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Peru: 14 dias – com FOTOS, CUSTOS e algum GASTRONOMISMO


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A vontade de conhecer Machu Picchu é algo que está no inconsciente coletivo do brasileiro, mas o gatilho que realmente me impulsionou para essa viagem foi a passagem baratíssima da Tam que encontrei por módicos 557 reais Rio-SP-Lima e Arequipa-Lima-SP-Rio. Como estava buscando uma viagem barata para fazer, a vontade de ver Machu Picchu e a promo da Tam vieram a calhar.

 

Sem mais delongas, vou postar o relato de cada dia da viagem com os custos e algumas fotos para que aqueles que desejam conhecer o Peru se motivem mais ainda a fazer essa viagem (mágica e ALTAMENTE RECOMENDADA) e possam ter informações práticas para não gastarem além da conta no destino. Ao longo do relato, falo sobre compras de ingresso para Machu Picchu, compra de passagem de ônibus, algumas pechinChas, e dicas de bons restaurantes e de comidas típicas.

 

No fim do post tem informações adicionais sobre compra de moeda.

No dia 20/05, falo sobre compra de ingressos para Machu Picchu e Wayna Picchu.

No dia 23/05, falo sobre compra de passagem de ônibus.

Bem-vindos ao Peruuuuu!

 

LIMA

 

Dia 14/05 – Bienvenidas a Lima

 

Eu e minha amiga chegamos ao aeroporto de Lima umas 11h da noite e a única coisa que fizemos no dia foi pegar o transfer do albergue Pariwana para o albergue. Neste dia o bairro de Miraflores estava com o serviço de internet sem funcionar.

 

- Transfer aeroporto de Lima – Pariwana: 60 soles. Aviso que o preço certo dessa corrida negociada com o taxista é 40 soles. Como não conhecíamos nada, pegamos esse transfer mesmo, que foi confortável e estava na hora certa para nos buscar.

 

- Água 600ml comprada no albergue: 2 soles.

 

Dia 15/05 – Gordismo com glamour no Astrid e Gastón

 

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Aviso que os gastos nesse dia foram um pouco acima do normal porque comemos nuns restaurantes alto padrão que valeram a pena mas podem ser cortados do roteiro. Neste dia acordamos num horário normal dispostas a conhecer Miraflores.

Em Miraflores passamos pelo Parque Kennedy (queríamos nos sentir num livro do Mario Vargas Llosa) e fomos até o Parque Del Amor. Tivemos sorte pois fez um dia de céu azul em Lima, o que é raridade. O Parque é bem lindinho e fica na avenida que beira a cidade. Dali a vista do Pacífico é maravilhosa. Próximo ao parque fica o shopping Larcomar, onde não fomos por falta de tempo e porque não íamos comprar nada mesmo.

O almoço foi no Pescados Capitales. Este restaurante foi recomendadíssimo pelo namorado de uma amiga, que é limenho, e por vários blogs e sites de viagem. De fato a comida estava de lamber os beiços, os dedos, os pratos, enfim...Comemos uma entrada que ficou pro Top 10 de besliquetes bons, que é a causa de camarones (batata amarela, abacate e camarão). E brindamos a nossa primeira de muitas Cusqueñas.

Aproveitamos a tarde para conhecer o Museu Larco e já nos introduzirmos na cultura inca que tanto veríamos dali por diante. Escolhemos ir a um só museu em Lima, que foi este por parecer o mais completo acerca do tema inca, e não me arrependo da escolha. O museu é super recomendado pelos peruanos. Ele fica num bairro meio contra-mão, o Pueblo Libre, mas acho válido por sem bem completo nas explicações acerca da cultura inca e do legado arqueológico peruano. Há um anexo com arte decorativa erótica (dos incas).

À noite possuíamos uma reserva para o Astrid e Gastón, restaurante do renomado Gastón Acurio e da sua esposa alemã Astrid. Nem vou comentar o ceviche que comemos de entrada ou vou começar a babar no teclado. Gente, sério, um taxista disse que os peruanos não comem ceviche à noite, mas nós comemos e graças a Deus fizemos isso ou não teria colocado mais uma entrada no Top 10 de besliquetes bons. Pra quem tem alma de gordinho lá vai o menu: cestinhas de pães de tudo que se imagina (quinua, batatas, chicha morada) com manteigas e azeites para abrir os trabalhos, ceviche de entrada, um frango com ervas peruanas de principal, e um sorvete de lúcuma (uma fruta meio cajá meio abacate) com calda quente de cacau. E aí quando você já está arrependida de ter o olho maior que a barriga, quando começa a desabotoar disfarçadamente uns botões da calça num restaurante chique pra burro, o garçom traz um mini gaveteiro com docinhos dentro das gavetas! Macarrons, jujubas diferenciadas de lúcuma e chicha morada, alfajores...huuummm. Foi bom pra você?

 

- Taxi Parque Del Amor – Pescados Capitales : 5 soles.

- Almoço Pescados Capitales (com entrada, principal, café e Cusqueñas) para duas pessoas: 148 soles.

- Taxi Pescados Capitales – Museu Larco: 17 soles. Acho que não negociamos bem esse.

- Entrada Museu Larco (adulto): 30 soles.

- Taxi Museu Larco – Huaca Pucllana: 25 soles. Acho que também não foram amáveis com a gente nesse preço. Enfim, no primeiro dia a gente está sujeita a essas coisas mesmo.

- Astrid e Gastón (com entrada, prato principal, drinks de pisco e sobremesa. O mini gaveteiro e a cestinha de pães foram cortesia) para 2 pessoas: 213 soles. Gente, não sou rica não, então faço conta. Então, vamos combinar, onde no Brasil a gente comeria num restaurante padrão Guia Michelin por 75 reais por pessoa com tudo isso? Importante: tem que ter reserva.

 

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Dia 16/5 – Centro Histórico de Lima e Parque das Águas

 

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Reservamos este dia para ir ao Centro Histórico de Lima, que fica longe de Miraflores. Um passeio ao centro merece ao menos um dia inteiro. Como reservamos menos que isso, não pudemos ver tudo o que queríamos. Chegando a Plaza de Armas, tivemos sorte de encontrar a cerimônia de troca de guarda. Me impressionei com a quantidade de peruanos que assistiam à troca. Eles são bastante nacionalistas.

De lá, fomos andar nos arredores e descobrimos outra boa dica: comprar lembrancinhas nos arredores da Praça de Armas em Lima. Garanto! Elas são bem mais baratas ali que em qualquer outra cidade turística que visitamos. Lembramos com nostalgia dos preços de souvenir em Lima no restante da viagem.

Nestes mesmos arredores, há muitas opções de visitações grátis ou quase grátis. Fomos à Casa da Gastronomia Peruana, já que estávamos encantadas com tanta comida boa, ao Museu da Literatura Peruana - para quem gosta, vale investir um bom tempo pois é muita informação- , ao Museu Bodega y Quadra de Lima, que é um sítio arqueológico no meio da cidade, e ao Mosteiro de San Francisco. Lá pelas tantas, paramos no Tanta, mais um restaurante do Gastón Acurio (praticamente viramos sócias do cara, só falta sermos patrocinadas) para comer umas empanadas de Ají de Gallina e de Lomo Saltado. Queríamos ter ido também ao Barrio Chino, que de lá se chega a pé, mas não deu tempo. Saímos cedo em direção à Huaca Pucllana, um sítio arqueológico pré-inca em Miraflores, mas quando chegamos lá, às 17h, havia acabado de fechar. Voltamos então para o albergue calmamente caminhando por Miraflores.

À noite fomos com um grupo do albergue ver o show das 21h do Parque das Águas. O parque é bem bonito. Pena que quando chegamos já estava escuro. Acho válido chegar antes do pôr do sol para curtir o parque tanto com luz quanto sem, pois a iluminação noturna também tem seu apelo. A apresentação de luzes em si não foi tão legal. São projetadas imagens nas luzes do chafariz principal, acompanhadas de música. As atrações mais legais foram o corredor que passa por baixo de jatos de água e o labirinto em que o objetivo é chegar ao seu centro sem se molhar. Esse último rende umas boas gargalhadas.

 

- Taxi Pariwana – Plaza de Armas: 12 soles. Esse negociamos com garra.

- Entrada da Casa da Gastronomia Peruana: 3 soles.

- Tanta, com Cusqueña, chicha morada, e empanadas para duas pessoas: 48 soles.

- Entrada para Museu da Literatura Peruana: grátis.

- Entrada no Museu Bodega y Quadra de Lima: grátis.

- Canetas de llamas e cheveirinhos: 5 por 10 soles.

- Entrada no Mosteiro de San Francisco: 7 soles. Não pode fotografar.

-Taxi Plaza de Armas – Huaca Pucllana: 15 soles.

- Taxi Pariwana – Parque das Águas: 10 soles.

- Entrada no Parque das Águas: 4 soles.

- Taxi Parque das Águas – Pariwana: 12 soles.

 

Dia 17/05 – Islas Ballestas e Reserva Nacional de Paracas

 

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Com preguiça e sem tempo para pesquisar o passeio das Islas Ballestas e Reserva Nacional de Paracas, compramos o tour na agência de turismo localizada dentro do Pariwana. Quer mais comodidade?

Neste dia tivemos que acordar às 3h da manhã para irmos à estação de bus pegar o bus da Cruz Del Sur que foi de Lima a Paracas. Chegamos em Paracas bem cedo (umas 7h) e já fomos pegar o barco que faz o passeio às Islas Ballestas. O guia da empresa de turismo indicava tudo. Não tivemos trabalho nenhum. O céu que estava azul no dia anterior neste dia estava cinza, o que prejudicou um pouco as fotos. Mas o sentimento de paz que a natureza proporciona era suficiente pra fazer vale o passeio. Vimos o candelabro desenhado na areia (que segundo o guia é um cacto pois nem existia candelabro quando o desenho foi feito), muitos pássaros, pingüins, leões marinhos. Um pássaro me abençoou deixando uma marca de suas excretas no meu casaco que eu ainda tinha 13 dias para usar. Mas é sorte, como diz a sabedoria popular. Se quiser evitar essa benção na sua cabeça, leve chapéu.

Voltando das Islas, tínhamos algumas horas até o passeio da Reserva Nacional que começava às 13h. E fomos fazer o que? Comer, claro! Tomamos café da manhã com uns sucos geniais indicados pelo nosso guia num lugar bem roots chamado Jurado.

O passeio à Reserva Nacional de Paracas é imperdível. As fotos falam por si. O guia nos levou em uma van com vários outros turistas e ia parando em pontos importantes do parque, que é enorme, como o museu, a pedra Catedral, que se rompeu com o terremoto de 2007, etc. E o restaurante de lá serve um peixe fresquíssimo, recém pescado, maravilhoso e, pronto parei!

Chegamos de volta a Lima por volta de umas 19h e este foi nosso último dia em Lima. Como era uma sexta-feira e até então não tínhamos conhecido a noite limenha, decidimos ir ao Ayahuasca. Este bar, em Barranco, foi também indicado pelo namorado limenho de uma amiga e foi recomendado por uma revista da Avianca que trazia uma matéria gigante sobre o Peru. O bar é lindo! Tem vários ambientes, uma decoração super modernosa, e senti que era um lugar meio que de pessoas querendo se conhecer melhor. Fomos embora cedo pois somos pessoas comprometidas ;).

 

- Taxi Pariwana – estação de bus: 20 soles. Dividimos com uma inglesa que conhecemos no albergue. É sempre bom verificar se outras pessoas do mesmo albergue vão fazer os mesmos passeios para dividir os taxis e, de quebra, conhecer gente legal, ou não.

- Passeio para Islas Ballestas e Reserva Nacional de Paracas (com ônibus ida e volta de Lima, guia, entrada para as reservas incluídas): 30 dólares + 120 soles dos bus (ida e volta). Lembrem que não pesquisamos.

- Café da Manhã no Jurado (Paracas) com dois pães com ovo, suco maravilhoso de frutas mistas, café (para uma pessoa): 7 soles.

- Caixa de bom-bom de noz pecã típico do Peru (souvenir): 7 soles.

- Almoço na Reserva Nacional de Paracas (El Che) para duas pessoas, com prato principal, Inka Cola e Mate de Coca: 34 soles.

- Taxi Pariwana – Ayahuasca: 6 soles.

- Ayahuasca com drinks de pisco e um tira gosto de aipim para 2 pessoas: 58 soles.

- Taxi Ayahuasca – Pariwana: 9 soles.

 

CUSCO

 

Eu poderia chamar os comerciais na parte da viagem em que saímos de Lima e chegamos em Cusco, mas finge que é making off e saca o que aconteceu. Estávamos com a passagem Lima-Cusco em avião comprada, taxi marcado, acordamos na hora, tudo certo. Só que aconteceu um acidente bizarro na estrada que leva ao aeroporto, e somado a isso nosso taxista deu um cano na gente. Chegamos no aeroporto uns 15 minutos depois do horário de partida do vôo certas de que o havíamos perdido. A Star Perú, compreensiva que só ela, entendeu que por causa do engarrafamento as pessoas estavam se atrasando e liberou um casal que estava exatamente na nossa frente no ckeck-in de embarcar, visto que o vôo ainda não tinha saído. Só que baixou uma energia ruim neles na hora de nos liberarem e o resultado foi que perdemos o vôo. Enfim, discutimos, argumentamos e tudo, mas não adiantou.

Por outro lado, aquele cocô que o pássaro de Paracas fez lá atrás no meu casaco teve serventia na hora de comprar uma passagem nova. A sorte que ele me deu serviu para acharmos uma passagem pelo mesmo preço da que havíamos comprado com antecedência para dali a duas horas: tempo de acalmarmos os nervos e tomarmos um cafezinho. Fomos de Peruvian Airlines e foi bem honesto.

 

Dia 18/05 – Chegando em Cusco e o Soroche

 

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A angústia de se sentir mal na altitude a gente tava trazendo do Brasil. Chegando em Cusco todos te recomendam a não fazer nada, apenas descansar e comer só comidas leves, os outdoors vendem pílulas contra soroche (mal de altitude) mostrando o amigo estraga-prazer vomitando na viagem, e assim por diante.

Já ouvi falar de pessoas que passam muito mal e de pessoas que não sentem nada. Graças a Deus estive no segundo grupo. Obedeci às regras bonitinho. Quando chegamos em Cusco fomos direto ao Pariwana de lá, nosso albergue (muito bom por sinal!), comemos uma salada, trocamos dinheiro, fechamos nossos passeios e nos deitamos super cedo. O espírito de tia véia reinou nessa viagem e dormimos cedo. Dizem que a night em Cusco é sensacional, e tinha cara mesmo, mas não sei.

Apesar de não ter passado mal, não me senti 100% disposta. A dica é não beber, não fumar e não fazer esforço físico, e, se der, mascar coca, tomar chá de coca e chupar caramelo de coca. Acho que por aí já tem meio caminho andado. O restante é predisposição da pessoa mesmo à altitude.

 

- Taxi Pariwana – Aeroporto de Lima: 45 soles.

- Passagem aérea Lima-Cusco (Peruvian Airlines): 270 soles.

- Café no aeroporto de Lima com salada de frutas (Starbucks): 21 soles.

- Taxi Aeroporto de Cusco – Pariwana: 15 soles.

- Salada do hostel: 11 soles.

- Água do hostel (2.5l): 5 soles.

 

Dia 19/05 – City tour em Cusco

 

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O que as agências de turismo chamam de city tour de Cusco é na verdade um tour por ruínas que circundam a cidade. Existe um city tour que visita o próprio centrinho da cidade, mas este é gratuito e sai da Plaza Regocijo, não sei bem em qual horário.

O City Tour que fizemos consiste em um bus turístico que nos leva ao museu Qoricancha e às ruínas de Sacsayhuaman (“and not Sexy Woman” segundo a guia, heheheh), Q’enqo, Tambomachay e Puca Pucara, além de passar por um fábrica de peças de lã de alpaca. Achei este tour interessantíssimo! Nessa parte da viagem a gente já está em outro mundo: o dos incas. Os guias de lá explicam em espanhol e inglês, sempre, e às vezes usam palavras em Quéchua (o idioma inca). Vale ressaltar que Tambomachay tem 3700m de altura, então é pra quem já se adaptou.

Para entrar na maioria das ruínas ao redor de Cusco (as já citadas e Maras, Moray, Ollantaytambo, Pisac, etc) deve-se ter um boleto turístico que pode ser comprado em qualquer um desses lugares. Existe o general, que vale por 10 dias para visitar todas as ruínas, e custa 130 soles, e outro que custa 70, que vale por 2 dias para um menor número de ruínas, creio.

À noite, de volta à cidade, passamos num mercado para comprar água e piqueos (vulgo belisquetes) para levar nos passeios. Comemos no churrasco que o albergue estava promovendo (esse albergue é mesmo muito bom!) e fomos dormir.

 

- Garrafas de águas de 600ml no albergue (não lembro quantas): 9 soles.

- City tour (agência do Pariwana): 20 soles.

- Choclo gigante (vendido por ambulante em Q’enqo): 3 soles.

- Churrasco do albergue com uma cusqueña: 19 soles.

- Par de luvas de alpaca: 10 soles.

- Mercado (piqueos de milho e água): 5,6 soles.

- Boleto Turístico General: 130 soles.

 

Dia 20/05 – Valle Sagrado – conexão com Machu Picchu

 

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Esta seja talvez a parte mais importante desse post pois explica como chegar em Machu Picchu. Talvez as dúvidas surjam pela diversidade de opções, mas é tudo muito simples. Eu não vou falar sobre 100% das alternativas pois provavelmente nem as conheço, mas sim sobre o que é usual. Pode-se chegar em Águas Calientes, ou Machu Picchu Pueblo (mesma coisa), de basicamente 4 formas: a) a pé (para isso existem as trilhas de 4 e 8 dias saindo de Ollantaytambo ou de Cusco) chegando direto na montanha Machu Picchu; b) de carro (algumas pessoas alugam carro para esse trajeto para poder parar nas ruínas do caminho, Valle Sagrado, e ficarem quanto tempo quiserem); e os mais usuais, c) de trem (de Cusco para Águas Calientes via Peru Rail) e d) de trem + ônibus ou van (fazendo o percurso Cusco-Ollantaytambo de bus turístico ou van e o de Ollantaytambo para Águas Calientes de trem via Peru Rail).

Fizemos a opção D que sai mais em conta. Na verdade, compramos o tour Valle Sagrado conexão com Machu Picchu, que significa que conhecemos o Valle Sagrado em bus turístico e abandonamos o grupo no final para pegarmos o trem Ollanta-Águas Calientes ao invés de voltarmos com o grupo para Cusco. Os guias estão acostumados a fazer isso então não há complicação ou confusão.(Dá para fazer por conta própria também, sem agência de turismo. Quando se chega de volta a Ollantaytambo vindo de Águas Calientes, tem muitos peruanos oferecendo condução para Cusco).

No Valle Sagrado, conhecemos Pisac e Ollantaytambo. Depois iríamos a Chinchero se não tivéssemos conexão para Machu Picchu. Dizem que Chinchero é um lugar bom para compras.

De Ollantaytambo, nossa última parada com o tour, fomos caminhando até a estação de trem, que é super perto da ruína, e pegamos o trem às 19h aproximadamente para Águas Calientes.

Chegando em Águas Calientes, fizemos check-in no Super Tramp, e passamos num mercado para comprar o lanche de Machu Picchu, visto que todos avisaram que lá é bastante caro ( e é!) para comprar comida.

 

- Tour Valle Sagrado conexão Machu Picchu (comprado na agência do Pariwana): 140 dólares. Isso incluiu os traslados, trens, ônibus, tudo, ida e volta, tanto para o Valle Sagrado, quanto para MP, os guias no VL e em MP. O preço era 199 dólares, mas nos fizeram o desconto do valor do ingresso de Machu Picchu que já tínhamos.

- Almoço turístico (em um restaurante em que o bus parou): 20 soles.

- Suco de laranja no caminho: 2 soles.

 

 

Dia 21/05 – Machu e Wayna Picchu

 

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E chegou o grande dia, o ponto alto da viagem, sem trocadilhos. De manhãzinha, pegamos o ônibus que leva a Machu Picchu. Ele leva uns 30 minutos para subir desde a cidade de Águas Calientes. Chegamos em MP umas 7h20 da manhã, sendo que havíamos marcado com o guia (incluído no tour) às 8h. Tivemos tempo pra bater umas fotos, tomar um solzinho, apreciar as montanhas.

Às 8h entramos com o Darcy e os outros turistas em Machu Picchu. Ouso dizer que é imprescindível ter guia. Eu não sei quanto custa lá na hora. Mas MP é um lugar para conhecer com quem sabe o significado de cada uma daquelas ruínas. Faz toda diferença. O guia nos levou para momentos Facebook, como eles chamam, que são os momentos onde os turistas tiram fotos para o FB nos melhores pontos do percurso. Machu Picchu é alucinante e merece que o turista dedique seu dia todo ao lugar. Abre às 8h e fecha às 17h. É tempo suficiente para conhecer. No entanto, como subimos a Wayna Picchu, ficamos com nosso tempo de dedicação à vizinha Machu prejudicado.

Para subir a Wayna Picchu, ou Huayna Picchu (vimos com as duas grafias), o turista precisa comprar seu ingresso para MP com esta montanha incluída. Enquanto oficialmente 2500 pessoas sobem MP diariamente, apenas 400 sobem a Wayna. Ou seja, o ingresso pra Wayna Picchu é bem concorrido, sendo necessário comprar com mais antecedência. Existem dois horários para subir Wayna Picchu: um entre 7 e 8 da manhã, e outro entre 10 e 11h. O turista marca qual deseja na hora de comprar. São 200 pessoas subindo por dia em cada horário.

Por que devo subir a Wayna Picchu também? Na verdade, você não deve. Pesquise antes de decidir por diversos motivos: custa uns 40 dólares a mais subir a Wayna e; a subida é íngreme, o que faz com que você precise estar minimamente em ordem com o seu físico. A Wayna Picchu é uma montanha onde os incas guardavam seus alimentos mais perecíveis, por ela ser mais alta. Vi pessoas gordinhas subindo, pessoas de seus 60 anos, enfim. É possível. Tudo depende do seu espírito de encarar o desafio. Vi pessoas desistirem por medo de altura, mas eu morro de medo de altura (não passo em passarelas!) e subi sem esse medo. Meu conselho pra se você tem dinheiro sobrando é: vá, e qualquer coisa na hora você desiste sem peso na consciência. Se você não tem, pense bem. Não vai fazer mal passar o dia todo em Machu Picchu até porque você vai ter mais tempo que quem sobe a Wayna pra conhecer o lugar. Nós levamos 3h pra subir e descer a montanha Wayna Picchu. Dava para ter feito bem mais rápido, mas fomos parando bastante para fazer foto, respirar, beber água, e comer. A vista é sensacional. E a sensação de missão cumprida da volta é insuperável, digna de Rocky Balboa nas escadarias do Museu de Arte da Philadelphia.

Saímos completamente detonadas de Machu Picchu e nossa idéia de voltar a pé para Águas Calientes (são 1,5 hora de caminhada) foi por água abaixo. Pegamos o ônibus e chegando em Águas Calientes fomos direto almoçar no Tree House, um restaurante escondidinho e bem gostoso indicado por minha chefe. Uma dica: a chicha morada do Tree House foi the best of all!

À noite fomos tomar uns piscos na ruazinha badalada de Águas Calientes e depois pegamos o trem de volta para Ollantaytambo e uma van de Ollanta para Cusco. Chegamos em Cusco 1h da manhã do outro dia.

 

- Ônibus ida e volta (Águas Calientes – Montanha Machu Picchu): 19 dólares. A outra opção é ir a pé.

- Almoço no Tree House (chicha morada sensação e prato de carne de alpaca): 55 soles.

- Pisco sour na ruazinha badalada: 10 soles.

 

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Dia 22/5 – Maras, Moray e Chinchero e um pouco de Cusco

 

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Revitalizadas pelas energias místicas de Machu Picchu, aproveitamos o último dia em Cusco (a cidade é muito fofa e cheia de turistas, então é pequena, mas cosmopolita) e arredores para fazer o passeio às ruínas de Moray e às salinas de Maras. O tour, com bus e guia incluídos, começa às 9h no albergue Pariwana. De lá seguimos para Moray e conhecemos o laboratório de agricultura criado pelos incas para reproduzir o cultivo de espécies de quatro regiões do Império Inca (o Tahuantinsuyo). De Moray, seguimos para Maras onde conhecemos as salinas da região. Elas são exploradas pela comunidade local, que as dividem em “blocos” para que cada família tire proveito do seu. Um presentinho barato e original pros amigos que não viajaram com você é o sal de banho terapêutico vendido lá. Outra opção é levar flor de sal a preço camaradíssimo. O Free Shop vende flor de sal de Maras a, no mínimo, 20 vezes o preço por que se compra lá.

No meio deste tour, passamos também por Chinchero, aquele ponto que deixamos de visitar no dia 20/05 porque pegamos conexão para Machu Picchu de Ollantaytambo. Em Chinchero, o tour de Maras e Moray faz uma parada para conhecermos a produção de tecidos da região. Uma peruana nos explicou cada parte do processo: a lavagem da lã de alpaca, a coloração da lã, a construção dos fios de lã e a tecelagem, por fim. É tudo orgânico, natural, artesanal, sustentável. Pode-se comprar também os tecidos lá, e, apesar de não serem a maior pechincha do mundo, são também infinitamente mais baratos e de melhor qualidade que nos comércios das cidades. Sou apaixonada por estampas andinas e comprei um tecido para usar de toalha de mesa que me custou 50 soles, negociados. Vi um tecido semelhante, também artesanal, na Isla Taquille (dia 25/05) por 400 soles.

Chegamos em Cusco de volta do passeio por volta das 15h30 e decidimos dar uma volta pela Plaza de Armas e passarmos no Mercado San Pedro para comprarmos lembrancinhas para família. Queríamos ir ao Museu Casa Concha depois que descobrimos que peças do império inca que estavam “emprestadas” aos Estados Unidos haviam sido devolvidas para o Peru no centenário de Machu Picchu, em 2011, e estavam expostas neste museu. Mas ele fechava às 17h e não deu tempo.

À noite fomos “bater continência” no Chicha, outro restaurante do Gastón Acurio, mais informal e mais barato, e ousaria dizer, mais gostoso também. Aconselha-se reservar lugar. Nós não reservamos e quando chegamos só tinha espaço no bar. Aceitamos e foi ótimo pois pudemos ver os baristas fazendo os drinks à noite toda e eles ainda resolveram nos ensinar as receitas do suspiro limenho (que gerou muitos suspiros cariocas da nossa parte). Só q eu tava bebum depois de dois drinks de pisco e não lembro mais de PN do que eles ensinaram. Mas lembro o que comemos: tequeños de ají de gallina e lomo saltado, rocoto relleno (muito picante! E nem adianta pedir sem pimenta porque o rocoto é um “pimiento”, e se for sem pimenta fica só o relleno) e suspiro limeño de postre. Tomei o melhor pisco sour da viagem lá também. Quero deixar uma coisa declarada: todo mundo que vai a Cusco deveria provar o suspiro limeño do Chicha e eu juro que o Gastón Acurio não patrocina esse post e que eu paguei pelo meu jantar. É algo de outro mundo. Top 5 de sobremesas que já comi na vida.

 

- Tour Maras e Moray: 40 soles.

- Piqueo de milho comprado em Maras: 2 soles.

- Águas comprada em Maras: 2 soles.

- Lavanderia do albergue: 4 soles (dividida com minha amiga).

- Tecido andino em Chinchero: 50 soles.

- Sais (flor de sal e sais de banho): 11 soles.

- Lembrancinhas para família: 45 soles.

- Pacotinhos de ají amarillo e ají picante no Mercado de San Pedro: 1 sol cada pacotinho.

- Choclo no mercado San Pedro: 2 soles. Esse milho (gigante, praticamente de Itu) é apaixonante.

- Pacotinho de muña para fazer chá: 2 soles. A muña é a concorrente da coca para melhorar a oxigenação na altitude. E é bem mais gostosa que a coca, mas mais difícil de achar.

- Chicha: 70 soles. Com tudo o que foi citado acima, por pessoa.

 

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Dia 23/05 – Viagem para Puno

 

No dia 23 planejávamos sair de Cusco em direção a Puno à tarde, pois assim teríamos a manhã para ver Cusco (quase não aproveitamos a cidade em si). No entanto, em mais um momento de preguiça mor, fechamos a passagem para Puno de bus com a agência de turismo do Pariwana. Não foi ruim. Pagamos 50 soles na passagem que só saía em um horário: pela manhã. Creio que ao comprar direto na rodoviária as opções de horário são maiores, e de preços também. Enfim, sem tempo, fechamos o bilhete que saía do Terminal Terrestre de Cusco às 8h chegando em Puno umas 17h/18h.

 

Abre parêntese: compra de passagem de ônibus no Peru.

 

Aqui vão algumas dicas sobre compra de passagem de ônibus no Peru. Os sites de empresa de ônibus são bem ruins pois não mostram nem um décimo das opções disponíveis na realidade. O melhor dos mundos seria comprar na rodoviária, para achar melhor preço e melhor horário. No entanto, o turista nem sempre tem as ganas de deixar pra comprar na hora do embarque (corre-se o risco de não ter mais passagem) e nem sempre tem tempo de sair no meio do seu roteiro para ir à rodoviária só para comprar passagem (eu não faria isso). Assim, resta a opção de comprar com agência, que sai mais caro, mas é garantido e não interrompe sua viagem com uma ida desnecessária à rodoviária.

Provavelmente dá pra comprar também direto na lojinha da empresa nos centros das cidades. Mas nem todas as empresas têm lojinhas nos centros da cidade. As mais baratas não tem.

Só para se ter uma idéia dos preços, veja a seguir a situação. O ônibus que pegamos de Cusco para Puno era da Tour Perú, modelo turístico - (era meio tosco, mas super viável. O da Cruz Del Sur que pegamos para Paracas foi infinitamente melhor, com serviço de bordo e TV passando Just for Laughs Gags > choro de rir) -, sem serviço de bordo, e nos custou 50 soles para a viagem de 7/8 horas. O ônibus que compramos no ato do embarque de Puno para Arequipa, da Julsa (empresa confiável segundo um guia turístico), sem serviço de bordo, modelo normal (não era turístico, ou seja, era beeeeem tosco mas aparentemente seguro) custou 25 soles, para uma viagem de 6 horas. Ok, nessa hora o brasileiro senta e chora por ter que pagar quase isso por uma passagem de busão normal casa-trabalho.

 

Fecha Parêntese.

 

Chegando em Puno, tivemos tempo suficiente pra fazer uma ligação internacional desejando parabéns pelo aniversário da vó!, fazer check-in no Quéchua Backpackers, tomar banho, e ajeitarmos uma mochila menor para o passeio do dia seguinte, que seria o de 2 dias em Uros, Taquille e Amantaní.

Puno é uma cidade muito pequena e com uma estrutura acanhada. Há uma rua dedicada aos turistas onde se encontram restaurantes “internacionais” e lojas de souvenir. Comemos uma pizza honesta nesse dia e dormimos cedo, pois, no outro dia, acordaríamos às 6h para navegarmos pelo Titicaca.

 

- Água 2,5l no Quéchua: 4,5 soles.

- Pizza + algarrobina (drink bom) + pisco sour, para 2 pessoas: 42 soles.

- Ligação internacional num locutório: 8 soles.

 

PUNO

 

Dia 24/05 – Uros e Amantaní: paz de espírito

 

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Eu não imaginei que fosse me apaixonar completamente pelo Titicaca e por essa parte da viagem. Mas as paixões surpreendem a gente mesmo. Aconselho a TODA CRIATURA DESSE UNIVERSO que vá ao Peru fazer este passeio. Primeiro deixa eu explicar no que consiste o passeio. É assim: um barco sai de Puno 7h da manhã, visita uma das Ilhas Uros (as Islas Uros são ilhas flutuantes feitas de um bambu chamado totora. Elas se chamam Uros pois o povo que vive nela é Uros e não Quéchua, como os incas. Quando os incas chegaram para conquistar Puno, os Uros, que até então viviam em terra firme, fugiram para o lago criando suas próprias Ilhas. Genial!) e vai pra Amantani na hora do almoço. Aí quando chegamos em Amantani, uma família local nos recebe para hospedar na sua casa. Lá almoçamos, jantamos e dormimos para, no dia seguinte, sairmos para Taquille. Detalhe: em Uros, como a população não é da etnia Quéchua, fala-se Aymara e um pouco de espanhol, mas não Quéchua.

A Ilha Amantaní não tem iluminação (só a do sol e a da lua) nem água encanada. A casa de família é uma estadia muito simples e, gente, rola uma paz de espírito incrível. A família cozinhou coisas que eles plantam no quintal deles pra gente, um queijo que eles fabricam lá também. Tudo delicioso! À tarde, o guia nos levou para um templo da Pachamama (the mother earth, como traduziam os guias. Você vai ouvir essa palavra 726785 vezes no Peru) a não sei quantos (mais de 4000) metros acima do nível do mar. A galera do nível do mar (como eu, por exemplo) subia a montanha esbaforida mas todos conseguiram chegar. Descobri depois que as famílias só sobem ao templo uma vez por ano. A noite eles levaram a gente pra uma festa típica da região, com banda peruana e danças peruanas. Todos os turistas vão vestidos com roupas típicas da Ilha. A família nos empresta as roupas. A festa estava muito legal, todo mundo animado até que acabou a Cusqueña e aí todo mundo voltou pras suas casas guiados pelo luar!

Não sei se é porque sempre morei em cidade grande mas fiquei muito deslumbrada com a simplicidade do lugar e empolgada de poder experienciar uma vida que não era a minha e nem tinha nada a ver com a minha. Enfim, valorizo essas coisas e acho que ninguém se arrependeria de passar por essa experiência. Só tem a acrescentar.

Vale observar o seguinte: no meio do ano faz muito frio. Encasaquem-se de verdade se forem.

 

- Tour Uros, Amantaní e Taquille: 50 dólares.

- Gorro de lhaminhas: 10 soles.

 

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Dia 25/05 – Taquille e viagem para Arequipa

 

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Neste dia, acordamos bem cedo para tomar café da manhã com Luis e Ana, nossa família em Amantaní, e às 8h já estávamos no porto da Ilha embarcando para Taquille. Nos despedimos em Quéchua (Yaspagarasunki é “obrigada”). Detalhe: eles falam pouco espanhol. O forte deles é o Quéchua mesmo. A boa e velha linguagem de sinais ta aí pra isso.

Chegamos em Taquille ainda pela manhã e caminhamos pela Ilha para conhecer suas ruas e praças. Taquille é uma ilha mais “ocidentalizada” que Amantaní. Apesar de estar super preservada, tem casa com DirecTV! (Esqueci de contar que as casas em Uros tem painéis solares!!! doados pelo Fujimori. Sem comentários.). Nesta Ilha, o forte da produção é a tapeçaria e o turismo. Os tecidos são carésimos, por isso vale mais comprar em Chinchero. O guia nos fez uma demonstração das vestimentas taquileñas e seus códigos. Exemplo: o chapéu nos homens indica estado civil. Se for virado para o lado é porque o homem é casado, se for para trás é porque está solteiro. E nada de dizer que bateu um vento e virou o chapéu!! kkk No caso das mulheres, os pom-poms dos “véus” que usam indicam sua situação amorosa: se os pom-poms são discretos, são casadas; se são grandes, estão “na pishta”, hehehe.

O mais engraçado é a forma como os taquileños paqueram. Os homens jogam pedrinhas na mulher por quem se interessam e, se ela corresponder, vai atrás daquele que a tacou a pedrinha. Eu achei confuso. Pode gerar muito mal-entendido. Imagina a pessoa que foi atingida sem saber quem atirou a pedra, ou a pessoa que atirou acertar a pessoa errada. Bom, pelo menos dá mais emoção. Ficamos na dúvida se as mulheres também podem jogar pedrinhas nos homens, mas não perguntamos pra não acharem que somos atiradinhas.

Almoçamos uma truta (estava na época da truta) sensacional e logo depois partimos de volta para Puno.

Chegando em Puno, foi mais uma aventura que vou me abster de contar pra cancelar um saque de cartão de crédito cujo dinheiro evaporou antes de chegar na minha mão. Ou seja, não saquem dinheiro no banco BCP! Já o GlobalNet é confiável.

Fizemos check-out no albergue e partimos direto pro Terminal Terrestre a fim de irmos para Arequipa. Conseguimos uma passagem por 25 soles com a Julsa, em ônibus convencional, saindo às 18h, e chegamos em Arequipa umas 00h.

 

- Almoço em Taquille: 20 soles.

- Taxi Quéchua Backpackers – Terminal Terrestre: 5 soles.

- Lanche na Rodoviária: 10 soles.

- Ônibus Puno-Arequipa com a Julsa: 25 soles.

 

AREQUIPA

 

Dia 26/05 – Arequipa Day Off e consumismo

 

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Tiramos o dia de folga para fazermos programas light depois das noites mal dormidas e porque dia seguinte acordaríamos às 2h30 para irmos ao Colca Canyon.

Passamos pela Plaza de Armas a fim de bater umas fotos mas estava acontecendo uma manifestação. Era gente saindo pelo ladrão e aí decidimos passar direto e irmos ao mirante dos vulcões. Do mirante se pode ver o El Misti (cônico) e o Chachani (mais onduladinho). Uma coisa deve ser dita: Arequipa tem uma arquitetura linda! Vale a pena ficar lá um dia para fazer um city tour e aprender tudo sobre ela. Não tivemos tempo de fazer. Mas fiquei na vontade.

Do mirante, saímos para dar umas voltas na ruelas próximas e fomos então almoçar no La Nueva Palomino. Esse restaurante foi indicado pela hostess do albergue Arequipay, onde estávamos hospedadas. Segundo ela, neste restaurante se come comida arequipeña de verdade. Acatamos a sugestão do garçom, que era o Lechón al Horno. Vimos muita gente comendo o prato sozinha. Mas, garanto, é enorme! Dividimos o portentoso lechón e mesmo assim saí de lá quase rolando ladeiras abaixo. Não comi mais nada o dia todo.

De lá fomos caminhar para poder lidar com o almoço e passamos em frente a uma Falabella, a loja de departamentos que mais tem na América do Sul menos no Brasil. Como tinha uma encomenda pra comprar entramos e foi como ultrapassar um portal para um mundo dos sonhos. Foi emoção de ver objetos de decoração, bijuterias, roupas, etc, a preços já modestos com mais 40% de desconto!!!! Então me contentei em comprar uma jaqueta pra substituir o casaco “manchado” (eufemismo) e dois brincos, e a encomenda.

Ao lado da Falabella tem um supermercado chamado Totus para onde fomos a fim de comprar algumas coisas típicas para trazer para o Brasil, como o chá de coca, as balas de coca, o ají amarillo, a farinha de kiwicha, etc. Vale muito mais a pena comprar essas coisas no mercado, a preços pagos pelos peruanos, que em Free Shop.

 

- Compras na Falabella: nem digo por causa da encomenda.

- La Nueva Palomino (com entrada de queijo frito – pode mais calórico, produção? –, lechón al horno e arequipeñas),por pessoa: 36 soles.

- Compras de mercado: 47 soles. Fiz as compras do mês.

- Taxi mercado Totus – Arequipay: 6 soles.

 

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Dia 27/05 – Colca Canyon

 

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Acordamos às 2h30 da manhã para pegarmos o microônibus para o Colca Canyon. Como compramos o tour do Arequipay, eles buscam a gente no albergue. Umas 5h da manhã o guia acorda a gente para avistarmos vulcões do ponto mais alto da viagem, a 4900m acima do nível do mar. Continuamos viagem até umas 6h, quando chegamos em Chivay.

Em Chivay, tomamos café da manhã (incluído no tour) e seguimos para o Parque Nacional do Canyon do Colca, onde se paga uma entrada não incluída no tour. Sul-americanos pagam mais barato que outros estrangeiros. Dentro do parque, todo nosso passeio é feito neste bus que vai parando nos pontos principais. De dentro do bus o guia faz explicações sobre as tradições dos dois povos que vivem na região: os Cabanas e os Collaguas. Paramos em diversos mirantes para ver o canyon, e também na Cruz Del Concor, um local de onde se avista, entre 9 e 10 da manhã, os condors voando. É realmente estupendo.

Ao sair no Parque Nacional, é feita uma parada num povoado para esticar as pernas, ir ao banheiro, fazer fotos com alpacas, e para experimentar o Colca Sour. Esse drink é um pisco sour feito com uma fruta da região que parece um kiwi mais selvagem. Recomendo.

O almoço é em Chivay em um restaurante para turista.

À noite fizemos uma loucura e, adivinhem!, fomos ao Chicha de Arequipa! What the fuck! Já tinha virado um vício. O único jeito de vencê-lo era voltar pro Brasil. Preciso contar que foi sensacional? (Gastón, te mandei meus dados bancários por e-mail!) kkk Neste dia eu já estava chutando o balde e pedi um prato que não tinha nada de peruano: uns raviólis de ossobuco ao molho de mostarda e mel. Mas claro que teve o Cholopolitan (um cosmopolitan de pisco) e o suspiro limeño para chamar o espírito místico peruano pra mesa.

 

-Tour Colca Canyon: 55 soles.

- Entrada Colca Canyon (sul-americanos): 40 soles.

- Almoço no tour: 25 soles.

- Chicha: não anotei...:( Mas deve ter sido o mesmo que em Cusco. Os preços no cardápio eram os mesmos, apesar de os pratos serem um tanto diferentes.

 

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Dia 28/05 – Santa Catalina e a volta pro Brasil

 

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Ficamos com vontade de conhecer o Convento de Santa Catalina desde que chegamos em Arequipa. Muitos brasileiros que conheceram recomendaram. E é de fato imperdível. Fomos caminhando e passamos pela Plaza de Armas para finalmente podermos fazer umas fotos.

No Convento, pagamos 5 soles a uma guia que explicava em espanhol cada pedaço do prédio. Sou defensora dos guias então sempre acho que com eles é melhor. Por meio da explicação dela, descobrimos que este convento passou por duas fases: uma elitista e individualista, e outra comunitária. Na primeira fase, que durou desde seu surgimento até fins do século XIX, o convento abrigava jovens mulheres abastadas para o ensino da religião. Lá elas ficavam até que seus pais decidissem se deveriam sair para se casar ou se continuavam para virar freiras. Na segunda fase, o entendimento sobre fazer o bem ao próximo se presentificou de modo que as jovens passarem a viver mais humildemente, e comunitariamente. O dom da religião passou a ser mais importante para quem estava internada ali que o desejo dos pais por preservar as filhas enclausuradas.

Este convento é muito lindo. É uma mini cidade, com ruas, casas, praças. Há um café dentro dele para os turistas que querem dar um tempo no passeio e nas pernas. Tem também um mirante de onde se pode ver grande parte da cidade de Arequipa.

Saindo do monastério, andamos pelas ruas ao redor a fim de comprarmos as últimas lembrancinhas. Aproveitamos para passar num mercado da Plaza de Armas, o El Super, para comprar uma garrafa de pisco de lembrança.

Neste dia almoçamos numa chifa (comida chinesa com peruana) por módicos 10 soles a sopa wantan + prato + chicha morada. Essa chifa fica numa rua de pedestres cujo nome não lembro na Plaza de Armas.

Saímos do albergue rumo ao aeroporto de Arequipa, às 18h. Nosso vôo estava marcado para 21h30, mas com nossa experiência desagradável de Lima, preferimos chegar bem cedo. Conseguimos adiantar no vôo para Lima e chegamos no aeroporto de Lima às 20h30 para uma longa noitada de 12h de conexão.

 

- Entrada para Santa Catalina: 36 soles.

- Suco de papaya arequipeña em Santa Catalina: 7 soles.

- Almoço Chifa: 10 soles.

- Garrafa de Pisco Najar Quebranta: 30 e poucos soles.

- Taxi Arequipay - Aeroporto de Arequipa: 20 soles.

 

Compra de moeda:

 

Média da taxa de câmbio de 14/05/2013 a 29/05/2013 (período da viagem):

Novo Sol (Peru) > variou entre 0,76 e 0,77 reais.

Dólar Americano > subiu de 2 reais a 2,08 reais.

Fonte: Site do Bacen.

 

Sobre a compra de moeda tenho uma dica muito valiosa que muitos, provavelmente, já usam: NADA DE CARTÃO DE CRÉDITO. Em algumas compras não há como fugir do cartão. Exemplo: para comprar o ingresso para Machu Picchu antecipadamente (o que é altamente recomendado) deve-se usar cartão. No entanto, pela minha experiência, que quase deu certo, o ideal é comprar os dólares aqui no Brasil e ir trocando lá conforme se for gastando. É fácil trocar moeda lá, as casas de câmbio costumam ser confiáveis e a cotação deles para o dólar é com certeza mais interessante que a do Travel Money ou a do Cartão de Crédito. Fica a dica. Ok que levar pacos de nota é chato, mas não é nada que uma bolsinha daquelas de camelô que a gente põe na cintura não resolva. O Peru é bem mais seguro que a maioria das cidades brasileiras. Tudo bem, se você for um azarado que vive sendo assaltado, leva Travel Money, mas saiba que poucos lugares aceitam cartão lá e você vai ficar limitadíssimo.

Por que não deu 100% certo?

Quem quiser ouvir uma história triste pode continuar lendo. Eu disse que meu sistema “quase deu certo” porque as coisas que coloquei no cartão de crédito achando que estava tudo bem vieram com um conversão de 2,87 reais para 1 dólar enquanto o Bacen fechou o dólar a 2,13 na data em que meu cartão fechou. É uma sacanagem do Banco Santander? Sem dúvida! Mas é ilegal? A princípio o banco pode fazer o dólar a quanto quiser. É por isso que usar cartão é um tiro no escuro. Fica a dica!

 

Extra! Extra!

O Banco Santander me ligou depois da queixa que dei deles no Bacen e disse que realmente “erraram no cálculo”. O certo seria 2,21.

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  • 2 semanas depois...
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Teu relato é muito bom, cheio de detalhes e dicas preciosas. Fiquei louca de vontade de fazer o tour por Uros e as Ilhas Flutuantes, agora estou aqui fundindo os miolos e repensando o roteiro. Detalhe - viajo essa semana. É preciso mais que uma viagem a este país mesmo!! Valeu pela colaboração.

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  • 3 semanas depois...
  • 4 semanas depois...

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