Ir para conteúdo

Posts Recomendados

  • Membros

Viagem Nordeste

 

O relato é da Viagem que fiz em 2009 para o nordeste, para quem se interessar.

 

A princípio ficaria em Alagoas, especialmente Maceió. O estado nordestino foi escolhido por ser tranquilo e bonito. Escolha acertada. A capital é linda, limpa, sinalizada, organizada, possui bastantes belezas naturais, boas opções de restaurantes e um povo acolhedor. No site mochileiros, onde cadastrei-me, fiz amizade com 2 nativos que me deram dicas valiosas, tornaram-se meus amigos e me trataram como rainha enquanto lá estive. Cheguei num dia e no outro fui para o interior de Alagoas, Japaratinga que é um lugar paradisíaco, depois para Pernambuco, onde parei para conhecer a praia dos Carneiros em Tamandaré, interior de PE, passei por Recife, muito grande e movimentada e fiquei um dia em Olinda que é um salto de Recife. Depois rumei para Pipa, distrito de Tibau do Sul, munícipio do RN. Pipa é voltado quase exclusivamente para o turismo, principalmente o internacional. De cada 10 pessoas que eu lá encontrava, 9 eram gringas de todos os lugares do globo. Apesar de pequeno e residir muitas pessoas carentes, Pipa tem um comércio de luxo. Bares, restaurantes, lojas de bijuterias finas, jóias, artesanatos e roupas caras. Tudo em prol do turista. O comercio abre às 10h e fecha tarde da noite. As noites são agitadas e tem um samba que os gringos tanto gostam. Há incontáveis pousadas, de todos os estilos e preços, uma que chama Canto da Coruja tem bangalôs cuja tarifa é quase R$ 1.000,00. Um luxo para poucos.

Em Pipa, a Praia do Amor é uma praia encantadora, mas a Sibaúma é a minha favorita, fica um pocuo afastada e não tem infra-estrutura pra turismo, mas creio que é uma questão de tempo. A praia do Madeiro também é perfeita e fica próximo de um parque que abriga o Projeto Tamar. Fiquei 3 dias, até a manhã da quinta-feira santa, já que os preços e tarifas subiriam consideravelmente em função da leva de turistas que pra lá iriam.

Voltei para Maceió e lamento não ter ido à Natal que fica apenas a 60km. Percebi que o governo federal está investindo pesado na duplicação das rodovias no nordeste. Vários trechos em obras.

Maceió tem as famosas praias do Gunga, onde tem a Barra de São Miguel, a praia do Francês, o passeio das 9 ilhas, Falésias. Em Alagoas e próximo a Maceió tem Maragogi, São Jose da Coroa Grande, Japaratinga (onde parei) e inúmeros outros lugares muito bonitos.

Em Maceió hospedei-me no albergue. Com a carteirinha de alberguista solicitada antes da viagem paguei R$ 30,00 com café da manhã que, diga-se de passagem era muito bom. 3 motivos que fizeram do albergue a melhor escolha: Preço, localização e interação com brasileiros e estrangeiros. O albergue de Maceió apesar de ter acomodações que deixam a desejar (o de Pipa é excelente, embora não tenha ficado lá) é localizado na Ponta Verde, que creio é o lugar mais nobre e caro de Maceió e fica apenas há uns 5 minutos da orla. Não tomava banho, mas gostava de ir ver o sol se pôr, caminhar a tardinha, fotografar ou simplesmente sentar e ouvir o barulho das ondas ao tocarem a areia. Para mim, uma melodia. Um momento sublime, ímpar, divino.

Fui a bons lugares para degustar a culinária local. Massagüeira é um espaço onde se concentram alguns restaurantes localizados ao lado de uma lagoa. Só o fato de comer olhando para a lagoa já compensava e, os preços são bons. Lá, comia sempre camarão, filé de siri e o bichinho também, que não tem muito conteúdo, mas eu achava divertido destripá-los, e ainda outras iguarias. No caminho, crianças e senhoras vendiam cocadas maravilhosas, e olhe que eu não gosto de doce (é estranho eu sei). Cocadas de leite condensado, de goiaba, maracujá... Uma delícia. Apenas R$ 1,50 uma barra grande.

Comi no Akuaba, (culinária baiana) acarajé e não gostei. Não gostei do bolinho nem do caruru. Fui ao Bodega do Sertão que eu simplesmente amei. É um restaurante de comida nordestina que fora e dentro é decorado como se fosse uma casa de nordestinos daquelas de novelas, cortinas e toalhinhas coloridas, mesas de madeira, bules, santos, fitinhas, as moças que auxiliam trajadas de vestidinhos de chita e claro as comidas nordestinas. Comi escondidinho que é ótimo, e até linguiça de bode, mas confesso que a buchada do bicho, nem lá, tive coragem de experimentar.

Fui à Marechal Deodoro, pequena cidade de Alagoas que fica a 20km de Maceió, lugar onde o marechal nasceu. A casa virou museu e conserva alguns móveis e disponibiliza algumas informações sobre a vida e feitos do militar.

Saí na noite 2 vezes apenas. Há bastante agitação nortuna e há barzinhos legais.

O albergue de Maceió não é tão movimentado. Dividi o quarto 3 vezes. 1º com uma neozelandesa que tentava se comunicar comigo fazendo gestos com as mãos no chão. Ria que não aguentava olhando aquilo. Meu inglês é muito básico e uma comunicação mais "avançada" não era possível, por isso os gestos toscos da guria. Depois dividi o quarto com uma dentista pernambucana e por último com 2 argentinas. Uma, antipática que ficava trancada no quarto de cara amarrada e a Mayra, uma biológa que era o oposto, extremamente simpática e falava português fluentemente, estudara 2 anos a nossa língua. Trocamos e-mails e telefones e ela disse que me contataria quando fosse à Amazônia para que fôssemos juntas. À noite no espaço comum do albergue reuníamos brasileiros e estrangeiros e interagíamos. Era muito divertido. Observei que a maioria dos gringos falava mesmo que mal, um pouco de português, conseguiam se comunicar. O gerente do albergue era argentino e eu dizia à Mayra e ele que Pelé es mejor que Maradona. Eles retrucavam dizendo que, se Pelé é rei, Maradona é Deus. Mayra aprecia muito caipirinha e o Andrea, um italiano preparava para nós. O Andrea uma vez fez um jantar pra mim. Salmão, batatas e uma salada e outra vez fez um espaguete. Um gentleman. Tinha um holandês de nome Joan, cuja pronúncia é bem diferente, que preparava suas próprias refeições na cozinha do albergue, pois, segundo o próprio, estava enjoado de comer em restaurantes e seus pratos pareciam sempre ótimos. Já estava algum tempo mochilando pelo Brasil e depois iria para outros lugares da América Latina. Tinha 31 anos era físico e contou que trabalhou e juntou grana para passar 6 meses só viajando, conhecendo países e suas respectivas culturas, pessoas... Percebi que muitos europeus fazem esse tipo de coisa. Coincidentemente Joan encontrou mais 2 holandeses no albergue o que o deixou bastante animado. Também fiz amizade com brasileiros como o Jesus de Porto Alegre, um concurseiro que ama Maceió, e outros.

 

O nordeste é lindo, os nordestinos são alegres e hospitaleiros.

Vale muito a pena conhecer.

 

É difícil exprimir num texto a emoção, o valor, o quão significativa e gostosa foi essa viagem. Impossível descrever os lugares lindos por quais passei, e o quanto meu coração festejou. São imagens e emoções impossíveis de descrever.

 

Sandra braz.

Editado por Visitante
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • 2 semanas depois...
  • 1 ano depois...

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...