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Campos do Jordão num fim de semana (SP) - nov/10


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Aqui vai um relatinho que mostra como é possível conhecer quase todos os atrativos de Campos do Jordão em um fim de semana comum. Basta planejar direitinho o roteiro e aproveitar legal o tempo. No meu passeio por lá, ficaram de fora apenas a subida da Pedra do Baú e Ana Chata e as trilhas do Horto de Campos (como é conhecido o Parque Estadual de Campos do Jordão), passeios que já fiz em outras ocasiões.

 

O mapa turístico da cidade só serviu para o planejamento da viagem já que na cidade há bastante sinalização dos pontos turísticos.

 

O carro é quase obrigatório em Campos do Jordão. Sem ele é possível conhecer a Casa da Xilogravura, o Mosteiro de São João e o Morro do Elefante, todos na área urbana. De ônibus dá para chegar ao Palácio Boa Vista e ao Horto de Campos. Com disposição para caminhar um pouco pelas estradas de terra, chega-se ao Pico do Imbiri e à Gruta dos Crioulos a partir do Morro do Elefante.

 

1º DIA - SÁBADO

 

Saímos de São Paulo um pouco tarde, às 9h. Seguimos pela Airton Senna/Carvalho Pinto e depois pela rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) e às 11h em ponto estávamos passando sob o portal de Campos do Jordão.

 

Nossa primeira parada foi no Palácio Boa Vista, residência de inverno do governador do estado. A entrada custa R$5 e a visita é monitorada. Estacionamento gratuito. O interior do palácio é belíssimo e a oportunidade de ver de perto obras de Tarsila do Amaral (várias), Di Cavalcanti e os gorduchos do Vicente do Rego Monteiro é imperdível. Interessante também ver a sala onde em 1978 nasceu o hoje famoso e internacional festival de inverno de Campos do Jordão.

É preciso ficar atento ao horário pois o palácio fecha das 12 às 14h. Há um ônibus urbano que passa em frente.

 

Dali esticamos pela mesma estrada (de asfalto) até o Auditório Cláudio Santoro e Museu Felícia Leirner, que ocupam o mesmo espaço. A entrada custa R$1 por pessoa se você deixar o carro na estrada e R$5 por carro se estacionar dentro. O auditório foi inaugurado no dia do meu aniversário, 12 de julho de 1979, e abriga todo mês de julho as principais apresentações do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. O museu é bem interessante, a céu aberto, as alamedas levando o visitante à história da obra da artista polonesa Felícia Leirner desde sua fase figurativa na década de 1950 até as obras mais famosas, os "recortes na paisagem", dos idos de 1980. Do ponto mais alto do bosque de esculturas tem-se uma visão privilegiada do conjunto Pedra do Baú, Bauzinho e Ana Chata.

 

Em seguida, voltamos para a cidade para almoçar. Na Abernéssia, perto do Mercado Municipal, encontramos restaurantes a R$24 e R$25 o quilo. Comida razoável.

 

Depois fomos ver de perto a Pedra do Baú. A placa indicava 25km até lá, porém foram 15km de asfalto ruim, cheio de buracos, pela Estrada da Campista e mais 6km de terra em boas condições, já no município de São Bento do Sapucaí. Optamos pelo passeio mais leve pois a intenção não era fazer trilha desta vez. Subimos o Bauzinho por uma trilha bem curta e nos aproximamos da majestosa Pedra do Baú o máximo que o nosso medo de altura permitiu, já que o cume rochoso do Bauzinho se estreita cada vez mais à medida que se aproxima do Baú. Na barraquinha que fica no estacionamento (gratuito) provamos uma deliciosa broa de pau-a-pique e compramos bananas trazidas diretamente do sítio do dono da barraquinha.

 

Na volta, saímos do asfalto para a esquerda e fomos conhecer a Gruta dos Crioulos e o Pico do Imbiri, ambos com sinalização na estrada. A gruta fica a apenas 1km e é tida como antigo refúgio de escravos fugitivos. Interessante subir pela trilha à direita para ter uma idéia melhor do tamanho colossal da pedra cuja extremidade forma o teto da gruta. Já eram 18h e não havia mais ninguém por ali.

 

Voltamos até a bifurcação (ainda na estrada de terra) que sinalizava a gruta para a esquerda e o pico para a direita e subimos em direção ao pico por uma estrada em condições piores. Mais no alto, uma outra placa indicava Pico do Imbiri à esquerda, porém só para 4x4. Perguntamos numa casa próxima e nos indicaram um caminho alternativo para carros comuns, porém pelo horário achamos melhor deixar para o dia seguinte.

 

Retornamos a Campos e pegamos a rodovia Floriano de novo para dormir em Santo Antônio do Pinhal, onde há pousadas mais em conta (Beira Rio, São Benedito, do Grilo). Ainda paramos um pouco no mirante Vista Chinesa para fotos do pôr-do-sol.

 

Na chegada a Santo Antônio do Pinhal, uma surpresa. As pousadas do centro estavam todas lotadas por causa de um passeio ciclístico no dia seguinte. Por sorte a recepcionista da Pousada do Grilo nos indicou uma outra que ainda tinha vaga, a Pousada Recanto das Orquídeas, no bairro Renópolis, e lá fomos nós pela Estrada do Barreiro (de terra, em boas condições) até lá. Pagamos R$90 para duas pessoas com café da manhã.

 

2º DIA - DOMINGO

 

O café da manhã da pousada é bom, simples mas variado. O bairro Renópolis é famoso pelo cultivo de orquídeas em enormes estufas, pena que as da pousada estavam um tanto abandonadas.

 

Voltamos a Campos pela rodovia Floriano (que passa bem perto da pousada) e começamos o dia pelo Pico do Itapeva, antes que as multidões invadissem e tomassem conta do lugar. O pico fica a 12km de asfalto de Campos e pertence ao município de Pindamonhangaba. Curioso como os dois principais atrativos naturais de Campos do Jordão não pertencem à cidade...

 

Na estrada já alcançamos os ônibus de excursão que levam hordas de turistas consumistas ao pico, uma vez que há uma feira de malhas e lembrancinhas lá, pelo menos por enquanto (leia mais em http://www.portalr3.com.br/2010/08/apos-liminar-da-justica-ambulantes-voltam-ao-pico-do-itapeva/). O estacionamento custa R$1 mas há pessoas que deixam o carro um pouco antes, à beira da estreita estrada, para não pagar esse absurdo. O lugar impressiona por duas coisas: a bela vista panorâmica do Vale do Paraíba e a precariedade do "mirante", uma prosaica laje de uma casa semiabandonada à qual se sobe por uma rampa caindo aos pedaços.

 

Na volta, junto ao sofisticado hotel Quatre Saisons, entramos à direita e seguimos as placas turísticas para conhecer as Corredeiras do Fojo. Esse foi o primeiro mico do dia. Rodamos 3km, parte em terra, até a entrada de um condomínio, onde, logo após a cancela (aberta), uma outra placa indicava as corredeiras. O local se resume a um riacho que corre entre pedras e uma pequena cachoeira de acesso difícil e visão obstruída pela vegetação. Ainda confirmei com o segurança do condomínio para saber se era só aquilo mesmo.

 

Muito mais interessante é a visão a partir da estrada dos luxuosos hotéis Home Green Home e Quatre Saisons. A maioria das pessoas para o carro num ponto estratégico para fotografá-los.

 

Dali fomos para o que seria o segundo mico do dia: as Duchas de Prata. Como é que a prefeitura de Campos tem coragem de colocar como atração turística da cidade uma represinha de água poluída com algumas quedas que dão nojo de se aproximar pelo mau cheiro! Pelo menos interditaram o acesso aos canos que serviam de ducha para algum desavisado não se contaminar com aquela água. Claro que o local está repleto de lojinhas de souvenir. O estacionamento é livre mas os "seguranças" pedem uma contribuição.

 

Falando em água poluída, segundo o blog http://vemconosco.wordpress.com/2009/10/23/campos-de-jordao-a-outra-face todos os rios e córregos da cidade estão sujos pois o esgoto é lançado diretamente. Isso se comprova inclusive no Horto, onde o Rio Sapucaí-Guaçu está em condições lastimáveis.

 

Próxima parada: tentar novamente o Pico do Imbiri. Tomamos a Estrada da Campista de novo e logo após a bifurcação para o Palácio Boa Vista (onde tomamos a direita), há placas para o Morro do Elefante e Horto apontando para uma estrada de terra em frente. Uma placa de madeira pequena também indica Pico do Imbiri. Seguimos por ela e mais à frente outra placa manda subir à esquerda. Toda essa estrada de terra está em boas condições. O pico é bem isolado, pouca gente vai. Há uma plataforma de madeira servindo de mirante para os lados sul e leste. A visão da Pedra do Baú não é das melhores pois fica parcialmente obstruída pela serra. O silêncio foi rompido pelas motos que subiram pela estrada e desceram pela trilha logo abaixo da plataforma de madeira para alcançar a mesma estrada de terra mais à frente, em direção ao Morro do Elefante.

 

Nós fizemos o mesmo, porém descemos por onde viemos. Na primeira bifurcação, fomos para a esquerda e 3km depois chegamos ao topo do Morro do Elefante, ponto final do teleférico do Capivari. A vista da cidade é bem legal. E mais venda de lembrancinhas.

 

Descemos pelo asfalto o Morro do Elefante e fomos conhecer a surpreendente Casa da Xilogravura, que fica bem próxima à rodoviária da cidade. R$3 a entrada. Pena que faltava uma hora e pouco para fechar pois eu ficaria horas nesse lugar. O ex-professor da ECA-USP, Antonio Fernando Costella, conseguiu reunir obras de artistas importantes da xilogravura, nacionais e estrangeiros, e montou um museu muito simpático e bastante didático para quem é novo no assunto. Algumas salas estavam em reforma e não pudemos ver as obras ali expostas, excelente desculpa para voltar noutra ocasião.

 

Na praça ao lado da Casa da Xilogravura, uma grande obra de Felícia Leirner infelizmente está abandonada. Em frente está a Igreja de Nossa Senhora da Saúde.

 

Terminamos o dia no Mosteiro de São João das Monjas Beneditinas, pontualmente no horário da missa com canto gregoriano. Há muita informação errada sobre o horário dessas missas. O correto é: segunda a sexta às 18h; sábados e domingos às 17h45. Fica perto do Mercado Municipal da Abernéssia. Estacionamento gratuito dentro do mosteiro.

 

O retorno a São Paulo durou 2h15 pelo mesmo caminho da ida.

 

É isso. Com esse pequeno relato quero mostrar que, desde que se aproveite bem o tempo, é possível fazer viagens bem legais num fim de semana qualquer, sem ter que esperar pelos conturbados feriados prolongados ou as sempre aguardadas férias que nunca chegam.

 

Uma ótima fonte de informações sobre Campos é o site http://www.guiadecamposdojordao.com.br/passeios. O site http://www.camposdojordao.com.br/roteiro.php tem as atrações da cidade divididas em cinco roteiros.

 

Rafael Santiago

novembro/2010

Editado por Visitante
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