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Pico do Paraná Inverno 2013 – Neve?


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  • Membros

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Vou começar este relato agradecendo meus parceiros Rodrigo Quimm e Washington Starke, que foram feras na trilha e não se mixaram com a chuva, o vento e o frio. Gostaria de agradecer também a todos os membros do Montanhoso e familiares, que nos deram apoio e estavam torcendo por nós. Valeu galera!!!

Eu sempre acompanho a previsão pelo Montain Forest (http://www.mountain-forecast.com/peaks/Pico-Parana/forecasts/1877) e na segunda feira pela manha tinha previsão de 16cm de neve no Pico do Paraná. Quase fiquei doido com a possibilidade... Próximo do almoço resolvi manifestar meu interesse através de um post no facebook, mais do que rápido o Washington e o Jefferson me procuraram e começamos a combinar a empreitada, aquela coisa de sempre, tralhas, logística... No final das contas o Jefferson teve que desistir, sua esposa estava nos últimos dias de gestação. O Rodrigo me mandou mensagem perguntando se ainda havia vaga, então ele se tornou o terceiro elemento.

 

Relato

Nos encontramos no Detran as 16:45, passamos no mercado e vazamos sentido fazenda PP. A chuva que não cessava nos deixou bem animados, afinal sem chuva sem neve. – Saindo de Curitiba pra chegar na fazenda deve-se pegar a BR-116 sentido São Paulo, alguns quilômetros depois do pedágio tem o posto de gasolina Tio Doca, que fica na pista sentido Curitiba, depois do posto, média de 1km, tem uma estrada bem discreta que fica na lateral da ponte sobre o rio Tucum. Siga a estrada até o fim que não tem erro.

Chegamos na fazenda pouco depois das 18h, adentramos a porteira e paramos na corrente em frente a propriedade. Fomos atendidos remotamente pelo radinho que deixam no casebre ao lado estacionamento... No final do relato detalharei minha indignação sobre esse e outro assunto. As 19:30 começamos nossa caminhada, chovia e fazia muito frio, mas nossos ânimos estavam animados hsuhasuhasua. – Sempre costumo dizer que a subida até o morro do Getúlio é a prova de fogo, várias pessoas desistem nesse ponto, na metade do caminho tem uma rocha conhecida como pedra do grito, ela fica ao lado esquerdo da trilha, possibilitando uma vista interessante. O Washington e o Rodrigo não conheciam o PP, mas passaram no teste, chegaram no cume do Getúlio sem dificuldades, levamos em torno de 1 hora. Paramos um pouco pra algumas fotos, o corpo esfriou e o frio apertou, então continuamos a pernada.

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- Saindo do Getúlio a trilha fica mais aberta até chegar na bifurcação que leva ao Caratuva, cerca de 10 minutos. Decidimos parar um pouco na bica (15 min depois da bifurcação) pra abastecer água e comer um lanche. Agora a chuva estava mais intensa, assim como o vento e o frio... apertamos o passo. A trilha fica mais fechada e íngreme até a próxima bifurcação, a do Itapiroca. Depois dessa parte a trilha fica mais plana, mas em compensação mais difícil de caminhar também, muitas pedras e raízes traiçoeiras. Ruim com as raízes, pior sem elas, em muitos trechos elas formam escadas naturais que facilitam transpor alguns obstáculos.

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Estávamos quase chegando no A1 (acampamento 1) quando começamos a ouvir vozes, lembrei que o Kelvin disse que também iria, com alguns amigos, em busca da neve. Do A1 até o A2 tem que descer um pequeno vale, que segue mais ou menos pela crista, pra depois começar a subir. Nesse ponto tem o auxilio de corrente e escada de metal. O Rodrigo e o Washington ficaram um pouco assustados, afinal nunca haviam subido uma montanha que precisasse destes recursos. Chegamos no A2 as 00:30h, um bom tempo já que estávamos de mochila cargueira, andando de noite e na chuva. Estávamos ensopados, famintos e um pouco desanimados com o vento excessivo. Montar a barraca foi bem chato mesmo. Acampamos na direção da casa de pedra, enquanto o Kelvin e seus amigos na direção da trilha que segue para os Camelos. Pra tristeza do Washingnton seu saco de dormir estava ensopado, ele confiou na impermeabilidade (mito) da sua mochila e não levou um saco estanque. Frio, passamos muito frio. Teve momentos que parecia que o vento ia levantar a barraca hehehe. Já passei algumas noites de frio no Campo dos Padres e Serra Fina, inclusive com temperaturas bem abaixo de zero graus, mas confesso que nunca havia sentido frio na minha vida.

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Pouco antes de amanhecer o Kelvin e seus amigos iniciaram a descida, eu mal olhava pra fora da barraca e já fechava o zíper. E a chuva e o vento persistiam... 8h da manha e nada de neve. Liguei na casa do meu pai e ele me disse que estava nevando em Curitiba, não acreditei nele, pensei que era zueira, mas minha namorada confirmou na sequencia. A chuva sessou e não teve neve, já estava conformado. Só nos faltava então subir até o cume... pelo menos. Arrumamos as tralhas nas mochilas, largamos elas perto da casa de perdra e começamos a subida ao cume, apenas com um cantil de água. Andar sem peso as x é muito bom hehe.

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Sem pressa chegamos ao cume, rajadas de vento varriam as nuvens e o sol penetrava timidamente entre as rochas, evaporando as poças, estava difícil até pra ficar em pé. Apreciamos a vista, hora aberta, hora encoberta, registramos nossa presença no livro de cume e iniciamos a descida. Assistimos o por do sol no cume do Getúlio e voltamos pra fazenda.

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Não vimos a neve, mas foi um desafio muito bacana. Curti cada momento, reforcei minha amizade com o Washington e fiz um novo amigo, o Rodrigo. Embora tenha sido por pouco tempo, o convívio que tivemos nessas horas de aventura foi intenso, provavelmente um laço pra toda vida.

Montanhoso, Subindo Montanhas e Conquistando Amizades.

 

Indignação: Cobrança de acesso x Lixo

Cobrança de Acesso

Sei que esse assunto incomoda algumas pessoas, principalmente os “puxa-saco” do DIlson (dono da Fazenda do PP), mas não posso ficar quieto.

O Dilson diz que não cobra o acesso à trilha do PP, alega oferecer uma estrutura ao montanhista, justificando o valor de R$ 10,00 por pessoa das 07h às 18h e R$ 15,00 das 18h às 22h. Mas onde está a estrutura? A estacionamento onde deixamos apenas 1 carro? O Casebre com banheiro padrão boteco? Ou o camping que não usamos? Fomos atendidos por um rádio comunicador, onde recebemos instruções pra preencher o cadastro e deixar o dinheiro. Isso é um absurdo, nem atendimento humano tivemos. Cadê a porra da estrutura?

Alguns falarão, ele faz a manutenção da trilha, como ele mesmo me disse da ultima vez que conversamos. Até acho justo daí, porque não é trabalho fácil, a trilha é bem extensa. Pagaria sem reclamar! Mas nunca encontrei tanto lixo na trilha, como podem ver nas fotos abaixo:

 

Lixo

Não estou colocando a culpa no fazendeiro, isso é filha da putice dos porcos que fazem a trilha, mas também não seja cara de pau de dizer que faz manutenção na trilha.

Galera isso é muito grave, é de dar vontade de chorar, tinha até barraca inteira abandonada na casa de pedra.

 

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  • Colaboradores

Toda essa sujeira foi o assunto na trilha durante o último fds. Não cheguei a ver pessoalmente pois fiquei no Itapiroca, mas encontramos uma galera descendo do A2 na sexta e eles relataram exatamente o que está nas suas fotos.... lamentável....

 

O complicado é que grande parte da galera que vai até o A2 já sobe com muito peso e fica complicado conseguir carregar alguma sujeira de volta, mas o Dílson bem que podia dar um jeito nisso ai.

 

 

Confesso que tive problema com o atendimento na fazenda na última sexta feira, chegamos na porteira principal as 7:30 e ela ainda estava fechada, já tinha um pessoal esperando pra entrar e nada de alguem aparecer pra abrir. Entrei pelo portão lateral e fui até a sede, chamei no rádio, fiz barulho, agitei os cachorros e depois de uns 20min apareceu um piazinho bem de mau-humor, que deu a chave pra gente subir e abrir a porteira..... depois ele voltou lá e ainda me fez mudar o carro de lugar mais de uma vez.... acabei mudando totalmente a vaga pois do jeito que ele queria q eu estacionasse, eu nunca sairia de ré depois, era quase no riozinho, hehehehe..... resultado disso q a gente entrou na trilha as 9:00 só, não chegou a atrapalhar muito, mas n foi legal tb!

 

 

Mas show a tua trip, encarar essa trilha de noite não deve ser fácil....

 

Abraço!

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  • Membros

Valeu pelo apoio dsborgi!!!

Olha, sempre vi lixo na trilha, mas desta vez estava excessivo!

Quanto ao atendimento da Fazenda também é lamentável. Como consumidores devemos exigir um atendimento de acordo com o que pagamos. Não quero conforto e nem faço questão de utilizar a "estrutura" do Dilson, com exceção ao estacionamento. Agora pagar R$15,00 e ser atendido pelo rádio me deixa bem chateado mesmo.

Abraço!!!

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  • Membros

Não vou defender ninguém, mas dia 17 estivemos no itapiroca, na fazenda fomos bem atendidos,muita prestação de info, dicas ( era a primeira vez que estavamos lá ), com exceção do muleque que não fala, tudo certo.

Mas é gente né ? gente é complicada mesmo.

Quanto ao lixo, tem uns cara porco.

Esquecer uma barraca, ninguém esquece.ou o cara morreu ( hauahauhauaha) ou deixou por porco ( FILHA DA PUTICE SEM TAMANHO).

Enfim, façamos nossa parte e tragamos nosso lixo.

Mas se eu ver um cara deixaando lixo, sou capaz de sair na mão.Um de nós vai rolar morro abaixo.

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  • Membros de Honra

Fala Cristiano! Beleza?!

 

 

Belo relato da sua empreitada alpina rumo ao PP para ver a neve! Muito legal mesmo. Acompanhei no FB.

 

[...] Eu sempre acompanho a previsão pelo Montain Forest (http://www.mountain-forecast.com/peaks/Pico-Parana/forecasts/1877) e na segunda feira pela manha tinha previsão de 16cm de neve no Pico do Paraná. Quase fiquei doido com a possibilidade... [...]

 

Haha! Eu também vi essa previsão maluca, mas lamento, não dá para acreditar muito no Mountain Forecast, especialmente se a previsão deles for feita como os seus mapas... Tu já viu que a localização do PP por ele é onde está o Araçatuba? Talvez por isso tenha se confirmado neve por lá, como vc deve ter visto. Não deu 16 cm, mas nevou um pouco.

 

No mais concordo com vc quanto ao Dilson. Cobra e faz cortesia com chapéu alheio, até os degraus de contenção um tempo ele dizia que tinha feito (obra dos mutirões do CPM por lá). A boa nova é que os dias de cobrança e controle do acesso por ele estão contados... Foi decretada a desapropriação da trilha. Já soube desta novidade? Vai haver muita briga ainda, certamente ele cobrará pelo acesso por algum tempo ainda até ser ressarcido pelo Estado, mas já é uma luz.

 

Abraço!

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  • Membros

Oi Getúlio, Valeu!!!

Muito bom saber sobre o Montain Forest... eu não sabia, mas agora q vc falou dei uma olhada... uma pena, se eu soubesse antes teria ido ao Araçatuba! Mas enfim, foi uma experiência muito bacana mesmo assim!

Quanto ao Dilson eu também não sabia que já estava rolando o processo de desapropriação. Mesmo que demore já é alguma coisa... fico contente em saber!

Obrigado pelas informações!!!

Abraço!!!

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  • 1 mês depois...
  • Membros

Agora sim galera,

é uma grande vitória pra gente

Prefeitura facilita o acesso ao Pico do Paraná

 

 

O Pico do Paraná é um dos principais pontos turísticos de Campina Grande do Sul. Frequentado, há anos, por montanhistas e apreciadores de uma bela e inesquecível paisagem, a entrada ao local era cobrada e de responsabilidade de uma propriedade privada. Cenário que foi revertido semana passada pela prefeitura municipal.

 

Por meio de uma ordem judicial de imição de posse em favor do município, a entrada à maior montanha da região Sul do Brasil, foi desapropriada da Fazenda Pico do Paraná, o que reverterá na retirada de qualquer barreira de acesso ao local e tornará a entrada de visitantes, gratuita.

 

Com a desapropriação do local, a fiscalização da subida ao cume do Pico do Paraná passa a ser de responsabilidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) juntamente com a prefeitura municipal. O próximo passo a ser desenvolvido é a construção de uma base operacional, que dará mais suporte e segurança aos montanhistas. Por meio dessa iniciativa, a prefeitura municipal tem como objetivo fomentar o turismo na região e no município.

 

 

link da noticia:

http://www.pmcgs.pr.gov.br/hotsite/visual_noticias.php?id=132

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  • Membros de Honra

Realmente Cristiano,

 

 

Só que a tendência é que isso demore um pouco a se concretizar.

O Dilson ainda cobra pelo acesso e o IAP não assumiu a área. Provavelmente o Dilson use alguma medida judicial contra a desapropriação, até porque dela cabe recurso. A novela tende a ser longa... :roll:

 

Mas já é um começo!

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  • 2 meses depois...

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