Viagem de trem - Karipi Mposhi (Zâmbia)/ Dar es Salam (Tanzânia)

Alô pessoal!

Aqui vai um relato com dicas da nossa aventura de trem de 1800 km saindo da Zâmbia até a Tanzânia, feita por mim e pelo meu companheiro Leo. Recomendamos demais esse rolê!

O trem sai da cidade de Kapiri Mposhi, a 3h de viagem de van de Lusaka. As vans para Kapiri saem de todos os terminais de van de Lusaka, tanto no intermunicipal como do famoso City Market. O valor que pagamos foi 55 kwachas por pessoa, mais 5 kwachas por mochilão, o que deu mais ou menos 5 dólares por pessoa (09/10/15). Não existe horário de saída da van, ela sai quando estiver lotada.. bem lotada.

É importante ir pra Kapiri um dia antes da saída do trem, porque na África não tem como planejar que horas você vai sair ou chegar em algum lugar. Ficamos na pousada MA22, que segundo dicas de Lusaka, é a única pousada bacaninha da cidade. Pagamos 150 kwachas em um quarto com cama de casal e banheiro bem limpinho (6 dólares por pessoa). Quando estiver chegando na cidade, NÃO DESÇA no ponto do centro, apesar dos caras da van dizerem que aquele é o ponto final, é mentira. Eles só querem te obrigar a pegar táxi com os amigos taxistas deles. Não caia nessa. Desça 3 km depois na pousada MA22.

As saídas de trem do Tazara são às terças feiras (16h) e sextas feiras (14h). Compramos nossas passagens na sexta feira de manhã mesmo, não tem muita procura por passagens na primeira classe, então é tranquilo. A estação de trem é próxima do centro da cidade, com 15 kwachas (pouco mais de 1 dolar) você pega um taxi. Lembre-se de trocar o dinheiro antes de comprar, eles só aceitam kwachas como pagamento!

As cabines são divididas entre femininas e masculinas, então se você estiver em casal, ou fica em cabines separadas, ou paga 4 passagens e fica com a cabine inteira pra você. O valor por pessoa na primeira classe (primeira classe = única classe disponível que você vai ter um lugar pra deitar por 3 dias) é de 278 kwachas (quase 24 dolares), e se fosse pra pagar a cabine inteira, seria 1100 kwachas (quase 95 dólares). Preferimos economizar metade do dinheiro e ir em cabines separadas mesmo. Se você quiser SOSSEGO TOTAL, PAZ E AMOR a dica é comprar a cabine só pra você.

O trem tem serviço de bordo e oferece 3 refeições por dia, no valor de 20 kwachas cada (menos de 2 dólares). A comida é bem boa, e além disso você pode comprar mais comidas e frutas pela janela do trem, durante as milhares de paradas no meio do caminho. O trem também tem bar, e se você quiser tomar aquela cervejinha quente ou algum outro drink, tem disponível. Leve lenços umedecidos, porque tomar banho no trem é complicado. Tem um lugarzinho com uma torneira/chuveiro, mas estava sempre fechado.. não conseguimos descobrir se era aberto ao público ou só pra funcionários.

Levamos sorte nos dois primeiros dias, porque fiquei sozinha na cabine feminina e pudemos ficar juntos lá. No terceiro dia, quando vai se aproximando da capital Dar es Salam, o movimento no trem começa a aumentar e as cabines começam a lotar. Resumindo, vira um fervo! Na última noite, dormi com mais 5 mulheres na mesma cabine, que supostamente eram pra dormir 4. Muitas pessoas dormindo nos corredores também. O Leo sofreu na cabine dele, porque é comum aqui as pessoas fecharem as janelas pra evitar o vento (?????), então ele não conseguiu dormir no forno que virou aquilo.

Quando o trem cruza a fronteira, o pessoal da imigração entra no trem, você preenche o formulário de entrada, paga 50 dólares e tem visto de 3 meses pra ficar na Tanzânia. Tranquilo, rápido e sem problemas!

Além de todos os detalhes práticos da viagem, vale ressaltar as belíssimas paisagens que você vê pela janela, que mudam completamente a cada hora, principalmente do lado da Tanzânia. Você passa por inúmeras vilas do interior do país e curte aquele clima gostoso que é viajar de trem. É uma viagem cansativa, porém belíssima. Os pormenores da aventura nós deixamos pra quem quiser viver tudo isso por si só. Hahaha Recomendamos muito!

Opaaaaaaaaa! Anotei tudo

Ótimo relato, respondeu várias questões minhas