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Serra Gaúcha - Bento Gonçalves, Canela e Gramado


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Bem pessoal, apesar de não ter feito anotações precisas, eu vou compartilhar com vocês minha experiência de sete dias na serra gaúcha. Saí de São Paulo no dia 01/09 e fiquei hospedado em três cidades (Bento Gonçalves, Gramado e Canela) até o dia 08/09 (data do meu retorno).

 

Desembarquei em Porto Alegre após um voo com alguns transtornos. A previsão de saída do aeroporto de Guarulhos era para as 08h, todavia, devido à neblina, o voo da Gol saiu por volta de 11h30min, chegando a Porto Alegre por volta de 13h. A mala da minha namorada chegou com o cadeado arrebentado, alocado em outro lugar. O nécessaire, no interior da mala, estava aberto. Fizemos a queixa na companhia.

 

Alugamos um carro pela Lemmertz (ótima locadora e com ótimos preços). Recomendo. A locadora leva o carro até você no aeroporto e o busca no mesmo local.

 

A estrada que vai de Porto Alegre até a serra gaúcha é boa, porém, atenção com os pardais (radares). Fica a dica para quem for alugar um veículo.

 

BENTO GONÇALVES

 

Hospedagem: Pousada do Chalé. A pousada é boa, eu recomendo. Fica localizada próxima ao centro, porém não o suficiente para ir tranquilamente a pé, pois está localizada no final de um declive. O quarto é pequeno. As instalações são boas, equipamento de TV moderno, aquecimento eficiente etc. O atendimento é bom, gentil. O valor da diária é R$ 130,00.

 

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A cidade: Não tem nada demais. Alguns prédios, ambiente urbano. Boa sinalização. Na Rua Henry Hugo Dreher estão localizados os principais restaurantes do eixo urbano. O povo, em sua maioria, é cordial. Você, mulher, nem tenha a curiosidade de ir ao shopping, pois ficará frustrada.

 

Caminhos de Pedra. Fica localizado próximo a região urbana da cidade. Aliás, com a exploração turística, está mais urbano do que eu imaginava. Vá com um mapa, pois se quiser informações, terá que obtê-las em uma churrascaria (Barracão) localizada em um posto de gasolina no inicio do caminho (se você não for consumir nada na churrascaria, prepare-se para o descaso). Trata-se de um trecho rodoviário com estabelecimentos comerciais às margens. 1. Casa Vanni (abaixo relatarei mais a respeito deste ótimo restaurante). É um belo lugar, ótimo para fotos, com um belo jardim. Caso tenha fila de espera, não esquente, pois você poderá se acomodar em bancos ou redes, debaixo de frescas sombras. 2. Casa da Ovelha. Você assistirá a um vídeo sobre o estabelecimento e degustará produtos derivados do leite de ovelha (queijos, doce de leite etc). O melhor, porém, é assistir a uma apresentação da cadela Brenda. Aos comandos do instrutor, ela reúne as ovelhas no campo e proporciona um pequeno espetáculo ao público. Para quem quiser adquirir os produtos da loja, prepare o bolso. 3. Casa dos Doces Predebon. Não há nada de interessante. Porém, se quiser adquirir um bom doce de banana, passe por lá. 4. Casa do Tomate. Experiência negativa. Não há nada de interessante que motive a visita. Alguns molhos e salgadinhos de tomate que pareciam estar o dia todo ali. Tomei um refrigerante de abacaxi, necessário e refrescante pelo calor que fazia, mas apenas razoável. 5. Casa da Tecelagem. Vale uma foto, pois se trata de uma bela construção. Oferece algumas belas confecções a preços não muito convidativos. Todavia, eu recomendo para quem pode gastar um pouco a mais e deseja fazer compras para si ou outrem. Se o seu intuito não é comprar artigos do gênero, basta uma foto da fachada. 6. Casa das Pequenas Frutas. Absolutamente, não há o que ver. Talvez, valha a visita para comprar suco de frutas vermelhas (não é imperdível) ou um excêntrico chá de mirtilo. 7. Cantina Strapazzon. Não vi nada demais, porém não quero ser injusto. Talvez, entre os meses de janeiro e março, período de colheita, o local disponha de mais belezas. Todavia, com os parreirais secos (inverno), você poderá degustar vinhos da propriedade, além de queijos, salames e outros. 8. Vinícola Salvati e Sirena. Gostei muito. Trata-se de uma bela construção, com bela vista da região. O simpático proprietário lhe oferece uma degustação de bons vinhos produzidos ali. O suco de uva é dos melhores. 9. Casa da Erva Mate. Apenas um moinho em funcionamento. Caso tenha interesse, a loja fica na outra margem da rodovia. Experimentei o famigerado chimarrão. Não achei ruim. Inclusive, comprei uma caixa de erva mate, porém esqueci-me da cuia. E agora?

 

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Vinícola Aurora. Não vá. A visitação não é das mais interessantes e a degustação foi um vexame. Rapidamente, recolheram as taças e as bebidas e conduziram os visitantes à loja da empresa.

 

Vale do Rio das Antas. A estrada é repleta de caminhões, porém o visual do vale recompensa aos que vão seguem pela estrada que liga Bento Gonçalves a Veranópolis. A melhor vista do vale se dá no Belvedere do Espigão, já em Veranópolis, poucos quilômetros após a passagem pela Ponte Ernesto Dornelles. 1. Vinícola Salton. Ótima. Fomos muito bem atendidos pelo funcionário José. A vinícola é muito bonita e está localizada em um belo lugar. A degustação é muito boa e o valor pago para visitação é revertido em bônus na loja da empresa. 2. Sucos Menoncin. O suco é ótimo. A ida até a empresa se faz por uma pequena estrada sem pavimento a partir da Salton. A paisagem é bonita. A visita não é tão interessante, mas o atendimento da Glória, proprietária da empresa, merece elogios. Ela conta a história da empresa, da fundação aos dias atuais. Caso queira visitar, é melhor ligar antes. Percebemos que surpreendemos a Gloria ao aparecer na quente tarde de uma segunda-feira. 3. Restaurante Pignatella (abaixo relatarei mais a respeito deste ótimo restaurante). Excelente. 4. Casa Bucco. Está localizada em um ponto privilegiado do vale, com bela vista da Ponte Ernesto Dornelles. Em um lugar de muita uva, vale a pena dar espaço à cana e saborear uma caipirinha de banana preparada pela proprietária do estabelecimento. Claro que saí de lá com um exemplar da boa (mas não barata) cachaça produzida.

 

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Vale dos Vinhedos. Posto que visitamos a região no inicio de setembro (inverno), os parreirais estavam secos. Ou seja, a vista não era aquela coisa de tirar o fôlego, mas ainda assim era agradável. Se puder, visite Bento Gonçalves entre janeiro e março. 1. Miolo. A visita foi ótima (conduzida pela Maiara, salvo engano). O lugar é muito bonito. A degustação é muito didática e interessante até mesmo para quem não morre de amores por vinho. Visite. 2. Casa Valduga. A vinícola é linda. Os vinhos são muito bem elaborados, com rótulos e embalagens muito finos. Não realizei a visita técnica e a degustação por falta de tempo hábil. 3. Itallinni Biscotteria. Pequeno estabelecimento que produz biscoitos saudáveis e com receita típica italiana. Alguns muito bons. Outros nem tanto. Porém, o melhor foi o atendimento. Fomos recebidos pela proprietária que, além de oferecer a degustação de seus produtos e explicar o método de produção, deu várias dicas, sem qualquer pretensão, sobre a cidade, restaurantes, compras etc. 4. Chandon (Garibaldi). Não vá. Ficamos esperando um bom tempo para realizar a visita, pois só havia uma funcionária (até simpática) destinada a vender e a realizar a visitação. A visita nada mais é que ir até um tanque de espumante. Péssimo.

 

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Restaurantes. Casa Vanni (Caminhos de Pedra). Ótimo. Prato: tortéi de moranga (molho: burro e salvia). Valor: entre R$ 20,00 e R$ 30,00, com bebida. Talvez a melhor massa que já provei. Os olhos enganam, pois a quantidade parece insatisfatória. Porém, a massa é muito recheada e saborosa. Ótimo custo benefício. Pignatella (Vale do Rio das Antas). Ótimo. O restaurante oferece uma ótima sequencia de pratos que inclui, dentre outros, um delicioso risoto de champanhe, massas, saladas (que eu dispenso) e sobremesa. Valor: entre R$ 40,00 e R$ 50,00, com bebida. O cliente é desafiado a descobrir o recheio de uma massa servida. Interessante proposta. Nesse restaurante começamos a perceber que oferecer o cardápio ao cliente não é muito comum na região. Em Bento Gonçalves não é cobrada taxa de serviço. Botequim São Bento. Regular. Restaurante/Bar localizado no centro gastronômico da cidade (Rua Herny Hugo Dreher). É uma opção razoável para quem quer algum petisco. A porção de fritas é farta por um preço justo. O X-Salada (que, além da salada, acompanha ovos) é farto, porém não é dos mais saborosos. Fui em uma sexta-feira, à noite, e havia música ao vivo, mas, em que pese o bom repertório, não era grande coisa. O suco de limão estava péssimo. Eu não voltaria. Sapore di Fiorenza. Bom. Trata-se de uma pizzaria localizada no centro gastronômico da cidade. O rodizio custa cerca de R$ 25,00 e inclui todas as variedades de pizzas salgadas e doces da casa, além de massas. A pizza é boa. O atendimento é bom. É um bom custo-benefício para quem quer comer muita massa. Eu voltaria.

 

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GRAMADO

 

Hospedagem: Pousada Betânia. A pousada possui uma bela área externa, com um jardim muito bem cuidado. O quarto era amplo e possuía uma simples cozinha. Não havia TV a cabo. As instalações não eram das mais modernas, mas nada que comprometesse nossa estadia. O atendimento foi cordial, porém foi o menos caloroso que encontramos. O café da manhã é muito bom. Próxima ao belo Lago Negro e com fácil acesso à Avenida das Hortênsias (porém, não é possível ir até o centro da cidade a pé a partir da pousada). O valor da diária é de aproximadamente R$ 140,00. Eu recomendo.

 

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A cidade: É muito bonita, claro. Aliás, é difícil uma opinião contrária a essa. A avenida principal é a Borges de Medeiros. Nessa avenida ficam as principais lojas e restaurantes, além do bonito cinema (famoso pelo festival). Estacionar o carro requer o uso dos paquímetros, sendo que gentis funcionários auxiliam no uso do aparelho e na troca de notas por moedas. Não me lembro de ter visto algum semáforo na cidade, as rotatórias controlam o fluxo de veículos. O motorista de grandes cidades deve ter muita atenção, pois os pedestres atravessam (na faixa), certos de que o motorista irá diminuir a velocidade e permitir a passagem. Eu, desacostumado com o costume local, quase atropelei duas pessoas. Na pitoresca Rua Coberta há principalmente restaurantes, onde mesas ao ar livre compõem o ambiente descolado do local. Não se esqueça de pegar um mapa na CIT localizada próxima à Rua Coberta. Utilize o banheiro público sem medo. A população, em geral, é gentil (nada de espetacular como alguns pregam por aí). Diferentemente de Bento Gonçalves, a taxa de serviço nos restaurantes de Gramado é proposta (cobrada). A cidade é mais bonita à noite. O vento mais frio começa a soprar e favorece o charme do local. Em Gramado, você poderá caminhar, tirar fotos, ver vitrines, comprar e comer. Não se esqueça das roupas leves, senão será mais um dos, não raros, turistas (imbecis?) que usam protetor de orelha e cachecol com temperatura próxima dos 30 graus.

 

Chocolates. Gostosos. E só. Mais caros que Nestlé e mais baratos que Kopenhagen. Como você tem que levar lembranças para a parentada, eu recomendo a Planalto e a Lugano. Para mim, as melhores opções. Os chocolates são colocados em uma embalagem térmica. Por isso, não se preocupe com a possibilidade de eles derreterem. Aliás, o que a Planalto possui de muito bom, realmente, é o sorvete (dica). Vá sem remorso. A maioria das fábricas/lojas de chocolates tem seus parques temáticos. Então, se você adora um engodo, não deixe de ir. Não deixe de tomar o chocolate quente cremoso da Caracol, localizada na Rua Coberta.

 

Lago Negro. Os casais apaixonados (principalmente) não devem deixar de ir. É um belo lugar. Há serviço de “pedalinhos” por R$ 20,00 (20 minutos). Nós fomos, despretensiosamente, em um final de tarde e creio este que seja o melhor horário para visitar o lago. A penumbra e o silêncio encantam.

 

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Aldeia do Papai Noel. É o tipo de lugar que você não vai para satisfazê-lo, mas sim aos seus filhos ou, no meu caso, à sua namorada. Não é imprescindível, porém tem lá suas peculiaridades. A entrada, salvo engano, custa em torno de R$ 16,00. Você encontrará um parque com decoração natalina. Isso do Papai Noel, aquilo do Papai Noel e, veja só, o próprio Papai Noel estará te esperando em sua casa. Cuidado com o susto. Há uma proposta legal para os casais (principalmente): você pode pegar um pedaço de madeira logo no inicio do trajeto, dentro do parque, e escrever um desejo. Já no final do trajeto percorrido dentro do parque, você encontrará a árvore dos desejos com milhares de bloquinhos de madeira pendurados em seus galhos, adjacências e caídos ao chão com desejos capazes de esgotar qualquer Papai Noel. Há duas renas (ou cervos, ou veados, sei lá) no parque. São fofinhas.

 

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Fábrica de Cristais. Há produtos muito bonitos para todos os gostos e bolsos. Há uma demonstração do processo de fabricação de uma peça de cristal. Interessante, mas não imperdível. Há muitas, realmente muitas, opções de acessórios para as mulheres. Para quem deseja levar algo mais pessoal, e não muito mais caro que chocolates, de lembrança, eu recomendo.

 

Gramado Zoo. É um passeio que você deve fazer. A proposta do zoológico é interessante, pois somente animais da fauna brasileira convivem naquele espaço. Não há grande variedade de bichos, porém o contato com os que ali estão é bem próximo. Belos pássaros, emas curiosas, macacos travessos e felinos preguiçosos fazem da visita ao Gramado Zoo uma agradável experiência. A visita custa em torno de R$ 20,00.

 

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Le Jardin – Parque de Lavanda. Um bonito jardim de lavandas localizado próximo ao zoológico. Há uma loja onde você pode encontrar excêntricas trufas de lavanda, licor de lavanda, entre outros produtos. É uma visita dispensável.

 

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Restaurantes. Casa Di Paolo. Bom. Tradicional restaurante da região, especializado em galetos. Por um valor aproximado de R$ 40,00, é servida uma sequencia de pratos que inclui, dentre eles, sopa de capeletti (razoável), saladas (dispenso), galetos (a especialidade da casa), e massa (óbvio). A sobremesa fica por conta do sagu de uva, que eu acho sem graça. Apesar de eu não ser fã de frango, galeto e congêneres, rendo-me ao melhor que já comi. Quanto à massa, insisti no tortéi de moranga (massa de qualidade, mas poderia haver mais recheio). O atendimento é muito bom. Calito’s Fondue. Bom. Tendo em vista as recomendações encontradas na internet, eu já sabia onde comer fondue com o melhor custo-benefício. Realmente, o preço é convidativo (cerca de R$ 32,00), ainda mais se tratando de fondue e Gramado. Primeiramente, é servido o tradicional: queijo. E lá vamos nós, espetando o pedaço de pão francês (poderia ser italiano) e mergulhando-o no queijo derretido (alguns dizem ser muito chique e romântico). Mas, sátiras a parte, estava bom. Após, carne. Eu, muito ignorante, não sabia o que era fondue de carne. Para os ignorantes como eu, vou esclarecer. São servidos pedaços de carne crua (porco, picanha, linguiça etc), e devemos assar nossa carne, conforme queremos, em uma pedra quente. Enfim, acho trabalhoso. Também são servidos simpáticos acompanhamentos, como: geleia de frutas, alho, vinagrete e farofa. Para finalizar, fondue de chocolate. As frutas não estavam divinas, mas quebrou um galho. O Pasteleiro. Bom. Uma boa opção para quem quer dar aquela enganada no estômago. A pastelaria é temática, ou seja, os pastéis são apresentados por nomes de filmes. Não me recordo o filme que escolhi, porém o recheio era composto por catupiry e palmito. Fiquei satisfeito. Os preços variam entre R$ 7,00 e R$ 10,00, salvo engano, e você pode escolher entre duas medidas de pastel, de acordo com sua necessidade. Kilo e Kilo. Ruim. Ai, ai, ai... Apesar de ter lido algumas boas recomendações na internet, fiquei decepcionado. Minha namorada encontrou um cílio na salada. A carne estava dura. Não voltaria. Para não ser cruel, o buffet conta com boa variedade e o preço do quilo é honesto. Sabor de Frutas. Razoável. Muito bem localizado: Rua Coberta. Bom ambiente e bom atendimento. Porém, insisti na carne (picanha), que deixou a desejar. Assim como o Kilo e Kilo, o preço é honesto. Mas, no caso do Sabor de Frutas, não se trata de self service. Paguei cerca de R$ 18,00 pela picanha, acompanhando arroz, batatas fritas e ovos fritos. Tio Muller. Razoável. Quando decidimos ir ao Tio Muller, procurávamos comida alemã. Não encontramos. O simpático proprietário nos recebeu informando tratar-se de sequencia de pratos (sem novidades). De alemã, realmente, talvez a salsicha e o chucrute. Mas, a comida não era ruim. A língua de boi ao molho de ervilhas estava acima das expectativas. O matambre (capa de costela) estava muito bom. Pode-se repetir qualquer prato. Salvo engano (como sempre), o valor da brincadeira saiu em R$ 30,00. Se você procurar comida alemã, não vá. Apesar da pequena frustração, satisfiz-me. O restaurante fica um pouco afastado do centro de Gramado.

 

CANELA

 

Hospedagem: Estalagem Alineville. Foi o melhor atendimento que encontramos. Fica localizada na estrada que dá acesso ao concorridíssimo Parque do Caracol (distante do centro de Canela). O ambiente é muito agradável. O quarto é confortável. O inconveniente fica por conta do aparecimento de algumas aranhas. Todavia, é compreensível, pois o quarto fica próximo a uma área de mata. Após uma sutil queixa, no dia seguinte já não havia mais a presença dos simpáticos insetos. O café da manhã é bom, porém, como não é nosso hábito acordar cedo, éramos apressados a sair logo da cozinha com alguns olhares. Desagradável, afinal estávamos dentro do horário regulamentar. Recomendo a estalagem, pois, além das qualidades mencionadas, fica a, aproximadamente, 15 minutos (de carro) de Gramado.

 

A cidade: Simpática. Arquitetura semelhante à de Gramado. A Catedral de Pedra é linda, imperdível, principalmente à noite. A iluminação exterior dá um tom diferenciado para o local.

 

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Parque do Caracol – Cascata do Caracol. Decepcionante. Não pela beleza natural do local, mas pelo grande movimento de turistas no dia que visitei (feriado de sete de setembro). Por volta das 10h, havia dificuldades para acessar o parque. A fila de veículos era grande. Já no parque, uma placa avisa sobre a escadaria de cerca de 700 degraus, salvo engano. Bem, deve valer a pena o esforço (foi o que pensei). Enquanto descia às escadas, o fluxo de pessoas me incomodava. Muita gente descia e subia a estreita escadaria de ferro. Quem subia, estava com a língua no chão. Quem descia, era uma empolgação só. Fazia calor. Ainda na descida, eu já poupava esforços, previa o pior. Há pontos de descanso. Após a cansativa (sim) descida, enfim, chegamos ao espaço onde deveríamos apreciar a bela queda d’água, em um ambiente de paz, tranquilidade e harmonia com a natureza. Pois é, deveríamos. A verdade é que o espaço é pequeno, a farofa é muito grande, enfim, impossível contemplar qualquer beleza com os demais se aglomerando em sua volta e falando aos borbotões. Enfim, logo que cheguei, queria sair rapidamente dali. A cascata é... Bonita. Após a decepção, subir. Com passos muito curtos, eu subia. O que tornou o meu regresso menos penoso que dos açodados atletas. Ao chegar à extremidade alta, caminhei um pouco e vi que havia uma bela vista da mesma cascata, tão bela quanto, sem qualquer esforço. Nada mais para ver.

 

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Parque da Ferradura. Ora, ora, ora... Quem gosta de sossego, eis o local. Na mesma estrada que leva ao congestionado Parque do Caracol, siga um pouco mais adiante, em estrada ruim, daquelas que o turista odeia pegar, ou seja, ele não vai. Assim como no Parque do Caracol, há um custo de entrada. O parque estava tranquilíssimo se comparado ao já referido. Possui belos mirantes dos cânions da região. Quatis passeiam livremente. Há trilhas curtas e longas. Como dispunha de pouco tempo, fiz a curtíssima. Quanto menos se anda, menos se vê. Mas, ainda assim, fiquei satisfeito com o que presenciei.

 

Restaurantes. Pizzaria Toca da Bruxa. Ótima. A pizza é ótima? Não. A criatividade é de se aplaudir. O local é surpreendente até mesmo para quem é de São Paulo. A decoração é muito bem feita, toda baseada em bruxaria. As pizzas levam nomes curiosos, tais como: cavernosa, tenebrosa etc. O preço é bom. O atendimento não é excelente, mas é coerente com a proposta do local, pois são funcionários jovens, sem muita preocupação com formalidades. O rodízio oferece opções de pizzas salgadas e doces, que dão uma tapeada. Fica localizada ao lado da Catedral de Pedra, não é difícil de achar. Strudelhaus. Bom. Em um primeiro momento, achamos não ser o lugar, pois a placa na fachada indicava outro nome, também em alemão (óbvio, não lembro). Chegamos por volta das 14h30min. Uma placa informava que o restaurante funciona até às 15h. Ufa! Na bacia das almas. A proprietária nos recebe e diz que se tivéssemos ligado, ela diria para não irmos. Que beleza! Olho em volta, mesas cheias. Ambiente simples. Trata-se de uma casa com decoração em estilo alemã. Sabe como é... Relevo a abordagem da senhora e espero ser recompensado por um bom prato. Segunda abordagem, já na mesa, e: vai demorar. Certo. Peço um prato que se resume em um filé de carne de porco coberto com queijo e acompanhando batatas, parecia saboroso (óbvio, não lembro o nome). Realmente demora. Comentários positivos em mesas ao lado. Fazia calor. Chega o prato e... Ótimo. Muito bem feito, apetitoso e bem servido. Satisfez as expectativas. Durante a refeição, o chef, um alemão, foi até a nossa mesa verificar nossa satisfação. Ora, um bom atendimento no local, e de um alemão. Ironias da vida, o alemão simpático e a brasileira devendo. Quem diria hein? O apfelstrudel é dos melhores. Recomendo. Vá com os ouvidos tapados e a boca bem aberta.

 

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NOVA PETROPOLIS

 

Para quem vai de Porto Alegre à Gramado pela Rota Romântica, é inevitável passar por dentro de Nova Petrópolis. Na avenida principal (15 de novembro) estão os principais pontos turísticos e comerciais. Não tive tempo de conhecer o parque Aldeia dos Imigrantes, mas parecia um agradável passeio de fim de tarde. O Labirinto Verde parece mais fácil do que é. A venda de artigos de couro predomina, mas não vi preços muito mais convidativos que os de Gramado. Como o restaurante Colina Verde estava fechado (eram mais de 15h), decidimos almoçar (tarde como sempre) no Opa’s Kaffeehaus. Serve um bom café colonial, com produtos frescos e doces atraentes. Recomendo. Tem bela vista da região e, claro, a decoração, assim como o figurino das atendentes, é toda em estilo alemão. O som dos passos das atendentes ainda é muito presente na minha memória. Quem já foi, sabe do que falo. Quem irá, saberá.

 

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TRÊS COROAS - TEMPLO BUDISTA CHAGDUD GONPA KHADRO LING

 

Foi uma boa ideia retornar a Porto Alegre por Três Coroas. Como já tinha a intenção de visitar o - tão bem falado - templo budista, decidi fazer isso no último dia, no retorno. Pegamos estrada pela manhã, no dia 08/09, optando por uma rodovia diferente daquela que utilizamos para chegarmos à serra gaúcha. Isto, pois retornar de viagem com passagem pelo templo seria, até mesmo, uma maneira de finalizar nossos dias sob as bênçãos do Buda. Ignorância a parte, encontramos nosso destino sem grandes dificuldades ao chegar a Três Coroas. Após trafegarmos por uma estrada sem pavimentação, um portão. Pelo interfone, tivemos acesso e fomos orientados a começarmos a visita pela sala de vídeo. Assim, fizemos. Após o vídeo elucidativo sobre o local, fomos ao belo templo. Muitos turistas. Mas, o silencio era respeitado. Tudo é muito bonito. Realmente é algo imperdível, pelas belezas naturais e arquitetônicas do lugar, assim como pelo aprendizado sobre o budismo. Ainda há uma loja com mimosos artigos ligados à religião. Para quem gosta de aprender, é dever.

 

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PORTO ALEGRE

 

Não tenho muito a dizer sobre Porto Alegre, pois tivemos curta passagem pela grande cidade. Como nosso voo de retorno estava programado para as 19h e deveríamos entregar o carro antes das 14h, teríamos algum tempo na cidade. Sendo assim, planejamos almoçar em uma churrascaria. Seguimos viagem de Três Coroas até a capital gaúcha com tranquilidade. Entregamos o veículo alugado e ouvimos algumas dicas sobre boas churrascarias na cidade. Resolvemos apostar em uma delas e tomamos um táxi no aeroporto, já por volta das 15h (sem novidades). Claro, apesar de ser sábado, a churrascaria estava fechada. Decepção. Ainda no táxi, lembramo-nos da Semana Farroupilha e solicitamos que fossemos transportados até o Parque da Harmonia. Aliás, o taxista, de nome Silvio, era atencioso e honesto. Este deixou-nos seu telefone para que pudéssemos entrar em contato a fim de que ele fosse nos buscar no mesmo local onde nos deixou. Adentrando ao parque, ambiente tipicamente gaúcho. Pilchas, galos enormes, churrasco. Caminhando entre os piquetes, procuramos algum com ambiente mais familiar para almoçarmos (não sabíamos que havia praça de alimentação). Paramos em frente um deles, vimos um bom ambiente, familiar, e logo um típico gaúcho das missões nos abordou. Questionamo-lo a respeito dos valores para o almoço. Ele, então, convidou-nos para conhecer seu piquete e almoçarmos com sua família e amigos. Eles já haviam almoçado, mas conseguiu alguns pedaços de costela e pão de alho para nós, que caiu como uma luva. Matamos quem nos matava. Após, ele sentou-se conosco, apresentou-se, assim como aqueles que ali estavam e contou sobre o que ali acontecia. Convidou-nos, ainda, para desfilarmos e nos presenteou com um de deus livros. Afinal, o Sr. Cândido Brasil é poeta. Ali, também se fazia presente Savio Moura, cartunista dos bons. Quando nos demos conta, estávamos inseridos em meio a pessoas muito gentis e cultas. Encerramos com chave de ouro nossa passagem pelo sul. Quando não mais esperávamos, uma agradável tarde de sábado. Meus sinceros agradecimentos. O taxista veio ao nosso encontro como combinado e contou-nos sobre as boas e baratas churrascarias de Porto Alegre. Disse, veladamente, como somos idiotas em pagar tão caro por um rodízio em São Paulo. O voo pela TAM foi ótimo e rápido, o avião veio voando. Em menos de uma hora estávamos na capital bandeirante. Voo da TAM, vindo de Porto Alegre, pousando em Congonhas – más lembranças? Para mim, ótimas lembranças.

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Aê Thiago,

 

Gostei do relato, também sou novo (inexperiente) aqui no mochileiros.com, vi que vc fez uma viagem gastronômica pelo sul, como não conheço a região (ainda) fiquei curioso em ir a locais como a Pizzaria das Bruxas e outros locais descritos no relato.

Como é o transito por lá, de Poa a Gramado? Poa é muito complicada?Reservei um dia para a capital do Rio Grande do Sul.

 

Continue relatando suas trips, eu particularmente gosto muito de ler como foram as impressões dos lugares nas visões de pessoas que não fazem parte de meu cotidiano. Parabéns, nos próximos publica umas fotos dos pratos.

 

Quanto a Fondue, toda trip que se preze tem que oferecer experiências novas e você deve encarar a novidade como algo prazeroso. Eu vou procurar por um restaurante bem legal e com bom preço também e que aceite criança. Gramado parece ser lugar para casal em lua de mel. rsrsrs!

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Pedroinpipa,

 

obrigado. O trânsito é sossegado na rodovia. Não tive problemas com isso. A velocidade no trecho de serra é de 60 km, mas não há radares fixos no trecho de serra entre POA e Gramado, pela Rota Romântica.

 

Quanto à POA, aproveite as churrascarias, pois, pelo que ouvi, são boas e baratas. Ou seja, deixe para comer carne em POA e não na serra. Pegue dicas com a população local.

 

A Toca da Bruxa para crianças será encantadora, aposte.

 

Encontrará opções que agradam ao romantismo e a infância.

 

Outra dica é: não tente conhecer tudo, mas procure o principal de tudo. Será mais prazeroso e menos cansativo. Trouxe essa lição.

 

Publique seu roteiro, terei o maior prazer em "palpitar", rs... Tive uma ótima experiência em Porto Alegre, o que indica que, em se tratanto de viagem, as belas experiencias vêm de onde você não imagina.

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Oi milena,

 

pois é, realmente haverá muitos turistas, mas também tem seu charme, rs. O carro vai te dar liberdade. Em cidades grandes, como Rio, São Paulo etc, o carro é desnecessário. Já em cidades pequenas, eu acho útil. Mas, depende do seu roteiro, o que pretende visitar etc. Eu alugaria de novo.

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  • 2 meses depois...
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Então Thamires Coelho,

 

Em sete dias:

 

Passagens áreas (São Paulo - Porto Alegre): 350.

Aluguel de carro: 1.000 (valor mais alto por ser automático).

Hospedagem: 1.000.

Alimentação: 550.

Outros (ingressos, lembranças etc): 200.

 

Em duas pessoas, você gastará entre 1.700 e 2.300. Depende do seu roteiro e da sua exigência de conforto.

 

Thiago.

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  • 2 anos depois...
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bom thiago, voce disse que ficou hospedado entre 01/09 a 08/09 porem nao relatou quanto tempo passou em cada cidade

 

é provavel que eu acrescentaria ai a cidade de Nova Petropolis no meu roteiro, e nao ficaria ai em torno de 7 diarias aproximadamente, ficaria o dobro disto, entre os dias 11 e 30 de outubro

 

na sua experiencia foi melhor ficar em tres hospedagens diferentes ou melhor alugar um carro e fazer o percurso dia a dia nas cidades supracitadas?

 

eu tenho duas opçoes:

 

faço um planejamento de dias em cada cidade ficada em cada periodo em uma hospedagem diferente

 

ou

 

fico em um ponto fixo (exemplo gramado) e faço o roteiro de carro ou de transporte publico

 

quais sao as opçoes viaveis?

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