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Mt. Ontake - Mosaico de cores no coração dos Alpes Japoneses


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Aproveitando que o Brasil está na estação de outono, vou mandar 2 relatos de travessias durante o último outono japonês, abaixo segue o primeiro e mais fotos podem ser vistas nos links:

 

Blog:http://nandosilvauptothelimit.blogspot.jp/2013/01/monte-ontake-mosaico-de-cores-no.html

 

Facebook:http://www.facebook.com/media/set/?set=a.536126146404540.138905.100000214779467&type=1&l=a8135c8849

 

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Passada minha escalada ao Monte Fuji eu já conseguia visualizar para o próximo ano novas subidas nos 3000+ japoneses, só não esperava que isso se concretizasse no mês seguinte. Depois de um cancelamento de última hora devido ao mau tempo nas montanhas de Suzuka eis que surge a oportunidade de subir o Monte Ontake, um vulcão adormecido localizado na província de Nagano na parte central do Alpes Japoneses.

 

Como programado partimos eu e Choke da província de Mie para encontrar o pessoal da província de Aichi e seguir viagem até uma parada na estrada onde passaríamos a noite. Com poucos integrantes desta vez, éramos cinco em 2 carros e um se juntaria a nós pela manhã, pousamos no carro de forma aquecida e confortável. Madrugamos no dia seguinte e logo o 6º elemento se juntou a nós e partimos rumo ao vulcão.

 

Subindo pela estrada avistamos alguns macacos que gritavam de forma agressiva mostrando que os visitantes não eram bem-vindos. Logo chegamos ao estacionamento que recebia um bom número de veículos, porém poucos montanhistas estavam no local. Tomamos um café da manhã as pressas, nos aquecemos, seguimos o protocolo de auto-apresentação e explicações sobre a subida e adentramos na trilha.

 

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A rota foi iniciada no 6º estágio a quase 2000 metros de altitude, no inicio a vegetação densa ainda apresentava altas árvores que foram diminuindo. Neste trecho a subida fluía tranquila com poucas pessoas pelo caminho, aos pouco a vegetação foi ficando baixa e conforme nos aproximamos do 7º estágio o fluxo de pessoas se tornou intenso devido ao fato de um teleférico chegar até aquela parte da montanha.

 

No 7º estágio já fora da mata encaramos a bela imagem limpa do vulcão, inclusive nessa altura muito mais belo que o famoso Fuji, o lugar mais parecia um parque com centenas de pessoas variadas, idosos, crianças que iriam apenas até este ponto para observar o koyu, a vegetação tingida em tons de vermelho e amarelo. Neste trecho aproveitei para utilizar o banheiro, e na saída Chamonix me perguntou se eu havia depositado uma moeda na caixinha, respondi que nem havia reparado que o banheiro era pago, então ela me mostrou um cartaz e pasmem, o dinheiro era para que os dejetos fossem tragados via helicóptero, como um aspirador de merda gigante.

 

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A partir desse trecho a trilha fica bem parecida com a do Monte Fuji, tanto em solo quanto em dificuldade, a diferença é o belo mosaico de cores formados pelos arbustos nessa época do ano. O tempo estava meio nublado e a temperatura agradável, até que um forte vento começou a soprar e obrigou a todos a se agasalharem melhor. Desta vez novamente Taro acompanhou as mulheres mais atrás e eu e Choke puxamos o ritmo lá na frente, sempre segurando um pouco para não perder contato com os demais.

 

Sem dificuldade chegamos ao último estágio e fiquei até surpreso com o bom preparo físico de meus companheiros. Logo avistamos o lago Nino, próximo de 3000 mil metros de altitude esse é o lago situado em um ponto mais alto do Japão, com neve perpétua em seu fundo o lago mostra uma beleza exuberante com sua cor intensa, impossível de conseguir captar com as lentes de uma câmera. Mais alguns metros pra cima e lá estávamos nós nos 3067 metros do cume.

 

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Um bom número de pessoas estavam presentes no topo que a exemplo de outras montanhas japonesas também possui um Santuário Xintoísta. Fizemos a tradicional foto do cume e nos preparamos pra almoçar ali mesmo, e assim com uma temperatura pouco agradável e um forte cheiro de enxofre fizemos nossa refeição com direito até a quiabo cru, já estou até me acostumando com a alimentação exótica desse povo na montanha.

 

Depois de 40 minutos lá em cima iniciamos a descida, onde tomamos um desvio na rota rumo ao lago Nino, eu não resisti e mesmo sendo alertado para não fazer experimentei um pouco da água do lago, que lembrou um pouco o sabor de água de poço, Chamonix fez o mesmo e levou uma bronca do líder por beber uma quantidade demasiada, mais pra frente levou outra chamada por experimentar uma frutinha com aparência de Blueberry, que segundo ela era amargo ou seja um provável veneno.

 

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Seguimos a passos firmes para baixo e passando o 7º estágio que a essa hora estava lotado, pegamos até congestionamento na trilha, o que retardou um pouco a descida, porém não o suficiente para atrapalhar nossa previsão. Antes do regresso o tradicional banho de onsen em um hotel da região que é muito famosa pelas propriedades de suas águas termais. Na volta mesmo exausto tive que encarrar mais de 3 horas ao volante, uma vez que Choke em piores condições que eu, me pediu o favor de conduzir o seu veículo, e sem nenhum contratempo regressamos conforme o previsto.

 

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