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Viagem de 42 dias, 15.500 km de Biz por 5 países gastando R$3.000,00


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23º dia

Dia 29 de dezembro de 2016

 

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Trajeto do dia.

Levantei ao nascer do sol, voltei pelo leito do rio até o asfalto e as 8:30 horas eu estava subindo a cordilheira, que nesta região do Peru não atinge grande altitude, em certa altura entrei em uma neblina e após passar puder apreciar a beleza de um vale cheio de nuvens e um céu aberto ensolarado. Continuei subindo por uma boa estrada que serpenteava as encostas das montanhas até os 2400 metros de altitude. No caminho foi possível ver nas encostas das montanhas, ao longo do rio que passava no fundo do vale, várias plantações com vários tipos de vegetais em pequenas áreas, são plantações para o sustento onde o pouco que sobra é trocado pelo que falta nas feiras de rua das cidades. Estas feiras são comuns em todas as cidades peruanas, em especial as de interior, centenas de pessoas montam suas barracas ou mesmo apenas um pano no chão com os produtos em cima para vender ou trocar alimentos e outros objetos.

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Após subir a cordilheira, ainda com muita vegetação a descida foi em uma área árida com encostas rochosas até chegar ao rio Huancabamba, o qual segui por vários quilômetros pela ruta 3N e até Chachapoyas eu seguiria sempre ao lado de um rio, trocando de rutas e de rios, mas sempre ao lado de um. Ao cruzar o rio Marañon entrei na Amazônia peruana, nesta região tem apenas uma mata rala e baixa, e lá o clima já é mais quente e abafado. Uns 100 km antes de Chachapoyas a estrada vai seguindo o leito do rio por um vale que vai aos poucos ficando cada vez mais profundo e belo e na altura da cidade de Pedro Ruiz a estrada passa entre o rio e, em alguns lugares, uma encosta rochosa que foi cortada formando um túnel, mas sem a parede que fica para o rio.

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Chegando na Amazônia peruana

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Cascata Gocta.

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Saí da rodovia para uma estrada de chão que ia até a cascata Gocta, com 771 metros de altura em 2 quedas, são 6 km até Cocachimba onde se pode ter uma ótima vista da cascata e se quiser pode se fazer uma trilha de 2 horas e chegar ao pé da cascata. Não ia ser o meu caso. Voltei e segui para Chachapoyas e perto das 17 horas cheguei ao centro da cidade, que ainda conserva casario da época colonial. A cidade em si não tem muitos atrativos, mas é ponto de partida para vários passeios à sítios arqueológicos e lagunas. Fui a um centro de atendimento a turista pegar um mapa dos locais que queria visitar e ver se teria algum outro lugar que eu não tinha colocado no meu roteiro.

Saí da cidade com chuva e procurando um lugar para acampar, uns 5 km a frente encontrei um lugar ao lado da rodovia, porém que não era possível ver dela, no meio de uma montanha. Montei a barraca com garoa.

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Quilometragem do dia: 390 km

Quilometragem acumulada: 7895 km

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24º dia de Chachapoyas a Revash 200 km

24º dia

29 de dezembro de 2016

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Trajeto do dia

 

Levantei cedo, pois queria visita 3 lugares hoje, a moça das informações turísticas falou que dava pra visitar um lugar por dia e pelas distancias eu não acreditei. Com 200 km rodados eu poderia visitar as 3 que eram: Sarcófagos de Karijia, Fortaleza Kuelap e os Mausoléus Revash.

Do acampamento segui para a estrada da qual eu tinha vindo no dia anterior para acessar a carretera 8C, no inicio uma pista simples asfaltada sem a faixa central, achei que fosse mão única, mas logo veio um carro ao meu encontro. Depois de uns 5 km deixei o asfalto para seguir por uma estrada de chão que sobe a montanha. Logo no início da subida vi que teria que ter muito cuidado, como choveu a noite inteira o chão estava liso e pra piorar eu tinha do meu lado direito um precipício, então fui devagar, andei por uns 10 km até chegar em cima da montanha e já com uma estrada um pouco melhor eu rodei mais 15 km até chegar perto dos Sarcófagos de Karijia. Deixei a moto em uma estradinha que cortava uma plantação e continuei a pé pela estrada cheia de lama e merda de vaca, tinha um quilômetro para descer e um desnível de 200 metros.

Os sarcófagos de Karijia são da cultura Chachapoyas e foram encontrados em 1985 em uma encosta rochosa a 24 metros de altura em uma parede vertical. Os sarcófagos contém múmias que foram depositadas sentadas e junto a elas cerâmicas e alguns tipos de cereais. Eram 7 sarcófagos, mas um deles caiu em um terremoto em 1928. Eles eram unidos lateralmente e ao cair o sarcófago deixou uma abertura em seus vizinhos, pelo qual os arqueólogos puderam estudar o conteúdo sem precisar abrir eles e também fazer a datação. Desde o estudo eles permanecem intactos e a datação determinou que eles estão ali desde o ano 1460 d.C.

No local também existem ossos de outros corpos, do qual não encontrei informações, provavelmente bem mais recente que os sarcófagos. Visita feita era hora de voltar, eram 10 horas da manhã e sol junto com a umidade deixavam o lugar muito quente, tinha que subir dos 2.820 metros de altitude até os 3.000 metros, onde tinha deixado a moto, por uma trilha cheia de degraus e depois a estrada cheia de estrume. Fui subindo e parando para descansar, o que levei 15 minutos para descer levei quase uma hora para subir.

 

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Cheguei na moto e quando estava chegando na vila que dá acesso ao sítio um moça no meio da rua me fazia sinal para parar e disse que eu tinha que fazer o registro e pagar 5 soles pela visita. Como passei por lá antes das 9 ela não estava lá. Paguei e segui para a fortaleza de Kuelap. No caminho de volta peguei uma estrada errada e achei um caminho muito melhor do que o que usei para chegar e ainda mais perto em 6 km e que não foi indicado pela atendente em Chachapoyas.

Voltei ao asfalto e segui pela estradinha de uma via só que segue o rio Utcubamba em um serpenteado que torna a condução ao gostosa, pois são infinitas curva, e perigosa, pois se errar em uma curva é certo q queda no rio que em alguns lugares esta a mais de 10 metros do nível da rua e não tem qualquer tipo de proteção. Segui por esta estrada até o meio dia e parei para almoçar em um restaurante a 30 km da fortaleza. Me informei ali sobre o melhor caminho a tomar e me deram duas opções: Ir por uma estrada boa por um percurso de 35 km que é a via de quase todos que vão até lá ou seguir por outra estrada pouco conhecida e em piores condições com 11 km de extensão. Qual eu escolhi? Certamente a menos utilizada, além de mais perto mais aventura. Segui então até uma vila onde peguei uma estradinha de chão que sobe a montanha, inicialmente uma estrada boa e nos últimos 4 km era uma estrada recém aberta e pouco movimentada, fazia dias que ninguém passava por ela, não tinha marcas de carro no chão, no último km apenas a máquina que abriu a estrada tinha passado. A estrada acabou no meio de um pasto e eu podia ver logo acima a fortaleza, uns 1000 metros dali morro acima. Deixei a moto e fui subindo pelo meio do pasto até chegar a um hostel e em mais 10 minutos eu cheguei na fortaleza. Ao chegar na entrada me foi pedido o ingresso que eu deveria ter comprado na entrada certa para a fortaleza. Expliquei que não tinha entrado pelo lugar convencional e que descer lá pra comprar ia ser muito cansativo, a altitude de 3000 metros já torna as subidas mais sofridas. Ele então pediu pelo rádio um ingresso que consegui pela metade do preço com minha carteirinha da faculdade e que eu deveria pegar na saída. Já eram 16:30 horas e a fortaleza fecharia as 17. Entrei e ao localizar um grupo com guia comecei a seguir com certa distancia para poder ouvir o que o cara contava sobre o lugar.

A fortaleza da cultura Chachapoya começou a ser construída no seculo XI e seu abandono se deu após a chegada dos espanhóis na metade do século XVI. Com 600 metros de comprimento por 100 de largura e com muralhas que em alguns pontos chegam a 19 metros de altura, serviu como centro religioso, administrativo e de moradia. A fortaleza tem construções feitas em pedra e em sua maioria de forma circular, sendo que tem algumas construções retangulares que evidenciam a presença Inca provavelmente no final do século XV. A fortaleza tinha 3 entradas e todas elas são estreita de forma a permitir apenas uma pessoa por vez, dificultando a entrada em caso de ataques. Em seu interior existem mais de 500 construções circulares divididas em dois níveis que mostra que a cidade tinha uma divisão social, onde o nível mais alto era reservado à alta sociedade e onde também estão localizadas as áreas religiosas da fortaleza. Diferentemente de Machu Picchu este sítio permanece com as árvores e nelas muitas espécies de bromélias, pouca coisa foi restaurada, apenas abertas trilhas entre as ruínas e instaladas placas orientativas.

Se eu fosse discorrer sobre toda a história desta fortaleza certamente teria muito texto aqui, mas certamente o farei no livro.

 

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Lugar onde deixei a moto.

 

Abaixo uma sequência de fotos da Fortaleza Kuelap.

 

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Após a visita parei nas barraquinhas de lembranças, comprei algumas e parei em uma barraquinha que vende comidas típicas, comi algumas coisas alí: Batata doce frita, tipo Ruffles, Batata doce assada, batata recheada com ovo e um tipo de massa de trigo frita.

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Entopiu de barro.

 

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Monolíto as margens da ruta 8C.

 

Voltei para a moto e desci toda aquela estrada que em função de uma chuva que caiu enquanto eu estava na fortaleza deixou a estrada lisa e exigia que pilotasse com muito cuidado. Cheguei no asfalto já perto da noite, mas segui até Yerba Buena, entrei onde indicava o caminho para Revash sabendo que teria que acampar em algum lugar no escuro, pois teria que sair da parte povoada para isso, fui subindo uma estradinha de chão pela montanha e uma meia hora depois de já estar escuro eu vi uma placa indicando a entrada para Revash, uma estradinha já com grama em parte dela e que era apenas caminho de pessoas e animais. Resolvi acampar ali, à vista de todos que passavam pela outra estrada. Como eu estava no interior, uns 15 km da cidade mais próxima não me preocupei com segurança, afinal de contas não deve ter muita gente ruim morando no interior. Montei a barraca com garoa e durante a noite toda intercalou entre garoa e chuva.

 

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Ao amanhecer.

 

Quilometragem do dia: 200 km

Quilometragem acumulada: 8095 km

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25º dia de Yerba Buena a Cajamarca 260 km

25º dia

Dia 31 de dezembro de 2016

 

 

 

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Trajeto do dia.

 

Choveu um fininho durante toda a noite, pelas 4 horas da manhã ouço pessoas passando na rua e comentando que alguém tinha deixado um triciclo ali, se referindo a minha moto. Realmente não parecia que tinha barraca ali. Acordei com a lona da barraca no meu rosto, tinha quebrado uma vareta e já era a terceira vez que quebrava durante esta viagem. Eu tinha um pequeno espaço dentro da barraca que estava com uns 30 centimetros de altura. Eu não podia sair da barraca pra arrumar no escuro e a noite, então continuei assim mesmo até amanhecer. Outras pessoas também passaram pela barraca tocando vacas e permaneceram na esquina por quase uma hora conversando. Era a última vez que eu utilizaria aquela barraca, as varetas já estavam se desmanchando. Teria que comprar outra em alguma cidade grande neste dia.

 

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Ao amanhecer desmontei a barraca e guardei tudo, já não chovia mais, apenas uma neblina no alto das montanhas. Fui informado de que o caminho para percorrer à pé demoraria 25 minutos até os mausoléus, a placa indicava 3,5 km, só por isso já dava pra saber que não teria como fazer em 25 minutos, além de que eu estava a 2.300 metros de altitude e os mausoléus a 2.800 metros, um desnível de 500 metros significaria que teria que subir muito morro até chegar lá. Iniciei a subida as 7:45, por meio a trilhas em meio a uma mata baixa e com muito capim ao longo da trilha. Este capim estava molhado e conforme eu progredia na trilha ia molhando a calça. Fui acompanhando as indicações de placas até achar uma que indicava que faltava 1 km, vi uma choupana ao pé da encosta rochosa da montanha a uns 500 metros de onde eu estava e uma trilha mais marcada que segui paralela a encosta rochosa, pensei que teria que seguir em frente para depois fazer uma curva e voltar até a choupana, segui na trilha e depois de pouco mais de 1 km vi que não estava no caminho certo. Já cansado tive que voltar até até a placa nela seguiria morro acima uma trilha que parecia não ser usada a tempos, subi por ela e então cheguei a choupana que é um mirante para o vale e para os mausoléus. Levei 2 horas e 15 minutos para chegar lá. Descansei um pouco, não tinha ninguém lá. Um portão impedia o acesso aos mausoléus. Olhei bem para as trilhas abaixo a procura de alguém subindo e não vi ninguém, então pulei a cerca e fui até os primeiros mausoléus, na única casinha que consegui ver dentro ainda tinha uma costela e alguns ossos de dedos. Tinha como subir e acessar os outros mausoléus, mas era arriscado e não quis arriscar, estava sozinho e se caio e fico vivo poderia demorar muito para alguém me encontrar. Os mausoléus Revash são da cultura Chachapoyas e imitam as casa que este povo habitava.

Pulei a cerca novamente e iniciei a descida. Me perdi novamente quase no fim da trilha, andei quase 1 km e tive que voltar até achar a saída.

 

Abaixo fotos dos Mausoléus Revash

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Voltei para o asfalto e logo estava em Leymebamba, procurei um posto lá e achei apenas um cara que vendia gasolina em casa, enchi o tanque e perguntei quanto tempo levaria para chegar até Cajamarca, que estava a 200 km de lá. O cara me falou: "De 4 a 5 horas." Pensei que ele só poderia estar brincando, mas fui para a estrada e logo descobri que não estava bricando. A estrada é asfaltada, porém tem pouco mais de 3 metros de largura e sobe e desce montanhas com infinitas curvas, uma seguida da outra, e não tem como andar rápido. A paisagem é bela, muitos vales, montanhas e fazendinhas típicas peruanas e milhares de lombadas, a cada vilinha tinha pelos menos duas e em todas elas batia o fundo da moto, são lombadas altas e curtas. Peguei um trecho de montanha que tinha chovido muito na noite anterior e tinha barro na pista em alguns pontos, o que tornava ainda mais perigosa a condução por aquelas estradas estreitas e cheias de curvas. Perto das 13 horas parei no meio da montanha e um restaurantezinho e comi uma sopa de pato. Estava morto de fome pela caminhada de mais de 3 horas.

Segui por mais alguns quilômetros e um cara com um triciclo na beira da rua me faz sinal para parar. Parei para ver o que ele queria. Queria saber se eu teria remendo para câmara, tinha furado o pneu dianteiro e ele estava desmontando com chave de fenda, falei que não tinha remendo, mas poderia emprestar a espátula, mesmo assim levou mais de meia hora pra desmontar o pneu. Enquanto fiquei lá esperando ele desmontar o pneu um colega dele ficou fazendo sinal para outros motociclistas e carros pararem e ninguém parava. Perguntei se era comum ninguém parar e ele disse que sim. Me pareceu que lá é cada um por sí e Deus por todos. Como não podia fazer mais nada, segui.

Abaixo fotos do caminho entre Leymebamba e Cajamarca

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Na descida para a cidade de Balsas a vegetação já muda para semi-desértica e o calor aumenta, desce-se cerca de 1000 metros de altitude para cruzar um rio e logo sobe-se novamente. Como toda tarde sempre chove esta não foi diferente, ela me acompanhou até perto de Banos del Inca parei para esquentar as mãos algumas vezes, pois eu ja não sentia os dedos.

Chegando na cidade tive o primeiro grande susto da viagem. Depois de uma reta em uma descida havia uma curva para a esquerda com guardrail, vim freiando com os dois freios, como sempre faço, e quando começo a fazer a curva o pneu dianteiro escapou devido a areia na pista, a pista estava seca. Imediatamente solto o freio e seguro com o pé no chão, estava a uns 50 km/h, a moto volta, mas tenho que freiar novamente, pois estou indo pro guardrail. Neste momento milhões de coisas passam pela cabeça, lembrei da última viagem onde o colega quebrou a perna em um tombo besta em um guardrail, me passou também a queda e o que poderia acontecer ao bater no guardrail, são frações de segundo mas que o cérebro da gente trás a toma milhares de informações e realiza milhões de cálculo para nos tirar de uma situação de risco. Ao freiar novamente acontece o mesmo, o pneu dianteiro escorrega moto começa a tombar para a esquerda e mais uma vez seguro com o pé e ela volta e consigo então fazer a curva. Pela velocidade que eu estava e a distância do guardrail se eu chegasse a bater nele já seria devagar e não machucaria muito, mas para a moto certamente seria o fim da viagem. Depois deste susto segui com mais cuidado.

Cheguei em Cajamarca já ao anoitecer, comprei umas frutas e fui procurar um hotel, fazia uma semana que eu não tomava banho e era passagem de ano, eu merecia um conforto. Fiquei no primeiro que parei, custou 30 soles, R$30,00, quarto com cama de casal, banheiro no quarto, TV de 42" e limpo.

Depois de tudo certo no hotel fui comprar a barraca, pois sabia que no dia seguinte estaria tudo fechado. Em um hipermercado achei uma barraca por R$39,00, comprei mais algumas bolachas para os dias seguintes e voltei para o hotel, deixei a moto a 3 quadras do hotel em um estacionamento e fui debaixo de garoa para o hotel. Fui dormir antes da virada.

Quilometragem do dia: 260 km

Quilometragem acumulada: 8355 km

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