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De Buenos Aires a Manaus


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1)Mi Buenos Aires Querido

 

Dia 16 de janeiro de 2010. Saí com meu irmão de São Paulo (GRU), com destino a Buenos Aires. Fomos pela pluna, uma companhia uruguaia ( http://www.flypluna.com) que costuma oferecer ótimas promoções(por exemplo, esse trecho só de ida para Buenos Aires custou R$ 310,00).Todos os vôos fazem escala em Montevideo. Saímos às 9 horas de GRU e chegamos na capital uruguaia às 11h (horário local, -1, nessa época do ano, devido ao horário de verão). Foi um vôo suave de pouco menos de três horas. Em Montevideo impressionou o aeroporto, todo reformado, novinho, e com um aspecto bem modernoso. A pontualidade da nossa conexão para Buenos Aires também surpreendeu. Em exatos quarenta minutos já estávamos a bordo do aviãozinho (inho mesmo!) da Pluna que nos conduziria nesta travessia aérea sobre o Rio da Prata. O vôo foi curtíssimo, embora um pouco turbulento, e em pouco mais de meia hora já estávamos aterrissando em Buenos Aires, no pequeno Aeroporto Aeroparque- destinado a vôos domésticos ( sim, eles consideram vôos do Uruguai como vôos domésticos :lol: ). Agora, se vc for pela pluna, como vai chegar no Aeroparque, venha precavido com cartão internacional. No aeroparque só tem uma casa de câmbio- e, por isso, eles se sentem à vontade para ESTUPRAR FINANCEIRAMENTE os turistas incautos que chegam lá sem pesos argentinos. As cotações eram ABSURDAS, tipo, 160 pelo real, que, no centro de Bs Aires, vc consegue por até 2,20!

A dica: tente vir já do Brasil com pesos argentinos, ou então traga seu cartão internacional (as cotações costumam ser boas, mas vc tem que sacar uma boa quantia de uma vez, pq a cada transação vc está pagando uma taxa de valor fixo, independente da quantia que sacar).

 

De lá do Aeroparque fomos para o nosso hostel, o Millhouse (http://www.milhousehostel.com), no Microcentro. Pouco depois da 1h da tarde já estávamos lá, devidamente instalados e muito bem localizados - de lá era possível caminhar aos mais famosos pontos turísticos de Bs Aires em menos de meia hora. Estávamos mortos de fome e almoçamos no Restaurante Danila, bem na esquina da rua do nosso hostel. Como era nossa chegada, resolvemos “esbanjar” um pouco e pedimos logo um bife de chorizo (30 pesos) cada um e duas cervejas quilmes de litro (15 pesos cada). Não satisfeitos (aliás,estávamos mais do que satisfeitos, só que a gula falou mais alto), pedimos então de sobremesa panqueque dulce de leche, simplesmente delicioso!!

A conta saiu 100 pesos, menos de 25 reais para cada , o que para nós, paulistanos da gema, pode ser considerado uma verdadeira pechincha. O problema é que não aceitavam cartões e tínhamos poucos pesos em espécie (“efectivo”), afinal, com aquela cotação da casa de câmbio do aeroparque... Então fica mais uma dica : em Buenos Aires é sempre bom perguntar previamente se o estabelecimento aceita cartões. Lá, mesmo os restaurantes mais charmosos e bem localizados só aceitam o “efectivo”. O que me surpreendeu negativamente, afinal aqui em sampa daqui a pouco até aquelas barraquinhas de churrasquinho de gato vão trabalhar com visa, amex e master...e em Bs Aires (mas tb na grande maioria dos demais destinos visitados nesta longa viagem) mesmo restaurantes de bom nível não trabalham com cartões. Estranhíssimo! Saímos do restaurante satisfeitos (ou melhor, saciados, fartos!) com aquele bife de chorizo delicioso e bem servido, aquelas quilmes geladinhas e aquela super panqueque dulce de leche para arrematar heheh.

 

Estava um calor infernal em Bs Aires, extremamente abafado e sufocante, e nós estávamos com um sério problema de “efectivo”, pois era fds e as casas com as melhores cotações estavam todas fechadas. Então paramos no hostel para uma breve “siesta”, já que não tínhamos mais, por aquele instante, condição de fazer absolutamente nada senão dormir como crianças (na véspera, tínhamos dormido cerca de duas ou três horas). Por volta das 19h saímos andando pelo microcentro até a Calle Uruguay, onde estava hospedado um amigo nosso, que deveríamos encontrar por volta das 20h. No meio do caminho fizemos um pequeno desvio de rota para passar defronte ao belo prédio do Congresso Nacional. O sol estava se pondo naquele exato instante, tornando aquele um momento perfeito para tirar ótimas fotos. Uma senhora argentina que passeava com seu cãozinho naquele instante viu que estávamos tirando fotos e comentou : “que momento precioso para sacarse uma foto”. Então ela pediu para ver as fotos na máquina, e passou a lançar um série de adjetivos grandiloqüentes para descrever a beleza daquela cena hahaha. Nos afastamos e seguimos caminhada, mas eu e meu irmão simplesmente não pudemos nos conter, e ficamos imitando aquela senhora o tempo todo: “ah, que momento precioso!”. Mas de repente, olhei para o lado e ela estava lá, nos olhando com um semblante meio que desconcertado hahaha... só falei assim pro meu irmão: “jow, pára de imitar a tiazinha, pq ela ta aqui do lado”.

 

Nem preciso dizer que por causa do “momento precioso”, atrasamos um pouco no encontro com nosso amigo (cerca de uns 40 minutinhos), mas quem nos conhece, sabe que pontualidade não é exatamente o nosso forte, e com certeza nosso amigo já devia estar contando com este atraso, tanto que ele nem reclamou de nada haha. Combinamos então uma baladinha para mais tarde – em Bs Aires a noite começa tarde, o pessoal costuma jantar lá pelas 11 horas e as baladas só começam a encher lá pelas duas, e a bombar mesmo, só lá pelas três!! – Fomos ao Amerika, uma balada grande e famosa em Bs Aires, conhecida por ter sido o primeiro club gls da cidade, mas que hoje se tornou um hotspot para turistas, e mistura público gls e hétero. Tínhamos ouvido falar muito bem dessa balada, mas chegando lá... blergh, o negócio tava horrível. Apesar de a casa ser grande e as pistas de dança enormes, o som era horrível! Um barulho eletrônico, aquele putz-putz insuportável, intercalado com uns apitaços nada a ver. Extremamente incômodo aos ouvidos – e, de certa maneira, aos olhos também, ou gente feia, esperava mais de uma balada em Bs Aires... hehehe. Outra coisa: a balada era 60 pesos, só que open bar, algo que pesou na hora de escolhermos... o que não poderíamos contar é que as bebidas seriam assim tão ... horríveis!! Parecia que estávamos tomando álcool zulu com dolly laranja genérica. Não conseguimos ficar mais de duas horas lá dentro e voltamos pro albergue mais cedo, a fim de recuperar as energias para o dia seguinte.

 

Na manhã seguinte saímos caminhando do albergue até a Casa Rosada, sede do poder executivo argentino.Na famosa “Plaza de Mayo”, em frente à Casa Rosada, estavam dispostos inúmeros cartazes de reivindicações políticas- alguns reclamando a soberania argentina sobre as Ilhas Falkland (para, eles Malvinas- mas, de facto, Falkland- os ingleses não arredam pé dali de jeito nenhum, por mais que os hermanitos chorem e se esgoelem...), outros exigiam punições aos militares pelos crimes humanitários cometidos durante a ditadura... sim, os mesmos militares que tiveram a BRILHANTE idéia de declarar guerra ao Reino Unido da Grã Bretanha por causa das ilhas Malvinas, e que (pasme), acreditavam que teriam o apoio dos EUA nesta empreitada HAHHAHAHA. Sim, concordo, esses militares argentinos merecem uma senhora punição mesmo!!

 

[picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20100417235318.jpg 500 375 Legenda da Foto] Vista da Casa Rosada, sede do Poder Executivo argentino, com o bairro moderno e cool de Puerto Madero ao fundo (antes uma região portuária decadente)[/picturethis]

 

 

 

Entramos na Casa Rosada e subimos até a sacada, onde pudemos curtir um “momento evita perón” (Don´t cry for me Argentina!!). De lá de cima, tem-se uma vista belíssima da Plaza de Mayo e dos imponentes prédios públicos ao seu redor, especialmente naquele dia ensolarado de verão. Saindo da Casa Rosada, caminhamos até Puerto Madero. A região é belíssima, todas as construções novinhas, modernas e bem cuidadas- inclusive com alguns arranha-céus. Passamos sobre a famosa ponte nova do renomado arquiteto catalão Santiago Calatrava e caminhamos mais um pouco por Puerto Madero. Logo depois pegamos um táxi para ir até as galerias pacífico, o famoso shopping da Calle Florida, um calçadão comercial na região central( que, aliás, lembra muito o centro de Sampa). Almoçamos no Shopping (e claro que eu comi um bife de chorizo novamente!), olhamos algumas vitrines -marcas como Brooksfield, Pierre Cardin, Ray Ban, Lacoste, Diesel, dentre outras- estavam com preços muito bons comparados aos praticados no Brasil, em muitos casos, metade dos preços daqui!. Estava absurdamente quente e abafado neste dia, mal dava vontade de sair do shopping. Fomos direto para o hotel do nosso amigo, que era ali pertinho, e lá, tiramos uma siesta de umas duas horinhas, até que o calor inclemente do verão portenho nos desse uma trégua. Á noite, voltamos a Puerto Madero para jantar e tomar uns vinhozinhos da região de Mendoza, a preços muito bons, considerando a excelente localização e qualidade do restaurante. Puerto Madero consegue ser ainda mais deslumbrante à noite, e aproveitamos para tirar inúmeras fotos “preciosas”.

 

Na manhã seguinte fomos ao MALBA, onde visitamos a interessantíssima exposição sobre Andy Warhol (que agora está aqui em Sampa, na Pinacoteca do Estado). No MALBA pode-se acompanhar na exposição permanente obras de arte dos maiores modernistas da América Latina, tais como Tarsila do Amaral, Portinari, Fernando Botero, Diego Rivera, dentre muitos outros). O prédio por si só é muito bonito e super estiloso. A seguir, almoçamos num shopping pertinho do MALBA, e de lá tomamos um táxi até o cemitério da Recoleta, que é praticamente uma “cidade dos mortos”, repleta de mausoléus que guardam os restos mortais da elite portenha. O mausoléu da Evita, embora seja o mais procurado pelos turistas, não tem nada assim de muito especial na fachada. Existem mausoléus muito mais suntuosos. A ida ao cemitério da Recoleta é um “must”, um lugar realmente surreal. Na saída, vale a pena experimentar alguns dos inúmeros barzinhos, cafés e restaurantes estilosos da região, que oferecem preços bem razoáveis se comparados aos de Sampa. À noite fomos para Palermo curtir a noite, fomos para um bar que estava bem cheio. Chegamos lá por volta da meia noite. Às duas da manhã todas as mesas são fechadas e retiradas e o espaço vira uma balada. Aaahh, mais uma balada horrível, pelo menos a freqüência era melhorzinha, mas a música, uma desgraça. Só cúmbia e reggaeton, músicas latinas com letras ultra-românticas em ritmo de putz-putz. Um horror, ao menos pro meu gosto!

 

No dia seguinte fomos para a Boca- El Caminito. Apesar da fama da Boca ser um bairro pobre e perigoso, a parte de El Caminito é muito bonita, bem cuidada e turística, lotada de gringos e com inúmeras lojinhas e souvenirs, bem como barzinhos e restaurantes com apresentações de tango e danças folclóricas dos pampas. Após tirarmos uma porrada de fotos das casinhas coloridas, sentamos num dos barzinhos para tomar umas quilmes, comer umas empanadas e assistir de perto uma apresentação de tango de dança dos “gaúchos” (na argentina se fala gáuchos). Por volta das 19h, com o sol ainda brilhando, pegamos um táxi e fomos para San Telmo, ali pertinho da Boca. Sentamos num restaurante na praça de San Telmo, quando já haviam retirado a feirinha.Lá, paramos para tomar um vinhozinhos e fomos brindados com uma surpreendente apresentação de tango de rua. Foi uma performance fantástica e estonteante, muito mais autêntica e sensual que aquela da Boca. Infelizmente, por volta das 20h, começou a cair uma senhora chuva, algo normal tendo em vista o quanto o dia tinha sido quente e abafado. Tivemos que sair correndo daquela praça charmosa e buscar refúgio num restaurante ali perto. Tomamos um café para esperar a chuva diminuir (e dar uma assentada depois de toda a cerveja e vinho ingeridos neste dia de dobradinha boêmia, Boca-San Telmo.) Mais tarde, depois de termos passado no albergue para tomarmos um banho e tal, percebi que havia sido furtado. Me levaram uma boa quantia em dólares e pesos argentinos q eu não gosto nem de lembrar...prefiro nem comentar isso. Mas é bom ir prevenido, em Buenos Aires o que não falta são gatunos, especialistas em tirar coisas do seu bolso ou da sua carteira sem que vc sequer sinta uma coceguinha... No dia seguinte fomos para a Rodoviária e tomamos um ônibus para Salta, no noroeste argentino.

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