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Marrocos em 12 dias: Rabat, Meknes, Fez, Merzouga, Marrakech e Casablanca


marcosalan

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Caros mochileiros,

 

Segue abaixo relato de viagem feita no início do mês com minha esposa. Foi uma experiência incrível, com belas paisagens e a profunda beleza do Islã em toda sua plenitude. Nosso gasto foi em torno de R$7.000, sendo desses R$4.400 em passagens (via TAP). Espero que seja útil!

 

Marcos Ferreira

 

Dia 1 - Lisboa e rabat

Depois de um longo e cansativo vôo via campinas, chegamos 10h em Lisboa. A Ta esta com uma dor de garganta e precisamos Comprar balas de limão no aeroporto. Depois disso foi pegar o aerobus e partir para a praça do rossio. O pouco tempo em Lisboa foi suficiente para querermos voltar. Andamos pelas ladeiras da alfama, é sensacional voltar no tempo por aquelas ruelas, seus sobrados e um modo de viver que faz lembrar os livros de história. Fomos no castelo de sao José e almoçamos na descida perto da catedral da se. Um pescado e uma canja depois, foi a vez de voltar para o aeroporto. Um momento VIP na ABC business center e partimos no pequeno emb145 para CAsablanca. A Ta ficou assustada com os olhares masculinos e eu com a precariedade do banheiro. Dadas as boas vindas pegamos o atrasado trem para Rabat. Chegamos por volta das 22, assustados com a rudeza de um Ibis fora do padrao e com tempo somente para comer um talharim e capotar felicíssimo...

 

Dia 2 - Rabat e Meknes

Acordamos bem tarde por conta do cansaço e da dor de garganta da Ta. Mas foi ótimo, ainda assim fizemos tudo o que queríamos na cidade. Rabat é uma cidade de muitas faces: praia, kasbah, medina... Com boa disposição se pode ir caminhando por todos os pontos turísticos. Com a chata chuva que caia, partimos num lapso das nuvens para Chellah. A antiga cidade romana e mourisca impressiona, especialmente do lado islâmico. É uma ilha de tranqüilidade no meio da capital, com uma bela vista do campo marroquino. Dali fomos a pé para dentro da cidade murada. Passamos na frente do palácio real até pararmos para comer numa pizzaria. Por mais impressionante que possa parecer, excelente pizza! Dali pegamos um taxi desejando ir para a tumba do rei mohammed v, mas ele não nos entendeu e deixou na AVENIDA mohammed v. Tudo bem, a intenção foi boa e partimos a pé pela hassan ii Av. até chegar na imponente torre hassan. Da torre que culminava no que foi a 2a maior Mesquita do mundo no auge do Islã, se pode ver a beleza dessa cultura. Ao entrar, ficamos ainda mais impressionados com as ruínas dos pilares daquela imensa Mesquita. Logo ao lado vimos finalmente a tumba do rei mohammed v, uma construção impressionante de mármore e toda adornada de mosaicos e uma cúpula interna dourada protegida por cavaleiros reais. Valeu ficar ali alguns minutos contemplando aquelas paredes e teto! Dali foi caminhar até kasbah dês oudayas (creio que meu cansaço não me deixou contempla-lá adequadamente) e se perder nas ruelas até chegar no litoral com seu imenso cemitério e então cruzar a Medina na Av. Mohammed v. Comprei a mala nova ( a velha não agüentou o tranco já na ida), pipoca por 1 dirham e presenciamos uma bagunça que parecia ser um protesto reprimido pela policia. Era tempo de voltar ao hotel e seguir viagem para meknes. A viagem foi num trem abarrotado e com uma gostosa tensão de saber se desceríamos no local certo. Um simpático casal de um jordaniano e uma marroquina nos ajudou e deu o lugar para sentar quando desceram antes (alias, algo curioso: podemos encontrar marroquinos grossos como também pessoas das mais simpáticas e amáveis - saldo geral: um povo muito amável quando a vontade de dinheiro não prevalece). Ao chegar fizemos a burrada de pegar um taxi que se oferecia na estação. O cara combinou o valor de 20Dh mas ao descer nos deixou longe e cobrou 50 Dh. Foi o primeiro taxi que nos enrolava aqui, de outros 3 honestos. Na Medina não conseguíamos chegar no Riad quando um homem nos ofereceu ajuda. Quando começávamos a sentir medo pela escuridão das vielas com aquela chuva insistente, finalmente ele nos deixou no Riad Amazigh. Dei 5 Dh para ele e fomos recebidos no Riad com um chá de menta maravilhoso com um doce ainda melhor. A simpática recepcionista (Buthina) nos mostrou dois quartos para escolher. Foi tempo então de planejar o dia seguinte e dormir no frio de 4graus.

 

Dia 3 - volubilis e moulay idriss

Depois de um atraso no acordar, tomamos um belo cafe da manha antes de partir para a próxima etapa da viagem. A dona do Riad, Fátima, e uma hospede francesa que já morou em Meknes nos ajudaram dando indicativos do caminho para Volubilis e Moulay Idriss. Decidimos ir nos grand taxis e não em um taxi alugado para o dia todo como antes planejado. Ir no grand taxis é uma experiência única na vida de um viajante. Essas Mercedes velhas levam 6 pessoas bem apertadas, com uma impressão de que a qualquer momento a porta abrira e cairemos na estrada. Claro que isso não aconteceu e chegamos por volta das 11h em Moulay Idriss. A cidade decepcionou um pouco. Como é um lugar sagrado por abrigar um neto de Muhammad, o que tem ali é só mesmo o mausoléu de Idriss. Fomos impedidos de entrar na Mesquita e depois de dar um perdido em nosso aspirante a guia, voltamos e naturalmente (como sempre acontece) outro guia se aproximou. Ele nos levou depois de muita caminhada para o topo da cidade, de onde pudemos ver a linda vista e a Mesquita de cima. Dali ele nos levou em uma pousada onde segundo ele a comida seria maravilhosa. Realmente foi, um tahine maravilhoso de carne com azeitonas frescas, pao e salada. Só o preço de 210Dh foi Salgado, assim como os40Dh do guia. Dali partimos para Volubilis, onde quase o taxista nos deixou além. Pegamos um guia (fechamos por 130Dh, mas veja só mais tarde) e foi a melhor coisa para o local. Sem ele, não teríamos entendido metade daquela que foi uma grande cidade romana com mosaicos inteiros intactos e bem mantidos. Tudo ali impressiona, desde o capitólio até o bordel, a avenida principal até os já comentados mosaicos. Depois de 1h de pura história fomos pagar o guia e ele ficou ofendido pela falta de gorjeta. Oras, mas o acordado não era 130Dh? Não arredamos pé com a cara feia, pagamos o combinado e partimos a pé para uma caminhada de 40min para Moulay Idriss. Conseguimos um grand taxi para voltar a meknes já perto da cidade. Após descansar foi a vez de partir para um chauarma, comer um doce marroquino e dormir no Riad (que ao chegar estava uma festa com a música das funcionarias).

 

Dia 4 - meknes

Na noite de ontem foi difícil dormir por conta da música alta da Buthina e seus amigos. Pela manha ela se desculpou bastante no cafe argumentando que não tinha percebido nossa chegada. Todo jovem apronta, isso não será motivos de comentários no booking.com, haha! Dali partimos para o passeio em Meknes. Fomos primeiramente no Jamai Museum, que embora mal conservado, vale a visita pela arquitetura, jardins e a sala decorada como era na Meknes imperial. Logo em seguida fomos para a cidade imperial que impressiona com seus muros enormes e a longa avenida que nos coloca a caminho do palácio imperial. No final da avenida encontramos o silo e estábulo de Moulay ismail (que fere Meknes a sede do império). Tudo ali é gigante, consuma capacidade de comportar na época 12000 cavalos! Logo ao lado há o lago agdal, que servia de reservatório de água no império e que valeu a visita pela vista e tranqüilidade. Dali foi voltar os 3km de caminhada para comer - de novo - no coin gourmet um belo chauarma. A vez do chá e cafe foi na praça ladeiem, ao som dos artistas de rua com musicas gnoua. Após compras no mercado, foi a vez de ir a Fez. Para variar, Deus sempre coloca um anjo marroquino no nosso caminho, nos ajudando nos tensos momentos de um trem lotado de estações mal sinalizadas. O sr. Ali nos deu as coordenadas de Fez, onde pudemos ver a imponência da estação, jantar por perto e comer um belo doce de capuccino no Veneza cafe da estação. Aproveitamos também para já comprar a passagem para Merzouga.

 

Dia 5 - Fez

De cara já se nota que Fez é muito mais turística que a simpática Meknes e Rabat. Aqui não passamos tão fácil por marroquino e é mais comum alguém falar inglês ou espanhol. Após longas consultas preferimos pegar o guia do hotel - uma das cagadas da viagem. antes tomamos cafe na frente do hotel em um simples bar marroquino, que nos cobrou míseros 13Dh por pao folha com mel e manteiga, chá de menta e cafe com leite. Partindo de taxi para a Medina, logo notamos que o guia queria mais pegar o dinheiro dele e ir para casa no feriado de eid mubarak (aniversario de Muhammad). Embora a caminhada pelos becos escuros e escondidos da Medina tenham sido interessantes, nos pontos turísticos ele sequer fazia muito esforço para explicar o mínimo. Passamos pelo museu de Madeira nejjarine, bem básico, mas vale a vista do ultimo andar e a simpatia da moca que cuida da limpeza. Conhecemos também a bela madrissih attarine, o túmulo de Moulay Idriss e a mais antiga universidade do mundo, a kotoubia. O tour valeu também pela visita as tanneries (tingimento dos tapetes), cartão postal de Fez, e a loja de tapetes. Ao fim da visita de 2h que deveria durar 4h e 200Dh depois, nos restou nos perder propositadamente na Medina em busca de um restaurante. No fim encontramos o melhor dos mundos: um sanduíche de kafta maravilhoso com coca que saiu por 55Dh para duas pessoas! Foi então hora de descansar um pouco no hotel para o 2o turno na tarde.

O segundo turno foi um passeio típico dos fassi: caminhar pela Av. Mohammed V e Hassan II, ver o movimento dos jovens flertando e os mais velhos no cafe vendo futebol. Alias, essa é uma coisa que me chamou atenção: como os marroquinos amam futebol! Não é difícil encontrar nas merinas garotos chutando uma bola entre duas traves de pedra ou mesmo na parede, assim como é impressionante os homens vidrados vendo os jogos e torcendo na copa africana de nações (o Marrocos já foi eliminado). Voltando ao passeio na ville nouvelle, é curioso pensar o destino daquela juventude e a maneira como se portam. Os rapazes, mesmo mais velhos, tentam impressionar tímidas garotas de véu com suas scooters velhas e barulhentas. As mocas sem véu sao claramente mais abordadas por jovens sorridentes que muitas vezes tem a primeira oportunidade de falar com uma jovem que não seja sua prima ou irmã. É o extremo oposto da liberalidade que vejo no Brasil e que não necessariamente é positiva porque minimiza tanto quanto o papel da mulher. Como disse a Tá: nenhum dois extremos, o marroquino e o brasileiro, soam saudáveis. Para fechar a noite, voltamos ao Veneza Cafe para tomar um chocolate e comer um doce. Que cafe maravilhoso, doces divinos!

 

Dia 6 - Fez/Merzouga

Depois de descansar bem no íbis após longas caminhadas dos últimos dias, tomamos novamente um barato cafe no boteco perto da estação e fomos para a Medina. A idéia era nos adiantar com os presentes dos familiares. Logo na chegada nos perdemos e ao dispensar a ajuda de um menino, fomos chamados de racistas para cima por ele. Nem nos afetamos pois a idéia dos faux guides e de alguns desses garotos é justamente constranger para receber alguns Dh. Após caminhar longamente, conseguimos encontrar uma loja de um sr. muito simpático que fez um preço bom em diversos itens de decoração. Ficou a impressão de que na Medina de Fez o negocio é ver uma loja de alguém mais velho, jogar o papo que é jovem latino-americano e fazer um pacotao e comprar muita coisa de uma vez. O preço sempre sairá mais em conta. Vale lembrar tambem do excelente cafe barcelona, no meio da medina e com um expresso otimo! Dali foi comer novamente um sanduíche de kafta depois de comprar pashminas aos montes. como o ônibus para Merzouga só saia a noite, caminhamos pela Hassan II para observar os transeuntes e as crianças ali. Após tomar um maravilhoso chocolate do venezia cafe na estação, ficamos no aguardo do bus para Merzouga na Supratours. Nossas poltronas foram carinhosamente desenhadas para não caber um indivíduo de 1,73m, mas tudo pode piorar: o motorista ( estávamos nas poltronas 3 e 4) ouviu quase em todas 8h da viagem recitações islâmicas. Tudo bem, respeito crença dele, mas não dava para ouvir mais baixinho? E quando não era o som, era o papo dele com um amigo que ia lá na frente. Solução blasfêmia: colocar meu mp3 na Amy Winehouse no ultimo volume. 9 h e uma longa parada depois, chegamos em Merzouga e nada do Mohammed, dono da kasbah que nos hospedaria. Pegamos um taxi e ele reconhecendo a mancada nos reembolsou. Foi hora então de 2h de sono para o passeio em 4x4!

 

Dia 7 - Merzouga

Após um descanso de 2h, partimos para o passeio de 4x4 no deserto. Esse é um passeio que vale muito a pena por conta do contato com as pessoas que vivem no deserto. Conhecemos uma tribo de origem sudanesa que faz uma apresentação musical aos turistas e vendem o cd em seguida. Embora turístico, nota-se um profundo amor deles pela cultura, coisa de se emocionar ao ver a alegria nos olhos, especialmente das crianças. Eles nos ofereceram chá de uma planta especifica do deserto com amendoins e dali fomos para a tenda berbere. Também fomos recebidos com chá e foi impressionante pensar o quanto esse mundo é diverso e o quanto ainda temos por conhece-lo. Ali parece que a vida parou no tempo, com o pao sendo feito em forno de barro no chão e os homens conversando calmamente enquanto as mulheres preparam a lenha. Em seguida no passeio visitamos as minas de carvão ali do deserto, que impressionam pela profundidade e só. Todo esse passeio foi feito com nosso guia Mohammed, dono também do kasbah com seu irmão e de uma simplicidade peculiar. Teve tambem a visita a um oasis, lindo por conta da maneira cooperativa que a vida é ali organizada. Após o almoço perto das pedras de fosseis, voltamos para descansar mais um pouco até a saída para o deserto de camelo. Tinha até ali dois temores nesse passeio: o andar de camelo e o frio. Quanto ao primeiro, não obstante o massacre das genitálias, o pior mesmo foi a perna dormente após 2h no dromedário. Nesse ínterim tivemos uma parada para que nosso guia beduíno fizesse sua oração obrigatória islâmica. Esse foi um ponto muito bonito de ver, uma devoção longe de findamentalismos e de uma pureza notável. Chegamos na tenda a tempo de ver a abertura da lua cheia e o por do sol. Falar o que da beleza daquele momento? Meu único sentimento foi de gratidão por ter a oportunidade de ver aquilo na minha vida, presenciando a beleza da criação. Fiquei ali com a Tá tomando nosso chá oferecido pelo guia e olhando o brilhar das estrelas por horas perto da fogueira. No jantar, foi nos oferecido uma sopa ótima com tahine de frango ao lado de um aquecedor a gás que quase me fez tirar todas as blusas. O engracado foi o beduino falar que eta carne de dromedario e a Ta nao querer comer pensando que era verdade, haha! Depois dali foi curtir a beleza do céu perto da fogueira, batendo um papo com nossos guias beduínos. Ficar ali conversando horas a fio com eles (ou ele, pois só um se comunicava em espanhol) foi bom para vermos a simplicidade daquele povo, com suas piadas puras e de um sorriso sempre presente mesmo com a dureza do deserto. Quanto ao segundo medo, a noite, esse foi mais tranquilo. O número de cobertores foi alto, uns 5 pelo menos! O difícil era se locomover naquele peso, ainda mais com calca, blusas, meias... Ainda assim, o frio no rosto era forte. Por isso que logo pensei: quando falarem para você que no deserto é frio, pense que é mais frio do que você pensa.

 

Dia 8 - Merzouga/ida a Marrakech

Presenciamos logo cedo a incrível beleza do nascer do sol no deserto. Foi nos servido um senhor cafe da manha - alias palmas para o Kasbah Mohayut por tamanha competência na preparação do tour no deserto! Era hora então de voltar para a kasbah no dromedário. A volta foi mais tranqüila que a ida, pois eu já sabia dos infortúnios ao andar naquele animal. Aproveitei aquelas duas horas para curtir o som do silencio como já sugerira Paul Simon e Art Garfunkel, e contemplar a beleza profunda daquelas dunas tão misteriosas. Ao chegar tomamos um belo e merecido banho e descansamos na kasbah. Almoçamos novamente um tahine de frango e no fim da tarde, ao ir embora, soubemos pelo funcionário que o Mohammed não queria nos cobrar o almoço, já que tinha esquecido de nos buscar. Achei eles impressionantemente corretos, vão merecer um belo elogio no trip advisor :)

Depois de nos deixarem no bus, partimos para a longa jornada para Marrakech via Meknes. O ônibus estava um pouco mais confortável, embora muito mais barulhento e cheio de confusões entre os motoristas e passageiros. As paradas, embora longas, não impediram o ônibus de chegar 1h antes em Meknes - o que mostra o quanto eles correram!

 

Dia 9 - Marrakech

As 5:20 pegamos o trem em Meknes rumo a Marrakech. A viagem foi extremamente cansativa e creio que foi meu principal erro de planejamento. Talvez o melhor tivesse sido ir a Meknes na volta do deserto. Mas tudo bem, a viagem continua maravilhosa! Após chegar por volta das 13h e dezoito horas de viagem depois, foi tempo de chegar no hotel e comer um tahine de kafta. Como o hotel é próximo da praça djamaa el fna, caminhamos ali pela noite, degustando na praça um cuscuz marroquino e tomando um poderoso chá de especiarias. Tempo agora de dormir porque o dia será longo amanha!

 

Dia 10 - Marrakech

Nesse praticamente único dia na cidade mais turística do Marrocos, precisávamos aproveitar ao máximo. Fomos pela manha primeiramente nas Saadian Tombs, onde estão os restos mortais da dinastia saadiana e seus chanceleres. A sala central tem uma bela arquitetura muçulmana, com distintos zellij abaixo das tumbas de mármore. Os jardins abrigam 170 tumbas dos chanceleres do reinado, muito bonito também. Dali partimos para o Badi Palace, que vale a visita só mesmo pelo minbar do século XI. O resto sao escavações e restaurações em ruínas. Já o Bahia Palace, esse sim vale cada dirham pago na entrada. Sua arquitetura bela e de grande imponência, assim como o jardim central, atestam a grandeza da civilização islâmica. igualmente belo foi a visita a Dar el Said, que tem um teto ainda mais impressionante e detalhista do que no Bahia Palace. A parte do museu dar el Said em si tem vários objetos regionais e típicos marroquinos, mas pouco organizados. Alias, esse é um fato lamentável do Marrocos: a conservação dos museus. Em exposições riquíssimas, se vê descrições em sulfite que mais parecem uma feira de ciências da minha 6a serie! Fiquei me questionando o porque o reinado não faz um acordo com universidades norte-americanas e européias pela conservação dessas jóias históricas. Duvido um departamento de história de harvard ou sorbonne negar tal proposta. que cobrem mais de 10 Dh de entrada, mas façam algo digno daquilo que se expõe.

Voltando aos passeios, pela tarde foi a vez de conhecer a escola islâmica Medersa Ali bem Youssef, maravilhosa pela conservação arquitetônica, suas câmaras dos estudantes e seu ar que inspira conhecimento. Logo ao lado esta o museu de marrakech, mal conservado como já comentado.

Após esses passeios de imersão na história marroquina e cultura islâmica, notei que os livros de história nos contam uma mentira: de que por 11 séculos vivemos a idade das trevas. Isso é verdade para a Europa, mas para boa parte do mundo, o Islã inspirava culturalmente de maneira impar, além de contribuir pelo avanço da ciência com suas medersas, universidades e mesquitas. Isso fica muito claro quando nos imergimos nesse banho de cultura que é Marrakesh.

Durante a noite, como não poderia deixar de ser, comemos na djemaa el fna, curtindo suas barraquinhas que nos defumam com suas kaftas baratíssimas e seus músicos tradicionais que há 1000 anos ditam a trilha sonora.

 

Dia 11 - Marrakech/Casablanca

Tiramos o dia para as compras! Antes, passamos pelo Jardin Marjorelle, antiga residência de Yves St. Laurent. Vale a pena a visita pelo lindo jardim botânico que a casa abriga. Mas voltando as compras: um casal jovem precisa decorar constantemente sua casa, e nada melhor que um banho de medina na nossa sala! rsrs... A parte da negociação é a mais divertida. Já tínhamos sentido isso na Turquia há dois anos e aqui a coisa se repete. Não negociar faz com que as compras se tornem monótonas, chatas, como no Brasil. Não faltaram, além dos objetos de decoração, os maravilhosos doces marroquinos e os temperos (gostamos tanto de tahine que compramos tempero para fazê-lo em casa). No final, ficamos felizes ao ver que compramos tanto e gastamos o equivalente a R$300,00. No fim da tarde foi hora de embarcar para Casablanca, nosso último destino.

 

Dia 12 - Casablanca

Embora pudéssemos visitar muito além da imponente Mesquita Hassan II, nesse altura do campeonato o cansaço da maratona da viagem bateu forte! Acordamos bem tarde e fomos na Mesquita já com o tempo apertado diante do vôo que sairia 18:00. Além de conhecer a Mesquita, almoçamos no ótimo restaurante Sqala, em comemoração aos nossos 5 anos juntos. Creio que vale a pena pagar um pouco mais e conhecer esse local, a comida é excelente. Finalmente, depois de 12 dias, foi hora de voltar para o Brasil. Valeu a pena esses 12 dias nesse lugar sensacional, de gente amável e de uma cultura impressionante!

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  • 7 meses depois...
  • Membros

Olá marcosaian,

muito bom relato e ótimas dicas, obrigada.

Meu roteiro será muuuuito parecido com o seu, a diferença está que não voltarei a Casablanca no final, de Marrakech volto ao Brasil.

Vc sabe se dá pra ir do deserto (depois daquelas duas noites) diretamente para Marrakech via Ourzazate? Isso seria pra não ter que voltar para Fez ou Meknes.

Valeu!!!

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  • Membros de Honra

Ola!

Nossa, tenho procurado informações sobre o Marrocos que nem vi seu relato e passei batida pelo Forum e fui direto para as perguntas e respostas.

 

Vou tirar a tarde para lê-lo, sei que seguramente me ajudará bastante. Adoro relatos!

 

Parabéns! Para se comemorar nada melhor que uma viagem!

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  • 3 meses depois...
  • 1 mês depois...
  • Membros

Pessoal, obrigado pelos comentários e desculpem não ter respondido antes a pergunta de jupolis. Em abril faço uma viagem para San Francisco e L.Angeles, espero colocar lá um relato que possa ajudar outros viajantes :D

E aos que forem em breve, curtam muito o Marrocos, que baita país!

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  • 10 meses depois...

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