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Salvador 5 dias - leia para saber o que NÃO fazer


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Resolvi ir a Salvador no mês de setembro para vivenciar um pouco a cidade fora da alta temporada e para ver as baleias em Morro de São Paulo, mas de propósito não quis planejar muita coisa ou montar um roteiro. Primeira viagem em que pesquiso somente o básico, como transporte, segurança e condições climáticas. Li alguns relatos mas eles não tinham tanta informação.

 

Não reservei hostel porque sei que é tranqüilo nessa época. Fiquei no Barra Guest Hostel, que é muito bom. Recomendo. Pessoal muito amável e bacana, colchões bons, roupa de cama limpa, ambiente limpo, café da manhã maravilhoso. Me senti muito bem lá. Fica no bairro Barra. Antes de chegar nele, havia ido para o endereço de um muito bem conceituado no tripadvisor. Ao chegar, era um hostel design, chamado F Design, no bairro Rio Vermelho. Não gostei do ambiente da recepção nem do preço, mas eu estava cansada da viagem e acabei pegando uma diária e indo para o quarto. Fiquei cerca de uma ou duas horas por ali e depois conversei com a gerente que não queria ficar. Me senti muito mal naquele lugar, não sei explicar. Parecia um hotel, não um hostel. Tudo muito impessoal, arrumadinho demais, mobiliário caro. Não é, definitivamente, o ambiente que curto, e acredito que os mochileiros em geral tb não. Sem contar que era 15 reais mais caro. A gerente me devolveu o dinheiro. Mas conversando com ela, ela acabou dizendo que o tempo não estava bom pra ir para Morro (chuvoso e com previsão de mais chuva), e eu acabei caindo nessa história. PRIMEIRA LIÇÃO: não se importe com as previsões de chuva. Elas duram no máximo umas duas horas. Tem dia que chove meia hora, abre sol, chove mais meia hora, abre sol de novo... é uma região com muitos ventos e por isso é bem difícil prever o que vai acontecer, e percebi que as chuvas costumam ser rápidas. ARRISQUE. Eu infelizmente não tive ninguém pra me contar isso e deixei de ir a Morro.

 

PRIMEIRO DIA

Ao chegar em Salvador no fim da tarde de uma segunda-feira, pedi sugestões no hostel sobre o que fazer. Estava chovendo um pouco. Me sugeriram andar na orla. E eu fui. Obviamente andar numa orla com chuva à noite sozinha não é lá um programão. Hoje, sei que existe um espetáculo, o balé folclórico da Bahia, que eu poderia ter ido assistir, mas só soube dele no dia que estava indo embora.

 

SEGUNDO DIA

Na terça eu e dois amigos que fiz no hostel recebemos sugestōes de ver o pôr do Sol no farol da Barra e depois ir ao Pelourinho pois seria dia de ensaio do olodum. Não teve Olodum. Com muita sorte pegamos o finalzinho do bloco Didá. Mas por termos ido ver o pôr do sol, chegamos ao Pelourinho muito tarde e não vimos a tal da bênção, que na verdade tem uma simbologia. Nem vimos o tal do Jerônimo, que é a parte profana após o sagrado que é a bênção, pois nos disseram para ir depois do Pelourinho ao Rio Vermelho, num lugar chamado Casa da Mãe. Foi horrível. Péssimos cantores tocando músicas aleatórias nada a ver com a cultura baiana. Segundo soube depois, o dia ideal de ir à Casa da Mãe (que fica no Largo da Dinha) é a QUINTA-FEIRA. SEGUNDA LIÇÃO: tudo em Salvador tem um dia muito especifico pra acontecer, mas o pior é que as pessoas não sabem direito quais são.

 

Durante o dia eu e os amigos do hostel fomos ao Pelourinho e conhecer o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo. Eu não sou de comprar coisas em viagem, fui porque achei que seria algo típico e popular. Na verdade o Mercado Modelo é uma acumulação de lojinhas de lembrancinhas caras, nada interessante. Nos recomendaram comer no Mercado Modelo. Foi o pior almoço e atendimento que tive em muito tempo. É o restaurante da parte de cima, à direita. Não conseguimos nem comer o peixe, de tão ruim. Não recomendo o Mercado. Na verdade depois eu soube que existe um mercado popular, que era o que eu achava se tratar o Mercado Modelo, que se chama Feira de São Joaquim. É um lugar onde 100 laranjas custa 6 reais, onde o coco custa 40 centavos e há diversos artigos de candomblé e artesanatos genuínos. Infelizmente acabei não indo também pois soube tarde sobre ele.

 

O Pelourinho foi interessante. As igrejas estavam fechadas e a única que entramos é naquele estilo Rococó tao parecido com Rio e Ouro Preto que já não me impressiona mais. Não sou muito ligada em igrejas. Um carrinha que fica "vendendo" axés (bênçãos), com um monte de mato na mão, me abordou na rua. Eu sorri e recusei agradecendo e dizendo que já sou abençoada (nem sou religiosa). Ele me fuzilou com evil eyes :evil: e começou a me xingar e desejar coisas ruins. Que bela recepção.

 

TERCEIRO DIA

 

Como havia previsão de sol apenas para quarta-feira mas teoricamente os outros dias seriam chuvosos, resolvi acordar na quarta de manhã e partir para Praia do Forte ao invés de Morro, pois não precisaria fazer travessia por mar. Praia do Forte fica a duas horas de ônibus e este custa R$8,60. Tranquilão. Gostei de ter passado a tarde sozinha na praia lá. Negociei um snorkel por 15 reais com o Miau, que é um vendedor de bebidas na praia que me levou até o Lucas e Júnior, que ficam perto do projeto Tamar com uma canga alugando os materiais de snorkel e nos acompanhando. O Júnior é gente boa e mergulhou comigo dando muita atenção. O Miau depois de seu expediente, antes do pôr do sol, me acompanhou mostrando a pequena vila e contando histórias. Gostei muito. À noite após conversar com Miau voltei para o único hostel que encontrei no tripadvisor em Praia do Forte. É outro que sinceramente não tem nada a ver com hostel. Cheio de famílias e crianças. A maioria dos quartos é privativa. Não há uma área de convivência legal pra agregar pessoas. E só tinhas duas meninas paulistas no meu quarto que não tinham muito meu estilo. A vila é morta à noite dia de semana. E no dia seguinte, na quinta, não haveria saída para ver baleias. Ou seja... achei melhor cair fora dali no dia seguinte de manhã.

 

QUARTO DIA

 

Completamente fora dos planos iniciais, voltei para Salvador. A previsão era de chuva direto e mais uma vez não fui pra Morro, até porque teria pouco tempo mesmo. Perdi a manhã viajando e à tarde voltei pro Barra Guest. O pessoal estava na preguiça e eu não tinha ideia do que fazer. Resolvemos descansar para curtir a night no Rio Vermelho pois eu soube que havia um tal de Quintas Dancehall. Eu adoro dancehall e raggajam e estava muito feliz que poderia arriscar uns passos e me divertir. Fomos em quatro pessoas então para o Rio Vermelho. Eu queria também comer o acarajé da Dinha. Não entendo por que é tão famoso. Foi o quarto e pior acarajé que já comi... fava frio, o camarão fava gelado, o tempero era sem graça. Até em Cuiabá e em Cabo Frio tinha acarajé melhor. E as baianas atendem de cara amarrada. ALIÁS...em todos os lugares que eu fui, os atendentes eram muito mal-humorados e mal educados. Sempre de cara amarrada, fazendo as coisas de má vontade. Detesto generalizações, essa foi minha experiência, mas todos no hostel tiveram a mesma má impressão sobre as pessoas. Isso me fazia me sentir muito mal naquela cidade. Nada receptivos. Completamente diferente da imagem que eu tinha de Salvador. Depois do acarajé e um pouco de papo numa mesinha do Largo, fomos arriscar dançar. No dancehall tentamos dois horários diferentes, mas as pessoas simplesmente NÃO DANÇAM. Elas ficam fumando na varanda. Muito desanimado. No dia seguinte conversei com pessoas que eram de Salvador que disseram que jà foram outras vezes e sempre foi assim. Muito chato e sem sentido. Tentamos então entrar num outro lugar na orla da praia que tem a fachada grafitada. Assim como no dancehall, eles não nos deixam ver o que tá rolando antes de pagar a entrada. Tinha um boliviano inventando uns passos malucos para musiquinha de flauta, com um microfone e completamente fora de ritmo. Coisa mais bizarra. Pessoas nos atenderam muito mal nesse lugar também. Nos arriscamos depois um outro bar mais pra frente próximo ao largo da Dinda, que teoricamente seria samba. Entramos e vi o funk mais bizarro da minha vida. Tava rolando "surra de bunda". Os gringos que tavam comigo ficaram horrorizados. Como sempre, tivemos que pagar antes de entrar e ver a merda que era. A noite no Rio vermelho é uma droga e não tinha nada de típico da Bahia. Sertanejo e funk dominavam. Eu não viajei pra ver isso. Com muita decepção, voltamos para o hostel para dormir.

 

QUINTO DIA

 

Já muito desapontada com a cidade e com a falta de informação das pessoas e sem conseguir achar muita informação na internet, resolvi contratar uma guia particular para me levar à Igreja do Bonfim, Ribeira e Solar do Unhão. Nunca havia usado guia na minha vida. A guia era boa, o problema é que não havia mesmo nada de muito interessante nesses lugares. Foi tipo... ok. O museu estava fechado, a Igreja do Bonfim não tem muito de sincretismo religioso dentro dela como achei que teria, o lance das fitinhas é uma criação recente visando turismo mesmo (antes era uma fita de seda que tinha o tamanho do braço da escultura da igreja, para pendurar no pescoço, mas depois foi feita a outra para atrair turismo) e a Ribeira tem uma vista bonita com uma igreja que mistura barroco e rococó, mas nada que tenha me feito sentir experimentar a cidade. O sorvete da Ribeira é gostoso mas já comi melhores, e o atendimento é tão ruim que não teve graça. Lembrei muito de eu sem fazer nada em Bananal-SP comendo um sorvete delicioso, com uma sensação boa andando pela praça. Não senti o mesmo ali em Salvador. Enfim, não precisava de uma guia para conhecer. O que salvou foi o discurso dela amoroso pela cidade. Vi que tem gente que gosta e enxerga coisa boa ali, e isso deu um certo consolo, apesar de eu não conseguir enxergar. Conheci um cara durante a visita guiada que era amigo da guia e que trabalha na tv local inclusive na parte de dicas sobre a cidade, avaliações de bares, etc, que me convidou para sair à noite. Nem ele sabia direito a programação. Tentou dois lugares: um havia acabado (era um jazz na rua) e o outro estava vazio e era um pub caro, nada a ver com a cidade. Foi uma droga. Ou seja, o cara que dá dicas sobre a cidade não sabe o que tem na cidade. Shame on me. A guia me recomendou também pra ir num lugar com uma feirinha que, segundo ela, era muito legal, e quando cheguei no lugar não havia feirinha nenhuma e fui à toa.

 

TERCEIRA LIÇÃO: as pessoas amam Salvador somente porque amam, mas não conseguem dar muitas dicas do que experimentar pela cidade. E as pessoas não são receptivas para conversar então nem assim consegui vivenciar um pouco da experiência dos moradores. As únicas pessoas locais que me deram atenção falaram muito mal da cidade, me colocavam medo dizendo que não deveria andar sozinha, que é extremamente perigoso, etc.

 

 

No sábado eu tinha um vôo à tarde e tentei ir à praia do Porto da Barra pela manhã mas infelizmente choveu.

 

SALDO FINAL

 

Saí de lá com uma impressão ruim e a certeza de que a Salvador divulgada é uma que é criada artificialmente apenas para as grandes festas de verão e carnaval ou a da Copa. Aquelas baianas só estão lá vestidas daquele jeito para os turistas tirar fotos ou vender acarajé, não porque faz um sentido para a cultura deles mais. Ninguém soube me dizer onde e como eu conseguiria visitar um terreiro de candomblé para ver algo genuíno. Senti muita falta disso. Na terça, na bêncao, talvez tivesse sido interessante para ver algo de sincretismo religioso, mas não vi e não sei dizer. As igrejas católicas são iguais as de outros lugares e não vi pessoas do candomblé dentro delas mesmo na sexta-feira onde havia pessoas dentro dela para rezar. Apenas do lado de fora tinham aqueles caras vestidos de pai de santo com bacia de comida na mao pra pegar dinheiro de turistas. O Olodum parece que agora é aos domingos, mas como tive tantas informações erradas, não sei se da pra confiar. No site do Filhos de Gandhi não é divulgado dia de ensaio e ninguém soube me dizer.

 

Gosto de passar bastante tempo em cada lugar para experimentar o dia a dia do local, mas sinceramente não recomendo mais do que um dia em Salvador. Escolha o que mais te interessa ou vá em função do dia. O resumo está aí abaixo (mas lembre-se, pode mudar ou podem ter me informado errado):

 

SEGUNDA - BALÉ FOLCLÓRICO no Pelourinho

TERÇA - Bênção e Jeronimo no Pelourinho

QUARTA - faço nem ideia

QUINTA - Casa da Mãe (não fui mas parece ser algo mais genuíno)

SEXTA - Samba tradicional de 15 em 15 dias num lugar que não souberam me explicar onde era

SÁBADO - nao faço ideia

DOMINGO - Olodum

 

NÃO recomendo: Acarajé da Dinha, bares pra dançar no Rio Vermelho (a não ser que você goste de sertanejo ou funk trash), Mercado Modelo.

Recomendo: Barra Guest Hostel (basicamente o que teve de bom foram as pessoas legais que convivi no hostel)

 

O usual eu nem vou comentar muito... ter cuidado com assaltos, não dar mole no Pelourinho, etc. Mas isso é fácil de contornar estando sempre em grupo e carregando pouca coisa. Não me senti segura para andar sozinha à noite, mas acho que isso é meio óbvio.

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Que me desculpem os soteropolitanos, mas Salvador não sabe receber turistas... Fui lá há alguns meses atrás e tive a mesma impressão...

 

Me senti muito mal com os ambulantes e guias enchendo o saco o tempo todo nos locais turísticos, em especial no Bonfim, com as "rezadeiras" rogando praga por você não ter dinheiro pra ser extorquido por elas, com o trânsito da cidade, do qual fui vítima (o da minha cidade não fica atrás, mas já sou acostumado), com a má vontade da maioria dos atendentes de loja... Sei que moro numa cidade que também não sabe nem um pouco atender o turista, e que rivaliza com SSA, mas a impressão que eu tive não me agradou em nada, eu HOJE não voltaria...

 

Acho que o único jeito da pessoa gostar da cidade é andando com algum nativo de confiança... Foi assim que minha esposa passou a amar aquele lugar, e aconteceu até comigo, numa conexão no Dois de Julho há alguns anos atrás em que um amigo me levou pra um mini-tour por alguns lugares não tão distantes do aeroporto... Mas ir sozinho, sem conhecer ninguém, é furada total... Espero que um dia o povo de lá se conscientize disso, vai ser bom até mesmo pra eles, porque o que se vê hoje com certeza espanta muita gente com potencial de consumo...

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muniquevieira

Estive em Salvador num curto e intenso final de semana de abril/2014, que alias, tambem fiquei no Barra Guest.

falando nisso, gostaria de pontuar a segurança/honestidade do local, pois eu esqueci minha camera no sofá, a recepcionista pegou e guardou pra mim, assim que acordei ela me entregou.

Tambem recomendo o hostel por essa e suas observações no quesito limpeza, organização, interação...

 

Concordo com o que disse sobre a chuva, ela é passageira, o calor é alto e um banho de chuva alem de purificador é refrescante. (obs: sou do sul, região fria)

 

Sobre o por do sol, eu lhe indicaria assistir no Solar do Unhão tambem, embora no Farol da Barra tambem me parece encantador.

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O mercado modelo é caro sim, mas a arte do negocio ali é pechinchar, eles adoram, comprei varias bugigangas a preço de banana, mas tbm tive que negociar.

a concorrencia la é absurda, afinal, parece q todas as barraquinhas sao as mesmas, com os mesmos produtos e preços, então negociar para eles é interessante para que possa garantir seu dinheirinho no carnaval.

 

Sobre o Sorvete na Ribeira, concordo tambem, bem dizer, acho que há um grande marketing na regiao, é gostoso, mas nada de incrivel, alias...atendimento precario e me ofereceram uns sabores exoticos que particularmente nao foi nada agradavel a meu paladar (Biri Biri (gosto extremamente azedo) e Mangaba (embora seja uma fruta típica da região, possui um gosto de cerveja estragada).

 

Sei que por opção quis deixar seu roteiro mais livre, sem pesquisas mais a fundo, no entanto se tivesse lido meu relato (salve-salvador-ba-final-de-semana-4-5-6-abril-2014-t94708.html) certas coisas poderiam ser evitadas, haja vista, que fiz um roteiro muito semelhante ao seu, bem como alertei certas falhas “turísticas” na cidade.

 

Concordo tambem o que disse ncgd sobre conhecer a cidade com moradores locais, pois eu conheci Salvador com 2 anfitriões, um deles inclusive é professor de historia e me deu literalmente uma aula a céu aberto da região, e de fato tenho uma visao um pouco diferente sobre vcs, mas tambem nao declaro amor absoluto a cidade, pois embora tenha tido uma otima recepção, busquei imparcialidade.

 

Ainda assim, sei que Salvador não tem uma estrutura bacana para receber visitantes e lamentavelmente as pessoas que moram la não tem preparo para isso. O transito em si é uma loucura, como fui um pouco antes da copa começar, estava mais caótico do que já é.

 

Mesmo assim, eu aconselho conhecer a cidade pelo seu teor histórico e cultural do Brasil, apenas não crie uma expectativa forte, tudo se cobra e se vc não pagar, pragas são jogadas (seria comico se não fosse trágico, é serio isso!).

Obs: so acho uma pena que algumas igrejas estejam fechadas (há anos) para reforma.

 

Mas Munique, parabenizo você pelo relato e pelo alerta aos demais mochileiros, foi muito didática em suas explicações.

Senti falta de fotos apenas.

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Olá Munique!

 

Muito boas as suas dicas, já estive bem pertinho de Salvador e por incrível que pareça, o meu "santo" me avisou pra não ir até lá rsrs. O interessante foi que, numa das 3 vezes que fui à Bahia (já fui 6 vezes mas 3 não contam por que não saí de Porto Seguro), acabei acompanhando um ensaio espetacular de um grupo de afoxé, se não me engano, na zona rural da cidade de Ilhéus. eu voltava de Itacaré; paramos o carro e passamos boa parte da tarde acompanhando os integrantes todos vestidos a caráter e super animados e simpáticos. Foi uma surpresa boa e que alegrou nossa viagem naquela véspera de Carnaval. Espero que vc dê mais soret da próxima vez e, quando vier ao RJ conte com o carinho da minha família, adoramos fazer "novos amigos".

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Oi pessoal,

 

Eu moro em Salvador e, infelizmente, tenho de concordar com vocês que a cidade não sabe recepcionar os turistas. As pessoas são mal-educadas e te atendem fazendo cara feia, com um olhar de ódio, como se nós estivéssemos ali pra estragar o dia deles.

Quanto às pragas, até nós, nativos, as recebemos. Mas, como diria Jorge Amado, nada que um VTC bem direcionado não resolva.

Mesmo assim, cidade tem uma beleza única e guarda uma história secular em todo canto.

Se você quiser sofrer, receber pragas e ser atendido nos restaurantes como se fosse um enviado do Tinhoso, vá pros lugares mais turísticos. Mas se você quer conhecer e amar Salvador, aqui vão umas dicas:

 

1) PASSEIOS BACANAS:

Se você for no MERCADO MODELO, por favor, NÃO ALMOCE LÁ. Nunca vi ninguém falar bem daquele restaurante na parte de cima. Tome uma cerveja curtindo o visual e só. Também no MERCADO, não deixe de visitar o subsolo onde os escravos eram acorrentados para serem vendidos. Dá uma sensação ruim, mas a gente sente um pouco da crueldade que foi a escravidão. São as únicas duas coisas para se curtir no MERCADO: vista e subsolo.

Ainda no clima de mercados, visite a FEIRA DE SÃO JOAQUIM, uma feirinha roots com frutas espalhadas pelo chão, peixes e mariscos de todos os tipos... É bom ir de manhãzinha e não é recomendado para quem tem nojo. :) Depois da Feira, vá almoçar no Juliu's, que fica no Bairro de Roma, pertinho da Feira, onde vc pode comer um salame de polvo que é coisa de outro mundo.

Depois do Juliu's, você pode dar uma olhadinha rápida na igreja do Bonfim (só ver mesmo, não tem nada demais lá). Só que os guias levam os turistas da igreja de volta pra Cidade Alta. Mas o segredo do sucesso ali é continuar seguindo a subida que leva à igreja até chegar no mar. Lá vc vai encontrar a PONTA DO HUMAITÁ e o FORTE MONSERRAT. É lindo o mar dali! A gente se sente pequenininho de tão lindo!

Um outro passeio sensacional: andar de trem no Subúrbio Ferroviário na hora do pôr do sol. Você pega um ônibus até a calçada e vai pra estação ferroviária. Compra o bilhete (0,50) e pega o trem. Recomendo pegar entre 15:30 e 16:00. Já já você vai saber porque. Aí você vai passar por várias favelas que ficam na frente do mar com um visual sensacional. Vá até a última estação, em Coutos, e volte no mesmo trem. Desça na estação de Plataforma (pergunte aos seguranças ou passageiros que eles te explicam) e pegue um barquinho até a Ribeira (1,00). Se vc pegou o trem por volta das 16:00, vc vai fazer essa travessia na hora do pôr-do-sol e vai ficar fascinado com tanta beleza.

 

2) SORVETES: A sorveteria da Ribeira só tem fama. É muito meia boca e o atendimento é bosta! Os melhores sorvetes são os da Cubana, no Pelourinho, e Glacier Laporte, uma sorveteria de um francês em frente à Igreja do São Francisco.

 

3) PRA OUVIR E DANÇAR: CANTINA DA LUA, no Pelourinho, tem um ritmo diferente a cada dia da semana (sei que quinta é chorinho e sábado é samba, pq são os que eu gosto). Em dias aleatórios tem ensaios de percussões no Pelourinho e aí o turista tem que se ligar na Agenda Cultural do mês, que ele pode pegar do lado da Igreja de São Francisco, no Pelourinho). Todo sábado tem jazz no SOLAR DO UNHÃO com um pôr-do-sol lindo! Lá também tem um café do solar, que é caro, mas muito gostoso.

Tinha uma casa que tocava axé, mas a prefeitura fechou... Então quem curte axé vai sofrer um pouquinho.

Toda Sexta tem samba na praia do forte, na barra, mas acaba umas 22h. Tem que chegar cedo.

 

3) PRA COMER: Salama de Polvo no Juliu's; moqueca no Paraíso Tropical (cace um desconto no Groupon ou Peixe Urbano, pq o chef é um dos mais conceituados do país e ele cobra por isso); happy hour no Boteco do Caranguejo da Barra; Peixe Frito na Pedra Furada (ótimo preço); mariscos em Neinha, em Novos Alagados, uma vista linda, um preço ótimo e higiene zero :-) - vale a pena.

 

4) Faça um passeio de escuna pelas ILHAS DE ITAPARICA, DOS FRADES E DA MARÉ.

 

5) Visite o FORTE SÃO MARCELO e o MOSTEIRO DE SÃO BENTO.

 

Tem muito mais coisas, as igrejas, os bairros, mas agora fiquei com preguiça e o post já está enorme :)

  • Gostei! 2
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Oiii pessoal. Sou de Salvador também e concordo com o foi dito acima. Quando alguém de fora diz vou pra Salvador..o que VC recomenda. Digo: fica em Praia do Forte ( porque tem infra esteutura hoteleira para diversos perfis) e faz um tour em alguns pontos históricos de Salvador. Não vale a pena mais que isso. No cenario de hj nao. Acho que por mais que uma cidade possa ser considerada legal, o mais importante é como VC é tratado pelas pessoas. Como VC é acolhido. Aqui sinceramente muitos primam pelo péssimo atendimento. Em quase todos os lugares. Bem que a Prefeitura tem maquiado alguns pontos da cidade, mas não adianta cidade maquiada para o povo de sempre. Povo que suja as ruas, que atende se achando superior ou pensando que esta fazendo favor. Atualmente moro em Lauro de Freitas, cidade vizinha, quase como o quintal de Salvador, mas é quase a mesma coisa. Acho que só mudará algo aqui quando os soteropolitanos começarem a enxergar além da lavagem cerebral de todo dia patrocinada algumas tv s e jornais.

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Olá Munique!

Moro em Salvador há quase 18 anos. Fui adotado por esta cidade e aqui aprendi a amá-la. Isto mesmo: amar esta cidade com todos os seus problemas. Salvador é assim mesmo. Não é amor à primeira vista. É sempre polêmica para o público que a conhece.

 

Quando aqui cheguei foi bastante difícil me adaptar aos costumes locais, principalmente em relação à gastronomia e ao comportamento das pessoas. Hoje, não perco um caruru, uma maniçoba, um bom acarajé, vatapá, abará etc... Conheci pessoas fantásticas e me sinto membro da família de cada uma delas.

 

Por ser uma cidade muito diferente das convencionais, o público mais conservador vai se chocar sempre. Não estou dizendo que você seja conservadora. Percebi que não é pelo seu texto que, por sinal, está muito bem escrito.

 

Concluí, com o passar dos anos, que quando peso o lado bom e o lado ruim da cidade, o lado positivo pesa mais. Pesa mais porque aprendi a enxergar a dinâmica da cidade por vários ângulos, nunca de forma isolada. Procurei entender o porquê de algumas coisas e, para uma parte delas, confesso, ainda não encontrei as respostas [rsrsrrs]. Estou ainda na busca.

 

Salvador é uma cidade imensa, na qual estão presentes todos os problemas graves das grandes cidades latino-americanas: trânsito caótico, violência, falta de infraestrutura etc.

 

Comer bem ou achar algo ruim ou bom é sempre relativo. Eu mesmo adoro um bom sorvete de mangaba e acho a Sorveteria da Ribeira muito melhor que o da Cubana; o acarajé de várias baianas não muito conhecidas melhor que o da Dinha e da Cira, e por aí vai....

O turista cria, quase sempre influenciado pela mídia, no seu mundo imaginário, uma Salvador onde só existem casarões antigos, praias e festas todos os dias, onde as pessoas são felizes durante as 24 horas do dia. Claro que não é assim. Salvador cresceu de forma desordenada e, hoje, vem tentando, a passos lentos, mudar este cenário.

 

Salvador não é igual o ano todo. Dias de chuvas são um verdadeiro desafio para quem vive e para quem a conhece. Tudo muda, até mesmo o humor das pessoas. Como em todo lugar no mundo, visitar um centro urbano ou paraísos naturais, a melhor época do ano faz toda a diferença, e Salvador não é diferente. Para quem gosta de agitação, o verão é a melhor época para curtir a cidade. As opções são variadas para todos os gostos e bolsos. Quanto ao que fazer de interessante, algumas dicas foram dadas por outros colegas locais.

 

O que você registrou me pareceu uma tortura [rsrsrsr]. No terceiro dia de tantas decepções num lugar eu já teria me picado, como dizem os soteropolitanos. De qualquer forma, valeu a sua insistência por mais alguns dias na cidade na esperança de encerrar o dia e dizer: finalmente o dia foi massa!!!

 

Se um dia você voltar para conhecer algo genuíno, interessante e emocionante, programe para estar aqui no dia 2 de fevereiro para participar da grande homenagem que é feita a Yemanjá, principalmente entre as 4h da manhã e o meio-dia, no Rio Vermelho. Neste dia, desça até a areia da praia e dedique umas duas horas para sentir de perto a emoção de estar ali com todas aquelas pessoas. Por ser verão também, apostarei que, quando encerrar cada dia seu aqui, você vai dizer: o dia foi massa!!! Volte.

 

Um abraço.

 

Marcos.

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  • 4 meses depois...
  • 1 ano depois...
  • Membros

Ei MelkMochila,

Valeu demais pelas suas dicas preciosas.

Estive em Salvador no início deste ano, e vou de novo agora no Reveillon. Eu sei da história do Mercado Modelo e seu subsolo, mas não sabia que poderia visita-lo. Você sabe me dizer se ainda é possível?

 

Abraço!

 

Oi pessoal,

 

Eu moro em Salvador e, infelizmente, tenho de concordar com vocês que a cidade não sabe recepcionar os turistas. As pessoas são mal-educadas e te atendem fazendo cara feia, com um olhar de ódio, como se nós estivéssemos ali pra estragar o dia deles.

Quanto às pragas, até nós, nativos, as recebemos. Mas, como diria Jorge Amado, nada que um VTC bem direcionado não resolva.

Mesmo assim, cidade tem uma beleza única e guarda uma história secular em todo canto.

Se você quiser sofrer, receber pragas e ser atendido nos restaurantes como se fosse um enviado do Tinhoso, vá pros lugares mais turísticos. Mas se você quer conhecer e amar Salvador, aqui vão umas dicas:

 

1) PASSEIOS BACANAS:

Se você for no MERCADO MODELO, por favor, NÃO ALMOCE LÁ. Nunca vi ninguém falar bem daquele restaurante na parte de cima. Tome uma cerveja curtindo o visual e só. Também no MERCADO, não deixe de visitar o subsolo onde os escravos eram acorrentados para serem vendidos. Dá uma sensação ruim, mas a gente sente um pouco da crueldade que foi a escravidão. São as únicas duas coisas para se curtir no MERCADO: vista e subsolo.

Ainda no clima de mercados, visite a FEIRA DE SÃO JOAQUIM, uma feirinha roots com frutas espalhadas pelo chão, peixes e mariscos de todos os tipos... É bom ir de manhãzinha e não é recomendado para quem tem nojo. :) Depois da Feira, vá almoçar no Juliu's, que fica no Bairro de Roma, pertinho da Feira, onde vc pode comer um salame de polvo que é coisa de outro mundo.

Depois do Juliu's, você pode dar uma olhadinha rápida na igreja do Bonfim (só ver mesmo, não tem nada demais lá). Só que os guias levam os turistas da igreja de volta pra Cidade Alta. Mas o segredo do sucesso ali é continuar seguindo a subida que leva à igreja até chegar no mar. Lá vc vai encontrar a PONTA DO HUMAITÁ e o FORTE MONSERRAT. É lindo o mar dali! A gente se sente pequenininho de tão lindo!

Um outro passeio sensacional: andar de trem no Subúrbio Ferroviário na hora do pôr do sol. Você pega um ônibus até a calçada e vai pra estação ferroviária. Compra o bilhete (0,50) e pega o trem. Recomendo pegar entre 15:30 e 16:00. Já já você vai saber porque. Aí você vai passar por várias favelas que ficam na frente do mar com um visual sensacional. Vá até a última estação, em Coutos, e volte no mesmo trem. Desça na estação de Plataforma (pergunte aos seguranças ou passageiros que eles te explicam) e pegue um barquinho até a Ribeira (1,00). Se vc pegou o trem por volta das 16:00, vc vai fazer essa travessia na hora do pôr-do-sol e vai ficar fascinado com tanta beleza.

 

2) SORVETES: A sorveteria da Ribeira só tem fama. É muito meia boca e o atendimento é bosta! Os melhores sorvetes são os da Cubana, no Pelourinho, e Glacier Laporte, uma sorveteria de um francês em frente à Igreja do São Francisco.

 

3) PRA OUVIR E DANÇAR: CANTINA DA LUA, no Pelourinho, tem um ritmo diferente a cada dia da semana (sei que quinta é chorinho e sábado é samba, pq são os que eu gosto). Em dias aleatórios tem ensaios de percussões no Pelourinho e aí o turista tem que se ligar na Agenda Cultural do mês, que ele pode pegar do lado da Igreja de São Francisco, no Pelourinho). Todo sábado tem jazz no SOLAR DO UNHÃO com um pôr-do-sol lindo! Lá também tem um café do solar, que é caro, mas muito gostoso.

Tinha uma casa que tocava axé, mas a prefeitura fechou... Então quem curte axé vai sofrer um pouquinho.

Toda Sexta tem samba na praia do forte, na barra, mas acaba umas 22h. Tem que chegar cedo.

 

3) PRA COMER: Salama de Polvo no Juliu's; moqueca no Paraíso Tropical (cace um desconto no Groupon ou Peixe Urbano, pq o chef é um dos mais conceituados do país e ele cobra por isso); happy hour no Boteco do Caranguejo da Barra; Peixe Frito na Pedra Furada (ótimo preço); mariscos em Neinha, em Novos Alagados, uma vista linda, um preço ótimo e higiene zero :-) - vale a pena.

 

4) Faça um passeio de escuna pelas ILHAS DE ITAPARICA, DOS FRADES E DA MARÉ.

 

5) Visite o FORTE SÃO MARCELO e o MOSTEIRO DE SÃO BENTO.

 

Tem muito mais coisas, as igrejas, os bairros, mas agora fiquei com preguiça e o post já está enorme :)

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