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Peru - 22 dias por Cusco, Salkantay, Arequipa, Huacachina, Lima e Huaraz - Setembro e Outubro de 2016


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Capítulo 1 - Planejamento e Definição do Roteiro

Essa era uma viagem que já queria fazer há muito tempo, mas sempre alguma coisa dava errado. Em 2015, estava quase certo que faria essa viagem, mas, como a galera não animou, acabei passando um tempinho na Colômbia com mais dois amigos, onde conhecemos outros mochileiros do mundo inteiro que estavam rodando a América do Sul e contavam de suas aventuras com tão entusiasmo que me deixaram com ainda mais vontade de conhecer o nosso continente. Com essa vontade, fechamos em três casais para fazer essa viagem, só galera de boa e do bem, o que já ajuda muito a viagem ser boa.

 

O roteiro inicial era bem diferente do que de fato acabamos fazendo. A ideia era fazer o mochilão clássico por Atacama, Salar de Uyuni e parte do Peru, principalmente pra chegar a Machu Picchu pela trilha Salkantay. Quando começamos a pesquisar mais sobre o Peru, começamos a ficar sem saber o que fazer com tanto lugar legal pra conhecer, principalmente quando "descobrimos" Huacachina e Huaraz, duas cidades que de cara já despertaram grande expectativa. Já para o Atacama e o Salar havíamos reservado três dias para cada um, mas amigos próximos que fizeram essa viagem há pouco tempo nos falaram que apenas uma semana seria muito pouco tempo pra conhecer os dois lugares e acabaríamos deixando de conhecer lugares por lá que valem muito à pena.

 

Com esse dilema, com apenas três semanas e tantos lugares legais pra conhecer, tomamos a difícil decisão: Cortamos Atacama e Uyuni e decidimos ficar as três semanas "apenas" no Peru, deixando os outros dois destinos pra uma próxima oportunidade que desse pra conhecer tudo direitinho. Decisão certa? Só vou ter 100% de certeza quando finalmente for ao Atacama e ao Salar, mas, em relação ao Peru, podemos afirmar que vale MUITO passar três semanas por lá. Vale tanto que não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos de fazer no Peru, acabamos cortando alguns lugares, como a Rainbow Mountain, em Cusco, e o Colca Canyon, em Arequipa, e até mesmo cidades bem tradicionais, como Puno. Optamos por conhecer bem cada lugar e acabamos dando preferência a lugares de natureza.

 

Para aproveitar mais cada dia e ainda ter uma economia com as diárias, decidimos fazer as viagens de ônibus sempre à noite, na opção mais confortável. Assim, podíamos economizar uma diária e não perdemos os dias, já que as viagens eram de cerca de 10h. A exceção foi Huacachina - Lima, que decidimos fazer durante o dia mesmo por ser uma viagem de apenas 4 horas. O lado negativo é que chegávamos um pouco cansados em cada cidade, mas ainda acho que valeu muito, pois, se tivéssemos ido durante o dia, perderíamos 4 dias de viagem (Cusco - Arequipa; Arequipa - Huacachina; Lima - Huaraz; Huaraz - Lima). Viajamos com as empresas Cruz del Sur e Outursa. A primeira tem um atendimento melhor, inclusive de entretenimento, mas a Outursa é bem mais confortável para dormir. De qualquer forma, as duas empresas são muito boas e bem melhores do que os ônibus interestaduais que vemos pelo brasil.

 

Assim, nosso roteiro acabou sendo o seguinte:

 

Dia 1: Cusco - Chegada à cidade e uma voltinha pra aclimatar

Dia 2: Cusco - Vale Sagrado

Dia 3: Cusco - City Tour

Dia 4: Cusco - Feira de Artesanato e Qoricancha

Dia 5: Salkantay

Dia 6: Salkantay

Dia 7: Salkantay

Dia 8: Salkantay

Dia 9: Machu Picchu

Dia 10: Cusco - Salinas de Maras

Dia 11: Arequipa - City Tour

Dia 12: Arequipa - Casa Museo Mario Vargas Llosa e Mirante Yanahuara

Dia 13: Arequipa - Mercado e Museo Santuarios Andinos

Dia 14: Huacachina - Passeio pelas dunas

Dia 15: Huacachina - Islas Ballestas, Reserva Nacional de Paracas e Bodegas

Dia 16: Lima - Parque de La Reserva

Dia 17: Lima - Centro e Parques de Miraflores

Dia 18: Huaraz - Chegada à cidade

Dia 19: Huaraz - Nevado Pastoruri

Dia 20: Huaraz - Laguna 69

Dia 21: Huaraz - Laguna Paron

Dia 22: Lima - Museu Rafael Larco

Dia 23: Volta

 

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Capítulo 2 - Cusco

 

Cusco foi uma cidade que gostamos bastante, todos nós tivemos a mesma sensação de querer ficar mais por lá. Gostamos de tudo na cidade.. O hostel era super agradável, as ruas da cidade na parte mais próxima à Plaza de Armas eram recheadas de casas com aquela arquitetura única de Cusco, os restaurantes eram ótimos com preços bem acessíveis, além da cidade ser recheada e cercada de ruínas incríveis para se conhecer. Bom.. vou tentar detalhar cada um dos pontos mais interessantes do tempo em que ficamos por lá.

 

Ficamos hospedados no Intro Hostel. O lugar é muito agradável, tem uma arquitetura bem legal e diferente, rola uma fogueira à noite (que acabamos nem curtindo porque chegávamos muito cansados), as camas são ótimas, banheiros sempre limpos e com água quente, os funcionários são muito solícitos e fica a cerca de 10 minutos andando da Plaza de Armas. Fechamos um quarto compartilhado para 6 pessoas e, como eramos exatamente 6, fechamos o quarto só pra gente, o que foi ótimo. Cada um pagou U$ 12 por noite, o que achei bem justo.

 

Os três restaurantes que mais gostamos em Cusco foram o Morena (melhor comida com um preço entre 30 e 40 soles por prato), El Tabuco (restaurante de massas bem acolhedor com funcionários super gente boa que nos trataram como da família e ainda tinha um ótimo preço) e o Cicciolina (comida mais gourmet, muito boa, ambiente super agradável, porém bem mais cara, cerca de 50 soles por prato). Desses, o meu preferido foi o Morena, tanto que queríamos voltar lá no último dia de Cusco, mas não conseguimos pelo tempo.

 

Sobre o boleto turístico, compramos o mais completo, que custou 130 soles e nos dava direito a entrar numa série de lugares, com validade de 10 dias. Os únicos lugares que fomos e não estavam incluídos foram a Salinas de Maras e Qorikancha. Como o boleto turístico para apenas 1 dia custa 70 soles, o boleto turístico completo de 130 soles já vale á pena para quem quer ficar 2 ou mais dias em Cusco.

 

Primeiro dia

 

No dia que chegamos em Cusco ainda estávamos bem cansados da viagem (Brasília --> Buenos Aires --> Lima --> Cusco) e decidimos ficar um pouquinho no hostel para descansar e esperar mais um casal de amigos que chegariam um pouco depois da gente. Resolvi ir até a primeira esquina para comprar a tal da Cusqueña, da qual falavam tão bem. Confesso que senti a altitude nessa subidinha, aquela dificuldade de puxar o ar e tal... mas valeu muito à pena! Que cervejinha gostosa! virou uma paixão durante toda a viagem, sempre me refrescando e hidratando nos momentos de cansaço ou deixando ainda mais relaxante os momentos de tranquilidade.

 

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Quando nossos amigos chegaram, fomos almoçar, trocar uma grana e dar uma volta pra conhecer a cidade. Ficamos um tempinho na Plaza de Armas trocando ideia e observando o movimento. O clima por lá é bem legal. Também aproveitamos pra já comprar um daqueles gorrinhos, que ajudavam bastante no frio que faz por lá.

 

Segundo dia

Esse foi o dia da cilada, o dia daquela vacilada turística clássica. Pelo menos foi bom pra aprender... Saímos cedo do hostel para procurar uma agência e fechar de fazer o passeio do Vale Sagrado, que é um passeio super legal pelas cidades Pisac, Ollantaytambo e Chinchero. Primeiro erro: chegamos em uma agência (a primeira que vimos) faltando cerca de 10 minutos pro passeio (que começa por volta de 8h30) e, como não queríamos perder um dia, acabamos fechando na hora e praticamente sem chorar o preço. Resultado? pagamos 60 soles cada um e depois fomos saber que o mesmo passeio poderia ter sido por 25 ou 30 soles.

Depois de um tempinho de ônibus, com uma pequena parada numa feirinha que não tinha nada demais, chegamos à cidade de Pisac, que é uma cidade incrível com aquelas plantações em terraças cercando as montanhas. Chegamos lá, começamos a andar um pouco, foi aumentando aquela vontade de explorar e... acabou o passeio! Devemos ter ficado apenas uns 30 minutos lá e tivemos que sair. Uma pena.

 

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De Pisac paramos pro almoço. Até que foi justo, pagamos 30 soles num buffet livre bem gostoso, com ceviche, carne de alpaca e tudo mais. De lá, fomos pra Ollantaytambo, uma cidade que tem uma ruína muito legal também. Ficamos por lá por cerca de 1h, mas o lugar é muito grande, daria pra ficar 2h tranquilamente pra conhecer tudo direitinho. Também saímos de lá com um gostinho de quero mais.

 

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O pior estaria por vir. Ao invés de irmos paras as ruínas de Chinchero, fomos para uma venda de artesanatos com lã de alpaca. E ainda ficamos UMA HORA lá!!! Mais tempo do que ficamos em Pisac e o mesmo tempo que ficamos em Ollantaytambo!!!! Um absurdo! perdemos tempo precioso em ruínas super interessantes para ficar numa venda pega turista. Pra piorar, minha noiva ainda comprou uma manta de "baby alpaca" super cara... ahuahuahuhua

Fica a dica! a partir de então, resolvemos fazer os passeios por conta própria, pra poder passar o tempo que quiser em cada lugar e não ter que ficar preso numa venda pega turista.

 

Terceiro dia

Nesse dia resolvemos fazer o passeio do City Tour por conta, sem nenhuma agência, sem tempo marcado em cada lugar e sem vendas. O City Tour de Cusco não é daqueles passeios chatos pela cidade, é um passeio por ruínas incas incríveis que estão ao redor da cidade. Saímos do hostel por volta de 8h e fomos ao Centro de Informações Turísticas que fica na Avenida del Sol. Nos orientaram a pegar um ônibus até um determinado lugar (que não lembro o nome) e de lá pegar um ônibus até Tambomachay. Cada ônibus custou 2 soles mais ou menos e o caminho é bem tranquilo de fazer, além de ser uma experiência legal pegar os ônibus só com a galera de Cusco mesmo e passar por lugares um pouco diferentes dos tradicionais. As agências de turismo ainda param na Catedral de Cusco (que já havíamos ido no primeiro dia) e em Qorikancha, que achamos melhor conhecer com calma no dia seguinte.

 

Bom, pegamos nossos ônibus e descemos em Tambomachay, que era um ponto de descanso dos incas, com um complexo sistema de irrigação para os seus banhos, o que mostra a adoração deles pela água. O lugar é bem legal, mas não é tão grande, podemos curtir um tempinho lá com calma e depois partimos para a estrada em direção à Puca Pucara, que era um posto militar e em determinados lugares parecia até um labirinto. Achei bem legal Puca Pucara e lá de cima ainda tinha uma bela vista para os vales de Cusco.

 

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Depois, tivemos uma caminhadinha um pouco mais longa para Qenko, que era um ponto com aspecto mais religioso usado para sacrifícios. O lugar é pequeno, mas também é bem interessante. Entramos em umas ruínas que pareciam cavernas e tinham umas mesas de pedras que eram usadas para os sacrifícios. De lá, fizemos mais uma caminhadinha até Sacsayhuaman, que foi, na minha opinião, a ruína mais impressionante ao redor de Cusco. O lugar foi construído para ser uma área de guarda militar e é enorme. A grandiosidade e a arquitetura impressionam bastante. Outro ponto interessante sobre Sacsayhuaman é que, no mapa original da cidade de Cusco (que é um Puma), a fortaleza representa a cabeça do Puma, o que mostra a importância do lugar na época.

 

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Saímos de Sacsayhuaman já por volta de 17h e de lá caminhamos mais meia horinha em direção à Plaza de Armas. Ou seja, ficamos o dia inteiro curtindo o passeio no nosso tempo, do nosso jeito. Se valeu á pena fazer por conta própria? Valeu MUITO! Além de poder ficar o tempo que queríamos em cada ruína, foi muito interessante pegar ônibus com a população local e caminhar pelas estradas entre uma ruína e outra. Pudemos até parar numa quitanda de beira de estrada pra comer uns salgadinhos e tomar uma Cusqueña.

 

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Quando voltamos para Plaza de Armas, resolvemos recuperar as energias e comemorar o ótimo dia almoçando/jantando no Restaurante Morena, que acabou sendo o nosso preferido de toda a viagem.

 

Quarto dia

Nossa ideia inicial para o quarto dia era fazer o passeio de Salinas de Maras e Ruínas de Moray, mas, como iríamos começar a trilha Salkantay no dia seguinte, achamos melhor pegar leve e fazer algo mais tranquilo, até porque também teríamos que organizar as coisas para a trilha.

 

De manhã fomos até uma feira de artesanato "Centro Artesanal Cusco" muito boa (fica em frente ao parque Pumaqchupan, que tem uma fonte bem legal)! Ela era enorme e conseguimos ótimos preços. Aproveitei pra comprar lembranças pra mim e pra família toda. Lá compramos imãs de geladeira bem legais (do Inti, do calendário inca, da triologia inca...), xícaras de café com desenhos no estilo inca, gorros de lembrança por 10 soles, luvas por 8 soles, casacos por 25 soles, xales por 7,50 soles, capa de almofada por 20 soles... coisa pra caramba! Toda a família ficou satisfeita com as lembranças! E lembram que a minha noiva comprou uma manta de "baby alpaca" no passeio pega turista? A mesma estava uns 30 soles mais barata nessa feira...rsrs

 

Depois das compras, almoçamos e fomos visitar Qorikancha. Esse templo não está incluído no boleto turístico e custava 20 soles (não lembro ao certo o preço), ainda pagamos mais uns 20 soles cada para ir um guia só com o nosso grupo. Fechamos com um guia chamado Erbin (que ainda tinha um sobrenome bem engraçado: Cuba Hermosa) e ele fez toda diferença.. o cara explicou cada detalhe de Qorikancha e ainda explicou algumas coisas do City Tour que havíamos feito no dia anterior. Vale muito à pena porque cada passo que você dá em Qorikancha tem um detalhe que torna o lugar ainda mais incrível e fascinante. Certamente, não iríamos perceber todos esses detalhes se não tivéssemos com um guia. Qorikancha era o centro religioso de Cusco e contemplava vários templos, como os templos do Sol, da Lua, das Estrelas e do Arco-Iris. O templo do sol era o mais importante, mas foi completamente destruído pelos espanhóis e no seu lugar foi construída a igreja de Santo Domingo. Tudo impressiona pela perfeição com a qual as pedras são encaixadas e a inclinação das paredes para evitar os impactos dos terremotos. Inclusive, o que nos impressionou bastante é que nos anos 1950 ou 1960 houve um terremoto muito forte em Cusco que destruiu toda a construção espanhola em Qorikancha, mas as construções incas do mesmo lugar permaneceram intactas. Valeu muito ter feito esse passeio com um guia só para o nosso grupo.

 

Depois de uma jantinha esperta, fomos ao mercado comprar algumas coisas pra Salkantay, arrumamos a mala e fomos descansar. Como a trilha merece um carinho especial, o próximo capítulo será só sobre ela.

 

Último dia em Cusco (10º dia de viagem)

Depois da Salkantay acabamos ficando em Cusco mais um dia, porque não dava tempo de chegar de Machu Picchu e pegar o ônibus para Arequipa, já que último ônibus sai de Cusco as 20h30.

Como estávamos bem cansados esse dia, acabamos não fazendo muita coisa. Acordamos tarde, almoçamos e fomos até as Salinas de Maras por conta própria também. Mais uma vez fomos ao centro turístico pegar informações no Centro de Informações Turísticas, onde nos indicaram pegar um ônibus de 4 soles e depois pegar um carro particular. Pegamos o ônibus e, de fato, havia alguns carros particulares esperando passageiros no ponto em que descemos. Acho que pagamos 10 soles no carro privado para nos levar até as Salinas e ele ficou nos esperando lá para nos levar de volta ao ponto de ônibus por mais 10 soles. A entrada nas salinas também não está incluída no boleto turístico e custou mais 10 soles para cada um. Lá, mesmo a centenas de quilômetros de distância do mar, os peruanos conseguem produzir sal com um sistema de terraças que acumula a água procedente de uma fonte salgada. Parece que tem milhares de salinas, com cores diferentes, tamanhos diferentes... o que forma um cenário incrível. Também é interessante saber que famílias locais são responsáveis por cada uma dessas terraças e o dinheiro da venda do sal ali produzido e da entrada paga pelos turistas e rateado entre eles. Além das salinas, o caminho é incrível e, se você tiver mais tempo do que nós, ainda pode conhecer as Ruínas de Moray, que fica bem perto e parece ser bem interessante.

 

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Capítulo 3 - Trilha Salkantay e Machu Picchu

A trilha Salkantay era o ponto mais esperado da viagem e de certa forma foi até o que nos motivou a ir ao Peru, tanto pela trilha em si quanto por Machu Picchu, lugar pelo qual sempre fui apaixonado e desde muito tempo estava em primeiro lugar na minha lista de lugares a conhecer. Queríamos muito fazer uma trilha até lá, mas ficamos em dúvida entre a trinha inca e a Salkantay. Pelo que pesquisamos, a Salkantay era uma trilha mais de natureza, com paisagens mais deslumbrantes, então, optamos pela trilha Salkantay de 4 noites e 5 dias (sendo o último dia a visita à Machu Picchu)

 

A trilha é simplesmente fantástica, intensa e indescritível. Ainda assim, vou tentar falar um pouquinho sobre ela. O que achei mais impressionante foi como passávamos de um ambiente para o outro num piscar de olhos. Um dia estávamos em uma paisagem mais árida pelos vales peruanos, no outro já estávamos em montes nevados absurdamente impressionantes, de repente, entramos na amazônia peruana e a paisagem mudou completamente mais uma vez. No final, ainda tem uma caminhada pelo trilho do trem entre floresta e montanhas. Outra coisa muito impressionante na trilha são as montanhas que nos cercam nos 5 dias de trilha, chamadas de Apus pelos incas, que acreditavam que essas grandiosas montanhas representavam espíritos. De fato, parece que essas montanhas tem personalidade própria mesmo, cada uma com a sua, e passam uma energia diferente pra gente. Ademais, passar 4 dias pela natureza peruana, sem sinal de celular, sem internet, passando os dias de forma simples, acampando, dividindo a mesa e grande parte do seu dia com pessoas que você não conhecia, com toda essa energia dos Apus... pode parecer bobeira (eu também pensava), mas acho que tudo isso faz você voltar da trilha um pouco diferente. Mais calmo, mais simples e dando mais valor aos "pequenos" detalhes do dia a dia (que mitas vezes são o que mais importa).

 

Fechamos a trilha com a empresa Liz's Adventure e gostamos muito, ela foi super prestativa e tudo aconteceu muito bem e conforme o combinado. Pagamos US$ 180 cada um pela trilha sem o ingresso para Machu Picchu (já havíamos comprado pela internet), que foi o melhor preço que encontramos por lá. Com o ingresso pra Machu Picchu fica US$ 40 mais caro. Achei o preço bom porque só o trem de volta de Machu Picchu custava US$ 70 dólares (e ainda teria que pegar uma van até Cusco). Ou seja, a trilha mesmo custou US$ 110, incluindo hospedagem para 4 dias (os três primeiros dias acampando e o último num hostel bem legalzinho e confortável), guia durante a trilha e para a Machu Picchu, e alimentação para todos esses dias com café da manhã, almoço e janta (exceções são o primeiro dia, que o café da manhã não estava incluído, e o último dia, que só estava o café da manhã incluído). Vale destacar a alimentação durante a trilha, que foi muito boa! Sempre com entrada, sopa e o prato principal, com direito até a ceviche! O pessoal da trilha ainda leva 5kg da bagagem de cada um nos burrinhos. Dá pra deixar a roupa com o pessoal e levar só as roupas que vai precisar no dia, os petiscos para se alimentar durante as caminhadas e a água, o que já é uma bela ajuda. Ainda alugamos um saco de dormir com a Liz por 20 soles, mas acho que vale alugar um saco de dormir mais quente pagando um pouco mais.. a primeira noite faz muito frio.

 

Sobre a roupa, é bom ir naquele esquema de roupas por camadas: 1ª camada é aquela segunda pele; 2º camada é um fleece, que esquenta legal; e terceira camada corta vento e chuva. Como o clima muda muito durante a trilha, você costuma tirar a segunda e a terceira camada durante a trilha e depois colocar de novo. Como costuma chover durante a trilha, a terceira camada (tanto a calça quanto o casaco) é muito importante, assim como é bom ir com uma bota específica para trilha que seja impermeável. Compramos tudo pelo site de Decathlon e, além do preço ser bom, tudo foi muito útil e resistente durante a viagem.

 

Outra coisa importante é levar uma grana pra trilha. Em todos os lugares que paramos pudemos comprar água, gatorade e salgadinhos. Além disso, sempre que alguém da equipe se despedia de nós (cozinheiro, o cara que arrumava as barracas, ajudante do guia e o próprio guia) rolava uma vaquinha de uns 10 soles de cada um. Ou seja, além do dinheiro que pretende gastar com bebidas e lanches durante a trilha, é bom levar uns 50 soles pras vaquinhas que vão rolar. Ainda tem os extras: como o café da manhã do primeiro dia (15 soles), o burrinho pra subida do segundo dia (100 soles), banho no segundo dia (10 soles), banhos termais (22 soles), tirolesa (20 dólares)...

 

No primeiro dia acordamos bem cedo e nos buscaram no hostel por volta de 4h30 para pegarmos um micro ônibus até Mollepata, onde paramos pra tomar café da manhã (esse primeiro café foi pago por fora e não era muito bom não). De lá, mais alguns minutos no micro ônibus até o ponto de partida para a trilha. Já começamos com uma subidinha meio tensa, mas depois de menos de 2h a trilha fica mais plana e pudemos apreciar melhor a paisagem árida dos vales peruanos. Depois de mais um tempinho de caminhada plana, quando a trilha fazia uma curva, avistamos pela primeira vez o monte nevado de Umantay. Uma sensação muito boa ver aquela montanha tão diferente de tudo que eu já tinha visto, melhor ainda foi a sensação de continuar a caminhada em direção a ela e vê-la se aproximando cada vez mais. Conforme íamos nos aproximando, o Apu ficava cada vez mais imponente.

 

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Acho que a caminhada toda durou cerca de 6h nesse primeiro dia, quando chegamos a um acampamento bem legal aos pés das montanhas Umantay e Salkantay. Lá, a altitude já era de 3.850m. Quando chegamos, o almoço já estava servido, comemos muito bem e, pra quem quisesse, já teria que partir pra subir até o Lago da Montanha Umantay, que ficava a cerca de 4.200m. Quem quisesse descansar poderia ficar, pois depois de visitar o lago voltaríamos para o acampamento, mas eu resolvi tentar subir com os meus amigos. É uma subidinha bem puxada e, infelizmente, fui sentindo a tal da altitude... Quando já tínhamos subido um bocado, comecei a sentir dor de cabeça e enjoo, além do cansaço que já estava. Parei, descansei um pouco, pensei em desistir, voltei atrás pra tentar novamente, mas não teve jeito, a dor de cabeça e o enjoo aumentaram e eu resolvi descer. Fiquei um pouco arrependido depois por não ter forçado, mas, como a manhã do dia seguinte seria a parte mais puxada da Salkantay, pode ter sido melhor descer mesmo. Todo mundo que subiu gostou bastante, a lagoa parece ser realmente incrível.

 

Nesse dia não tivemos como tomar banho, não tinha nenhuma possibilidade, nem banho frio. Então, depois do jantar, todo mundo foi dormir em suas barracas. Essa noite foi bem tensa pelo frio, que chegou a -2º, e nem todas as camadas de roupas conseguiram esquentar, mas, até pelo cansaço, deu pra pegar no sono.. rsrs

 

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No segundo dia acordamos bem cedo para tomar café e começamos a caminhada as 7 da matina. Essa primeira parte da caminhada é a mais difícil da trilha, 8km de subida até alcançar o ponto mais próximo do topo da Salkantay e também o de maior altitude da trilha toda: 4.650m! Se achar muito pesado e não se sentir preparado, você pode optar por pagar 100 soles e ir num burrinho até esse ponto. Foi o que as meninas do nosso grupo fizeram, mas falaram que foi bem tenso porque o burrinho vai andando na beira do precipício e um fica brigando com o outro.. Imaginem a emoção! rsrs

 

Eu e meus dois amigos fomos andando e, apesar de realmente bem cansativa, essa subida é muito boa também. Sabe aquela sensação do primeiro dia de se aproximar cada vez da montanha? Nessa subida essa sensação é ainda melhor, porque a montanha fica realmente muito perto a cada passo e chegar lá em cima é uma sensação indescritível. Pra mim, esse foi o momento mais emocionante de toda a viagem, pois realmente já estava me arrastando no final dessa subida. A paisagem lá de cima é completamente surreal e, infelizmente, a foto não capta nem uma pequena parte do que víamos ali.

 

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Depois dessa intensa subida, a trilha passa a ficar bem mais tranquila. Descemos duas horas até chegar no local do almoço e a paisagem já mudou bastante. Depois, descemos mais 4h até o segundo acampamento, que ficava a 2.950m e já aliviava bastante em relação à altitude. Esse acampamento é bem legal, com as barracas num gramadão num lugar bem bonito e ainda vende Cusqueña gelada!! Outra boa notícia: por 10 soles pudemos tomar banho quente (realmente quente e saía bastante água da ducha)

 

No terceiro dia tivemos uma caminhada de 5h já pela manhã. Essa cainhada é em plena amazônia peruana, com mais uma mudança fantástica nas paisagens da trilha, e até que foi bem tranquila, por ser praticamente plana e já não ter o efeito da altitude.

 

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Depois dessa caminhada, rola um almoço num lugar bem legal (foi nesse dia que teve ceviche) e depois a galera vai para as águas termais de Santa Teresa. Foi bom entrar nas piscinas naturais pra dar uma relaxada naquela água quentinha depois de um dia de caminhada, mas quando a gente saiu da piscina por volta de 18h os mosquitos nos atacaram legal.. impressionante como aqueles mosquitinhos tão pequenos fazem esse estrago, parecia até que todo mundo era alérgico de tão bizarras que ficaram as mordidas. Dica: Leve um repelente bem forte. O meu Offzinho não deu muito certo não... ahuahuahua

 

Depois chegamos no nosso acampamento, rolou uma janta bem gostosa e depois uma festinha com muito pisco e inca tequila. A galera ficou doidona! Show de bola! Geral gastou a sapatilha mesmo depois de três dias de trilha. Nesse dia choveu mais forte e acabou entrando um pouco de água na barraca, mas deu pra dormir legal mesmo assim. Talvez pelos efeitos do álcool.

 

No quarto dia pela manhã a galera foi fazer uma tirolesa BIZARRA! Eu, que não tenho tanta intimidade assim com altura, achei melhor não fazer. Fiquei esperando a galera deitado numa redinha. Na verdade, são 5 tirolesas, que vão de uma montanha daquelas pra outra, numa altura surreal, e depois ainda tem uma ponte de madeira com as tábuas bem afastadas e que balança bastante. É realmente muito alto, mas a galera que foi gostou bastante. Todo mundo voltou com a adrenalina lá em cima. Pagando antecipadamente (com a Liz) foi US$ 20, mas na hora era US$ 30.

 

Depois paramos para almoçar em um restaurante (por conta da galera da trilha) no setor da hidrelétrica e fizemos mais uma caminhada plana de 4h pelo trilho do trem cercado por montanhas e a floresta até chegar em Águas Calientes, onde jantamos num restaurante legal (também por conta da galera da trilha) e ficamos hospedados num hostel bem justo, com um quarto para cada casal e banheiro privativo. Foi bom tomar um banho quente e dormir numa cama com edredom depois desses 4 dias de trilha. Águas Calientes é uma cidadezinha bem legal também, me deu vontade de ficar mais mais uma noite lá.

 

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O quinto dia era o grande dia de chegar à Machu Picchu, o dia tão esperado! Tínhamos duas opções para chegar lá: Ou saíriamos 4h do hostel pra subir a pé (grande parte do caminho é uma escadaria bem pesada) e chegar na entrada de Machu Pichhu as 6 da matina (horário que abre o parque arqueológico); ou pegaríamos um ônibus que custa US$ 12. Como eu e minha noiva queríamos curtir bastante Machu Picchu, optamos por pegar o ônibus pra chegar lá 100%. Ainda assim, saímos do hostel 4h40 pra pegar um dos primeiros ônibus. Por incrível que pareça, a fila já estava bem grande, mas conseguimos pegar um dos primeiros e chegamos lá as 6h, como havíamos combinado com o pessoal que foi a pé.

 

Chegamos lá as 6h da matina, primeiro horário pra entrar em Machu Picchu, tivemos uma visita com o guia de cerca de 2h e depois ficamos rodando por aquela cidade mágica até as 17h, o horário que fecha Machu Picchu. Passamos o dia inteiro lá e ainda saí com um gostinho de quero mais. Não tem como descrever Machu Picchu, é um lugar absurdamente fantástico, inacreditável e com uma energia única. Cada canto encanta, dá vontade de entrar em cada casinha, cada corredor, olhar em cada janela, cada pedra, ficar sentado admirando tudo aquilo, aquela cidade fantástica cercada por aquelas montanhas... muito impressionante! Ainda vou voltar pra lá (quem sabe pela trilha inca dessa vez)!

 

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Fiz a volta pra Águas Calientes a pé, mas também tinha a opção de descer de ônibus por mais US$ 12. Como iríamos pegar o último trem, que saía por volta de 22h, ainda deu tempo de jantar com calma numa pizzaria e tomar uns Pisco Sour.

 

Acabei escrevendo bastante aqui, mas com certeza não consegui descrever nem 10% da experiência que foi fazer a trilha Salkantay e conhecer Machu Picchu depois de 4 dias andando pelas montanhas e florestas peruanas, sentindo a dificuldade que aquela povo tão especial sentia para chegar até àquela cidade mágica. Só o que posso é recomendar todos a experimentar essa aventura.

 

Próximo Capítulo: Arequipa!

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Capítulo 4 - Arequipa e o merecido descanso

 

Arequipa era uma cidade que eu estava com muita vontade de conhecer, mas acabamos cometendo um erro de planejamento que mudou um pouco o roteiro. Dois fatores nos levaram a incluir Arequipa no roteiro.. o primeiro era o famoso Cãnion del Colca e o segundo era a arquitetura da cidade. O problema é que precisamos tirar um dia de Arequipa porque não tinha como fazer a viagem Cusco-Arequipa no dia de volta da trilha Salkantay. Assim, só ficaríamos 3 dias na "Ciudad Blanca" (incluindo o dia que chegamos de manhã e o dia que fomos embora à noite). Quando chegamos na cidade e fomos procurar sobre o passeio do Cãnion del Colca ficamos sabendo que poderíamos fazer o passeio de apenas 1 dia ou fazer o passeio de 2 dias inteiros e 1 noite. Entretanto, ficamos no seguinte dilema: para fazer o passeio em apenas 1 dia teríamos que passar 5h indo e mais 5h voltando, ou seja, 10h de carro durante o dia numa viagem que já estávamos fazendo muitos deslocamentos; para fazer o passeio de 2 dias e 1 noite, que achei a melhor opção, teríamos apenas o dia em que chegamos (e já estávamos cansados) para conhecer a cidade de Arequipa.

 

Diante dessa situação e por já estarmos muito cansados pela Salkantay, acabamos decidindo por não fazer o passeio do Cãnion del Colca. Assim, deixamos os três dias em Arequipa para conhecer a cidade com calma, passear por suas ruas prestando atenção nos inúmeros detalhes, comer bem (melhor custo/benefício da viagem) e repôr as energias, até porque teríamos mais aventuras pela frente. Dessa forma, nosso roteiro acabou ficando um pouco diferente do que a maioria dos viajantes fazem, mas pra mim valeu muito ficar três dias curtindo a "Ciudad Blanca" com calma. A Plaza de Armas de Arequipa é realmente incrível com sua Catedral, seus arcos, o Tuturutu (uma estátua do carinha que tocava a corneta.. rs) e os vulcões ao fundo. Pra mim, é o lugar mais legal da cidade.

 

Ficamos hospedados no ótimo Hostal Bubamara. Lá, os quartos eram muito bonitos, limpos e confortáveis, o café da manhã era ótimo e num terraço bem legal com vista para vulcões, os funcionários nos trataram super bem e o hostal era muito bem localizado. Saindo do hotel, poderíamos caminhar 5 minutos para a direita que estaríamos no bairro de San Lazaro, poderíamos caminhar 5 minutos pra esquerda que estaríamos na Plaza de Armas, além de ter vários restaurantes ótimos bem perto (inclusive um em frente) e o Monastério de Santa Catalina ser praticamente vizinho. O preço também foi muito bom pelo que o hostal nos ofereceu. A diária para cada casal em quarto privativo saiu de US$ 24 a US$ 32 cada (ficamos em quartos diferentes porque quando fizemos a reserva o hostal só tinha esses três quartos disponíveis).

 

Em relação aos restaurantes, Arequipa foi o lugar que melhor comemos e por um preço muito bom. O restaurante que ficamos mais espantados com o preço foi o Ratatouille, onde almoçamos duas vezes um ótimo menu do dia (com entrada, prato principal e chicha morada) pela bagatela de 8 soles (!!!!) num restaurante com um ambiente bem legal. Outra ótima opção é o Hatunpa, onde jantamos por cerca de 20 soles um prato com 7 tipos de batatas (é a base de todos pratos de lá, também tem a opção só com 3 tipos de batata) e uma cobertura bem caprichada. Estava uma delícia, só não peça com pimenta.. o prato da minha noiva que ela pediu com pouca pimenta veio bem forte. Também gostamos muito do Buda Profano, que fica exatamente em frente ao Hostal Bubamara, onde jantamos uma ótima comida japonesa vegana (nunca pensei que fosse gostar disso) por uns 25 ou 30 soles por pessoa. Um pouco mais caro, mas também muito bom, é o restaurante Capriccio, onde também tem ótimas sobremesas e cafés. Em todos esses restaurantes, além de um ótimo custo benefício, o atendimento era ótimo. Também jantamos uma noite no La Terraza, onde tem uma vista maravilhosa para a Plaza de Armas, mas a comida não é lá essas coisas e é bem carinho pros padrões de Arequipa (ainda assim pode-se comer um ceviche por 40 soles).

 

No primeiro dia chegamos bem cedo de viagem, deixamos a mala no Bubamara e fomos procurar um lugar pra tomar café. Ainda passeamos um pouco pela Plaza de Armas e voltamos para descansar um pouco. A galera resolveu fazer um "Free Walking Tour" guiado por estudantes da universidade que começava as 15h e passava por vários lugares legais da cidade, como o Bairro de San Lazaro e os principais pontos do centro histórico, explicando detalhes da história e da arquitetura desses lugares. É ótimo fazer esse passeio no primeiro dia, pois se pode ter uma ideia geral dos pontos turísticos da cidade e escolher em quais se quer voltar com mais calma. No final do tour, você contribui com o valor que achar justo para o guia. A galera curtiu bastante.

 

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No segundo dia fomos à Casa Museo Mario Vargas Llosa, que conta a história da vida do autor juntamente com as histórias de suas obras, tudo isso de uma forma interativa bem interessante, onde entramos em cenários, como o quarto de infância do autor, um trem e um bar, além de uma série de curtas que mostram a vida e a obra do autor em cada uma das salas. A entrada foi 20 soles e valeu muito à pena, curti bastante conhecer esse museu. De lá, fomos ao Mirante Yanahuara, que também é bem legal, tem uns arcos brancos e uma ótima vista para o vulcão El Misti, além de uma igrejinha bem simpática. Assim como esses arcos do mirante, boa parte das construções de Arequipa (inclusive o bairro de San Lazaro) foram feitas de sillar, uma pedra vulcânica meio branca, por isso Arequipa é conhecida como "Ciudad Blanca". Depois, ainda fomos a um concerto de violas gratuito. Essa experiência foi bem bacana, pois nós eramos os únicos turistas e pudemos curtir um pouco das músicas típicas peruanas ao som da viola. Pra melhorar, ainda tocaram duas músicas em homenagem ao Villa-Lobos. Ficamos sabendo desse concerto no centro de informações turísticas que fica na Plaza de Armas, lá tem muitas informações legais de passeios, teatros e concertos.

 

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No terceiro dia em Arequipa fomos pela manhã no Mercado Central de San Pedro, um mercado que vende de tudo, desde roupas até um porco inteiro ou uma cabeça de bode (pelo menos parecia ser de bode.. rs). Acho legal visitar um Mercado Central e participar um pouco daquela loucura toda. Também pode-se encontrar muito artesanato lá, mas 90% do que a gente viu era o mesmo de Cusco, só que mais caro. Ou seja, se for comprar artesanato (principalmente casacos, luvas ou gorros), compre em Cusco, onde tem muito mais opções e é mais barato. Depois, fomos ao Museu de Santuários Andinos, um museu também muito legal, onde pagamos 20 soles para entrar e mais o valor que consideramos justo para o guia. No museu pudemos ver um monte de objetos incas incríveis (cerâmicas, têxteis, metais, etc), inclusive sobre as cerimônias de sacrifício, tudo muito bem explicado pelo guia. Todos os objetos eram incríveis, principalmente depois de ter visitado Cusco e Machu Picchu, mas o que foi mais fascinante foi ver a Múmia Juanita. Na verdade Juanita não é uma múmia, a jovem foi sacrificada e encontrada 500 anos depois congelada a mais de 6.000 metros de altura, sobre o topo do vulcão Ampato e a uma temperatura de 20° negativos, com um grau de preservação impressionante.

 

Depois do Mercado Central e do encontro com Juanita, fomos tomar uma cerveja Arequipeña (infelizmente, não chega nem perto da Cusqueña) em um restaurante bem legal na Plaza de Armas que ficava no topo do hotel Akari (bem na Plaza de Armas, de frente para a Catedral). Lá cada cerveja fica por volta de 10 soles, caro pro padrão Arequipa, mas a vista de lá é simplesmente fantástica! A vista mais incrível da cidade, mais bonita do que a do mirante.

 

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Próximo Capítulo: Huacachina e a volta das aventuras!

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Capítulo 5: Huacachina - A volta das aventuras

 

Huacachina foi sem dúvidas um dos grandes acertos quando fechamos o roteiro dessa viagem. A cidade por si só já é incrível, por ser uma vila construída ao redor de um oásis no meio do deserto de Ica (um dos mais áridos do mundo), e ainda é cercada de atrações incríveis, como as aventuras pelas dunas do deserto, as Islas Ballestas, a Reserva Nacional de Paracas e as bodegas do rota do pisco. Ou seja, Huacachina nos ofereceu aventura, natureza incrível e alcool... precisamos de mais o que? hauhauhua

 

Para chegar ao vilarejo, pegamos um ônibus noturno até a cidade de Ica, de lá pegamos um táxi por 10 soles que chegou em Huacachina em cerca de 10 minutos. Mas é bom prestar atenção porque pegamos uma dupla de taxistas (como éramos 6, pegamos 2 táxis) que parecia uma dupla de picaretas de um filme de comédia. Os dois muito brincalhões, fazendo piada, cantando música brasileira, falando que adorava cachaça.. mas começaram a falar dos passeios, que tinham um convênio com a Cruz del Sur e, por termos vindo pela empresa, teríamos descontos e tudo mais, além do passeio com eles ser muito melhor do que os outros e tudo mais. Os picaretas chegaram a parar na agência falando que tinham que parar lá pra pagar uma taxa, só pra ver se a gente fechava logo os passeios. Não fechamos nada com eles e depois constatamos o óbvio: eles estavam cobrando um preço "com desconto" que era mais caro do que o preço normal de todos os outros lugares. Ainda acho que teria grande chances do passeio ser de má qualidade também.

 

Ficamos hospedados no hostel El Boulevard, que teve seus pontos prós e contras, mas, no geral, gostei de ter ficado lá. Primeiro é bom ressaltar que em Huacachina não há tantas opções de hospedagem, com boa avaliação no booking as opções são ainda menores. Dentro dos lugares com avaliação razoável no booking, o El Boulevard era o menor preço para um quarto privado com banheiro (pagamos US$ 35 para cada diária num quarto de casal com banheiro privado). O ponto negativo é que os quartos eram um pouco sujos, principalmente o banheiro. Mas de positivo tinha o Tony, o cara que administra o hostel é super gente boa e proporciona um clima muito legal por lá, jogava ping pong com a gente, de noite organizava brincadeira pra todo mundo beber e ainda organizava os passeios de uma forma bem diferenciada. Com o Tony, pudemos fazer os passeios do nosso jeito e sem muita gente. Inclusive, no segundo dia só conseguimos fazer tudo porque o Tony adaptou o passeio pra gente.

 

No primeiro dia, após a tentativa de enrolação dos taxistas picaretas, chegamos ao El Boulevard, que fica bem no oásis mesmo. Lá mesmo fechamos os passeios para os dois dias com o Tony. De tarde, as 16h, fomos para o passeio de buggy nas dunas, pelo qual pagamos 30 ou 40 soles (se não me falha a memória). Esse passeio foi muito legal porque só foi a galera do hostel (nós 6 e mais duas irmãs holandesas) e o piloto maluco do buggy fez um tour diferente, então não ficava passando um monte de outros buggys e sempre parávamos em lugares que não tinha mais ninguém. Primeiro vale ressaltar que o buggy de Huacachina passa muito mais segurança do que os do nordeste brasileiro, pois ele é fechado (parece uma gaiola) e tem cinto de segurança. Mas, ainda assim, o piloto faz umas manobras sinistras que dá um friozinho na barriga. As dunas são surreais de grande, o deserto parece ser interminável e a paisagem é incrível. O passeio faz algumas paradas pra apreciar a vista e mais três para praticar sandboard (em pé, sentado e deitado), descendo por dunas absurdamente grandes (!!!). O melhor pra mim foi o final, quando o piloto parou num lugar com uma vista surreal para o pôr do sol, ficamos tomando uma cusqueña e quem quisesse ainda poderia ficar praticando sandboard. Todo o passeio é legal, mas aquele pôr do sol no deserto encerra com chave de ouro e torna o momento inesquecível.

 

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Quando voltamos ao hostel, o Tony organizou uma brincadeira de uma torre de peças que deveríamos tirar uma peça e colocar em cima. Só que quase todas as peças mandava uma ou mais pessoas tomar uma dose de pisco.. ou seja, geral ficou no brilho. A brincadeira foi bem legal, todo mundo que estava no hostel (umas 12 pessoas) ficou se divertindo e interagindo. Quando estávamos decidindo se iríamos jogar outra rodada ou se iríamos todos jantar e continuar bebendo num bar, acabou a luz na cidade inteira. Aí o Tony teve mais uma ótima ideia que aumentou ainda mais a interação da galera: chamou todo mundo pra cozinha, cada um com a sua lanterna ou celular, e fez uma janta pra gente show de bola. Um dos melhores Lomos Saltados que eu comi no Peru.

 

No nosso segundo dia em Huacachina, o Tony fechou um passeio pelas Islas Ballestas, Reserva Nacional de Paracas e bodegas da rota do pisco só para nós 6 por 110 soles para cada um (90 soles para Belletas e Reserva de Paracas + 20 soles para a visita das bodegas), já incluindo a entrada do parque. Acordamos bem cedo pra sair as 7 da matina rumo às Islas Ballestas. Chegamos lá as 8 e iniciamos um passeio num barco muito bom e com um guia muito bem preparado. A dica para esse passeio é ficar na parte esquerda do barco (para apreciar mais a paisagem) e não sentar na parte da frente (porque balança mais e pode incomodar quem não está acostumado). O passeio é fantástico! Sabe quando você espera muito de um lugar e mesmo assim ele te surpreende? Islas Ballestas foi um desses casos. Antes de chegar lá, ainda observamos o o "Candelabro", um desenho na areia que está lá há séculos e não se move, alguns ainda dizem que é a primeira linha de Nazca, já que a civilização Paracas é percursora da civilização Nazca. Quando chegamos na ilha, foi até difícil de acreditar que estávamos vendo aquela quantidade absurda de pelicanos, gaivotas, pinguins e leões marinhos vivendo ali em seu habitat natural e tão perto da gente. Não tem como não se arrepiar. As aves parecem formar uma nuvem quando voam juntas (outra dica: levem um chapéu.. é tanta ave que as vezes "chove" suas necessidades rsrs) e os leões marinhos são um espetáculo à parte, chegamos até a ver uma briga entre eles, quando um jogou o outro pra fora da pedra. Sem dúvidas, esse foi um dos melhores momentos da viagem.

 

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Depois dessa experiência fantástica, fomos visitar a Reserva Nacional de Paracas. O lugar também é fantástico, onde acaba o deserto de Ica e começa o Oceano Pacífico, formando paisagens surreais. No passeio nosso motorista parou em vários pontos (inclusive um que era proibido rs) pra gente apreciar o deserto, o mar e até flamingos. Mas o que mais nos impressionou foi a última parada: A Playa Roja, que tem esse nome porque areia tem muito ferro, o que a torna vermelha. O deserto amarelado, a areia vermelha e o mar azul formam uma paisagem incrível, daquelas que ficam guardadas na cabeça. Bem alli perto da Playa Roja ainda almoçamos um ótimo ceviche.

 

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Depois fomos visitar as bodegas da rota do Pisco. Dentro da região de Ica fica a cidade de Pisco, onde se originou a produção do famoso destilado peruano. Nesse tour passamos por duas fábricas industriais e uma artesanal. Na primeira industrial provamos alguns tipos de pisco e compramos umas lembranças (umas garrafinhas de pisco bem bonitas); na segunda fábrica degustamos pisco e também alguns tipos de vinhos que são produzidos lá; na artesanal provamos pisco e uma série de "cremas de pisco", que são como licores, muito boas! Compramos algumas cremas das frutas típicas peruanas pra trazer pro Brasil. Por volta de 19h voltamos para Huacachina.

 

Próximo capítulo: Lima repondo as energias

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Muito legal seu roteiro e mesmo antes da minha viagem ja estou considerando voltar ao Peru.

Meu roteiro tera Huaraz, Lima, Arequipa , Cusco e MP.. desta vez nao vou poder conhecer o deserto!

Aguardando os proximos capitulos

Obrigada

 

Valeu! Espero estar ajudando aí no seu planejamento.. o Peru é um país incrível e cheio de lugares diferentes e surpreendentes.

 

Se eu puder dar uma dica: Vale à pena um esforço pra conhecer Huacachina, se der pra "apertar" um pouquinho cidades como Lima e Arequipa. Dois dias em Huacachina são suficientes.

 

Em breve vou escrever sobre Huaraz. Outro lugar que é fantástico e vale muito conhecer.

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Capítulo 6: Lima

 

Lima foi uma cidade mais de passagem durante a nossa viagem, mas foi muito bom pra repôr as energias, comer bem (embora gastando mais também) e conhecer um pouquinho da cidade. Primeiro, entre Huacachina e Huaraz, paramos 1 noite e 1 dia em Lima, até porque, infelizmente, nossos amigos Jônatas e Amanda voltariam para o Brasil de lá e não nos acompanhariam até Huaraz. Grande desfalque pra última parte da viagem. Depois, na volta de Huaraz, ficamos mais um dia em Lima pra esperar o nosso voo de volta para o Brasil.

 

Ficamos hospedados em dois lugares diferentes. O primeiro foi o B&B Miraflores Wasi, que tinha um ótimo preço, o quarto era super confortável e tinha um café da manhã muito bom. Entretanto, foi lá que tivemos o episódio mais chato da viagem... no dia de irmos embora, fizemos o check out por volta de 11 da manhã e deixamos nossos mochilões em um quarto (tipo uma dispensa) pra pegar depois na hora de ir embora de lima. Quando voltamos, Carlinha percebeu que a câmera não estava mais no mochilão! Procuramos em tudo e nada. Pra piorar, a galera do hostel foi super ruim de jogo, falou que a câmera que se localizava ali não funcionava.. uma confusão! Conclusão: nossa amiga perdeu a máquina e muitas fotos de grande parte da viagem, o que deixou todos muito chateados com a situação. Mas bola pra frente que ainda tinha viagem. E pelo menos tinham muitas fotos em outras câmeras e celulares. Praticamente tudo da viagem teve seu registro :)

 

Nossa outra hospedagem foi mais tranquila, no La Casona del Buhó. É um casarão antigo bem grande, com quartos bem confortáveis, chuveiro quentinho e um café da manhã bem razoável. O casarão é administrado por um húngaro meio enrolado, que não fala bem inglês nem espanhol, mas o cara é bem esforçado e no final dá pra se comunicar. Lá tivemos outro episódio chato da viagem, mas que não foi culpa deles. Quando fomos pagar, o húngaro nos informou, até com certo constrangimento, que uma nota de 50 soles que usamos estava falsa. De fato, tentamos conferir no museu e a nota era realmente falsa. Acreditamos que recebemos a nota falsa em Huaraz, talvez no hostel que ficamos hospedados.

 

Fomos em três restaurantes sensacionais em Lima. Almoçamos um dia no La Mar Cebichería, que tem pratos caros (vão de 40 a 90 soles), mas são muito bons e o atendimento também é nota 10. Outro almoço muito bom foi no restaurante do Museu Arqueológico Rafael Larco, onde o ambiente era bem bonito e agradável, o atendimento era ótimo e a comida era sensacional (pratos na faixa de 40 a 50 soles). Na nossa última noite da viagem, fomos procurar um restaurante bacana em Barranco, um bairro boêmio e cultural de Lima (quase uma Lapa de Lima), e encontramos o Isolina, com um ambiente muito legal, descontraído, bom atendimento e ótima comida. Lá comemos um prato para duas pessoas por 60 soles com ceviche tradicional, chicharron de polvo (tipo um polvo à milanesa), batata doce e milho... estava nota 1000!!! Pra completar, tomamos nossas últimas Cusqueñas da viagem.

 

Chegamos em lima já no final da tarde depois de uma viagem de 4h de Ica. Fizemos o check in no hostel rapidinho e fomos ao Parque de la Reserva para assistir o espetáculo mágico das águas, que começava por volta de 20h. Pegamos um ônibus até lá e tivemos nossas "boas vindas" à Lima.. o motorista era muito mal educado, deu o troco errado pra gente e era bem barbeiro (e olha que eu estou acostumado a pegar o 410 no Rio de Janeiro). Chegou ao ponto de dois taxistas fecharem o ônibus e ficarem encarando o motorista. Eu tinha certeza que iria dar em confusão, mas depois os caras foram em bora e deu tudo certo. Cidade grande tem dessas loucuras. A entrada no Parque de la Reserva é apenas 4 soles e o espetáculo é realmente muito bonito, com as fontes mudando de direções e de cores, falando um pouco da história do país e de fatos importante que aconteceram naquele dia em outros anos. Vale muito à pena. Além do espetáculo principal, há várias outras fontes bem bonitas e divertidas, onde a galera pode entrar numa espécie de corredor de águas ou num labirinto de água (muita gente acabava saindo de lá bem molhada). Esse foi o único dia que todas as fotos legais estavam na câmera furtada, mas tudo está na nossa memória.

 

No dia seguinte o pessoal foi de manhã para o sítio arqueológico Huaca Pucllana, que ficava bem pertinho do hostel, ali em Miraflores mesmo. A entrada era 12 soles e parece que vale à pena. O lugar tem mais de 1500 anos e foi construído pela civilização Lima, mas também foi utilizado pela civilização Wari, como um cemitério, e pela civilização Ychsma, para realizar oferendas. A galera curtiu o passeio e depois nos encontramos no centro de Lima. O centro é bem bonito, com suas construções antigas, umas varandas de madeira bem diferentes (o que achei mais legal lá) e a Plaza de Armas, sempre bacana e imponente. Depois do almoço (e que almoço! no La Mar Cebichería), fomos passear pelo Malecón de Miraflores, que é um conjunto de parques na costa de Lima. O passeio é bem agradável, tem parques que imitam as linhas de Nazca, que imitam o Parque Güell de Gaudí, tem um farol bem bacana e esculturas interessantes. Depois de umas duas horas de caminhada, chegamos ao shopping Larcomar. Embora não goste muito de shopping, esse é até legal, pois é meio aberto e com aquela vista pro Pacífico, além de ter ótimos cafés.

 

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No nosso último dia em Lima, depois da volta de Huaraz, fomos visitar o tão recomendado Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera. O museu é realmente fantástico, com uma quantidade imensa de objetos de civilizações incas e pré incas em perfeito estado, parecem até que acabaram de ser produzidas. O museu é um mergulho na história pré hispânica do Peru. Só pra se ter ideia, logo na primeira sala a gente já vê duas ou três "Cabezas Clavas" de Chavin, sendo que em Chavin de Huantar, lugar original das cabezas clavas, só tem uma! É realmente assustador o grau de preservação de cerâmicas de mias de 2000 anos de várias culturas diferentes. No final, ainda tem uma sala erótica com muita coisa impressionante, muito interessante como essas civilizações também exploravam o erotismo em suas obras. O museu é um pouco caro (30 soles a entrada), mas vale MUITO! Foi o que achei mais legal em Lima, cada passo no museu era surpreendente. No final do dia fomos ao boêmio bairro de Barranco para ter um ótimo jantar no Isolina e nossas últimas Cusqueñas.

 

Se tiver pouco tempo em Lima, como nós, o que posso recomendar é pra não deixar de ir ao Parque de la Reserva para assistir o espetáculo das águas e, principalmente, não deixar de ir ao Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera. Esses são os dois lugares que considerei imperdíveis em Lima e dá até pra fazer em um dia só.

 

Próximo (e último) capítulo: A impressionante Huaraz pra fechar a viagem com chave de ouro!

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