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Treze dias no Chile!!! Santiago, Pucón, San Pedro de Atacama


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  • Membros de Honra

[align=justify]Relato de viagem de um mochilão pelo Chile. Foi minha segunda viagem para fora do Brasil e, como na primeira, sozinho!

 

A idéia inicial era passar 15 dias em território chileno, mas no meio da viagem reduzi para apenas 13 dias. As causas dessa mudança foram várias, mas o que mais influenciou foi o mega feriado chileno – as Festas Pátrias, feriado de dois dias que se estende pela semana inteira: o dia 18 ou o Dieciocho, quando é comemorada a independência do país; e o dia 19, dia das glórias do exército. Começou na quarta-feira e só terminou no domingo. Nessa época tudo fica mais caro no país, principalmente passagens de ônibus que duplicam de preço e se esgotam facilmente para cidades próximas de Santiago e ao sul. É praticamente impossível conseguir passagens para qualquer um dos dias do feriadão ou nos dias próximos a ele – de quarta a terça-feira – sem ser com antecedência. Com esses dois dias, saiu do roteiro a estadia em Puerto Varas. Porém, valeu a pena. O clima entre os chilenos nessa época é muito bom, todo mundo se diverte, reúne a família, come bastante, bebe chincha e coloca a bandeira do Chile pra fora da janela, nos carros e nos edifícios. Achei que era por orgulho nacional, mas depois descobri que uma lei os obriga a fazer isso nos edifícios.

 

Para a viagem, fui com tudo planejado, ou seja, quais atrações e locais que iria visitar na viagem, alterando muito pouco o planejamento durante a própria viagem, normalmente só invertendo os dias que havia planejado fazer determinada coisa.

 

Os valores expressos aqui estão em pesos chilenos, salvo quando houver o R, de reais, na frente do cifrão ou US, significando dólares norte-americanos. Na época da viagem, UM real equivalia a cerca de DUZENTOS E OITENTA pesos chilenos e cerca de 1,80 dólares norte-americanos.

 

Obrigado novamente a todos que ajudaram![/align]

  • Gostei! 1
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  • Membros de Honra

[align=justify]Santiago

(cinco dias – 13 a 17/09)

 

Consegui passagens de ida e volta do Rio a Santiago mais passagens ida e volta de Santiago a Calama – tudo por R$ 1.173 pela LAN. Quanto a dinheiro, levei apenas US$ 170 e R$ 200 no bolso, além do meu cartão de crédito Mastercard, de débito Maestro (ou Redeshop) e o cartão do Banco Itaú, onde tenho conta. Há caixas eletrônicos do Itaú em Santiago e Valparaíso, entre outras cidades, mas não consegui sacar em nenhum deles, pois os caixas não são desta rede bancária, parece que somente um deles tem caixa realmente do Itaú, mas não sei qual. Saquei diretamente em pesos na cotação oficial com o Maestro em outros bancos. Acho que essa é a melhor solução. A taxa é de R$ 9 por saque.

 

Cordilheira dos Andes - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/6/photos/24/1200x1200/1/IMG-1165.jpg?et=jR0ls%2BJ7PDpI4kLEzi7qzA&nmid=118776683 240 320 Cordilheira dos Andes]Embarquei no aeroporto do Galeão às 13h40 e segui viagem por cerca de 3h30 quando começamos a atravessar a Cordilheira dos Andes. Já a tinha visto dois anos antes e havia me apaixonado. Revê-la assim de cima foi alucinante! Um visual maravilhoso com a cordilheira repleta de neve, pontos altos e baixos. E foi assim por uns 10 a 15 minutos. Renderam várias fotos... Antes das 17h20, horário programado para o avião pousar, já estava no aeroporto de Santiago.

 

Para ir do aeroporto Arturo Merino Benítez até o Centro de Santiago há três opções: táxi, van e ônibus. Há duas companhias de ônibus que fazem o trajeto e saem a partir de 5h30 até a meia-noite, custando $1.700. Suas paradas são em algumas estações do metrô. Como não sabia muito bem sobre isso, fiz a maior burrada e optei por pegar um táxi, que saiu bem mais caro – a corrida até o Plaza de Armas Hostel, onde fiquei, saiu por $15.000. O preço das vans para o mesmo trajeto varia de $5.000 a $15.000, depende do número de pessoas.

 

Quanto ao albergue, ele fica na Plaza de Armas e a diária custa cerca de $6.000. É muito bem localizado, próximo a diversos pontos turísticos no Centro da cidade e de duas das cinco linhas do metrô. Porém, achei o albergue um pouco sujo, além de quase nunca ter papel no banheiro e, dos três boxes com chuveiros existentes, apenas um funcionava, mas demorava quase cinco minutos para a água esquentar e era difícil de chegar em uma temperatura agradável – ou a água ficava muito quente ou fria. Além de tudo isso, perdi uma van para o aeroporto por culpa do cara da recepção que não acordava e tive que enfrentar o Centro da cidade de madrugada atrás de um táxi qualquer. Sorte que o porteiro do prédio me fez companhia, pois antes dele chegar, havia um mendigo enchendo o saco. Mas isso é história para mais para frente...[/picturethis]

Plaza de Armas - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/7/photos/24/1200x1200/41/IMG-1320.jpg?et=%2BaZbbUcBv44BTP4B8v%2BC4w&nmid=118776683 320 240 Plaza de Armas]Como cheguei ao final da tarde, não deu para fazer muita coisa no mesmo dia, mas andei bastante pelas ruas próximas para me ambientar. Caminhei pela Plaza de Armas, pelo Paseo Peatonal Ahumada e outros calçadões próximos como os Paseos Huérfanos, Estado e Puente, entre outros. Aproveitei, depois de uma primeira refeição, para comer o famoso sorvete chileno da sorveteria Bravíssimo – que exagero! O menor sorvete que tem por lá é gigante! Legal mesmo são as diversas misturas que fazem com os sorvetes, coberturas, frutas e outras combinações exquisitas. Vale a pena experimentar!

 

No segundo dia, como era domingo, aproveitei para conhecer as cidades de Valparaíso, Viña del Mar e Reñaca. Antes, parei para tomar um café-da-manhã – um completo, o famoso cachorro-quente chileno com pasta de abacate. É bom! Depois, peguei um ônibus para Valparaíso e, a princípio, tentei conhecer tudo por conta própria. Realmente tentei, mas não consegui. Andei por perto da rodoviária e em volta do gigantesco Congreso Nacional, mas achei a cidade, em uma primeira impressão, pobre e com muitas pessoas estranhas. Assim, resolvi pegar um tour para conhecer tudo na própria rodoviária. Conhecemos a Plaza Sotomayor, onde está a Marinha Chilena e, embaixo do monumento aos mártires navais do país, encontram-se enterrados alguns dos Héroes – como são chamados alguns marinheiros que deram a vida para destruir um navio peruano na batalha naval de Iquique. Próximo à praça, pude visitar o píer de Muelle Prat, onde atracam diversos grandes navios. Depois, fomos ao Cerro Concepción, pegando o funicular mais antigo da cidade – o Concepción. Ele sobe por uns 800m e leva ao bairro neste morro, onde há uma feira de artesanato e o Museo Naval y Marítimo. Por último, visitamos a casa-museu de Pablo Neruda na cidade – La Sebastiana. Uma casa que merece ser visitada. Neruda habitou do terceiro andar para cima, onde se pode apreciar toda a arquitetura da casa, construída como se fosse um barco, com diversos cantinhos, cores, escadas e tetos baixos, e muita madeira. E, como nas outras casas, ela é cheia de “coisinhas” suas, compradas nos diversos lugares que visitou pelo mundo ou que ganhava de famosos amigos.[/picturethis]

Após a visita a Valparaíso, fomos a Viña del Mar. A primeira parada foi para conhecer o famoso Reloj de Flores, que tem origem controversa. Parece que foi um presente da Suíça, parte da construção de uma praça, pelo convite feito ao país para participar da Copa do Mundo de Futebol do Chile, que teve o Brasil como campeão – o relógio é uma provável menção a Pelé que não era nenhum pouco pontual para chegar aos treinos da seleção. Parece que todo grande jogador brasileiro é assim... Quanto à praia de Reñaca, nossa segunda parada após atravessar a cidade toda, nada demais. Mar forte onde é proibido o banho.

 

Viña del Mar - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/6/photos/24/1200x1200/24/IMG-1267.jpg?et=Ffwyx4EzekerkP5rfor71Q&nmid=118776683 320 240 Viña del Mar]De volta à parte central de Viña, fomos ao Casino Municipal, um local bonito em frente à praia. Caminhei um pouco pela Playa Acapulco, onde “tive” que tocar nas águas do Oceano Pacífico – não poderia deixar passar a oportunidade! O trecho de praia entre o píer e o canal é poluído, ou seja, não é recomendável o banho. Logo após, visitamos o Museo Francisco Fonk, onde está um dos dois únicos Moais fora da Ilha de Páscoa. Bacana! E, por último, fomos à Quinta Vergara, onde passeamos pelo lindo parque e conhecemos seu imenso anfiteatro do qual são muito orgulhosos devido ao festival mais importante da música latina que ali acontece – o Festival Internacional de La Canción de Viña del Mar.

 

Após o belo passeio, seguimos para a rodoviária, onde peguei o ônibus de volta a Santiago. Segui pela cidade com uma família santista que conheci no passeio – o casal Marcos e Sandra e sua filha Paula – até o Patio Bellavista para ver o esquema do esqui. Eles haviam fechado o transfer com a agência Turistik no próprio Pátio – um pequeno recinto a céu aberto que reúne inúmeros restaurantes e lojas de artigos artesanais no bairro Bellavista. Estava motivado a esquiar no dia seguinte, pois nenhum museu estaria aberto na cidade, mas achei o preço da agência um pouco salgado. Como não tinha muita opção, fiquei de confirmar na manhã seguinte.[/picturethis]

Consegui uma indicação do albergue para esquiar e logo bem cedo da manhã fui a uma pequena agência – em Bellavista também – e consegui preços um pouco melhores. Aluguei tudo sem pensar duas vezes e me levaram a Valle Nevado com um grupo de cerca de seis casais – todos brasileiros! A maioria era de Porto Alegre e São Paulo. Alguns tive mais contato, outros nem tanto.

 

O caminho até o vale é um pouco longo, mas percorre a parte mais rica de Santiago. Enormes modernos arranha-céus, belas casas e prédios estão presentes para todo lado que se olhe. Já na Cordilheira dos Andes, a subida é um pouco pesada com voltas e mais voltas em uma estrada de terra em que é difícil passar um carro ao lado do outro. Como havia gente no grupo que ficaria em El Colorado, tivemos que passar por lá antes de chegar a Valle Nevado. Conforme o micro-ônibus subia, mais neve aparecia na estrada. Havia horas em que a neve cortada pela estrada chegava a ter a altura do micro-ônibus. Muita neve, morros, buracos e uma paisagem magnífica! Já estava encantado antes mesmo de chegar à estação, onde chegamos depois de quase 1h30 de estrada...

 

Valle Nevado - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/9/photos/24/1200x1200/52/IMG-1353.jpg?et=fpJQsm2Ej7fOWDlkyrO9ew&nmid=118776683 320 240 Valle Nevado]Já tinha lido que aprender snowboard é mais difícil do que aprender esqui e as quedas são bem piores. Como ainda era começo de viagem e tenho um problema no ombro, achei que seria melhor fazer o esqui. Com dois dias de prática já estaria esquiando na boa – segundo dicas de quem já esquiou bastante – e no terceiro seria só para desfrutar do esporte. Isso se encaixava nas minhas expectativas de esquiar três vezes, uma em cada lugar – em Valle Nevado, no Villarrica e no Osorno – caso gostasse. Optei por comprar o tíquete de entrada com a aula coletiva, o que me ajudou bastante. Porém, vale mais a pena comprar uma aula individual para quem tem pouco tempo, pressa para aprender e dinheiro para gastar. Fiz a aula de duas horas, tomei uns tombos, mas estava feliz até que o instrutor me largou na pista – e toda a turma – e sumiu! Só ficou sua última mensagem para não sairmos daquela pista. Ninguém merece...

 

Depois de cair muitas vezes, resolvi dar uma parada para comer e beber água. É importante não deixar de levar água, pois lá em cima o preço é de $4.000 por uma garrafa de 500ml. Um absurdo! Encontrei a família santista com quem fiquei batendo um papo enquanto restaurava minhas forças para voltar ao esqui. Esquiar por quatro a cinco horas para quem está começando não é fácil... Cansa bastante! Depois retornei à pista para mais duas descidas – sem caídas, vale ressaltar – e com direito a curvas “estilosas”! O segredo foi perder o medo e sentir confiança nos esquis. Depois foi partir para o abraço em mais algumas pistas verdes e alguns tombos até dar a hora de ir embora... Fiquei muito feliz de ter conseguido esquiar. Gostei muito! É muito bom![/picturethis]

Após a diversão toda, um gostoso descanso no micro-ônibus no caminho de volta a Santiago. Nesta noite, acabei jantando com dois casais de São Paulo super simpáticos que havia conhecido no passeio e estavam na cidade única e exclusivamente para esquiar. Neste dia provei o lomo a lo pobre, que é um filé de carne com ovos e batatas fritas. Aprovado!

 

No dia seguinte, meu quarto em Santiago, fui conhecer realmente a cidade. O metrô é um ótimo meio para se locomover alguns quilômetros na cidade. São quatro linhas e mais uma complementar que cortam a cidade e são fáceis de utilizar. Andei nas quatro! Porém, o mais interessante é caminhar por toda a cidade, pois a arquitetura de Santiago, em alguns bairros, é muito rica.

 

Mesmo com as pernas um pouco cansadas e doloridas – as botas de esqui machucaram feio minhas canelas – andei muito na capital chilena apreciando a rica arquitetura local. Andei bastante pelo Centro, conhecendo a Catedral Metropolitana, o Correo Central com seu museu que reproduz a estação de correio original que ali funcionou, a Municipalidad de Santiago, o antigo Congreso Nacional que não me permitiu entrar devido às comemorações das Festas Pátrias que lá ocorreriam, a arquitetura do Palacio de Los Tribunales de Justicia e a Casa Colorada. Depois, visitei o excelente Museo Chileno de Arte Precolombino, que mostra toda a história das civilizações americanas antes do domínio espanhol. Caminhei bastante pelas ruas e calçadões centrais, como as ruas fechadas La Bolsa e Nueva York, e segui para o Palacio La Moneda e à Plaza de La Constitución. Fechando o bairro, passeei pelo o mini-bairro Paris-Londres, onde visitei a Iglesia de San Francisco e, após, a Universidad de Chile.

 

Cerro Santa Lucía - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/6/photos/24/1200x1200/79/IMG-1459.jpg?et=17fnuycXwejblX%2Bkw11DEQ&nmid=118776683 320 240 Cerro Santa Lucía]Continuando a caminhada, segui para o bairro Bellas Artes, onde pude ver a Biblioteca Nacional e subir o Cerro Santa Lucía, um pedaço pequeno de cordilheira no meio da cidade. Um passeio bem tranqüilo e agradável. Lá em cima, descansei um pouco e desci para continuar a jornada pelo pequeno bairro Lastarria, onde visitei o Museo de Artes Visuales, na Plaza Mulato Gil de Castro, atravessei a pequena e agradável Calle Mosqueto, com suas pequenas cafeterias, e o belo Parque Forestal em direção ao excelente Museo Nacional de Bellas Artes e o fraco Museo de Arte Contemporâneo. Fuja da Plazuela Vera Cruz, muitos mendigos tiram uma soneca por lá. Por ali, ainda provei a empanada de pino. Depois, tentei ir ao bairro Bellavista, mas já era fim de tarde e não pude conhecer nada por lá, só dar uma volta pelas ruas locais, como as agitadas Calles Constitución e Pio Nono. Porém, não me contentei com isso e voltei mais tarde ao local para provar a famosa pisco sour no Patio Bellavista. Realmente, muito boa! Parece com a nossa caipirinha, mas é mais adocicada e um pouco mais forte.[/picturethis]

No quinto e último dia desta primeira etapa da viagem, continuei meu city tour por conta própria a pé pela cidade. Comecei por onde tinha parado no dia anterior, pelo bairro Bellavista, onde visitei a Casa Museo La Chascona, onde morou o famoso poeta Neruda. Já havia conhecido a casa de Valparaíso e gostei muito de conhecer esta também. A casa conta com um tour guiado de onde se sai sabendo bastante da vida deste autor de belas obras da literatura chilena. Ao sair da casa, peguei o funicular e subi o Cerro San Cristóbal, onde pude conhecer a Virgen de La Inmaculada Concepción – uma estátua de 14m de Maria no cume do morro. A vista de lá é bonita, pois se vê Santiago inteira, mas peguei um pouco de neblina. A partir do morro, se pode pegar um teleférico até o bonito Parque Metropolitano, já no bairro Providencia. Foi o que fiz, onde aproveitei para ver algumas belas vistas da cidade. É importante descer na primeira parada do teleférico se quiser conhecer o resto das atrações do parque, como o Jardín Botánico Mapumelu, com as principais espécies de plantas chilenas. Porém, pegar de novo o teleférico para a base do morro no bairro não é ruim, pois o jardim botânico não é lá essas coisas.

 

Nas ruas próximas à base do teleférico, se pode notar inúmeros belos casarões. Aproveitei a passagem pelo bairro e fui até a famosa Avenida Suecia que parece estar meio decadente. Consegui almoçar barato por ali, apesar da existência de muitos restaurantes caros. De Providencia, tive a “brilhante” idéia de continuar a caminhada pelos luxuosos bairros Las Condes e Vitacura, pois estava louco para visitar o shopping Boulevard del Parque, no Parque Araucano, que já havia visto de passagem a noite e parecia belíssimo. Péssima idéia... Até se passa por belas ruas como as avenidas Alonso de Córdova e Isidora Goyenechea e se vê belos prédios e casas, mas se anda muitíssimo! Se vê muito poucas pessoas andando pelas ruas e um enorme número de carros. São bairros realmente para se andar de carro, similares ao bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, mas sem os imensos condomínios. Depois de quase duas horas de caminhada, cheguei exausto ao shopping que é grande, possui as principais marcas mundiais e chilenas, e um bonito espaço com fontes, plantas e espaços ao ar livre. Dá para ir ao shopping de metrô, é só descer na estação Escuela Militar e andar cerca de 15 minutos.

 

Após essa andança toda, voltei arrasado para o albergue, peguei meus trapos e fui para a rodoviária para pegar o ônibus que me levaria ao meu próximo destino...

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Avião (LAN), Rio de Janeiro - Santiago - Rio de Janeiro: R$ 865

Ônibus (TurBus), Santiago - Viña del Mar - Santiago: $6.500

Táxi, Aeroporto - Centro: $15.000

Táxi, Centro - Aeroporto: $12.000

 

Passeios:

Tour em Valparaíso e Viña del Mar: $10.000

Aluguel de esquis e roupas + transfer para Valle Nevado: $30.000

Aula de esqui + ticket de um dia em Valle Nevado: $41.000

 

Hospedagem:

Plaza de Armas Hostel: $24.000[/align]

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[align=justify]Pucón

(três dias – 18 a 20/09)

 

Após um atraso na rodoviária de Santiago devido ao imenso movimento do feriadão, cheguei por volta de umas 8h em Pucón. Logo que desci do ônibus, senti novamente aquele vento frio patagônico que havia sentido a dois anos do outro lado da cordilheira, o argentino, – um vento absurdo e um tremendo frio! Não tenho idéia da temperatura, mas meu casaco que tinha me dado até calor em Valle Nevado não ajudou muito.

 

Apesar do vento frio, segui para a Hospedaje Sonia a pé e contra o vento. A hospedaria é legal, a Sonia – mãe dos mochileiros, como gosta de ser lembrada – é gente boa, assim como seu marido, o Hérman. O local é limpo, confortável, barato e a cama é deliciosa! Foi minha melhor hospedagem no Chile. O único problema é o horário do chuveiro quente que só funciona de 8h às 11h e de 18h às 23h. O horário até não é ruim, mas nunca é bom ter horário para um bom banho... O preço é legal, $5.000 por um quarto privativo sem banheiro, mais barato que o compartilhado.

 

La Poza - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/13/photos/25/1200x1200/13/IMG-1659.jpg?et=iAIHnSSWzUWIsoaUEkURhw&nmid=120598160 320 240 La Poza]Joguei a mochila na hospedaria e fui caminhar pela cidade. Era dia 18 de setembro, dia das Fiestas Patrias – ou Dieciocho, como é popularmente chamado – e tudo estava fechado. Na verdade, os comerciantes aproveitaram a data para abrir suas lojas mais tarde e só uma ou outra estava começando a abrir. Enquanto estas abriam, dei uma volta pela cidade, vi um pouco do desfile infantil em comemoração à data e fui até La Poza conhecer uma das praias de lagoa de Pucón. A vista de lá é bonita, rendendo fotos clássicas com o vulcão Villarrica de fundo. Por fim, aluguei uma bicicleta para ir ao Lago Caburgua. São 50km, contando ida e volta, da cidade ao lago por uma estrada de asfalto. Porém, resolvi seguir a dica da agência Informaciones Turísticas, onde a aluguei, e fui por um caminho por dentro que leva aos Ojos del Caburgua. O caminho é lindo, às vezes deserto demais, mas a paisagem e as vistas são belas. O problema é que são quase 14km de estrada de terra com subidas e descidas e ainda estava contra o vento! Cheguei aos Ojos cansado. Antes de chegar, havia pensado em desistir várias vezes, pois o caminho que estava fazendo não parecia ser o mesmo do mapa que tinha em mãos. Ainda bem que continuei! Após os Ojos, segui o restante do caminho para o lago.[/picturethis]

Acho que vale a pena ir ao lago um pouco mais cedo para pegar um dos passeios de barco pelo lago. Cheguei lá por volta de 15h e, como voltaria de bicicleta também e havia demorado quase 3h30 para chegar lá, não poderia me demorar muito para não perder a luz do dia, já que não há luz na estrada. Curti um pouco o lago e logo voltei, mas agora pela estrada. Cheguei em Pucón pouco mais de 2h depois e exausto. Para encerrar o dia, um merecido pôr-do-sol na Playa Grande, de frente às águas do Lago Villarrica. Quando devolvi a bike, mesmo falando o quanto me sentia cansado, o pessoal me convenceu a subir o vulcão no dia seguinte. E aí começou o perrengue...

 

Amanheceu, mal levantei da cama e já senti aquela tradicional dor no corpo de cansaço... Bateu a preguiça, vontade de desistir, mas como o pessoal disse e já havia lido em alguns lugares coisas como “a subida não é lá essas coisas”, “dá para subir na boa”, “quase todo mundo consegue” e, como disse um dos guias, “você tem preparo, senão não teria andado cerca de 60 km de bicicleta”. Segui para a agência, botamos as roupas necessárias, enchemos a mochila de apetrechos e seguimos dentro de uma van para o vulcão Villarrica. A van sobe um pouco por uma estrada com neve e logo chega ao Centro de Ski Pucón – a estação de esqui nos pés do vulcão. Lá chegando, hora de botar a luva, gorro etc., pois fazia um frio assombroso. Pagamos para utilizar o teleférico para a ida e a volta, pois ele corta uma parte do caminho, mesmo que pequena, mas a segunda parte do teleférico só é ligada quando a estação realmente é aberta para a prática de esqui. Logo ao sair do teleférico, começamos nossa longa caminhada...

 

Vulcão Villarrica - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/8/photos/25/1200x1200/37/IMG-1734.jpg?et=O0HvNNom0iWkYe0ZE%2ClDyA&nmid=120598160 320 240 Vulcão Villarrica]A vista da caminhada é linda, pelo menos no começo, quando você ainda curte olhar a paisagem. A primeira parte da subida é tranqüila. Sobe-se em linha reta com uma pequena inclinação. Após um primeiro descanso, depois dos primeiros 40 minutos de caminhada, a subida muda de figura. Passamos a fazer ziguezagues na neve e a atravessar pequenos caminhos escorregadios. A partir de então, o corpo começa a cansar mais, pois a subida já possui uma inclinação maior além do ziguezague que aumenta o caminho. Nem 10 minutos depois, algumas pessoas já queriam um novo descanso que aconteceu um pouco depois. Após essa parada, um casal de peruanos começou a ficar para trás. Esperamos por eles na próxima parada, mas já não conseguiam ficar juntos com o grupo. Dos três guias que estavam conosco, um já teve que ficar com eles. O grupo continuou junto até que uma santiaguina e uma alemã foram ficando para trás também. Após mais duas paradas, foi necessário dividir novamente o grupo quando estávamos no último teleférico. Os mais dispostos iriam na frente – eu e mais dois casais: um casal de Chillán e o outro formado por um neozelandês e uma australiana – os demais iriam atrás após um descanso de tempo maior. Nessa hora eu já estava ficando bem cansado e só tínhamos feito cerca de 2 horas de caminhada...[/picturethis]

A caminhada a partir de agora seria mais difícil. O ziguezague seria bem maior, a neve mais escorregadia e teríamos que usar obrigatoriamente o piolet – uma espécie de machadinho para dar mais apoio durante a caminhada na neve. Vale lembrar que era inverno e a neve estava pesadíssima. O casal de chilenos foi ficando para trás e, após a segunda parada, o guia recomendou que esperassem o grupo que estava mais atrás. Eles relutaram um pouco – o chileno já havia subido o vulcão e sabia que se ficassem para trás dificilmente chegariam ao cume, pois há um limite de horário para subir para se ter tempo de descer enquanto ainda é dia. Quando chegamos a um antigo teleférico – foi destruído em uma erupção – começou a pior parte da subida. Começamos a atravessar um glaciar de mais de 7m de altura onde há algumas fendas e onde todo cuidado é pouco. Após atravessá-lo, estávamos em uma subida mais íngreme ainda. O vento começou a incomodar e voltou a fazer frio – antes estava sem nenhum agasalho, pois fui tirando tudo conforme subia, e louco para ficar sem camisa. Além disso, eu estava arrasado de cansaço, praticamente arrastava as pernas e pensava seriamente em desistir porque ainda estávamos passando de um pouco mais da metade da subida. Fui ficando para trás junto com a australiana, mas éramos o último grupo – ou desistiríamos ou chegaríamos todos, sempre juntos. A cada grupo que ultrapassávamos no caminho – a maioria de desistentes – o cansaço aumentava e junto com ele diminuía a força de vontade. Me xingava, me odiava por ter tido aquela idéia de louco, via em pensamentos minha namorada me dando várias broncas por ter tido tal idéia de maluco etc. E isso acabava me dando mais forças! Me empurrava para cima.

 

Cratera do vulcão - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/8/photos/25/1200x1200/49/IMG-1757.jpg?et=QiXYvQgOtZ1rbL%2C%2C3l7xEg&nmid=120598160 320 240 Cratera do Vulcão]Após mais 1h30 de subida – meu estado já era lastimável – chegamos às últimas duas paradas. A partir dali, a subida era a mais íngreme do percurso. Andaríamos por 20 minutos, pararíamos, e andaríamos mais 15 e lá estaríamos. Perguntei ao guia pela última vez se eu ainda poderia desistir, pois não tinha mais condições e, claro, a resposta foi negativa. Mesmo arrasado, consegui chegar ao cume do vulcão cerca de 5 minutos depois do casal. Fazia um frio terrível, só conseguia pensar em colocar toda a roupa possível, beber água e comer um chocolate. A vista de lá é bonita, o gás do vulcão é de um cheiro forte e não muito agradável, mas não se pode chegar muito próximo à cratera devido ao risco de rolar alguma pedra ou escorregar na neve. Não consegui curtir muito meu feito histórico – não haviam muitos lá em cima, uma dezena no máximo, contando todos os grupos de todas as agências – pois realmente estava me sentindo muito mal, além de muito frio. Porém, o mais legal de tudo é a volta – descemos de esqui-bunda do topo do vulcão até quase a estação de esqui. É a hora de relaxar, sentir a adrenalina – tem algumas descidas em ângulos bem inclinados – e curtir a paisagem. O guia estava amarradão na rapidez com que descíamos, pois saíamos correndo na neve para passar as pessoas e pulávamos de bunda, fazendo novas trilhas e sempre em velocidade. Em meia hora já estávamos lá embaixo onde uma última caminhada em neve muito fofa – afundava até o joelho – nos esperava, mas que enfrentamos sem problemas. Foi show de bola![/picturethis]

Chegamos na van onde reencontramos o resto do grupo com cara de maus amigos, só as alemãs pareciam alegres e foram justamente elas que puxaram papo comigo perguntando como era o cume do vulcão e vendo minhas fotos. Após devolver a roupa e o equipamento na agência, voltei para a hospedaria. Ainda não eram 18h – hora em que a água quente seria liberada – e teria que esperar por pelo menos mais meia hora. Estava arrasado de cansaço e frio, muito frio. Tirei toda a roupa e vi que meu corpo estava inteiramente seco, nem sinal de água ou suor. Aproveitei e deitei peladão embaixo das cobertas – o quarto era só para mim! – para me esquentar um pouco até o horário do banho e apaguei. Quando acordei já era meia-noite! Entrei em desespero, pois o banho era só até às 23h! E pior, naquele feriado tão família provavelmente não teriam muitas opções para comer àquela hora! Botei rapidamente uma roupa, fui para a rua e realmente não encontrei muitos restaurantes abertos como suspeitava. Estava sonhando com uma comida boa, mas acabei comendo uma pizza mesmo...

 

No dia seguinte, acordei e fui logo ver minha passagem para Puerto Varas. E para meu desespero, não havia mais! Fui em todas as companhias possíveis e nada, só havia para três dias depois... Como tinha passagem de avião para San Pedro, ficaria complicado ir a Varas. Acabei retirando-a de meu roteiro. Aproveitei e comprei a última passagem existente para Santiago, um dia antes do planejado. Se não fosse nesse dia, só poderia chegar à cidade quatro dias depois e perderia o avião. Com essa confusão toda, só consegui pegar o ônibus de 13h ao Parque Nacional Huerquehue.

 

Achei que ir ao parque somente a tarde não fosse tão ruim, mas foi. Segundo o guarda florestal do parque eu não teria tempo necessário para conhecer o que queria – os lagos Chico, Toro e Verde – e, se não quisesse dormir no meio da floresta sem barraca, teria que ir apenas às cachoeiras que estão no meio da trilha e retornar. E foi o que fiz. Segui pela trilha que atravessa algumas áreas privadas contornando o Lago Tinquilco e que depois adentra na área coberta de árvores. A trilha é tranqüila, bonita e quase sempre bem demarcada. Assim, após cerca de 1h30 de caminhada, cheguei às duas cachoeiras – a Cascada Nido de Aguila e o Salto Trufulco. As duas quedas d’água são bonitas, principalmente a segunda. Na volta, dei uma passada em uns pequenos trechos de praia do Lago Tinquilco, onde o banho é proibido e fui embora sem a sensação de dever cumprido. E com a antecipação de minha saída de Pucón, nem as estações termais conheci. Vou ter que voltar a Pucón...

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Ônibus (Inter), Santiago - Pucón - Santiago: R$ 190

 

Hospedagem:

Hospedaje Sonia: $10.000

 

Passeios:

Subida ao Villarrica (Informaciones Turísticas) + ticket Villarrica: $38.000

Parque Nacional Huerquehue, entrada + ônibus: $6.000

Lago e Ojos del Caburgua, entrada + aluguel de bicicleta: $6.300[/align]

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[align=justify]Santiago

(dois dias – 21 e 22/09)

 

Depois de uma viagem tranqüila, estava novamente em Santiago. A capital chilena, que a princípio não havia me atraído muito, agora parecia mais simpática. Apesar da experiência no Plaza de Armas Hostel não ter sido das melhores, voltei ao albergue para ficar uma noite mais. Deixei a mochila por lá e fui terminar de conhecer a cidade.

 

Se domingo a cidade já não é lá muito animada, uma manhã de um domingo fechando o feriadão mais importante do país não é a mais das animadoras... Fui conhecer primeiramente o Barrio Brasil que ainda não havia visitado. Achei o bairro a pior opção turística da cidade, talvez por causa do domingo de feriado. Foi o único local que vi inúmeros mendigos no Chile. Tentei ir ao Palacio Cousiño descendo do metrô na estação Los Héroes, mas entre as únicas cinco pessoas que encontrei nas ruas próximas do local para pedir uma informação, apenas dois camelôs e um senhor pararam para tentar me ajudar. Ninguém conhecia o palácio, mas me indicaram a rua e falaram para tomar cuidado. Tentei chegar ao local, mas desisti depois de pegar algumas ruas erradas e desertas – como todo o bairro. Tentei parar dois taxistas para ir até lá de táxi, mas se recusaram a parar. Com tudo isso, comecei a ficar com uma impressão muito ruim do bairro.

 

Mercado Central - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/6/photos/24/1200x1200/126/IMG-1823.jpg?et=IJqbRRnBKGQD%2Bi2omy7qpw&nmid=118776683 320 240 Mercado Central]Depois fui à Plaza Brasil, visitei a bonita Iglesia de La Preciosa Sangre e fui até a Plaza Yungay, dentro de um pequeno bairro construído em homenagem à vitória sobre Peru e Bolívia na batalha de Yungay. Lugar tranqüilo e seguro envolto de ruas nem tão seguras assim, mas nada demais. Por último, segui até o Parque Quinta Normal, um imenso parque – muito similar à Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro – que atrai as famílias menos favorecidas da cidade. Um passeio tranqüilo. Vi uma situação diferente – não tinha visto nada parecido ainda no Chile – quando estava entrando no parque. Uma Kombi de policiais perseguindo um camelô aos moldes da polícia municipal do Rio de Janeiro. Me senti em casa! Queria ter visitado alguns dos museus na região, mas o horário não me permitia, pois aos domingos só abrem na parte da tarde. Depois do Barrio Brasil, segui para o Mercado Central para conhecer a região e comer um bom congrio – um peixe chileno – ao molho de camarões. O preço é meio salgado, mas uma vez ou outra vale a pena gastar um pouco mais.

 

A idéia inicial era aproveitar a tarde deste dia para ir à Concha y Toro. Consegui reservar para o horário de 15h30 e tentei ir por conta própria até lá, pegando o metrô até a estação Plaza de Puente Alto. O metrô que vai até lá percorre o trecho da linha 4 pela superfície, passando pelos bairros da periferia, e mais pobres, de Santiago. Da estação teria que pegar um ônibus para Pirque e pedir para descer na vinícola. O lugar onde se pega o ônibus estava deserto e os ônibus que passavam com esse destino eram de péssima conservação, cheio de gente esquisita. Acho que estava um pouco paranóico com isso e quando passou um ônibus de uma linha especial para lá, bem cuidado, preferi não pegar e voltar para o centro da cidade. Me arrependo de não ter pego esse ônibus. Ficou para uma próxima. Aproveitei o tempo livre e fui dar uma volta no Boulevard del Parque para comprar algumas lembranças.[/picturethis]

Já de volta ao albergue, conheci uma galera que havia chegado naquele dia super animada. Tomamos umas cervejas e vinhos e, o mais engraçado, demos um porre no recepcionista do albergue! Na hora foi engraçado, mas o cara ficou tão mal que, de madrugada, quando saía para o aeroporto, não conseguia atender o telefone! E, como imaginei, era o transfer que havia conseguido por $5.000. Fiquei extremamente chateado com a irresponsabilidade dele que ainda demorou cerca de 10 minutos para conseguir ligar para outras empresas. E pior, não havia outro táxi ou van ou qualquer coisa para se chamar por telefone. Só haveria para 20 minutos antes do horário que deveria estar no aeroporto, ou seja, dancei. Que feriado... Acabei descendo para procurar por um táxi na rua, no Centro da cidade completamente vazio. Não passava nada, mas para alegrar minha madrugada, um mendigo começou a me importunar, pedindo dinheiro e, graças a Deus, quando começou a me ameaçar, o segurança do prédio apareceu e deu uma força – expulsou o coitado e me fez companhia para esperar o táxi. Depois de 15 minutos, consegui pegar um pelo dobro do preço do transfer. Que droga...[/align]

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[align=justify]San Pedro de Atacama

(três dias –22 a 24/09)

 

Às 9h da manhã já estava em Calama. Do aeroporto peguei um transfer até a San Pedro de Atacama, cidade-base para conhecer o Deserto de Atacama. Cheguei à cidade em pouco mais de 1h30 de viagem e procurei logo o Vilacoyo, lugar que me hospedaria. O albergue e as pessoas que lá trabalham são agradáveis, só que não há luz nos boxes com as duchas. Não fica totalmente escuro, pois acaba sendo um pouco iluminado pela luz do céu à noite, mas acho que isso é para desencorajar longos e vários banhos, pois a cidade não dispõe de tanta água. Paguei $6.000 por um quarto privativo, sem banheiro, pois é o mesmo preço do compartilhado.

 

San Pedro de Atacama - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/13/photos/26/1200x1200/4/IMG-1833.jpg?et=K4s2Y%2BqTbDVXnj9DAg0rSA&nmid=125373375 320 240 San Pedro de Atacama]A cidade é super tranqüila. As construções são humildes com quase todas mantendo o mesmo estilo e possuindo apenas um andar devido a uma lei local de preservação da arquitetura original da cidade. O chão é de terra em quase toda a cidade e o céu é o mais limpo que já vi. Se vê mais turistas pelas ruas do que pessoas locais. Durante este primeiro dia inteiro faltou luz em toda a cidade que só retornou no meio da noite. Apesar do sol forte, não senti calor com a roupa que vestia – uma calça e uma blusa –mas levei o casaco para meu primeiro passeio pelo deserto que saiu no início da tarde da cidade para conhecer o Valle de La Muerte e o Valle de La Luna.

 

A primeira parada é no próprio Valle de La Muerte, depois de cerca de 15 minutos de estrada. O local é árido e de cor avermelhada com uma paisagem de fundo com alguns altos vulcões, como o Licancabur, na fronteira com a Bolívia. É bonito. Uma vez caminhando no deserto, logo se percebe seu clima seco ressecando a garganta, o nariz e os lábios – estes nem com protetor resistiram ao deserto.[/picturethis]

Valle de La Luna - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/16/photos/26/1200x1200/13/IMG-1874.jpg?et=ux76xEGpNh%2BRdzE%2BchXz7Q&nmid=125373375 320 240 Valle de La Luna]Seguimos para o Valle de La Luna. Primeiro, o avistamos de cima vendo toda sua paisagem realmente similar ao que imaginamos que seja a superfície lunar e depois caminhando por um trecho de terra dentro desta linda paisagem. É um lugar surreal, assim como todo o deserto. O passeio termina com um bonito pôr-do-sol no vale, onde se realçam os vulcões nas redondezas. Um detalhe bacana sobre o Atacama é que a parte realmente seca do deserto é maior que a parte percorrida pelos inúmeros passeios existentes na região e para essa parte não há tours. Só há pessoas por lá nas raras vezes que pesquisadores vão até essa região do deserto com alguns dos guias locais.

 

Dia seguinte fui às Lagunas Altiplánicas que ficam a mais de 4.300m de altitude – são as lagoas mais altas do mundo – e ao Salar de Atacama. O salar é uma gigantesca planície de sal formada pelas águas dos Andes que evaporam no deserto e deixam seus minérios na terra. É sal até onde a vista alcança. Dentro do salar, visitamos a Laguna Chaxa onde a maior atração é observar os belos flamingos chilenos e andinos que por lá habitam. Uma curiosidade é que quanto mais velho é o flamingo, mais vermelho ele é, coloração essa que deriva de sua dieta baseada em crustáceos, algas e plânctons. O branco do salar dá uma paz...[/picturethis]

Laguna Miscanti - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/13/photos/26/1200x1200/60/IMG-2008-STC.jpg?et=zLTL3cOGTP%2B1zTI%2B4ASL8A&nmid=125373375 670 120 Laguna Miscanti][/picturethis]

De lá partimos para as Lagunas Altiplánicas – as lagoas Miñiques e Miscanti – por uma estrada de terra que fazia a van pular um pouco. São duas belas lagoas de água azulada envoltas por inúmeros vulcões e animais que delas sobrevivem como vicunhas, raposas e muitas aves. Há uma vegetação rasteira amarelada próxima às lagoas que dá um tom mágico à paisagem. Logo na chegada ao local, é servido um pequeno lanche pela agência para ajudar na aclimatação e evitar problemas com o mal de altitude – sucos, barras de cereais, doces e muito chocolate! Caminhamos um pouco entre as lagoas, tocamos na água, apesar de ser proibido mergulhar, e tiramos inúmeras fotos. É um lugar lindo.

 

Quebrada de Jerez - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/12/photos/26/1200x1200/70/IMG-2035.jpg?et=7wM0cYnNDOe3GKDrIgQ0ZA&nmid=125373375 320 240 Quebrada de Jerez]A próxima parada do passeio foi em uma pequena cidade chamada Socaire, onde almoçamos em um restaurante na casa onde viviam as senhoras que prepararam a comida. E, como quase em todo restaurante chileno, comemos uma sopa de entrada, o prato principal – destaque para a quinoa, um grão de gosto forte que substitui o arroz na região que provei, mas não gostei – e uma sobremesa. De lá seguimos para a Quebrada de Jerez, um oásis no meio do deserto. É surreal um lugar como esse existir e é maravilhoso ver que para haver vida basta realmente haver um pouco de água. A quebrada é como um cânion no deserto e, no meio dele, um rio muito estreito e raso – tem horas que vira um filete – e esse é um importante rio da região. Loucura! A água gera uma vegetação abundante na quebrada, com árvores frutíferas, flores e outras plantas que contrastam absurdamente com o deserto seco em volta. O local já foi usado por inúmeros povos atacamenhos antes da colonização da região e algumas de suas casas ainda podem ser vistas na Quebrada de Jerez assim como os lugares onde armazenavam alimentos na rocha.[/picturethis]

Para finalizar o passeio, seguimos para a cidade de Toconao. O destaque da cidade é a pequena igreja que foi tombada por já estar de pé há mais de um século e seu sino está no meio da praça e não no alto da igreja, como é a tradição. Tirando isso, só tem alguns lhamas para tirar uma foto e algumas casas de artesanato. Logo depois voltamos à cidade de San Pedro com alguma lição aprendida de todo esse passeio, com certeza.

 

À noite, na cidade, mais uma vez faltou luz. Exatamente no momento que estava arrumando a mochila porque teria que acordar às 3h da madrugada para ir a El Tatio. Por sorte, a hospedaria tem algumas lanternas grandes para essas emergências e deu para arrumar a mala na boa. Nessa noite comi uma carne de porco sem igual com um ótimo custo benefício, pois era o prato do dia – saiu por $2.900 o prato principal com a carne, a sopa e a sobremesa. Só faltou uma bebida... Por isso, recomendo o restaurante Torres del Paine!

 

Geysers del Tatio - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/14/photos/26/1200x1200/86/IMG-2063.jpg?et=5CU8dQ%2CWNZud%2CDgrPKYJgQ&nmid=125373375 320 240 Geysers del Tatio]O dia seguinte foi de empolgação total – auge da viagem pelo deserto! Acordei às três e pouca da madrugada, juntei meus trapos, comi um sanduíche e parti rumo a El Tatio. Após duas horas por uma estrada de doer a bunda, atravessando rios, vendo o céu estrelado mais lindo do mundo e uma escuridão do deserto de arrepiar, chegamos ao campo de gêiseres mais alto do mundo, a mais de 4.300m de altura. Uma grande área coberta de várias colunas de fumaça, algumas com mais de 10m de altura. São colunas de vapor que saem de fissuras na terra após o contato de rios gelados subterrâneos com as rochas vulcânicas. São mais de 60 fissuras!

 

Saímos da van e caminhamos por cerca de vinte minutos entre os gêiseres, em um frio absurdo, com certeza era alguma temperatura negativa. Nunca senti tanto frio. E olha que eu estava com duas blusas grossas, um casacão que combina fleece e parka, uma calça e um gorro. Senti falta das luvas e de uma segunda pele para as pernas. Depois, pausa para um café da manhã no campo de gêiseres com direito a chocolate esquentado em um dos gêiseres. E é nessa hora que acontece a mais linda cena, pois os primeiros raios de sol começam a bater no campo de gêiseres. É um lindo espetáculo de luzes e fumaça que não dura nem cinco minutos, mas fica gravado na mente por uma eternidade, assim espero. Rapidamente o campo está coberto de sol e a paisagem é outra completamente diferente. Realmente uma coisa fenomenal.[/picturethis]

Geysers del Tatio - Leonardo Caetano[picturethis=http://images.leoduca.multiply.com/image/13/photos/26/1200x1200/96/IMG-2090.jpg?et=4jY8n2hy7CaxZSEFN%2BKkBw&nmid=125373375 320 240 Geysers del Tatio]Assim que começou a amanhecer, seguimos para outra parte do campo de gêiseres onde está a piscina termal natural. A água fica entre 32°C e 36°C, mas fora dela é um frio forte. Não mergulhei, fiquei muito na vontade, mas iria pegar um avião naquele mesmo dia e não sabia se conseguiria tomar um banho na hospedaria antes. Senão teria encarado na maior alegria o frio. No caminho de volta, passamos por um pequeno rio povoado de pássaros e fizemos ainda uma parada em Machuca, um pequeno povoado com uma dezena de casas com apenas um ou outro morador em todo o povoado. O povoado é mais utilizado em cerimônias e festas ou quando é celebrada alguma missa na pequena igreja. As casinhas são bacanas – utilizam até energia solar – mas o barato mesmo do local é o churrasquinho de lhama. Deu pena de comer, mas é a principal carne vermelha da região, então, por que não provar? E é gostosa...

 

No meio do caminho de volta, a última visão de vida no deserto antes de retornar a San Pedro – uma pequena lagoa com vários flamingos – estes mais próximos do que na Laguna Chaxa. E, ainda próximo ao local, alguns lhamas com a orelha marcada passeavam pelo deserto, sinal de que possuíam dono. Depois foi um grande trecho de cerca de uma hora de paisagens áridas e alguns cactos, vegetação que ainda não havia visto no Atacama.[/picturethis]

De volta à hospedaria, consegui tomar um bom banho, peguei a mochila e fui para a rodoviária rumo a Calama. Já estava retornando para casa...

 

 

GASTOS PRINCIPAIS:

 

Transporte:

Avião (LAN), Santiago - Calama - Santiago: R$ 307

Transfer, Calama - San Pedro: $8.000

Ônibus (TurBus), San Pedro - Calama: $2.300

Táxi, rodoviária - aeroporto: $5.000

 

Hospedagem:

Residencial Vilacoyo: $12.000

 

Passeios:

Valles, Lagunas e Geysers (Tierra Atacama): $35.000[/align]

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  • Membros de Honra

[align=justify]Santiago

(um dia –25/09)

 

Depois de esperar horas pelo vôo das 22h, consegui embarcar de volta para Santiago. Em duas horas já estava novamente na cidade. Aproveitei para ver algumas lembranças no aeroporto, como os chocolates chilenos Golden Nuss. Maravilhosos! E, claro, não pude deixar de trazer uma garrafa de pisco sour para a alegria dos amigos no Rio.[/align]

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  • Membros de Honra

[align=justify]A viagem foi maravilhosa. Achei as três cidades em um mesmo nível de atratividades – Santiago com o esqui em Valle Nevado, Pucón com o vulcão Villarrica e San Pedro com os gêiseres em El Tatio. Porém, se tivesse que escolher apenas uma, ficaria com Pucón com seu clima de cidade pequena, arrumadinha e aventureira.

 

Em Santiago há turistas de todos os lugares do mundo, principalmente brasileiros. É até engraçado andar pela estação do Valle Nevado, só se escuta português! Nas outras cidades, tem gente de tudo quanto é canto do mundo.

 

Treinei muito meu inglês e, principalmente, meu espanhol. Conheci canadenses, norte-americanos, irlandeses, alemães e vários brasileiros (gaúchos, cariocas, paraibanos e paulistas) em Santiago. Em Pucón, conheci australianos, neozelandeses e alemães. Já em San Pedro, conheci israelenses, finlandeses, franceses e vários paulistas. E sempre, claro, conhecendo diversos chilenos.

 

Para fazer ligações telefônicas, a melhor opção é ligar de locutórios. Para usar moedas no orelhão, desista! Terá que ter muitas e, errando a ligação internacional, ele engole todas as moedas. Ligar com cartão telefônico também não é tarefa fácil porque o cartão tem que ser da mesma empresa da operadora do orelhão ou então tem que se colocar moeda de minuto em minuto. Haja paciência! A ligação em San Pedro é bem mais cara que nas outras cidades. Quanto a celular, até tentei usar meu TIM por lá e, mesmo o habilitando para ligações internacionais no Brasil, não funcionou. E, por depoimentos de alguns, além da TIM, não conseguiram fazer funcionar celulares da Claro também. Conheci um pessoal que usou Nextel por lá e funcionou muito bem.

 

Montei meu roteiro e uma estimativa de gastos baseado em dicas coletadas nos sites Mochileiros, O Viajante e Orkut, e nos guias de viagem Guia Criativo para O Viajante Independente na América do Sul, Rough Guide: Chile e Guia O Melhor de Santiago do Chile. Vários relatos de viagens, álbuns de fotos on-line e blogs também ajudaram. Vou postar as dicas que coletei para essa mochilada no fórum do Chile. Obrigado a todos que me enviaram dezenas de respostas aqui no fórum!

 

Para quem quiser conferir algumas fotos:

• Santiago - http://leoduca.multiply.com/photos/album/24/Santiago

• Pucón - http://leoduca.multiply.com/photos/album/25/25

• San Pedro de Atacama - http://leoduca.multiply.com/photos/album/26/San_Pedro_de_Atacama

 

Abraços,

Leonardo Caetano[/align]

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  • Membros

:oops: Olá, Leo!!

Também farei uma viagem ao Chile com meu marido em meado

de Julho/2009 e meu roteiro, seria conhecer Valp, Viña, Mendoza e etc...e descer até Ushuaya, Puerto

Madryn e finalmente Buenos Aires, pq mesmo conhecendo, eu amei a cidade e sempre tive

vontade de voltar! Só que meu marido,

está querendo ir a SanPedro do Atacama...voce diz em seu relato,

que foi de avião. Estive pesquisando, tem ônibus que sai de Santiago para o Atacama;

SÓ QUE como queremos conhecer os arredores de Santiago como disse acima, voce poderia me dar uma ideia

de como poderíamos fazer o percurso? Estive pensando em ficar em Mendoza e vir descendo...que

vc acha? Poderia me ajudar, se não for incomodá-lo?

Bem, desde já agradeço-lhe, aguardo resposta!

Abraço, Mazzon

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  • Membros de Honra

Oi, Mazzon!

 

Fiquei meio perdido nesse seu roteiro: você quer passar por Valparaíso, Viña del Mar, Mendoza, Ushuaia, Puerto Madryn, Buenos Aires, Santiago e San Pedro de Atacama? Mais algum lugar? Vocês têm quantos dias para fazer essa viagem? Vão fazer tudo de ônibus? Dá mais detalhes aí que posso ajudar...

 

Um abraço!

Leo

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