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Albânia & Macedônia (julho/agosto de 2015): O Lado B dos Bálcãs


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Sábado, 1º de Agosto: Logo de manhã (para evitar pegar mais calor), já empreendi a subida ao castelo de Berat. Subida bem difícil, mais do que o castelo de Gjirokastër, porque o calçamento é apenas de rocha calcária, que é muito escorregadia, tive que ir com cuidado tanto para subir como para descer. Mas enfim, consegui chegar às muralhas e entrar na cidadela, que é muito maior do que eu havia imaginado. Passei 2 horas e meia explorando, mas dá para ficar bem mais tempo do que isso. Lá dentro ainda existem casas de famílias, mas também igrejas ortodoxas, o que sobrou de duas mesquitas (a vermelha e a branca; os habitantes da cidadela sempre permaneceram cristãos, mas as mesquitas cumpriam a função de servirem à guarnição turca, na época do Império Otomano), cisterna para abastecimento de água, entre outras coisas. A paisagem lá de cima é fantástica, e uma coisa que me chamou a atenção foi a palavra "NEVER" escrita em um morro. Fiquei sem saber o porquê daquilo, até que surgiu do nada um senhor de uns 60 anos de idade, de aparência bem sofrida, mas muito rápido e ágil (me deu até vergonha), chamado Vasil, que me mostrou vários pontos do castelo, explicou sobre a origem da cidadela (ela foi construída ainda na época do Império Bizantino, mas foi conquistada pelos otomanos, e assim permaneceu até a queda do império) e também me explicou o motivo do "NEVER" escrito no morro: quando Hoxha ainda era vivo, o que estava escrito na verdade era "ENVER", ou seja, o primeiro nome do ditador. Assim que a Albânia deixou de ser comunista, os moradores da redondeza trocaram as duas primeiras letras, e o "ENVER" se tornou "NEVER", ou seja, eles não querem mais saber daqueles tempos, estão interessados em construir um novo futuro e enterrar o passado. Como eu esperava, Vasil me pediu uma contribuição ao final do "tour", mas eu fiquei mais do que contente em poder contribuir, e dei 350 lekes a ele (cerca de 10 reais), e ele também ficou bastante feliz. Saindo do castelo, fiz um pequeno desvio e fui até o Museu Etnográfico de Berat, não muito interessante (há relativamente poucos itens no acervo), mas a visita valeu mesmo assim. Após o almoço, fiquei batendo perna pelo calçadão e também fui conhecer a parte nova da cidade, longe do centro histórico. E fui dormir mais cedo, pois no dia seguinte teria que sair às 8 da manhã com destino à Macedônia. Abaixo, fotos da cidadela:

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Domingo, 2 de Agosto: Dia de deixar a Albânia e entrar na Macedônia. De Berat até Ohrid nem é tão longe (cerca de 200km, indo por Pogradec), mas ir de uma cidade a outra de transporte público é uma verdadeira odisseia: 2 ou até 3 vans, mais um ônibus, e a viagem costuma demorar de 8 a 9 horas, porque os horários não batem. Pensando em tudo isso, fiz algo que seria considerado heresia pelos mochileiros "de raiz": peguei um táxi até próximo à fronteira e mais outro até chegar em Ohrid, já na Macedônia. Não peguei um taxi para fazer o trajeto todo porque os taxistas de Berat não têm autorização para entrarem na Macedônia, já que não fica tão próximo e raramente alguém faz esse trajeto. Portanto, fui de Berat até Pogradec, cidade albanesa na fronteira com a Macedônia e (assim como a cidade de Ohrid), às margens do lago Ohrid, um dos mais antigos (cerca de 3 milhões de anos) e profundos (ponto máximo de profundidade chega a 300m) lagos naturais da Europa. De Berat até Pogradec demorei 3 horas (cerca de 150km) e os 50km restantes, por incrível que pareça, demorei 1 hora e meia: primeiro pela lentidão na fronteira (o oficial até cismou que eu precisaria de visto para entrar na Macedônia, o que não procede), e depois por ser um dia de feriado na Macedônia (o Illinden, que comemora uma rebelião contra os turcos); com o calor que estava fazendo, as margens do lago estavam completamente tomadas, e o trânsito se arrastava. Por fim, cheguei na cidade de Ohrid, deixei as minhas coisas no hotel (Villa de Lago, um hotel muito bem arrumado e limpo, com uma localização fantástica, e bom custo-benefício; gostei bastante) e fui almoçar e dar uma volta na cidade. Sem dúvidas, Ohrid foi o local que eu mais gostei nesta viagem: a estrutura para o turismo é excelente, a comida é tão gostosa quanto na Albânia e apenas um pouco mais cara (esqueci de comentar: até o mais muquirana dos mochileiros vai se sentir um verdadeiro paxá otomano na hora de comer na Albânia: a comida, além de deliciosa, é ridiculamente barata). E uma vantagem: aqui todos entendem inglês, então dá para ser virar muito bem. E eu fiquei encantado com a beleza das notas do dinheiro local, o dinar macedônio (são verdadeiras obras de arte! Para fins de conversão, pode-se dizer que 1 real equivale a 15 dinares macedônios). Ao contrário da Albânia, quente o dia todo (e de noite também), na Macedônia o dia começava quente, dava um refresco a partir das 15h (podendo ou não chover) e de noite era bem gostoso (na Albânia não consegui dormir sem ar-condicionado; na Macedônia, não tive problema nenhum quanto a isso). Como ficaria dois dias inteiros aqui, deixei para explorar as principais atrações nos dois dias seguintes. Abaixo, fotos de Ohrid (no final da tarde, quando o tempo costuma ficar nublado).

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2ª Feira, 3 de Agosto: Dia reservado ao passeio para o Monastério de Sveti Naum, construído por São Naum no final do século IX. Ele foi contemporâneo de São Clemente (padroeiro de Ohrid) e ambos ajudaram a difundir o alfabeto cirílico (criado por São Cirilo, daí o nome) abrindo a primeira universidade eslava, em Ohrid. No entanto, São Naum se cansou de lecionar e preferiu seguir a vida monástica tradicional, então ele construiu um monastério ao sul, mas ainda à beira do lago (entendo isso, é difícil morar naquela região e não ter oportunidade de ver o lago sempre que possível). Hoje em dia, o Monastério de Sveti Naum é um dos principais atrativos turísticos de toda a Macedônia. Saí às 9:30h do porto de Ohrid, e peguei um barco que me deixou no monastério uma hora e meia depois (por terra são 29km; o monastério se encontra a uns 2km da fronteira com a Albânia, muito próximo mesmo), e a viagem é agradabilíssima, ao menos no verão. Chegando lá, pode-se visitar a antiga capela, o templo mais recente, e de lá também saem barquinhos que levam a uma das nascentes do lago. Dá para passar o dia todo por lá, já que o que não faltam ali são restaurantes, lojinhas que vendem todo tipo de buiganga, e até uma praia (que, apesar de não ser o melhor ponto para se banhar no lago, estava apinhada de gente); outra coisa que tem muito ali são pavões, muito bonitos, mas fazem um barulho desgraçado, além de haverem relatos de turistas (principalmente crianças) terem sido machucados por eles (certamente, encheram tanto a paciência dos coitados que eles acabaram atacando para se defenderem). Para voltar, preferi pegar o ônibus, pois aí a viagem demora pouco mais de 40 minutos, e já haviam nuvens ameaçadoras no horizonte; e também porque queria conhecer a rodoviária de Ohrid (que fica a quase 2km do centro da cidade, numa região meio decadente) e comprar a passagem para Bitola (para a quarta-feira, dia 5). No caminho de volta, acabei dando de cara com um dos símbolos mais amados de Ohrid: uma árvore (um plátano, para ser mais específico) que teria sido plantado pelo próprio São Clemente no ano de 893 (sendo milenária, portanto), chamada pelos locais de Çinai. E tive sorte, pois foi só chegar no hotel que a chuva caiu copiosamente. Felizmente, ela durou cerca de uma hora e meia, e a noite ficou deliciosamente fresca depois da pancada de chuva. Abaixo, fotos do lago (no caminho para o Monastério), do Monastério e dos arredores, e do Çinai, respectivamente.

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3ª Feira, 4 de Agosto: Nesse dia visitei as principais atrações da própria cidade de Ohrid: o anfiteatro da época do Império Romano, as muralhas remanescentes que chegaram a cercar toda a cidade, as diversas igrejas ortodoxas (com destaque para as de Santa Maria Privileptos, Plaošnik e sobretudo a de Sveti Jovan, magnificamente localizada) e a fortaleza do Tzar Samuel. Comecei pelo local mais próximo do hotel onde eu estava, o anfiteatro, e fiquei um tanto quanto decepcionado: é minúsculo! Apesar do pequeno porte, estava montado um palco para o Festival de Verão de Ohrid, que começaria dali a alguns dias (e isso acabou frustrando um pouco a experiência de conhecer o local, talvez se o anfiteatro estivesse vazio, eu teria gostado mais). De lá parti para o que restou das antigas muralhas da cidade (com direito a um portão de entrada bem preservado), que ficam be próximo à Igreja de Santa Maria Privileptos, que é bonita, mas na comparação com Plaosnik e principalmente a de Sveti Jovan, fica para trás. Seguindo o roteiro sugerido por um folheto que me deram de presente numa loja, de lá fui até a fortaleza do Tzar Samuel, na parte mais alta da cidade: é uma subida considerável, porém muito mais suave do que a dos castelos de Gjirokastër e Berat. A primeira fortificação nesse local foi construída provavelmente por Filipe II da Macedônia (pai de Alexandre, o Grande) no século 4º a.C. Muito tempo depois, já no final do século X, o governante do Primeiro Império Búlgaro Tzar Samuel construiu uma fortaleza, que atualmente leva o seu nome; porém, ele foi o último imperador, após ter sido derrotado pelo Império Bizantino, ele sofreu um ataque cardíaco e morreu, e a Bulgária (e a Macedônia, por tabela) ficou nas mãos dos bizantinos (que por sua vez seriam derrotados pelos otomanos). A fortaleza foi reformada em 2003, e as muralhas estão em perfeito estado, mas dentro não há nenhum edifício de pé, apenas escombros. A partir das muralhas, tem-se uma vista incrível do lago e da cidade toda. Meia hora depois, desci por outro caminho e cheguei até a igreja ortodoxa de Plaošnik; antigamente, era o local onde funcionou a primeira universidade eslava, fundada por São Clemente e São Naum (como eu disse antes, São Naum não quis mais lecionar e se mudou para o Monastério que hoje leva o seu nome, na porção sul do lago). Além de ser uma universidade, São Panteleimon (que era o nome antigo de Plaošnik) também era um monastério, e São Clemente está enterrado aqui; quando os otomanos conquistaram a região, o monastério se transformou na Mesquita Imaret, e o prédio foi se deteriorando (após sair do domínio dos otomanos, a Macedônia fez parte da chamada Iugoslávia, e não houve interesse em se reformar o local), até que em 2000 resolveram fazer uma restauração, que durou até 2002; hoje é um dos locais mais visitados de Ohrid, e o resultado final ficou ótimo. De lá, uma curta caminhada me levou até a sublime Igreja de Sveti Jovan, o edifício mais fotografado de toda a Macedônia, e não sem razão: a localização não poderia ser melhor, num morro à beira do lago. A igreja foi construída por volta do século XIII, e não se sabe quem ordenou ou quem foi o arquiteto; ao menos, diferentemente do que ocorreu com Plaošnik, os otomanos não a transformaram em mesquita, e houve interesse em reformar a igreja em 1964 (quando a Macedônia fazia parte da Iugoslávia comunista do marechal Tito). A igreja fica num bairro chamado Kaneo, onde se tem excelentes pontos para se nadar no lago, e diversos restaurantes que servem excelente comida (foi aqui que eu comi o melhor charuto de repolho da minha vida; é uma comida típica macedônia e eles chamam essa iguaria de sarma); e aqui finalmente entrei no lago para nadar. A temperatura da água no início de agosto é deliciosa, e as águas são extremamente límpidas, a visibilidade é ótima para se mergulhar). Abaixo, fotos das igrejas, da fortaleza e do lago, como seguem:

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4ª feira, 5 de Agosto: De manhã atravessei boa parte de Ohrid até chegar à rodoviária (que é bem acanhada) para pegar o ônibus para Bitola, conhecida na época dos otomanos como "Cidade dos Cônsules", devido à localização estratégica e por abrigar diplomatas. A distância entre Ohrid e Bitola é de pouco mais de 70km, e o tempo de viagem é de pouco mais de 1 hora e meia. Considerada a segunda maior cidade da Macedônia, Bitola não é propriamente turística, os pontos mais conhecidos são a Sirok Sokak (um calçadão repleto de cafés que costuma ferver à noite, no verão) e o Parque Municipal, realmente muito bonito e bem cuidado. Chegando na cidade, já fui para o Bela Kuka Hotel, que também funciona como restaurante (esse ponto eu achei complicado, pois os funcionários se preocupam mais com o restaurante do que com o hotel, quase nunca tem alguém na recepção); ao menos é bem localizado, a duas quadras da Sirok Sokak, que é onde tudo acontece. Realmente, para quem aprecia se sentar em cafés e ficar apreciando o movimento, é um local excelente, mas não é exatamente o meu tipo de programa. Depois de uma bela andada pelo calçadão (e chegando até a praça principal, onde o que chama atenção é uma estátua equestre, a torre do relógio e duas mesquitas bem próximas), peguei o caminho em direção ao Parque Municipal; esse sim vale a pena se sentar num banco e ficar um bom tempo admirando a visão (as mulheres macedônias são muito bonitas, apesar de altas demais, e no final da tarde o parque lota de pessoas fazendo corrida ou caminhada); existem várias barracas de comidas como kebap, sorvete italiano ou até crepes, de modo que não se passa fome numa volta pelo parque. De noite dei outra volta no calçadão (muito lotado!) e depois fui dormir, porque no outro dia a viagem até Skopje demoraria um pouco. Eu achei que chegar em um dia em Bitola e ir embora no dia seguinte, como eu fiz, já está de bom tamanho: não há muitas opções para quem não é fã de trilhas ou esportes radicais (para os que gostam, um prato cheio é o Parque Nacional de Pelister, bem próximo a Bitola, com trilhas, cavernas, lagos glaciais, entre outras atrações; nesse caso mais dias em Bitola são justificáveis). Abaixo, fotos da praça principal (com a estátua, a torre do relógio e as mesquitas), da Sirok Sokak e do Parque Municipal, nesta ordem.

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5ª Feira, 6 de Agosto: Saí do hotel de manhã e caminhei até a rodoviária (mais ou menos 1,5km por dentro do parque, uma caminhada bastante agradável) e, às 11 da manhã, tomei o ônibus de Bitola até a capital da Macedônia, Skopje. O percurso é de cerca de 180km, e foi percorrido em cerca de 4 horas e meia (em grande parte por causa das paradas). Quando cheguei, às 15:30h, estava caindo um verdadeiro dilúvio em Skopje, e peguei um táxi até o Hotel Solun, carinho, mas muitíssimo bem localizado, a uma quadra da Ploshtad Makedonija (Praça Macedônia) e da Kameni Most (Ponte de Pedra). Skopje passou (na verdade, ainda está passando) por uma reformulação que gerou muitas críticas (a Macedônia não é exatamente um país rico, e gastou-se uma quantidade absurda de dinheiro em monumentos, prédios e estátuas; o governo macedônio alegou que tais gastos eram necessários para promover o turismo no país), e o resultado, ao que parece, agradou: as estátuas da Ploshtad Makedonija sempre ficam repletas de turistas, que se acotovelam para tirar fotos das principais atrações, especialmente a Estátua do Guerreiro Montado Sobre o Cavalo (que extra-oficialmente é a estátua de Alexandre o Grande; mas para não provocar ainda mais a Grécia, que não admite que o país use o nome Macedônia, usa-se esse nome genérico), o Arco do Triunfo, a Ponte de Pedra (que liga a praça ao bairro muçulmano de Čaršija), entre outras coisas. O que eu achei bastante interessante em Skopje é que ela apresenta uma mistura atordoante de Ocidente e Oriente, especialmente em Čaršija, com muitos muçulmanos em estilo tradicional (isso porque a Macedônia nem é um país com maioria muçulmana; na Albânia, cuja maioria da população ao menos nominalmente professa o islamismo, quase não se vê mulheres com véu, mas em Skopje elas são uma constante). E o bairro Čaršija, onde se localizava o bazar durante a vigência do Império Otomano, é o mais animado para se visitar, apesar de ser possível sentir uma certa tensão entre os muçulmanos (em grande parte albaneses; cerca de 25% da população macedônia é de etnia albanesa, sendo um exemplo ilustre disso a famosa Madre Teresa de Calcutá, da qual falarei mais adiante) e os macedônios (ortodoxos em sua maioria). A realidade é que a Macedônia é um país muito isolado nos Bálcãs, pois a Grécia não admite essa denominação (visto que a Grécia possui uma província também chamada Macedônia, e considera a adoção do nome uma provocação, além de alegar que os macedônios da época de Filipe II e Alexandre, o Grande, não têm absolutamente nada a ver com os atuais macedônios, que são eslavos), a Bulgária tinha intenção de incorporar a porção norte e leste do país, e a Albânia queria ter anexado o oeste macedônio (Ohrid incluída); o único país que mostra boa vontade com a Macedônia é a Turquia, e muitas empresas turcas têm investido ali. De noite, a Ploshtad Makedonija fica lotada de pessoas jantando, tirando fotos, tomando sorvete, transitando pela Ponte de Pedra em direção ao Čaršija e vice-versa. Uma coisa que eu achei um tanto quanto brega (mas que faz o maior sucesso por lá) é que a fonte na qual se localiza a Estátua do Guerreiro Montado Sobre o Cavalo é iluminada com luzes de várias cores à noite (dá um efeito meio Las Vegas, e foi justamente essa a principal crítica). Abaixo, fotos da Estátua do guerreiro a cavalo, do Arco do Triunfo à noite, da Ponte de Pedra, de uma rua do Čaršija e de outra estátua que eu não descobri do que se trata, logo depois da ponte, nesta ordem.

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6ª Feira, 7 de Agosto: Dia dedicado totalmente a Skopje, porém um passeio que eu estava planejando acabou não sendo feito, porque o tempo se mostrou instável: o canyon de Matka, que pode ser visitado pegando-se o ônibus número 8, e que leva cerca de uma hora para chegar até lá. Então, acabei visitando o Museu da Cidade de Skopje, o Memorial em homenagem a Madre Teresa de Calcutá (sim, ela nasceu na capital da Macedônia, apesar de ser de etnia albanesa, o que não é nada estranho; por volta de 25% da população macedônia é de origem albanesa), a Fortaleza de Tvrdina Kale (que não tão grande quanto a fortaleza de Ohrid, mas vale a pena visitar) e o Monte Vodno, na porção sul da cidade, onde se encontra aquela que é considerada a maior cruz do mundo, com 66 metros de altura. Peguei um ônibus próximo ao hotel que te deixa na entrada do parque (o Monte Vodno em si é um parque nacional), e de lá um teleférico leva as pessoas até o pé da cruz; a vista de Skopje a partir de lá é simplesmente de tirar o fôlego, assim como o do entorno da cidade. Skopje geralmente é subestimada como destino turístico, mas é uma cidade muito gostosa de se passear, eu aconselharia a ficar pelo menos dois dias inteiros, um deles para o bate-volta até o canyon de Matka, que dizem ser muito bonito. No dia seguinte (sábado, 8 de agosto), apenas dei uma volta novamente pela praça principal e pelo Čaršija pela manhã, logo ao meio-dia fui até o aeroporto pelo ônibus Vardar Ekspress (é possível pegá-lo na Ploshtad Makedonija) e voltei ao Brasil, novamente fazendo conexão em Roma. Abaixo, fotos do Memorial da Madre Tereza, da Fortaleza de Tvrdina Kale e do Monte Vodno (com a cruz), nessa ordem:

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Considerações gerais sobre os dois países:

 

-Albânia: possui tesouros naturais e culturais inestimáveis; uma grande variedade de paisagens, desde praias até regiões montanhosas, e cidades históricas encantadoras. O povo albanês é muito hospitaleiro e acessível, mas se comunicar por lá pode ser um problema, já que poucos falam inglês e o albanês é um idioma complicado (porém, quem fala italiano vai se sentir em casa por lá). A culinária albanesa é deliciosa, se bem que um tanto gordurosa; mas existem frutas deliciosas como cerejas, ameixas e pêssegos para contrabalançar as calorias a mais adquiridas. A infra-estrutura turística não é comparável aos países da Europa Ocidental (nem de longe), mas isso também pode ser um atrativo a mais. E (o que é muito importante para quem viaja com o orçamento apertado) a Albânia é inacreditavelmente barata, especialmente no quesito alimentação: até o mais muquirana dos mochileiros irá se sentir um verdadeiro paxá otomano na hora de comer. Para quem gosta de lugares inusitados, sem aquela infra-estrutura "europeia", mas com paisagens deslumbrantes e muita história para contar, a Albânia é perfeita; mas não convém ficar apenas na capital, Tirana, pois o país tem lugares e cidades muito mais interessantes (e menos caóticas) para oferecer ao viajante.

 

-Macedônia: A cidade de Ohrid é, de longe, a joia do país; dá para passar tranquilamente uma semana por lá (no verão, ao menos), relaxando e nadando nas águas cristalinas do lago. Bitola é cidade para se passar uma noite (no máximo, duas), e a capital, Skopje, é bem agradável, destoando bem do caos que é Tirana. Comparando-se à Albânia, a Macedônia não é tão diversa em termos de paisagens; ou melhor, pode-se dizer que também é, mas as atrações não são tão fáceis de se visitar. Para quem gosta de trilhas, o país oferece diversos parques nacionais, como o de Galicica (entre os lagos Ohrid e Prespa), Pelister (próximo a Bitola) e Mavrovo (ao norte de Ohrid, onde existe uma estação de esqui); e bem próximo a Skopje, existe o bastante visitado Canyon de Matka. A Macedônia já apresenta uma infra-estrutura turística bem melhor em relação à Albânia, o povo também é simpático (se bem que eu achei os albaneses mais calorosos), a culinária é similar ao do país vizinho (fruto de séculos de dominação do Império Otomano), mas o custo de vida é um pouco maior (nada que vá comprometer um orçamento bem planejado); recomendo a Macedônia para os não tão aventureiros, que querem mesmo paz e sossego.

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  • 2 semanas depois...
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Ai Jesus! Quero pra ontem!!

Preciso de ajuda.

Meu marido bateu o pé que não vai e eu to batendo que vou. Não consegui amadurecer a ideia de ir sozinha ainda e ta tudo Muito corrido. Meu trabalho adiantou minhas férias para novembro e nem passaporte eu tenho ainda.

Preciso de dicas e opiniões sinceras sobre lugares que valem a pena visitar, hospedagem, gastos e segurança. Ainda me sinto muito insegura em ir sozinha.

Não falo inglês, entendo um pouco de espanhol e enrolo no italiano das novelas hahahahha

Coração ta decidido, mas a cabeça ta pensando e repensando se devo ir.

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