fica de um azul turquesa maravilhoso. E debaixo da água há vários cones submersos, parece outro planeta. Uma pena eu não ter conseguido vaga pra mergulho. Em compensação, fizemos snorkel e depois demos uma volta de bote. Sério. Esse passeio é imperdível. A subida é cansativa, mas vale cada gota de suor.

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Quanto ao terceiro dia, acabei tendo uma confusão com as reservas e perdi o passeio ao Rio da Prata, que estava louca pra fazer. Acabei indo, no lugar, à Nascente Azul, um passeio aberto há pouquíssimo tempo. Flutuação em água transparentes, a nascente parece um aquário criado, com vegetação belíssima e muitos peixes.

Fui embora de Bonito prometendo voltar este ano ainda, pra pelo menos mergulhar no Abismo e fazer a flutuação do Rio da Prata. Uma viagem inesquecível.

 

 

PS: Sou aluna de doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense. Minha pesquisa é sobre relatos de viagem na internet, o que inclui relatos em sites, blogs, redes sociais, enfim, os instrumentos na internet que cada um utiliza para compartilhar sua viagem. Trabalho com este tema inclusive porque também sou mochileira, blogueira e me interesso tanto por viajar quanto por compartilhar e entender esse fenômeno. Estou à procura de pessoas dispostas a contribuírem para minha pesquisa, tanto concedendo entrevista quanto permitindo que eu acompanhe seus relatos variados de viagem. Adoraria se você pudesse ajudar. Posso ser encontrada pelo e-mail liantai@hotmail.com , ou pelo Facebook como “Lian Tai”, através do mesmo e-mail. Também tenho um blog, que, apesar de não ser específico sobre viagens, também uso para relatá-las: www.bolhinhasdalian.blogspot.com . Caso tenha interesse em contribuir ou queira mais informações sobre a pesquisa, por favor entre em contato pelo meu e-mail, com RELATOS DE VIAGEM como assunto, para que eu não confunda com o lixo eletrônico. Desde já agradeço! =)

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  • 2 semanas depois...
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Alyne,

Não calculei o total da viagem, mas vejamos... comprei passagem com muita antecedência pra Campo Grande, saiu em torno de 300 reais ida e volta. De lá ônibus pra Miranda, não me lembro o preço, mas acredito que algo em torno de 50 reais. Os sete dias completos no Pantanal saíram 1400 reais, depois 50 reais de transporte para Bonito. Agora, em Bonito os passeios podem ser caros. O do Abismo Anhumas é o mais caro, algo em torno de 500 reais, mas vale muito a pena.

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  • 5 meses depois...

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