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Israel e Jordania 3 semanas


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Prezado Senhor, boa noite.

 

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Sou mulher, estudante e pensadora do turismo, católica, consultora de viagens internacionais, negra e jovem.

Em agosto passado decidi passar minhas férias de três semanas em Israel.

O objetivo da viagem era comemorar meus 25 anos, e avaliar as dificuldades do turista em um país no qual ele não domine o idioma, que neste caso são o hebraico e o árabe.

 

Comprei o bilhete Salvador- Frankfut- Tel Aviv para o dia 13/10.

Na Alemanha além de uma entrevista de mais de 30 minutos, passei por uma revista completa, de corpo e bagagem sendo acompanhada por policiais durante todo o momento. Embarquei e depois de quase 24 horas viajando, contando o fuso horário cheguei em Tel Aviv dia 14/10. Então começou uma sessão de tortura psicológica.

 

No controle, a policial, depois de me fazer várias perguntas, entre elas e de uma forma grosseira, o que eu estava fazendo em seu país, chamou outro segurança que de posse de meu passaporte, me fez aguardar em uma sala. Passei por outra entrevista, sempre iniciando com o que eu iria fazer em Israel. Os policiais foram muito agressivos comigo, no modo de falar e aquele ambiente se transformou em hostil. Eles me solicitaram para aguardar mais um momento, que durou mais de uma hora e posteriormente me encaminhou para outra sala, na qual as policiais deixaram claro não compreender o porquê daquela situação. Todos os meus documentos estavam corretos,

uma quantia suficiente de dinheiro, cartão de crédito internacional, seguro viagem, reserva da hospedagem, roteiro de minha viagem.

 

Então após esta entrevista, eu não mais pude suportar a pressão psicológica, pois não entendia o motivo de tantas entrevistas com perguntas similares e tive uma crise de choro.

Eu não podia imaginar passar por uma situação tão difícil somente para praticar turismo.

E pior, imaginar outros turistas passando por esta situação de controle exagerado, imaginar meus clientes, amigos e familiares que poderiam visitar Israel, passando por esta situação.

 

Seguidamente dois fortes e armados policiais me acompanharam a esteira de bagagem, onde peguei minha mochila. Até se minha a mochila era nova eles perguntaram. Então este policial, que acredito ser o chefe de segurança pelo uniforme, dispensou o outro e me disse em tom de ameaça, que se eu tivesse alguma droga no estômago, este seria o momento de dizer, caso contrário seria muito pior para mim. Para se certificar de que eu havia compreendido a ameaça, me fez repetir e me encaminhou ao toallet com uma policial que só me liberou depois que analisou minhas fezes.

 

Após esta tortura psicológica, voltamos à sala da entrevista, e este policial superior me coagiu a assinar duas autorizações em hebraico. Eu me recusei a assinar, e ele disse que a não assinatura acarretaria em deportação. Eu aleguei que iria colocar uma observação de que não sabia o que estava assinando e ele disse que isto também acarretaria em deportação.

Eu já estava exausta pela viagem, por estas três horas de entrevistas, pela situação constrangedora que passei, então assinei para ser liberada e sai sem direito a cópia ao documento por ser de acesso da segurança interna. O que aconteceu na imigração deve ter sido no mínimo ilegal, pois caso contrário o documento seria em hebraico e inglês para que o turista pudesse ler e compreender o quê firmava.

Saí do aeroporto sem vontade de seguir viagem. Fui ao balcão da El Al na tentativa de remarcar meu bilhete, mas não havia voo disponível para retornar ao Brasil. Sem alternativa, segui minha viagem com esta péssima primeira impressão, e já em dúvidas do desejo de flanar pelo país.

 

É interessante observar que os israelenses jovens e sozinhos não são tratados com o mesmo rigor quando visitam o Brasil, lotando nossas praias durante o verão, ou participando de festas

populares no carnaval.

 

 

O ocorrido foi um enorme constrangimento. Como mulher, senti humilhada.

Como pensadora e estudante do turismo eu não acreditava no que vivi. Como era possível este desrespeito e hostilidade para com o turista em um país que o turismo movimenta mais de um milhão de pessoas por ano, segundo o Ministério do Turismo de Israel? Em Israel há seis monumentos considerados Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, aos quais eu tenho o direito de conhecer como turista.

 

 

O artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos rege que o turista ou visitante deveria ter acesso aos locais de trânsito e permanência a locais turísticos e culturais sem estar sujeito a formalidades excessivas ou discriminação.

A admissão de turistas pelo Estado deve primeiramente perpassar pelo respeito ao princípio “Comitas gentium” (cortesia internacional) para a manutenção de um bom relacionamento entre os países. E a Lei da Reciprocidade rege um tratamento igualitário entre os países. Todos estes direitos do turista foram desrespeitados.

A formalidade exagerada para verificação da documentação, o desrespeito á liberdade de movimento do turista, e do código de ética tornaram a situação muito desagradável.

 

Se um dia voltarei a Israel? Somente quando este país tiver mais civilidade e respeito para receber o turista.

 

Recordo as palavras de Jesus no Monte das Bem Aventuranças, lugar que Israel pleiteia classificar junto da UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

"Felizes os perseguidos e os humilhados, pois a eles darei a coragem de denunciar as atrocidades praticadas pelo Estado".

 

 

O objetivo desta carta é relatar o acontecido para que estajamos conscientes de como o turista é tratado, é também uma denúncia afim de que os órgãos responsáveis tomem providências para que isto não ocorra com outros turistas.

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Ola Sabrina,

 

Fico triste em saber como tudo aconteceu. Eu estive em Israel em Agosto desse ano e também passei por uma série de entrevistas e revistas para entrar no país. No meu caso, tentei controlar o meu nervosismo e ser "simpatico" com muitas perguntas indiscretas, mas não passei por essas dificuldades que você contou. Pelo que eu já tinha lido eu sabia que ia ser dificil.. ainda mais que sou brasileiro, mestiço e não sigo nenhuma religião.

Ainda vou postar meu relato de viagem que foi muito boa no geral. Quero te desejar toda sorte do mundo nas próximas viagens!!

 

,Abraço Rafael

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  • 8 meses depois...

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