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PERÚ BÁSICO EM 10 DIAS - Fotos, onde ficar, onde comer, como chegar ...


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Este é um relato acerca da viagem que fizemos ao Perú em janeiro de 2014.

Saímos de Porto Alegre no dia 22/01 e retornamos dia 01/02.

Viajamos eu, meu pai Volnei com 60 anos, minha mãe Miriam com 57, e meu irmão Felipe com 21.

Formamos um grupo muito heterogêneo em predileções, portanto, foi necessário fazer uma adequação aqui e outra ali.

 

Nosso roteiro foi:

 

DIA 1 - POA - LIMA - CUSCO - PUNO

DIA 2 - PUNO - LAGO TITICACA - ISLA AMANTANI

DIA 3 - LAGO TITICACA - ISLA TAQUILLE - SILLUSTANI -PUNO

DIA 4 - PUNO - CUSCO

DIA 5 - VALE SAGRADO - PISAQ - OLLANTAYTAMBO

DIA 6 - VALE SAGRADO - CHINCHERO - MARAIS - MORAY

DIA 7 - MACHU PICCHU

DIA 8 - CUSCO

DIA 9 - CUSCO - LIMA

DIA 10 - LIMA - POA

 

PARTE 1 - CHEGANDO NO PERÚ

 

Partimos para o Peru em um voo direto POA-Lima da TACA. Nada como um vôo direto de Porto Alegre para dar aquela animada ...voar de dia para Lima é um espetáculo à parte: é possível ver o deserto do Atacama (com certeza está na minha top list das próximas viagens), o Salar de Uyuni e os Andes.

A nossa ideia era ir para o Lago Titicaca. Para ir até lá, na verdade o que temos que fazer é ir para Puno. Ok. O negócio é que Puno é bem longe de Lima e que não tínhamos muito tempo para ficar na estrada. As duas únicas opções eram: ou ir de avião de Lima para Juliaca e de lá pegar um bus para Puno. Ou ir de Lima para Cusco, de avião ou ônibus, e de lá ir para Puno de bus ou trem. Bom, o vôo para Juliaca não era muito em conta e os horários não fechavam. Parte 1 resolvida: íamos de Lima para Cusco. Aí vinha a parte 2, de Cusco até Puno. Optamos por ir de ônibus, por diversas razões. Primeiro porque os horários de trem eram ruins, depois porque o trem é muuuuuuito caro, em terceiro lugar porque o bus para Puno era excelente e, por último, porque o bus era noturno e aí pouparíamos uma grana com hospedagem (ô miséria!).

Voamos de Lima para Cusco com a Peruvian Airlines. Zeus! Ou então, Inti! Ou então, Wiracocha! Qualquer que seja o Deus, esse vôo é algo ... indizível. Deixo os comentários para a seção no final do post.

Chegamos em Cusco e tínhamos algumas horas até tomar o ônibus para Puno, que era ás 22h.

Eu e o Felipe largamos nossas coisas no hostel que ficaríamos mais adiante e saímos para tomar as primeiras impressões da cidade.

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A primeira vista, Cusco não parece grande coisa, aliás, parece feia. Quando estávamos pousando eu pensei: OMG minha mãe vai me matar por trazê-la pra cá. Mas depois, quando chegamos na "Cusco para turista ver", o negócio mudou. A parte turística de Cusco é bem bonita, limpa e organizada (fora o fuzuê de turistas).

As antigas construções Incas foram subjugadas pelas construções espanholas (como quase em todo Perú) e o "centro" da cidade é a Plaza de Armas.

Caminhamos por aqui e por ali, fomos no mercado, provamos umas Cusqueñas e nos sentamos um pouco na Plaza de Armas para ver a movimentação local (digo, de turistas). Durante o tempo em que ficamos sentados, umas 100000 pessoas vieram nos oferecer algo para vender, de artesanato à maconha, rola de tudo. Depois de muitos "no, gracias", começamos a inventar outras técnicas para despistar os vendedores. No início fingíamos que não entendíamos o que diziam, depois partimos para o plano B, que era nós mesmos oferecer alguma coisa pra vender. Hahaha ... já estava oferecendo a câmera, roupas e até o Felipe entrou nas negociatas ... hahaha ... nada melhor para despistar um vendedor insistente.

Jantamos um Menu Turístico (entrada + prato principal + bebida) muito bom e baratíssimo em um mexicano na Calle Preocuradores (http://goo.gl/QHIB60), e depois fomos tomar um legítimo Pisco no El Duende (http://goo.gl/SdakOZ) para esperar o nosso bus.

 

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Por volta das 21h tomamos um táxi até o terminal de bus da Cruz del Sur. Dali, seriam 7 horas de viagem até Puno ...

 

NOTES and TIPS:

 

- COMO DECIDI O ROTEIRO NO PERÚ: Já fazia algum tempo que eu queria visitar o Perú. Depois de estudar e ler tantas coisas sobre as fantásticas civilizações nativoamericanas, é natural que esse desejo tenha crescido mais e mais. As passagens para Lima sempre foram meio carinhas, então sempre fui adiando. Eis que recebo um e-mail do Melhores Destinos (http://www.melhoresdestinos.com) falando sobre uma promo para a capital peruana. Bingo!

Tudo que eu sabia sobre o Perú se limitava ao que eu tinha estudado sobre os Incas e a história Contemporânea do país. Não que isso seja pouco, pelo contrário, acontece que eu precisava saber coisas mais objetivas e específicas para a viagem, como por exemplo, como me locomover por lá e etc.

No início foi difícil montar um roteiro porque tínhamos poucos dias (11) e haviam muitas coisas para serem vistas. As opções eram: Lima, Arequipa, Ica, Nazca, Vale de Colca, Puno, Lago Titicaca, Manu, Cusco e Machu Picchu. Enfim, no final das contas decidimos por: Puno, Lago Titicaca, Vale Sagrado, Machu Pichu, Cusco e Lima, para finalizar. O resultado disso tudo é que eu gostei muito do Peru e vou ter que voltar para fazer a parte 2 dessa trip.

 

- VOANDO COM A TACA: achei o serviço eficiente. Check-in sem filas e tranqüilo, o que já era um bom começo para um voo que partia ás 7h30. Ninguém merece ficar em uma fila de check-in como um zumbi nesse horário. A TACA (que foi comprada pela colombiana Avianca e logo deve assumir esse nome) tem aeronaves confortáveis e um serviço de bordo simples, mas honesto. É meio parecida com a TAM aqui no Brasil. Também não tivemos problemas com pontualidade. Não tenho do que me queixar. http://brasil.taca.com/es/

 

- O AEROPORTO DE LIMA: como muitos comentaram, o aeroporto de Lima é bacana, bem organizado, Tem muitas opções para comer, o que ameniza um pouco o tempo de espera de conexões. Se a conexão for longa, como foi a nossa, tem uma dica: saindo do aeroporto, virando à esquerda, quase em anexo, tem um shopping (tá mais pra galeria) com outlet de marcas bacanas (The North Face, Billabong, Calvin Klein, Rip Curl, ...) e ótimos preços. Vale a pena pq é bem pertinho e tem precinhos camaradas. http://goo.gl/pFWYYg

 

- VOANDO COM A PERUVIAN: tem 5 cias. aéreas que fazem trechos domésticos no Perú: a Star Peru, a chilena LAN, a TACA, a Peruvian e a LC Perú. Escolhemos a Peruvian em função dos horários de vôos e do preço. O trecho Lima-Cusco foi um desastre! A aeronave era velha, suja e sem manutenção. Deu medo logo ao entrar. Parecia um ônibus aquilo, apertado, cheio de gente com um monte de sacolas, um horror. E pra completar, voando quase na mesma altura das montanhas andinas, pegamos uma turbulência. Bad total. No trecho Cusco-Lima a aeronave era um pouco menos pior. Quando chegamos no aeroporto de Lima, minha mala de 1000000kg veio com a rodinha quebrada. Imediatamente fiz a reclamação com o pessoal da Peruvian, e sabe o que me disseram? "Faça uma reclamação em nosso site". Só. Falei com 100000 atendentes e NINGUÉM resolveu nada! Depois fiz a reclamação pela internet e me responderam dizendo que não eram responsáveis pela quebra da minha mala! Um absurdo! http://www.peruvian.pe

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- O FAMOSO SHOROCHE (OU MAL DE ALTITUDE): antes de viajar li muito sobre o tal mal de altitude, que podemos sentir quando visitamos o Peru, Bolívia ou Equador, por exemplo. Cuzco é uma cidade que fica a 3.400m do nível do mar. Pra se ter uma ideia, a cidade com maior altitude no Brasil está a 1.600m (Campos do Jordão) e eu moro em uma cidade que está a 60m! Cuzco está em 9o lugar na cassificação das cidades mais altas do mundo com mais de 100.000 habitantes (Puno está no 5o lugar). Bom, eu estava com muito medo do que eu poderia sentir. E mais ainda do que aconteceria com a dona Miriam e seu Volnei, que chegariam no Peru em 3 dias. Tinha lido sobre muitas pessoas que passaram mal e tal. Bem, quando cheguei em Cuzco me deu uma leve tontura, mas nada demais. Nos primeiros dias no Perú senti muita dor de cabeça e tonturas de vez em quando, também me cansava um pouquinho mais do que o habitual (visto que sou mega sedentária e tudo me cansa). Mas NADA do que eu tinha lido aconteceu e o medo não se justifica. Como dizem os peruanos: Não passa nada. Pensei em comprar oxigênio (eles vendem em pequenos cilindros com máscara, pra levar na bolsa mesmo, por S./ 30) etc e tal. Mas nada a ver, é bem tranqüilo. A dica é tomar MUITO chá de Coca e ter consigo folhas de Coca SEMPRE.

 

- OS TÁXIS NO PERÚ: táxi no Pe´ru é meio que aventura. Tem carros bons e outros que eu não acreditava como podiam estar rodando. Bem, o fato é que, como tudo no Pe´ru, o valor das corridas também é negociável. Os táxis não tem taxímetro, então tens que combinar o valor da corrida antes de partir. E negociar bastante também. Apesar de a gasolina ser mais cara do que no Brasil, o custo para andar de táxi chega a ser piada, muito barato. Mas muito mesmo. Três dicas: pesquise ou pergunte no seu hotel o preço médio das corridas de tal a tal lugar, para não ser explorado pelo taxista. Nunca pague em dólar. Sempre verifique se o táxi é legalizado e se o motorista tem registro como taxista, pois há muitas pessoas que simplesmente param na rua e te dizem que são taxistas.

 

- OS ÔNIBUS NO PERÚ: os ônibus que fazem rotas turísticas são espetaculares. Novos e confortáveis. Quase todos oferecem um "serviço de bordo", nem que sejam apenas bebidas como refrigerantes, chás ou cafés. Quase todas as estradas também estão em ótimas condições. A melhor empresa, com certeza, é a Cruz del Sur. Compramos o ticket Cusco-Puno diretamente no site da empresa (http://www.cruzdelsur.com.pe/). Eles possuem um terminal próprio que funciona quase como um aeroporto, com check-in e despacho de malas. Oferecem um lanche, travesseiros, cobertores. Pegamos um assento VIP bem grande, que reclinava e tinha aquelas tvs para entretenimento a bordo, inclusive com acesso à internet.

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- QUANTO CU$TA: viajar para o Perú é bem em conta. Gastamos mais com passagens aéreas e a viagem até Machu Picchu. Fora isso, tudo por lá é super barato. A moeda utilizada é o Novo Sol (que vale hoje um pouco menos do que R$1), mas também rolam dólares e euros.

Passagem POA-LIMA-POA: U$480

Passagem LIMA-CUSCO-LIMA: U$200

Táxi do aeroporto de Cusco até a Plaza de Armas: S./ 20

Jantar em Cusco: S./ 15

Táxi da Plaza de Armas até o terminal de ônibus: S./ 8

 

MAIS EM: http://www.golivegotraveling.blogspot.com

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PARTE II - PUNO E LAGO TITICACA, ISLA FLOTANTES DE UROS, ISLA AMANTANI, ISLA TAQUILLE

 

Chegamos em Puno por volta das 5h da manhã. Tomamos um táxi com duas uruguaias e fomos para o hotel que havíamos feito as nossas reservas de tours.

Tínhamos que esperar até ás 8h, quando tomaríamos o barco no Lago Titicaca. Com um pouco de atraso, uma grande van nos pegou na porta do hotel e nos levou até o barco. Fiquei surpreendida positivamente, achei tudo muito bom e confortável.

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Depois de algum tempo "navegando" e ouvindo o nosso guia explicar tudo sobre o Lago e as ilhas, chegamos em uma das Ilhas Flutuantes de Uros. Fomos recebidos pelas famílias que moravam ali. Eles cantaram, fizeram uma dancinha e nos mostraram o que era a Totora, uma planta que se desenvolve ali no Titicaca e que é a base de tudo na vida deles (as ilhas são feitas de Totora, as casas são feitas de Totora, as roupas são feitas com fibras de Totora e eles comem a tal Totora). Então, o "chefe" da pequena ilha nos mostrou como eles faziam para formar aquela ilha, que é artificial. Terminadas as explicações, o tal chefe levou nosso grupo para um passeio em um pequeno barco (de Totora, claro!) ao redor da ilha. No final do breve passeio, olhou pra gente e - antes de "ancorar" - disse: "são 10 soles por pessoa". Ahá! Tá bom ... tá bom ... comentários sobre esses Aimaras espertinhos no final do post.

http://2.bp.blogspot.com/-A8DiwZ5rFPc/Uv1CzEQiuuI/AAAAAAAAB0I/YvbIatJKjRs/s1600/DSC08682.JPG

 

E lá embarcamos nós novamente para mais umas 2 horinhas até a Isla Amantani, onde passaríamos o dia e a noite.

Chegando na ilha, os "locais" já estavam à nossa espera. Parecíamos "gado", ou então adolescentes na aula de Educação Física. Explico: os "gringos" ficaram de um lado, e as mulheres locais (até agora não sei por que só tinham mulheres ali, aliás, vi poucos homens na ilha) que seriam as anfitriãs, de outro. E aí elas e o guia (que era um "local" também) íam meio que apontando e escolhendo/decidindo quem ía ficar na casa de quem. Tive que rir. Ficamos eu, o Felipe e o casal de espanhóis, digo, galegos, na mesma casa, da senhora Ricarda.

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Sem demora, Ricarda nos chamou para almoçar. Aí é que residia o meu medo, dada as minhas restrições alimentares. A cozinha era a única parte da casa que tinha luz, proveniente de um painel solar. Tudo muito simples, um fogão à lenha feito de barro, sem água encanada ... (eu até gora não se de onde ela vinha com os galões cheios de água. Até prefiro não saber). Comemos uma sopa de quinua e vegetais produzidos na ilha, e ainda nos foi servido um pratinho com pequenas batata cozidas, milho, tomate, pepino e uma grossa fatia de queijo frito. Para beber, chá de coca ou chá de muña.

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Depois do almoço descansamos um pouco e fomos encontrar o restante do grupo na pracinha central da ilha, onde nosso guia nos aguardava. O objetivo era fazer um trekking morro acima, até as ruínas de um templo do período pré-incaico. A ideia era ótima, mas olhei pra subida, olhei pra mim, olhei pra subida ... não não não. Não conseguiria ir mais adiante. Estava realmente cansada e me faltava fôlego. Fiquei de ver as fotos que o Felipe tiraria.

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A noite caiu, um temporal veio, o frio (muito frio!) apertou e o Felipe chegou. A janta estava pronta. Sopa de quinua com vegetais. Again. E também um arroz com batatas e legumes. Conversamos um pouco com a Ricarda, para entender melhor a cultura dela e o funcionamento da ilha.

Logo depois da janta, a Ricarda apareceu com um monte de roupas dela e começou a tentar colocá-las em mim. O diálogo era meio complicado, então fui fazendo o que ela mostrava. O Felipe não foi deixado de fora, e mesmo com a rinite, se obrigou a meter um poncho de lã pela cabeça. As roupas eram para a festa que aconteceria logo mais.

Caminhamos no escuro e na chuva (praticamente não há luz na ilha, somente um ou outro painel solar e nós tínhamos só uma lanterninha), por caminhos estreitos de terra morro abaixo, até chegarmos em uma espécie de salão comunitário. Lá dentro estavam todos os turistas com seus anfitriões e um grupo de músicos. Logo começaram a dançar etc e tal. Para acompanhar o baile, uma Cusqueña quente que dava dó (lembra que não tinha luz?).

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Acordamos bem cedo na Isla Amantani, tomamos o café da manhã oferecido pela Ricarda, nos despedimos e fomos encontrar o restante do grupo no píer da ilha.

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Partimos então para a Isla Taquille (http://www.isladetaquile.com.pe/), uma ilha um pouco menor que a Amantani, mas com os mesmos padrões de vida.

A subida até o "centro" - diga-se topo - da ilha foi bem puxada, levamos uns 30-40 minutos. Lá em cima, encontramos uma praça com as sedes de algumas associações de artesanato, sobretudo artesanato com lã, mas extremamente caro. Demos um tempo por ali e fomos para a casa da família que nos serviria um almoço. Aqui vale a mesma regra que existe na Amantani: há uma rotação entre as famílias, para que todas ganhem com o turismo local. Almoçamos muito bem, haviam pães, sopa, arroz, batata, legumes e peixe. O peixe local é a Truta (trucha), uma espécie inserida no lago há muitos e muitos anos. A descida até o píer foi algo um tanto quanto cansativo. Eram mais de 500 degraus e praticamente uma fila indiana de turistas meio que te empurrando para descer.

 

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A "subida" até o tipo da Ilha

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Esperando o almoço

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A descida

 

No retorno à Puno (cerca de 3h de navegação), pudemos apreciar as belas paisagens no Lago. Felizmente o dia estava ensolarado (apesar de frio), algo pouco comum em janeiro, que é o período de chuvas no Perú (em fevereiro a coisa fica pior).

No caminho de volta, conversando com o Xose e a Imelda, descobrimos que eles iriam até as Chullpas de Sillustani naquele mesmo dia. Eu queria muito ir até às Chullpas, mas todas as excursões que partem de Puno saem ás 14h e eu não chegaria a tempo. Poderíamos ir em um tour privado, mas era muito caro (U$20 por pessoa). Eles tinham combinado com um taxista local, que os levaria até lá por S./ 20. Feito!

Chegamos em Puno, fizemos o check-in no hotel e lá fomos nós para Sillustani, com o nosso motorista, o sr. Pedro. No meio do caminho, paramos em algumas casas dos agricultores locais, para entender um pouco mais do modo de vida deles. Essas casas parecem claustros medievais, cercadas por muros de barro, com um pátio central, onde cada construção abriga um núcleo familiar ou tem uma função específica.

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Chegando em Sillustani a paisagem impressionou, muito linda a pequena colina entre um alagado e a laguna de Umayo, no pequeno vilarejo de Atuncolla. Este sítio arqueológico conta com dezenas de Chullpas e outros tipos de "sarcófagos" e remonta à cultura pré-Inca dos Tiahuanacos, mais tarde sendo utilizada pelos Incas também. As Chullpas eram como "túmulos", onde eram colocados os corpos em posição fetal com seus pertences. Há diversos tipos de Chullpas, com diversos tipos de acabamento, mas todas elas possuem formato cilindríco e as maiores chegam a 12m de altura. é muito impressionante! O bacana é que este sítio está muito bem conservado e é de fácil acesso, pois recebeu, há alguns anos, muita grana do governo para sua restauração e manutenção.

 

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Voltando para Puno, tomamos um banho merecido e saímos para jantar com os nosso amigos galegos.

 

NOTES AND TIPS

 

- AS IMPRESSÕES SOBRE PUNO: Puno parece uma favela. Uma grande favela. É tudo muito feio e ficamos assustados logo que chegamos. Quase todas as construções parecem inacabadas (acho que eles não conhecem a palavra "acabamento"). Além disso, fora a orla do Titicaca (e ali é super sujo), é morro e morro. Não gostamos de Puno.

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- AS ILHAS FLUTUANTES DE UROS: estas são ilhas artificiais, feitas com Totora e cordas e que podem ser movidas quando eles bem entendem, até âncora elas possuem. Existem dezenas de ilhas como essa no Lago Titicaca. Vivem em cada ilha em torno de 5 ou 6 famílias, tendo ilhas menores e outras bem grandes, que abrigam até escolas para a população local. Somente os nativos Aimaras podem cortar e usar as Totoras. Eles não tem onde plantar, se alimentam com essa planta (parece um bambu, um palmito) e comem patos eventualmente. Pelo menos, foi isso que disseram. Mas a palavra que resume tudo é: teatro. Sinceramente, eu podia ter saído do magnífico Titicaca sem ter dado essa parada.

 

- E O MAL DE ALTITUDE ...: Eu e a Imelda quase morremos para ir morro acima até a casa da nossa mamma temporária. Tive que parar umas duas vezes. Além de ser uma "pernada", era íngreme, o sol pegava na cabeça, e ainda tinha a tal da altitude. A Ilha fica há mais ou menos 4.000m de altitude. Faltou ar, deu dor de cabeça. Aí a Ricarda (que falava quechua e entendia um pouco de espanhol) parou, se meteu em algum mato e me trouxe uma planta. Eu perguntei se era pra cheirar ou comer e ela não entendeu direito, fazia uns gestos. Bom, comi. Era muña, uma plantinha que parece um orégano, mas com cheiro de hortelã e gosto bem forte, mas bom. A muña é muito melhor que Coca para tratar dos efeitos de altitude. Eu melhorei quase que na hora. Além disso, as mulheres na ilha a usam como contraceptivo, tomando chás periodicamente. A maioria delas tem somente 1 ou 2 filhos na ilha, para controlar a população de acordo com o espaço e a produção de alimentos.

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- VIVÊNCIA NA ISLA AMANTANI: a Isla Amantani é grande e nela moram cerca de 4.000 pessoas. Eles criam poucas ovelhas e se dedicam principalmente ao cultivo de batatas, quinua e milho. Há alguns anos a ilha se voltou para o turismo. É tudo feito para os turistas que chegam do mundo inteiro. As famílias interessadas em participar dos programas fazem um cadastro e se adequam às algumas poucas exigências. Todos os dias chegam dezenas de turistas à ilha e há um sistema de rotatividade para que todas as famílias possam ganhar com essa atividade. Todas as refeições e atividades são padronizadas e muitos dos anfitriões não falam espanhol. Na verdade é tudo meio fake também, mas vale muito a pena. As questões da água, do banho e do banheiro na Ilha são um pouco complicadas. Esqueça o banho, ainda mais o banho quente. Cada casa possui lá uma outra casinha externa para banho, isso eu vi. Mas em nenhum momento isso é oferecido aos turistas. Eles não tem água encanada e tudo fica mais difícil por isso. O banheiro também era externo, uma latrina. Vou poupar quem lê o post e não vou colocar nenhuma foto.

 

- O TOUR PELO LAGO TITICACA: existem muitos passeios diferentes e dezenas de agências. Dizem que o lado boliviano do Lago é mais bonito (Isla del Sol, Copacabana), mas não tive oportunidade de conhecer. Partindo de Puno, o mais comum é conhecer as Islas Flotantes de Uros e a Isla Taquille. Enviei e-mail para quase todas as agências de Puno para fazer uma cotação do passeio que queríamos fazer. Aqui valeu o que eu já tinha lido em alguns relatos no http://www.mochileiros.com: não precisa e nem vale a pena marcar os tours com antedecência desde o Brasil. É só chegar em Puno, na rodoviária mesmo (ali tem várias agências de turismo) ou então no "porto", que se consegue um passeio com certeza. E ainda melhor: negociando e baixando preços. O tour de 2 dias (Islas Flotantes, Isla Amantani, Isla Taquille) custa em torno de S./ 75 se bem negociado. Caso vá pernoitar em Amantani, uma boa dica (que não sabíamos) é negociar com a agência apenas o valor do transporte, deixando para pagar pela acomodação e alimentação diretamente para os anfitriões (dizem que as agências exploram o povo na ilha e não lhes repassam um valor justo). No final das contas, o próprio hotel que tínhamos reservado para 1 das noites acabou nos oferecendo um valor mais em conta do que todas as agências e fechamos com eles.

 

- A MALANDRAGEM PERUANA: estávamos nós visitando as Chullpas de Silustani e resolvemos entrar em uma delas. Deixamos nossas mochilas na "porta" e entramos. Quando saímos, haviam dois "guardas" do parque ali parados, olhando nossas coisas. E aí eles falaram que era proibido entrar nas Chullpas e blá blá, que teríamos que pagar o dobro do valor da entrada por termos feito isso. Eles queriam que pagássemos S./ 40 como multa. Logo saquei a malandragem dos dois guardas e lembrei do episódio no táxi com as uruguaias. Usei a mesma estratégia. No meu portunhol tosco, aumentei a voz e perguntei onde estava a placa que dizia que não podia entrar, que aquilo era usurpação, que iríamos até a administração do parque fazer o pagamento e nos desculpar, ou que então que chamassem a polícia para que pudéssemos responder pela nossa falta tão grave. Eu gesticulava e falava alto, feito uma louca. Bom, eles foram embora. Na saída do parque nos informamos sobre isso e vimos que realmente era um "golpe" dos tais guardas.

 

- ONDE COMER EM PUNO: a Calle Lima, que é um calçadão, concentra os restaurantes (pelo menos os mais ajeitados) da cidade.

 

- NOSSO HOTEL EM PUNO: escolhemos o Hoyel Titiuta (http://www.hosteltitiutapuno.com/), que foi vencedor em alguma categoria no TripAdvisor em 2012 e 2013. Fico pensando naqueles que não ganharam nada então, como deveriam ser ... enfim, o hotel é bem simples, mas o quarto era muito bom (fora o carpete e a internet que não funcionava) e o café da manhã era bem servido. Tem um bom custo-benefício, recomendo.

 

- QUANTO CU$TA:

Táxi da rodoviária até a Plaza de Armas: S./ 4

Passeio de 2 dias (Islas Flotantes de Uros + Amantani + Taquille), com transporte, guia, acomodação, 2 almoços, 1 janta e café da manhã: U$40

Almoço na Ilha Taquile: não pagamos, pois já estava incluído em nosso "pacote", mas custa cerca de S./ 20.

Passeio à Silustani: um táxi cobra S./70 - S./80 para ir até lá. Os passeios em grupo custam cerca de S./ 25 por pessoa. Os passeios privados custam U$20 por pessoa. A entrada custa S./ 10.

Jantar em Puno: S./ 20

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PARTE III - DE PUNO À CUSCO PELO VALE SAGRADO

Para voltar até Cuzco (sim, com Z) poderíamos ir de trem (absurdamente caro), de ônibus comum (sem graça) ou então em um ônibus de turismo. Optamos por fazer o trecho com a Inka Express (http://www.inkaexpress.com.pe/), que faz uma viagem mais longa (são quase 10h), mas muito mais interessante.

É uma viagem que se faz em um ônibus confortável, com serviço de bordo, um guia e algumas paradas em locais interessantes. As passagens podem ser compradas no site da empresa, ou diretamente no balcão na rodoviária de Puno, mas sugiro comprá-las com um dia de antecedência.

O ônibus partiu ás 7h de Puno. Logo passamos por Juliaca, que seria a "capital" da província. Juliaca tinha sofrido com as fortes chuvas que caíram nos dias anteriores e estava um caos. Mas todos disseram que esse tumulto não é muito diferente em dias bons também.

 

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Logo a paisagem se transformaria e as montanhas andinas se revelariam. Algumas tão altas, mas tão altas, que até dava uma mistura de medo e encantamento ...

 

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A primeira parada foi no vilarejo de Pukara, onde vimos a primeira das muitas igrejas católicas que foram construídas sob templos Incas, numa demostração de poder dos colonizadores, com o intuito de subjugar toda a cultura dos povos nativos. Ali também existe um pequeno museu, muito, mas muito mal conservado, onde é possível ver peças pré-incaicas e peças incas.

 

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Subindo mais um pouco, chegamos a 4.300m de altitude, em um ponto chamado de La Raya. Quando desci, não nego que tive uma tontura forte, afinal, o pico era alto demais, mas nada que me fizesse desanimar. É ali que começa o Vale Sagrado dos Incas, um vale aos pés das montanhas dos Andes, onde cresceram cidades e vilarejos no entorno do Rio Urubamba, ali chamado de Wilcanota.

 

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Depois paramos em um restaurante (o almoço estava incluído no valor da passagem) no povoado de Sicuani. Foi a melhor comida que provei no Perú, e no único restaurante realmente decente que estive.

Seguindo viagem, a parada então foi no sítio arqueológico de Raqchi. Magia pura, era o meu primeiro sítio grande com as ruínas de uma cidade inca. Raqchi era um local de devoção, com um templo incompleto dedicado à Wiracocha. Por ser este o Deus homenageado e cultuado no lugar, entende-se que a cidade se destinava à nobreza e à classe média inca, e era também um local de peregrinação. Fantástico!

 

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A última parada foi no vilarejo de Andahuaylillas. O pessoal logo foi entrando na igreja do vilarejo, mas nós seguimos para o pequeno museu local. Quando voltamos, Xose e Imelda nos disseram que a igreja era fantástica, então, como estávamos ali à toa mesmo, fomos conferir. Não sou muito fã de arte sacra e já vi dezenas de Igrejas de todos os tipos na Europa, mas realmente tenho que confessar que em termos de arte, a igreja do vilarejo era bem surpreendente, toda pintada e com detalhes em ouro, legítima arte barroca.

 

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Chegamos em Cuzco e nos encontramos com a dona Miriam e o seu Volnei. Caminhamos um pouco no entorno das Plazas de Armas e fomos dormir cedo, afinal, no outro dia continuaríamos a percorrer o Vale Sagrado.

 

NOTES AND TIPS

- O HOSTEL EM CUZCO: como nesta primeira etapa ficaríamos somente 1 noite em Cuzco, me preocupei mais com a localização do que com a qualidade do hostel. Tinha lido boas recomendações sobre a rede Pirwa (http://www.pirwahostelscusco.com), que tem 4 hostels em Cuzco e mais alguns espalhados pelo Perú. Escolhemos o Pirwa Suécia, muuuito pertinho da Plaza de Armas. Foi meio trash na verdade. As portas dos quartos ficam voltadas para o pátio central, então ouvíamos todo mundo que entrava e saía. Além disso, também ouvíamos os sons vindos dos bares no entorno. Mas foi só uma noite, só uma noite ...

 

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- CUZCO AT NIGHT: Cuzco é bem efervescente à noite. É uma cidade muito grande e cheia de universitários. Com as luzes dos postes e casas, ela fica linda à noite. Tem muitos bares legais, para todos os gostos. Durante a semana, a noite é tranquila, caminhamos sem medo nas ruas próximas à Plaza de Armas, bem bacana. Agora, nos finais de semana fica meio tenso ... é como se outras pessoas circulassem pelas ruas ... vimos uma que outra briga e alguns sujeitos mal encarados. Não ficamos muito pela rua para ver mais.

 

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- QUANTO CU$TA:

Passagem Puno-Cuzco em ônibus turístico, com guia, alimentação e entradas incluídas: U$40

Quarto duplo privativo em hostel perto da Plaza de Armas: U$35

Jantar em Cuzco: S./ 18

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PARTE IV - EL VALLE SAGRADO DELOS INCAS

 

Partimos de Cuzco pela manhã. O objetivo era chegar até Ollantaytambo cruzando o Vale Sagrado e parando em alguns lugares.

Eu queria ter ido até o Cañon del Colca (http://www.colcaperu.gob.pe) nesta viagem, para ver os Condores, mas não pude incluir no roteiro. Essa questão foi parcialmente resolvida quando nosso guia nos levou ao primeiro stop, uma espécie de zoológico/centro de recuperação de animais. Próximo à Cuzco fica este centro para onde são levado animais que sofreram maus tratos e precisam fazer uma reabilitação antes de serem reinseridos em seus habitats. Haviam, llhamas, alpacas, vicuñas, pumas, tartarugas, muitas araras (todas soltas), gatos do mato e, claro, condores. O vôo do Condor é uma coisa linda de se ver! Um animal majestoso, enorme, imponente. Eu não gosto de zoológicos, por diversas razões. Ali a coisa é um pouco diferente, mas muito triste conhecer a história de cada um deles, o que aconteceu para que eles chegassem até ali.

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Seguimos até um Centro de Artesanias, compramos umas coisinhas e fomos até as ruínas de Pisaq. Pisaq é genial. A primeira coisa que se pensa é: "Como que esses caras construíram num lugar desses?". A paisagem é belíssima e as construções incas são impressionantes!

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Descemos para o vale até o Mercado de Pisaq. O Mercado é uma grande feira que acontece aos domingos. Na verdade, acontece todos os dias, mas é aos domingos que a coisa fica maior. São enormes labirintos com tendas, vendendo tudo que se imagina, especialmente tecidos. Os preços são bem em conta, vale a pena deixar para comprar lembrancinhas por ali.

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Passamos por alguns vilarejos e fizemos algumas paradas para admirar toda a beleza do vale. Em termos de paisagem é um dos lugares mais lindos que já visitei.

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O almoço foi em Urubamba.

Chegamos em Ollantaytambo (Ollanta) e fomos direto para o sítio arqueológico. A subida é um pouco cansativa, mas vale MUITO a pena. O Templo do Sol não foi finalizado, e ali encontramos muitas pedras "abandonadas", pedras estas que serviriam como encaixes para as construções. Então, neste sítio, foi possível entender um pouco melhor como os incas construíam, de onde vinha a matéria prima e levantar novas suposições sobre a forma com a qual eram cortadas. Fantástico! Na montanha que faz face ao sítio, vimos grandes rostos esculpidos, cada um com sua história. Também estão grandes colcas, usadas pelos incas para armazenar seus alimentos.

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No segundo dia de passeios pelo Vale Sagrado, começamos por Chincheros. O pequeno vilarejo é conhecido por suas várias associações de artesãs que trabalham com lã. Fomos até uma dessas associações para ver como as mulheres peruanas tecem, conhecer o processo desde a tosquilha até a peça pronta. Realmente é um trabalho primoroso, mas o preço das peças também é.

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Caminhamos um pouco pelo lugar até chegar em uma espécie de Forte espanhol, que remonta ao período da colonização. Sob uma antiga cidade inca, os espanhóis ergueram uma igreja e outras fortificações. A Igreja trabalhada em ouro e prata, toda pintada. Ouro e prata incas, provenientes de saques e pilhagens realizados pelos europeus, metais marcados com sangue dos nativos.

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Dali, seguimos por estradas secundárias, estradas de chão, onde nos aproximar um pouco mais da vida campesina e ver grandes plantações de flores de todas as cores. Aí está mais uma razão para se fazer um tour privado.

Chegamos em Moray e foi bem surpreendente. Aliás, o Vale Sagrado surpreende a cada curva. Pela primeira vez as ruínas não estavam no topo de montanhas ou em encostas, e sim, em um grande vale. As ruínas de Maras são constituídas por grandes terraços construídos em forma circular. São quatro grandes sítios, mas somente 1 deles está em bom estado de conservação. Pelos estudos feitos no local, a função destas terraças era servir como uma espécie de laboratório, onde os nativos cultivariam diversas espécies de plantas, em diferentes alturas e criariam técnicas para tornar a produção mais eficiente. Os Incas eram ninjas.

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Para finalizar, fomos até as Salinas de Maras (entrada S./ 8). O complexo das salinas é gigantesco! É assustador olhá-las de cima. Há muitos séculos a população local extrai sal neste lugar. A água extremamente salgada nasce de algum ponto desconhecido e corre através de canais articifiais até cada um dos mais de 2.000 tanques. Cada tanque tem em média 3 ou 4 metros quadrados e em torno de 30cm de profundidade. Ali a água evapora e é possível coletar o sal. Cada família local é responsável por um conjunto de tanques. Além de refinar o sal, o pessoal ainda faz sais de banho, sal com especiarias e temperos, flor de sal e até esculturas de sal.

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Voltamos para Ollanta no meio da tarde. O Felipe resolveu fazer um trekking até as Colcas Incas, na montanha. Eu fui dar uma caminhada pelo vilarejo e observar a vida local.

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Ás 19h fomos para a estação de trem de Ollanta, para pegarmos o trem até Águas Calientes, ou então, Machu Picchu Pueblo.

 

 

NOTES AND TIPS

 

- O TOUR PELO VALE SAGRADO: existem muitas (mas MUITAS) agências que fazem tours pelo Vale Sagrado. A maioria parte de Cuzco pela manhã e retorna à cidade à noite. Geralmente são dois roteiros oferecidos: um inclui Maras/Moray e o outro Pisaq/Ollanta/Chincheros. Nós queríamos fazer os tours de modo privado, que apesar de ser bem mais caro, é muito mais cômodo. Em grupo, sempre tem que esperar um ou outro e é tudo uma correria. Além disso, queríamos dormir em Ollanta, e não ter que voltar para Cuzco e começar tudo novamente no outro dia. Contatei muitas agências para fazer uma cotação. Algumas me ofereceram valores absurdos, mas consegui um preço bom com a Trebol Expeditions (http://www.trebolexpeditions.com/). Fechei com a agência por e-mail e não paguei nada antecipadamente (fica a dica). Quando retornamos de Puno e fizemos uma para em Cuzco, fomos até a agência, fizemos o pagamento e pegamos o recibo. Viajamos em uma van nova e muito confortável, dirigida habilmente pelo sr. Angel. O nosso guia foi muito atencioso, se chama Ciro Aguilar Mora (ciro_aguilar_50@hotmail.com), recomendo a quem estiver indo para o Perú. Também é possível fazer esse tour por conta própria em um carro alugado, mas sem guia acho que se perde pelo menos 50% do passeio.

 

- O BOLETO TURÍSTICO: o Boleto Turístico é uma espécie de ticket geral para muitas atrações em Cuzco e no Vale Sagrado. Existem dois tipos: um custa S./70, é válido por 2 dias e para 4 "atrações" (Ollanta, Chinchero, Pisaq, Maras/Moray). O outro custa S./ 120 (S./ 70 para estudantes com a carteirinha ISIC), é válido por 7 dias e, além das "atrações" mencionadas anteriormente, dá acesso também a alguns museus em Cuzco e ao Complexo Arqueológico da cidade (Saqsaywaman, Q´Enqo, Pukapukara e Tambomachay). O Boleto pode ser comprado diretamente na primeira "atração" que fores visitar. O detalhe é que ele dá direito à apenas uma visita em cada lugar, então nada de entrar, sair, e entrar novamente.

- ONDE FICAR: existem vários hotéis e pousadas ao longo do Vale, em pequenos vilarejos. Urubamba é praticamente uma cidade, e é onde estão vários hotéis maiores e alguns resorts mais luxuosos. Porém, recomendo ficar em Ollantaytambo. Além de ser a cidade de onde partem os trens para Machu Picchu, é um vilarejo lindo, bem pequeno, bucólico. Ficamos à margem do rio Urubamba, avistando as ruínas de Ollanta, no hotel Sol Ollantay (http://www.hotelsolperu.com/). Muito bom, recomendo sem dúvidas!

 

- COMENDO EM OLLANTAYTAMBO:Ollanta é bem pequena, não há muitas opções, foi bem complicado. Todos os restaurantes nos pareceram muito, muito sujos. Não tinha nenhum mais ou menos. O que achamos menos pior foi o Inka Tambo, pertinho da ponte e no início da Av. Ferrocarril. No outro dia vimos um restaurante que parecia um pouco melhor (e devia ser bem mais caro), descendo um pouco mais pela Av. Ferrocarril na beira do rio Urubamba.

 

- QUANTO CU$TA:

Tour privado de 2 dias pelo Vale Sagrado, com transporte e guia: U$260 para 4 pessoas

Boleto turístico: S./ 70

Entrada no zoo: free. Mas eles pedem uma contribuição, demos S./ 10

Almoço em Urubamba: S./ 40 - almoçar em Urubamba é salgadinho, com preços entre S./ 30 e S./ 120.

Jantar em Ollanta: S./ 20

Quarto quádruplo privativo em Ollanta: U$90

 

MAIS EM: http://golivegotraveling.blogspot.com.br/

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PARTE V - MACHU PICCHU

 

Saímos de Ollanta na quinta-feira ás 20h, com 1h de atraso. A PeruRail informou que o atraso era devido ás chuvas, mas isso não fazia lógica nenhuma. Enfim ... chegamos na estação de Machu Picchu Pueblo (Águas Calientes) em meio à uma garoa fina. A princípio alguém do nosso hostel estaria nos esperando, mas ... nada. A sorte é que o povoado é minúsculo e foi fácil achar o hostel. Fomos dormir o quanto antes, pois o dia seguinte seria puxado.

 

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Estação de trem em Ollantaytambo

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Chegando em Machu Picchu Pueblo

 

O Felipe acordou bem cedo, muito antes de o sol raiar. Ele iria subir Huayna Picchu e isso tem que ser feito o quanto antes. A velha guarda (e isso me inclui), descansou um pouco mais.

Roubei umas fotos do Felipe, da subida até Huayna Picchu:

 

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Caminhamos duas quadras para pegar um ônibus que nos levaria até a montanha, até o sítio arqueológico de Machu Picchu. Não havia filas naquele horário, então começamos bem. A subida levou em torno de 40 minutos, considerando que tivemos que trocar de veículo em um trecho da estrada (houveram deslizamentos alguns dias antes, em virtude das fortes chuvas. Deslizamentos e enchentes são comuns por ali). Pra quem tem medo de altura, como eu, não aconselho ficar ao lado das janelas no ônibus, muito menos olhar por elas.

 

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Vista de Huayna Picchu. Ao fundo o caminho que os ônibus percorrem.

 

Chegamos em Machu Picchu e subimos a pé mais uns 20 min. E aí a cidade se revelou ...

Eu poderia escrever um livro inteiro só com o que eu vi e senti lá em cima, mesmo assim, não tem como explicar, só estando lá para saber. É lindo, é mágico, é impressionante. O lugar, a perfeição e a magnitude das construções ... e a energia que emana de lá, mesmo atrolhado de turistas, é possível sentir.

 

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Depois de 4 horas subindo, descendo e explorando o lugar, tomamos nosso ônibus para voltar ao Pueblo. Comemos um lanche, compramos algumas coisinhas no mercado central (anexo à estação de trem) e tomamos nosso trem de volta à Cuzco.

 

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NOTES AND TIPS

 

- COMO CHEGAR À MACHU PICCHU: exitem duas maneiras de chegar à Machu Picchu. Uma é através da trilha Inca, a pé, que pode levar mais ou menos 4 ou 5 dias e é um caminho muito bonito e interessante. Através do caminho inca se chega diretamente à cidadela.

A outra maneira é ir de trem. O trem parte de Ollantaytambo e chega em Macchu Pichu Pueblo (chamado anteriormente de Águas Calientes). Algumas pessoas descem no meio do caminho, na hidroelétrica, e seguem a pé até MP Pueblo.

Chegando em MP Pueblo, há então, mais duas opções para se chegar à cidadela. Ou em um microônibus (são 8km, uns 30 minutos de estradas sinuosas montanha acima) ou então a pé, cortando a estrada (são 1.200m e 1h30 de caminhada íngreme). Os microônibus partem do centrinho de Machu Picchu Pueblo a toda hora. Assim que encher um, ele parte, e assim sucessivamente. A volta é a mesma coisa. As passagens de ida, ou ida e volta são compradas ali mesmo. Normalmente o horário de subida é das 5h30 até 14h30, mas encontramos ônibus somente a partir das 7h quando estivemos por lá.

Para quem está em Cusco, deve ir de ônibus ou carro até Urubamba ou Ollanta, e de lá pegar o trem. A PeruRail oferece o transfer de ônibus até as estações de trem.

Para saber mais: http://www.go2peru.com/peru_bus.htm

 

- OS TRENS DA PERURAIL: a PeruRail (https://www.perurail.com/) é uma das cias. que fazem o trajeto até Machu Picchu Pueblo. A outra é a IncaRail (http://incarail.com/). A IncaRail só faz o trecho Ollanta-MP-Ollanta e tem poucos horários, além de ter trens mais simples. A PeruRail vai até Machu Picchu Pueblo desde Urubamba, Ollanta e Cuzco (com transfer de ônibus até uma das estações) e oferece mais opções de horários.

A PeruRail tem 5 "categorias" de trem: o Hiram Bingham, o Vistadome, o Expedition, o Andean Explorer e o trem para os moradores locais. Todos são caros. O Hiram Bingham é um absurdo de tão caro. Desnecessário. Os moradores locais vão em um vagão específico, e pagam valores irrisórios, mas os turistas não podem comprar passagens para estes vagões. O Expedition é o mais em conta, é um bom trem, mas não é muito confortável. As poltronas não reclinam, meio xarope. No Expedition eles servem uma bebida e um lanchinho, um bolo ou salgadinhos. O Vistadome é muito mais confortável e é quase todo envidraçado, muito melhor. Além disso, servem um pequeno almoço ou janta. Por alguns poucos dólares a mais, sugiro o Vistadome.

Uma dica diz respeito à bagagem: se puder, evite levar. Deixe em algum hotel em Cuzco se partir de lá e voltar para lá depois. Se não tiver como deixar em algum hotel, uma alternativa é deixar com o pessoal da PeruRail, para não ter que ficar carregando. Eles oferecem um serviço free de guarda de bagagem. É só deixar com eles na estação de partida e na hora em que voltares, alguém da empresa estará esperando com suas malas ao lado da plataforma do trem, mesmo que esse seu trem de volta faça apenas uma "escala" na estação de partida, como era o nosso caso. Muito bacana.

 

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Trem Expedition

 

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Trem Vistadome

 

- HUAYNA PICCHU E AS ENTRADAS PARA A CIDADELA: muita gente se confunde na hora de comprar as entradas para Machu Pichu.

Primeiro tem que saber o que é o que por ali. Machu Picchu Pueblo/Águas Calientes é o pequeno vilarejo aos pés das montanhas onde está o complexo arqueológico de Machu Picchu. As ruínas são chamadas de cidadela, ou então somente Machu Picchu. Tem também a Montaña, que faz parte do complexo arqueológico e de onde se tem uma vista bonita da cidadela. Já Huayna Picchu é um pico que também faz parte do complexo arqueológico, mas, ao contrario da Montaña, para se chegar lá é necessário subir por uma trilha muito íngreme e por vezes muito estreita. Mas de lá se tem uma vista mágica da cidadela e dos vales, além de se poder visitar o Templo da Lua.

Recomenda-se comprar as entradas para Machu Picchu com antecedência, uma vez que o número de visitantes por dia é restrito. Dependendo da época, elas se esgotam rápido. Mas também não é uma loucura, um dias antes á são suficientes. As entradas podem ser compradas diretamente no site (http://www.machupicchu.gob.pe/) ou então em pontos de venda. Meia entrada (para estudantes com carteirinha ISIC http://www.isic.org/) só pode ser comprada nos pontos de venda.

Para maiores informações: http://goo.gl/iHL2Js

 

- DICAS PARA VISITAR MACHU PICCHU: o melhor horário é, certamente, pela manhã. Quanto mais cedo, melhor. Pela manhã começam a chegar vários trens, com centenas de turistas. Além disso, a partir das 10h30 o sol começa a pegar valendo. Algumas pessoas nos disseram que o nascer do sol é lindo, mas em virtude dos horários de subidas dos ônibus não pudemos apreciar. Uma visita na cidadela leva em torno de 3h.

Eu sugiro ir até Águas Calientes na noite anterior, dormir por lá, descansar bem e acordar cedo para subir até Machu Picchu. Mas muitas pessoas partem diretamente de Cuzco cedo da manhã e voltam à noite.

Não se pode esquecer o protetor solar e um chapéu, porque sombras por lá são meio disputadas. E água, levar muita água! Nada de comprar lá e pagar preços absurdos. Levar também umas barrinhas de cereais, caso a fome aperte. Roupas e calçados confortáveis são fundamentais, poque se caminha muito. Leve o passaporte também, lá eles carimbam o passaporte com uma imagem de Machu Picchu, bem legal.

A menos que você já tenha estudado sobre Machu Picchu, aconselho fazer a visita com um guia, senão 80% das coisas interessantes se perdem. Dezenas de guias ficam na entrada do parque arqueológico, então é fácil conseguir contratar os serviços de um deles. Uma outra alternativa mais em conta seria comprar um livrinho básico sobre o sítio arqueológico e um mapinha.

 

- ONDE FICAR: Machu Picchu Pueblo é minúsculo e não há muitas opções. Quanto mais perto da linha de trem, melhor, porque o resto é só subida. Ficamos no Hostel Ecopackers (http://www.ecopackersperu.com/). As camas, apesar de serem beliches, eram boas. Hostel limpo. Mas o banheiro era minúsculo e não haviam tomadas suficientes no quarto. Além disso, ficamos muito perto da recepção e ouvimos pessoas conversando e o telefone tocando muitas vezes durante a noite. Mas fora esses detalhes, vale a pena.

 

- QUANTO CU$TA: Águas Calientes é um dos lugares mais caros no Perú. Os restaurantes e hotéis, todos caros. O negócio é pechinchar, pedir descontos, até mesmo para comer.

Trem Expedition de Ollanta a Machu Picchu Pueblo + trem Vistadome de Machu Pichu Pueblo até Cuzco (com conexão em ônibus): U$160

Ônibus ida e volta de Machu Picchu Pueblo até a cidadela: U$19

Entradas em Machu Picchu + Montaña: S./ 150

Quarto quádruplo privativo em hostel: U$56

Almoço em Águas Calientes: S./ 25

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PARTE VI - CUZCO

 

Depois de e dias no Vale Sagrado, retornamos à Cuzco. Cuzco é meio que uma cidade "base" para quem viaja ao Perú e deseja conhecer Machu Picchu.

Como já mencionei em outro post, a primeira impressão que se tem da cidade não é lá muito legal. Existem duas Cuzo: a cidade para os turistas e a Cuzco para os peruanos. A organizada para os gringos é bonita e limpa. Já a cidade "real" ... não é, digamos, tão interessante.

 

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Dois dias em Cuzco são suficientes. Não se vai muito além da Plaza de Armas, da Plaza San Blás e do entorno da Av. El Sol. Uma das coisas mais interessantes para ver são os sítios arqueológicos próximos da cidade, mas não fomos. Óóóóóh ... tá, eu sei. "Como que tu não fostes?". É que depois de ver Pisaq, Ollantaytambo e Machu Picchu, principalmente este último, qualquer outra coisa perde a magia. Além disso, depois de 1 semana na altitude, caminhando pra caramba, subindo e descendo morro, a idade - e o sedentarismo - começa a pesar.

Dedicamos o dia a sair meio sem rumo, observar a cidade, descansar um pouco do "ter que fazer", do "ter horário".

Começamos o dia em uma livraria. Desde que saí do Brasil eu estava com uma ânsia por visitar uma livraria. Aqui não se encontram muitos títulos específicos sobre a história dos Incas e pensei que no Perú, além de haver mais opções, os preços seriam mais convidativos. Dito e feito: saí com dois exemplares sobre a arqueologia em Machu Picchu, um exemplar magnífico das narrativas do Inca Garcilaso de la Vega (um clássico com preço de pocket!) e um livro para aprender Quechua. Sempre que eu viajo para algum lugar, trato de aprender algumas palavras da língua local, acho bacana, demonstra respeito. Desta vez me senti uma idiota por não saber nada de Quechua. Na próxima vez, voltarei tinindo no idioma antigo e tão falado em muitos países da América Latina.

Seguimos para o Mercado de San Pedro. Não tem como viajar com Doc. Volnei sem ir à algum Mercado Público. O Mercado de San Pedro é super movimentado durante todo o dia. Perto do meio dia o negócio aperta mais, pois há muitas barraquinhas que servem almoço. Desculpe, mas como eu tenho muitas restrições alimentares, sou muito fresca mesmo, eu não quis ver o que eles comiam. É um ótimo lugar para comprar tecidos baratos (as mulheres ficam costurando ali dentro o dia inteiro), ervas (legalizadas, naturalmente) para chás e temperos e algumas lembrancinhas. Eu não aconselharia comprar comida ali, tipo frutas ou coisas assim, achei o lugar muito sujo e desorganizado.

 

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Esperando o Doc. Volnei explorar o lugar e a Dona Miriam saciar seus impulsos de consumo (se bem que eu não posso falar muito), saí dali e comprei um jornal local. Se estivesse escrito em português, passaria fácil por um diário brasileiro, dada a temática das notícias. É amigo, é a sina da América Latina ...

Depois do almoço, fomos até o Museu Inka (http://museoinka.unsaac.edu.pe/). Vale muito uma visita. A coleção é muito bem montada, com peças bem conservadas do período pré-incaico até o massacre espanhol.

Passeamos um pouco, fizemos umas comprinhas, "reativamos as forças" no Choco Museo (hmmm - http://www.chocomuseo.com/) e voltamos para o hotel para organizar nossas malas. Nos despedindo de Cuzco e do Vale Sagrado, passamos pela Pedra dos 12 ângulos (uou!) e aproveitamos a última noite para andar pelas ruas estreitas de San Blás, que fica muito bonita com a pouca iluminação dos postes antigos.

 

NOTES AND TIPS

 

- ONDE FICAR: o ideal é entre a Plaza de Armas e a Plaza San Blás. Para as duas últimas noites em Cuzco, escolhemos o Hotel Inkarri. Absolutamente perfeito. Ótima localização e bom serviço (fora o wifi que não era tão bom assim). O quarto familiar era do tamanho de um apartamento, super completo. Recomendo: http://www.inkarrihostal.com/.

 

- COMPRAS NO PERÚ: lã. Essa é a palavra. Muito tecido e muita lã. Tem muita roupa para frio, calçados estilizados, peças em cerâmica, peças em madeira, instrumentos musicais, ...é preciso tomar cuidado porque absolutamente tudo que eles oferecem é seguido de uma frase como "Hecho a mano" ou "Lana de alpaca". A grande maioria das coisas vendidas por lá não é nem uma coisa, nem outra.

Em Cuzco as roupas e acessórios para esportes de aventura estão por todos os lados. A grande maioria (90%) é falsificação de marcas como Columbia e The North Face. Os preços são convidativos, mas não tem nada da qualidade das marcas citadas.

Para quem for a Pisaq, sugiro deixar as compras para a feira. Se não for, pode comprar em Cuzco mesmo. Quanto mais longe da Plaza de Armas, melhor. O Mercado de San Blás é uma boa opção, embora não haja tanta variedade. Nada de comprar lembrancinhas em Lima, onde ficam mais caras.

A grande dica é ter paciência e pechinchar muito. O preço que eles dizem nunca deve ser o preço final a ser pago.

Em Cuzco, na Calle Garcilaso, há duas lojas com produtos originais de marcas de montanhismo, camping e trekking. Na Calle Santa Teresa 375, fica a Puna (http://www.punatienda.com), uma loja muito bacana que mistura arte e design. Na Calle Plateros 334, fica a Pedazo de Arte (http://www.pedazodearte.com), uma das poucas lojas ajeitadas da cidade, uma que não se parece com camelô e onde se pode comprar umas lembrancinhas mais bonitas. Para comprar coisinhas e cacarecos, sugiro as lojinhas na estreita Calle Procuradores.

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PARTE VII - 36 HORAS EM LIMA

 

Chegamos em Lima um pouco antes do meio dia. O calor de Lima contrasta muito com o frio de Cuzco, e isso se fez sentir logo quando saímos através das portas do saguão do aeroporto. Os taxistas e pseudo taxistas vem em cima das pessoas como um enxame de abelhas, todos falando ao mesmo tempo, um saco. Sem nenhum esforço, tomamos um táxi. O nosso motorista se revelou maluco logo quando entramos no carro. Em primeiro lugar, o táxi estava sem gás e em segundo lugar, com um pneu murcho. Ah, ar condicionado, no way. E ele só ria e dizia: "no pasa nada, no pasa nada". O cara era uma baita figuraça. Contou a vida inteira e mais um pouco, no trajeto que durou 1h entre o aeroporto e o bairro de Miraflores.

Passada a aventura no taxi entre o aeroporto e o nosso hostel, nos ajeitamos e partimos para conhecer Lima. A primeira parada foi (pra variar) a Plaza de Armas. Passamos pela Iglesia Santo Domingo, pela charmosa Pasaje Santa Rosa e fomos assistir a troca de guarda no Palácio de Governo.

 

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Então seguimos pelo calçadão que é a Calle Jirón de La Unión, tomamos um café, fizemos umas comprinhas e paramos na Plaza San Martin (toda cidade grande da América Latina, com exceção das brasileiras, tem que ter uma Plaza San Martin), onde está o famoso bar El Bolivarcito (anexo ao Grande Hotel Bolívar). Dizem as boas línguas que ali foi inventado o famoso Pisco Sour, a bebida típica peruana feita com Pisco. Aliás, os peruanos tem nesse tema uma de suas rixas clássicas com os chilenos (chilenos e peruanos não são lá muito amigos, pelo que percebi). Os chilenos dizem que o Pisco é deles, os peruanos, por sua vez, tem outra versão da história. Enfim, disputas pela autoria à parte, o Pisco Sour é delicioso.

 

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Paramos um pouco para ouvir os borburinhos da praça em frente ao bar. Haviam pelo menos 3 grupos de pessoas e fomos conferir o que acontecia. As pessoas estavam discutindo política (??!!!). Tipo, what? Em um dos grupos, um cara de meia idade exibia exemplares xerocados do Manifesto Comunista, do Capital e outros títulos e discursava em voz alta, interrompido somente quando alguém fazia uma colocação ou indagação. Em outro, falavam sobre educação. Todos em voz alta, mas um de cada vez. Fiquei com cara de tacho, pasma.

Tomamos um táxi para irmos até o Shopping Larcomar. Aí alguém vai perguntar o que uma pessoa em sã consciência vai fazer em um shopping, quando se está em um país com tantas coisa mais interessantes para oferecer. Explico: é que o Larcomar se torna interessante em função da sua localização. Ele fica no bairro de Miraflores, no barranco em frente à praia, e proporciona uma visão fantástica de quase toda a orla de Lima. Vale a visita.

Para voltar ao hostel, fizemos um caminho a pé, pela orla de Miraflores. Ou quase orla, não sei dizer. É que a praia propriamente fica "em baixo", e o calçadão fica há muitos metros da água. Ali o passeio foi tranquilo, com a brisa do mar. Ruas bem iluminadas, muitos pequenos parques bem conservados, organizados, muito lindos. É uma ótima dica do que fazer em Lima.

Na manhã do dia seguinte, caminhamos pela bonita Av. Jose Pardo, em Miraflores, até o Mercado de Surquillo (mais uma vez, as predileções de Doc. Volnei em pauta). Não gostei, achei feio, claustrofóbico e desorganizado. Mas valeu a pena para comprar umas folhas de coca e uns artigos em cerâmica.

 

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Voltamos pela mesma avenida até chegar ao Parque Kennedy, bem bonito. Uma pena que não pudemos parar um pouco por ali, fazia um calor escaldante. Me doeu o coração ver tantos gatos abandonados no parque ... Compramos as últimas lembrancinhas nos grandes mercados de Artesanias que se encontram na Av. Arequipa (próximo à Av. Ricardo Palma) e fomos almoçar na famosa Calle de Las Pizzas. Uma rua bem bonitinha, cheia de restaurantes tradicionais (prepare-se para os preços também $$$$), já que Doc. Volnei queria porque queria comer o tal de Ceviche, prato típico dessa região peruana.

Dali, voltamos para o centro histórico. Queríamos conhecer as catacumbas no Covento de San Francisco (http://www.museocatacumbas.com/), já que não havia mais tempo para ir até o Museu da Inquisição. Não tive oportunidade de conhecer as catacumbas em Paris (estavam fechadas nas duas vezes em que estive lá), mas acho que não devem ser muito diferentes. A visita ao convento é guiada e, sinceramente, achei o convento mais interessante do que as catacumbas propriamente ditas, que não passam de uma pilha de ossos provenientes do antigo cemitério sob o Convento.

Queríamos conhecer outros lugares em Lima, mas não havia mais tempo. Antes de embarcarmos, demos aquela passada indispensável em um supermercado (eu queria comprar as Cusqueñas para trazer ao Brasil, amei a Cusqueña, especialmente a Red Ale e Doc. Volnei queria trazer o Pisco) e fomos curtir o pôr do sol no Pacífico, tomando como base os barrancos de Miraflores. Atração do tipo top-10-do-que-fazer-em-Lima.

 

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NOTES AND TIPS

 

- AS IMPRESSÕES DE LIMA: Em um dia de semana, Lima é caótica. O trânsito parece com aqueles vídeos feitos na índia. Coisa de louco.

Lima definitivamente não inspira segurança. Com exceção de Miraflores, me senti insegura em todos os lugares, até mesmo nos táxis. Acho que é o que se sente em grandes cidades, como em São Paulo, por exemplo. Não gosto de São Paulo.

Fora o centro histórico, que é feio e caótico, em muitos pontos Lima me lembrou Buenos Aires e Barcelona.

 

- OS TÁXIS EM LIMA: repetindo o que já escrevi em outro momento, deve se ter muito cuidado com os táxis no Perú, especialmente em Lima. Ficamos muito assustados com as recomendações de um pessoal que já tinha ido à cidade e até mesmo do pessoal local. Ouvimos muitas advertências acerca da falta de segurança ao se tomar um táxi. Por sorte (ou excesso de cuidado), não tivemos nenhum problema, pelo contrário, só conhecemos figuraças em nossos percursos. Mas a dica é sempre verificar se o taxista é credenciado, se possui licença para trabalhar como tal. E desconfiar sempre de valores de corrida muito baixos (sempre se negocia o valor da corrida antes de entrar no carro), dizem que alguns taxistas não "oficiais" costumam assaltar turistas.

 

- ONDE FICAR: com certeza o melhor lugar é o Bairro de Miraflores. Existem outros bairros bons, tranquilos, mas Miraflores oferece muito para turistas. Ouvi muitas pessoas falarem que ficaram no Centro Histórico, mas eu não aconselharia. Escolhemos um hostel menorzinho, o 511 Lima Hostel (http://www.511limahostel.com/). Ótimo serviço, excelente localização.

 

- QUANTO CU$TA:

Táxi ida e volta do aeroporto de Lima até Miraflores: S./ 100

Táxi de Miraflores até o centro histórico: S./ 18

Táxi da Praça Kennedy até o centro histórico: S./ 15

Pisco Sour pequeno no El Bolivarcito: S./ 10

Almoço no centro histórico: S./ 20

Almoço na Calle de las Pizzas: S./ 25

Jantar no Shopping Larcomar: S./ 18

Entrada no Convento San Francisco: S./ 7

Diária em quarto privativo quádruplo no Hostel em Miraflores: U$123

 

MAIS EM: http://golivegotraveling.blogspot.com.br/

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