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Serra da Calçada - Perguntas e Respostas


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[info]Nova Lima, Itabirito e Brumadinho[/info]

 

Serra da Calçada - Brumadinho - Minas Gerais

 

http://m.youtube.com/?reason=8&rdm=4567#/watch?v=GgZucuBEwqE http://m.youtube.com/?reason=8&rdm=9546#/watch?v=GgZucuBEwqE

 

http://m.youtube.com/watch?v=s7NiRyyHoao

 

http://m.youtube.com/?reason=8&rdm=4567#/watch?v=GgZucuBEwqE

 

A Serra da Calçada se localiza a aproximadamente 25km de Belo Horizonte e percorre os municípios de Nova Lima, Itabirito e Brumadinho. É uma área de cerrado que tem como característica uma elevada diversidade e endemismo de espécies de flora nas cangas (nome dado aos terrenos ferruginosos que ocorrem nessa região).

 

Esta área há algum tempo sofre com a retirada de minério de ferro e, segundo denúncia feita por moradores dos condomínios do entorno da serra, atividades de prospecção indicam uma expansão da atuação da mineradora MBR para áreas sensíveis, onde o impacto pode atingir nascentes e cursos d’água que se encontram na zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola Moça.

 

Processo Histórico de Ocupação do Território

 

Os municípios do entorno das unidades, PESRM e EEF, estão situados na Região Central de Minas Gerais, que esteve sob pujante exploração de ouro até o final de 1750, a partir da qual entrou em decadência. Se a descoberta do ouro gerou forte fluxo populacional para a região das minas, sua decadência favoreceu a fuga de parte da população, na busca de outras terras para explorar. Muitos se fixaram na própria região, desenvolvendo atividades agrárias de subsistência. Assim, paradoxalmente, a decadência das minas de ouro, com o esgotamento do minério superficial, especialmente em Vila Rica, teria sido na opinião de historiadores, fator importante na ocupação efetiva da Região Central. A passagem do século XVIII para o XIX representou uma quebra no desenvolvimento, não apenas da Região Central, mas também de todo o atual território mineiro. Ainda no início do século XIX, começou a se impor a extração de ouro através de minas subterrâneas. O século XX marca, em toda a região centro-mineira, a introdução de novas atividades econômicas, especialmente voltadas para a produção metalúrgica e siderúrgica. É importante ressaltar que a Região Central sempre abrigou a sede político-administrativa de Minas, primeiramente em Ouro Preto e, posteriormente, em Belo Horizonte, a partir de 1897. Cabe destacar que Belo Horizonte teve um importante papel polarizador no processo de desenvolvimento industrial desta região, em especial a partir da criação da Cidade Industrial, em 1941. Assim, a capital mineira afirmou sua liderança não somente como centro administrativo, mas também econômico.

 

Pesquisa de Arqueologia Histórica

 

Este estudo baseou-se, sobretudo, nas fontes e dados previamente levantados durante as etapas de Diagnóstico, Prospecção e Resgate Arqueológico nas áreas de abrangência da Mina Capão Xavier, comuns a área do Parque Estadual da Serra do Rola Moça e Estação Ecológica de Fechos, tendo em vista que se trata de localidades circunvizinhas. Na Serra da Calçada, na área de entorno do Parque, há registro de antigas ruínas de um forte do século XVIII. Também já haviam sido detectados em escarpas quartizíticas da Serra da Moeda, no distrito Casa Branca (município de Brumadinho), dois abrigos com pinturas rupestres pelo Setor de Arqueologia do MHNJB/UFMG, além de outras estruturas de mineração, compostas por canais, mundéus e catas. A partir dos levantamentos e diagnósticos arqueológicos e espeleológicos na região a partir dos estudos ambientais sobre a Mina do Capão Xavier, constatou-se a grande incidência de grutas no minério de ferro em todo o Quadrilátero Ferrífero, muitas delas, possuidoras de testemunhos arqueológicos pré-coloniais e históricos. A publicação pioneira sobre esta temática, apresenta os resultados das pesquisas arqueológicas, bioespeleológicas e espeleológicas.

 

 

Situado no distrito de Piedade do Paraopeba, nos arredores do Condomínio Retiro das Pedras, na encosta da Serra da Moeda, mais precisamente na denominada Serra da Calçada, entre as coordenadas 604512 E e 7778954 N.

 

Constitui-se em um pequeno abrigo quartizítico que apresenta pinturas rupestres em uma de suas paredes laterais iluminada parcialmente pelo sol. Situa-se a aproximadamente 600 m do perímetro construído do condomínio, nas adjacências da trilha que se destina à cachoeira Ostra.

 

As pinturas rupestres são, em boa parte, representadas por figuras de zoomorfos, em especial de cervídeos, além de alinhamentos de pontos e outras figuras geometrizantes. As cores predominantes também são as de tons avermelhados. Este conjunto estilístico foi atribuído a Tradição Estilística Planalto, que predomina na região central de Minas Gerais.

 

 

Situado no distrito de Piedade do Paraopeba, entre as coordenadas 601.210 E e 7.779.800 N, município de Brumadinho, no interior do Condomínio Recanto da Aldeia da Cachoeira das Pedras. Trata-se de um abrigo arqueológico com pinturas rupestres em escarpa quartizítica, situado 100 m acima da cachoeira do condomínio, em local de difícil acesso. A maioria das pinturas (aproximadamente cem) se encontra entre 1,0 e 2,0 m de altura, em uma área de 4m2 de uma parede inclinada. O piso do abrigo é composto por blocos, não havendo sedimento arqueológico, nem outros tipos de evidências materiais em sua superfície. As pinturas rupestres são, em boa parte, representadas por figuras de zoomorfos, em especial pequenos quadrúpedes, alinhamentos de pontos, pastilhas, além de algumas figuras geometrizantes. As cores predominantes são as de tons avermelhados. Este conjunto estilístico foi atribuído a Tradição Estilística Planalto, que predomina na região central de Minas Gerais. As pinturas rupestres se localizam em uma parede quartizítca que apresenta sinais de desplacamentos naturais, à ação de intempéries, em especial do calor do sol, acelerando o processo de degradação das tintas. Alguns escorrimentos de minerais e casas de bichos também vêm ocasionando o esmaecimento de alguns grafismos. Queimadas podem chamuscar a parede e danificar o acervo pictural. Não há sinais de depredação humana. Em 1992, a equipe do Setor de Arqueologia do MHNJB/UFMG realizou o levantamento e documentação das figuras ali existentes.

 

Ao longo da Serra da Calçada, podem ser observados vários trechos de antigos caminhos do século XVIII, alguns com escoros de alvenaria de pedra. Na localidade com as coordenadas 605.036 E e 7.778.474 N, estes trechos se encontram bem conservados. É preocupante o péssimo estado de conservação de algumas estruturas ocasionado pelo abandono das mesmas.

 

Segundo Jardim & Jardim (1982):

 

Antes da existência da estrada de ferro do Ramal do Paraopeba, que foi inaugurado em 1914, o comércio entre Piedade do Paraopeba, São José, Moeda e Ouro Preto, era feito por tropas de burros que seguiam por estreitas estradas, antiqüíssimas, cortando as serras. Uma dessas tem o nome de Serra da Calçada por grandes matacões de quartzito, formando uma verdadeira escada. Os trechos calçados, enigmáticas construções, tem origem no trabalho de um fazendeiro da região de Moeda. (ib: 41)

 

As ruínas constituem uma construção quadrangular, com aproximadamente 50x40 metros de comprimento. No seu interior há uma construção menor, também de pedra. As muralhas externas têm apenas uma abertura na frente: uma porta de 3,60 metros de altura e 2 metros de largura. A casa interna tem duas portas, à frente e atrás, e seis janelas laterais. Tudo em pedra maciça e retangular, chegando alguns blocos a 1,50m de comprimento. A construção revela enorme trabalho e habilidade dos seus artífices. (Jardim e Jardim: 1982)

 

Situado no alto da Serra da Calçada (Figura 2.12A), na propriedade da MBR, entre as coordenadas 605.115 E e 7.775.217 N. Ainda compõem este importante sítio, um caminho de pedra, um fosso natural e galerias. É bem provável que haja outras estruturas componentes no entorno das ruínas principais, aguardando uma identificação e documentação mais detalhada. Devido à sua magnitude, suas origens são fontes de especulações de todo tipo. Estas variam desde casa de fundição de moedas falsas até forte militar em virtude da guerra dos emboabas, passando ainda pela possibilidade de ser uma senzala ou ainda um estábulo, especulações pouco possíveis de se acreditar.

 

Segundo Jardim e Jardim (op. Cit), As explicações definitivas sobre as ruínas, entretanto, podem ser encontradas no livro “Noticias Históricas”, de Augusto de Lima Junior. O livro tem um capitulo inteiro especifico sobre a confecção de moedas falsas, em que ficam identificadas essas ruínas como uma antiga casa clandestina de fundição de moedas. O autor descobriu no Arquivo Público Mineiro uma cópia do processo contra os falsários. De modo que, toda a historia dessa casa fica documentada. Nas reportagens que haviam saído em 1977 no “diário da tarde”, já citadas, apareceu, inclusive, um mapa das instalações da fábrica, que foi publicado nesse livro. O capítulo é uma história completa do processo. A história ali narrada, que permite identificar a casa de fundição com as ruínas encontradas no alto da serra da Calçada, define como local da sede das construções clandestinas o povoado de Jesus, Maria e José da Boa Vista. Ora, sabemos através de Waldemar de Almeida Barbosa, que esse era o antigo nome do distrito de Aranha e do povoado junto, atual Melo Franco. Até hoje, inclusive, a igreja de Aranha chama-se Jesus, Maria e José.

 

Esta descrição feita por Augusto de Lima, refere-se a uma casa de fundição existente na fazenda dos Borges de Carvalho, situado próximo a um pequeno povoado que possivelmente seria o povoado do Aranha, em uma cadeia de montanhas que seria a “Serra do Paraopeba”. Como visto, segundo esta descrição esta construção pode remeter a qualquer ponto da Serra da Moeda, fato confirmado por Xavier da Veiga, dando como localização da casa de moeda falsa, o povoado de São Caetano ou São Caetano do Paraopeba, na região de Conselheiro Lafaiete, segundo Barbosa (1995).

 

De acordo com a descrição de Augusto de Lima, ...a fábrica de fundição de barras falsas de ouro com os cunhos reais fora construída nas terras da fazenda dos Borges de Carvalho, situada nas proximidades de um pequeno povoado que tinha o nome de Jesus Maria José da Boa Vista, encravado entre uma cadeia de montanhas que constituem a serra do Paraopeba, por lhe seguir as curvas, o curso desse caudaloso rio . (Lima Apud: Jardim e Jardim: 1982: 35)

 

Posteriormente o autor identifica esse arraial como sendo o arraial de São Caetano de Moeda, formando uma espécie de “território fechado”. No entanto, seria necessário um levantamento pormenorizado das estruturas da construção, bem como das estruturas históricas já conhecidas na Serra da Moeda, na tentativa de localizar estas descritas por Augusto de Lima e Xavier da Veiga e procurar saber se trata da mesma edificação encontrada no Forte.

Sítio Caju – Pré-Colonial

 

Está situado na localidade Eixo Quebrado que faz parte da sede do município de Brumadinho. Sítio arqueológico a céu aberto em área destinada a plantio, nos últimos anos. No local, em superfície e subsuperfície, foram observados material cerâmico fragmentado, além de machados líticos. Situa-se nas adjacências de sede da fazenda histórica Caju, que ainda preserva alguns traços originais do séc. XVIII.

 

Sítio Antipoff – Pré-Colonial

 

Situa-se na Fazenda do Rosário, no município de Ibirité. Trata-se de um sítio arqueológico a céu aberto em área destinada a plantio, nos últimos anos. No local, em superfície e subsuperfície, foram observados fragmentos cerâmicos, além de algumas lascas de quartzo. Situa-se a 100m do córrego Ibirité, nas adjacências das construções da fazenda. O sítio se encontra parcialmente destruído em função do revolvimento do solo nos últimos anos, além dos focos de erosão. O material arqueológico, também vem sendo carreado pelas enxurradas das chuvas.

 

Sítio de Mineração de Casa Branca (Conjuntos de mundéus, canais e estruturas afins) - Histórico

 

Acima do afloramento onde se encontra o sítio arqueológico "Abrigo Casa Branca", se encontra um conjunto de estruturas em alvenaria de pedra, onde puderam ser identificados previamente os seguintes elementos componentes: mundéus, canais, escoros, barragens, dentre outras estruturas semidestruídas de difícil identificação. Trata-se de um importante registro de exploração de ouro, possivelmente ainda do século XVIII. Por se encontrar em localidade de difícil acesso, parte de suas estruturas ainda se apresenta inteira, necessitando-se a realização de um registro pormenorizado deste sítio de mineração.

 

O forte de Brumadinho está localizado em posição privilegiada, no topo de um morro na encosta oeste da Serra da Calçada, cuja denominação se deve a presença de um antigo caminho parcialmente calçado com lajes de pedra , conhecido por "Calçada dos Escravos". A fortificação é apenas a mais evidente de um conjunto de vestígios arqueológicos que compõem este sitio, dentre eles uma grande cata de mineração a céu aberto associado a um extenso sistema hidráulico, além da estrada calçada que ligava a área de lavra, na parte mais baixa,ao topo da Serra.

Identifica- se assim, o sítio arqueológico denominado Forte de Brumadinho como um típico representante das unidades mineradoras da primeira metade do século XVIII,  primórdios da colonização das Minas Gerais. E importante destacar que comumente e erroneamente estas ruínas são confundidas como sendo a Casa de Moedas Falsas do Paraopeba, outro exemplar do nosso patrimônio arqueológico do qual conversamos na coluna de novembro. Todavia, através de pesquisas realizadas em diversos documentos e menos através de pesquisas realizadas em diversos documentos e mesmo através  de escavações, foi possível constatar que a Casa de Moedas Falsas do Paraopeba localiza-se no povoado de São Caetano da Moeda (Moeda/MG)e não corresponde ao Forte de Brumadinho , exemplar das antigas unidades de mineração colonial.

 

 

Expedição acha tesouros na Serra da Calçada

À procura de cemitério indígena, ambientalistas encontram escavações, pinturas, canais de água e possível túmulo

Raquel Ramos -

 

ILANA LANSKY

 

Expedição desbravou a Serra da Calçada em busca de cemitério indígena

 

 

Escavações, muros de pedras, canais de água e pinturas rupestres, considerados verdadeiros tesouros da Serra da Calçada, foram encontrados, na manhã dessa quarta-feira (2), durante expedição de pesquisadores à procura de um cemitério indígena. Os monumentos, que são da época do ciclo do ouro, comprovam a riqueza história e ambiental escondida na serra, que fica na divisa de Nova Lima e Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

A vegetação rasteira, consequente do fogo que atingiu a serra há pouco tempo, facilitou o acesso dos ambientalistas a lugares que, embora fossem de conhecimento deles, nunca tinham sido visitados.

 

Em meio a matos e formações rochosas, cerca de dez cavidades foram localizadas. “Algumas delas são naturais, outras são resultado da atividade mineradora na região, feita pelos proprietários dessa terra no século XVIII”, afirma Simone Bottrel, coordenadora da Associação para a Recuperação e Conservação Ambiental (Arca AmaSerra).

 

Na parede de uma das cavidades, os ambientalistas viram pinturas rupestres, feitas há centenas de anos. No entanto, o biólogo Estevão Luiz Pereira Lima chamou a atenção para marcas recentes de depredação. “Aparentemente, alguém passou por aqui e fez riscos na rocha, comprometendo as pinturas que são do período da pré-colonização”, diz.

 

 

 

Pinturas rupestres encontradas durante expedição (Foto: Eugênio Moraes)

 

 

Muros de pedras construídos por escravos também puderam ser observados em detalhes. Segundo a analista ambiental Jeanine Baraillon, que também participou da expedição, acredita-se que a área fosse usada como curral pelos fazendeiros.

 

Outra descoberta foram extensos canais feitos com pedras, utilizados pelos africanos e indígenas para abastecer as lavras de ouro e os habitantes da serra. “Já conhecíamos alguns desses canais. Ficamos impressionados como alguns deles são extensos. Pelo fato de a vegetação estar baixa, a gente pôde avistar novos canais, que até então eram desconhecidos”, diz Simone.

 

Depois de duas horas de caminhada, os ambientalistas se depararam com um cercamento de pedras, que aparentemente é um indício de que haja um cemitério na Serra da Calçada. “Pelo que podemos ver, isso se assemelha muito a um túmulo”, afirma Jeanine. Cautelosa, ela ressalta a necessidade de mais estudos para a comprovação. “Estamos fazendo suposições. Agora, precisamos do apoio de um arqueólogo, que dê continuidade às pesquisas. Se for comprovado que realmente se trata de um túmulo, essa será mais uma constatação de que a Serra da Calçada é, na verdade, um museu a céu aberto que deve ser integralmente preservado”, defende.

 

Segundo Simone, o local exato de onde o túmulo foi encontrado não pode ser divulgado. “Essa é uma descoberta muito importante, e algumas pessoas não têm noção da riqueza que representa. Se espalharmos onde ele está, corremos o risco de algum visitante depredá-lo”, justifica.

 

A ambientalista garante que, embora o cemitério não tenha sido localizado, o trabalho não foi em vão. “Vimos coisas muito valiosas, que merecem ser estudadas mais a fundo”. Ela diz também que pretende acrescentar as descobertas ao dossiê que já foi entregue ao Ministério Público, destacando as riquezas naturais e históricas da serra. O objetivo é que o relatório reforce a importância de transformar a região em monumento natural.

 

Disposta a dar continuidade às buscas pelo cemitério indígena, Simone adianta que novas expedições serão realizadas até que mais túmulos sejam localizados.

 

 

Postado por JMA - Jornal Meio Ambiente.

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