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Rumo a Amazonia Peruana em Moto Alugada em Cusco


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  • Membros de Honra

[align=justify]Bem... Na realidade, essa viagem não foi bem a passeio, já que tive que voltar a Cusco para resolver alguns problemas que ficaram pendentes.

 

Para os que não sabem, eu morei em Cusco por um tempo. A primeira vez que fui a cidade foi em 2007, onde pude conhecê-la bem e disse a mim mesmo que nunca mais voltaria lá. Mesmo tendo curtido muito, a verdadeira onda não é boa. Muito diferente da Bolívia, que é muy buena onda.

 

Depois disso, resolvi viajar em 2008 para Bolívia, Chile e Argentina, mas um amigo acabou indo junto e adivinha... Acabei em Cusco mais uma vez. Foi legal e tudo mais, pero... Tive plena certeza que não voltaria mais lá. Meu amigo idem !!!

 

Em 2009, por um acaso do destino, acabei indo morar lá. Curti muito o Peru, mas meu problema com os peruanos continuava, mas dessa vez, tive mais contato com o povo, já que eu estava fazendo faculdade de gastronomia e interagia bastante. Mas mesmo assim, o povo é muito difícil.

 

Em 2010, acabei voltando para resolver os problemas, com citei no inicio do post.

 

Depois de todas essas idas e vindas, acabei entendendo melhor o costume do povo, seus problemas e sua parte boa também. Cusco, hoje em dia, se tornou uma parte de mim e acabei vendo que tenho mesmo alguma ligação com aquele país. Mesmo que isso nunca tenha sido meu intuito.[/align]

 

 

[align=center]A VIAGEM[/align]

 

[align=justify]Como não queria uma viagem demorada, já que tinha mil coisas para resolver no Brasil, resolvi viajar por somente 15 dias. A viagem mais curta da minha vida.

 

Nessa viagem eu acabei ficando um tempo em Cusco, descendo para Copacabana (Bolívia) e voltando pra Cusco, onde finalmente entraremos na travessia de Cusco a Pillcopata, na Amazonia peruana.

 

Para quem não sabe, a Amazonia não se limita ao Brasil. A parte peruana é muito bonita, menos explorada e bem mais selvagem.

 

Aluguel da Moto:

 

Agencia da Pâmela

 

Como não gosto nem um pouco da Honda Falcon, resolvi mais uma vez eleger a Honda Tornado para mais essa aventura.

 

Atualmente as agencias pedem mais de 40 dólares no aluguel da moto. Mais uma vez, recorri a agencia da Pâmela, que é a única que trabalha de forma honesta por lá e o aluguel da moto saiu por 30 dólares o dia. Lembrando que alugando a moto, ela te entrega um casaco impermeável (porra nenhuma !! entra muita água), capacete, goggles e um kit de ferramentas, óleo para a corrente, bomba e câmaras de ar, para se furar algum pneu.[/align]

 

 

[align=center]A AVENTURA[/align]

 

[align=justify]Cheguei domingo às 09:00 da manhã para pegar a moto. Revisei tudo e parti em direção a Pisac (ruínas do Valle Sagrado). De Pisac, peguei a estrada que passa por San Salvador e Coya e leva a Tipón, povoado que fica antes de se chegar a Cusco. Na verdade, Tipón ficar na estrada principal, que vai de Puno a Cusco, mas como não gosto daquele trecho, resolvi pegar esse caminho por Pisac, que é bem mais bonito e se anda só um pouco a mais.[/align]

 

Mapa de como chegar a Pillcopata desde Cusco:

 

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[align=justify]Assim que cheguei em Pisac, me deparei com a tamanha destruição das chuvas que assolaram Cusco em Janeiro de 2010. De cara, tinha uma ponte improvisada no lugar de uma grande ponte vermelha em aço que ficava logo na entrada da cidade. Algumas casas desapareceram também, mas o que deixou intrigado, foi que a ponte era muito forte e com certa distância em altitude de onde passa o rio. Ali, pouco se poderia imaginar que as águas subissem com tamanha força a ponto de destruir algo tão forte.

 

Vídeo retirado do Youtube, onde mostra a antiga ponte e a inundação:

 

 

 

Foto da ponte atual:

 

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Nessa nova ponte, somente passa um carro por vez e não existe a possibilidade de passar veículos maiores, como buses e caminhões.

 

 

 

Não tive vontade de entrar na cidade e resolvi seguir direto pela estrada de San Salvador, cidade que fica mais a frente, sentido Tipón.

 

Mais uns 20km e cheguei na estrada que me levaria a Paucartambo. É muito fácil !! Uma entrada a esquerda e possui uma placa logo na entrada.

 

Paucartambo é uma cidade que fica entre Cusco e Pillcopata. Ela se encontra nas montanhas e é a última cidade antes de se seguir para a selva.

 

Bem... Vamos lá !!

 

A estrada começou bem. Estava recém asfaltada, mas isso só durou uns 2 km, pois logo me deparei com uma placa onde dizia "Peligro Carretera Cerrada". Como sei que moto passa onde muito carro não chega, resolvi ignorar o aviso e segui em frente. Logo me deparei a um derrumbe (deslizamento de terra). Nesse momento, haviam algumas pessoas que tentavam em vão retirar umas pedras de mais de duas toneladas do meio da pista. Pedi licença e passei bem apertado por um estreito entre essas grandes pedras e tendo que lançar a moto por cima de outra menores. Sem intimidade com a moto, não teria como. Mesmo assim, bati o braço em uma rocha, coisa que só fui sentir depois que chegou o frio. Bem... Dalí em diante começou a estrada de terra, coisa que me deixou muito feliz, já que torna a viagem bem mais interessante que em asfalto.

 

Em alguns trechos a estrada estava ruim, tinha mais um pequeno derrumbe, começou a chover e caiu bastante gelo. No meio disso, comecei a pensar se seria uma boa descer para selva com esse tempo, já que isso poderia ocasionar em sérios problemas. Mas... Como sempre o cabeça dura não sabe brincar e segue em frente. Isso não é bonito, pois já quase desencarnei algumas vezes por ser obstinado demais ::lol4::::lol4::::lol4::[/align]

 

Vídeo desse trecho da viagem, já encima das montanhas:

 

 

[align=justify]Não sei porque motivo eu disse que faltava mais uma hora de viagem. Devia estar delirando !!! Nesse momento, eu já sentia a articulação do cotovelo doer bastante, devido ao frio e estava cansado, pois a estrada tinha sido dura.

 

 

Dali em diante a estrada estava em ótimas condições e pude acelerar em percorrer esse tramo o mais rápido possível, já que queria chegar logo a Paucartambo, cidade onde eu planejará passar aquela noite.[/align]

 

Fotos do Caminho a Paucartambo:

 

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PAUCARTAMBO

 

[align=justify]Devido ao mal tempo, as más condições de alguns trechos e as muitas paradas para tirar fotos e admirar as lindas paisagens, acabei demorando muito tempo para percorrer esse tramo. Foram quase 06 horas de estrada, para percorrer somente 132 km (distância maior que o comum, já que escolhi o caminho via Pisac, como expliquei anteriormente).

 

A cidade de Paucartambo é pequena, mas muito bonita. Não existe quase turismo por lá, somente quando há a festa da Virgen del Carmen. Uma festa muito bonita, onde se faz uma romaria levando a santa até Cusco. Vai gente de todo Peru pra lá nessa época, mas estrangeiros... Não muitos !![/align]

 

Vídeo retirado do Youtube, onde mostra a festa da Virgen del Carmen:

 

 

[align=justify]A cidade é capital da província e pertence ao departamento de Cusco. Possui uma pequena, mas muito interessante praça e suas construções são realmente bonitas. Nesse tipo de cidade que se pode ver realmente o Peru e o povo, pois os mesmos, ainda não foram contaminados pela ganância do turismo.[/align]

 

Fotos da Cidade de Paucartambo:

 

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[align=justify]Logo que cheguei, fui recebido pelo Comissário de Polícia local e acabei deixando a moto parada na Comissaria. Eles pareciam muito satisfeitos por eu ter me interessado em ir até lá de moto e começaram a me falaram das condições da estrada a Pillcopata e que seria muito difícil esse trecho, já que eram 15:30, que eu estava muito longe e era muito perigoso entrar na selva a noite.

 

Bem... Eu deveria dormir na cidade, mas como sou imbecil, resolvi seguir viagem, já que não consigo parar quieto sem desmaiar de cansaço.[/align]

 

 

 

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[align=justify]Nesse trecho, eu teria que subir até 3560m, onde fica um posto de vigilância na entrada mais alta do Parque Nacional del Manu. Esse parque liga a Amazonia alta a mais baixa. A última, quase sempre se encontra alagada.

 

Continuei estrada por um caminho muito interessante até chegar ao posto de vigilância. Nesse local, existe a bifurcação para o Mirador Tres Cruces. Esse mirante possui um estranho nascer do sol. Muitos dizem que o efeito é como se fossem três sóis nascendo ao mesmo tempo.[/align]

 

Vídeo retirado do Youtube, onde mostra um nascer do sol no Mirador Tres Cruces:

 

 

 

Como o tempo estava muito ruim, nem quis perder meu tempo lá, pois teria que parar a moto e dormir no posto, que por sinal estava abandonado e sujo.

 

Fotos do Local:

 

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Essa capelinha era um tanto estranha, mas devido ao horário e tempo, até cogitei dormir dentro dela. O problema é que sei lá... Aquilo era meio sinistro !!

 

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Dentro é bemmmm esquisito !!

 

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Depois de ler esse cartaz, pude perceber que realmente ninguém vai ali a muito tempo.

 

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Esse era meu único companheiro e ficou bem intrigado com minha presença, mas algo me diz que ele também estava de passagem.

 

 

 

[align=justify]Já estava a 20 minutos da noite completa e resolvi descer para selva. O local onde fica o posto é o ponto mais alto da estrada e dali em diante se começa a descida. Pra falar a verdade, eu achei que chegar a Pillcopata não seria tão difícil. ::tchann::[/align]

 

 

 

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[align=justify]Esse trecho começou bem. A estrada estava em ótimas condições, o que me deixou muito confiante que não demoraria para cumprir esse tramo.

 

Andei mais um pouco pela parte superior da estrada e logo começou a descida. Como a estrada estava com um mix de terra levemente úmida com pequenas pedras, parecia até asfalto, de tão firme que estava o solo. A felicidade estava estampada em meu rosto. Pensava: "Vai dar tempo de chegar antes das 20:00 hrs ".

 

Logo acabou o dia e começou uma noite muito escura, pois com o céu do jeito que estava, não dava pra chegar qualquer vestígio de iluminação lunar.

 

Em vista disso, tive que reduzir a velocidade, já que o farol da Tornado é péssimo e fui curtindo a noite. O problema é que a descida não acabava nunca. E isso já estava me deixando meio receoso.

 

Chegou uma hora que avistei uma pessoa na estrada, nesse trecho já estava muito úmido, pois eu estava entrando na altura das nuvens pesadas que estavam no local.

 

Essa pessoa me chamou e eu parei. Não deu pra ver direito, pois a neblina estava muito forte. Assim que o vi direito, estranhei muito ser um estrangeiro andando no meio do nada sem equipamento nenhum. Parei já perguntando se ele queria carona ou se precisava de alguma coisa para comer. Nisso ele me disse que era um universitário americano que estava ali pra estudar os ninhos de aves da região. Me disse que existiam espécies que só habitavam aquelas matas e por isso, sua universidade tinha um convênio com o governo peruano para catalogar espécies nativas.

 

Conversamos mais um pouco e ele me perguntou se eu queria dormir aquela noite no refúgio que estava, pois seria extremamente perigoso entrar na selva a noite e me disse que estava chovendo muito por lá.

 

Agradeci sua gentileza e resolvi seguir caminho. Sem antes ele me alertar que seria muito ruim dormir em Pillcopata, pois não havia nada na cidade. Seria melhor eu parar em Patria, pois lá teria um pouco mais de estrutura. Mas eu não sabia o que me esperava, porque até ai, eu realmente achava que a estrada continuaria como um tapete.

 

Fui descendo, descendo, descendo... Até que cheguei a selva !! A estrada desapareceu e virou uma trilha, com chuva muito forte, muita neblina e com pedras grandes soltas por todos os lados. Tinham trechos que eu achava que tinha entrado errado em um rio, pois não se via mais o solo, de tantas pedras. E ainda tinham uns túneis onde eu passava por dentro e só imaginava o que estaria lá dentro ou do outro lado. Nessas horas... A imaginação só serve pra te fuder !!![/align]

 

Vídeo desse trecho da viagem, já dentro da selva:

 

 

 

Fotos do Local:

 

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[align=justify]Nesse momento, eu já estava a 1700m, mas achava que já era pra estar quase ao nível do mar. Desse trecho em diante a coisa piorou muito e eu não tive mais como ficar parando para tirar fotos. Chegou uma hora na estrada, que vi umas cabanas acesas e quase fui lá perguntar se poderia dormir ali, pois estava a beira da exaustão completa. Na minha volta a Cusco, pude ver o quanto aquele lugar é legal e as cabanas são muito bem construídas. Pilotar a noite, chovendo, com muita neblina, sem ter comido nada desde de Cusco (nunca como até chegar ao destino, já que fico tão ligado que comida mão me passa pela cabeça), em terreno quase alagado e com pedras soltas, deixa qualquer um exausto não só de corpo, mas mentalmente também.

 

Acabei chegando em Patria, cidade que fica a uns 10 km antes de Pillcopata. Como estava sem luz, achei que não era lá, já que o americano me tinha dito que a cidade tinha uma certa estrutura. Acabei seguindo para Pillcopata. Assim que cheguei percebi que a cidade sem luz era Patria e resolvi conhecer um pouco a cidade, rodei pelas ruas lamacentas e fui até a bera do rio. Ali era o ponto final da minha viagem, pois desta região para frente, só de barco.

 

Fui perguntando nos comércios onde tinha um hostel, hotel ou qualquer coisa para eu tomar um banho e dormir. Só tinha um. Assim que cheguei, ninguém veio me atender. Buzinei, gritei, fiquei puto e resolvi voltar para Patria.

 

Bem... Cheguei em Patria as 23:30 e consegui achar um hostel. Chamei e a dona apareceu. Disse que só tinha quarto sem banho. Eu fiquei meio puto, pois tinha que lavar as roupar também, já que eram lama pura. Quando eu falei que ia sacar as coisas da moto, ela me falou. -Está de moto !!??!! Tem um quarto com banheiro sim !!.

 

Depois que fui saber que ali era ponto de gente com grana, que vai a Pillcopata negociar cocaína. Muitos vão de moto e ela deve ter pensado que eu era um deles. Depois disso me tratou muito bem. Eu acabei perguntando a ela "Aqui não para de chover nunca ??" e ela me respondeu "Nunca". Não sei se estava falando por falar, mas o que parecia é que lá chove a anos sem parar.

 

Entrei no quarto, comi um biscoito, tomei banho, lavei tudo e fui dormir.

 

Acordei cedo, tomei banho, arrumei tudo e.....[/align]

 

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Mas sem antes, tirar algumas fotos da cidade:

 

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[align=justify]Depois de sair de lá, que fui realmente ver os locais onde passei e pude ver como a selva Amazonica (em espanhol não há acento em Amazonia e Perú é acentuado ::hein: ) peruana é bonita. Bonita e implacável, pois só agora tinha noção que no caso de haver algum erro ou problema naquelas matas, poderia custar facilmente a vida de qualquer pessoa que não estivesse altamente familiarizada com tal ambiente.

 

Passei por estradas, rios muito fortes e estrondosos, cachoeiras e muita coisa linda. Ah... e pude também admirar a quantidade de pássaros e ninhos pelas árvores. A região é coisa de outro mundo. Minha vontade era arrumar uma cabana e passar um mês desbravando aquela imensidão.

 

Fui percorrendo o caminho de volta a Paucartambo. Alguns trecho bons, trechos ruins, com chuva e sem chuva, mas eu estava muito feliz de estar ali e poder aproveitar esse momento.[/align]

 

Fotos do caminho de volta a Paucartambo:

 

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...........Finalmente cheguei de volta a Paucartambo, lugar onde finalmente eu teria uma refeição.

 

 

 

PAUCARTAMBO

 

[align=fustify]Cheguei a cidade lá pelas 14:00 horas. Estava bem e feliz por ter conseguido ter uma volta muito tranquila, mesmo tendo pego uma chuva fina e chata quase todo o caminho. Quando vai se chegando a 2000m, já vai ficando melhor, pois vc acaba ficando mais alto que as nuvens. Não parece, mais isso dá um grande alívio.

 

Cheguei na cidade, dei mais uma volta, tirei umas fotos, almocei, descansei um pouco e saí em direção a Cusco.[/align]

 

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[align=justify]No caminho a Cusco, bem perto de Paucartambo, encontrei um estrangeiro que estava vindo de longe com uma Honda Varadero com placa da Inglaterra. Devia ter avisado a ele que não tem como descer com uma moto dessas, mas nem parei. Espero que tenha somente ido visitar Paucartambo.

 

A volta de Paucartambo a Cusco tinha tudo pra ser tranquila e feliz, mas na verdade foi um pesadelo. Escapei de morrer por muito pouco.

 

Estava descendo e cheguei no inicio da noite a uma cidade que fica a uma hora do Valle Sagrado. Essa cidade, fica bem perto daquele derrumbe que passei logo no início da viagem.

 

Tinha chovido muito por lá e eu não sabia. Cheguei e tinha o maior derrumbe que já vi. Era enorme e com muitas pedras grandes. O caminho a Cusco estava completamente bloqueado. Comecei a perguntar pra um monte de pessoas e ninguém sabia de outro caminho. Aquela velha estupidez peruana a que sempre me refiro.

 

Até que um policial me disse que um pouco antes de chegar a esse derrumbe, teria uma saída a direita, que daria em uma cidadezinha que tinha uma estrada para o Valle Sagrado. Por ali eu fui. Assim que entrei nessa estrada, teve um derrumbe de lodo (como eles chamam uma papa de lama ultra fina molhada) em cima de mim e da moto. Fiquei preso até o pescoço e o ruim é que o lodo me absorveu de tal forma, que eu continuei sentado na moto com se estivesse pilotando. O problema é que tinha ficado um pouco inclinado, e essa inclinação seria meu fim, pois ia lentamente tombando cada vez mais, até que chegaria a hora da minha cabeça submergir naquilo.

 

A coisa estava tão ruim, que parecia que eu estava soldado àquilo. Não conseguia mexer nem o braço.

 

Foi então, que veio uma Toyota Hilux branca e nesse momento, eu achei que ela ia parar. Mas não... Deu uma porrada direto na montanha de lodo. A frente do carro entrou quase um metro dentro daquilo. A minha sorte foi que não me acertou, pois o motorista seria perfeitamente idiota para fazê-lo.

 

Depois que saiu do carro com a família, que me viu e veio me ajudar. Depois de muito cavar com as mãos e me puxar, consegui desatolar. A moto ficou perdida lá dentro.

 

Fui imundo ajudá-lo a encher a caçamba da pickup com pedras grandes para fazer o máximo de tração traseira e desatolar, pois não saia de forma alguma. Íamos fazendo isso sem falar quase nada. Assim que a pickup desatolou e já ia embora, quando eu tive que falar que ele teria que me ajudar a tirar a moto dali.

 

Cavei bastante e graças a Deus ele tinha uma corda velha de cizal no carro. Amarramos a moto e foi difícil pra caralho tirá-la de lá, mas conseguimos.

 

Passado isso, ele foi embora com a família. Eu fiquei lá no escuro pra tirar lama da descarga e outros lugares até a moto funcionar.

 

Voltei a Comissaria e outro policial me disse que tinha um outro caminho, mas que demoraria umas 4 horas para chegar ao Valle Sagrado. E por ele eu fui.

 

Puta que o pariu !!! Era um frio de matar e eu estava ilameado e com todas as minhas roupas molhadas. Aquele caminho subiu até o céu, por mais de cem curvas em U, pra depois descer até o Valle Sagrado. Um horror !!!

 

 

PISAC

 

Consegui chegar quase meia noite em Pisac. Estava com fome e todo fudido. Achei uma polleria aberta e perguntei, ao dono que veio me atender na porta, se eu poderia entrar daquele jeito. Ele me recebeu muito bem. No restaurante só estavam os amigo e ele. Quase não tinha o que comer, mas ele saiu fazendo um monte de coisas pra mim. Consegui comer e resolvi dormir na cidade. Perguntei onde teria um hostel e por sorte um dos amigos dele tinha um hostel, muito maneiro por sinal, mas custou 50 soles. Um pouco caro para a região, mas valeu a pena !!

 

Fui pra lá, guardei a moto dentro, entrei no chuveiro de roupa e tudo e quase entupi o cano do ralo de tanta terra. Liguei o aquecedor no máximo e fui dormir. Acordei com quase todas as roupas secas, menos minhas botas.

 

 

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Levei a moto a um lava jato, onde eu mesmo lavei-a só com água mesmo. Montei tudo e resolvi passar o dia no Valle Sagrado. Fui para Calca ver se a casa de meu amigo Carlitos tinha sido levada pela enchente.[/align]

 

Estava tudo bem com a casa, mas ele não estava lá:

 

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De lá, acabei seguindo até Ollantaytambo:

 

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E não consegui... Tive que pegar a carretera que vai a Hilloc e Patacancha, só pra dar uma voltinha acima das nuvens novamente:

 

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De lá, voltei para Ollantaytambo e segui direto para Cusco.

 

 

 

 

[align=center]A viajem foi muito legal e os pontos críticos serão lembrados com orgulho, já que em uma boa aventura, não se tem como sair ileso.

 

 

 

Bem... Fica aqui, mais uma forma de se arrebentar todo de moto em Cusco.[/align]

 

 

 

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  • Membros de Honra

Testosterona demais !! Ficar careca não rola. Vou usar aquele Colorgin preto ::lol4::::lol4::

 

A Tornado é ótima moto !! E olha que estou acostumado a big-trail 600cc pra cima. Se fosse comprar uma moto para andar na cidade e meter no mato, com certeza seria essa.

 

Nada de XRE ou Lander.

 

A trip é muito foda mesmo. Eu iria fazer outra, mas acabei escolhendo a melhor de todas que fiz por lá.

 

Se um dia quiser meter a moto no mato e quiser companhia, só falar, que quero muito fazer esse caminho novamente.

 

Abraço,

Leo

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  • Membros

A Amazonia Peruana é show, bonita, extensa, muitos atrativos, barata, e em muitos lugares ainda é pouco explorada, eu conheci um pouco da região de Iquitos e Chachapoyas, gostei bastante, quero voltar e conhecer lugares mais afastados de lá, em especial a reserva Pacaya Samiria.

 

Ia te falar um monte em relação a insistência em continuar a viagem a noite mas deixa quieto, não tenho essa intimidade. rs rs rs

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  • Colaboradores

uahahuhuaui !! fui ate dar uma olhada na placa , é a irmã , devem ter comprado juntas pois só muda o final da placa (que fui é 1 e essa ai que vc encarou é 2 haihauhia

20110407083113.JPG

nóis em AbraMalacara com o nariz e mãos congeladas com capacete aberto pegamos chuva e neblina , o bom é que nem escorria o nariz , ja congelava na saida ::lol4::::lol4::

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