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Deserto de Atacama de carro e com crianças


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Olá, pessoal.

 

É o meu primeiro post aqui e antes de mais nada gostaria de agradecer ao Mochileiros.com e aos usuários pela quantidade de informações úteis que pesquisei aqui para a nossa viagem.

 

Acabei de chegar de uma viagem de 3 semanas pelo norte da Argentina e Deserto de Atacama. Fomos de carro, eu, minha mulher e nossos dois filhos, de 8 e 6 anos. No total foram quase 8.000 kms rodados.

 

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Nosso roteiro

 

Levamos o guia "Argentina - Guia Do Turista Brasileiro" e o mapa Firestone Argentina (que inclui o Sul e Sudeste do Brasil, Paraguai, Uruguai e Chile também). Foram muito úteis e recomendo. Comprei ambos na loja virtual da Livraria Cultura.

 

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Mapas e guias que usamos

 

Levamos muitas músicas para ouvir, pois as horas de viagem são longas. Uma dica que dá um sabor especial ao cruzar os Andes: leve música andina. Se você não conhece muito disto, procure na internet pelos grupos Rumillajta, Savia Andina, Sukay, Inti Illimani (o CD Canto de los Pueblos Andinos).

 

A viagem foi sensacional, as paisagens são fantásticas, as estradas boas, o povo argentino e chileno muito hospitaleiros e os preços atraentes. Enfim, tudo correu bem. Nem a altitude acima de 4.000 m causou transtornos maiores para os meninos ou para nós.

 

Até fomos preparados para famosa polícia rodoviária argentina, mas parece que tivemos sorte ou que realmente as coisas mudaram nos últimos anos. Não tivemos problema algum. Fomos parados algumas vezes, mas os policiais foram bastante respeitosos e atenciosos.

 

Sobre a documentação e itens obrigatórios para o veículo, a documentação foi pedida em todas as paradas da polícia rodoviária e gendarmeria (polícia federal). Inclusive pediram a carta verde já na fronteira em Puerto Iguazu. Os demais itens obrigatórios (2 triângulos, cambão, primeiros-socorros, etc) nunca pediram.

 

As estradas estão bastante boas, na maior parte excelente. Até o trecho da rodovia que atravessa o Chaco, na província de Santiago del Estero, que era ruim pelos relatos que li, estava bem razoável, permitindo andar a 120 km/h com segurança.

 

Fomos num Palio Weekend 1.4, que se portou bem na altitude. Nas subidas mais fortes tinha que engatar uma terceira, mas nada de mais. A média de consumo foi de 14.3 km/l, com o carro cheio, farol e ar ligados, rádio e tocador de DVD boa parte do tempo ligado. Abasteci quase sempre com YPF Super XXI (estava a 4,20 pesos, R$ 1 = AR$ 2.3).

 

Muitos postos de gasolina aceitam cartão de crédito, basta procurar um pouco. Outra coisa, existem muitos postos no caminho, mesmo no Chaco. Não se anda 200 km sem cruzar com postos.

 

Levamos cartão de crédito e dólares, mas usamos somente uns US$ 600 de notas, o restante foi em cartão de crédito. Tem caixas eletrônicos dos bancos Macro e La Nacion Argentina em quase todas as cidades. Em Salta tem um Itaú perto da praça 9 de Julio.

 

Agora com o IOF em cartão de crédito em 6,38% vale a pena levar um cartão Visa Travel Money (ou o equivalente da MasterCard) e pagar as contas com ele. A taxa de câmbio é mais barata do que comprar dólares em espécie e o IOF é de 0,38%. A Confidence Câmbio emite este cartão, http://www.confidencecambio.com.br.

 

O roteiro foi sair do Brasil, ir direto para Puerto Iguazu, pois queríamos ir no lado argentino das cataratas. Ficamos no Residencial Amigos (AR$ 220 quádruplo, http://www.residencialamigos.com, info@residencialamigos.com), bastante básico mas com um proprietário muito simpático e atencioso. Se você ficar em Puerto Iguazu, tem opções melhores e recomendo procurar mais. No período que ficamos, Natal-Ano Novo, tudo estava reservado.

 

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Primeira fronteira. Divisa com a Argentina em Foz.

 

O lado argentino das cataratas é muito maior e mais interessante do que o brasileiro (passamos nele na volta). Reserve um dia todo para visitar a Garganta do Diabo, Passeio Superior, Passeio Inferior e Ilha San Martin. Leve lanches e água também.

 

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Garganta do Diabo, lado argentino das Cataratas.

 

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Vista das quedas do lado argentino.

 

Em Puerto Iguazu tem um centrinho na rua Córdoba com bons restaurantes e pizzarias.

 

O câmbio em Puerto Iguazu é desvantajoso, principalmente se você quiser trocar reais.

 

De Puerto Iguazu fomos até San Ignacio Mini, uma viagem curta (320 km) para visitar as ruínas jesuíticas. Valeu a visita. Ficamos num chalé no Hotel San Ignácio (AR$ 200 quádruplo sem café da manhã, hotelsanignacio@arnet.com.ar). Visitamos as ruínas durante o dia e a noite fomos ver o show de som e luz nas ruínas.

 

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Ruínas jesuíticas de San Ignacio Mini.

 

Em San Ignacio comi o pior bife da Argentina. Foi num dos restaurantes em frente a entrada das ruínas. Dito isto, os outros bifes argentinos foram de deixar saudades. Se ficar por lá, o melhor lugar para comer é no restaurante que fica no hotel San Ignacio.

 

De San Ignacio fomos até Pres. Roque Saenz Peña (560 km). A cidade de Saenz Peña não tem nada muito interessante, mas é bem cheia de vida para um lugar no meio do Chaco. Se você chegar cedo lá, dá para tomar um banho e massagens no Parque de Águas Termais. Ficamos no Hotel Presidente (AR$ 220 quádruplo, hotelpresidente.p.g@live.com), uma boa surpresa em termos de custo/benefício para o lugar e aceita cartões. Se precisar cambiar US$, o dono do hotel faz a uma taxa razoável.

 

Entre San Ignacio e Saenz Peña, paramos para almoçar em Resistencia. Foi um dos melhores almoços da viagem, comemos no Don Abel (http://parrilladonabel.com.ar). O prato individual de carne (dá para dois famintos) vem com muita guarnição e um naco enorme da melhor carne argentina. Se estiver perto de Resistencia pela hora do almoço, vale entrar na cidade. Fica na calle Juan D Peron.

 

De Saenz Peña encaramos o retão até Salta (660 km). Tem uns vilarejos no meio do caminho que dá para dormir se você REALMENTE precisar, falaram de hotéis simples em JV Gonzales (Hotel Colonial) e Pampa de los Guanacos (Hotel Mis Abuelos).

 

Em Salta ficamos no Hostel Yatasto (R$ 140, isso mesmo, reais, quádruplo, http://www.hostalyatasto.com.ar, hotelyatasto@yahoo.com), de um argentino (Hector) casado com uma brasileira de Natal (Maria José). Já tinha lido algumas boas recomendações aqui e em outros blogs, talvez por isto tenha ficado um pouco decepcionado com o lugar. O café da manhã foi o mais fraco da viagem, o Hector pouco simpático e o hostel fica trancado o tempo todo, o que atrapalha para entrar e sair. Bom, também tivemos que pagar um extra (20 pesos) para deixar o carro num estacionamento. Foi um único hotel que não tinha estacionamento.

 

Salta é uma cidade muito simpática, dormimos lá duas noites na ida e duas na volta. A praça 9 de Julio é bonita, as igrejas também, o Museu de Arqueologia de Alta Montanha vale a visita para ver as múmias de crianças incas e o passeio de teleférico também é interessante. Além disto, tem boa comida, o fantástico sorvete argentino, lojas com produtos regionais bonitos (procure a loja AlmAndina, http://www.almandina.com, com umas camisetas e produtos bem bacanas).

 

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Praça 9 de Julio, Salta.

 

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Teleférico para Cerro San Bernardo, Salta.

 

Fomos de carro pela Quebrada del Toro até as ruínas de Santa Rosa de Tastil. É uma estrada belíssima, na maior parte de asfalto, que vai acompanhando os trilhos do Tren de las Nubes (que por sinal não funciona mais).

 

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Quebrada del Toro.

 

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Quebrada del Toro.

 

De Salta existem dois caminhos para ir a Jujuy, o caminho que volta por Gal Guemes, mais longo e mais moderno, e o caminho de cornisa, que vai direto por uma estrada bonita, estreita e com muitas curvas. Fomos por ele na ida e volta. Lembra um pouco as estradas que vão para o litoral de SP, com muita floresta e curvas fechadas. Descobri depois que "camino de cornisa" quer dizer estrada a beira do penhasco. Sacou a ideia? :wink:

 

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Camino de cornisa entre Salta e Jujuy.

 

O roteiro do dia era sair de Salta e ir até Tilcara, parando em Purmamarca. A partir de Salta você sente a atmosfera andina, seja na geografia, seja nas pessoas. A vegetação em torno da estrada vai mudando rapidamente, saindo do verde exuberante perto de Jujuy para o semi-árido em Purmamarca.

 

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Purmamarca com Cerro Siete Colores ao fundo.

 

Purmamarca é um vilarejo muito bonito. O cenário com o Cerro Siete Colores ao fundo é realmente impactante. O lado ruim é que fica supervisitado no verão, tirando boa parte da atmosfera do local. Mesmo assim, é uma parada obrigatória na viagem. Não deixe de fazer o passeio 7 colores.

 

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Purmamarca.

 

De Purma rumamos a Tilcara pela mítica Quebrada de Humauaca. O visual também é de tirar o fôlego. Em Maimará tem a Paleta do Pintor (que fica mais bonita a tarde) e o cemitério com o atraente dizer "Visite Maimará". Lugar perfeito para uma propaganda turística. :wink:

 

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Maimará, na Quebrada de Humauaca.

 

Em Tilcara ficamos no Hotel Turístico de Tilcara (AR$ 300 quádruplo), que é bem grande, com bons quartos mas que já viveu dias melhores. Ainda assim é um bom lugar para ficar. Estão reformando uma ala do hotel, assim, deve estar melhor em breve.

 

Tilcara no verão é o paraíso dos mochileiros argentinos, principalmente das argentinas, o que é bem curioso. É uma mistura de Arraial d'Ajuda com São Tomé das Letras. O vilarejo é pequeno e simpático. No dia seguinte fomos ao Pucará de Tilcara e a cachoeira da Garganta do Diabo (mais uma). Tem dois caminhos para a cachoeira, de carro e a pé. Os dois tem vistas espetaculares.

 

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Pucará de Tilcara.

 

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Estrada para a Garganta del Diablo de Tilcara.

 

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Garganta del Diablo de Tilcara.

 

Tilcara tem uma história interessante, a seleção argentina foi se preparar lá para a altitude da Copa do México, em 1986. A seleção do técnico Carlos Bilardo fez a promessa que se ganhasse a copa voltaria lá para agradecer a Virgem de Copacabana del Abra de Punta Corral, padroeira da igreja. Bom, como sabemos a Argentina ganhou a copa, só que não voltou lá para pagar a promessa. Desde de 1986 a Argentina não vence uma copa do mundo. É a chamada Maldição de Tilcara.

 

Moral da história, você como brasileiro tem o dever patriótico de ir a igreja e relembrar a Virgem de Copacabana que os hermanos não pagaram a promessa. :wink:

 

Também fomos até Humauaca. Eu achei interessante. Mas precisaria ficar mais tempo lá para sentir o clima. Lá tinha também um mar de mochileiros(as) argentinos. Muita gente falou que Iruya (e a estrada até lá) é sensacional. Ficará para outra viagem.

 

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Pastor na Quebrada de Humauaca.

 

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Cidade de Humauaca.

 

De Tilcara rumamos a San Pedro de Atacama (450 km). A estrada que cruza os Andes, a Ruta 52, é estrada mais espetacular que já andei, com suas paisagens coloridas, salares, vulcões e com a subida da Cuesta de Lipan. Só a Ruta 52 já valeria a viagem.

 

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Curvas da Cuesta de Lipan. Ruta 52.

 

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Abra de Potrerillos, a 4170 de altitude.

 

A Cuesta de Lipan merece um destaque a parte, pois são curvas e mais curvas subindo até a Puna, com visuais incríveis. Encontramos várias pessoas subindo de bike. Haja disposição.

 

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Cicloturista encarando a Cuesta de Lipan.

 

Uma surpresa foi descobrir que a estrada fica bem plana e reta na Puna. Dá para andar a mais de 120 km/h tranquilamente. Cruzamos com várias llamas, vicunhas e burricos pelo caminho.

 

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Ruta 52 na puna argentina.

 

As Salinas Grandes são como uma miragem, uma grande área branca e plana com a estrada passando no meio. Ficamos algumas horas lá, com a molecada fazendo a festa no sal.

 

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Salinas Grandes.

 

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Salinas Grandes.

 

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Salinas Grandes.

 

Passamos por Susques e paramos num posto alguns quilômetros depois, pois o nosso mais novo estava "apunado", apesar de estarmos mascando folhas de coca. Neste posto tem oxigênio gratuito e tem um bom restaurante, comparado ao que existe no povoado de Susques.

 

O Paso de Jama agora tem um posto da YPF que é um verdadeiro oásis no meio da Puna: gasolina a preço normal, limpeza, comida quente, café expresso e dá para pagar tudo com cartão de crédito.

 

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Paso de Jama, divisa Argentina-Chile.

 

Entramos no Chile e já fomos parando nos salares para tirar fotos, ver os flamingos, vicunhas, zorros, etc. A chegada a San Pedro é quase um escorregador. Uma descida quase reta de uns 30 km onde se desce uns 2.000 metros. Lá em baixo fica San Pedro, em meio a uma eterna névoa de poeira.

 

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Salar de Quisquiro.

 

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Salar de Pujsa.

 

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Salar de Aguas Calientes.

 

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Vulcão Licancabur, chegando em San Pedro de Atacama.

 

San Pedro estava cheio de brasileiros e de outros turistas que iriam ver o Rally Dakar no dia seguinte. Estive em San Pedro em 1996 e o vilarejo cresceu muito desde então. Mesmo assim, ainda é um lugar especial.

 

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San Pedro de Atacama.

 

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Igreja de San Pedro de Atacama.

 

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Pastora de ovelhas em San Pedro.

 

A noite sanpedrina é bem animada, muitos bares e restaurantes com moçada e turistas. Como estávamos com os filhos, fomos dormir sempre cedo.

 

As estradas no Atacama são boas, mesmo as de terra ou rípio. O ponto ruim é a sinalização, que é bem precária. Passe no escritório da Sernatur e pegue um mapa gratuito ou compre um nos restaurantes/lojas. Ajudou bastante para nós.

 

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Estrada entre San Pedro e Toconao.

 

Ficamos no Hotel Chiloé (US$ 100 quádruplo, chiloe.residencial@gmail.com, marialow02@hotmail.com), um bom custo/benefício na inflacionada San Pedro. A dona, a Maria Low, é muito atenciosa. Minha câmera parou de funcionar na véspera do tour a El Tatio e ela me emprestou a câmera de sua filha para levar. O hotel tem um restaurante simples e aceita cartões também.

 

Fomos ver o Rally Dakar, que foi uma experiência bem diferente. Os meninos adoraram.

 

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Rally Dakar.

 

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Rally Dakar.

 

Fomos também ao Vale da Lua e da Morte, além do El Tatio e das lagunas altiplânicas e as lagunas Cejar.

 

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Licancabur visto do Vale da Lua.

 

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Vale da Lua.

 

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Vale da Morte.

 

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Geysers El Tatio.

 

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Geysers El Tatio.

 

Dá para ir de carro em todos os lugares. Só não recomendo ir a El Tatio, a estrada tem muita costela de vaca, você tem que sair de madrugada e é muito frio (-10C no verão). Encontramos uns brasileiros lá que foram de Troller e disseram que foi tranquilo. Fomos de van da agência Layana (CH$ 15.000 p.p., http://www.turismolayana.cl, boa) e iria assim novamente.

 

Se for à laguna Cejar, leve água para se limpar depois do banho, pois tem MUITO sal na água e depois que o corpo seca você fica pior do que um bacalhau. A sensação de boiar olhando para o vulcão Licancabur não tem preço, além do por-do-sol memorável.

 

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Laguna Cejar.

 

As lagunas altiplânicas Miscanti e Miñiques são imperdíveis. Estão a 130 km de San Pedro, sendo a maior a parte de asfalto. Aproveite para parar e comprar damascos frescos em Toconao.

 

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Laguna Miscanti.

 

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Laguna Miñiques.

 

De San Pedro voltamos diretamente a Salta. De Salta fomos a Cafayate (180 km). Apesar da pouca quilometragem, reserve umas 3 ou 4 horas para este trecho da Ruta 68. O visual da Quebrada de las Conchas é muito bonito e as paradas para fotos são muitas.

 

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Indo de Salta para Cafayate na Quebrada de las Conchas.

 

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Quebrada de las Conchas.

 

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Outra Garganta do Diabo, Quebrada de las Conchas.

 

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Quebrada de las Conchas.

 

Cafayate é uma cidadezinha bem simpática, com um cenário bonito ao redor. Fica a 1.600 m, com um clima agradável. A cidade tem mais de 25 vinícolas com excelentes vinhos e várias opções de coisas para se fazer. Não deixe de tomar o vinho Torrontes.

 

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Vinhedos em Cafayate.

 

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Vinícola em Cafayate.

 

Ficamos no Hotel Tinkunaku (US$ 100 quádruplo), que tem uma piscina (ótimo para o verão) e aceita cartão.

 

De Cafayate começaríamos a volta ao Brasil. Resolvemos voltar pelo caminho que passa por Tafi del Valle, Tucuman e Santiago del Estero. Foram 850 km até Saenz Peña.

 

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Tafi del Valle.

 

O trecho de Cafayate a Tafi é bonito e com bastante montanha (sobe até o Abra del Infernillo, a 3042 m). De Tafi tem uma descida absurda até Tucuman. Multiplique a serrinha de Ubatuba por 5 e é mais ou menos o que tem lá. O visual, nem precisa dizer, é fantástico. De Tucuman em diante é só plano. É impressionante como os Andes sobem do nada formando um paredão ao fundo de Tucuman.

 

Passamos por várias rutas, todas boas, até cair na Ruta 89, que iria até Avai Terai, próximo de Saenz Peña. Esta Ruta 89 foi a única estrada ruim que pegamos na Argentina, com um trecho de uns 30 km entre Taboada e Suncho Corral que a estrada é literalmente uma calçada de cimento que passa um carro por vez.

 

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Calçada, digo, Ruta 89.

 

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Ruta 89.

 

Depois de Suncho Corral a estrada volta ao normal. Mas este trecho da Ruta 89 não tem muita estrutura. Leve lanches se fizer este caminho. Em Quimili tem um posto YPF e só.

 

De Saenz Peña demos uma esticada até Foz (850 km). Em Foz ficamos no Hotel Paudimar Campestre (R$ 160 quádruplo, http://www.paudimar.com.br), com uma piscina que quebra o galho no calor e aquele clima de viajantes do mundo todo. Aceitar cartão e tem uma lanchonete.

 

No dia seguinte fomos conferir o lado brasileiro das cataratas. É preciso admitir que ficamos com um pedaço muito menor das quedas. Mas o parque é interessante e vale a visita, que dá para fazer em 3 horas. O Parque das Aves, ao lado, também vale.

 

Uma coisa que fizemos valeu muito a pena foi um voo de helicóptero sobre as cataratas. Não é barato, mas valeu cada centavo.

 

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Vôo de helicóptero sobre as Cataratas.

 

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Vôo de helicóptero sobre as Cataratas.

 

De Foz, foi mais uma última esticadona até nossa casa, mais de 1.000 km até Campinas.

 

Bom, a viagem foi sensacional, os meninos gostaram muito e o norte da Argentina deixou uma sensação de "preciso voltar aqui outras vezes". São muitos lugares que merecem uma viagem por lá.

 

Mais fotos aqui:

http://bit.ly/ukNaJ2

 

O roteiro foi:

 

Puerto Iguazu, 2 noites

San Ignacio, 1 noite

Pres Roque Sanz Peña, 1 noite

Salta, 2 noites

Tilcara, 2 noites

San Pedro, 4 noites

Salta, 2 noites

Cafayate, 3 noites

Pres Roque Sanz Peña, 1 noite

Foz do Iguaçu, 2 noites.

 

O câmbio estava:

R$ 1 = AR$ 2.3 (em Puerto Iguazu pagavam 2.1)

US$ 1 = AR$ 4 (ou 3.9 em alguns lugares)

US$ 1 = CH$ 470 (foi o melhor câmbio que consegui em San Pedro). O oficial era CH$ 480.

 

É isto aí, espero que o meu relato inspire e seja útil a quem está sonhando com a viagem.

 

Abraços.

Luis

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Nota 10 seu relato.

 

Parabéns por viajar com as crianças.

 

Peço permissão para colocar um link de seu relato no Fórum "Mochilando com as crianças"

 

Maria Emilia

 

Obrigado, Maria Emilia. Pode colocar o link, sim.

 

Abraço.

Luis

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Olá LuisD,

 

Muito legal seu relato. Incrível! Um dia também vou para lá também. Mas fiquei com uma dúvida. Recentemente estive na Argentina, na região de Córdoba, e levei na viagem apenas REAIS, não levei DÓLARES. Para essa região que você foi, não seria mais interessante levar REAIS ao invés de DÓLARES? Claro, vai fazendo o câmbio de REAIS para PESOS à medida que for precisando. Tenho a impressão de que ao levar DÓLARES (dependendo a quantidade) há uma perda na hora de fazer o câmbio. Penso que cambiar diretamente REAIS para PESOS seja mais negócio que REAIS para DÓLARES para PESOS. Será que tem fundamento isso?

 

DEUS te abençoe e meus parabéns pela viagem.

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Obrigado, Robert!

 

Pensei em levar reais. O que li foi que a taxa de câmbio para reais vai caindo a medida que se afasta da fronteira com o Brasil e que fica ainda pior nas pequenas cidades. Isto me fez decidir a levar dólares.

 

Concordo contigo que custa comprar dólares, até por isto tentei pagar o máximo com cartão de crédito (além de gerar milhas para outras viagens!). Mas este é um dos custos de viajar, faz parte do todo.

 

Abraço.

Luis

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Olá Luis

 

Fantástico seu relato. Fotografias maravilhosas. Parabéns,

 

Já fiz algumas viagens de longa distância com minha família (minha esposa e duas filhas, atualmente com 12 e 11 anos), tanto para o nordeste do Brasil como para o sul, incluindo Paraguai, Argentina e Uruguai.

 

Estamos preparando uma nova viagem para o Chile, passando para o Atacama (janeiro de 2012).

 

Gostaria que me tirasse uma dúvida. Você disse: "De Tilcara rumamos a San Pedro de Atacama (450 km)." No Googlemaps chega a 941 km... Não é uma distancia muito longa para um dia?

 

Valeu!

 

Edu

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