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Mauritânia


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A Mauritânia é um país situado no noroeste da África. Situa-se na região do deserto do Saara, e faz fronteira com o oceano Atlântico a oeste, com o Senegal a sudoeste, Mali a leste e sudeste, com a Argélia a nordeste e com o Saara Ocidental a noroeste. Recebeu o nome da antiga província romana da Mauritânia, que posteriormente batizou um reino berbere da região. A capital e maior cidade é Nouakchott, localizada na costa do Atlântico

A história da Mauritânia, que foi conquistada pelos árabes no século XVI. Em 1903, foi um protetorado francês e em 1960 adquiriu a sua plena independência.

Sua economia se desenvolveu com a exploração das minas de ferro e cobre. A 1970 a mauritânia começa a emitir a sua própria moeda. Em 1976, de acordo com o Tratado de Madri, o Rio de Ouro, ou Saara espanhol (atual Saara Ocidental), foi anexado. A Frente Polisário enfraqueceu a Mauritânia com uma guerra sangrenta de guerrilhas

História

Em 1979, a Mauritânia abdicou aos direitos que alegava ter sobre o Saara Ocidental. Em 1980, impôs a lei islâmica. Em 1982, foi o último país a abolir a escravidão. Em 1991, o país adotou uma nova constituição e todos os partidos de oposição foram legalizados, ante as crescentes pressões internas.

Do século V ao século VII, a migração de tribos berberes do Norte da África expulsou da região os bafours, habitantes originais da atual Mauritânia, ancestrais dos soninquês. Os bafours eram primordialmente agricultores, e estavam entre os primeiros povos do Saara a abandonar o seu estilo de vida tradicionalmente nômade. Com o gradual processo de desertificação da região, migraram para o sul. Seguiu-se uma migração em massa do povo que habitava a região do Saara Central para a África Ocidental, até que em 1076 monges-guerreiros islâmicos (almorávidas) atacaram e conquistaram o antigo Império de Gana, e assumiram o controle da região. Pelos próximos 500 anos os árabes foram a casta dominante da sociedade local, enfrentando resistência feroz da população local (tanto berberes quanto não-berberes), da qual a Guerra de Char Bubá (1644-1674) foi o esforço derradeiro e mal-sucedido. Esta guerra colocou a população da Mauritânia contra invasores árabes da tribo maquil, vindos do Iêmen, liderados pela tribo dos Beni Hassan. Os descendentes desta tribo tornaram-se a hassane, camada mais alta da sociedade moura. Os berberes mantiveram sua influência por terem a maior parte dos marabutos - indivíduos que preservam e ensinam a tradição islâmica. Muitas das tribos berberes alegam origem iemenita (ou árabe em geral), porém há pouca evidência que comprove o fato, embora existam estudos que façam uma ligação entre os dois povos.[2] O hassaniya, um dialeto árabe influenciado pelo berbere, cujo nome é derivado de Beni Hassan, tornou-se o idioma dominante entre a população nômade da época.

A colonização francesa gradualmente absorveu os territórios da atual Mauritânia e Senegal a partir do início do século XIX. Em 1901 o militar francês Xavier Coppolani assumiu o controle da missão colonial. Através duma combinação de alianças estratégicas com as tribos zawiya e pressão militar sobre os guerreiros nômades hassane, Coppolani conseguiu ampliar o domínio francês por todos os emirados mauritanos: Trarza, Brakna e Tagant rapidamente se submeteram a tratados com os poderes coloniais (1903-1904), porém o emirado de Adrar, situado ao norte, resistiu por mais tempo, auxiliado pela rebelião anti-colonial (jihad) do xeque Maa al-Aynayn. Foi derrotado militarmente em 1912, e incorporado ao território da Mauritânia, que havia sido estabelecido em 1904. A Mauritânia passaria a fazer parte da África Ocidental Francesa a partir de 1920.

A dominação francesa trouxe proibições legais contra a escravidão, e pôs um fim às guerras entre os diferentes clãs. Durante o período colonial a população continuou nômade, porém diversos povos sedentários, cujos ancestrais haviam sido expulsos séculos atrás, começaram a retornar aos poucos à Mauritânia. Quando o país obteve sua independência, em 1960, e a capital Nouakchott foi fundada, no local duma pequena aldeia colonial, Ksar, 90% ainda era nômade. Com a independência, muitas populações indígenas da África subsaariana, como os haalpulaar, soninquês, e wolof, entraram na Mauritânia, movendo-se para a área ao norte do rio Senegal. Educados no idioma e nos costumes franceses, muitos destes recém-chegados tornaram-se funcionários, soldados e administradores do novo estado. Este fato, em conjunto com a opressão militar dos franceses, especialmente contra tribos hassane mais intransigentes, do norte do país, predominantemente mouro, afetou os antigos equilíbrios de poder, e criou novos motivos para conflito entre as populações subsaarianas do sul do país e os mouros e berberes do norte. Entre estes grupos estavam os haratin, uma enorme população de escravos arabizados, devidamente inseridos na sociedade moura, e integrados numa casta inferior. A escravidão é até hoje em dia uma prática comum no país, embora ilegal.[3]

Os mouros reagiram a estas mudanças, e aos apelos dos nacionalistas árabes do exterior, através de uma maior pressão para arabizar diversos aspectos da vida mauritana, como as leis e o idioma. Um cisma acabou por desenvolver-se entre os mouros que consideram a Mauritânia um país árabe, e aqueles que desejam um papel dominante para os povos não-mouros, com diversos modelos para a contenção da diversidade cultural do país tendo sido sugeridos sem que qualquer um deles tenha sido implementado com sucesso. Esta discórdia étnica ficou evidente durante os episódios de violência intercomunitária que eclodiram em abril de 1989 (eventos de 1989 e conflito senegalo-mauritano), que já arrefeceram. A tensão étnica e a questão delicada da escravidão - tanto no passado como, em diversas áreas do país, no presente - ainda é um tema de muita força no debate político nacional; porém um número significativo de pessoas de todos os grupos parece procurar uma sociedade mais diversa e pluralista.

Política

A situação política da Mauritânia sempre foi determinada mais por indivíduos e tribos específicas do que ideologias, e a habilidade dos líderes de exercer seu poder político esteve intimamente ligada ao controle dos recursos; visão comunitária a respeito de sua habilidade e integridade; e considerações tribais, étnicas, familiares e pessoais. O conflito entre os chamados "mouros brancos", "mouros negros" (haratine), e grupos étnicos não-mouros (haal pulaars, [[soninquês], uólofes e bambaras), com ênfase no idioma, propriedade de terras e outras questões, continua a ser o principal desafio à unidade nacional.

A burocracia governamental é composta de ministérios tradicionais, além de agências especiais e companhias paraestatais. O Ministério do Interior comanda um sistema de governadores e prefeitos regionais, que seguem o modelo do sistema francês de administração local. Sob este sistema, a Mauritânia se divide em treze regiões (wilaya), incluindo o distrito da capital, Nouakchott. O controle está fortemente centralizado no ramo executivo do governo central; no entanto, uma série de eleições nacionais e municipalis desde 1992 já produziram alguma descentralização, ainda que limitada em seu escopo.

A Mauritânia, juntamente com o Marrocos, anexou o território vizinho do Saara Ocidental em 1976, capturando o terço sul do país a pedido da antiga potência colonial, Espanha. Após diversas derrotas militares na luta contra a resistência local, o Polisario, fortemente armada e apoiada pela Argélia, a Mauritânia foi forçada a recuar em 1979, e sua parte foi tomada pelo Marrocos. Devido à sua economia enfraquecida, a Mauritânia tem tido um papel pouco significante nas discussões sobre as disputas territoriais daquele país, e sua posição oficial é de que ela deseja uma solução rápida que seja aceita unanimamente por todas as partes envovlidas. Enquanto o antigo Saara Espanhol ou Ocidental acabou sendo incorporado ao Marrocos, a Organização das Nações Unidas ainda o considera um território que precisa expressar seus desejos a respeito da sua soberania, e planeja um futuro referendo a este respeito.

O Ministro do Exterior da Mauritânia, Ahmed Sid’Ahmed, e seu equivalente israelense David Levy, assinaram um acordo em Washington, DC, Estados Unidos, em 28 de outubro de 1999, estabelecendo as relações diplomáticas entre os dois países, na presença da Secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright. A Mauritânia se juntou ao Egito e à Jordânia como únicos membros da Liga Árabe a ter embaixadores em Israel.

Em 31 de janeiro de 2008 o representante permanente da República da Armênia nas Nações Unidas, Armen Martirosyan, assinou um protocolo com Abderahim Ould Hadrami, representante da Mauritânia, estabelecendo as relações diplomáticas entre os dois países.

Em 6 de agosto de 2008, ocorreu um golpe militar que depôs o governo civil, eleito democraticamente em 2007. Presidente e primeiro-ministro foram presos. A rádio e a televisão nacionais saíram do ar pouco antes do anúncio.

Com 1.030.700 km²[4], a Mauritânia é o 29º país do mundo em extensão, com um dimensões comparáveis às do Egito.

A Mauritânia é quase inteiramente plana, com a maior parte do seu território formando planícies vastas e áridas, cortadas por tergos e formações semelhantes a penhascos. Uma série de escarpas, voltadas para o sudoeste, divide longitudinalmente estas planícies, no meio do país. As escarpas também separam uma série de planaltos de arenito, dos quais o mais alto é o Platô de Adrar, que chega a uma altitude de 500 metros.

Diversos oásis sazonais percorrem os sopés de algumas destas escarpas. Alguns picos isolados, frequentemente ricos em minérios, se elevam sobre os planaltos; os menores deles são chamados de guelbs, e os mais altos de kedias. O Guelb er Richat, também conhecido como Estrutura de Richat, tem forma concêntrica, e é um marco importante da região norte-central. Kediet Ijill, próximo à cidade de Zouîrât, tem uma elevação de 1.000 metros, e é o pico mais alto.

Aproximadamente três quartos da Mauritânia são desérticos ou semidesérticos. Como resultado de secas intensas e prolongadas, o deserto vem se expandindo desde a década de 1960. A oeste, entre o oceano e os platôs, alternam-se áreas de planícies argilosas (regs) e dunas de areia (ergs), muitas dos quais deslocam-se ao longo do tempo, movimentadas pelos fortes ventos. As dunas geralmente aumentam de tamanho e movimentam-se mais rapidamente nas regiões situadas ao norte do país

Economia

Uma maioria da população depende da agricultura e da pecuária para a sobrevivência, ainda que a maioria dos nômades e praticantes do cultivo de subsistência tenham sido forçados para as cidades, devido às secas recorrentes ocorridas nas décadas de 1970 e 1980. A Mauritânia tem amplos depósitos de minério de ferro, que totalizam quase 50% do total das exportações do país, e com o aumento dos preços dos metais, companhias mineradores de ouro e cobre abriram minas no interior do país. As águas territoriais mauritanas estão entre as mais ricas em peixes no mundo, porém a exploração abusiva por parte de pescadores estrangeiros tem ameaçado esta fonte vital de renda. O primeiro porto de águas profundas foi aberto perto de Nouakchott, capital do país, em 1986. Nos últimos anos, as secas e as crises financeiras ocasionaram o aumento da dívida externa. Em março de 1999 o governo assinou um acordo com uma missão conjunta do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, visando fazer os ajustes necessários na situação econômica do país e estabelecer metas de crescimento.

O petróleo foi descoberto na Mauritânia em 2001, no depósito de Chinguetti. Embora seja potencialmente significamente para a economia do país, as jazidas foram descritas como "de pequeno porte."[5] A Mauritânia possui 51 blocos confirmados de petróleo - 19 offshore e 32 onshore - mas existem pesquisas estão em andamento visando futuras descobertas de campos petrolíferos.

Demografia

População

3.364.940 (estimativas de julho de 2008)[6]

Expectativa de vida ao nascimento

53.91 anos (estimativa de 2008)[6]

Grupos étnicos

40% mistura de mouros/negros; 30% mouros; 30% negros[6]

Religiões

99.84% muçulmanos, a maioria sunita

Idiomas

Dialeto hassaniya do árabe (língua oficial e nacional); outros idiomas são falados no país, como fula (pulaar), soninquê, uólofe e francês.

Cultura

A Mauritânia, juntamente com Madagascar, é um dos únicos dois países do mundo que não utilizam o sistema decimal para a sua moeda, cuja unidade básica, o ouguiya, é composto por cinco khoums

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  • Silnei changed the title to Mauritânia

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