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Portugal: Porto, Evora e Lisboa (passando por Aveiro, Sintra e Obidos) sozinha. viagem incrível =)


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dia 05 - Aveiro - Evora

 

A estação de Aveiro é super moderna e o trem, assim como todos os outros que eu utilizei na viagem chegou no horário.

 

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Estação de Trem Aveiro

 

O trem é a versão lusa do TGV: ele atinge velocidades de 250km/h, um arraso. Super moderno, tem poltronas confortáveis, serviço de bordo e wifi liberada. Super modernos, não devem nada aos trens alemães ou austríacos.

A única parada que ele fez até Lisboa foi em Coimbra. Tinham dois brasileiros na minha frente que falaram entre si que a Universidade de Coimbra conseguia ser vista do lado esquerdo do trem.

Deu um remorcinho não ter feito um stoppover lá também. A cidade parecia linda!

 

Em duas horas, cheguei na estação de Lisboa-Oriente, modernérrima.

 

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Estação Lisboa-Oriente. Para quem tem receio de pegar trem na Europa, ta aí a prova de que não há segredos: tudo é super sinalizado.

Foi o meu primeiro contato com o <3 Tejo <3. Azul e enorme! Dá para vê-lo dessa plataforma aí da foto.

 

Segui nesse trem até Evora.

Quando fiz meu planejamento, vi muita gente comentando que o ideal era pegar ônibus para Evora, e não trem. Ignorei solemente todos estes conselhos, porque achei mais fácil "baldear" apenas em trens. Além disso, o conforto era maior. Não me arrependo - podem fazer de trem SIM.

 

O trem passou por Lisboa toda e, vista de cima subjulguei a cidade. "Gente, mas que pequenina. Não pode ser tão montanhosa, olha só isso, é tudo muito baixinho". Mal sabia eu...

 

O caminho para Evora é lindíssimo. As paisagens mudam rapidamente e daí você percebe que já está no Alentejo.

 

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Diferente do Alfa Pendular (o trem espresso) que eu havia pegado de Aveiro para Lisboa, este era regional. Por isso, fazia várias paradas e era mais cheio/menos confortável. Mas nada de outro mundo.

 

Fun fact: no último dia que estava no Porto, contei para um português que estava no meu hostel que eu iria para Evora. "A cidade é linda. E o melhor: PLANA". Abri um sorrisão, porque o sobe e desce do Porto não é bolinho.

 

...daí que eu chego em Evora e desco na estação. Ok, mais uma estação de trem com azulejos lindos, mais uma cidade fofa. Já tô quase local me acostumando com as rotinas, haha. Até que a minha mala de rodinhas encontra o chão de paralelepípedos. Foi uma trepideira enorme. Cansativo pacas, depois de um dia puxado. "Mas que droga! Tá, deixa eu ligar o GPS e ver a distância até a cidade...OI Q 2 QUILOMETROS SOCORRRO"

Eu sabia que era uma pernada até a Praça Giraldo, ponto central da cidade. Mas esse chão inóspito não estava nos meus planos!

Foi um martírio. Só olhava para o chão procurando qualquer superfície LISA.

"Ok, Portugal definitivamente não é para iniciantes..."

 

O que salvava era o cenário, LINDO.

Deixa eu contar um pouco: Evora é uma cidade histórica que já teve invasão celta, moura e até foi um centro importante no império romano. A cidade é TOTALMENTE murada e, fora dela o que existe são campos e mais campos descampados com oliveiras. Cena linda de se ver. O dia estava caindo e a minha preocupação era estar em um lugar tranquilo para ver um por do sol lindo naquele cenário.

 

Finalmente a muralha apareceu e eu oficialmente ENTREI na cidade.

Fiquei tão maravilhada com aquela cidadezinha linda, toda branca e amarela com ruelas fofas que nem liguei mais para a mala (que continuava enfrentando um chão não liso), tampouco para o GPS. Evora lembra muito a nossa Ouro Preto, muito. A comparação é inevitável.

 

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Não precisei de GPS para encontrar a Praça Giraldo. Lá estava tendo uma concentração de estudantes da Universidade para arrecadar alimentos para os refugiados.

Inclusive, existiam MUITOS estudantes pela cidade. As semelhantes com Ouro Preto não paravam!

 

Como já havia encontrado o epicentro da cidade e a noite já caia, dei-me ao luxo de me perder pela cidade. Andei aqui e acolá e dei de cara com....

 

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Templo de Diana

 

Pois é, este é um templo romano DOC (hahaha). Sobreviveu a inúmeras coisas que a cidade passou e continua lá. De tirar o fôlego!

Elegi este lugar para eu curtir o por do sol. Tinha um quiosque que vendia cervejas, mas eles tinham acabado de encerrar. Pena. Decidi voltar lá no dia seguinte.

Na frente do Templo, tem um pequeno parque que dá em um mirante lindão. Sentei lá e vi o dia se encerrar.

 

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Voltei ao mundo real e me lembrei que queria me livrar da mala. Daí me lembrei também que cometi um erro primário: não anotei o endereço do hostel no mapa. Que absurdo...

Fui na fé e conversei com dois policiais: eles não conheciam o tal hostel (depois descobri que ele era recém aberto). Viram a rua, se confundiram. Daí que um sujeito estava passando na rua e os policiais abordaram.

- Ei, Jose, sabes a Rua dos Manços?

- Ah sim, pois!

- Leves a menina até lá, faz favor!

- Claro. Venhas comigo!

Fiquei ressabiada, oras. Ele se ofereceu para carregar a minha mala e eu, capiau que fui, recusei. Depois de uns 200m ele disse :

- Não fiques preocupada. Sou policial, estou na minha folga hoje. Dá cá a mala.

Fomos conversando até o hostel. O José adorava viajar e tinha acabado de retornar da Indonesia. Me contou sobre Jacarta e Bali.

 

Pausa.

A gente sempre lê em relatos sobre como "as coisas simplesmente acontecem" quando a gente viaja sozinho. Sobre como as pessoas são boas e nos ajudam. Sobre o mundo não ser essa coisa ameaçadora toda.

Foi isso que eu vi com o José. Ele me deixou na porta do hostel e me desejou boa viagem. Assim como o José, muita gente me ajudou nesta viagem. Porque viajar sozinho tem muito de se permitir viver algumas coisas e ter um feeling para roubadas.

 

Deixei minhas malas no quarto, conheci os donos do hostel e resolvi partir para beber algo. No entanto, os donos me alertaram sobre como a cidade estava barulhenta e confusa naquele dia. Pediram desculpas pelo barulho e explicaram que os estudantes da cidade estavam aplicando trotes e bebendo com os bixos pela cidade.

- Ah, normal. Isso acontece no Brasil também, tô acostumada.

- Mas é muito!

- Não tem problema! Gente, tem Carnaval no Brasil. Aqui tá tranquilo,sério.

Perguntei que horas os bares/restaurantes fechavam, e eles me disseram que coisa de 21/22h. COMASSIM? ONDE EU FUI ME METER?

 

Saí desesperada para comprar uma garrafa de vinho. Tinham sim, muitos estudantes. E o mais curioso: os veteranos usam capas tipo Harry Potter. Aqui embaixo tem um exemplo:

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Pois é: a cidade estava cheia destes Batmans perambulando bêbados. Não sei como é de fato porque só presenciei o movimento deles em uma noite mas, pelo que eu vi, parecia muito mais ingênuo do que os trotes de Ouro Preto, por exemplo. A molecada nem tava tão bêbada, nem mexia com ninguém, não quebrava nada, não jogava nada no chão...Super disciplinada, diferente de turistas americanos em Barcelona ou uma galera em Londres.

 

Ok, missão vinho: achei uma vendinha com um senhor AMOLANDO FACAS EM CIMA DE UMA BICICLETA. Tem coisas que só Portugal pode proporciar para você <3

Comprei um vinho por uns 2 euros, que ele me garantiu ser ótimo.

(No dia seguinte ele me viu na rua e perguntou se eu havia gostado do vinho. Portugal melhor Portugal 3x)

 

Já estava desistindo de arrumar algum lugar para comer quando encontrei o Art Cafe. O lugar era mega delicinha, com música francesa de fundo e este visual. Ele fica num patio, dentro do Museu do Relógio, e sempre está aberto.

 

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Eu sabia que a região tinha enchidos (frios) e queijos diferentes, então queria pedir uma tábua. No entanto, só tinha a opção de tabua mista para duas pessoas. Pedi para a garconete ver se era possível fazer uma tábua mista individual.

A moça voltou com uma tábua IMENSA e me disse:

- O patrão falou que tenxxx q' c'mer tud'!

- E TENXX MEEIXMM', o tal patrão berrou, ao fundo.

 

Fazer o que, né. Comi tudo porque ele mandou e porque tava uma delícia.

 

Voltei para o hostel feliz com aquela cidade encantadora. Abri minha garrafa de vinho na varanda e passei umas horas conversando com o dono, sobre a cidade, sobre Portugal, sobre os estudantes de lá, os hospedes malas e o povo francês esquisito.

Foi um dia e tanto. Evora já havia me encantado, e não fazia nem 5 horas que eu estava lá.

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Dia 06 - Evora

 

O que me fez decidir pernoitar em Evora foi a visita à vinícula Cartuxa. Inicialmente, minha idéia era fazer um bate e volta na cidade a partir de Lisboa mas, lá pelas tantas eu conclui que isso seria corrido demais e me dei ao direito de "desperdiçar" dois dias de viagem na cidade. Confesso que não estava muito empolgada com este trecho, era mais uma pausa estratégica. No final, foi uma cidade que me surpreendeu MUITO e eu recomendo PARA TODOS.

Por isso eu sempre digo: planejem e se permitam sair do roteiro mais batidão. Pernoitar em cidades como Evora permite experiências que não são possíveis em grandes cidades ou centros turísticos.

 

De volta à vaca fria: no dia anterior, a Adega Cartuxa me enviou um email dizendo que não seria possível agendar uma visita para mim, pois estava tudo cheio. Foi um balde de água fria mas, brasileira que sou, não desisti.

 

Acordei cedo com um pouco de ressaca do vinho da noite anterior, mas fui bater perna. Como a cidade não tinha muitas atrações, meus objetivos eram apenas a Capela dos Ossos e a Adega Cartuxa.

 

Um pouco da cidade:

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Pastel de Nata. Eu só ia pegar um café nesse lugar, mas o senhor me recomendou pegar um pastelzinho, pois não ia me arrepender. Voltei lá e elogiei o doce, porque aquilo era um arraso mesmo. O senhor me contou que era uma receita convental e não é sempre que as freiras fazem. Por isso, não queria que eu perdesse a chance. Portugal melhor Portugal ad infinitum.

 

Fui conhecer a tal Capela dos Ossos.

 

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Basicamente, é isso aí que cês tão vendo. Um espaço para que as pessoas lembrem da sua mortalidade, construído inteiramente com ossos humanos. Você paga 3 euros e vê esse espaço bizarro. Mas cidade pequena, né, amores. A gente visita o que tem.

Curiosamente, foi o único lugar que eu trombei com brasileiros em Evora.

(continua)

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Dia 06 - Evora

 

Segui caminhando com calma pela cidade, enquanto ela acordava. Aos poucos as ruas ganhavam movimento, as lojas abriam e o céu ficava mais azul.

Passei pelo parque que fica na saída sul da cidade. Lindíssimo, tem pavões soltos <3

 

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Pavões lindos

 

A maior atração de Evora, ao meu ver, é a própria cidade. Deliciosa de se caminhar e impossível de se perder, dá pra se perder por aqui e acolá tranquilamente. E o mais bacana é que a cidade não é infestada de turistas: tudo corre numa calma deliciosa.

Fui andando até o Centro de Vinhos do Alentejo - vi no mapa que existia isso, e caminhei até lá na esperança de conseguir entrar na Cartuxa sem agendação prévia.

Perda de tempo: cheguei lá e conversei com a funcionária. Ela me disse que não haveria como conseguir um agendamento e que, sem carro, não existia outra vinícula que não a Cartuxa. Mas ela me deu a direção exata no mapa para eu chegar até lá.

 

No caminho, trombei com o aqueduto que abastecia a cidade na Idade Média. Ele é super longo, cruza a muralha e você não enxerga até onde vai.

 

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A ideia era tirar uma foto do aqueduto, mas o bichinho aí roubou a cena...

 

 

Quando fiz as minhas pesquisas, vi que quase todo mundo tomava um taxi direto para a Cartuxa. No entanto, encontrei um blogueiro que falou ter ido a pé e que adorou a experiência, já que era uma distância pequena e você entrava numa zona rural. Empolgada com o relato dele e com as direções da moça do Vinhos do Alentejo, resolvi seguir.

 

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Caminho para a Cartuxa.

 

Um pouco insegura, resolvi perguntar para um senhor na rua se eu estava perto. Ele me apontou uma casa, a uns 500m e disse que era lá. "pow, beleza!", pensei.

...pois que chego no lugar e encontro um prédio abandonado. COM CANTO GREGORIANO NO FUNDO.

Tinha um senhor dentro de um carro, quase dormindo. Fazer o que, né?

 

- Senhor? Por favor, aqui é a Adega Cartuxa?

- Ô menina, mas não! Aqui é o CONVENTO CARTUXA

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- Pois! A adega está a cousa de um kilometro daqui.

- E como eu faço para...

- ESPERE! ESPERE! CARLOOOOXXX! CARLOXXXXX!

- Errr...

- ESPERE, EU DISSE! CARLOXXXXXXXX ONDE ESTAS?

 

Eis que Carlos - um sujeito da roça com cara de simpático, mas um pouco puto com o seu amigo - surge.

- QUE ES? POR QUE ME AMOLAS?

- Deixaste a porteira de lá aberta?

- Ah pois, mas sim!

- Ótimo, a menina aqui vai cruzar. Menina, ouça. Vais a cruzar a quinta de Carlos aqui. Se fores por fora, vas a gastar muito tempo de caminhada, e está muito sol hoje! Cruzas a quinta, andas um pouco e verás as vinhas.

- Errr..

 

Fazer o que, né. Não iria fazer uma desfeita deste tamanho para o Carlos.

Eis que abro o portão de trombo com essas belezuras:

 

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Ovelhas. Eu falei que o aqueduto era enorme. Ele passa, inclusive, pela Quinta do Carlos.

 

Daí que eu me encontro no meio do sitio, SEM NINGUEM PERTO e SEM QUALQUER VINHA AO MEU ALCANCE DE VISTA. Ah, claro: existiam também bois gigantes soltos, vacas, galinhas. Uma fofura.

De repente, o caminho se bifurca: de um lado o mosteiro, e do outro, o nada. Segui para o nada. E andei...

 

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Portugal.Melhor.Portugal.5x

Opa, parecem vinhas.

 

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Ah sim, são vinhas sim! =)

 

E lá estava a Adega e as Vinhas da Cartuxa =)

Tava na porta e não custava tentar a visita, né? A moça que me atendeu me informou que não tinha como, que estava lotado e que, de qualquer maneira, a única visita da manhã já havia iniciado. Me pediu desculpas e, como cortesia, me ofereceu uma taça de vinho.

 

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Portugal.Melhor.Portugal.6x and counting

 

Curti minha taça de vinho observando as vinhas com calma. Desci e fiquei passeando por ali.

Tudo isso havia acontecido e ainda não era nem meio dia. Voltei pelo caminho tradicional e, sinceramente? Recomendo que quem a visite erre o caminho, igual a mim.

 

De volta à cidade murada...

(continua)

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  • 2 semanas depois...
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dia 06 - Evora

 

bom, curti o resto do meu dia andando para cima e para baixo na cidade. Como disse, Évora é uma cidade deliciosa de se passear, então, dá para curti-la com calma.

 

Dica: Portugal é o maior produtor mundial de cortiças (sim, o material de que são feitas as rolhas de vinho). A produção deles é tamanha que você encontra trocentos souvenirs que vão desde um porta-copos até biquinis (!!!). E, em Evora você encontra diversas coisas bacanas feitas com este material, por preços convidativos. Alias...

Dica 2: Portugal é um país que valoriza MUITO a produção artesanal. Você encontra com facilidade diversos produtinhos que não são aqueles imãs sem personalidade, Made in China. Aproveite, fuce! Tem muita coisa bacana...e eu sou o tipo de pessoa que não tem QUALQUER paciência em lojas de souvenirs.

 

Nesse dia, a galera da faculdade já não estava mais na cidade - como era sexta-feira, provavelmente os estudantes voltaram para as suas casas (com uma ressaca daquelas hahahah).

A cidade estava mais tranquila e, andando para lá e para cá, fui parar numa vernissage de uma artista local, por acaso. Passei o meu último dia em Evora conversando com estudantes, que me contaram diversas outras coisas incríveis sobre o local. Vivências que só se consegue ter viajando sozinha para uma cidade pequena.

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dia 07 - Evora para Lisboa

 

Taí um dia em que tudo foi confuso. Talvez por ser meio de viagem e eu já estar cansada, talvez por já ter pego amor por alguns lugares e, provavelmente por eu já me sentir de certa maneira "safa" em Portugal.

Pelos meus planos, tudo seria simples: pegar um trem 9am para Lisboa, chegar lá 11am e daí visitar Alfama, tranquilamente.

 

Bom. Nada foi tão tranquilo assim.

A começar pela saída de Evora: nos dias anteriores, havia andado a cidade para cima e para baixo, e julguei conhecer sua geografia como uma alentejana da gema (isso existe???). Daí que fiz o meu checkout, escrevi uma review fofa no guestbook do hostel e, junto com a minha malinha, fui a pé para a estacão de trens.

Eu já disse que andar com mala de roda naquela cidade era um suplício? Sim. Eu já disse também que a estação era relativamente longe do meu hostel? Sim também. No entanto, me julguei espertona e resolvi "curtir os meus últimos momentos na cidade". Muita foto, muita sensação de "aiii, vou sentir saudades desse lugar mágico" e muitos suspiros.

....daí que olho para uma das inúmeras sinalizações de travessas da cidade e leio: RUA DO CANO. Pois. Pá. A Rua do Cano, como havia aprendido nas minhas andanças, era na direção NORTE da cidade, enquanto a estação de trem era na direção SUL. Olho para o relógio e só faltava MEIA HORA para o meu embarque. Ah, que legal. O nervoso me bateu e eu, mesmo tendo um senso de direção aguçado, vi que estava mais e mais perdida. Entrei em algumas lojinhas e o pessoal me falava "Ah poix, extaxx muito loinxxi da exxxt'ssão". Desespero.

 

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Nem o dog alentejado me ajudou.

 

Era quase 8h50 (10 minutos para a partida) e lá estava eu, andando a esmo...e o pior, vendo a MURALHA NORTE da cidade. Me senti uma idiota de me perder num lugar tão pequeno e só queria ir embora daquela cidade naquela altura.

....foi quando surgiu UM TAXI. UM TAXI! Rá! O gajo me levou até a estação de trem e, no caminho, ainda ficou me dando bronca, dizendo que fui para direção errada. Bom, a bronca e a comodidade me custaram módicos 4 (four/vier/quatre) euros.

 

Feliz da Silva no trem e, em direção ao cidadão que era Lisboa, lá fui eu. Ah sim, vale dizer: existe uma richa bem forte do resto de Portugal com Lisboa - na verdade, é aquela velha richa de argentinos x buenos aires, franceses x paris. Geral do interior reclama que o povo é sem educação, sem paciência, etc.

 

Daí que entra a segunda parte do meu stress: sentei em uma cadeira aleatória e o um alemão sentou ao meu lado. O trem inteiro estava vazio, ninguém entrava/saia em nenhuma estação...mas o que importa? A poltrona do alemão era aquela e ele me espremia, sendo que eu estava com a mala no chão e os pés em cima dela (imaginem a cena...)

Lógico que a culpa era minha, mas fiquei constrangida em levantar dali e esperei dele, por estar no corredor, alguma atitude. Não teve: ele ficou lendo o Fernando Pessoa dele em inglês tranquilamente, enquanto eu ficava envergonhada e dolorida.

No meio da viagem criei coragem e fui para outra poltrona. Auf Wiedersehen, mein Kollege!

 

e então: Lisboa, finalmente!

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dia 07 - Lisboa

 

Cheguei na Estação Oriente, que já havia conhecido gracas ao transbordo da ida. Para a minha surpresa, não via mais o Tejo da plataforma: tava uma chuva que só, daquelas capazes de derrubar o mundo.

Desanimei por um momento, mas não deixei este sentimento me tomar. Com a maior filosofia Poliana de ser, lembrei-me que ali era a região do Parque das Nações e, nos seus entornos, existia o famoso Oceanário de Lisboa.

Confesso que o Oceanário não estava entre as atrações que eu pretendia conhecer na cidade, principalmente pela distância do centro. Mas, estando ali, por que não aproveitar? E, com uma chuva daquelas, um ambiente fechado é a melhor opção, não é mesmo?

 

Dica: leia BASTANTE sobre o seu destino. Isso permitirá que você possa aproveitar passeios alternativos, otimizando o seu tempo.

 

Primeiro passo: deixar a mala em um bagageiro. Perguntei para uma funcionária e sim...havia bagageiros ali! YAY!

Agi como uma local e fui direto para a "salinha de lockers". É um processo totalmente automático, que não parecia requerer muito trabalho.

Daí vejo que a droga da máquina exige um depósito inicial e daí libera o seu acesso. Depois disso, rola um "taximetro". Se não me engano, era 0,50/hora, com depósito inicial de 3 euros.

Começa o stress: a máquina recusa as minhas moedas.

Chamo uma funcionária. Ela não acredita. "Mas se colocaxxx um euro, maxx é log'c' q' vaixx aceitar". Não aceita não, moça, vem ver. Mostro a moeda cair umas cinco vezes até que ela se convença que ela cai mesmo. Espantada, ela chama um outro cara. Ele argumenta igualmente: "Mas se colocaxxx um euro, maxx é log'c' q' vaixx aceitar". Daí ele coloca a moeda e: fluuuu, a moeda é computada. Morrendo de vergonha, brinquei que aquilo só aconteceu porque foi na frente dele. Ou ele não entendeu a brincadeira de brasileira que eu fiz, ou ele não teve paciência mesmo e se trancou em sua sala.

Bom, faltavam 2 euros para o depósito e...EU NÃO TINHA. Devia ser o sono, não é possível. Chamei a moça de novo e ela, já puta da vida, me mostrou a incrível...

MAQUINA DE TROCO

A máquina de troco é um negócio doido, gente. Você coloca uma nota grande, e ela devolve moedas trocadinhas. Europa, né, queridoxxx.

Encolhi minha cabeça, fiquei com mais vergonha ainda e finalmente FECHEI AQUELE BENDITO LOCKER.

 

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Pra ninguém ser mongo igual eu: você escolhe o locker, coloca a grana e ele abre.

 

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...daí ele imprime um comprovante. Com este código aí, você libera o seu locker. Antes disso, ele avisa quanta grana você deve.

 

Me sentindo mais brasileira do que nunca, fui comprar um guarda-chuva para enfrentar o caminho. Sim, acabei perdendo o que eu levei no Porto =/

Tentei negociar com um chinês no metrô, mas ele fez por 5 euros, não menos.

 

Tava uma chuva daquelas. Cruzei o shopping Vasco da Gama para chegar na orla do Tejo e, de lá, tentar descobrir pra que lado era o Oceanário.

A chuva era tanta que nem se enxergava o Tejo direito. Uma pena. Depois de vê-lo (me apaixonar perdidamente por ele nos dias que passei pela cidade), imaginei que aquele lugar deveria ser lindo em um dia de sol. Uma sugestão que faço: passem por lá e curtam o visual. O Parque das Nações é realmente uma região diferente da Lisboa tradicional que conhecemos. Um pouco fake, é verdade: tem algo de Puerto Madero meets Porto Maravilha mas, ainda assim com o seu encanto.

 

....eis que surge: O OCEANARIO. E junto dele, sua FILA, com crianças e mais crianças e mais turistas e mais AAAAA

Pois claro. Sábado de chuva em Lisboa. Até parece que só eu (que era recém chegada na cidade!) teria essa incrível idéia.

Foram duas horas na fila, boa parte dela embaixo de chuva. Comecei a questionar que raios eu fazia ali, já que eu nem curtia aquários. TREZE EUROS a entrada, veja. E o lugar estaria entupido! Que baita programa de índio...

No meio da fila, resolvi ler melhor sobre os ingressos e percebi que existiam duas opções: a exposição permanente (13 euros) e a permanente+temporária (17 euros). A temporária parecia ser interessante e na hora eu só escolhi essa opção porque me pareceu que estivesse VAZIA.

Minha experiência em museus me ensinou que turistas/galera com criança não vai em exposições temporárias. Segui meu instinto e isso fez toda a diferença na minha visita.

 

Sobre o Oceanário:

 

Visitem, gente. Sério. Eu não gosto deste tipo de atração e já estive em diversas atrações como esta em vários lugares do mundo. Mas o Oceanário de Lisboa é especial.

Alguns motivos:

 

1. O Oceanário de Lisboa está em Lisboa. Lisboa, a capital das grandes navegações. Lisboa, a capital de Portugal, um país que se orgulha de sua posição geográfica abençoada. Nenhum outro país poderia valorizar tanto os oceanos quanto Portugal.

 

2. A proposta.

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O Oceanário de Lisboa não é uma atração tipo Disney. Foi criado na Expo-98 e tem como objetivo educar todos que visitam sobre a variedade e e a importância dos mares para nós. A renda deles é revertida para a preservação dos mares. Durante toda a visita, somos lembrados de como o mundo terrestre é um nada comparado ao maritmo. E tudo isso de uma maneira poética que só os portugueses sabem fazer.

 

3. A poesia

Por toda a visita, você encontra versos de uma poetisa portuguesa apaixonada pelos mares. É algo lindo de se ver. Os trechos de poemas estão juntos às variedades de fauna/flora.

 

4. A exposição temporária de Takashi Amano

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É dificil descrever com palavras. Talvez este video mostre melhor:

Takashi Amano é um aquarista que criou uma "selva subaquatica" com os mínimos detalhes. O mais lindo disso é que a ideia é que ela se desenvolvesse por si só. Junto ao incrível paisagismo que ele criou - e a fauna/flora deram o seu jeito de deixaram tudo mais incrível, tem uma trilha sonora incrível. É um lugar para você relaxar por uma meia hora. Coisa de outro mundo. Foram os 4 euros mais bem empregados.

A parte triste da história é que Takashi morreu há alguns meses e não conseguiu ver o desenvolvimento de sua obra prima. Por isso, acho que quem puder, deve prestigiar.

 

5. A diversidade

Não é um aquário para-inglês-ver. Você percebe que tudo ali foi pensado nos mínimos detalhes e com muito amor. Ele é dividido em 4 alas: Indicio, Atlantico, Artico e Pacífico. Cada qual com suas diversidades. A cada ala nova você pensa que realmente, a variedade dos oceanos é tremenda.

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Tem que ter foto desses bicho, né?

 

Em resumo: é uma visita linda e imperdível. O Oceanário é feito e cuidado com um primor e uma poesia e delicadeza que só Portugal seria capaz. Fiquei muitíssimo emocionada de ter tido a oportunidade de conhecê-lo. Voltaria sozinha, arrastaria meus amigos, faço textos e mais textos o defendendo.

 

Dicas: Visite a exposição temporária. Chegue cedo e não enfrente filas/lugar cheio igual eu. Se tiver crianças, confira algumas programações: eles tem programas que permitem que os pequenos passem a noite lá dentro, dormindo com as baleias <3

 

No próximo post, eu volto para a chuva e recupero a minha mala e vou para Lisboa-Downtown.

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  • 2 semanas depois...
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dia 07 - Lisboa

 

Cansada (mas maravilhada), retornei à Lisboa-Oriente para buscar minha mala. Peguei uma boa chuva no caminho e o caminho do Shopping Vasco da Gama estava caótico, com tapumes improvisados, goteiras, turistas europeus e suas capas e toda a bagunça que isso envolve.

Bora conhecer Lisboa de verdade agora? Sim, então bora pegar as malas! Cheguei à temida sala dos lockers e fui destravar o meu bagageiro.

Pausa.

Havia um grupo gigantesco de italianos lá dentro. Já disse que o lugar era pequeno e abafado, né? E vocês sabem que italianos são barulhentos e confusos e espaçosos, né? E, pelo que leram, já perceberam que eu estava ligeiramente traumatizada com aquela sala maldita, né?

Ah, pois. Digitei o meu código na maquininha, que avisou sobre o meu saldo devedor: 4 euros. Ok, sem erro. 1, 2, 3...opa, não tenho mais moeda aqui...mas tudo bem, temos a INCRIVEL MAQUINA DE TROCO AQUI ATRAS.

Viro e vou trocar dinheiro na máquina. Quando de repente, não mais do que de repente...UM DOS ITALIANOS RESOLVE USAR A MINHA MAQUINA! NO MEIO DA MINHA OPERACAO!

O infeliz estava brigando com a máquina, assim como eu estava há algumas horas...ok, entendo. O que me irritou foi: existiam uns 5 terminais para liberar bagageiros, e ele resolveu utilizar logo o meu...que estava EM USO.

Fiquei puta, troquei meu dinheiro e peguei o troco na máquina.

 

Fui tirar satisfação

- Parlas portugues? (meu italiano limita-se a isso)

- No, no, signora!

- YOU WERE USING MY MACHINE

- But...No problem!

- Yes, there is! I had already inserted 3 euros in there, and guess what? You just decided to interruped me. I just lost my money, because of you!

- But no problem, lady! No stress!

- Yes, because this aint your money, right?

 

O italiano e seus amigos sairam da frente, confusos. Porra, havia perdido 3 euros nessa imbecilidade. Daí que digito o meu código e...

A MAQUININHA FALA QUE EU SÓ DEVO 1 EURO.

Ou seja: a máquina computou o que eu havia depositado, mesmo com o italiano tendo interrompido a operação. Não perdi um tostão e me senti uma idiota. Daí percebi que a confusão dele é legítima e que, brasileira que sou, sempre duvido do sistema. Sem nenhum fundamento, porque vejam: por que raios a maquininha engoliria meu dinheiro sem computar?

Saí de lá com vergonha e fui para o meu hostel. Comprei o bilhete diário na estação, peguei o metro e desci em Cais do Sodré. Meu hostel era no andar de cima da estação.

 

Chegando na estação, já estava insegura e perguntei aonde era. Um funcionário me deu trocentas direções e me deixou mais confusa do que estava. Ignorei e segui adiante. O hostel estava ALI, menos de 10 metros dele.

 

Dica Portuguesa: atente-se às direções que os portugueses lhe darão. Eles são extremamente detalhistas e os lugares parecerão 10000 vezes mais longes do que realmente são. Para completar, eles são educados e super fofos. Percebi isso em toda a minha viagem. Já no final, não perguntava nada e me virava mais rapidamente sozinha.

 

A chuva não dava trégua. Só queria deixar a minha mala no hostel e seguir, mas, para a minha surpresa, o pessoal do hostel resolveu fazer um "tour" explicando o funcionamento de tudo para mim e para uma chinesa, antes de nos liberar o quarto. Acho que passamos uma meia hora ouvindo regras de funcionamento bem óbvias.

 

Mala no quarto, roupa seca no corpo: bora!

Perguntei na recepção onde eu deveria tomar o Electrico 28, o bonde mais famoso da cidade - que sobe até o Castelo de São Jorge e Alfama. Com o caminho anotado, bora encarar a chuva, incessante.

 

Impressões iniciais de Lisboa:

Foram ruins. Fui caminhando naquela baita chuva e vento, com saudade da calmaria de Evora. A cidade parecia grande, caótica, com tran-si-to, gente passando o farol vermelho, bagunça pra todo lado, malandros vendendo coisas. Fiquei triste e chateada, pensando que ficar ali tantos dias (seriam 5 ao todo) seria uma roubada. Pensei que todo aquele encanto que tanto li não existia e era fruto de alucinação coletiva e que, cidade grande por cidade grande, fico com São Paulo mesmo. Para completar, o pessoal do hostel me mandou ir para um lugar errado. Caramba, tem coisa mais turística do que o Bonde 28? Como eles podiam não saber isso?

(spoiler: me apaixonei por Lisboa depois e, definitivamente, é uma das minhas capitais européias favoritas).

 

Dica fundamental para qualquer viagem: se você sonha/cisma com uma cidade, reserve um tempo para ela, com calma. Existe a possibilidade (real) de rolar algum stress - seja pela chuva, seu mau-humor, cansaço, situação específica, não importa! Dê chance para os lugares! E, para essa chance existir, você precisa de um certo TEMPO e VIVENCIA por lá. Se eu ficasse apenas uma noite em Lisboa, provavelmente minha impressão seria péssima

 

Dica não menos importante: não insista em fazer uma atividade que tem tudo para ser roubada. Uma boa refeição, um tempo contemplativo em um lugar bonito, uma conversa agradável serão melhores opções - e experiências - do que querer ticar lugar no seu roteirinho. Você terá todo o tempo para visitar o que for, não precisa dessa pressa toda

 

Não segui essa segunda dica e fui caçar caminho pra Alfama. De bonde, lógico. Com inúmeros turistas parados no ponto, feito tontos, iguais a mim. Embaixo da chuva, sem cobertura. Depois de 40 minutos, eis que passa um bonde e para. Foi um empurra-empurra digno de Estação da Sé (daqui de São Paulo). Não consegui entrar e esperei mais 40 minutos.

Nessa altura, já tava puta. Havia cismado de subir para Alfama e, já que esperei tanto tempo para chegar lá, iria pegar o próximo bonde...que só passou depois de outros 40 minutos, lotado também. Passei meu bilhete diário que havia comprado mais cedo e me espremi entre os turistas lá de dentro - muito atenta, que fique claro, aos batedores de carteira. Dois dias depois, um deles resolveu me roubar neste mesmo bonde, mas isso é história para depois.

 

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Esperando o bonde no ponto. Só existiam bondes como este, que VINHAM de Alfama, nenhum que IA.

 

Passei algumas horas passeando pela região de Alfama. No início me perdi - desci na Praça Martim Moniz e segui na direção Intendente - fui parar em uma vizinhança indiana/angolana. Depois, meio que encontrei o caminho, mas, talvez pelo cansaço, achei tudo normal e estava sem paciência.

Decidi voltar para a região do meu hostel, e peguei um metro para a Baixa-Chiado.

 

Foi aí que Lisboa se abriu para mim.

Dei de cara com a Praça Camões, lotada. Bondes para todos os lados. Pastelarias assando pasteis de nata. Gente de todos os tipos, indo e vindo. Uma iluminação linda. Esforcei a vista, e vi o <3 Tejo <3, logo abaixo. O sino dos bondes. O sotaque dos lisboetas, para cima e para baixo. A sensação de que por ali caminhava Fernando Pessoa. Entrei num supermercado para comprar um vinho e perguntei para a atendente até que horas as lojas ali ficavam abertas.

A moça, angolana, me respondeu com um sotaque deliciosamente africano:

"ah, pois. Não ha de se preocupar. Estás em Lisboa, vinho não faltaras para ti."

Saí de lá feliz com o meu vinho na mão e um sorriso enorme na cara. Lisboa havia, finalmente, me conquistado.

 

Dica das dicas: Lisboa é, definitamente, apaixonante

 

E esse era só o começo.

 

(esse post não tem muitas fotos, eu sei. foi um dia confuso, mas muito intenso)

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dia 08 - Lisboa (bate e volta para Óbidos)

 

Neste dia, eu havia planejado um bate e volta para Óbidos. Quando li sobre a cidade, fiquei apaixonada: pequena, charmosa, sem carros...Minha empolgação em conhecê-la era tamanha que meu roteiro inicial incluia uma noite nela. No entanto, larguei de mão esta ideia porque todos falavam que a cidade é minúscula e extremamente turística. Além disso, o acesso a ela era um pouco chatinho a partir do Porto, de onde eu viria.

Assim, resolvi que a faria como um bate e volta a partir de Lisboa.

 

Pois. Na noite anterior, consultei os horários de ônibus de Lisboa para lá, no site da rodotejo.pt. Dei um print no cel e fui dormir.

A página é esta:

http://www.rodotejo.pt/media/rapidas/horario_verde.pdf

 

Dica: é muito legal saber de antemão como ir para bate e voltas que você planeja. Muitas vezes, contar com a informação do pessoal da cidade é contar com a sorte.

 

...e, basicamente, isto que ocorreu. A informação da Rodotejo era de que a linha de ônibus sairia da estação Entrecampos. Minha ideia era pegar o ônibus das 6h30 (o próximo só sairia 9h). Peguei o metrô logo cedo e cheguei na Entrecampos.

A estação estava vazia, nenhuma viva alma. Nenhuma sinalização sobre ônibus, terminal de ônibus, NADA. Saí na rua procurando os ônibus parados, na esperança de que algum fosse para Óbidos, mas nada. Todos os ônibus eram de linhas dentro de Lisboa. Procurei placas, perguntei pras pessoas...até que um taxista me informou que ônibus para Óbidos partiam, na realidade, de outra estação - Campo Grande. Acabei acreditando nele, entrei no taxi e, quando vi...

LA ESTAVA O ONIBUS PARA OBIDOS, PARADINHO.

Deixei o taxista falando sozinho e embarquei, feliz da vida.

Uma hora de viagem depois (o ônibus estava VAZIO!), cheguei a Óbidos.

 

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Cidade fofuxa

 

A vantagem de chegar em Óbidos tão cedo foi ver uma vila calma, sem ninguém na rua. Encontrei um único lugar aberto para um café. Aproveitei e conversei com a atendente, que me contou que a cidade, em questão de minutos, lotaria com hordas e mais hordas de turistas.

Resolvi aproveitar o pouco tempo que tinha a cidade só para mim para percorrê-la com calma, fazer fotos, etc.

 

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Óbidos é uma cidade murada (aliás, você pode subir a muralha e percorrer a cidade - coisa que não fiz, porque tenho PAVOR de altura) e vive basicamente de turismo. Pelo que percebi, ninguém mora lá - todas as casas ou são pousadas ou lojas ou restaurantes. Você a percorre com toda calma do mundo em coisa de meia hora.

Confesso que fiquei um pouco decepcionada com esse cenário-quase-construído-para-turistas, principalmente quando MILHARES de pessoas chegaram em excursões, de BANDOS. Mas a cidade é adorável, e dá vontade de observar todas as casinhas e vistas e flores possíveis. É um cenário lindíssimo mesmo, tanto que acabei pegando o ônibus das 13h de volta, em vez do de meio dia.

 

Claro, não sem antes provar...

 

a ginginha de óbidos

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(só consegui tirar essa foto na terceira ginginha que comprei, graças à chuva e minha falta de coordenação)

 

Óbidos é famosa por esta bebida, a ginginha. Trata-se de um licor a base de ginga, uma espécie de cereja. O plus-a-mais é que o licor é servido nessa canequinha fofa, feita de chocolate. nham.

 

Em Óbidos, você encontrará também muitas lojas vendendo chocolates artesanais. Também é tradição da cidade, que sedia anualmente, em abril (acho...), o festival do chocolate. Muita coisa gostosa, mas muito caro também - barras a partir de 10 euros =/

 

Curti mais um pouco a cidade, tirei trocentas fotos e despedi-me.

Quem puder ir, vá. O ônibus para lá é 8 euros/trecho e leva 1 hora, a partir da estação Entrecampos. Na cidade, você consegue visitar tudo com calma em menos de 3 horas.

Sugestão: Tente visitar a cidade num horário em que ela esteja mais "vazia" - ou pela manhã, como eu fiz, ou no final da tarde. Ela tem um clima agradabilíssimo, que é parcialmente quebrado com ondas e ondas de turistas doidos

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