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Patagônia (El Calafate, El Chaltén, Ushuaia) e Buenos Aires - 22 dias 'sozinha' - ¿Por qué no?


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Segundo mochilão, novamente sozinha, um plano muito mal traçado e uma necessidade física imensa de tirar férias. Isso explica boa parte do dinheiro gasto, da solidão em alguns momentos e da quantidade de Quilmes consumida na viagem :)

 

Mal planejado mais ou menos... A Patagônia era o destino escolhido e fazia algum tempo que eu lia relatos, guias e tudo mais, eu sabia muito bem o que fazer e aonde, mas tinha dúvidas... as principais eram

 

1) O que eu dava conta de fazer? (no caso dos trekkings em El Chaltén e Torres del Paine, que eu cogitei no início e depois descartei por medo de não conseguir e agora me arrependo porque eu acho que daria conta)

2) Quanto tempo para cada atividade? (foi falta de organização mesmo...)

3) O que eu REALMENTE ia querer fazer em cada lugar? (por exemplo, em Ushuaia separei 5 dias mas depois de 2 já tava desesperada pra ir pra civilização... hahaha)

4) Quanto gastar? (aí tem vários fatores: inflação argentina, cotações diferenciadas, aumento nos custos dos passeios... no fim faltou dinheiro, meu cartão de crédito ta sofrível esse mês e eu passei uma semana em BsAs me alimentando de empanadas :S

5) O quão podre eu estava? (tenho que admitir que eu tava sofrendo um pouco no trabalho e precisava de férias pra arejar a cabeça e descansar um pouco também, então tem dias de “férias das férias” pra não fazer nada, dormir tarde... Eu não sofro com isso, falando que “dormir eu durmo em casa” e esse tipo de coisa... Vai do julgamento de cada um aí! )

 

Com as passagem para BsAs garantidas por uma barbada de 6000 milhas para ida/volta (sim, ida E volta, ‘ambas as duas juntas e somadas’ hahahha) a idéia foi a seguinte

 

1º dia – BsAs

2º dia – viagem para El Calafate

3º ~ 11º dias – entre El Calafate e El Chaltén

12 º dia – viagem para Ushuaia

13º ~ 16º dias – Ushuaia

17º dia – viagem para BsAs

18º ~ 21º dias – BsAs

22º dia – volta para o Brasil

 

Não foi bem isso o que ocorreu, mas vamos aos fatos:

 

1º dia – BsAs

 

Cheguei em Buenos Aires umas 2 da tarde no Aeroparque. Ótima escolha ter ido por lá, muito fácil de chegar no centro, gastei menos de taxas e fui pro Milhouse de ônibus. Por sinal, supersimples pegar ônibus em BsAs, vc só precisa de moedas e um mínimo de noção... rs... na rua de frente ao aeroporto pegue o ônibus 45 (no mesmo lado do aeroporto, não precisa atravessar a rua). Na dúvida, peça ao motorista para que pare na esquina da Av de Mayo... bem fácil.

 

Cheguei, fiz check in e fui dar uma volta... O Milhouse tem uma localização muito boa no microcentro e a região é segura então sem erro (segura naquelas, né... bom senso com as coisas, sem dar mole com os pertences e acho que ninguém vai ter grandes problemas).

 

Fui andando em direção ao congresso, tirei algumas fotos, comi umas porcarias, tomei um Starbucks... bom, não tinha muito o que fazer, poucas horas e eu estava cansada pós vôo...

A noite fiquei bem pouco na festa do hostel, meu vôo era cedo e eu já tenho históricos de perder vôos por festas e afins (vide meu relato do primeiro mochilão http://www.mochileiros.com/peru-e-bolivia-sozinha-e-1-mochilao-por-que-no-17-5-dias-agora-com-fotos-d-t61124.html hahahha). O detalhe é que o Milhouse Hypo fica bem de frente a uma balada, de sábado é uma merda dormir... recomendo o Milhouse Avenue que é muito mais susse a área dos quartos. E no domingo era a maratona de BsAs, tinham 2 chilenos no meu quarto que iam correr... maior dó, nem devem ter dormido direito =/

 

2º dia – viagem para El Calafate

 

Paguei ARS 80 no transfer para Ezeiza (sim Ezeiza, acho que a maioria dos vôos da Lan saem de lá...) mas até que vale a pena pelo vôo, já que são 3 horas e uma turbulência maldita e o avião é mais confortável e o serviço de bordo tem alfajor :)

 

Chegando lá, peguei um taxi até o hostel America del Sur (absurdo de caro ARS 150). O hostel é bem bacana, staff espetacular, acomodações bem arrumadinhas, vista lindissima, a cozinha sempre organizada e limpa e a noite ainda tem um churras bem massa por ARS 80. Recomendadíssimo!

 

Como cheguei depois do almoço em El Calafate, resolvi ‘almoçar’ um lomito no Librobar... Fica na avenida principal, sem erro pra achar! É um bar/restaurante muito legal, bem bonitinho mesmo... Fora que o sanduíche estava genial! Delicia mesmo... Carne argentina sem comparação!

Usei o resto do dia pra dar uma caminhada e aproveitar para fechar o Big Ice na Hielo e Aventura pela facada ginórmica de ARS 950 (+ ARS 70 de entrada do parque).

 

3º dia – Big Ice

 

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É caro? Sem sombra de dúvidas... Mas me deu a sensação de valer cada centavo. Para o Big Ice o esquema é

- te pegam no hostel

- mais ou menos meia hora nas passarelas

- travessia de barco até posto de apoio

- 45 minutos de caminhada ‘normal’ (tem uma subidinha que já dá pra dar uma cansada... rs)

- 2 horas ~ 2:30 de caminhada no gelo (com os grampones e talz) até encontrar um lugar lindíssimo para almoçar (cada um leva a sua ‘vianda’)

- Mais umas 2 horas e pouco até tirar os grampones

- Mais uns 30 minutos de volta...

 

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Umas bolhas no pé e um cansaço danado também entram no pacote... hahaha... mas sério, vale bem a pena! Se vc cansar só de ler, faça o Mini Trekking... conheci bastante gente que fez e gostou bastante tb, acho que as paisagens são mais ou menos as mesmas, não tem muito o que muda e como tudo muda com o passar dos dias, não tem garantia de nada... é a sua sorte que vai determinar caminhos mais fáceis ou difíceis, lagunas, buracos, rios e afins...

 

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Na volta no barco aquele famoso whisky com gelo do glaciar e uns alfajores tb! Ganhamos uma garrafinha de licor de calafate e um chaveirinho muito bacana de um pezinho com os grampos... :)

 

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A noite tava podre de cansada e fechei o churras no hostel, pra não ter que me preocupar com nada...

 

4º dia – dores (hahaha) e Enjoy!

 

Nossa... acordei um lixo humano e resolvi tirar a manhã de ‘férias das férias’. Acordei, tomei café da manhã e dormi de novo... hahaha... só acordei com a moça pra limpar o quarto!!! A tarde, depois de conversar bastante com o staff do America, resolvi fazer o Enjoy! que é um passeio com duas tirolesas, rapel, escalada e uma escada lá que eu não lembro o nome, rs... ARS 250 pesos. Bom, eu tava no começo da viagem, abri a mão e fui. Adorei mesmo! As tirolesas são bem legais, o rapel e a escalada são meio curtos mas ok e o da escadinha também é legal. Pra mim valeu a pena... eu adoro esse tipo de atividade e os meninos que trabalham/são donos da empresa são absurdamente gente boa! O detalhe é que fui sozinha no passeio, ninguém mais tinha reservado... Então fui eu e os 2 caras da empresa mas foi ótimo, eles são bem gente boa.

 

O contato deles no face é https://www.facebook.com/pages/Enjoy-El-Calafate/188139021255035?fref=ts se alguém se interessar, quiser ver as fotos e talz...

 

Comprei a passagem pra El Chaltén para o dia seguinte com a companhia que depois eu descobri que era a mais cara... rs... Bom, foram 40 pesos de diferença na ida e volta (que pra mim saiu ARS 220).

 

5º dia – viagem para El Chaltén

 

A viagem de ônibus é bem tranqüila, a estrada nem é tão ruim quanto eu pensava e acho que com umas 3 horas se chega...

 

Antes de parar na rodoviária o ônibus para em dois lugares, o “La Leona” um restaurante na beira da estrada que tem uma historia bem bacana (e um joguinho de argola muito legal atrás da porta de entrada... hahaa) e num posto turístico já dentro de El Chaltén. Lá se pode pegar as informações sobre as trilhas, mapas e um monte de informações sobre o que é ou não permitido dentro do parque.

 

O tempo estava uma m$%@$ e ficou chuviscando a tarde toda... fiquei pelo hostel mesmo (decidi ficar no Albergue Patagônia, que fica quase em frente ao Pioneiros del Valle... bem agradável e bem parado, mas acho que estava tão parado quanto qualquer outro já que não estava em temporada). A estrutura do hostel é bem boa, tem até secador de cabelo no banheiro!!! Cozinha limpa, uma sala de TV bacana... compensa tb!

 

Nesse fim de dia aproveitei o tempo ruim para ajeitar meu mochilão, escrever algumas coisas, atualizar internet, ler.. enfim.. fazer nada! Ahahhaha... fui no mercado comprar comida porque acho que nenhum hostel em El Chaltén tem desayuno... então rolou uma mini compra do básico para café, macarrão para a janta e lanches para as trilhas.

 

6º dia – Cerro Torre e Laguna Torre

 

Com o dia um pouco nublado, decidi começar pela trilha mais fácil. Fui sozinha no meu ritmo que pelo jeito é bem mais forte do que o que está indicado nos mapinhas de lá... fiz 2:30 ida e o msm para a volta. Parei uns 15 minutos quando cheguei porque estava ventando absurdamente e tava bem coberto, a vista não foi a mais bonita =/.

 

Com certeza compensa, bem legal... gostei mais da trilha do que da chegada (mas tava bem nublado, nem dava pra ver o Cerro Torre).

 

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E se vc tem algum receio... não tenha... os senderos são bem marcados, quase impossível de se perder... Fui sozinha em todas as trilhas também e não dá pra se sentir insegura!

Meu problema foi que esse dia a minha bota resolver se revoltar contra o meu pé e fez 2 bolhas gigaaaaaaaaantes. Aí ferrou, larguei a bota e nos outros dias me arrisquei no tênis mesmo.

 

7º dia – Fitz Roy no dia mais lindo de todos!

 

Realmente... sem uma nuvem no céu, sai as 8:30 pra fazer a trilha mais pesada. E de tênis, já que minha bota não tava em condições de uso... Fiz o sendero normal, ida e volta por El Chaltén mas tem pessoas que fazem a ida por Piedras Blancas (indo de taxi até um hotel... algo assim), isso poupa uma hora de caminhada na ida e um caminho diferente da ida e da volta. Não posso comentar por esse, mas eu adorei ir pelo caminho que eu fui, ir mirando o Fitz Roy o caminho inteiro e vendo o quão mais parto você está, vendo que está alcançando seu objetivo dá um pouco mais de força e inspiração... Não me arrependo e faria de novo!

 

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A caminhada é tranqüila os 12 primeiros kilometros, aí tem a parte da subida. Um kilometro de degraus de pedra mal acabados, uma dor nos joelhos mas vai... foram 2:30 horas até a base da subida e mais uma hora nos degraus e com direito a neve em algumas partes do caminho. A sorte é que não tava ventando (milagrosamente) porque creio que pode ser um pouco perigoso com aqueles ventos patagônicos bizarros.

 

Mas a chegada compensa qualquer dor... lindíssimo! E isso porque eu ainda peguei a Laguna de los 3 congelada, mas é espetacular! É a trilha que mais compensa, de longe... e por tudo! Muito linda mesmo!

 

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Pra jantar, saí com umas meninas do hostel pra comer uma pizza num restaurante chamado Pangea. Foi bem legal, a pizza não era excelente, mas ta bom!

A noite, banho quente e muito sono... :)

 

8º dia – cansaço, Laguna del Desierto de carona, fiesta del pueblo

 

Cansaço total! Minhas bolhas ainda me matando um pouquinho... acordei um pouco mais tarde, fiz um café da manhã mais caprichado e acabei conhecendo o José, um chileno que estava viajando de 4x4 com a sua cachorrinha (a Miranda) do norte do Chile até Ushuaia. Muita inveja da viagem dele! Excepcional... Ele acabou me oferecendo uma carona até a Laguna del Desierto, logo topei! Bem linda, vale o passeio com toda certeza!

 

A noite era a Fiesta del Pueblo, aniversário de pouquíssimos anos de El Chaltén (uns 30 no máximo) e tinha uma festa no ginásio da cidade. A noite fui lá com o José e a fiel companheira Miranda, vimos os shows de circo, dança, música... bem local mas muuuuuito divertido! Algumas cervejas locais e uns choripans! =) eu particularmente adoro essas festas locais, ano passado já dei sorte de pegar o aniversário de La Paz e o centenário de Machu Picchu, tenho uma sorte ótima pra essas coisas (e totalmente sem planejamento, pra ajudar... hahahaha)

 

9º dia – Chorrillo del Salto/Mirador de las aguilas/los condores

 

Pra fechar El Chaltén, tirei o dia pra fazer as 3 trilhas pequenas. Comecei pelo Chorrillo, que é bem tranqüilo, trilha fácil e quase o caminho todo na estrada... acho que não demora meia hora até lá.

 

Na volta, como fui um pouco tarde, parei para almoçar num restaurante e acabei conhecendo um pessoal de El Chaltén que me chamaram pra sentar na mesa deles. Papeamos um monte e olha só... os 3 eram de uma das bandas que tinham tocado na festa do dia anterior! Ahhahaha... Eles me mostraram fotos e vídeos, foi bem divertido. É uma banda de percussão, muito divertido e muito comum por lá!

 

Depois fiz os 2 miradores, que são superpróximos e bem tranqüilos. A vista do mirador de las aguilas é bem bonita, dá pra ver toda (sim toda, literalmente) a cidade e o Fitz Roy ao fundo... pena que o dia tava meio nublado...

 

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A noite, foi arrumar toooodo o mochilão e preparar pra volta para El Calafate na manhã seguinte.

 

10º dia – volta para El Calafate e dúvida sobre o dia seguinte

 

Cheguei em El Calafate mais ou menos na hr do almoço, dei aquela saída pra procurar comida e comprar as lembrancinhas pros mais chegados. O que ficou na minha cabeça o dia todo era o que eu ia fazer no dia seguinte que tava totalmente vazio.

 

Eu tinha duas opções

 

1) Passeio a cavalo (que foi super recomendado pelo pessoal do hostel)

2) Bate e volta até Torres del Paine

 

No fim das contas a sorte decidiu, porque não ia ter a cavalgada no dia seguinte então fui sem dúvida no bate e volta. 600 pesos do passeio + 100 reais de entrada no parque.

 

11º dia – bate e volta TDP

 

O foda desse passeio é que é absurdamente muito tempo dentro do ônibus e pouco tempo de passeio. Saimos do hostel as 5 da manhã (o pessoal do America deixou todo o desayuno pronto mesmo cedíssimo, muito atenciosos!) e fomos chegar no parque acho que umas 10... Não se pode levar frutas nem nada que não seja industrializado por causa da fronteira e o lanche que eles dão no passeio é uma merda! Rs... Mas a paisagem é linda, o parque é excepcional e acho que vale uma volta pra fazer o W!

 

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No fim, não sei se eu recomendo o bate e volta, se eu tivesse mobilidade nessa passagem com certeza tinha adiantado pra ganhar esse dia! Realmente a idéia de ficar horas e horas e horas dentro do ônibus não me convence... Tirei ótimas fotos e me deixou vontade de voltar, isso não nego!

 

12º dia – viagem para Ushuaia

 

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E maaaais um vôo. Bom, com certeza esse compensou pq uma hora de vôo contra umas 18 horas de ônibus pelo mesmo preço... Até agüento toda a turbulência sem reclamar! Aahhahaha.. Assim chego na Tierra del Fuego (vulga terra do frio, é pesado... rs) pra mais uns dias de gelo, neve e vento, muito vento.

 

Meus planos incluíam 4x4, navegação do Beagle, Glaciar Martial e Parque Nacional mas no fim, cortei os 2 últimos pra ficar mais tempo em Buenos Aires... já explico! Rs...

Na chegada fiz o check in no Antartica, que foi um hostel excepcional com um staff excelente (fora o dono que é um queridinho... e bonitinho tb, fica a dica, meninas... hahaha). O que é ruim (e eu tinha lido em n relatos) é que os quartos dão pra um corredor literalmente ao ar livre... o que é foda pro frio danado. Mas totalmente superável, gostei bastante do desayuno e da estrutura em geral.

 

Coloquei minhas roupas pra lavar lá no hostel mesmo e fui pra cidade dar uma volta.

 

Conheci a Nevena (a Búlgara mais brasileira que eu já conheci) e o Guilherme (um mineiro muito gente boa), a tarde fomos dar umas voltas por Ushuaia, tiramos altas fotos legais... mas é inegável o frio! Rs...

 

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Aproveitei o dia também para fechar o 4x4 para o dia seguinte... que foi beeeeem caro viu ARS 600. Mas é o preço, tavam todas as empresas na mesma base.

A noite fomos para o Dublin Pub, que foi superdivertido, roubamos pipocas de todas as mesas e bebemos uns pares de cerveza :)

 

13º dia – 4x4 lagos Fagnano e Escondido e alteração do vôo

 

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É caro mas vale o passeio. Bem divertido, os caras enfiam a 4x4 em qualquer buraco cheio de lama... ahhahaa... o motorista uma hora até saiu do carro e deixou ele subir sozinho... foi superengraçado! O lago Fagnano é lindíssimo, compensa todo o passeio!

 

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De almoço um asado delicioso regado a muito vinho e no fim do passeio tem a possibilidade de dar uma volta no lago escondido de caiaque, eu que tenho um ligeiro medo de água nem topei mas teve um louco que foi... Tava um frio muito foda, sem chance de eu pensar nisso... eu e todo o resto do grupo, que ficamos do lado de fora com frio só de ver... hahahaha...

É um passeio que dura o dia todo, na volta eu tava quebrada! Hahahhaa...

 

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Depois que eu voltei do passeio me deu ‘uma meia hora’ de desespero de ficar no frio, vi na internet que dava pra mudar o meu vôo sem nenhuma taxa extra e sem dúvida, já liguei pra Lan e solicitei o adiantamento. Eu tava meio de saco cheio de trekking (depois de uma semana em El Chaltén) e sem paciência pra ir no Glaciar... então meio que acabaram as coisas pra fazer em Ushuaia, um dia a mais seria suficiente! Troquei e não me arrependo!

 

A noite, fiz janta no hostel e ficamos até tarde no violão, cantoria e cerveja com uma das staffs do hostel (que canta muuuuuito, por sinal!)

 

14º dia – Navegação no Beagle

 

Optei por fazer a navegação a tarde por pura preguiça mesmo, pra não acordar cedo, rs. Eu queria fazer com a empresa que faz com os barcos pequenos e tem o trekking na isla H (não lembro o nome da empresa!) mas o tempo tava bem ruim na semana, creio que em nenhum dos dias saiu esse passeio. Mas eu tava querendo insistir... fui lá e fechei com a empresa (foi 300 pesos) mas um cara que tava fazendo a propaganda do catamarã já tinha me falado que o tempo tava ruim que eu não conseguiria fazer o passeio. Fiquei batendo um papo com ele e ele me deu um desconto de 20% se cancelasse o meu, era só apresentar um papel que ele me deu.

 

Não deu outra, na hora cancelou... peguei meu dinheiro de volta na empresa e corri pra fechar com o catamarã (por ARS 216) porque era minha última chance.

O passeio é legalzinho, bem CVC mas ok... pra mim acho que foi até uma boa opção porque meu estômago não é muito bom com navegação e acho que com o barco menor o enjoo ia ser bem pior. Muito vento, muito frio, mas no geral o passeio compensa sim...

 

A noite foi fechar minhas malas, arrumar tudo de novo pra mais um vôo!!!

 

15º dia – vôo para mi Buenos Aires querida + esquenta pra balada porteña

 

Meu problema com Buenos Aires definitivamente foram as baladas! Se não fossem elas (e as Quilmes) todas as noites dava pra ter turistado bem mais... Acabei acordando bem tarde todos os dias e ia na onda dos brasileiros que tavam no Milhouse aí como o povo tava com uma geografia zero em termos de Buenos Aires, as vezes ficávamos num vai e volta por vários bairros. Acabei repetindo alguns passeios e não indo em lugares que queria ir... Mas sem arrependimentos, curti muito a minha semana em BsAs e ficaram algumas coisas pra ter vontade de voltar depois.

 

Antes de sair de Ushuaia recebi de uma amiga minha da facul uma mensagem no face perguntando se eu ainda estava pela Argentina, que ela estava no aeroporto indo pra BsAs (a trabalho) naquele momento e que tinha o fds livre. Pronto, já arrumei uma companhia pros primeiros dias.

Cheguei em BsAs sem reserva de hostel, fui pro Milhouse Avenue e não consegui vaga... me mandaram pro Milhouse Hypo (que fica umas 3 quadras de distância) para a última vaga restante... Para passar o resto da semana eu voltaria pro Avenue, então no dia seguinte teria que fz checkout no Hypo e check in no Avenue (o que foi tenso pela situação de sono... mas enfim).

 

Eu e a minha amiga fomos pra casa de um amigo dela lá de Buenos Aires pro esquenta pra balada... o mais estranho é que o esquenta começa meia noite, a galera vai pra balada lá pelas 3 da manhã!! A gente super cansada de vôos, jantamos e fomos pra lá mais ou menos meia noite... No fim o esquenta tava tão engraçado que ficamos por lá mesmo até as 5 e desistimos da festa... Voltei pro hostel e quase não dormi pq tinha que fazer o check out cedo =/

 

16º dia – mudança de hostel + Caminito + Feira de San Telmo + Casa Rosada

 

Bom, depois do check out quase sem dormir, fiz o check in no Milhouse Avenue e fui turistar com a minha amiga. Já que era o único dia dela por BsAs fizemos o mais clássico, pegamos um ônibus e fomos pro Caminito. Lá é um lugar bem turístico mesmo, mas segui os conselhos dos guias em não sair do Caminito em si porque o bairro (La Boca) é meio periferia, dizem que é perigoso e talz... Fomos na Bombonera mas era dia de jogo e não dava nem pra ver o museu. Falando em jogo, me surpreendeu como é caro pra ver jogo... Esse dia ia ter Boca x Estudiantes e tava uns 500 pesos! Se alguém souber algum esquema melhor pra comprar, manda aqui no mochileiros porque eu procurei (não muito, admito, rs) e não achei nada!

 

De lá pegamos um ônibus pra San Telmo para visitar a feira... Muito legal mesmo, várias coisas de todo o tipo de arte! Dança, artistas de rua, cantores, artesanato... Tudo o que vc imaginar! Vale bem a pena, se tiver um domingo por lá, é uma ótima pedida!

 

Começou a chover e entramos num restaurante. Esse dia abusamos, acho que saiu uns 100 pesos o almoço/janta (já devia ser umas 5 da tarde quando paramos). Mas a comida estava muito boa mesmo, se tiver um $$ sobrando, vale... rs.

 

Depois fomos até a casa rosada, fizemos a visita guiada, que é muito legal! Vale bem a pena! Só acontece aos finais de semana, se eu não me engano.

A noite foi dormir cedo porque eu tava um lixo! Hahaha!

 

17º dia – MALBA + 3 festas em uma noite de segunda feira

 

Esse dia estávamos em umas 10 pessoas, o que atrapalhou totalmente a logística da saída pro passeio, ahhaha... Aquela coisa “Ah, péra um pouco falta fulano... vou lá buscar ele” Aí o tal do fulano chega e a pessoa saiu... uma beleeeeza... foi uma hora até sairmos do hostel, certeza!

 

Ah, pela manhã ficamos todos meio travados no hostel porque precisávamos cambiar $$. O pessoal me passou o contato do André/Marla http://www.facebook.com/marla.fd?fref=ts que fez o cambio pra gente num preço muito bom! (1 real – 2,75 pesos). Compensou toda a espera, em Ushuaia tive que trocar 1 ~ 2 =/.

 

A tarde pegamos o bus e fomos para o Malba. Muito lindo o museu, vale a pena a visita. 30 pesos a entrada, acho que ficamos umas 2 horas vendo as obras. De lá a idéia era ir para o Museu da Evita mas no meio do caminho a chuva pegou a gente e acabamos parando numa pizzaria pro esquema almoço/janta lá pelas 4~5 da tarde.

 

Daí voltamos pro hostel e já acertamos pra irmos todos pro “La bomba de Tiempo” que é uma festa de percussão que rola todas as segundas feiras no Centro Cultural Konex. Dá pra ir fácil de subte mas aconselho ir com bastante gente... não é o lugar mais seguro do mundo, nem se compara com o metrô de SP, que é bem mais ajeitado. Foi até engraçado porque todo mundo já tinha escutado que não era muito seguro e uma das meninas resolveu tirar uma foto da galera no subte e uma moça se ofereceu pra tirar pra ela. Foi qse que um coro a gente falando ‘nãããããão’ pra ela se tocar que podia perder a câmera...totalmente no reflexo, no fim temos a foto e a câmera tb! Hahahah...

 

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O ‘La bomba’ é muito divertido, começa as 7 da noite e vai até as 10. Nesse dia o Armandinho (sim, ele mesmo) estava lá com a banda... Músicas ótimas, batida super agitada, pessoal animado! Quilmes de litrão barata =)

 

Saímos de lá quando acabou e voltamos pro Milhouse pra festa de lá, que ia ser no Hypo. É, todo dia tem festa, em um ou em outro, e a gente tem livre acesso entre os dois. Fomos pra lá e dale Quilmes e festa até as 2 (acabam sempre as 2 as festas, serve como o esquenta da balada totalmente). Na segunda a balada que o Milhouse indica é uma na rua do Hypo, na verdade não fica nem uma quadra do hostel. Foi bem animada, curti bastante... mas tava tocando umas músicas anos 90, não é do gosto de todo mundo, mas eu animei!!!

 

18º dia – Puerto Madero, estátua de Fanjo, Museo do humor, Café Tortoni

 

Depois de ter acordado e perdido o café da manhã (que vai até as 11 da manhã... vergonhoso ter perdido!) a idéia era caminhar por Puerto Madero... A tarde toda foi nisso, fomos até a estátua do Fanjo, entramos no museu do humor... Na volta passamos no Café Tortoni pra um café e churros! Uma coisa engraçada é que na argentina tudo vai Dulce de leche... MENOS NO CHURROS! Um absurdo! Hahahah

 

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Esse dia ficamos de boa na festa do Avenue mesmo... na verdade, de boa mais ou menos, acabou a festa e ficamos papeando na área de convivência até umas 5 da manhã com um dos meninos que ia pegar vôo cedo.

 

19º dia – Caminito (de novo), Museo Arte Quinquela Martin, Museo Carlos Gardel

 

Esse dia voltei ao Caminito a princípio por desperdício de tempo mas valeu muito a pena porque descobri o Museu Quinquela Martin que em si não era tãããão bom mas tem no último andar uma vista totalmente diferente do Caminito e de La Bombonera... só por isso já compensou!

 

Saindo de lá fomos pro Museu Carlos Gardel, que é bem pequeno mas ajeitado... o bairro lá é bem bonitinho tb.

 

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A noite fomos numa balada brasileira perto do Congresso... Não lembro o nome mas não vão! É uma merda, só toca música ruim e tem um povo de gosto duvidoso... rs...

 

20 º dia – Cemitério Recoleta, Freddo =), Libreria El Ateneo

 

Passeio macabro pra caramba ir visitar cemitério né? Eu não tinha grandes ganas de ir lá não, mas né... Acabei indo... É bonito e talz, mas pra mim continua sendo um cemitério e não me agrada muito... rs

 

A melhor parte foi achar (enfim!!!) uma Freddo na saída do cemitério e tomar aquele espetacular helado de dulce de leche!

 

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Saindo de lá fomos a pé mesmo para a Libreria El Ateneo (não se confunda pq tem váááárias em Buenos Aires... a certa fica na Avenida Santa Fe).

 

Depois ainda fomos no museu Museo de Arte Hispanoamericano que tb valeu muito a pena... lugar bem bonito com peças muito interessantes!

 

A noite fomos pra baladinha no Milhouse mesmo e na volta pro Avenue acabamos parando num bar na Av 9 de Julio pra comer alguma coisa e beber mais umas... fora uma sessão impagável de piadas bizarras! :)

 

21º dia – Caminhada por Puerto Madero, centro, Plaza San Martin e quase perder o vôo

 

Peguei o resto do dia (depois de acordar tarde, pra variar) pra arrumar as malas e descobrir como ir pra Ezeiza... Porque em BsAs as coisas estão tão instáveis que em um período de 2 semanas eu já não estava conseguindo pegar exatamente o mesmo transfer que eu tinha pego pra Ezeiza para o vôo para El Calafate.

Nesse dia fui para Puerto Madero atrás da central da empresa Manuel Tienda Leon (que é a mesma que fazia o traslado do hostel) para entender os horários e saídas para o dia seguinte.

 

No geral o dia foi uma caminhada só entre Puerto Madero, e dali para o microcentro, passando pela Calle Florida, pelo Retiro, Galeria Pacífico... etc. Esse passeio todo deve ter durado umas 3 ~4 horas.

 

A noite, festa no Avenue... eu, já sabendo da minha alta capacidade de perder vôos (um aprendizado pra vida que custou um bocado no mochilão anterior, rs) estava completamente decidida em só beber uma cerveja no hostel e dormir cedo já que (de novo!!!) meu vôo era pela manhã. Meu plano estava indo bem até eu GANHAR uma entrada pra festa... aí já estávamos em uns 15 brasileiros e mais uma amiga que eu fiz em El Calafate que eu reencontrei em BsAs na sorte no hostel... todo mundo me enchendo o saco pra ir... eu fui! E eu já tinha bebido um pouco... só cagada! Até que voltei cedo da balada, umas 4:30 eu tava de volta no hostel. O foda é que eu ia acordar as 6... deitei na cama e fiquei conversando e apaguei... acordei com um amigo me acordando e falando que eu ia perder o vôo! Nem vi o despertador tocar, acordei 6:30 desesperada e sai correndo... Mas foi tudo tranqüilo, peguei um taxi pra central dos transfers e de lá o microônibus pra Ezeiza. O foda foi o susto mesmo, eu sozinha teria perdido o vôo (de novo!!!!!).

 

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22º dia – volta para o Brasil

 

A triste e sonolenta volta para o Brasil depois de toda a correria... Acho que a única coisa que tenho a acrescentar é que o Free Shop de Ezeiza é bem bom, muitas opções, acabei fazendo as compras todas por lá mesmo, nem entrei no de GRU.

 

Resumo da viagem:

• 34 litros de Quilmes

• 52 empanadas

• 1400 reais em vôos

• +- 4000 reais no resto (uns 1000 a mais do que eu estava prevendo oO )

• Muuuuuitos kilômetros voados

• Record de baladas em uma mesma segunda feira quebrado!!! Hahahahaha

 

Espero que meu relato seja de utilidade pra alguém (que seja paciente para ler tudo, hahaha).

 

Podem usar o tópico para perguntas, dúvidas, críticas, desabafos... Prometo responder o mais rápido que conseguir :)

 

Beijos

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Camila, está show o seu relato..estou babando...irei fazer praticamente o mesmo roteiro agora rem dezembro. Vou começar por Ushuaia, passando por El Calafate, El Chalten, Bariloche, Mendoza e Buenos Aires...Tomei um susto com os valores dos passeios...estou prevendo um valor de R$ 3500,00 ea cho que vou me lascar....o preço de uma refeição está em média de quanto? Estou pensando em cozinhar bastante no hostel para poupar o dinheiro...Vou ficar no Antartica hostel e no America del Sur também. Foi bom ler informações positivas sobre eles. Você levou reais, dólares ou pesos? Usou VTM também? Com relação a pessoa que faz o câmbio em Buenos Aires, é bem confiável? Ele foi até o hostel de vocÊs? Agradeço as informações. Bjs.

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Camila, está show o seu relato..estou babando...irei fazer praticamente o mesmo roteiro agora rem dezembro. Vou começar por Ushuaia, passando por El Calafate, El Chalten, Bariloche, Mendoza e Buenos Aires...Tomei um susto com os valores dos passeios...estou prevendo um valor de R$ 3500,00 ea cho que vou me lascar....o preço de uma refeição está em média de quanto? Estou pensando em cozinhar bastante no hostel para poupar o dinheiro...Vou ficar no Antartica hostel e no America del Sur também. Foi bom ler informações positivas sobre eles. Você levou reais, dólares ou pesos? Usou VTM também? Com relação a pessoa que faz o câmbio em Buenos Aires, é bem confiável? Ele foi até o hostel de vocÊs? Agradeço as informações. Bjs.

 

Respondendo:

 

Do dinheiro,... é... saiu bem caro... pra vc ter uma base, pra fz uma pizza no hosteldava qse o mesmo preço de pedir... que era uns 40 pesos... em el calafate e ushuaia o custo de mercado é caro tb!

 

Levei só reais e meu cartão de credito... sem problemas fora o cambio pessimo em ushuaia.

 

E do cambio em BsAs... olha, no começo deu medo mas pegamos todas as dicas de segurança das notas no banco de la nacion e compraos uma daquelas canetas que identificam notas falsas, sabe... aí o andré deixava que a gente entrasse com o dinheiro no hostel, conferisse tudo e depois faziamos a troca... nao tivemos nenhum problema! :)

 

Beijão

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