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Salkantay Trekk - E perrengues de uma mochileira de primeira viagem


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Após passar por uns perrengues na Argentina, país da minha primeira viagem para fora do Brasil, com amigas que queriam roteiros completamente diferentes do meu interesse, pensei bem e cheguei a conclusão de que minha próxima viagem seria sozinha.

 

O destino escolhido foi Machu Picchu. Até convidei as amigas, mas após ter respostas como “faz muito calor”, “não dá pra usar salto alto” e “gosto de coisas modernas”, tive a certeza de que eu iria sozinha. A príncipio seria o roteiro comum de todo turista: chegar a Cusco, tomar um trem para Aguas Calientes e conhecer a velha montanha. Pesquisa daqui, pesquisa dali, entra em vários blogs e foi aí que ouvi falar da trilha inca. Sempre tive vontade de fazer mochilão, mas o máximo que já tinha feito de atividades parecidas foi uma trilhazinha de meia hora no Guarujá e outra em São Thomé das Letras. O que me desanimou da trilha inca foi a fila de espera, tem q reservar com muita antecedência. Volto as pesquisas e vejo relatos sobre o majestoso Salkantay. As fotos me convenceram. Aliás, a neve me convenceu.

 

Fechei com uma agencia intermediadora aqui no Brasil por US$ 290,00, a Brasil de Mochila. Nesse preço estava incluso o transporte do Hotel até a cidade de Mollepata, equipamentos de acampar, guia bilíngue, 3 refeições diárias, entrada em Machu Picchu, 1 noite de alojamento em hostel em Aguas Calientes, passagem de retorno de Aguas Calientes para Ollantaytambo de trem turístico, van de Ollantaytambo até o hotel em Cusco.Tudo feito pela internet mesmo, transferência de US$ 140,00 doláres para para uma conta aqui no Brasil (na época o dólar estava R$ 2,45) e os US$ 150,00 restantes a serem pagos na agencia em Cusco, a Inca Peru Travel. Após a transferência da reserva eles me mandaram email com um contato na agencia, telefone fixo e celular e endereço.

Como mochileira de primeira viagem, não queria arriscar procurar essa trilha quando chegasse em Cusco e não sabia se teria saídas todos os dias, visto que minha passagem de volta ao Brasil já estava comprada.

 

Dizem que nosso primeiro mochilão nunca sai perfeito. A minha realmente foi cheia de perrengues. Preparativos antes da trilha: continuei fazendo minhas aulas de muay thai 2x na semana (não foi o suficiente), comprei uma bota de trilha da Timberland pensando mais na estética que na utilidade (tudo bem que ela não me deixou na mão, quentinha e deixou meu calcanhar muito protegido, mas eu deveria ter feito mais caminhadas para amaciar), mochila peguei emprestado do meu cunhado (uma simplesinha de 30L q ele usava pra rapel), preferi alugar um saco de dormir na agencia que comprar um, afinal não sabia se iria gostar da aventura e comprei um casaco de fleece dos mais baratinhos.

 

As passagens de ida e volta Guarulhos-Lima-Cusco-Lima-São Paulo ficaram em R$ 1483,57 e 3 diárias no hotel Golden Inca em Cusco: R$ 331,43 (fechei aéreo e hotel por uma agencia de viagem, o aéreo pq saiu mais barato que Decolar e site da cia aérea. O hotel é pq eu ainda não sabia da existência do Booking)

Meu voo saiu as 06:10 do dia 12/04/14 (passei a madrugada dormindo no aeroporto) e chegou em Lima as 09:20, horário local. O voo pra Cusco era pra ter saído as 13:15, mas só saiu as 15:00 e e chegou por volta de 16:30 em Cusco.

Ainda em Lima comprei o Sorochin Pills na farmácia do aeroporto e chegando no hotel, tinha chá de coca de cortesia. Graças ao chá e a pílula milagrosa, não senti nenhum efeito do soroche, nos 2 dias de aclimatação em Cusco.

 

O dia seguinte, domingo, passeei pela Plaza de Armas, estava tendo desfile, contatei o carinha da agencia, que ficou de passar no hotel a noite. Fechei uns passeios numa agencia da Plaza para conhecer os sítios arqueológicos Qoricancha, Sacsayhuaman, Tambomachay, Pukapukara e Q’enqo. Na volta parou numa fábrica de roupas de alpaca (no mínimo a agencia recebia uma comissãozinha para deixar os turistas lá). A noite o carinha da agencia apareceu no hotel, me deu os mapinhas da trilha, orientações, saco de dormir.

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Levantei as 3h da manhã, tomei aquele banho, pois sabia que o primeiro dia de trilha não teria banho e fui para a recepção do hotel. Qual não foi minha surpresa ao ver a recepção sem ninguém, tudo fechado e escuro??? Andei de um lado pro outro e nada, pensando o que iria fazer. Meia hora depois apareceu um recepcionista com cara de quem tinha acabado de acordar e me deu um kit café da manhã, com frutas e biscoitos.

Deixei minha mala de rodinha no hotel (pois levei inúmeras coisas que não usei e que não cabia na mochila de 30L, mais um perrengue de mochileira de 1ª viagem). O ônibus da agencia apareceu pontualmente as 4:30h, eu era o primeiro hotel que eles passavam. 10 minutos depois, parou em outro hotel onde subiu um rapaz. Morri de vergonha da minha mochila. A dele era uma cargueira linda com bastão de caminhada presa dos lados. Pensei: o que estou fazendo aqui?? Ele se apresentou, era da Colombia. Mais 10 minutinhos e o ônibus parou num hostel onde entrou 16 pessoas. Aí que me senti um peixe fora dágua mesmo. Pareciam todos experientes e eu só conseguia olhar para as mochilas deles. Uma menina perguntou pra mim em espanhol se podia sentar ao meu lado no ônibus (mais tarde fiquei sabendo q era holandesa). Logo depois o guia me perguntou algo em espanhol que não entendi. A menina ao lado me perguntou a mesma coisa em inglês. Com muito custo entendi queria saber se eu tinha saco de dormir. Respondi que sim e ele saiu falando algo como “é do Brasil...” e olha q eu nem tinha falado pra ele de onde eu era!!

 

Dica: saiba o mínimo de espanhol. Nunca estudei tanto espanhol quanto depois dessa viagem. Sério mesmo, morri de vergonha, aquele ônibus cheio de gente e ele sair resmungando isso. Na minha última viagem para Colômbia já estava bem afinada e não passei por mais nenhum problema de comunicação. Na dúvida, sempre fale, “más despacio, por favor”..

Bem, todos a bordo, a viagem até Mollepata durou umas 3h, passando por estradas ruins, alguns desfiladeiros, cachoeiras. Chegando em Mollepata, paramos numa pensão e tomamos café. Esse café não estava incluso no pacote. Foram 15 soles e mais 8 soles em um poncho.

 

Caminhada começa, um guia vai na frente e outro vai atrás com os mais atrasadinhos. Logo no início em Mollepata, a 2.850m de altitude, a vista não é tão bonita... muito mato, umas casinhas velhas, subidas e o peso da mochila virando chumbo. A barrigueira não era lá essas coisas, então o peso ia todo pros ombros e costas. Teve uma hora que perguntei ao guia dos atrasadinhos se muita gente desistia. Ele respondeu que algumas, mas que não era muito comum, só quando alguém passava mal ou se acidentava. Eu sinceramente, achei que fosse ser uma dessas pessoas incomuns. Quase 6km depois, uma parada em Marqoqasa, a 3.350m para um lanchinho rápido (aquele lanchinho do hotel). Nessas paradas tem umas barraquinhas onde vende agua, snacks e folhas de coca. Não comprei nada, pois ainda estava abastecida. Retorno a caminhada, com o tempo, acabei ficando pra tras. A única coisa boa é que o guia vira particular e acaba te falando tudo sobre o passeio!! Mais umas 3h de caminhada e já dá pra ver Salkantay bem longe. Parecia uma pintura, de tão lindo. As 2h da tarde paramos para almoçar. Como ainda não conhecia os costumes andinos, achei que a sopa fosse o prato principal e não a entrada..kkkkk Tomei tanta sopa que não consegui comer todo o almoço. Serviram suco e depois chá de coca.

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Um pequeno descanso e lá vamos nós de novo. Acho que a sopa me fez tão bem que a segunda metade foi fácil. A paisagem também era mais bonita, o guia me conseguiu um galho de arvore que me serviu como cajado, andei, andei, andei, por volta de 17h já dava para ver o acampamento. 4.jpg.7ec93f7217b0b8f4478d95d1e75ef38d.jpg

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Acordamos 5h30 da manha com os cozinheiros oferecendo chá de coca na porta das nossas barracas. Meia hora depois estávamos todos tomando café e ouvindo o guia explicar como seria o dia.

6h30 começou nossa caminhada, partindo dos 3.880m do acampamento aos 4.630m do Salkantay. Com uma hora de caminhada já fui ficando pra trás. Sério, a parte da manhã não funciona pra mim!

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Nos relatos que li, disseram que esse segundo dia era o mais puxado. Hoje relembrando, acho que não. A paisagem é tão bonita que não senti tanto cansaço como no primeiro dia.

Além do mais, durante a subida encontrei uma francesa não tão jovial...rsrsrs..isso me deu forças pra continuar!!

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A subida até Abra Salkantay levou umas 3h. E é lindo, lindo, lindo! 4.jpg.694e37f7c249afdb7daca5975fb3d0ab.jpg

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Após ficar um tempão admirando a montanha, hora de descer. E essa descida acaba com o joelho. São 2.000m de descida e muitas, mas muitas pedras. Uns escorregões aqui, outro ali e pedra que não acaba mais.

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Essa descida teve direito até uma travessia de um rio por uma ponte. Pequenininha, mas ta valendo.

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No caminho, como fiquei por último, conheci 2 paulistas que estavam fazendo a trilha também. Os primeiros brasileiros que vi no Peru.

As 14h cheguei, com o guia dos atrasados, ao ponto de apoio para nosso almoço. Fui recebida com uma salva de palmas...hahahaha Pra não perder o espirito da brincadeira fiz uma reverência...rsrsrs

Todos já tinham almoçado e estavam tendo o descanso.

Após o almoço, ainda ficamos lá conversando um pouco e logo veio a 2ª parte. Novamente, o almoço me fez bem e essa 2ª parte foi bem fácil. Foram vários km até chegar ao acampamento, as vezes uma chuvinha fina insistia em aparecer. Nada que o poncho simplesinho comprado em Mollepata não resolvesse. O ruim foi a lama que grudava na bota e fazia parecer que ela tinha 5kg.

A vista da montanha já foi dando lugar a mata com muita vegetação. Mas o friozinho e a neblina continuava.

Lá pelas 17h30 chegamos ao acampamento. Esse acampamento tinha chuveiro quente disponível por 10 soles. Foram os 10 soles mais bem pagos!! Também pudemos apreciar uma Cusqueña bem gelada (tem uma vendinha no acampamento) antes do nosso happy hour e jantar.

Durante o jantar trocamos e-mails, pois 2 holandeses que estavam na nossa trilha iam pegar uma van até Aguas Calientes no dia seguinte, o trekk deles era só desses 2 dias.

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Acordamos as 6h da manhã com céu azulzinho.

Nos despedimos de alguns cozinheiros que iriam ficar por la e fizemos vaquinha para dar gorjeta para eles.

Fiquei tão triste ao ver a cara de felicidade deles ao receber a gorjeta. Não era muito, a média que cada um estava dando era de 5 a 10 soles, mas eles ficaram tão felizes que deu dó.

Bom, café tomado, mochila pronta, nossas toalhas que ficaram penduradas a noite na varanda para secar, na verdade não secou uma gota sequer, devido a neblina de madrugada.

As 7h iniciamos a caminhada e não deu meia hora tivemos que parar para passar protetor e repelente, pois nosso amigo sol resolveu aparecer com força.

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Não sei qual dia foi o mais lindo, o segundo devido a presença de Salkantay e a neve no topo, ou esse 3º dia, onde seguimos caminhando ao lado de um rio, com muitas cachoeiras, flores diversas e a presença da mata atlântica.

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Muitos barrancos também, com precipício, uma aventura. E calor. Incrível a mudança brusca de temperatura de um dia pro outro. Adeus roupa de frio nesses 2 dias seguintes.

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Infelizmente nesse dia, meu joelho resolveu doer. Certeza que foi a descida constante do segundo dia aliada a todas aquelas pedras. Quando paramos numa pequena vendinha para um breve lanchinho, vi que meu joelho estava inflamado. E eu tinha tudo quanto é remédio, menos anti-inflamatorio. Fazer o que, aguenta até Aguas Calientes, para achar uma farmácia.

Por volta de 13h almoçamos num pequeno restaurante no povoado de Santa Teresa com direito a uma partida de futebol depois. Tinha umas crianças peruanas que ficaram encantadas por ter “adultos” jogando bola com eles.

Certa hora um menino de uns 6 anos quis brincar comigo de carrinho. O carrinho era de plástico, meio mordido, mas parecia o xodó da criança. Lembro que durante o almoço tinha uma vendinha e eu comprei uma garrafa de Coca-Cola. Esse menino ficou olhando a Coca e quando eu ofereci, ele não aceitou, mas vi que estava morrendo de vontade. Ofereci novamente e disse que se ele não aceitasse eu iria jogar fora, pois não estava mais com vontade de tomar. Ele aceitou na hora!!! 6.jpg.3529a261d4568e665ccb54feda231aa2.jpg

Após o descanso, seguimos rumo ao acampamento em La Playa, mas fomos de van. No meio do caminho tinha uns desfiladeiros, cachoeiras, motorista acelerava sem dó buzinando em cada curva. Passamos por uma plantação de café e os europeus ficaram doidos querendo tirar foto dos grãozinhos de café...kkkkk

Já no acampamento deixamos nossas mochilas empilhadas em um quarto o guia falou para colocarmos roupa de banho e levar uma toalha pois iriamos as Aguas Termais de Santa Teresa, também de ônibus, ao som de Gusttavo Lima e Michel Teló! O caminho é tão feio, parece uma pedreira que fiquei imaginando que tipo de Aguas Termais seriam essas. E era lindo!! Agua a 33°C, que presente! Precisava pagar 10 soles pra entrar nas Aguas Termais e detalhe: minha doleira não estava na bolsa que levei. Fiquei pensando: já era!! Deixei a doleira na mochila, no acampamento também fica gente de outros grupos, ferrou... tive que pedir emprestado pra uma venezuelana do meu grupo, alegando que havia esquecido o dinheiro. Pior era se eu não encontrasse a doleira depois. Fui deixar todo o dinheiro la, por que não dividir ne... Enfim, duas horas de banho, uma hora começou uma chuvinha fina, meia hora depois apareceu um duplo arco íris! 7.jpg.89c373f57460848bb0435913faa8d769.jpg

Na volta ao acampamento nosso guia disse que deveríamos pagar 10 soles para o motorista devido ao trajeto às Aguas. Meu desespero foi aumentando. Povo desceu e já foi pagando e eu disse a ele: não tenho aqui, vou pegar na mochila. Revirei a mochila, cade a doleira?? Sumiu!! Fiquei desesperada, vontade de chorar e de ter que explicar pra venezuelana e pro motô que eu não tinha dinheiro. Enfim, fechei a mochila e dei de cara com a doleira em cima da cama. Putz!!! Ela ficou lá o tempo inteiro em cima da cama, ali pra quem quisesse entrar. Todo meu dinheirinho estava la. Paguei o motô, paguei a venezuelana, mas nunca me senti tão aliviada. Que mancada viu!

Durante o jantar o guia explicou como seria o dia seguinte e tinha opção de ir até a Hidrelétrica a pé, de ônibus, ou fazer umas descidas de tirolesa e depois seguíamos de van até a Hidrelétrica. O guia não aconselhou ir a pé, pois iríamos dividir o caminho com carros e ônibus e os motoristas não são lá muito prudentes, poderíamos ter acidentes no meio do caminho. Ou ele falou isso porque não estava a fim de ir a pé, não sei. Metade do grupo escolheu ir de ônibus e a outra metade incluindo eu, iria de tirolesa, que tinha um custo de 70 soles.

Após o jantar todos os grupos se reuniram em frente a fogueira para conversar e beber. Música alta, tocava Dance, salsa, musica americana e até Deja Vu e Michel Teló. Os europeus dançavan Fugidinha melhor do que eu, que era a única brasileira..kkkk

Sei que fui dormir por volta de 1h da manha, feliz porque no dia seguinte iríamos levantar as 7h. 10.jpg.dcaa5b16354b8c58e63a9599ac348587.jpg

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Dessa vez acordamos sem precisar tomar chá de coca! Um alívio, primeiro por que o chá não é lá muito bom e também estava muito quente.

Quem alugou saco de dormir teve que deixar lá, pois seria entregue a agencia. Quanto aos cozinheiros e cuidantes, fizemos vaquinha para gorjeta e nos despedimos ganhando de volta nossas mochilas. É... esse dia não teríamos ajuda das mulinhas e cavalos.. Recebemos do cozinheiro nosso almoço numa marmitinha de isopor. Despedimos do pessoal que iria de ônibus e pegamos a van que nos levaria a fazer as descidas de tirolesa.

O pessoal pareceu super gente boa, colocamos todos os equipamentos de segurança, subimos uma montanha a pé, bem cansativa. 1.jpg.46d599cb4c19c2f5b9aef9dc80696b56.jpg

Ao todos foram 6 descidas de tirolesa, com uma visão magnífica cruzando o vale e vendo o rio bem pequenininho. Foi bem legal!

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Assim que terminou entramos na van que nos levaria a Hidrelétrica de Santa Teresa, mas com todos perguntando pro motô quanto ele nos cobraria para deixar-nos em Aguas Calientes..hahaha

Já na hidrelétrica, encontramos o pessoal que foi de ônibus e paramos num restaurante para almoçar a nossa marmitinha.

No restaurante nosso guia disse que por um custo de 10 soles poderíamos enviar nossas mochilas por trem, o pessoal do restaurante iria se responsabilizar por colocar a mochila no trem, mas teríamos que estar pontualmente as 17h30 na estação para pegá-las. Então nada de atrasar essa 2ª parte da caminhada (viu, dona Letícia?). Somente 2 pessoas resolveram ir com mochila, eu resolvi arriscar deixa-la com os funcionários do restaurante. Nessa altura, se aquele peso todo que eu carregava se perdesse no meio do caminho, iria ficar até feliz.

De volta à caminhada, subimos por uma trilha no meio da mata e chegamos à linha do trem, que seria nosso caminho constante.

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Mata de um lado, rio de outro, caminho plano, tranquilo. De vez em quando aparecia um trem e tínhamos que sair da trilha, mas foi bem legal andar na ferrovia. Meu joelho estava estourado e fui ficando pra trás pra variar...

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A paisagem era bem bonita e já dava pra ver Machu Picchu lá no alto.

Fui andando no meu ritmo, encontrei um brasileiro no caminho, voltando de Águas Calientes. O que achei bem legal, é que quem está voltando sempre nos cumprimenta! Não sei quantos Holas, Buenas Tardes ou simplesmente Buenas o povo foi me falando.

Logo chegamos em Aguas Calientes, nosso guia nos dividiu em grupos de 2 e 3 para nos acomodar nos hostel’s disponíveis, pois apenas um hostel não tinha vagas suficientes para todos. Dividi quarto com o colombiano do início do trekking. Novamente o guia nos lembrou de ir na estação as 17h30 (ainda eram umas 15h) e as 19h30 era pra reunir num ponto da rua principal pois iriamos jantar.

Ahhh nada como um hostel com cama e chuveiro quente e dar um alivio no joelho estourado. Aí, claro, lembrei que sabonete, shampoo e roupas limpas estava na minha mochila que só ia chegar as 17h30. Ohhh santo!! Fazer o que, foi banho de gato. Lá pelas 17h, o colombiano e eu decidimos explorar o vilarejo de Aguas, passei na farmácia e comprei anti-infamatorio, andamos mais umas ruazinhas e logo acabou o vilarejo. É bem pequeno mesmo.

17h40 nosso trem chegou, minha mochila estava intacta, caiu um temporal, ficamos debaixo da marquise, do mesmo modo repentino que a chuva veio ela também foi embora, voltamos ao hostel e pude tomar um banho de verdade!

As 19h30 nos encontramos e fomos para um restaurante. Tinha opção de carne, frango ou peixe. Bebida era por nossa conta. Lá experimentei o famoso Pisco Sour. Não fez minha cabeça não. O jantar foi muito animado, muitas risadas, recebemos um lanchinho para o dia seguinte, saímos de lá bem depois das 23h. 8.jpg.f5621a12962dc6ab6a471ad028ee36de.jpg

Eu, o italiano, colombiano, venezuelana e o guia peruano dos atrasadinhos ainda fomos para uma discoteca chamada Cupido. Isso pq iriamos acordar as 4h da manhã para subir a montanha.

Quem se importa? Estamos de férias. Curtimos umas músicas bem animadas e chegamos ao hostel à 1h da manhã!! kkkkkk 9.jpg.73bd58b21e91ca67a8dec29ebd9495da.jpg

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Ahhh finalmente chegou o grande dia!!

Levantamos as 4h nos perguntando: Por que fomos à discoteca, por que, por que?? Que sono!!

Enfim, um banho resolveu um pouco da nhaca que tava o corpo de tanto dançar. Deixamos nossas mochilas no hostel e encontramos o grupo na igreja principal da cidade.

Nesse dia, era celebração de algum santo, tinha procissão para igreja.

Seguimos caminhando até a estação. Poderíamos esperar até acho que 6h para pegar o ônibus que sobe até Machu Picchu (10 dólares) ou subir a escadaria. Todos quiseram subir, pois acharam o ônibus caro. Eu com meu joelho moído, não ligaria de pagar 10 dólares, mas tudo bem, se é pra fazer o trekking, vamos fazer direito.

Tudo escuro, não tinha lanterna, não tinha postes, chegamos ao início da escadaria e começamos. 1.jpg.a60a5fbe76d53df6eb1eb3f6253344cc.jpg

Degraus, degraus e pronto, caminho de terra reto. Legal, ainda bem que não paguei 10 dólares. Mas espera aí.. lá vem mais degraus. Muitos. Negócio começou a cansar, muitos turistas resolveram subir a escada também, então o grupo foi se perdendo no meio daquela gente. E claro, eu fiquei pra trás. Engraçado, que na discoteca nem lembrei que tinha joelho, nesse dia ele resolveu me lembrar que existe. Sobe, sobe, sobe, começou uma chuvinha, não liguei. Começou a chover mais e mais, tive que colocar o poncho. Nessa hora já deu vontade de chorar, porque a escadaria não acabava e porque o dia seria chuvoso!! Pôô.. todos esses dias com sol e justo esse vai chover? Quando estava a ponto de sentar e descansar, avistei uma pequena construção inca. Eu já estava lá em cima! Desta vez chorei de emoção, por ter conseguido!!! 2.jpg.14f376c96213cd9052efda0f8061d3b7.jpg

Fila no posto de controle, entrega passaporte, nosso grupo estava reunido logo na entrada, mas poxa...ainda chovia, todo mundo de poncho. 3.jpg.4657e8e05482475e9b365ab976173c13.jpg

Nosso guia foi explicando toda a história, mostrando tudo..pra mim era tudo surreal. Ainda não acreditava que estava ali. Muita perfeição. E muita neblina! Aí o guia nos tranquilizou dizendo que todo dia é assim, essa chuvinha, mas que logo o sol ia aparecer. Uma hora e meia de explicações, nosso guia se despediu dizendo que ia nos deixar para apreciar e que tomaria o trem para ir embora. Um trem diferente que eles pegam, não sei se eles não precisam pagar, ou se pagam mais barato para voltar, não entendi direito. Nova vaquinha para a “propina” e resolvemos desbravar Machu Picchu, que nessa hora já começou a ficar ensolarada. Aí o grupo de dispersou, alguns iam subir Huayna Picchu. Eu não, pois fiquei com medo de cair no abismo e morrer. 5.jpg.428cd9f788531a2ffaee4837d4580c0e.jpg

Vi um grupo brasileiro da terceira idade conhecendo Machu Picchu, foi bem legal! Só ouvi elas falando: vc é de onde? De Santa Catarina e vc? Ah eu sou de tal lugar.hahaha Acho bem legal quando essas pessoas mais velhas, as vezes viúvas, ou simplesmente pq os filhos estão formados, quando podem, resolvem aproveitar o tempo para viajar. É bom nunca perder esse espírito.

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A gente pensa pelas fotos que Machu Picchu é pequeno. Ledo engano. Nunca andei tanto. E o sol já começou a vir com força. Resolvi ir para a Porta do Sol e durante o percurso encontrei as 2 venezuelanas e o colombiano do meu grupo. Mais a frente, os 2 ingleses. Todos seguimos para a Porta do Sol, que não terminava nunca. Machu Picchu foi ficando pequenininha e a Porta do Sol nunca que chegava. Finalmente, quando chegamos, pudemos descansar e so ficar olhando Machu Picchu lá, bem de longe.

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Sol forte, agua tinha acabado, fomos pra entrada de Machu Picchu comprar agua, o único lugar que vendia comida e bebida. 8 soles uma garrafinha de agua, um roubo! Mas era o único lugar que tinha agua disponível. Voltamos a Machu Picchu para tirar mais algumas fotos e la pelas 14h ninguém mais aguentava o sol forte. 10.jpg.14a79a708c66bfce5fc12c338fe3a827.jpg

Almoçamos com a maioria do grupo em frente ao hostel onde eu fiquei. Alguns tinham trens saindo mais cedo, outros iam sair só as 22h. 11.jpg.6bb4cf46b5ab6c8d681c454129d502b7.jpg

As 18h despedi tristemente do grupo que foi minha família nesses 5 dias. Deu um aperto no coração. A estação foi um pouco difícil de encontrar. Ficava escondida num mercado que vendia de tudo. Eu cheguei à estação as 18:15 e meu trem sairia as 18:40, mas até hoje não sei o que arrumei, que perdi o trem!!! Kkkkkkkkk

Que mico!! Não vi saindo. Não sei se era a multidão, se não ouvi no alto falante, só sei que perdi. Fui desesperada à bilheteria tentar trocar pelo trem mais próximo, e carinha da bilheteria além de me chamar de distraída, disse que era impossível conseguir lugares para aquela noite, talvez no dia seguinte. Quase comecei a chorar, eu disse que meu vôo era as 9h para Lima (mentira, pq era as 15h) tinha que sair naquela noite mesmo. Ele percebeu meu desespero (em parte um pouco de charme também) e ele ia ver o que poderia fazer. Me deu chá para tranquilizar..hahaha e disse que ia ver os próximos, se tivesse vaga, de gente que tinha perdido, me colocaria nolugar. Eu disse que poderia ir em pé, se fosse o caso. Trem das 19:15, nada, lotado. Mais outro trem e nada. Conseguiu me colocar no trem das 20h. Outra pessoa também tinha perdido. Adivinha? Outro brasileiro!! Tinha que ser! Achamos muita graça, conseguimos banco vazio ao lado do outro e a viagem de 1h30 até Ollamtaytambo passou rapidinho. Esse brasileiro morava em Lima já há algum tempo. Em Ollamtaytamo, é claro que a van que iria me levar a Cusco já não estava mais lá. E são 2h até Cusco, achei que ficaria um valor absurdo. O brasileiro/peruano que não tinha a mínima ideia de como chegar em Cusco, pois a ida dele a Aguas foi direto de Cusco, foi na minha onda. Cheguei até uma das inúmeras vans e perguntei quando eles faziam pra nos levar a Cusco. 50 soles, 40 soles. E eu negando. Aí quando uma van mais vazia viu que era vantagem levar nós 2 que não estava inicialmente no pacote fez por 15 soles cada um. Fomos. Nessa hora já estava bem cansada e aquelas 2h não terminava... 23h30 chegamos em Cusco, ainda tomei um taxi ate o hotel. Um banho foi muito bem vindo. O dia seguinte foi só deslocamento. Meu voo para Lima foi antecipado em 1h e cheguei em cima da hora. E depois chá de cadeira em Lima até meu voo das 22h sair. Viagem inesquecível. Com certeza voltarei futuramente.

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