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Travessia do Lagamar - De Cananéia/SP a Paranaguá/PR


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“Vocês já viram a previsão?” Perguntei. “35 mm de chuva no sábado e 28 mm no domingo para Cananéia. Vocês tem certeza que querem ir?”

“Nem vai chover tudo isso não, só chuva no final de tarde.” Responderam. “Chove em Cananéia, mas não chove no Cardoso” falaram.

“Então tá bom, amanhã a van sai às 05h00min.” Respondi a todos.

 

E assim começou mais uma aventura da AMC, debaixo de muita chuva e risadas, e com a mão de Deus cuidando de todos nós.

Sábado de carnaval, 05h00min da manhã embarcamos eu, Matias, Cris, Denise, Cassiana, Wilson, Hadassa, William, Suzuki, Viviane, Cidinha e Michele na van com destino a Cananéia/SP, para dar inicio a Travessia do Lagamar, de Cananéia a Paranaguá, cruzando duas baías, duas ilhas e passando por dois estados.

Chegamos a Marujá, Ilha do Cardoso perto do horário do almoço. Lanchamos, pegamos água e começamos a caminhada rumo a Pontal do Leste, extremo sul da ilha. No começo caminhamos pela parte de dentro da ilha, voltada para o canal. Vamos conhecendo a vila, com suas casas simples e arrumadas, pousadas, restaurantes e campings. Tudo é simples na vila aonde não existem carros, asfalto e stress.

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Após breve caminhada chegamos à longa praia, e o nosso destino está lá no horizonte. O tempo está instável, chove fraco, para, volta a chover, o sol ameaça aparecer, chove novamente. Tanto melhor, se estivesse um solzão de rachar seria bem mais cansativo.

Perto do final de nossa jornada a chuva começa a engrossar, justo quando chegamos às primeiras casas do Pontal. Logo na segunda achamos abrigo com o Seu Antônio Sergio, que gentilmente nos cede sua varanda para nos abrigar e seu quintal para o acampamento. Vendo que a chuva não daria trégua e pensando naquelas 12 pessoas habitando sua varanda a noite inteira Seu Antônio se “lembra” que tem uma casa vazia que ele aluga para veranistas ali do lado, e nos oferece pelo mesmo valor do camping ($15,00 por pessoa). Aceitamos na mesma hora e partimos debaixo do toró para nosso novo lar.

A casa de madeira tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e sacada, e abrigou a todos nós confortavelmente. É sempre bom ver como Deus cuida da gente, ele mandou a chuva, mas também mandou a casa. Deus é bom!!!

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Montamos o varal, tomamos banho (quase todos...) e vamos preparar nosso jantar comunitário: cada um leva sua comida e na hora juntamos tudo. Suzuki e William, membros do CPM e não habituados com nosso costume, preferem fazer suas jantas individuais, apesar da insistência de todos para que participassem de nosso jantar comunitário. Mas isso foi só no primeiro dia, depois mais enturmados participaram dos demais.

Frango desfiado, feijão, arroz e calabresa foram os pratos principais. Depois de alimentados cada um vai se ajeitando para dormir, e como ninguém quis, faço uso do mosquiteiro que tem na casa.

No dia seguinte, conforme a previsão, mais chuva. Colocamos em votação as possibilidades: sair na chuva e ir pra Dona Rosa em Superagui, para no dia seguinte partir para a vila de Superagui, ou ficar mais um dia na casa, visto que o último dia seria de folga na vila. Ganhou a preguiça, ficamos mais um dia na casa, apenas passeando pelo Pontal, curtindo a praia e a chuva... Neste meio tempo aparecem dois mochileiros molhados procurando pelos Montanhistas de Cristo: eram Lila e Valtair que tinham visto o evento no Facebook, me ligado e marcado de encontrar-nos em Cananéia. Eles atrasaram na ida para Cananéia, chegando lá somente após o almoço, e iniciando a caminhada no final de tarde. Dormiram na comunidade da Enseada da Baleia e nos encontraram graças à esposa do Seu Antônio, que trabalha no restaurante e ouviu-os comentando que estavam nos procurando.

Agora somos 14, e vamos passear e conhecer as belezas do Pontal do Leste, estreita faixa de areia e restinga entre o mar e o canal. Encontramos o restaurante que trabalha a esposa do Seu Antônio, e vamos almoçar lá, a beira do canal de frente para a vila de Ararapira.

A chuva vai e volta, mais forte e mais fraca durante o dia. À noite voltamos a fazer nosso jantar comunitário, e desta vez são os cariocas que ficam de fora. Mas assim como Suzuki e William, só no primeiro dia... Quatro tipos de risoto, purê de batata com carne de sol foi o cardápio.

No terceiro dia não tem escapatória, ou voltamos de barco pro Marujá e abortamos a missão ou seguimos para Superagui. Partimos no barco do Seu Antônio para o outro lado do canal, diretamente para a praia deserta da Ilha de Superagui, chegando no Paraná.

A caminhada aqui é mais rápida, pois a chuva aperta mais que no primeiro dia e não fazemos tantas paradas. No início da tarde chegamos à casa de Dona Rosa e somos recepcionados por ela e seu filho Carlinhos. Gente simples e de um coração gigante. Acomodamos-nos no quintal de sua casa com nossas barracas e tomamos conta da sua varanda, sala e cozinha. Vamos aproveitar que a chuva deu uma trégua e tomamos banho de mar e rio.

À noite novamente nosso jantar comunitário, dessa vez com os 14 integrantes da trupe e mais nossa convidada de honra, a dona da casa. Macarrão alho e óleo, ao molho de carne, carne seca com mandioca são os pratos desta noite. Valtair nos serve um típico doce de mocotó de Volta Redonda, que me fez lembrar a casa de minha avó materna no Rio de Janeiro, há muuuuuuito tempo atrás.

Esta noite iremos dormir nas barracas, e pra variar a noite chove forte. Mas Carlinhos nos cedeu lonas e as barracas estão protegidas.

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Quarto e último dia, o de menor caminhada e dia de pegar o barco para Paranaguá. Acordamos cedo com os gritos de “BOM DIA OTÁVIO” do William, desmontamos o acampamento, tomamos café e partimos rumo à vila de Superagui. Como o tempo está ruim, e a querendo antecipar a compra das passagens, seguimos pela trilha que corta caminho, totalmente alagada.

Chegamos a Superagui pouco antes do meio dia, e estacionamos no trapiche para saber que a barca viria somente às 14h00min. Aproveitamos para almoçar por ali mesmo. Neste meio tempo eu e Matias vamos até o camping do Seu Posidônio levar a encomenda do Cover.

Chega um barco e todo mundo corre para o trapiche, alarme falso, era outra barca de uma excursão. Mas deu pra ver que ninguém faz fila nem respeita quem chegou primeiro...

Quando o barco realmente chega é um corre-corre só: salve-se quem puder e quem for mais esperto ou forte embarca antes e consegue um bom assento. Barca lotada saímos de Superagui 14h30min... para às 14h35min o barco parar com aquecimento. Quando o marujo abre a tampa do motor (que fica embaixo do barco) sai uma fumaça branca e começa o alvoroço: muitas pessoas se desesperam e correm pra vestir o colete salva-vidas e se posicionam nas portas prontas para pular no mar. Mas estamos do lado do trapiche...

Depois de uns 40 minutos conseguem arrumar o barco, mas resolvem ir pelo caminho mais tranquilo e longo, por dentro da baía. São cinco longas horas de viagem até Paranaguá.

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Chegamos todos são e salvos em Paranaguá perto das 19h00min, avisamos a van e vamos lanchar. O nosso motorista Márcio nos conta que a estrada está parada por causa da volta do carnaval, então lanchamos sem pressa nenhuma. A estratégia deu certo, quando pegamos a estrada já estava normal, viagem tranquila de volta para Curitiba.

E lá se foi mais uma aventura AMC, com muiiita chuva, amizade, risada e a certeza que Deus gosta muito da gente. Sentimos durante toda a viagem o cuidado de Deus para conosco, seja nos arrumando uma casa durante a chuva, seja consertando o barco estragado, ou na viagem tranquila pelas estradas lotadas do carnaval.

 

“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.”

Salmos 46:1

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  • 2 semanas depois...
  • 3 anos depois...
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olá Otávio, vi um comentário seu aqui no Mochileiros sobre a possibilidade de fazer o trajeto ilha do cardoso - superagui - ilha do mel de barco. Eu faria o caminho contrário pois vou com uma amiga de carro até ilha do mel. Sabe me informar como faço pra ir a Superagui e depois Ilha do Cardoso? Agradeço!

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