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Palavras pelo Mundo


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Transcreverei aqui, aos poucos, os relatos que escrevi durante minha viagem pela Europa. Criei um blog (palavras pelo mundo), onde registrei diariamente minhas impressões, emoções, etc.

 

Para os mais ansiosos, é só acessar o blog diretamente. Se não, espera, que aos poucos, virá tudo pra cá...

 

Abraços

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“Partir é um ato de desapego”

 

Saio de casa assim, mochila nas costas e só.

 

Tudo fechado, providências tomadas, toda parte chata do cotidiano encaminhada. Acho que pensei em tudo, não deixei nenhuma pendência, mas, hoje, nem sei porque, nem sei se precisava de tanta preocupação, mas tudo bem, já foi, deve ter sido melhor que foi assim.

 

É hora de ir, sem pensar muito, sem se preocupar com o que fica, com o que se deixa para trás, e tentar ir o mais livre que for possível. Até planos, destinos, acho que quanto menos, melhor. E sem muito compromisso também, assim é melhor... será?

 

Hoje, por enquanto, penso assim e assim vou.

 

Primeiro destino é mais conhecido, mas, nem por isso, mais fácil, 14 horas de carro até Espírito Santo do Pinhal, São Paulo. Sim, de carro, faz parte das providências e das preocupações pré-viagem.

 

E parto de casa sozinho, mochila, algumas roupas, meu necessário notebook, afinal preciso mandar notícias para vocês e, por enquanto, com meu carro.

 

Daqui a pouco dias, minha espaçonave parte de São Paulo para Madrid, e deixo para trás mais supérfluos, antes de entrar em órbita e seguir com minha cápsula de sobrevivência portátil.

 

Como já disse anteriormente, partir é um ato de desapego.

 

Desapego com os objetos, as roupas, o cotidiano, até com os amigos, com a convivência. Desapego e abertura para conhecer o novo, sem comparar com o conhecido. Apenas conhecer, descobrir, vivenciar e voltar.

 

Deixo o Pinóquio para cuidar da casa, colocar água no vaso, não permitir que minha flor de lótus murche e cuidar de minhas rosas.

 

Ele prometeu que cuidará de tudo muito bem. Devo acreditar nele?

 

pinoquio.jpg

 

Fui e voltarei.

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  • 1 mês depois...
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“A energia flui, não fica estagnada.”

 

Passeio pela Feria Del Rastro. Um árabe vende linhas, africanos vendem cadarços de todos tamanhos e cores, senhores espanhóis vendem antiguidades, melhor chamar assim suas velharias, e chineses vendem de tudo. Italianos passam falando alto, muito alto. Várias pessoas param para observar a eloqüência deles. Em outras barracas, na maioria delas, várias pessoas de várias nacionalidades vendem roupas e produtos chineses.

 

Na mesma hora, num canto da Plaza Mayor, senhores trocam selos e exibem suas coleções, enquanto outros apenas os vendem e compram, sem nenhum sentimento, apenas um produto comercial, como qualquer outro. Prefiro os primeiros, num canto, quase proibido, parecem estar cometendo um crime, por não terem autorização para aquele comércio e por estarem se desfazendo de algo que amam. O que alivia o segundo pecado é a troca, vai um amor, mas vem outro. A energia flui, não fica estagnada.

 

A estas horas, em Porto Alegre, em Pinhal, em qualquer lugar do Brasil, poucos estão acordados. Na TV, dentro de um café, vejo um pedaço de um jogo de futebol, Argentina contra Austrália, ao vivo, da China. Lá já começa a noite.

 

Penso em ir à China. Não pelas Olimpíadas, mas para conhecer alguma feira ao ar livre de lá. Nunca ouvi falar, mas deve ter, em todas grandes cidades existe pelo menos uma.

 

Sim, lá na China as feiras devem ser mais interessantes. Chego a apostar que deve ser o único lugar onde estas feiras vendem somente produtos nacionais.

 

No centro de informações turísticas e na secretaria de turismo, em plena Plaza Mayor, onde temos todas as informações do que acontece em Madrid, ninguém sabe me informar sobre a programação teatral. Dizem que posso acessar a programação de cinema, toda lista de passeios disponíveis, os pontos turísticos, horários de ônibus, lugares de comércio, linhas de metrô, mas programação teatral eles não têm. Ninguém quer saber disto.

 

O céu continua com aquele azul implacável. Azul tão claro, tão forte, que deixa o dia branco, luz fluorescente.

 

Descubro que Madri está numa região muita seca, onde havia muito pouca água, por isso tantas fontes. E o que mais me impressiona é que todos os jardins que tenho visto são abastecidos por irrigação. Original e naturalmente não haveria nem jardins, nem fontes, nem flores por aqui. Imagino que a secura natural deve ser condição essencial para que a cidade se torne capital federal.

 

Penso na China, nas pessoas reclamando do calor de Pequim. Está explicado, é uma capital federal.

 

Sigo caminhando pela cidade, eu e todos, todos caminham por todos os cantos da cidade e o céu azul, imenso e quente sobre todas as ruas, por mais estreitas que sejam.

 

Próximo à Puerta Del Sol, outros chineses e africanos vendem seus produtos ilegais no chão, ilegalmente. O profissionalismo deles é impressionante, seus panos, onde expõem seus produtos, se transformam em sacos rapidamente, para facilitar a corrida da polícia.

 

Cada grupo de pessoas que passa por mim parece falar uma língua diferente. Passam outros italianos, todos os ouvem. Vejo os chineses, quase ninguém os ouve. Os africanos, apesar de falarem francês, só abrem a boca para falar o preço. Ainda ouço os italianos, a quase meia quadra de mim, rua abaixo, devem estar discutindo.

 

E assim segue o domingo, às 19:00 tem tourada na Plaza de Toros Las Ventas.

 

Fui e voltarei.

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