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40 dias - Tailândia, Camboja, Mianmar e Malásia + stop em Dubai. Dez 2015/ Jan 2016


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Oi pessoal, este é meu primeiro post aqui. Desde minha viagem ao sudeste asiático eu comecei um blog. Estou copiando os textos aqui e lá ficaram as fotos. Espero que possa ser útil. https://detantoandarblog.wordpress.com/page/3/

 

Introdução

 

Chegar ao sudeste asiático é uma odisseia que pode ter “apenas” uma escala fora do Brasil, seja nos EUA, África, Europa ou Oriente Médio. Ou você pode fazer uma coisa louca e parar em Bogotá, Madri e Dubai como eu fiz. Eu, como sempre, escolhi as passagens pelo preço. Além disso, devido à distância, pensei em uma forma de fazer paradas estratégicas que me permitissem descansar e adaptar ao fuso horário. Em dezembro de 2015 fiz uma viagem à China que começou comigo derrotado pelo fuso horário e queria que desta vez fosse um pouco melhor. Comprei uma passagem saindo do Rio para Madri com escala em Bogotá com a Avianca e o trecho restante com a Emirates.

 

Estive em Bogotá por um tempo muito curto já que somente saí do aeroporto por algumas horas. Era um domingo, dia que costuma ser inimigo dos viajantes que gostam de ver movimento nas ruas. Não vou falar muito sobre Bogotá porque em julho irei à Colômbia e então poderei ter informações melhores. Madri também não será tema de um post separado por não ter sido o foco da viagem. O que posso dizer é que Madri é uma cidade deliciosa. O bom de voltar a algum lugar é que a ansiedade costuma ser menor e acabamos por prestar atenção a detalhes que antes pareciam nem estar ali. Dubai, entretanto, eu acho que merece um post (coceira nos dedinhos).

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Dubai entrou na lista por causa da passagem que obrigatoriamente faria uma escala lá. Pensei que poderia ficar um pouco e conhecer um lugar que não estava na minha lista de sonhos. No caminho, ainda no avião, conversava com uma aeromoça que dizia que não era apaixonada por seu trabalho, mas que amava o estilo de vida que o dinheiro que proporcionava. Acho que esse diálogo era um prenúncio de como eu veria minha curta passagem por Dubai. Muito glamour e um vazio que não sei se conseguirei explicar bem. É claro que gosto é particular. Conheço pessoas que amaram Dubai e penso que elas provavelmente também amam ou amariam Vegas.

 

Por sorte, fui no inverno e escapei de me sentir um camelo fritando no deserto. Como não me dou muito bem com temperaturas acima de 10 graus eu fico imaginando como seria muito pior caso não tivesse passado por lá em janeiro. Nessa época do ano a temperatura máxima é em média 23 graus.

 

É preciso tirar visto para ir pra lá. Pra quem comprou passagem com a Emirates, você pode fazer o processo pelo site na parte de gerir a reserva. Eu dei azar e meu processo deu muito trabalho. Você só pode pedir o visto depois que clicar em um link que eles devem te mandar por email quando você começa os procedimentos pelo site. Esse e-mail não chegou pra mim e tive que mandar vários e-mails cobrando até receber com cinco dias de atraso. Há mais de um tipo de visto. O valor menor, de aproximadamente 55 dólares, é para o visto de até 96 horas para quem está em trânsito, justamente o meu caso.

 

Eu gosto de cidades que são feitas para as pessoas e não para os carros. Grande parte de Dubai é cheia de largas rodovias que não são exatamente convidativas para andar, embora eu deva admitir que andar na rua com o calor do capeta que faz nesse lugar a maior parte do ano não deve ser muito legal. O transporte público é caríssimo e também são os hotéis e a comida. Uma passagem de metrô custa perto de dez reais. A praia pública de Jumeirah era linda, mas estava quase deserta e sem estrutura, já que eles estão fazendo uma grande obra por lá no momento. A principal atração da cidade era subir em um prédio altíssimo para poder ver até onde nós conseguimos modificar um ambiente quando há dinheiro e interesse suficientes. Também tem shoppings enormes e aquela palmeira construída no mar para abrigar milionários que conseguem evitar, com alguma sorte, contato ostensivo com mortais. Talvez a parte que eu tenha gostado um pouco mais seja o píer. Lá você pode cruzar o rio em embarcações rústicas e ver também trabalhadores descarregando navios. Há mercados com muitas ervas, tecidos e ouro na região mas eu os imaginava maiores como já vi no Marrocos. A tal da expectativa x realidade…

 

Fui ao show das fontes no shopping Dubai Mall que achei legal e é de graça. Basicamente, do lado de fora tem um espelho d’água enorme que jorra água acompanhando uma música. Não tive vontade de esquiar dentro de um shopping (Mall of the Emirates). É, lá tem um dos maiores parques de ski artificiais do mundo. Também tem passeio pelo deserto que não deu tempo de fazer. Ele deve ser interessante. Você pode também ir ver os hotéis cinco ou sete estrelas (sim, lá tem hotel sete estrelas) desde que não leve sua pobreza muito perto do hóspedes.

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DICAS:

Tem um passe de metrô que vale para o dia todo que geralmente vale a pena se você for fazer pelo menos três viagens. http://dubaimetro.eu/tickets-card

 

Você encontra opções de alimentação com preços razoáveis nos shoppings e supermercados (que ficam dentro do shopping também).

 

Se for pegar ônibus, compre um bilhete ou passe para o dia dentro da estação de metrô. Não pode pagar com dinheiro dentro do ônibus.

 

Não acredite se no hotel te disserem que não tem ônibus para alguma atração. Olhe no Google como eu fiz. Pra tudo as recepcionistas falavam pra pegar táxi.

 

Sexta é dia sagrado para os muçulmanos e por isso alguns lugares abrem mais tarde. O metrô, por exemplo, só funciona a partir de duas da tarde. http://www.rta.ae/dubai_metro/english/first-step4.html

 

Se você se cansar de Dubai, pode ser uma boa ideia ir visitar Abu Dhabi.

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Muitas pessoas vêm ao Camboja com a imagem de Angkor Wat na cabeça. Esse templo é realmente o maior e talvez o mais impressionante de um enorme complexo de templos que serviu como sede do império Khmer entre o século IX e XIII. Estamos falando de uma organização social singular e de um enorme grupo de pessoas ocupando uma área planejada e construída com uma precisão que até hoje intriga pesquisadores.

 

Estar aqui faz a gente perceber que aquele enorme livro de história do terceiro ano que parecia conter o mundo é pouca coisa. Também nos faz questionar o que julgamos conhecimento histórico relevante e o conceito de progresso. Até hoje nos arrastamos tentando controlar minimamente o crescimento de nossos centros urbanos e ver o que império Khmer fez há tanto tempo e com menos recursos coloca a gente para pensar um bocado.

 

A porta de entrada para essa maravilha é a cidade de Siem Reap, que tem voos baratos partindo de várias cidades do Sudeste Asiático. O tempo que você deve planejar para apreciar essa beleza toda depende do quão apaixonado por esse tipo de experiência você é. Em geral, três dias completos são suficientes para a maior parte das pessoas. Você pode reservar só dois para os templos e passar o terceiro curtindo as atrações da cidade como o Cambodia Landmine Museum ou o Angkor National Museum.

 

Para visitar os templos você terá basicamente três opções. A mais barata seria alugar uma bicicleta que eu só recomendo se você amar pedalar, estiver em ótima forma e não se importar com o calor porque será muito cansativo. As atrações são enormes e as vezes um pouco distantes uma das outras. As outras são contratar um motorista de tuk tuk ou de táxi. O taxi custa por volta de 35 dólares por dia e o tuk tuk 23. Tuk tuk é vida, dá um ventinho gostoso que deixa seu cabelo igual ao do Bozo mas te coloca em contato com o ambiente ao seu redor. Essa última opção é a que a maior parte das pessoas fazem. Infelizmente, não há transporte público para lá.

 

Geralmente, os motoristas oferecem um percurso padrão. Para o primeiro, ela te leva para alguns templos menores e lindos e um mais distante. No segundo, você vê outros maiores e o famoso Angkor Wat. Uma experiência linda que você provavelmente fará junto a outras milhões de pessoas será assistir ao nascer do sol em Angkor Wat. Você pode fazer isso no terceiro dia, mesmo que já tenha visto o templo no dia anterior, para tornar seu tour menos cansativo. O seu motorista não vai te cobrar 23 dólares só por isso, claro. Esse valor é para o dia todo. Fazer isso é bastante comum porque cada dia no complexo custa 20 dólares e, comprando dois, o terceiro vem de brinde. Outra possibilidade é não ir em dias consecutivos. Se informe sobre o período de validade do ticket na hora de comprar e como ele poderá ser usado.

 

Não tem como não ficar chocado com a beleza dos templos. Eles são imponentes, ricos em arte, com esculturas e paredes cuidadosamente entalhadas formando figuras intrigantes que revelam como era a cultura local. Tem gente que passa a semana inteira explorando com muita calma cada um deles. As fotos ficam lindas e podem ser divertidas. Siga os orientais e copie as poses deles e os locais que eles tiram as fotos. Eles sempre estão um passo à frente de nós.

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Mantenha o ticket com você em algum lugar seguro, mas fácil de pegar. Você terá que mostrá-lo ao entrar em cada templo.

 

Encontrar um motorista de tuk tuk não é difícil. Na recepção do hotel eles poderão fazer isso por você.

Geralmente, o motorista pega o turista que vai ver o nascer do sol em Angkor Wat às cinco. Avise ao hotel. Eles provavelmente poderão preparar um café da manhã leve para você levar e comer no escuro enquanto espera o sol aparecer.

 

Não espere um nascer do sol perfeito. Se tiver nuvens as cores não serão tão brilhantes. Foi o que aconteceu comigo.

Tenha paciência mas fuja de grupos enormes de chineses que bloqueiam as passagens estreitas do templo e destroem suas fotos.

 

Não gesticule como um louco no templo tentando fazer um guarda entender onde você quer ir. Você poderá acidentalmente estapear o nariz de um coleguinha desconhecido com extrema força e temer por dias que você o tenha quebrado. Sim, eu fiz isso e estou com peso na consciência.

 

Traga algum lanchinho na bolsa e compre frutas que são vendidas pelos locais por um dólar para manter a fome sob controle e não perder o humor (pelo menos eu tenho que me manter alimentado o tempo todo). Tem melancia, banana abacaxi e outras.

 

Na cidade tem aula de culinária local. Pode ser interessante se você gosta de cozinhar.

 

Muitos pratos levam erva cidreira. Eu particularmente detestei. Tudo fica com gosto doce. Pedi uma lasanha de berinjela que tinha folhas e folhas da bendita. Só dava para sentir o gosto doce. Se você não curte, peça para fazer sem (no lemongrass).

 

Você poderá almoçar em algum restaurante dentro do complexo, só não espere luxo ou os melhores preços. Um prato econômico na cidade custa por volta de 3.5 dólares e no complexo pelo menos seis.

 

Ao visitar Angkor, eles pedem que nos vistamos de forma modesta, ou seja, cobrindo joelho e ombros. Tem um templo no alto de um monte no qual você não entrará se não estiver vestido adequadamente. Ele é popular para assistir ao pôr do sol. Se esquecer a roupa certa, você poderá comprar alguma no local. Elas são leves e têm estampas lindas. Muitos turistas usam.

 

Não se esqueça de tomar bastante líquido. Água por um dólar tem pra todo lado.

 

NÃO compre NADA de crianças. Elas te abordam fora dos templos falando inglês e muitas outras línguas. Trabalho infantil NÃO é bacana, fofo ou bonitinho.

 

Não troque seus dólares no aeroporto. Aliás, não troque seus dólares. Eles são aceitos em toda parte. Às vezes você vai receber troco em Riel (moeda local) que também é aceito por todos.

 

Os hotéis aqui geralmente oferecem traslado do aeroporto. Não se esqueça de mandar e-mail para eles confirmando seu voo e horário caso o serviço seja oferecido.

 

Em alguns templos tem uma senhora ou monge que dá uma benção e amarra uma fitinha no seu pulso como amuleto. Tire fotos para fazer inveja nos amigos e dê uma gorjeta depois, claro.

 

Se quiser se arriscar e praticar o desapego de sua beleza, corte cabelo num salão local. Você pode acabar com um corte que não via desde o início dos anos 90. No nosso caso, meu marido ficou com cabelo de cuia. Reuni o que havia de melhor em mim e não ri de imediato para ele se acalmar. No final das contas, eu mesmo tentei arrumar com uma máquina de fazer a barba. Sorte que ele não olhou a nuca ainda.https://detantoandarblog.wordpress.com/2016/01/09/camboja-siem-reap/

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Se Siem Reap impressiona pela beleza de um passado distante e suntuoso, Phnom Penh mostra as cicatrizes de memórias tão próximas quanto deprimentes. Em uma busca rápida sobre as principais atrações da capital do Camboja no Tripadvisor, as duas primeiras são registros de um período de uma ditadura comunista megalomaníaca que deu novos contornos ao significado de crueldade e ausência de compaixão.

 

Parte da história do Camboja foi marcada pelo domínio francês e mais tarde pelo envolvimento na guerra do Vietnã. Quando os EUA estavam sendo eles mesmos e lutando a guerra que eles eventualmente perderiam, muitos suprimentos usados pelas tropas vietnamitas vinham de território cambojano. Insatisfeitos, eles resolveram bombardear territórios do Camboja forçando pessoas a fugirem da morte buscando abrigo na capital do país. Em meio ao caos, um homem de nome Pol Pot instaurou um regime comunista insano baseado na agricultura, escravização da população, morte e medo. Para concretizar sua visão de uma sociedade pura, ele expulsou a população das cidades para o interior, onde as pessoas se tornariam camponeses trabalhando na produção de arroz. Imaginemos agora essas pessoas assistindo ao exército tomando a cidade e forçando-as a abandonarem suas vidas sem nem mesmo entender o que estava acontecendo. Muitos nem mesmo conseguiram terminar a jornada.

 

O terror instaurado classificou como inimigos do estado pessoas que usavam óculos ou que tinham as mãos lisas. Mas como assim? Bem, fazia parte da concepção de nação do regime Khmer Rouge uma população camponesa e ignorante. Qualquer pessoa que tivesse uma educação acadêmica era considerada um perigo em potencial. Também eram ameaças os estrangeiros e pessoas que falavam línguas estrangeiras. Eles foram presos, forçados a confessar crimes que não haviam cometido, sistematicamente torturados e mortos.

 

Aqueles que não morreram a caminho do interior trabalhavam nos campos de cultivo de arroz enfrentavam jornadas de trabalho de doze horas ou mais na tentativa de atingir metas de produção impossíveis. A alimentação era escassa e consistia em uma sopa de arroz servida duas vezes ao dia. Ouvi uma história de uma mãe que viu seu bebê morrer porque ela somente podia estar com ele e alimentá-lo a noite. Seu corpo não tinha energia suficiente para produzir leite para amamentá-lo.

 

Fui primeiro a um campo de extermínio chamado de Choeung Ek Genocidal Center. Essa área é basicamente um cemitério de cidadãos cambojanos assassinados pelo regime. Pouco restou das construções que lá existiam. Quando o regime foi derrubado por uma coalisão de tropas cambojanas e vietnamitas, as pessoas revoltadas e empobrecidas destruíram o que puderam usando os materiais para outros fins. Você anda pelo local escutando a narrativa de como ele funcionava e sobre o que foi o regime. Algumas partes são narrativas de sobreviventes. Ainda é possível ver onde as pessoas foram enterradas e eles nos dizem que na época de chuvas ainda emergem restos dos corpos que foram despejados no local. Ali morreram aproximadamente 20000 pessoas. No centro do local, uma torre alta abriga crânios dos assassinados que podem ser vistos através das paredes de vidro. Você pode entrar se conseguir. Eu fiquei do lado de fora, fechei os olhos e pedi a Jesus perdão enquanto chorava. Você também terá a chance de ver uma árvore contra a qual bebês eram lançados para que morressem. O regime economizava balas e matava as pessoas de formas que fazem filmes de terror parecerem contos de fada.

 

No dia seguinte fui visitar a prisão de nome Tuol Sleng Genocide Museum. É simbólico que o regime tenha usado as instalações de uma escola para um de seus principais centros de tortura. Esse lugar mostra com exatidão o que foi o Khmer Rouge. Uma tentativa de obliterar qualquer conquista humana como a solidariedade e o conhecimento. Aqui, diferentemente do campo de extermínio, as construções ainda resistem dando testemunho dos horrores praticados. As salas de aula foram transformadas em celas e locais de tortura e guardam o mobiliário e instrumentos da época. Algumas delas são hoje usadas para a exibição de fotos de pessoas assassinadas e daqueles que serviram ao regime. Talvez o ambiente fechado das salas torne a visita ainda mais asfixiante que ao campo de extermínio. O calor úmido do Camboja envolve a história que vemos e ouvimos e falta ar. Eu não consegui fazer todo o percurso. Não consegui ver uma escola transformada num local de dor, medo, morte e tortura.

 

Estima-se que mais de dois milhões de pessoas morreram durante o regime que durou menos que quatro anos. A população da época era de oito milhões de pessoas. A ambição de formar uma nação autossuficiente tornou-se mais e mais insana durante o período. As suspeitas de traição cresciam sem parar aumentando as mortes e conflitos entre aqueles que detinham o poder. O regime terminou com a derrota do ditador por tropas vietnamitas e cambojanas 1979.

 

Existe o turismo que precisa ver a dor, saber que ser humano é uma tarefa que abraçamos em meio a tropeços e solavancos. Dói ainda mais pensar nos acontecimentos do presente que são similares e como eles raramente despertam compaixão no mundo. Por isso é necessário visitar antigos campos de concentração nazistas, o museu da bomba atômica em Kyoto e esses dois locais em Phnom Penh. Mas não podemos mentir. De nada adianta vê-los se nós não pensarmos em nossas próprias limitações em sermos humanos, na nossa crueldade e na tristeza que cerca nossa sociedade ainda hoje. Ao sair do museu eu pensava se um dia turistas poderão ir a uma prisão brasileira conservada como elas são hoje. Um memorial dedicado principalmente à nossa população negra pobre que tem sido cuidadosamente torturada em prisões que são ainda campos de tortura física e psicológica.

https://detantoandarblog.wordpress.com/2016/01/14/phnom-penh-1-viajar-para-ver-e-sentir-dor/

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O Choeung Ek Genocidal Center fica a 15 km do centro da capital. Você pode negociar uma corrida de tuk tuk por aproximadamente 11 dólares. O motorista vai te esperar para te levar de volta. O preço da entrada é de seis dólares e inclui o áudio em várias línguas. Embora não tenha português, há espanhol.

 

O Tuol Sleng Genocide Museum fica na cidade. A corrida de tuk tuk até o palácio real custou dois dólares. A entrada custa três dólares e mais três pelo guia de áudio. A carteira internacional de estudante te isenta da entrada.

 

Nós ficamos por volta de duas horas em cada local. Há muito para ouvir, ver e lamentar.

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Podemos começar esse post pelo trânsito de Phnom Penh. Basicamente, não há lei. Se há, elas não podem ser vistas. Você quer atravessar a rua? Se decidir esperar a rua ficar vazia pode ser que você nunca atravesse. O esquema é ir com calma e caminhar no meio dos carros olhando para todos os lados o tempo todo. Lembre-se de que qualquer metro quadrado de via é considerado mão dupla. As motos estão por todos os lados e os tuk tuks também. Grandes cruzamentos não têm sinal de trânsito e todos vão ao mesmo tempo. O mais interessante, para mim foi que eles não ficam bravos. Você escuta bastantes buzinas, mas não vê pessoas enfurecidas ou xingando.

 

Pegamos um ônibus de Siem Reap para Phnom Penh. A empresa é a Giant Ibis. Quando fomos comprar os bilhetes no próprio hotel onde estávamos, a recepcionista perguntou se gostaríamos de ir no primeiro ou segundo andar. Ao entramos no ônibus entendemos que há somente um andar, mas ele tem dois níveis com camas. Tipo beliches. Nunca tinha visto! Foi bem confortável e tinha tomada.

 

As pessoas foram gentis conosco a maior parte do tempo. Elas se mostraram genuinamente preocupadas em nos ajudar quando pedimos.

 

Passamos em frente a um lava jato. Tinha umas seis pessoas lavando um carro. Seis pessoas para um carro.

 

Grande parte da população é extremamente pobre. Falta saneamento básico, coleta de lixo e planejamento urbano. Siem Reap, possivelmente, não te dará a oportunidade de ter contato com esse lado do Camboja como Phnom Penh.

 

Os principais pontos turísticos da cidade são o campo de extermínio Choeung EK, a prisão do regime Khmer Rouge, o Palácio Real e o Museu Nacional. Tivemos dois dias completos e eles foram suficientes.

 

Outra atração é visitar ONGs. Com uma história marcada por acontecimentos tristes e um presente de muita pobreza, várias organizações atuam na capital para promover melhorias para a vida da população. Muitos deles têm restaurantes, cafés, lojas de artesanatos que dão oportunidades de emprego e novas profissões a cambojanxs. O mais famoso deles é a Daughters of Camboja. Eles se dedicam a ajudar mulheres vítimas do tráfico de pessoas e exploração sexual. Lá tem uma loja de artesanato e um café. Fica pertinho do Museu Nacional.

 

Numa noite especial, fomos a um restaurante chamado Dine in the Dark, que tem uma proposta muito interessante. Você come em absoluta escuridão. Ao chegar, o cliente é recebido pela hostess em um local iluminado onde ela te mostra um cardápio com preços e três opções de menu: ocidental, local ou vegetariano. Cada um deles tem entrada, prato principal e sobremesa, mas você não sabe exatamente o que vai comer. Você deve dizer se há alimentos que você não come. Eles pedem para deixar qualquer objeto que emita luz em uma caixa que o cliente tranca e fica com a chave. Um guia cego vem te buscar te leva até a mesa e serve os pratos. É incrível entrar em um ambiente totalmente escuro. No início meu deu ansiedade, mas depois achei ótimo. Os sentidos ficam aguçados e acabamos experimentando a comida de outra forma. Percebemos melhor os sabores e texturas. Recomendo levar um álcool para limpar a mão porque dá vontade de tocar para saber a forma e a textura do alimento ou ver se ainda tem alguma coisa no prato. A gente reflete sobre a vida de uma pessoa cega, nosso apego à visão e falta de disposição de ver o mundo de outros modos.

 

Eu não vou contar o que comemos porque pode ser que te sirvam algum prato igual. O que posso dizer é que a comida é muito boa, embora não seja espetacular. A experiência como um todo é fantástica. Recomendo que você procure em outras cidades do mundo caso não possa fazer aqui.

 

DICAS

De noite, é legal ir ao bairro BKK1, onde há muitos restaurantes legais.

 

Os lugares não aceitam cartões, assim como nos outros países que visitamos por aqui. Leve dinheiro ou saque nos caixas eletrônicos. Olhe com seu banco com muita antecedência se ele oferece saque no exterior e quais são os custos. Em geral, comprar a moeda em espécie é mais barato. Eu sempre trago a maior parte em espécie e faço alguns saques com meu cartão do Banco do Brasil.

 

O palácio requer roupas apropriadas. Ou seja, joelhos e ombros cobertos. ALIÁS, aquelas roupas reveladoras que adoramos usar no calor não são práticas na maior parte do sudeste asiático. Deixe-as para as praias.

 

Muitos locais fecham entre 11 e 14. Esse foi o caso do palácio real. Se você tiver pouco tempo na cidade isso pode atrapalhar muito. Tente se programar para visitar o campo de extermínio ou a prisão nesse horário.

 

O preço da comida foi 18 dólares por pessoa. O Dine in the Dark fica perto do Museu Nacional, na rua 19. Se eles servirem camarão, guarde o rabinho para jogar no colega no meio do jantar. Ele vai tomar um baita susto e você terá uma crise de riso daquelas memoráveis.

 

Deixe seu repelente de insetos em local acessível na mala quando foi para o aeroporto. Ele estava tomado por milhões de pernilongos famintos na área de check in. Depois, não se esqueça de colocá-lo na mala para que você não tenha que jogá-lo fora na hora de entrar para a sala de embarque.

 

O bilhete do Giant Bus custou 15 dólares.

 

O Colgate que comprei tem gosto de sal. Parece que você está comendo algo e não escovando os dentes. É um pesadelo.

https://detantoandarblog.wordpress.com/2016/01/29/phnom-pehn-2-pensamentos-sobre-o-camboja-e-jantar-no-escuro/

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Alguns sonhos são difíceis de dimensionar até que você de fato possa toca-lo, ver de perto e principalmente deixar a energia do local tomar conta. Eu me lembro de pegar uma revista de viagem com uma linda matéria sobre uma país que eu até então não conhecia. As fotos me deixaram sem fôlego. Os pagodas dourados e os sorrisos das pessoas não me saíram da cabeça desde então. Quando tivemos que decidir o roteiro, deixamos Laos e Vietnã para a próxima para ficar dez dias em Myanmar, também conhecido como Burma. A questão do nome vem de dias difíceis para o país, quando um regime militar extremamente opressivo mudou o nome do país de Burma para Myanmar. Somente no final de janeiro de 2016 Burma concluiu a transição democrática e conseguiu se livrar desses filhotes de cruz credo.

 

Chegamos a noite, trocamos 100 euros e saímos com 136 notas de mil Kyat. O dinheiro daqui vale pouco e andar com pilhas de notas não é incomum. Felizmente, a criminalidade é muito baixa.

 

No primeiro dia em Yangon começamos com um café da manhã tradicional em uma casa de chá que na verdade seria o que chamamos de restaurante. Aliás, o café deles mais parece um almoço. Muita gente come macarrão! Fui ao banheiro e me surpreendi quando meus olhos ficaram cheios de lágrimas e me arrepiei. Confesso que foi uma cena estúpida, eu não tinha visto nada de especial. Na verdade, chorar me atrapalhou na difícil tarefa de acertar o buraco da privada asiática sem molhar meu pé. Fiquei pensando o que havia de especial nesse país.

 

Outras vezes, durante os dez dias que passei aqui, senti uma energia diferente. Me arrepiei, me encantei incontáveis vezes com o povo mais alegre e simpático que já conheci.

 

A pérola de Yangon é o Shwedagon Pagoda. Esse templo grandioso e deve ser visto, estudado com toda calma. Escolhemos ir no meio da tarde e esperar o anoitecer. A mudança da luz revela novos detalhes e novas belezas. Em muito templos do país você pode comprar folhas de ouro para colar nas imagens de Buda. Uma mulher me deu algumas para eu colocar. Que povo lindo!

 

Conhecemos um birmanês que morou muitos anos nos EUA e tivemos a oportunidade de conversar sobre as grandes mudanças pelas quais o país está passando. Ele mesmo abriu seu próprio negócio, o primeiro food truck da cidade. Ele vende fast food no estilo americano, frango e batata frita. Depois de tanto tempo fechado para o mundo, não é difícil achar agora grandes empreendimentos imobiliários em fase inicial. Eles têm lindas fotos anunciando prédios modernos e luxuosos que terão todo os confortos que certamente atenderão à elite local.

 

Também fomos a outros templos. O buda deitado do Chauk Htat Gyi Buddha impressiona, assim como o Buda em pé do Ngahtatgyi. Eles estão muito próximos e o trajeto pode ser feito a pé. Ao visitarmos o Lago Kandawgyi, construído ainda na época da colonização britânica, nos surpreendemos com uma paisagem maravilhosa. O lago é cortado por lindas pontes de madeira. Lá presenciamos uma festa de fim de ano letivo de uma escola onde as crianças corriam felizes enquanto os pais faziam um pique nique celebrando a formatura. Do outro lado da festa uma turma recebia seus diplomas. Os jovens vinham alegres pedir para tirar selfies conosco, os únicos intrusos do local.

 

Quando chegamos para visitar o templo Botahtaung, presenciamos logo em frente, algo que define porque amo viajar. A maior parte da população de Myanmar é budista. Entretanto, eles conservam elementos de um culto a espíritos chamados de nats. Pelo que entendemos, eles celebravam o aniversário de um deles. Muito batuque, uma multidão na rua, cores, balões, gente saindo e entrando de uma casa onde estava a imagem sendo cultuada. Algumas vezes alguém jogava dinheiro para o alto e as pessoas se esticavam para pegar. O que mais impressionou foram as manifestações mediúnicas em público. Algumas mulheres dançavam com movimentos rápidos que acompanhavam o tambor influenciadas pelos espíritos que eles cultuam. As manifestações pareciam ser inconscientes e elas eram contidas para que não caíssem ou não machucassem as pessoas em volta. Eu havia lido no guia algo sobre festas chamadas de Pwe que poderiam acontecer por diversas razões como casamentos ou aniversários. A descrição era muito próxima disso. Fomos informados que essa celebração duraria três dias. Eu entrei na casa e as pessoas não pareceram se importar com a presença de um estrangeiro. Foi incrível!

 

Já dentro do templo Botahtaung, pela primeira vez pude, de fato, entrar dentro de um pagoda. Lá está uma relíquia muito importante para os budistas, fios de cabelo de Buda. Eles estão protegidos dentro de corredores de um dourado incrível. O local exato onde estão os fios de cabelo também é todo coberto de outro e é um foço onde as pessoas jogam dinheiro.

 

Uma maneira de ver mais da vida dos locais é pegar o trem chamado de Cicular Train. As 39 estações cortam a cidade e os subúrbios dando a chance de ver como vivem muitos birmaneses. O trem demora cerca de três horas para fazer a volta completa, te deixando na mesma estação onde você começou sua jornada. O que acontece dentro dele é tão interessante quanto a vida do lado de fora. Muitas das estações são próximas a mercados de vegetais. Algumas pessoas carregam sacolas enormes para dentro do trem tão rapidamente quanto possível. Imagino que elas revendam os vegetais ou abasteçam seus restaurantes com eles. Vimos também gente transportando móveis e vendendo comidas típicas. Alguns vendedores montavam pratos de macarrão com vários ingredientes frescos picados ali mesmo. Havia também frutas e outras coisas que não sabemos o que era. Você pode descer em qualquer estação e pegar o trem seguinte.

 

A gentileza dos locais me marcou muito. Pegamos o trem em uma estação distante do centro e por isso éramos os únicos turistas por lá. Ao chegarmos, pedimos informação numa vendinha onde havia um senhor falava inglês e nos ajudou. Na verdade, ele trouxe banquinhos para nós, pediu alguém para ir comprar nossos bilhetes e nos explicou como pegar o trem. Quando entramos na estação já sabíamos tudo e nosso bilhete já estava comprado.

 

Ainda no avião da Malásia para Burma, senti do lado de dois brasileiros muito bacanas. Eles moram no Japão e estavam indo encontrar uma amiga local e conhecer Yangon e Bagan. Enquanto conversávamos percebemos “algumas várias” coisas em comum e nos encontramos depois na cidade. A amiga deles nos tratou com muita gentileza e carinho e nos explicou muito sobre a vida no país dela. O saldo de Yangon foram memórias profundas e novas amizades!

 

DICAS

 

O transporte público em Yangon consiste em algumas estações de trem e ônibus muito velhos e lotados, mas, felizmente, os táxis são muito baratos e os taxistas gentis. Não há taxímetro, pergunte antes o valor da corrida. Eles não costumam baixar muito o preço.

 

Cartão de crédito? Esqueça. Como no resto dos lugares que visitamos nessa viagem, aqui o negócio é pagar com dinheiro mesmo. Saque nos ATMs ou troque euro ou dólares. AS NOTAS QUE SERÃO TROCADAS TÊM QUE SER PERFEITAS. Nada de amassado, manchas ou qualquer imperfeição.

 

De todos os países visitados, aqui gastamos menos com alimentação e atrações turísticas. O mesmo não pode ser dito quanto aos hotéis, que são mais caros que no resto do sudeste asiático.

 

Compramos um chip para o celular para usar a internet. Ele custou 2000 kyat e colocamos 5000 de crédito. A internet funcionou extremamente bem, foi suficiente para todos os dez dias em Myanmar e nos ajudou muito!

Muitas pessoas passam uma espécie de mistura de pó de madeira com água no rosto. Eles dizem que deixa a pele bonita e protegida do sol.

 

É comum ver pessoas mascando uma mistura de noz de betel e tabaco. Ela vicia, estraga os dentes e tem cheiro ruim. Depois de mastigada, ela fica com cor avermelhada forte muitos cospem no chão que fica todo marcado.

https://detantoandarblog.wordpress.com/2016/02/12/yangon-myanmar/

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O Inle Lake é um lago lindíssimo de 116 km quadrados. Ele tem fauna e flora exuberantes e moradores que têm um modo de vida peculiar. Além da pesca, lá são cultivados vegetais que são a base da alimentação das pessoas da região.

 

A forma mais fácil de se visitar essa maravilha é se hospedando na pequena Nyaung Shwe. Chegamos em um ônibus noturno da empresa JJ que foi muito curioso. Ele era limpo, confortável, tinha tela de entretenimento com alguns filmes e músicas (de divas e com letras para você cantar), tomadas, água, um lanchinho simples e um ar condicionado que tentava reproduzir as temperaturas dos invernos siberianos. Sabíamos da fama da empresa e levamos todas as roupas de frio que tínhamos na mala, nos cobrimos com duas mantas dadas no ônibus e mesmo assim passei um pouco de frio. Não posso imaginar a agonia de uns turistas vestidos com bermudas ou calças finíssimas usadas para visitar os templos no calor de 30 e poucos graus.

 

Em Nyaung Shew, tem um rio que está conectado ao lago, muitos hotéis e restaurantes para atender aos turistas. Em cada barco cabem até cinco pessoas. Você pode perguntar no hotel se tem gente que gostaria de dividir o barco que tem valor fixo, independentemente da quantidade de pessoas.

 

A embarcação é feita de madeira, é longa, rústica e motorizada. Já existe um roteiro padrão que você pode (e deve) adaptar ao seu gosto. Eu digo isso porque ele envolve algumas visitas a lojas na beira do lago onde você pode ver como são produzidos tecidos, prataria e cigarro. Tem, inclusive, uma lojinha onde estão algumas mulheres girafa. Depois de ter escapado da famigerada visita a essa tribo em Chiang Mai eu acabei as vendo em Inle Lake. Não sabia que seria parte do passeio e as duas francesas que foram conosco pareciam genuinamente interessadas. Confesso que ainda não sei muito bem o que pensar disso. Me incomodou profundamente ver os corpos deformados de mulheres que seguem uma tradição que hoje é atração turística. Eles mostram pra gente o peso dos anéis que são adicionados à medida que a criança cresce causando uma deformação nos ombros que dão a aparência de um pescoço longo. Nós vimos quatro mulheres. A mais nova ainda estava na adolescência. Os tecidos que elas produzem são lindos, as marcas de suas tradições não.

 

Nós visitamos um templo a beira do lago e também um monastério. O lugar que mais gostei, entretanto, foi o mercado local. Diferente dos outros mercados que havia visitado em Yangon, aqui o foco era a população da região que estava lá a procura de temperos, grãos vegetais e frutas. Havia também artesanato incrível para os turistas. Em Myanmar, encontramos, com facilidade, lindas marionetes de bonecos e bichos. Tem também cerâmica com pinturas delicadas, bijuterias e imagens budistas. Vale a pena passar pouquíssimo tempo nas lojinhas e um tempão no mercado. Claro que em um barco com quatro outros desconhecidos pode ficar difícil conciliar interesses. É melhor conversar com os coleguinhas no hotel para ver se a vibe é parecida.

 

Enquanto navegamos, vemos os pescadores da região que parecem executar uma coreografia intrincada e com preocupações muito mais estéticas que práticas. Cada barco longo e feito de madeira tem um pescador que se equilibra na ponta, em um pé, deixando o outro livre para remar. Dessa forma, as mãos ficam livres para manusear a rede. Muitos usam a rede tradicional, mas ainda há alguns que usavam a tradicional, uma espécie de cesto vazado. Daria para ficar horas observando os pescadores. Da vontade de saber muito mais sobre o estilo de vida deles e como é a pesca. Talvez valha a pena ter um guia. Nosso motorista não falava nada de inglês.

 

Nosso passeio saiu as 7:30 e voltou às 17. Paramos para almoçar em um restaurante tradicional construído sobre o lago. Comemos um arroz refogado delicioso, que é o que eu mais como pela Ásia. Não por falta de opção, mas porque eu gosto mesmo. Para a nossa surpresa, entretanto, o peixe local assado não havia sido feito na hora. Estava borrachudo e o tempero só tinha gosto de coentro.

 

No segundo dia na cidade, nós alugamos uma bicicleta e fizemos um passeio delicioso. Você pode fazer um percurso sugerido que dura pelo menos três horas. Claro que as paradas vão aumentar a duração do passeio que pode ser feito em uma manhã ou durante o dia todo. Nós pedalamos, primeiro, até uma estância de águas termais. Não é nada grandioso ou fantástico, mas foi bom para relaxar. Há duas áreas, uma para locais, com uma piscina grande para homens separada de outra para as mulheres, e outra com quatro piscinas pequenas para estrangeiros. Essa divisão já me fez torcer o nariz. Não entendi a necessidade. O bom é que você não é obrigado a usar a de estrangeiro. Depois de relaxar nas águas termais, nós pedalamos cinco minutos e pegamos um barco que nos levou ao outro lado do lago. O mapa que ganhamos indicava umas vilas da região e mercados. Parece que poderíamos ter ido mais longe e pegado o barco em uma vila, porém nosso tempo estava curto. Infelizmente, o mercado que tentamos visitar não estava funcionando no dia. Cruzar o lago nos deu mais uma chance de ver os lindos pássaros da região e os pescadores em sua curiosa dança. Já mais para o final do passeio, fomos a uma vinícola que fica em um morro que tem uma vista incrível. Além da degustação de vinhos, eles servem uma comida deliciosa. Ela está indicada no mapa e tem uma placa na estrada. Não posso dizer nada sobre a qualidade do vinho, porque disso eu não entendo bulhufas.

 

Quase em frente ao nosso hotel estava o restaurante Live Dim Sum House, avaliado como o segundo melhor da cidade no TripAdvisor. Como lidar com seu restaurante chinês favorito estar localizado no meio de Myanmar? Comi muito dumpling e lamentei profundamente a distância de casa. Também posso recomendar o chocolate quente divino do The French Touch. Perfeito para aquecer a manhã ou noite frias dessa época do ano.

 

DICAS

 

O passeio de bicicleta não foi muito pesado. Você não precisa de ser um mega atleta para fazer. O primeiro trecho foi pior, muito buraco na estrada e uma pequena subida. O resto foi tranquilo. Tem algumas placas no caminho, mas não deixe de pedir informações e usar o mapa.

 

Leve lanchinhos e água no passeio de barco.

 

O barco todo custava 20000 kyat pelo dia inteiro.

 

A travessia do lago para duas pessoas, com as bicicletas, custou 8000 kyat. Não demorou 30 minutos. Achei muito caro tendo em vista que o passeio do dia todo do dia anterior custou 20000, mas não teve jeito.

 

A degustação de quatro tipos de vinho foi 2000 por pessoa.

 

A entrada da piscina de águas termais era 7 dólares para a comum e 10 para a de estrangeiros.

 

Leve roupas de neve para o ônibus e roupas de frio para o passeio de barco, já que faz muito frio de manhã no lago. Eles te dão uma coberta no barco. Mesmo assim, tenha calça e blusa de frio para essa época do ano. (Fomos em janeiro)

https://detantoandarblog.wordpress.com/2016/03/09/o-belo-e-surreal-inle-lake-myanmar/

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