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Travessia Lençóis Maranhenses - junho/14


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Olá mochileiros de plantão!

 

Venho aqui dá minha primeira contribuição aqui no site. Depois de ter sido ajudado muitas vezes por depoimentos daqui nada mais justo que retribuir.

Ao todo, foram 6 dias nos Lençóis Maranhenses e outros 2 dias em São Luís.

Chegamos no aeroporto do São Luís às 2h do dia 17/06. Marcamos com o Sr. Jorge (98 9969-4544 / 9118-0169 / 3269-4008 / levatur@hotmail.com) da Levatur a van para nos levar até Barreirinhas (R$40,00 por pessoa). Estava marcado para 4h30 da manhã, mas só chegou quase 5h. Mas a viagem foi bem tranquila, a van era bem confortável, com ar condicionado bem gelado. Motorista bem atencioso e profissional. Paramos em um lugar para tomar café, tudo muito simples, mas muito gostoso e barato! Eu e minha namorada comemos juntos 2 mistos-quentes, 2 sucos e 1 copo de café com leite e deu R$10,00!

Chegando em Barreirinhas a van nos deixou na Pousada Tia Cota (98 3349-0159), onde havíamos feito reservas. Quarto simples, com ventilador, banheiro externo, diária de R$80,00 o casal. Não queríamos nada muito caro porque passaríamos apenas 1 noite por lá. Pousada bem no centro, perto dos locais de interesse. Café da manhã bom. Apenas deixamos nossas malas na pousada e fomos fazer o passeio da Lagoa Azul. Escolhemos a agência Rota da Trilhas (98 3349-0372) que fez por R$50,00 por pessoa (estavam cobrando 60 e até 70 em outras agências). A chegada até o local é de Toyota sacolejando e atravessando pequenos riachos e lagoas, bem legal! Visitamos a Lagoa dos Toyoteiros (mais bonita!), Lagoa Esmeralda 9se não me engano!) e a Lagoa Azul. Pedimos ao nosso guia e ele também nos levou até a lagoa do peixe, que é a lagoa permanente da região, mas não fazia parte do roteiro naquele dia, eles só levam nela na época da seca. Passeio valeu a pena mas ainda viria muito mais pela frente!

No dia seguinte (18/06) seguimos para Atins. Decidimos ir de voadeira pelo Rio Preguiças, no passeio que passa por Vassouras (Pequenos Lençóis, lindo também!), Mandacaru (que tem um Farol de onde se têm uma vista incrível da região) e Caburé (parada para almoço e relax na praia e no rio). O roteiro normal é até Caburé e retorna a Barreirinhas, custando R$60,00. Como esticamos até Atins – mais 15 min – eles nos cobraram R$70,00. Mas depois soube que se fechar isso direto com os barqueiros no cais sai mais barato.

Em Atins ficamos na Pousada da Tia Rita, umas das primeiras do povoado. A pousada é meio que a casa dela, então você se sente em casa mesmo. Quarto com ventilador e banheiro. Simples mas confortável (na medida do possível pro isolamento do local). Diária de R$35 o casal. Lá fizemos amizade com um grupo de turistas bem legal! Na tarde deste mesmo dia fomos fazer o passeio rumo à Revoada dos Guarás. Na própria pousada já fechamos com um morador local que tem uma voadeira que leva até o local. São 20 min de navegação e chegamos. Não demos muita sorte e os guarás não resolveram dar aquela revoada boniiita que se vê pelos sites de viagem (hehehe), mas pudemos apreciar um pôr-do-sol incrível, alguns poucos guarás e umas revoadas de outras aves que não sei o nome. Custou R$25 por pessoa. À noite curtimos um rodízio de pizzas na pousada junto com toda a galera lá hospedada e alguns visitantes também! Sem brincadeira, uma das pizzas mais gostosas que já comi! E o chef responsável também é guia de turismo! Hahaha É o faz tudo de Atins! Maduro é nome pelo qual ele é conhecido.

No dia seguinte (19/06) foi o mesmo Maduro que nos levou ao Canto de Atins, mas pelo caminho por dentro, passando pelas dunas e lagoas. Existe um caminho mais rápido pela praia. Paramos em 2 lagoas para banho, muito bonitas e com água na temperatura perfeita, vida de patrão! Hahahaha Fomos com o mesmo grupo que havíamos feito amizade no dia anterior. O guia nos cobrou R$25 por pessoa (achei bem salgado!). Como eu e minha namorada ficamos em Canto de Atins, enquanto os demais voltaram, negociamos com ele pagar apenas R$20 e ele aceitou. Em Canto de Atins resolvermos almoçar no Restaurante do Antônio, mais recente que o famoso camarão da Luzia. Assim como na Luzia, lá tem restaurante e hospedagem. Os camarões do Antônio estavam maravilhosos (R$25 por pessoa). Depois do almoço, parte do nosso grupo quis conhecer também o da Luzia (2º almoço!!). Eles disseram que estava tão gostoso quanto (eu não provei pois já estava bem satisfeito)! Parece que a receita é a mesma, pois a esposa do Antônio fora cozinheira da Luzia em tempos passados.

Fomos ainda contemplar o pôr-do-sol das dunas perto dali, porém não contávamos com o ataque dos quero-quero. Esses pássaros fazem ninhos nos alagados que beiram as dunas e para chegar até elas precisamos atravessar esses locais. O pôr-do-sol foi muito bonito mas na volta fomos literalmente atacados pelos pássaros. Foram breves momentos de tensão pois eles piavam muito e voavam a uma velocidade altíssima na nossa direção passando centímetros de distância de nós. Tivemos que sair correndo!! Depois na pousada nos informaram que deveríamos passar sem olhar pra eles e fingir que nada estava acontecendo que daí eles desistem de nós. Mas fizemos exatamente o inverso. Enfim, saímos ilesos mas assustados! No final do dia ficamos hospedados na Pousada da Luzia (98 9132-3187), pois já havíamos reservado lá. Chuveiro do lado de fora da pousada, banheiro fora do quarto, muitos mosquitos. É, em Canto do Atins, o lado “roots” vem com tudo! E neste dia o gerador pifou então ficamos sem luz a noite e também sem água pois a bomba não funcionava... Mas isso não nos abalou! Hehehehe

 

A Travessia

 

Através da Luzia, reservamos a travessia com o guia Fagno (98 9967-7961), mais conhecido como Grandão. Esse apelido nos assustou num primeiro momento mas ao nos depararmos com o mesmo tivemos uma grata surpresa! Um cara muito tranquilo, magrinho, mas compridão, de fala um pouco enrolada mas bastante solícito e profissional. Não poderíamos ter um guia melhor. Afinal ele iria passar 3 dias inteiros conosco, então é legal rolar uma empatia. Ele cobra R$150,00 a diária, mas para casais ele faz um desconto, saindo a R$120,00. Grupos grandes ele cobra R$50,00 por pessoa por dia de travessia. Preços muito bons, acreditem!

Roupas: as mais leves possíveis! Todas dry-fit, com certeza, vale a pena lavar roupa no caminho. Compre uma daquelas toalhas pequenas que absorvem bem e secam rapidamente. Evite peso nas malas, evite mesmo! Nós não conseguimos/quisemos despachar nossas malas para Santo Amaro inicialmente porque achávamos que não havia como e depois porque era muito caro (de baixa Grande até Santo Amaro – R$100) pro nosso orçamento apertado. No final conseguimos carregar as malas até o final mais foi muito brabo, porque isso traz um peso maior ao seu corpo e consequentemente suas pernas e pés sentem!

 

Primeiro dia (20/06) – Canto do Atins-Baixa Grande: saímos às 3h da manhã da Pousada. Nos deixaram café, leite, pão, manteiga e algumas bananas para tomarmos um café na madrugada antes de começarmos a caminhada. Faça um esforço de comer porque depois você vai agradecer muito por isso! Levamos também sanduíches (pão sírio, salame e provolone, pois não estragam facilmente), barras de cereal e biscoitos, além de água. Neste primeiro dia foram no total 10 horas de caminhada, com paradas. Durante a madruga a caminhada foi toda beirando o mar, uma delícia de caminhada, uma experiência única. Só nos três no meio daquela escuridão. Ah, levem uma lanterna de cabeça ou qualquer lanterna pequena (pra não fazer tanto peso). Por volta da 6h fizemos nossa 1ª parada numa cabana de pescadores na beira da praia. Deitamos, fizemos um lanche e relaxamos para continuarmos às 7h.

A caminhada seguiu daí pra frente pelas dunas. Mais umas 3h de caminhada e logo antes de chegarmos a uma 2ª parada, a chuva nos pegou! Muitas nuvens, uma chuva forte, mas depois de cerca de 30 min, o vento levou todas as nuvens negras e o sol voltou. Essa parada foi numa cabana usada pelos “vaqueiros de criação”, que a utilizam como base. São criados cabritos, cabras, ovelhas e carneiros ao longo dos Lençóis e nessa base também havia um cercado para manter esses animais. O local era pequeno mas havia 18 redes, ou seja, 18 homens dormiam lá naquele espaço pequeno. Depois continuamos a caminhada, passamos por cenários muito lindos, paramos em duas lagoas para aquele banho revigorante. Demos sorte de um dos moradores da casa que iríamos ficar em Baixa Grande estar indo de volta para sua casa com um quadriciclo e, assim, ele gentilmente levou nossas mochilas, nos aliviando um pouco nas 2 horas finais de caminhada até o primeiro oásis.

Chegando em Baixa Grande fomos muito bem recebidos na casa da D. Losa. A D. Losa e seu marido não estavam, pois passavam tempo em Barreirinhas, porém, sua filha Maria e seu filho Maneco (o do quadriciclo) fizeram as honras da casa! Almoço: galinha caipira, arroz, feijão, macarrão, uma delícia! Banho só de caneca ou de rio, optamos pela 2ª opção. Luz só de gerador durante 2h à noite, o suficiente para carregarmos as baterias da câmera e dos celulares. O redário era bem aconchegante e arejado. Gostamos muito de lá! Gastos: R$25,00 o almoço por pessoa, R$25,00 a estadia com café da manhã por pessoa, R$3,00 a água, R$4,00 o refri em lata e R$15,00 por pessoa um lanche da noite com ovos fritos, café com leite e biscoitos.

 

Segundo dia (21/07) – Baixa Grande-Queimada dos Britos: nesse dia a caminhada foi mais “leve”, 4h contando com as paradas. Saímos por volta das 7h. Para sair de Baixa Grande, tivemos a carona do Maneco, desta vez com uma espécie de balsa, feita de isopor. O oásis estava bastante alagado e, se não tivéssemos essa carona, seria bem complicado chegar até as dunas. Duas paradas para banhos em lagos maravilhosas, visuais estonteantes, fotos e mais fotos. Enfim, chegamos nas “Queimadas”. A mais famosa é a dos Britos, mas nós ficamos na “dos Paulo”. Lá ficamos na casa da D. Binú e do Sr. Massú. Fomos também muito bem recebidos! O cardápio foi o mesmo do dia anterior: galinha caipira, dessa vez com uma saladinha acompanhando além do arroz, feijão e macarrão. Lá já tinha chuveiro (luxo! Hehehe) e o gerador ficou ligado por mais tempo, tinha até televisão na casa (pude ver um joguinho da Copa por lá). Fizemos amizade com um jovem inglês que estava desde março no Brasil para aprender português. Conversamos por bom tempo à tarde e a troca de experiência e cultura foi incrível. No dia seguinte ele e seu guia também nos acompanharam parcialmente na última pernada da travessia. Ao cair do dia formos nos banhar em uma lagoa próxima e também apreciar um espetacular pôr-do-sol em uma duna bem alta que havia pela região. Indescritível, cenário deslumbrante! A noite estrelada foi um grato presente à beira do alagado que beirava a lateral do terreno. Os gastos foram similares ao do dia anterior, os preços cobrados são os mesmos, porém nosso lanche da noite foram os sanduíches que já tínhamos mesmo e a água utilizamos a que o pessoal da casa mesmo bebe, filtrada do poço. Economia!

 

Terceiro dia (22/06) – Queimada dos Brito-Santo Amaro: sem dúvidas esse é o trecho mais pesado e ao mesmo tempo o mais incrível e maravilhoso de todos! Foram mais de 10h de caminhada. Saímos pontualmente às 3h da matina, com a Lua a nos iluminar (e a lanterna também! Hehehe). Eu havia tido uma lesão muscular leve no pé esquerdo no dia anterior a qual foi me incomodando ao longo de toda caminhada. Minha namorada também estava com muitas dores nos pés, mas aguentamos firme! O caminho é praticamente só sobe e desce de duna e travessia (isso mesmo!) de lagoas com a mochila nos ombros pra não molhar as coisas. Mas ao mesmo tempo que foi de fato cansativo foi também gratificante pela beleza ímpar das paisagens e pela delícia de atravessar as lagoas debaixo do sol, era um baita alívio! Fizemos umas 3 paradas para banhos, além das muitas paradas para fotos, pois não cansávamos de fazê-las diante da beleza do lugar. A última para banho foi na Lagoa das Andorinhas, relativamente próxima a Santo Amaro. Pessoas que ficam hospedadas em Santo Amaro fazem passeio pra lá. Quando chegamos haviam 2 Toyotas com turistas. Daí nosso guia sabiamente descolou uma carona para nossas mochilas! Que alegria! Alívio nas 2h30 finais de caminhada até Santo Amaro. Só que demos um grande mole de ficarmos sem nada, inclusive sem nossos chinelos!! Isso mais a frente foi um baita problema, pois chegando na cidadezinha de Santo Amaro o calçamento fervia de quente (diferentemente da areia que não esquenta nas dunas) e foi lá que sofremos um pouco. Eu estava descalço e minha namorada com meias. Nosso guia me emprestou suas sandálias, pois ele foi descalço mesmo, já tava mais que acostumado. Enfim, gastamos toda nossa energia possível e imaginável e chegamos destruídos fisicamente na Hospedaria São José (R$40,00 por pessoa, tel.: 98 3369-1074), onde havíamos reservado. O lugar é o de melhor custo-benefício do local. Quartos bem confortáveis, com ar condicionado, banheiro privativo e cama mega gostosa!! Hahaha Pedimos uma quentinha de carne de sol por telefone e depois de um bom banho as devoramos em poucos minutos!

Às 3h30 da manhã do dia seguinte (23/06) a Toyota para Sangue passou na pousada e nos buscou. Custo: R$20,00. O caminho é um sacolejar ininterrupto durante 2h. Em Sangue aguardamos por um táxi que leva até São Luís. Custo: R$30,00. Foram 5 pessoas além do motorista em um Meriva. Um aperto de leve durante 3h, mas finalmente chegamos na nossa pousada em São Luis, onde ficamos por 2 dias. Resumidamente, por lá conhecemos o Reviver, o Centro Histórico e curtimos os festejos juninos que estavam a todo vapor na cidade. Curtimos o Bumba-meu-boi, o Tambor de Crioula e o Cacuriá, valeu muito a pena, belíssima exibição da cultura maranhense. Destaque para a Casa das Tulhas, região do Reviver onde pode-se fazer compra de artesanato local, peças muito bonitas, muitos azulejos. Além disso, não deixem de visitar o Museu de Artes Visuais (R. Portugal, 273) (R$2,50 o ingresso inteiro, R$1,25 meia entrada para estudantes). Um belo acervo, não muito grande, mas com guias muito bem preparados que contam tudo sobre a cultura maranhense, vale a pena mesmo!

 

Bom, pessoal, é isso, espero ter podido ajudar àqueles que vão se aventurar pelos Lençóis em breve!

Editado por Visitante
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Oi Anderson! sou o Marcelo, conheci vocês em Atins um dia antes de iniciarem a travessia.

Já estava esperando o relato de vocês para ver como foi a aventura.

Gostei muito do relato e principalmente de saber que vocês curtiram.

Um abraço.

 

Lá no blog estou relatando a viagem ao maranhão.

http://www.guiaeturismo.com/2014/06/viagem-ao-maranhao.html

http://www.guiaeturismo.com/2014/07/reviver-sao-luis-do-maranhao.html

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  • 1 mês depois...
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Oieee td bem? Gostei do seu relato, esta mto bem explicado.... bem estou dr viajem marcada para Sao Luiz. Como irei mais pra rever os parentes no Interior nao terei muito tempo se quiser conhecer os lençóis....

Voce acha q em dois dias eu consigo conhecer os Lençóis?

Preciso de umas dicas ficarei grata se puder me ajudar ;)

 

Olá Letícia!

 

Não sei se estou te respondendo a tempo, mas de qualquer forma 2 dias para conhecer meeesmo os Lençóis é muito pouco. Mas Pra você acho uma opção fazer os passeios que partem de São Luis rumo a Barreirinhas, estilo bate-e-volta. Já dá pra ter um gostinho legal. Ou, se for possível, vá para Barreirinhas e de lá faça os passeios tradicionais.

 

Boa viagem!

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