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Peru em 17 dias - Cusco, Trilha Salkantay, Arequipa, Huacachina (Ballestas e Parque Nacional) e Lima.


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Entre 17 de setembro e 3 de outubro, eu, minha esposa e mais dois casais de amigos tivemos ótimas experiências e sensações viajando pelo Peru. Conhecemos Cusco – de onde partimos para a Trilha Salkantay, um caminho de quatro noites e cinco dias, finalizado em Machu Picchu –, Arequipa, Ica (onde fica Huacachina e de onde partimos para o passeio até Islas Ballestas, Parque Nacional de Paracas e Ruta del Pisco) e Lima. Nosso cronograma foi o seguinte:

 

Dia Local

16/set Voo Brasília-Guarulhos-Lima-Cusco

17/set Chegada a Cusco – familiarizando-se com a Plaza de Armas

18/set Cusco – Valle Sagrado

19/set Cusco – City Tour

20/set Cusco – Centro Artesanal Cusco; Qorikancha

21/set Trilha Salkantay – dia 1

22/set Trilha Salkantay – dia 2

23/set Trilha Salkantay – dia 3

24/set Trilha Salkantay – dia 4

25/set Trilha Salkantay – dia 5  Machu Picchu

26/set Cusco – Salinas de Maras; ida para Arequipa

27/set Arequipa – Mercado San Camilo; free walking tour

28/set Arequipa – nosso “Dia Mario Vargas Llosa”; Mirador de Yanahuara; concerto de violões

29/set Arequipa – Mercado S. Camilo; Museo Santuários Andinos; ida para Ica

30/set Huacachina – passeio de buggy pelas dunas

01/out Huacachina – Islas Ballestas; Parque Nacional de Paracas; Ruta del Pisco;

02/out Huacachina – ida para Lima; Parque de la Reserva

03/out Lima – Huaca Pucllana; Plaza San Martín; Plaza Mayor e entorno; Parque María Reiche; Parque Miguel Grau; Parque Yitzhak Rabin; Faro de La Marina; Parque del Amor; Lacomar

04/out Voo Lima-Guarulhos-Brasília

 

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Tentarei detalhar cada dia do cronograma acima, de forma a clarificar muitas das dúvidas que tivemos antes de viajar, o que pode ajudar bastante no planejamento de quem pretende visitar esse país tão legal. O mapa acima inclui Huaraz, para onde os outros dois casais do nosso grupo foram (eles ficaram uma semana a mais do que minha esposa e eu). Essa parte da viagem vocês podem conferir no relato do Pedro (ver link mais abaixo).

Primeira dúvida: as passagens aéreas são caras? Não achei caro. É um pouco mais caro do ir para Buenos Aires, por exemplo, mas há uma oferta relativamente boa de voos, não sendo rara a existência de promoções. Para exemplificar, veja nosso voo: não fizemos uma “ida-volta clássica”, isto é, nosso destino na ida não foi nosso local de partida para a volta (pois, como se pode ver acima, nossos voos foram Brasília-Cusco; Lima-Brasília). Apenas esse fato, normalmente, já encarece as passagens. Mesmo assim, preferimos fazer esse voo, pois achamos que tinha uma boa relação custo/benefício. Pagamos por volta de R$ 1.650 por pessoa, com todas as taxas aeroportuárias incluídas. Mas já vi promoções Guarulhos-Lima-Guarulhos por menos de R$ 1.000 (sem as taxas aeroportuárias).

É preciso visto? Brasileiros a turismo não precisam de visto (contanto que fiquem, salvo engano, menos de 90 dias no Peru). Basta um passaporte válido com pelo menos seis meses para o prazo de vencimento (esta dica vale para muitos países que não exigem visto; logo, nada de ir para o exterior com o passaporte vencendo mês que vem, por exemplo).

Que moeda levar? Pela nossa experiência, vimos que dólar e euro são bastante aceitos. Nós levamos dólares comprados no Brasil e tínhamos alguns reais conosco, que acabamos não usando, pois não valia a pena. Mas não usamos dólares diretamente para nossos gastos diários; normalmente, trocávamos para Nuevos Soles (a moeda peruana, cujo símbolo é “S/”) e, então, gastávamos a grana. Algumas exceções foram alguns passeios e hotéis que pagamos diretamente em dólares, pois valia mais a pena. Sobre a troca de moedas no Peru: não é aquela putaria de Buenos Aires na Argentina Kishnerista, em que qualquer mendigo ou camelô trocava moeda, mas há várias casas de câmbio no Peru, inclusive casas de câmbio dentro lanchonetes, salões de beleza etc. Imagino que são todos legalizados, pois a propaganda é ostensiva, com milhares de placas. O negócio é dar uma pesquisada antes de trocar. Mas não se iluda: a diferença costuma ser pequena. E, como costumamos trocar de pouco em pouco, acaba não fazendo tanta diferença assim. Mas qualquer coisa já ajuda!

Aí você pode perguntar: como vocês faziam a conta para saber o que valia mais a pena? Vamos lá. Primeiramente, vamos ver se valia a pena trocar dólares ou reais para nuevos soles. Você chega a uma casa de câmbio e descobre que estão pagando S/ 0,803 por cada R$, enquanto pagam S/ 3,201 por cada dólar. Nesse caso, é como se você estivesse pagando R$ 3,986 por cada dólar. Se você comprou dólares, no Brasil, por qualquer coisa abaixo de R$ 3,986 por $ (que foi nosso caso), é melhor trocar dólares por nuevos soles. E por que vocês pagaram algumas coisas em dólar? Bom, pense que seus dólares são mercadoria. Você sabe que as casas de câmbio estão “comprando” seus dólares por S/ 3,20 em média. Se algum passeio que pode ser pago em dólar “comprar” seu dólar por S/ 3,21, é melhor pagar em dólar, pois você está recebendo mais pela sua “mercadoria”. Por exemplo: o hostel em Cusco nos custou $ 12 por noite por pessoa; perguntamos quanto seria para pagar em S/; eles disseram que sairia S/ 42 por noite por pessoa (o que dá uma taxa de câmbio de $ 1 = S/ 3,5). Logo, valeu a pena pagar em dólares.

Os nuevos soles vêm em moedas de S/ 0,05; S/ 0,10; S/ 0,20; S/ 0,50; S/ 1,00; S/ 2,00; e S/ 5,00. Já as cédulas são de S/ 10; S/ 20; S/ 50; e S/ 100. Parece que há uma de S/ 200, mas não chegamos a vê-la.

 

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Sobre o clima: em altitudes mais elevadas, como Cusco e Arequipa, o clima é mais ameno, com noites um pouco mais frias, chegando a temperaturas inferiores a 10ºC. Então, depende muito da pessoa. Eu gosto desse tipo de clima e fiquei bom com alguns casacos leves (raramente usei algo além de uma camiseta leve com um casaco fleece à noite), mas algumas pessoas no nosso grupo chegavam a usar luvas. Em Huacachina, a temperatura era mais quente durante o dia (eu diria que chegou a 25ºC), mas esfriava um pouco à noite (mesmo assim, não ficava frio como em Cusco e Arequipa). Em Lima era um pouco mais frio que Huacachina, mas menos que em Cusco e em Arequipa.

O que nos leva às roupas que utilizamos na Trilha Salkantay: mesmo na época mais seca do ano (que foi quando fomos, em setembro), muito provavelmente vai chover em algum momento. Logo, é importante ter roupas impermeáveis. Todos estávamos com botas de trilha impermeáveis (mas respiráveis), usando dois pares de meia; uma calça como segundo pele e outra de segunda camada (isso nos primeiros dois dias; do terceiro em diante, eu fiquei de bermuda mesmo – de novo, isso é bem pessoal); camiseta primeira camada, casaco fleece (não tão pesado) e terceira camada corta-vento e impermeável. Usamos gorros e alguns usaram luvas. É recomendável que sua mochila seja resistente à água e que você tenha capa impermeável para ela.

E o mal de altitude (ou soroche)? Bom, recomendo que os interessados em ir a locais com altitude acima de 3.000 metros acima do nível do mar (m.a.n.m.) leiam a respeito e se preparem. Depende muito da pessoa e de alguns fatores como condicionamento físico, mas os sintomas relatados vão desde leve mal-estar e alguma dor de cabeça a diarreia (o que pode ser perigoso, já que acarreta desidratação). Eu não senti nada do tipo, mas é nítido que se aumenta a frequência respiratória devido à menor concentração de oxigênio no ar. O que também faz que você se canse mais rápido. Na verdade, eu gostei muito da experiência (sempre fui muito curioso com essa história de ser mais difícil fazer as coisas na altitude) e não senti que deixamos de fazer algo por conta disso. Mas algumas pessoas que encontramos disseram que ficaram mal. Enfim, recomenda-se beber chá de coca ou mesmo mastigar a folha de coca (eu bebi bastante desse chá – na verdade, eu gostei dele, faz falta aqui no Brasil –, mas não mastiguei a folha. E não, você não vai ficar doidão. Alguns peruanos nos disseram para não beber o chá à noite, pois ele poderia dificultar o sono). O chá de coca, na verdade, é recomendado para isso e para várias coisas pelos peruanos. Há, também, um remédio chamado soroche pills. Pode ser que funcione para quem sentir os efeitos da altitude.

Pelamordicristu, faça seguro-viagem! Não é tão caro assim, e, se precisar, pode salvar sua vida (ou, pelo menos, sua conta bancária) no caso de uma emergência.

Para quem fala espanhol, não haverá dificuldade na comunicação. A maioria das pessoas envolvidas com turismo fala inglês.

Só beba água se for engarrafada. Nunca beba diretamente da torneira ou de garrafas que não estivessem lacradas.

As tomadas de energia elétrica são aquelas com dois pinos retos (semelhante à dos EUA), sendo que a rede é 220v.

 

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Essa primeira parte já está grande demais. Eventuais novos detalhes eu citarei mais adiante.

Vamos encerrando por aqui. Mas, antes, não posso deixar de recomendar dois relatos muito bons. Este é do meu amigo Pedro, que fez parte do grupo dessa viagem, sendo que ele ainda foi até Huaraz (ele ficou uma semana a mais que eu). Segue link: http://www.mochileiros.com/peru-22-dias-por-cusco-salkantay-arequipa-huacachina-lima-e-huaraz-setembro-e-outubro-de-2016-t135079.html. O outro link é do blog da Marta, uma valenciana muito gente boa que conhecemos na trilha. Ficamos muito amigos (ela sempre se referia a nós como “mis brasileños”). Acho que ela conseguiu expressar muito bem as sensações dessa caminhada. https://danzarviajando.wordpress.com/2016/09/27/sensaciones-de-machu-picchu-i.

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Saímos de Brasília para Guarulhos num voo da Latam às 20h50 em 16/set. Passamos a noite no terminal, o que é bem cansativo, ainda mais para mim, que não consigo dormir nessas situações (minha esposa conseguiu um banco em que não havia os “braços” de divisória e dormiu relativamente bem, enquanto eu varei a noite lendo e navegando na internet). No começo da manhã, pegamos o voo para Lima (cinco horas de voo), onde pousamos por volta das 10h (horário local, duas horas atrás em relação ao horário de Brasília). O aeroporto pareceu bom e eficiente. Pegamos nossa bagagem sem muita demora e a imigração foi tranquila. Fizemos nossa conexão para Cusco (mais uns 45 minutos de voo), onde pousamos por volta das 14h30.

 

Para ir ao nosso hostel, pegamos um táxi, e aqui vale uma dica importante: não há taxímetro no Peru. Os preços são negociados na hora. Você diz para onde vai e o taxista dá o preço. Negocie, pois o preço inicial com certeza é inflado. E os preços para turistas são mais altos mesmo. Nos cobraram S/ 30 de preço inicial, e eu sabia que conseguiríamos por menos de S/ 20, mas estávamos cansados da viagem. Por isso, aceitei o primeiro taxista que fez por S/ 25. Acabei pagando S/ 30 porque o cara foi muito gente boa e deu algumas dicas que se provaram úteis. Então, no final das contas, achei bem justa a gorjeta de S/ 5. Outra coisa: o trânsito no Peru é caótico e barulhento. Buzina-se por tudo e por nada. Então, não se assuste que você vai chegar ao destino.

Chegamos ao Intro Hostel (http://www.introhostels.com/) em pouco mais de 10 minutos. O hostel é muito bacana, estando numa construção bem antiga a oito minutos de caminhada da Plaza de Armas. Ficamos num quarto para seis pessoas (o que foi ideal para nós, que éramos seis) por $ 12 por noite por pessoa. Achamos um preço bem justo, já que ainda incluía café da manhã (iogurte, um ovo por pessoa, pão, geleia, manteiga e chá à vontade). A equipe do hostel é muito prestativa e educada. A cama é confortável e as cobertas são mais que suficientes para o friozinho da madrugada. Há um bar bacana, com preços justos e há eventos toda noite (dos quais não participamos, pois sempre tínhamos alguma programação). Os banheiros são limpos (a água quente às vezes demorava um pouco, sendo preciso até ir para outro chuveiro, mas o banho sempre dava certo). Enfim, recomendo bastante. Mas se lembre de que é um hostel; ou seja, não espere os “confortos e mimos” de um hotel, ou você poderá se decepcionar.

 

Encontramos nossos amigos (que haviam ido em outro voo e estavam em Cusco desde o meio-dia) e saímos para dar um rolé pela Plaza de Armas. Aqui, outra dica importante: vá com calma nesse primeiro dia. Fora todo o cansaço natural de uma viagem longa, você estará num local a 3.400 m.a.n.m. Como eu disse, é perceptível sua respiração mudar um pouco. Controle a ansiedade, ande com mais calma e não tome bebidas alcoólicas nesse primeiro dia. Tenha uma boa noite de sono e, no dia seguinte, possivelmente você estará renovado (eu, que não sou muito de dormir, “desmaiei” por volta das 21h e estava “zerado” às 6h do dia seguinte).

Como eu ia dizendo, caminhamos até a Plaza de Armas e, como pedestres, tivemos mais noção do caos no trânsito. Tenha muito cuidado para atravessar as ruas, principalmente em cruzamentos. Trocamos alguns dólares numa lojinha da Western Union na Plaza de Armas ($ 1 = S/ 3,36) e demos um tempo por lá. Você será abordado por vários vendedores ambulantes e por pessoas oferecendo passeios turísticos. Vale a mesma dica do táxi: negocie sempre e, quanto aos passeios, recomendo que você pesquisa muito nas agências, buscando operadores autorizados (pode ser difícil identificar essa autorização; logo, eu diria para você utilizar agências recomendadas por outros viajantes).

Procuramos um lugar para “almojantar” e encontramos o Pachamama, um lugar muito charmosinho (mas bem pequeno), onde eu comi uma salada de entrada e uma sopa de quinoa deliciosa. O pessoal pediu ceviche (eu pediria também, mas não rolou, já que sou vegetariano). Ninguém bebeu nesse dia. Comemos muito bem (as porções no Peru, normalmente, servem muito bem) e gastamos algo em torno de S/30-35 por pessoa.

Ficamos mais um tempinho na Plaza de Armas. Eu e minha esposa fomos logo pro hostel (nossos amigos ficaram mais um tempo pela rua) e fomos dormir logo devido ao cansaço.

Então já era domingo, 18/set. Nesse dia escolhemos fazer o Valle Sagrado. É um passeio para o dia todo, em que você vai a algumas cidades relativamente perto de Cusco, incluindo Pisac e Ollantaytambo. O passeio se inicia por volta das 9h30. Como saímos um pouco mais tarde que o previsto, não tivemos tempo para pesquisar e pechinchar, e acabamos fechando por S/ 60 por cabeça (incluindo traslados e guia; almoço e entradas por nossa conta). Para se ter uma ideia de como vale a pena pechinchar: descobrimos, depois, que esse passeio poderia ter saído por menos de S/40. Quanto às entradas, recomendo o boleto turístico mais completo, que dá direito a umas 16 atrações durante um período de 10 dias. Custa S/ 130 e não dá para pechinchar, pois este preço é estabelecido pelo governo.

Sobre ir com agência: é, sem dúvida, mais fácil, pois não é preciso se preocupar em pesquisar e planejar. Mas, para nós, foi frustrante, pois demorávamos muito pouco em locais que achamos muito legais, e ficávamos uma eternidade em lugares facilmente dispensáveis. Inclusive perdemos um tempão em paradas para compras. De forma que, tirando a Trilha Salkantay, foi a única vez que fizemos passeio com agência.

Sobre o passeio em si: a primeira parada é no mercado Corao, a uns 15 minutos de Cusco, uma coisinha pequena e meio sem graça. Pelo menos tem uma vista bacana. Depois, paramos num local em que compramos nosso boleto turístico (no sábado, perdemos a hora e não conseguimos comprar em Cusco, mas, como foi o mesmo preço, não perdemos nada) e fomos para Pisac. Um lugar incrível e bem grande, em que tivemos nosso primeiro contato com ruínas incas, incluindo o sistema de curvas de nível que eles criaram para aumentar a área agricultável. Ficamos bem empolgados quando chegamos, achando que teríamos tempo para explorar. Ledo engano: após estarmos liberados (houve uma explanação de uns 10 minutos por parte do guia), não pudemos ficar nem meia hora e já tivemos que partir. Pense na frustração.

 

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De volta para o ônibus, rumo ao local onde iríamos almoçar, em Urubamba. Subiu junto uma moça que estava vendendo um livro sobre a história Inca. A edição pareceu boa, sendo bilíngue (com algumas opções; escolhi em espanhol/inglês), cheia de fotos e curiosidades sobre locais a que iríamos. Gastei S/ 40 no livro, mas gostei bastante. Chegamos ao almoço, em buffet livre por S/ 30 por pessoa. Comida gostosa e com várias opções vegetarianas. Finalmente provei a Cusqueña, cerveja muito boa! Ela vem nos tipos lager, red lager, de trigo e dark lager (fora que provamos uma edição especial de quinoa). Todas são ótimas. Nesse primeiro contato, provamos a lager e a de trigo por S/ 10 a garrafa de 600 mL.

 

Voltando ao passeio, de lá fomos para Ollantaytambo. A cidade é pequenininha e pareceu muito legal. Se voltarmos a visitar a região, tentarei separar uma noite para ficar por lá. Quanto às ruínas em si, foi o local de que mais gostei nesse dia. Não é tão grande quanto Pisac, mas achei a vista mais bonita e o sistema de canais, mais legal. Aqui tivemos um pouco mais de tempo após o fim da explicação da nossa guia, mas também ficaríamos mais se pudéssemos. Sem falar que, se estivéssemos por nossa conta, certamente teríamos passado por algum café ou bar da cidade para aproveitar mais as sensações locais.

 

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Depois de Ollantaytambo, seguimos para Chinchero, onde fomos a um local em que algumas mulheres descendentes dos povos incas nos mostraram como a lã de alpaca e de lhama é trabalhada até se tornar o tecido onipresente nessa região do Peru. Foi legal ter essa explicação, mas ficamos um tempo a mais para compras. Particularmente, achei que foi tempo demais, impressão compartilhada pelos meus amigos, principalmente pelo Pedro, já que a noiva dele gastou uma grana por lá. Rsrs.

 

Depois, voltamos para Cusco. Já era noite quando chegamos. Encontramos um casal de amigos que, coincidentemente também estava passando férias pela região e fomos jantar no Ciocciolina. Todos gostaram bastante do lugar, que é um pouco mais requintado e caro. Opinião pessoal: achei o local superestimado. A decoração é bacana e a comida é boa, mas é bem caro para os padrões cusqueños e a porção não é tão bem servida (admito que sou meio esfomeado, mas estou comparando com o que encontramos nos diversos restaurantes peruanos que visitamos durante a viagem); de forma que achei bem caro para o que foi oferecido – algo em torno de S/ 50 por pessoa, sem a bebida. Mas repare que é a minha opinião apenas e que todo mundo gostou de lá.

Demos mais uma passeada pela Plaza de Armas (sim, fomos lá muitas vezes e digo que iríamos ainda mais vezes se pudéssemos – é o tipo de lugar a que se pode ir milhares de vezes sem enjoar), e retornamos ao hostel para planejar o dia seguinte e ter nosso merecido descanso.

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Segunda-feira, 19/set. Tomamos café da manhã e saímos cedo. Enquanto o pessoal pegava informações no Centro de Informações Turísticas (pertinho da Plaza de Armas), fui até uma loja da Claro comprar um chip pré-pago. O procedimento é rápido e fácil (basta apresentar o passaporte), mas tinha uma fila para atendimento. Levei uma meia hora nisso, o que não foi problema, porque foi mais ou menos o tempo que o pessoal levou para conseguir as informações. Paguei S/ 45 pelo chip mais o plano de 1,5 giga de internet (que eu teria que usar em 15 dias). Deu e sobrou (mas eu não uso redes sociais ou coisas do tipo; usei basicamente para orientação – Google Maps e afins – e comunicação – WhatsApp).

 

Outra coisa que fechamos antes de iniciar as andanças do dia foi a Trilha Salkantay. Nós fomos na agência da Liz (Liz’s Adventure) por $ 180 – foi uma daquelas ocasiões em que valia a pena pagar em dólares. Com a mesma agência, alugamos o saco de dormir por S/ 20 por pessoa (por toda a trilha) e a tirolesa (falo sobre isso durante o texto sobre a trilha) por $ 20 por pessoa. Valeu a pena, pois, se tivéssemos pago na hora, seria $ 30. Percebam que pagamos apenas o saco de dormir em nuevos soles.

Finalmente vamos ao passeio do dia. Resolvemos fazer o City Tour (todas as entradas inclusas no boleto turístico), em que sítios mais próximos a Cusco são visitados. Pegamos um ônibus de linha próximo à Plaza de Armas por algo em torno de S/ 2 por pessoa (o nome da linha era Lebre). Depois pegamos a linha Sr. Del Huerto por mais S/ 2. Descemos em Tambomachay, um templo dedicado ao culto à água e local de descanso para a nobreza Inca. Após isso, logo em frente (uns 3 minutos de caminhada), fomos a Puka Pukara, uma ruína militar inca. Depois disso, caminhamos um pouco pela estrada (algo em torno de uma hora, bem tranquilo porque é descida; dava para ir de ônibus, mas escolhemos ir a pé para aproveitar a vista; ainda paramos no meio do caminho em uma vendinha para comprar lanches e tomar uma Cusqueña – nem precisava de geladeira para a cerveja vir geladinha). Chegamos a Qenqo (ou Kenko), um local meio labiríntico, com uma mesa cerimonial numa espécie de gruta formada por algumas rochas. Finalmente, mais uns 40 minutos de caminhada, chegamos a Sacsayhuaman, um local tão grande quanto magnífico, onde se realiza o Inti Raymi. De lá se tem uma ótima vista de Cusco.

 

Saímos de lá por volta das 17h, numa caminhada curta até a Plaza de Armas de Cusco. Jantamos num restaurante chamado Morena, pertinho da Plaza, local com uma decoração bem diferente e bonita, com um ótimo atendimento, comida deliciosa e farta, além de um preço bom. Como eu estava morrendo de fome (passamos o dia comendo lanchinhos e sou esfomeado por natureza), pedi uma salada de entrada de um hambúrguer vegetariano acompanhado por batatas fritas. Quando chegou, era tanta comida que até pensei que não conseguiria comer tudo. Rsrs. Ainda bebi uma Cusqueña. A brincadeira saiu por S/ 80, mas valeu cada céntimo. Depois disso, fomos para o hostel e encerramos o dia.

 

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No dia seguinte, fomos ao Centro Artesanal de Cusco. Fica a uns 20 minutos andando da Plaza de Armas (basta pegar a Avenida del Sol) e lá tem todo tipo de artesanato e roupas feitas de lã de alpaca e lhama. Não achei muito grande, mas dá para ficar umas horinhas, ainda mais porque, a cada compra, há bastante negociação. Os preços são muito mais em conta do que em todos os outros locais que vimos, incluindo os ambulantes. Então, se você vai ao Peru – passando por Cusco – e pretende comprar artesanatos, roupas e lembranças para familiares e amigos, recomendo esse lugar.

 

Voltamos ao hostel para deixar as compras e almoçamos no El Tabuco, um local bem perto do hostel com pizzas e massas a um preço muito bom. É um local bem pequeno e fomos atendidos como se fôssemos da família. Além do ótimo atendimento e da comida muito boa, os preços também são justos. Resultado: voltamos mais tarde para jantar (seria nosso último jantar antes da trilha, que se iniciaria no dia seguinte). Eu comi uma massa e tomei umas duas Cusqueñas. Minha conta deu pouco menos de S/ 40. No jantar, pedimos pizzas e um suco de limão muito gostoso, na jarra. Não lembro exatamente quanto ficou para cada um, mas eu diria que foi algo em torno de S/ 30.

Depois do almoço, fomos ao Qoricancha, mais um local sagrado para os Incas, onde só a nobreza e o clero eram admitidos. Nesse local, há vários templos para várias divindades, cultuando o sol, o trovão, o raio etc. O que restou dela (boa parte foi destruída pelos espanhóis, que construíram o convento e a igreja de Santo Domingo). Este local não está incluso no boleto turístico; a entrada custou S/ 15 por pessoa, se não me engano. Na entrada, um guia veio oferecer seus serviços. Fomos com a cara do sujeito – seu nome é Ervin Hermosa Cuba; ele tem facebook; recomendamos seus serviços – e ele nos cobrou S/ 60, ou seja, S/ 10 por pessoa. Foi uma ótima decisão, pois ele nos explicava tudo direitinho e sem pressa (ainda nos disse muita coisa sobre os locais que visitamos no passeio que fizemos por conta no dia anterior), sugeria os melhores ângulos e tirava boas fotos da gente, além de ainda ser um piadista. Apontando para uma parte preservada do local, disse “isso foi construído pelos Incas”; apontando para a igreja, disse “esse foi construído pelos incapazes”, contando que a igreja tinha sido destruída por um terremoto, enquanto nada aconteceu à construção feita pelos Incas (o que não deixa de ser admirável – as construções incas praticamente não sofrem nada com os terremotos relativamente frequentes, enquanto os edifícios mais modernos, feitos pelos espanhóis, sofrem danos significativos).

Voltamos ao hostel, arrumamos nossas coisas para a trilha e a parte que deixaríamos no hostel (eles guardam o mochilão de graça, mas não deixe nada de valor, pois qualquer pessoa entra no local a qualquer momento e o hostel não se responsabiliza se algo sumir – foi assim sempre que precisamos deixar alguma coisa nas nossas hospedagens no Peru; eles não te dão recibo de que estão com suas coisas. Confie que vai dar certo, apenas não deixe nada de valor). Já fizemos o check-out e pagamos, já que iriam nos buscar às 4h da matina para iniciarmos a trilha. Jantamos e fomos dormir.

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Antes de começar com a trilha propriamente dita (que tem 64 km de extensão), acho que vale falar um pouco sobre a “preparação da bagagem” e algumas outras coisas.

 

Cada pessoa tem direito a deixar cinco quilos de bagagem para os carregadores (o que inclui saco de dormir; a barraca, que está inclusa no preço do passeio, não entra na conta desse peso). Se levar mais do que isso, paga-se um extra (que não sei quanto é, pois não levamos mais). Então, fizemos assim: deixamos nossos mochilões no hostel, mas apenas com roupas e as lembranças que tínhamos que comparado – lembrem-se de não deixar nada de valor, como eu alertei antes; nada de deixar câmera fotográfica, dinheiro, carregadores etc. Numa mochila tipo “escolar” de 20 L colocamos o que seria nossa “bagagem para carregadores” – como éramos dois, poderíamos colocar até 10 kg nessa mochila (na verdade, menos do que isso, já que ainda havia os sacos de dormir) – aqui também, não deixe nada de valor; como regra geral, nunca deixe nada de valor a uma distância maior que meio metro de você. Rsrsrs.

 

Eu carreguei uma mochila de ataque de 30 L; minha esposa levou uma 20 L. E não tenha muito apego pelo que vai com o carregador, pois essa mochila vai ser tratada como se fosse bagagem despachada em aeroporto. Rsrs.

Na “mochila do carregador”, colocamos duas mudas de roupa para cada um, roupa de banho e mais algumas poucas coisas, como toalhas de microfibra e itens de higiene pessoal, como lenços umedecidos. Minha esposa levava a máquina dela e um squeeze de 700 mL com água, além de alguns poucos snacks e pouca coisa mais. Eu levava três litros de água, snacks, um squeeze de 500 mL. Cada um de nós levava as roupas da trilha: segunda pele, segunda camada, terceira camada. Era normal você iniciar a caminhada bem agasalhado e ir retirando as camadas ao longo do dia para, mais ao fim do dia, recolocar tudo.

 

Não se preocupem em levar muita água. Apesar de não estar incluso no que se pagou pelo passeio, há pontos de paradas com “quiosques” que vendem de tudo. Claro que é mais caro que num supermercado, mas você estará no meio do nada. Eu não achei um absurdo. Comprei Cusqueña a S/ 7 nessas paradas. Preocupe-se com o peso que você vai carregar. A caminhada terá algumas subidas e chegará a 4.600 m.a.n.m. Ou seja, provavelmente, você vai cansar. Cada quilo a menos que você carrega será cansaço a menos que você vai ter.

 

É importante levar dinheiro na caminhada, pois, além dos pontos de parada, haverá gorjetas para os carregadores, cozinheiros e guias. Não é obrigatório, mas você é tão bem acompanhado na trilha que você se sente compelido a contribuir. Eu contribuí de bom grado, assim como minha esposa e meus amigos. Aliás, acho que todos. Eu levei S/ 500 – que era tudo que eu tinha em moeda peruana até então (porque eu sou medroso e não queria ser pego desprevenido, já que não haveria casas de câmbio até chegar a Águas Calientes – também conhecida como Machu Picchu Pueblo). Além, é caro, de levar todo os dólares e reais que eu tinha comigo – tudo isso na doleira, item essencial. Reforçando: não deixar nada de valor longe de você.

 

O que está incluso no valor que pagamos ($ 180): traslado de Cusco até o início da trilha em ônibus, com parada para café da manhã (que não está incluso e custa algo em torno de S/ 15); guias; barraca; carregadores (até 5 kg por pessoa) e “montadores de barraca”; guias; quatro cafés da manhã; quatro almoços; quatro jantares; volta de Águas Calientes para Cusco (de trem até Ollantaytambo; de van daí até Cusco). Não inclui água!

Você pode pagar um pouco mais se quiser pegar a entrada de Machu Picchu com eles, mas nós compramos as nossas ainda no Brasil, pois queríamos ir a Huayna Picchu. Como ela é concorrida e só é permitida a entrada de 400 pessoas por dia (divididas em 200 pessoas por grupo), compramos ainda no Brasil, em julho. Foi tranquilo, mas é preciso ativar o Verified by Visa. Cada banco tem as suas regras. Aqui está o link para o Banco do Brasil:

http://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/voce/produtos-e-servicos/cartoes/beneficios/compras-online-com-visa#/

 

Link para comprar as entradas de Machu Picchu: http://www.machupicchu.gob.pe/

 

Vamos começar!

 

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Às 4h15 do dia 21 (quarta-feira), Flor (que seria uma de nossas guias, uma pessoa maravilhosa e incansável!) veio nos buscar no nosso Hostel. Caminhamos uns sete minutos até a Plaza Regocijo, onde pegamos o ônibus. De lá, levamos umas três horas até Mollepata, onde tivemos nosso café da manhã. Custou S/ 15 por pessoa, incluindo suco de frutas, algumas frutas, pão, manteiga, geleia, ovo, chá e café. Achei o negócio muito caótico (os grupos se encontraram aqui, sendo que éramos algo em torno de 30 “turistas” mais os guias, carregadores etc.) e o atendimento não foi lá muito bom. Foi um começo um pouco estressante na minha opinião. Foi aqui que pegamos nossos sacos de dormir e onde já os deixamos, juntamente com nossa “mochila de carregador”. Entramos no ônibus e fizemos um trajeto de uma meia hora até o início da trilha.

 

Nosso grupo era composto por nós seis, duas paulistas, duas irmãs alemãs (que estavam numa viagem de quatro meses pela América do Sul), dois amigos alemães (que conheciam as irmãs, mas haviam se encontrado ali por acaso, e estavam numa viagem de dois meses pela América do Sul), um casal de irlandeses e Marta, espanhola de Valência, que se tornou nossa querida amiga (e que estava numa viagem de dois meses – ô povo que viaja!).

 

Começamos por volta das 9h, depois de Carlos, nosso guia-chefe da expedição, se apresentar. O início da trilha é um pouco pesado, já acima de 3.000 m.a.n.m, sendo que, nas duas primeiras horas, há algumas subidas mais íngremes. Depois disso, uma caminhada com poucos aclives (e não tão acentuados como no início) de umas três horas até o ponto em que almoçaríamos e faríamos nosso primeiro acampamento, a 3.900 m.a.n.m. Cada um vai no seu ritmo, com Carlos e Flor acompanhando tanto os mais lentos quantos os mais rápidos (as alemãs iam tão rápido que um amigo a apelidou de “diabas loiras”. Rsrsrs).

 

O caminho é muito bonito. A visão do nevado Umantay é impressionante (pelo menos para nós, brasileiros, que não vemos esse tipo de paisagem todo dia). Houve algumas paradas para descanso, duas delas em “quiosques”, onde peguei uma deliciosa Cusqueña por S/ 7. Chegamos ao local do almoço e do acampamento, chamado Soraypampa, por volta das 14h, sob uma chuva de granizo. O almoço foi muito gostoso, com uma sopa de quinoa de entrada e um delicioso prato vegetariano para mim (não lembro o prato dos demais, mas todos costumavam elogiar as refeições). Depois, um chá de coca para esquentar um pouco e auxiliar a digestão.

 

Nesse primeiro acampamento, havia banheiro (três cabines para homens, três para as mulheres) e as barracas ficavam numa espécie de barracão coberto. Todos as pessoas que encontramos no café da manhã estavam nesse mesmo local. Essa noite foi a mais fria da trilha (Carlos disse que havia feito -2ºC durante a madrugada). Minha esposa sentiu muito frio (na verdade, nossos quatro amigos também sentiram – só eu que não achei essa friarada toda) e não dormiu muito bem, apesar de estarmos numa barraca, dentro de um barracão, num casco de dormir e com as três camadas de roupa. Fica a dica: se você é como a maioria e se incomoda muito com o frio, alugue ou compre um saco de dormir para temperaturas mais frias, com conforto térmico ao redor 0ºC.

 

Depois do almoço, eu e meus dois amigos tentamos chegar à lagoa de Umantay (a 4.200 m.a.n.m.), formada com água de degelo das montanhas. As esposas ficaram, pois já estavam muito cansadas. O caminho é uma subida íngreme que dura algo em torno de 1 hora e meia a partir do acampamento. Carlos disse que, se não chegássemos à lagoa até as 17h, deveríamos voltar, pois ficaria muito escuro. O caminho realmente é duro (foi o trecho que achei mais pesado nesses cinco dias), e Carlos disse que serviria como treino para a manhã do dia seguinte. Não sei se pelo cansaço acumulado da caminhada, mais o fato de termos almoçado havia menos de uma hora, mas foi pesado mesmo. Um dos meus dois amigos não conseguiu, retornando na metade do caminho depois de tentar duas vezes. Mas ele começou a sentir náusea e dor de cabeça, prenúncios de soroche (mas, felizmente, não houve nada), e sabiamente resolveu voltar. Eu e meu outro amigo seguimos e valeu muito a pena (chegamos por volta de 16h40). O lugar é incrível, muito bonito, e ficamos muito mais perto do nevado. A lagoa é linda, com espelho de água em várias cores (que, infelizmente não conseguimos capturar nas fotos) e geladíssima. Mas teve um louco que tomou banho e tudo. A descida foi bem mais tranquila (acho que levamos menos de quarenta minutos).

 

Houve um chá com biscoitos por volta das 18h e o jantar foi servido às 19h. Mas uma vez, uma sopa de quinoa de entrada e um prato vegetariano para mim. Ficamos de papo com o pessoal por um tempo e, pouco antes das 21h, fomos dormir. Eu dormi bem, acho que devido ao cansaço do dia. E também porque estava bem feliz, já que gosto muito de caminhadas e estava fazendo essa trilha maravilhosa, com paisagens fantásticas e junto a pessoas muito legais. Só não dormi melhor porque não tinha travesseiro, mas improvisei com uma das mochilas e foi belo sono até sermos despertados às 5h da manhã.

 

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Esqueci de mencionar, mas, nesse primeiro acampamento, não há chuveiros, não sendo possível tomar banho (a não ser que alguém pretenda usar algo como caneca e tomar banho nas pias ao redor dos banheiros – não deve ser muito legal, já que a água é tão gelada que é incômodo até lavar as mãos). Daí a importância dos lenços umedecidos. Banho de gato mesmo.

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Acordamos na quinta-feira às 5h, com um dos cozinheiros indo em cada barraca com chá de coca fumegante. Muito quente, mas, naquele frio, era quase um bálsamo. Ajeitamos nossas coisas, deixamos prontos os sacos de dormir e a “mochila do carregador”, pegamos as nossas mochilas e fomos tomar café da manhã, servido às 6h. Relaxamos um pouco e, às 7h, sob uma chuva fina, iniciamos aquela que seria a parte mais difícil da trilha, uma caminhada de quatro horas num aclive (às vezes bem acentuado) até o Passo Salkantay, a 4.650 m.a.n.m.

 

Aqui, vale uma observação: Carlos recomendou a alguns que não subissem caminhando, pois, segundo o que ele tinha observado, poderia ser penoso demais ou até impossível para alguns. Ele recomendou que subissem nos burrinhos (S/ 100 por pessoa; cada burro leva uma pessoa). Pode parecer que ele só estava querendo uma renda a mais, mas eu digo que o burrinho foi essencial para algumas pessoas. Os burrinhos são nascidos e criados por lá, fazem esse trajeto quase todos os dias, então PESSOALMENTE eu acho que não tem risco algum. Mas, por algum motivo que só Jah conhece, os burrinhos gostam de ir pela “beira do abismo” – não tem tanto abismo assim, mas sempre há algumas partes mais propensas a deslizamentos. Esse fato pode incomodar bastante quem tem medo de altura. Então, se você chegou até aqui e está em dúvida se vai a pé ou de burro, leve isso em conta. Eu nunca ouvi falar que um burrinho tenha caído nessa trilha (sei que houve um acidente com uma brasileira – por volta de 2008 salvo engano – no Cañon de Colca, em Arequipa, mas, como não fomos lá, não tenho como comparar com a Trilha Salkantay). Ah, outra coisa: os burros têm cheiro de burro (dã! Valeu, gênio!). Digo isso porque alguns vão dizer que eles fedem (eu não acho... rsrs). Então, é possível que você fique impregnado pelo cheiro deles. E pode haver algumas briguinhas entre eles, com um tentando morder o outro. Nada sério, mas, considerando o medo de altura e possibilidade de deslizamento, pode haver mais pavor, com gente gritando “no quiero más, devuelve mi plata” – o que, claro, não vai ser possível e vai causar muito riso ao dono e condutor dos burrinhos. Outra coisa: o pessoal planeja a coisa de forma que todos cheguem ao mesmo tempo, não importa se vão a pé ou de burro.

 

Para nós que fomos a pé, de fato é a parte mais dura da trilha. Mas eu diria que não é tão difícil quanto subir à Laguna Umantay, cuja subida é mais constante e íngreme, apesar de mais curta (entre uma e uma hora e meia de caminhada). Durante as quatro horas de caminhada, há paradas para descanso e partes quase planas. Então, não é essa dificuldade toda se você gosta de caminhadas. O que pode pegar é a possibilidade de soroche, pois a altitude é cada vez maior. Mas eu não soube de ninguém que tenha sofrido isso na caminhada. Lembrando que é normal haver uma certa dificuldade para respirar, já que o ar está cada vez mais rarefeito. Enfim, eu gostei muito e faria novamente (na verdade, pretendo refazer um dia).

 

Chegando ao Passo Salkantay, há uma breve parada para descanso e fotos. Ali será possível desfrutar toda a beleza e a imponência do Apu Salkantay, um dos mais poderosos segundo a mitologia Inca.

Reiniciamos o caminho, agora predominantemente descida e, depois de umas três horas, chegamos ao ponto onde almoçamos (salvo engano, o lugar se chama Huayracmachay) por volta das 13h30. Depois de um breve descanso, retomamos a caminhada, também com predominância de descidas. Depois de mais uma três horas e meia de caminhada, chegamos ao segundo acampamento, num local chamado Chaullay, a 2.900 m.a.n.m.

 

Toda essa caminhada após o Passo Salkantay é bem mais tranquila, como eu já disse, e haverá paradas para fotos e descanso. Aliás, tenha em mente que a trilha é feita no ritmo de cada um (mas sem exageros, é claro, afinal, ninguém quer ficar no meio do nada num local desconhecido à noite). É interessante ver como, à medida que a altitude diminui, a paisagem vai mudando. Os nevados dão lugar a florestas. E os mosquitos vão começar a surgir, mas ainda de leve. Então, tenha repelente (que será muito necessário a partir do terceiro dia e em Machu Picchu).

 

No caminho, não lembro de ter os “quiosques” – tinha no local do almoço – mas, no acampamento, tem de tudo.

Aliás, esse acampamento é até mais bonito que o primeiro, mas as barracas não ficam ao ar livre (o que não é um problema, já que não é tão frio) e o banheiro era bem pior. Mas é possível tomar banho em chuveiro quente por 10 minutos pagando S/ 10. Eu não tomei banho – pois é, já sei que tem gente pensando que, além de esfomeado, eu sou meio cascão... rsrs), mas os lencinhos umedecidos cumpriram seu papel. Quando falaram em banho quente, teve gente que esqueceu o cansaço na trilha e disparou a correr para chegar logo. Rsrs. Nesse acampamento tem alguns cachorros e gatos (tinha até um peru, chamado de “pavo” no Peru), o que foi muito legal, já que eu adoro animais. Choveu durante a madrugada, mas não entrou água nas barracas.

 

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Levantamos às 5h30 na sexta, também com chá de coca mesmo depois de uma noite bem menos fria. Tomamos café e saímos por volta das 7h, numa caminhada com algo em torno quatro a cinco horas, por um caminho mais plano, com poucos trechos de aclive/declive. A paisagem tropical se manteve, já que não mudamos de altitude, e foi uma manhã chuvosa por um tempo (mas a chuva não estava forte). Paramos em alguns “quiosques” no caminho, onde eu pude tomar umas Cusqueñas, muito mais gostosas nessa situação. Rsrs.

 

Quando faltavam uns dois km para chegarmos ao ponto do almoço, avistamos uns carros. Carlos disse que terminaríamos de carro, pois estávamos um pouco atrasados. Novamente, teve gente que esqueceu o cansaço e disparou na correria até os carros. Nada como o incentivo correto. Rsrs. Enfim, chegamos ao povoado onde almoçaríamos, chamado La Playa. Aqui, tinha um quiosque vendendo um café delicioso – acho que o tamanho que eu escolhi custou S/ 5.

 

Depois do almoço, todos os grupos seguiram de van. Na nossa, o pessoal cometeu o “erro” de concentrar os brasileiros no fundão. Foi o que bastou para começar uma verdadeira festa dentro do carro, com o motorista colocando reggaeton em volume bem alto. Teve gringo que achou bem legal (como um californiano que estava ao meu lado), mas uma espanhola (que não era nossa amiga Marta) e uma israelenses estavam indignadas com a algazarra.

 

Aqui também pode ser temerário para os mais medrosos, já que a estrada é estreita, com alguns precipícios pelo caminho e pontos em que é preciso parar para que o carro na mão contrária consiga passar. Mas, como quase tudo no Peru, apesar de caótico funcionou bem e foi uma boa experiência.

 

Depois de uns 40 minutos chegamos ao local onde seria nosso terceiro acampamento, na cidade de Santa Tereza. Deixamos as coisas lá, e rumamos para as águas termais que há na região (fomos de van). Isso não está incluso no que se pagou pelo passeio, sendo que a entrada custou S/ 20. O cascão aqui finalmente tomou banho, mas só as piscinas são quentes (naturalmente aquecidas, aliás). O banho de chuveiro foi frio mesmo e, além de mim, poucos encararam. Mas eu estava precisando de shampoo e sabonete. Nesse local os mosquitos atacaram de vez. É impressionante o estrago que eles fazem, visto que são bem pequenos. E o repelente, por melhor que seja, não vai adiantar por mais que 15 minutos. Então, pense bem se você vai querer conhecer o local. É uma coisa que eu não sei se faria de novo. Os mosquitos realmente são um inferno, e olha que eu não fui dos que mais sofreu com eles (tinha gente que não parava de se coçar nem por 10 segundos). Sem falar na possibilidade de alergia: o irlandês do nosso grupo ficou com o rosto e o braço bem inchados e teve que ir a uma farmácia tomar antialérgico na veia. A mão dele estava tão inchada que parecia a mão do Hulk.

 

Voltamos ao local do nosso acampamento (a 2.300 m.a.n.m.) e, depois do jantar, nos despedimos dos cozinheiros e, a pedido do Carlos, fizemos uma vaquinha para arrecadar a gorjeta deles. Segui a sugestão do Carlos e dei S/ 10 para cada um. Acho que mereciam até mais, pois todas as refeições estavam deliciosas.

 

Depois rolou uma festa ao redor de uma fogueira, com reggaeton rolando alto por lá. Provamos a tal da Inka Tequila, que eu achei simplesmente horrível. Você toma três doses e já fica louco. Uma das paulistas estava “reavivando” a fogueira com essa parada. Sério, sempre que ela derramava uma dose na fogueira, subia uma labareda grande. Parecia que estava colocando álcool no fogo. Depois disso, fiquei na cerveja mesmo, e acho que tomei um Pisco Sour também. Não lembro bem. Rsrs. Eu e minha esposa fomos dormir por volta da meia-noite, mas a festa continuou mais um tempo. Foi uma festa bem animada, considerando o cansaço e a chuva que rolava desde o início da noite (choveu toda a madrugada e foi um pouco mais forte, chegando a entrar um pouco de água na nossa barraca devido ao vento, mas deu para dormir bem, já que o saco de dormir é resistente à água – só vimos que entrou água quando acordamos pela manhã – e que estávamos meio bêbados e cansados).

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No sábado, acordamos um pouco mais tarde, às 7h. Arrumamos as coisas e fomos ao café da manhã, última refeição preparada pelos nossos cozinheiros (o almoço e o jantar seriam em restaurantes – ainda por conta do preço do passeio – e o café do dia seguinte seria uma refeição rápida, com uma banana, um misto quente – tirei o presunto e fiz a alegria de um cachorro de rua, que há aos montes no Peru; ao menos, parecem mais bem cuidados do os vira-latas que temos pelo Brasil – e um suco de caixinha). Arrumamos as coisas e aqueles que quiseram (incluindo nós) fomos de van até o local da tirolesa. Quem não quis, seguiu andando até o ponto onde teríamos o almoço. Não me recordo com certeza, mas acho que foi aqui que nos despedimos do carregador de bagagens, para quem também rolou uma vaquinha (dei S/ 10). Nossa “mochila de carregador” foi de van até o local do almoço.

 

A tirolesa é bem bacana, com cinco travessias pelos vales da região. Quem tem medo de altura não deve sequer considerar isso aqui – mas, se a preguiça for muito grande, paga a tirolesa para fazer o traslado de van. Ao final, ainda há uma ponte suspensa. Bem legal mesmo.

 

Depois, seguimos de van até o local do almoço, na Hidroelétrica. Tinha uma gatinha grávida lá que estava muito manhosa. Dei um bocado do frango da minha esposa para ela.

 

Eu achava que a “mochila de carregador” seria levada até Águas Calientes, mas não foi. A partir desse ponto, nós teríamos que levá-la. Carlos deu a opção de levar de trem por S/ 5 por peça (acho que foi isso), e foi o que fizemos. Mas, se eu soubesse que o caminho era tão tranquilo, teria levado eu mesmo. Até porque nós chegamos à cidade antes do trem. E era nessa mochila que estavam nossos itens de higiene pessoal e nossas roupas.

 

Após a parada do almoço, iniciamos a caminhada final até Águas Calientes, caminhando ao lado do trilho. Logo na saída do restaurante, tem uma subida bem acentuada, que deve levar uns 10 minutos até o caminho ficar plano ao lado do trilho. A caminhada leva umas quatro horas (são 13 km) e a paisagem é muito bonita, sendo possível ver as montanhas onde Machu Picchu se esconde.

 

Chegamos a Águas Calientes por volta das 17h, sob uma chuva fina que não incomodou. Ficamos num hostel (incluso no passeio), em quartos privativos com banheiro. Tomamos um belo banho. Minha esposa e eu fomos dar uma voltinha rápida pela cidade (nossos amigos ficaram descansando), pois o jantar não demoraria muito. A cidade é muito charmosinha, e foi uma pena não termos mais um dia para apreciá-la.

 

O jantar foi às 20h, num restaurante. Lá, Carlos deu as instruções sobre como seria no dia seguinte. Podíamos ir a pé até Machu Picchu ou nos ônibus que saem a cada 10 minutos a partir de Águas Calientes (salvo engano, o primeiro sai às 5h) e que custam $ 12. Ele recomendou aos que iriam de ônibus que chegassem cedo, pois as filas são grandes e a ideia era nos encontrar às 6h na entrada de Machu Picchu (hora em que as portas são abertas). Depois do jantar, fomos dormir.

 

Acordamos às 3h30 do domingo. Arrumamos tudo e nos preparamos para ir para Machu Picchu. Levamos só a mochila de 30 L conosco (onde colocamos água, lanches, agasalho etc.) e deixamos as outras duas mochilas no hostel. Minha esposa, eu e um amigo fomos a pé (a esposa do amigo e o outro casal foram de ônibus). Minha esposa se arrependeu. Rsrs. O caminho até Machu Picchu tem a Escadaria Inca, que vai cortando a estrada por onde vai o ônibus, e essa escadaria é longa. No ritmo da minha esposa, levamos uma hora, mas nosso amigo fez em 45 minutos. Para quem subiu o caminho até o Passo Salkantay, achei tranquilo (minha esposa subiu de burrinho).

Chegamos a Machu Picchu um pouco antes das 6h e já estava lotado. E o negócio é caótico. Outra coisa sobre o Peru: o pessoal não faz fila; todo mundo se amontoa. Parecia entrada de estádio em dia de clássico. Nosso guia, que já estava lá dentro, ficou dizendo para passarmos a frente e furar fila e tal. Não fizemos isso e fomos seguindo o fluxo. Finalmente entramos. Mas não perdemos muita coisa. A ideia de chegar assim que abre é tentar ver onde os raios solares tocam as estruturas no início da manhã, mas estava com muita névoa. Carlos e Flor ficaram em torno de uma hora com nosso grupo – foi a parte guiada da visita. Depois, nos despedimos deles e, claro, rolou uma vaquinha para a gorjeta (dei S/ 20 para cada um).

 

Depois disso, nos despedimos do grupo e ficamos por nossa conta. Nos despedimos temporariamente de Marta, que iria à Machu Picchu Montaña, enquanto nós iríamos a Huayna Picchu – outra coisa que eu não recomendo para quem tem medo de altura ou é preguiçoso ou está muito cansado, pois a subida tem algumas partes bem íngremes e relativamente estreitas (dica: depois que você chega a uma pedra grandona logo depois de passar por uma construção, saiba que isso não é o final – o final é mais para frente e, depois dele, você meio que faz uma volta passando pode debaixo de uma pedra para iniciar a descida –; como não sabíamos disso, meio que subimos a parte final duas vezes porque, depois que você chega ao que realmente o topo, só pode seguir em frente). E passeamos bastante por lá.

 

Machu Picchu é realmente muito bacana. Nós ficamos lá até quando fechou, às 17h. Fomos quase que acompanhados até a saída. Rsrs. As lhamas são um espetáculo à parte (elas são do lugar mesmo, não são selvagens) e tudo é muito impressionante. É preciso ter disposição para andar bastante, mas vale cada passo. Você nem sente o cansaço.

 

Pontos negativos: não há banheiro dentro do sítio (o que é compreensível, pois é necessário preservar o lugar) e não há opções de refeição como comprar água lá dentro – isso é burrice ao meu ver, pois bastaria cercar alguns locais e obrigar que as pessoas comprassem e consumissem ali dentro, o que preservaria o sítio. Mas, enfim, para ir ao banheiro ou comer algo, você sai do sítio. E você pode sair apenas duas vezes. Funciona assim: quando você entra, seu ticket é carimbado; e você tem direito a três carimbos. Então, entrou uma vez, um carimbo; sai para ir ao banheiro e entra de novo – segundo carimbo; sai para comer algo e entra de novo – terceiro e último carimbo, não conseguirá retornar ao sítio se sair de novo.

 

Outra coisa: as opções de comida são bem caras. Compreendo isso, pois o local vive apenas do turismo, mas não é preciso tirar a pele dos turistas na minha opinião. Mas até que eu consegui comer uma quiche vegetariana por um preço “normal”: foi S/ 20 e era uma porção muito bem servida, não posso reclamar. O engraçado é que, olhando a foto, eu achava que era um pedaço bem pequeno; só vi que era grande quando vislumbrei na vitrine.

 

Falando em “local que vive do turismo”: eu acho que um local desse deve tratar o turista muito bem. E até que o pessoal do sítio é bem-educado mesmo. Mas teve um guia turístico que me deixou puto. Fora do sítio, tem uma mesinha com um carimbo para passaporte com a imagem de Machu Picchu. Não fica sempre disponível, mas apenas em algumas horas do dia. Em determinado momento, descobrimos que faltava 10 minutos para disponibilizarem. A gente foi para a fila e éramos os primeiros (logo a fila cresceu atrás de nós). Aí, quando chega o carimbo, o guia folgado entra na frente e começa a carimbar uns 50 cartões postais do grupo de orientais que estava com ele. Fiquei muito puto e comecei a resmungar atrás dele. E ele, todo cheio de razão, dizendo “eu pedi para o empregado disponibilizar o carimbo cinco minutos antes do horário; tenho direito de estar aqui”. Eu resmunguei mais ainda, mas, como não sou de arrumar barraco, engoli esse sapo e fiquei puto por uma meia hora até me acalmar. Mas, enfim, eu nunca furo uma fila e fico louco quando passam na minha frente; e o cara, que trabalha com turismo, ainda faz uma coisa dessas. Ai ai...

 

Encontramos a Marta quando estávamos comendo. Não falei antes, mas era aniversário dela. Ela tinha feito amizade com Nahuel, um argentino muito gente boa. Ficamos a tarde inteira juntos explorando o local. Fomos embora às 17h (as meninas foram de ônibus por mais $ 12 por pessoa; o macharal foi pela escadaria, muito mais tranquila na descida). Nos encontramos em Águas Calientes, onde nos despedimos de Nahuel e fomos jantar com a Marta para comemorarmos o aniversário dela. Comemos pizza e bebemos alguns Pisco Sour e Cusqueñas e, no final, foi aquele chororô porque seria a despedida.

 

Pegamos o trem (das 21h50) até Ollantaytambo. Não vimos nada porque todo mundo capotou. Lá havia uma pessoa nos esperando, mas foi um caos porque todo mundo no trem estava num esquema semelhante. Novamente, apesar do caos, foi tranquilo. Pegamos a van e capotamos de novo até Cusco. Chegamos lá depois por volta de 1h30, na mesma praça onde havíamos entrado no ônibus que nos levou a Mollepata, no primeiro dia da trilha.

Fomos a pé até o hostel (havíamos reservado mais uma noite lá) e dormimos como pedras.

 

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Gastei, no total, algo em torno de S/ 220 com lanches, água, cerveja etc. Eu já tinha pago a tirolesa e não peguei ônibus nem na ida nem na volta de Machu Picchu. Acho que pode servir de parâmetro para ter ideia de quanto levar em cash na trilha. Lembrando que, se você vai deixar algo no hostel em Cusco, nunca deixe sua grana. Leve tudo com você! Eu já tinha mencionado isso antes? Rsrs.

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Acordamos na segunda-feira por volta das 9h, possivelmente o dia em que acordamos mais tarde nessa viagem. Tomamos café, fizemos check-out e deixamos os mochilões no hostel mais uma vez.

 

Nesse dia resolvemos ir às Salinas de Maras. Fomos pegar informações no Centro de Informações Turísticas e fomos por conta própria. Pelo que lembro, caminhamos até uma espécie de terminal de ônibus (uns 20 minutos de caminhada a partir do Centro de Informações Turísticas) e pegamos o transporte lá. Não lembro exatamente o valor da passagem, mas foi menos de S/ 5 por pessoa.

 

O lugar fica meio longe (algo em torno de uma hora) e você desce numa parada no meio da estrada. É num entroncamento, onde ficam taxistas esperando para levar até a salina (eles levam até Moray também, que não conhecemos pois não teríamos tempo). Pegamos um carro que cabia nós seis (saiu S/ 10 no total por pessoa). A entrada em Maras não está inclusa no Boleto Turístico e, salvo engano, custou S/ 10.

 

O lugar é bem legal, com várias poças com sais de cores diferentes. Parece que cada área pertence a uma família da região, sendo que elas se reúnem numa cooperativa para comercializar o sal. Tem várias bancas vendendo sais de várias cores, cada um indicado para uma coisa específica, além de haver outros produtos típicos à venda.

 

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Retornamos a Cusco e fomos ao hostel buscar nossas coisas para ir até a rodoviária pegar o ônibus para Arequipa. O táxi até lá custou algo em torno de S/ 20.

 

Viajamos com a Oltursa (a passagem custou S/ 130, num ônibus bem confortável, com o assento inclinando bastante – seria o que chamamos de ônibus-leito no Brasil). A rodoviária é meio caótica, sendo necessário pagar uma taxa de embarque (em Custo, acho que foi S/ 1,30). O ônibus é bem confortável, com internet funcionando – não é aquela velocidade, mas funcionava. Não há sistema de entretenimento individual (pelo menos, não no nosso ônibus), mas tem umas tvs passando uns filmes. O jantar servido não é lá muito bom, mas, com a fome, deu para comer (opinião pessoal, já que minha esposa não comeu nem a metade... rsrs).

 

Chegamos a Arequipa por volta das 7h (saímos de Cusco às 20h30). O motorista parecia meio perdido quando entramos em Arequipa. Rsrs. Mas chegamos à rodoviária e, de lá, pegamos um táxi até o Hostel Bubamara. Nesse hostel, quando fizemos a reserva, tivemos que pegar quartos diferentes (não havia três quartos iguais e ficaríamos cada casal em um quarto). Fizemos um sorteio para ver quem ficava com cada quarto e dividimos o valor total por três. Foi nossa hospedagem mais cara e saiu $ 75 por pessoa no total.

 

Aqui vale um registro: valeu cada dólar. O hostel era muuuuito bem localizado, com quartos muuuuito confortáveis e bem decorados e um café da manhã gostoso servido numa varanda com vista para o Vulcão Misti. Além disso, a equipe do hostel foi sempre solícita e amável. Por exemplo: chegamos ao hostel por volta das 8h, o check-in era às 14h. Como já havia um dos quartos disponíveis, o atendente nos deixou ocupá-lo. E garantiu que os demais estariam prontos por volta das 11h (os ocupantes já estavam de saída; o pessoal do hostel iria preparar os quartos para nós).

 

Não cobraram nada por isso. Eles também ofereceram um serviço de lavanderia muito barato (S/ 7 por quilo; S/ 10 para higienizar calçados; recebemos as roupas no fim do dia). Deixamos nossa roupa e nossos tênis por lá (depois da Salkantay, era necessário), colocamos as coisas no quarto disponível – sem esquecer de não levar conosco todas coisas de valor (basicamente, máquinas fotográficas, celulares e dinheiro) e fomos conhecer a famosa Plaza de Armas de Arequipa (a cinco minutos do hostel). Tomamos café da manhã em um local perto da Plaza e fomos conhecer o Mercado San Camilo. É um mercadão mesmo, com tudo que se possa imaginar espalhado pelas bancas.

 

Voltamos ao Bubamara e ocupamos os demais quartos. Depois de um belo banho, fui a um supermercado comparar água, lanches e almoço (e também um Arequipeña que, sinto dizer, fica muito aquém da Cusqueña e das outras cervejas que provamos pelo Peru).

 

À tarde, fomos a uma chocolateria artesanal, a Chaqchao Organic Chocolates, de onde fizemos um free walking tour saindo às 15h (http://www.inkanmilkyway.com/free-walking-tour-arequipa-3pm/). É grátis, mas, ao final, há uma contribuição em forma de gorjeta (cada um dar o que quer). Foi muito legal, conhecemos vários locais nos arredores da Plaza de Armas (que, viemos a saber, se chama Plaza Mayor – o nome “Plaza de Armas” vem da época da independência peruana: a cada cidade tomada, os peruanos escolhiam a Plaza Mayor para se tornar o QG e o arsenal, o que levou a população a chama-las de Plaza de Armas). O passeio dura umas três horas e terminamos num bar muito estiloso, onde recebemos de graça um mini Pisco Sour e onde o guia sorteou alguns prêmios (inclusive um petisco do bar). Dentre os pontos que visitamos, está o Mundo Alpaca, uma espécie de museu em que se explica a fabricação dos tecidos (tem umas lhamas e alpacas por lá e o guia explica a diferença entre elas) e o bairro de San Lazaro, que, na minha opinião, lembra muito as vielas de Madrid e Barcelona.

 

Depois fomos a um dos restaurantes ao redor da Plaza (La Terraza). A vista é bem bonita, mas não é lá essas coisas. Comemos muito melhor e por um preço mais baixo em Arequipa. De todos os restaurantes a que fomos em Arequipa, esse é único ao qual eu não voltaria. Mas valeu a experiência.

 

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Na quarta-feira, tivemos nosso “Dia Mario Vargas Llosa”. Tendo nascido na cidade, há muitos espaços por lá reservados a ele. Iniciamos o dia com a visita à Biblioteca Regional Mario Vargas Llosa; depois, fomos à Biblioteca Personal do autor, um espaço vizinho à Biblioteca Regional onde ficam livros que pertencem ao autor.

 

Para finalizar, fomos à Casa Museo Mario Vargas Llosa, museu que foi construído em uma das casas em que o autor viveu em Arequipa. O museu é todo moderno, com recriações interativas de passagens da vida deste ilustre peruano. A entrada custou S/ 20 e incluía uma visita guiada, que durou algo em torno de 1h30min.

 

Mais para o fim da tarde, fomos ao Mirador de Yanahuara, um local bem bonito de onde se tem uma bela visão do vulcão Misti. Finalizamos a programação do dia com um concerto grátis de violões, no Centro Cultural Peruano Norteamericano. Depois, jantamos no Hatunpa, um local onde todos os pratos são tem como base alguns tipos de batatas peruanas. Você escolhe entre o prato com três tipos de batatas ou com sete e escolhe o “recheio” que vem por cima dessa base. Muito gostoso e num preço bem razoável (salvo engano, o prato com base de sete batatas era menos de S/ 20). A dica é não pedir apimentado, a não ser que você adore pimenta. Uma amiga pediu “un poco picante” e ela simplesmente não conseguiu comer. Foi um desespero para tentar diminuir a ardência na boca. Eu, que gosto de pimenta, posso dizer que realmente estava muito forte para o gosto de um brasileiro típico. O atendente ainda disse “para nosotros, eso es poco picante”. Rsrs. Ele foi bem solícito, trazendo água e dando algumas dicas para tentar diminuir o incômodo.

 

No dia seguinte, fomos mais uma vez ao Mercado San Camilo. A gente voltou tanto porque gostamos quanto porque estávamos em busca de lembrancinhas para trazer de presente. Mas os preços lá não são páreo para o Centro Artesanal Cusco. Fica a dica: compre suas lembrancinhas por lá.

 

Depois fomos ao Museo Santuarios Andinos, bem próximo à Plaza de Armas (entrada a S/ 20, mais uma gorjeta ao guia). É um museu com várias peças incas, incluindo cerâmica, têxteis e apetrechos ritualísticos. Aqui está, além de outras similares, a múmia Juanita, uma criança oferecida em sacrifício sagrado pelos Incas a fim de apaziguar os Apus. Na verdade, ela não é uma múmia, mas um corpo encontrado próximo ao topo do vulcão Ampato, nas proximidades de Arequipa. A temperatura, em torno de -20ºC, preservou o corpo, de forma semelhante a uma mumificação. Enfim, um lugar bem bacana para entender mais sobre a cultura inca (eu, por exemplo, não sabia que eles faziam sacrifícios humanos).

 

Almoçamos no Capriccio Gourmet, um lugar que, apesar do jeitão requintado, tinha preços razoáveis e porções bem servidas, além de uma comida bem gostosa. Mais para o fim da tarde, fomos ao terraço do Hotel Katari, na Plaza de Armas (no lado oposto à catedral) e tomamos algumas cervejas apreciando a vista.

Jantamos no El Buda Profano, bem em frente ao nosso hostel. É um restaurante japonês vegano! Os sushis e os sashimis são muito gostosos (isso foi uma unanimidade entre nós seis, e olha que só eu sou vegetariano) e o preço é mais que razoável. Não gastei mais que S/ 40 e comi bem, além de tomar uma cervejinha.

 

De lá, fomos para a rodoviária, a caminho de Ica e Huacachina.

 

Para quem está se perguntando sobre o Cañon de Colca, resolvemos não ir dessa vez. O passeio que queríamos fazer era um que durava dois dias, o que não deixaria quase nada de tempo para Arequipa. E não achamos que o passeio de um dia valeria a pena, pois, só de trajeto (ida-volta), perderíamos 10 horas dentro de uma van. Foi uma decisão acertada, pois adoramos nossa estadia tranquila em Arequipa. A cidade é muito bonita, tem um astral bem legal e os restaurantes/bares são fenomenais e baratos.

 

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Pegamos o táxi para a rodoviária de Arequipa, que achei menos caótica que a de Cuzco. Não lembro exatamente quanto foi o táxi, mas não foi mais que S/ 20 por carro. Dica importante: não deixem para última hora, pois o trânsito em Arequipa pode ser bem lento.

 

Chegando lá, ficamos na sala de embarque da Cruz del Sur. Não é lá essas maravilhas, o wi-fi não funcionava bem, mas foi melhor do que ficar no meio do caos da rodoviária. Falando na Cruz del Sur, a comida servida a bordo era bem melhor e o sistema de entretenimento era individual, com fones de ouvido (parecido com o dos aviões). Por outro lado, o wi-fi não funcionava nem a pau e as tomadas também não funcionavam (ou seja, se pensava em recarregar seus dispositivos durante a viagem, pode esquecer). Levando em consideração os prós e contras, eu diria que tanto faz viajar na Cruz del Sur como na Oltursa.

 

Chegamos a Ica na manhã de sexta, por volta das 8h. Na rodoviária mesmo, negociamos dois táxis (também não lembro o preço, mas com certeza foi menos de S/ 20 por carro). Os taxistas eram meio pirados e tinham o maior jeitão de malandros. Ficaram tentando empurrar uns passeios pra gente enquanto nos levavam até Huacachina (um trajeto curto de menos de 20 minutos). Chegando lá, pararam conosco no que seria a agência para o qual trabalhavam. Diziam que, como tínhamos viajado com as Cruz del Sur, teríamos desconto. Mas não sentimos nenhum um pouco de confiança nos caras, além de não termos gostado nada dessa parada quase forçada. Pegamos os cartões e, finalmente, nos deixaram na nossa pousada, o El Boulevard.

 

Huacachina é uma espécie de oásis (com temperaturas variando de 17ºC a 28ºC), com as pousadas e restaurantes se distribuindo ao redor de um lago pequeno (eu diria que é um círculo imperfeito com uns 200 metros de diâmetro; ficamos sabendo que esse lago era artificial, o que não diminui a beleza do lugar). Então, perceba que não há muitas opções de pousada. Quando estávamos procurando, acabamos ficando com o El Boulevard porque tinha boas avaliações e porque tinha um preço razoável em comparação com o que estávamos achando em outros locais. Duas diárias saíram por $ 35 por pessoa em quartos para casal com banheiro privativo e café da manhã incluso.

 

A pousada não é uma maravilha e, na verdade, ainda estava em construção. Os banheiros eram a pior parte, mas, por sorte, o do meu quarto não tinha mofo. Complicado mesmo é que não trocavam as toalhas e, como a região é úmida, elas não secavam. Mas, enfim, considerando a mesa de ping pong e o dono/gerente da pousada, o Toni, acho que valeu a pena.

 

Toni é um cara muito bacana. Se graduou em publicidade em Lima e foi trabalhar com turismo em Huacachina. Como os quartos estavam desocupados, nos deixou entrar antes da hora do check-in (que é às 14h, se não me engano). Conversando com ele, dissemos os passeios que estávamos a fim de fazer e ele fez um preço que achamos justo pelo passeio de buggy + Islas Ballestas + Parque Nacional de Paracas + Ruta del Pisco (S/ 170 por pessoa, com trajeto em carro com ar-condicionado e entradas inclusas; só o almoço não estava no preço). Como fechamos com ele, ainda conseguimos o café da manhã daquele dia de graça. Depois de comer e nos instalar, jogamos bastante ping pong, havendo disputas épicas. E o Toni jogando com a gente.

 

Demos um rolé por Huacachina (o que deve levar menos de 10 minutos, mas é tempo suficiente para várias pessoas oferecerem passeios e almoços em seus restaurantes). Acabamos escolhendo o Samanara, que tinha um bom preço pelo menú del día, além de nos oferecer um pequeno Pisco Sour de graça, ser charmosinho e ter uma boa visão para o lago (na verdade, acho que todos os restaurantes proporcionam essa boa visão).

 

Depois demos uma descansada e, por volta das 16h, começamos o passeio de buggy pelas dunas do deserto. Aqui vale dizer que o passeio do Toni é bem exclusivo, pois ele não vai pelo caminho que todos os outros seguem. Ele tem uma rota quase exclusiva, passando por dunas bem altas. Fizemos algumas paradas para fotos e para fazer sandboard. Toni é bem cuidadoso e ensina muito bem, sendo que começamos deitados e, numas dunas menores, ele nos deixa ir de pé. Eu quis ir de pé numa duna maior, mas Toni não deixou, dizendo aos risos “quieres morir, muchacho, no te gusta la vida?”. Rsrsrs. No final, paramos num lugar bem bacana para apreciar o por do sol juntamente com umas cusqueñas que compramos na pousada. Nesse passeio, fomos nós seis e mais duas irmãs holandesas, que também estavam na pousada.

 

Ao voltar, Toni fez todo mundo jogar o Jenga (aquele jogo em que se monta uma torre e cada pessoa tem que retirar uma peça e colocar no topo, até que alguém derruba a torre). Só que esse Jenga tinhas peças especiais que obrigavam o jogador a pagar umas prendas. Claro que as prendas eram, basicamente, beber, e ficou todo mundo meio bêbado com o pisco que Toni levou junto com o jogo. Ele não cobrou pelo pisco.

 

Quando estávamos mortos de fome, íamos todos sair para jantarmos juntos em algum lugar, mas faltou energia! Toni disse que era a primeira vez que ele via essa falta de energia desde que chegara a Huacachina. Mas, no alto astral de sempre, ele disse que íamos fazer o jantar lá na pousada mesmo. Foi todo mundo pra cozinha, ajudando o Chef Toni à luz de lanternas de celular. Em uma hora tínhamos um jantar bem gostoso, feito por todos. Foi um momento bem legal. Depois o Toni ainda deu um rolé com a gente pela cidade (a energia tinha voltado e estava havendo uma espécie de sarau) e subimos em uma das dunas próximas a Huacachina.

 

No dia seguinte, acordamos bem cedo para pegar a van até Islas Ballestas (tão cedo que não dava para pegar o café da pousada, mas comemos um sanduíche frio com frutas e suco de caixinha.

A van era bem confortável e deu pra dar uma cochilada durante o trajeto (que dura por volta de uma hora). Vale a pena ir com duas camadas de roupa (se você sente muito frio, vá com as três), já que venta muito e o passeio é numa lancha. Vale a pena levar um chapéu também, pois há trocentas milhares de aves marinhas e, certamente, você será agraciado com os dejetos delas em algum momento. Outra dica: sentem do lado esquerdo da lancha, pois a vista será melhor.

 

O passeio é bem legal e nosso guia era ótimo, fazendo as explicações em inglês e em espanhol. Passamos em frente a El Candelabro de Paracas, um desenho feito na duna há bastante tempo (algumas teorias dizem que tem mais de 2.000 anos, tendo alguma relação com as linhas de Nazca – os Nazca tiveram alguma influência dos Paracas – enquanto outras dizem que tem em torno de 200 anos; em qualquer caso, é bem interessante notar que a figura se mantém devido às condições do local, com temperaturas propícias, pouco vento e quase nenhuma precipitação – por isso o local é um deserto, mesmo estando à beira do mar). Depois passamos por várias formações rochosas, vendo locais onde antes se produzia guano (o Peru já foi um dos maiores exportadores do produto) e uma vida marinha muito bonita (aves marinhas, pinguins, leões marinhos etc.).

 

Depois fomos ao Parque Nacional de Paracas, uma reserva gigante (ainda bem que estávamos de carro, mas tinha algumas pessoas encarando o passeio de bike). O local tem várias paisagens, sendo a mais famosa El Catedral, uma formação rochosa no Pacífico, que foi meio derrubada por um terremoto ocorrido em 2007. A Playa Roja é fenomenal (a areia é avermelhada devido à grande quantidade de ferro). Nosso motorista nos levou a locais incríveis, sempre nos dando tempo para fotos (inclusive, parou num local proibido uma vez e levou uma chamada de um segurança, ao que respondeu “Un momento, señor, una foto y es todo”, mas ele tirou várias fotos.... rsrsrs).

 

Almoçamos num restaurante próximo da Playa, dentro da reserva, mas esqueci o nome. Sei que o local era bem legal, com pratos gostosos a um preço justo.

 

Depois fizemos a Ruta del Pisco, passando por três “vinícolas” (vamos chamar assim, já que o pisco é um destilado feito a partir da uva), sendo a última uma propriedade bem artesanal. O passeio é bacana e a história da bebida é interessante, mas, sinceramente, eu não gosto de pisco. A degustação chegava a ser um sofrimento... rsrsrs. Na segunda vinícola, além de pisco havia a produção de vinho. Foi-nos mostrado um vídeo institucional, cujo o mote era algo do tipo “conseguimos fazer vinho de qualidade no Peru”, mas, pessoalmente, achei o vinho bem ruinzinho também. A melhor degustação foi na última vinícola, pois provamos SETE tipos de “cremas” de pisco (algo como um licor, em que o pisco é misturado com frutas, tornando-se um líquido mais viscoso e ficando muito mais gostoso).

Chegamos à pousada no início da noite. Nem lembro o que fizemos antes do jantar... rsrs. Mas lá fomos nós comer num local chamado Huaca Fucking China. Nossos amigos deram azar, pois o pedido deles demorou bastante e veio errado. Talvez por isso não tenhamos gostado muito do lugar, que estava bem cheio.

 

No dia seguinte, não fizemos nada além de ping pong. Nos despedimos do Toni e fomos para a rodoviária (na verdade, agora que penso no assunto, acho que chegamos e fomos embora de Ica pela garagem da Cruz del Sur, que faz as vezes de rodoviária da empresa em Ica – mas não estou muito seguro quanto a isso), onde pegamos um ônibus da Cruz del Sur para Lima. É uma viagem curta se consideramos as viagens “vira-noite” que fizemos, algo em torno 3h30min, e chegamos a Lima por volta das 16h.

 

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Chegamos a Lima no domingo, por volta das 16h. Em Lima há Uber, então é mais fácil ter noção de um preço justo do táxi, o que não diminui a importância da negociação. Conseguimos pegar cada táxi por S/ 25 para a pousada, a B&B Miraflores Wasi. Mas os taxistas são meio perdidos pela cidade, então é comum você dar voltas e voltas até chegar ao destino. Como o preço está fechado, não é um problema, mas não deixa de ser uma perda de tempo.

 

Ainda bem que eu tinha comprado um chip no Peru, assim eu dizia o caminho usando Google Maps. Optamos por não usar Uber para não fazer compra em moeda estrangeira (não é pouca coisa pagar 6,38% de IOF numa compra com cartão de crédito no exterior).

 

A pousada é bem bacana e ficamos num quarto família. Éramos seis, mas cabia 10 pessoas facilmente. Com banheiro privativo. Foi uma diária só, que ficou a $ 15 por pessoa, com o café da manhã incluso (achei o melhor café das pousadas em que ficamos).

 

Aqui, um adendo: lembra que eu sempre disse para nunca deixar nada de valor ao deixar mochilas na pousada? Pois é, uma amiga deixou a câmera. Quando voltamos para pegar as coisas (nós íamos para o aeroporto rumo ao Brasil, eles seguiriam viagem para Huaraz – iriam para a rodoviária), a câmera dela não estava lá. Pode ter sido alguém da pousada? Pode, mas pode ter sido qualquer pessoa. Nós mesmos reviramos as mochilas (procurando a câmera) lá no quarto onde estavam mochilas de outros hóspedes e em nenhum momento fomos interpelados a respeito. Ou seja, poderíamos ter roubado alguma coisa de lá. Sei que foi uma confusão e nem conseguimos nos despedir direito. Sei que ela não recuperou a câmera e nossos amigos disseram que o pessoal da pousada não foi muito prestativo. Eu não estava lá e não vou julgar, mas eu voltaria a ficar nessa pousada, tomando os cuidados necessários para uma hospedagem em hostel. Foi uma pena, ela perdeu várias fotos da viagem, fora o estresse e a raiva por ser furtado. Então, pela última vez: nunca deixe nada de valor nas suas mochilas quando forem entrega-las aos cuidados do pessoal dos hostels.

 

Nos instalamos na pousada e pegamos um ônibus de linha até o Parque de la Reserva a tempo de ver o Circuito Mágico del Agua (http://www.circuitomagicodelagua.com.pe/). Muito bonito, vale demais! Outra anedota: nesse trajeto, tivemos a confirmação de como o trânsito é pirado no Peru. O motorista do ônibus trancou um taxista ao trocar de faixa. O taxista começou a gritar com o ônibus ao emparelharem num sinal. Depois, o taxista subiu o meio-fio e ficou na frente do ônibus, andando a 10 km/h. O motorista acabou trancando outro carro ao tentar mudar de faixa para tirar o taxista da frente. Resultado, os dois ficaram andando a 10 km/h, xingando o motorista. Ainda bem que os peruanos não são violentos como os brasileiros. Se fosse no Brasil, certeza que ia sair tiro (por muito menos o povo se mata por aqui). Depois de algum tempo, foram embora e o ônibus seguiu na velocidade normal. Ahhhh. E o motorista era um mal-educado, muito ignorante com os passageiros. E ainda nos passou o troco errado, que acabamos recuperando depois.

 

Depois jantamos num bar chamado Rústica. A decoração é bem diferente, sendo uma espécie de Outback brega com uma música alta nas caixas de som (alguns dirão que o Outback já é brega... rsrsrs). Os drinks e a comida não eram lá essas coisas (foi sem dúvida o pior Pisco Sour que bebemos durante a viagem – na verdade, foi o único ruim que bebemos) era meio caro. Enfim, não valeu a pena.

 

No dia seguinte, nosso último dia no Peru, fomos a um sítio arqueológico, o Huaca Pucllana, um centro cerimonial da cultura Lima – é mais complicado que isso, pois várias culturas utilizaram o local para finalidades diferentes (S/ 12 a entrada, com guia incluso – no final, dá-se a gorjeta que se acha justo).

 

Depois fomos de táxi (S/ 20) até a Plaza San Martín, onde passeamos pelo centro comercial da cidade. Caminhamos até a Plaza Mayor, em frente ao palácio do governo peruano e demos umas voltas pelo entorno (onde fica a Casa de Aliaga, construída em 1535 e ainda em uso; não é um museu nem nada, mas dá pra ver a frente da casa). Engraçado, que, não muito longe do palácio, há uma parte bem feia de Lima, com um rio canalizado meio fedorento e um bairro mal cuidado.

 

Depois, mais um táxi até o La Mar Cevicheria (S/ 20), um restaurante bem legal que fica em Miraflores (essa parte de Lima é linda: Miraflores, Barranco e redondezas). Ele é caro para os padrões peruanos (pelo menos, tendo em conta os locais a que fomos), mas o atendimento, o local e a comida são fenomenais.

 

Depois, passeamos pelo conjunto de parques que fica à beira do Pacífico, uma região que recebe o nome de Malecón de Miraflores. Passamos por vários parques, todos muito bonitos e bem cuidados: Parque María Reiche; Parque Miguel Grau; Parque Yitzhak Rabin; Faro de La Marina; Parque del Amor. Terminamos a caminhada, já no fim da tarde, num shopping aberto à beira-mar chamado Lacomar.

 

Voltamos para o hostel. Pegamos nossas coisas, nos despedimos dos nossos amigos (que seguiriam para Huaraz) e fomos para o aeroporto (salvo engano, o táxi deu S/ 40).

É isso aí. Foi uma ótima viagem. Adoramos conhecer o Peru e esperamos voltar lá para conhece novos lugares e reviver alguns dos passeios tão bacanas que fizemos.

 

Sobre os gastos: no total, gastei S/ 2.670 e $ 385. Considerando que meu câmbio médio foi de $ 1 = S/ 3,358, gastei $ 1.200 (arredondando) em 17 dias com passeios, passagens de ônibus, hospedagens, alimentação, lembranças pro pessoal etc. Um preço barato, na minha opinião, considerando todas as experiências que vivemos, todos os locais a que fomos e todas as pessoas que conhecemos.

 

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