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Travessias Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra juntas em uma só caminhada


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Ola pessoal.

 

Tô planejando fazer uma travessia saindo do Pico do Marins, passando pela Serra Fina e Serra Negra e terminando em Visconde de Mauá (Maromba).

Para quem não conhece, esses locais ficam na Serra da Mantiqueira (divisa de SP/MG/RJ)

 

Provavelmente farei um "reabastecimento" em Passa Quatro (MG) e talvez ficar uma noite por lá.

 

Antes, porém estarei fazendo a Travessia da Bocaina emendando com a Joatinga no dia 05.

 

Alguém quer encarar?

Já vou adiantando uma coisa: estou fazendo sem apoio e suporte nenhum.

Fico no aguardo.

 

PS: Moro em Sampa

 

Abcs

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Eu ainda nao tenho certeza da data, porque irei fazer primeiramente a Serra da Bocaina no dia 05 e ficar uns dias em Paraty p/ depois fazer a Travessia da Joatinga. A Joatinga eu pretendo terminar lá pelo dia 17 (mais ou menos). Em seguida voltarei p/ Sampa p/ fazer o Marins-Maromba.

De quais datas vc dispoe?

 

 

 

 

Abcs.

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  • Membros

Augusto,

 

Eu e meu amigo assumimos alguns compromissos até o dia 07, depois disso estamos livres até o dia 26, quanto a planejamento o ideal seria deixar um dos carros em uma cidade e o outro em outra, em local seguro e depois irmos como pudermos para as trilhas, dependendo da programação posso combinar com uma pessoal para esperar a gente na saida do Itaguare pois eles se interessam em fazer a Serra Fina somente. Meu carro estaria disponivel para ficar em qualquer uma das cidades se vc tb tiver essa opção então está fácil deixamos um dos carros e seguimos num mesmo carro para o começo da trilha, vc tem essa possibilidade? acha que consegue encaixar algo nessas datas?

 

inte

 

Ricardo

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Augusto,

 

Eu e meu amigo assumimos alguns compromissos até o dia 07, depois disso estamos livres até o dia 26, quanto a planejamento o ideal seria deixar um dos carros em uma cidade e o outro em outra, em local seguro e depois irmos como pudermos para as trilhas, dependendo da programação posso combinar com uma pessoal para esperar a gente na saida do Itaguare pois eles se interessam em fazer a Serra Fina somente. Meu carro estaria disponivel para ficar em qualquer uma das cidades se vc tb tiver essa opção então está fácil deixamos um dos carros e seguimos num mesmo carro para o começo da trilha, vc tem essa possibilidade? acha que consegue encaixar algo nessas datas?

 

inte

 

Ricardo

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  • Membros de Honra

Ola Ricardo.

Eu já me comprometi c/ minha namorada p/ as travessias Bocaina e Joatinga do dia 05 ao 16 ou 17/07.

Depois estarei livre p/ fazer Marins-Maromba.

Infelizmente são esses os dias q me sobraram p/ a travessia.

Abcs.

 

 

 

Augusto

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  • Membros de Honra

Ola pessoal.

Por problemas q surgiram c/ minha namorada, estarei antecipando a travessia Marins-Maromba em uns 3 dias.

Ficarei no máximo 1 ou 2 dias em Paraty antes de iniciar a travessia da Joatinga.

Vou iniciar a travessia Marins-Maromba lá pelo dia 15, se tudo der certo nas travessias Bocaina e Joatinga q farei antes.

É isso.

Abcs a todos.

 

 

Augusto

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  • 1 mês depois...
  • Membros de Honra

Aqui é um relato de uma mega travessia pela Serra da Mantiqueira (Transmantiqueira) onde caminhei pela Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra, todas de uma vez só, entre os dias 15/07 a 23/07/2003. As 3 eu fiz uma na sequência da outra, iniciando no Pico do Marins e terminando na Vila de Maromba, em Visconde de Mauá.

Em todas as 3 o tempo estava perfeito, mas o frio era de lascar.

 

Abaixo o link das fotos junto com as cartas topográficas, mapas e croquis:

 

Para realizar essas 3 travessias só tinha dúvidas em relação a Serra Negra, já que era a única que eu não tinha feito entre as 3.

Para essa trip consegui reunir mais 4 corajosos: Jorge Soto (Sampa), Téo, Ricardo e o Temujin (Pouso Alegre/MG) mas eles seguiram até o final da Serra Fina. A Serra Negra eu tive que completar sozinho.

 

Na manhã do dia 15/7 (Terça-feira) encontrei o Jorge na Rodoviária do Tietê em São Paulo e o resto da galera iria encontrar na base do Pico do Marins, onde iriamos acampar. Pelo nosso planejamento não iríamos ter apoio nenhum de veículo ou algum suporte durante o trajeto e pelo roteiro iríamos terminar em cerca de 10 dias.

Para a 1ª travessia (Marins-Itaguaré) eu e o Jorge pegamos o ônibus no Tietê em direção a Itajubá e descemos logo depois da divisa SP/MG, no alto da Serra da Mantiqueira, uns 5 minutos depois do Posto Policial para quem vem de Piquete.

O horário marcava 11:00 hrs e ainda teríamos que caminhar em um ritmo forte por cerca de 15 Km até para chegar no Acampamento Base Marins, onde se inicia a trilha até a base do Pico do Marins. Assim que descemos na Rodovia, seguimos por uma estrada de terra no sentido leste. Logo no início dessa estrada há uma placa de Fazenda Saiqui, como referência. Inicia-se numa parte plana e depois tendo uma subida forte.

Água não é problema, pois existem várias nascentes na estrada e depois de uma longa subida com uma bica de água do lado direito, a estrada passa por um mata-burro e aqui se inicia a descida até a sede da Fazenda, que vai estar do lado esquerdo. Depois das casas dos moradores da Fazenda à esquerda, logo a frente haverá uma bifurcação à direita indicando Pico do Marins (desse ponto já dá para ver o Marins imponente à sua frente). Seguindo por ela, logo em seguida se chegará ao Acampamento Base, que pertence ao Milton onde atualmente existe um camping estruturado e um enorme estacionamento para veículos. Daqui para frente se inicia uma subida bem íngreme em direção ao Morro do Careca. A estrada vai seguindo quase em zig zag.

Depois da longa subida pela estrada íngreme, eu e o Jorge chegamos ao descampado onde existe uma placa verde com indicações de alertas e altitudes de alguns picos até o topo do Marins. Descansamos um pouco aqui e saímos pouco depois das 15:00 hrs serra acima. Água se encontra à esquerda do descampado com a placa, descendo alguns mts por uma trilha bem demarcada. É uma pequena nascente, mas é a única até o topo.

Para a subida é só pegar a trilha ao lado da placa e ir atravessando a mata até sair em campos de altitude e dali para frente é só subida íngreme. Ela é bem desgastante, mas bem demarcada e sem problemas de navegação. Na dúvida siga os totens e as marcações de setas que estão pintadas em amarelo.

 

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Depois de uma exaustiva subida chegamos na base do Marins, ao lado do riacho às 17:30 hrs e aqui montamos acampamento, mas nada do resto da galera chegar. Assm que anoiteceu fizemos nosso jantar e logo fomos dormir. A noite foi tranqüila e só no dia seguinte encontramos os outros 3 (disseram que tinham chegado as 22:00 hrs).

A subida até o topo do Pico do Marins leva uns 20 minutos e só o Jorge subiu, assim que ele acordou. A travessia até o Pico do Itaguaré leva umas 8 horas, em um ritmo razoavelmente forte, então precisávamos sair cedo para não chegar lá no anoitecer. Existe um problema de não haver água durante essa travessia e o riacho que nasce na base do Marins está poluído (até existe uma placa alertando sobre isso - se puder traga do Morro do Careca). O ideal é levar uns 2 a 3 litros de água, pelo menos.

 

A trilha para o Itaguaré está à nordeste, tendo que subir e descer o Pico Leste (ou Marinzinho, como alguns chamam) e na dúvida siga alguns totens e setas que estão visíveis em boa parte dessa travessia. Com barracas desmontadas e mochilas nas costas, pouco antes das 08:00 hrs iniciamos a caminhada até o topo do Marinzinho, onde é possível ver toda a crista a ser percorrida no sentido leste naquele dia. A Pedra Redonda e o Pico do Itaguaré já aparecem bem ao fundo e parecem estar bem próximas, mas ainda falta uma longa caminhada.

A descida do Marinzinho é bem mais íngreme que a subida que a gente passou e existe até trecho onde é necessário descer por uma corda amarrada na pedra e aqui fomos descendo um a um. Daqui em diante fomos seguindo por trilha no meio de vegetação baixa até chegar ao fundo do vale e depois encontramos mais outro trecho com corda, agora auxiliando a subida.

 

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É preciso tomar muito cuidado neste ponto, pois a corda estava amarrada em uma pedra que se soltou do solo, mas é possível subir sem o uso dela se agarrando na vegetação, apesar de ser um pouco íngreme. Já na crista haverá uma alternância entre subidas e descidas de pequenos morros, trilhas passando por arbustos e muitos trechos com bambuzinhos até que se chegue à Pedra Redonda e junto dela tem um local plano para descansar e onde paramos um certo tempo com um belo visual do Marins bem ao fundo.

 

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Seguindo em frente e depois de alguns minutos encontramos uma área de acampamento denominada "Acampamento 3 - Base da Pedra Redonda" onde cabem umas 5 barracas.

É um dos melhores lugares de toda a travessia para acampar, cercado de vegetação um pouco alta por todos os lados e o solo totalmente plano, mas tem o problema de não haver água próxima. Passamos pelo descampado e seguimos pela trilha e mais trechos de sobe morro/desce morro vão surgindo, mas sem problemas de navegação.

 

O que atrapalha aqui são os arbustos que estão altos e os bambuzinhos que teimam em se enroscar nas mochilas.

Lá pelas 15:00 hrs avistamos o Pico do Itaguaré bem em frente, mas ainda tínhamos a última subida de morro e quando estávamos no trecho final da travessia, chegamos a uma parte onde se deve passar por um buraco na pedra.

Primeiro joga-se as mochilas por cima da pedra para depois passar se agachando.

Mais alguns minutos e chegamos na base do Pico do Itaguaré, já por volta das 16:00 hrs.

O caminho prossegue até que se chegue a uma bifurcação.

À direita sobe até o topo do Itaguaré e a esquerda chega-se a uma área de acampamento bem aberta. Fomos acampar logo depois de uma pequena nascente (que estava seca) em um vale entre os dois picos menores, que possui bons lugares para montar barracas.

 

Depois fomos subir até o topo do Itaguaré, que não leva mais do que uns 20 minutos. É preciso tomar cuidado, pois tem um ponto onde tem de pular algumas pedras com um abismo abaixo. Batemos algumas fotos lá do topo e resolvemos descer para preparar o jantar.

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Aquela noite de Quarta-feira foi tranquila sem muito vento e com temperatura razoável próxima dos 5ºC. No dia seguinte (Quinta-feira), para descer em direção a estrada, tomamos a trilha que sai na direção norte (ela é bem nítida e fácil achá-la). A trilha é íngreme com enormes buracos causados pelas enxurradas e é preciso tomar cuidado para não se machucar em um deles. Até a estrada são umas 2 horas de descida bem forte.

 

Ela termina em um descampado bem grande, junto a um riacho e ao lado de uma estrada de terra. Daqui para frente é seguir por ela e depois de quase 1 hora chegamos nas primeiras casas. A estrada segue em frente, mas viramos na bifurcação da direita, cruzando a porteira.

O caminho foi seguindo por uma plantação de marmelo e cruzando com algumas nascentes e um enorme lago que estará à esquerda e depois desse lago é que começa a descida em direção à Rodovia que nos conduzirá até Passa Quatro. Já na Rodovia o ônibus não demorou muito e chegamos na cidade pouco antes das 14:00 hrs.

Em Passa Quatro ficamos no Hotel Serra Azul, bem em frente à antiga estação de trem e nessa cidade houve a 1ª baixa: o Temujin. Ele alegava que não estava aguentando mais e daqui para frente continuamos em 4. Pelo roteiro iríamos caminhando até a Fazenda Toca do Lobo, onde se inicia a trilha da Serra Fina, mas o pessoal insistiu para arranjar um transporte e o Ricardo conseguiu uma Toyota que nos pegaria na Sexta-feira pela manhã por volta das 07:00 hrs no Hotel.

 

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Depois de uma noite bem dormida e um café da manhã no Hotel, seguimos de Toyota até a Toca do Lobo, onde chegamos as 08:30 hrs.

Aqui existe uma Toca mesmo, mas cheia de lixo e para iniciar a trilha é só voltar uns 10 mts, atravessar o rio e iniciar uma longa caminhada para vencer o desnível de praticamente 1000 metros até o alto da serra, onde se localiza o Pico Alto do Capim Amarelo. Ao cruzar o riacho, deixe para pegar água em outros pontos mais acima, junto da trilha para economizar no peso.

Quando iniciamos a subida notamos uma outra trilha bem maior, que depois fiquei sabendo tratar-se de um caminho para passagem de madeira, retirada daquela região.

 

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A subida agora é nítida, avançando por entre a vegetação para o espigão principal da Serra Fina.

Após um trecho relativamente desgastante de subida, onde a vegetação é um tanto fechada, mas logo cede espaço para os campos de altitude, vegetação mais rasteira, que permite a primeira visão do Vale do Paraíba, ao sul. A leste aparecem os Picos da Gomeira, Itaguaré e Marins e Marinzinho bem ao fundo.

 

Assim que iniciamos pelos campos de altitude, é só seguir pela crista, que marca a divisa SP/MG, já sendo possível observar o Pico Capim Amarelo lá no alto.

Cerca de 1 hora de subida haverá 2 pontos para pegar água do lado direito e logo à frente a trilha cruza uma área de acampamento, mas é um local muito exposto aos ventos que sopram na região, por isso somente em caso de emergência deve ser usado.

Nesse trecho a trilha passa por entre 2 vales para depois iniciar a subida pelo meio da vegetação por um bom tempo assim.

 

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Chegamos a um ombro um pouco mais abaixo do pico onde se tem a visão da Pedra da Mina bem a leste. Daqui em diante a trilha entra na mata e segue assim até o topo do Capim Amarelo, onde chegamos por volta das 14:30 hrs.

No dia, o local estava lotado e tinha até um pessoal com 2 cães da raça pitbull (uma coisa absurda) e que tinham montado até uma tenda. O topo possui áreas pequenas e cada uma com espaço para uma ou duas barracas. São áreas protegidas porque o capim forma uma ótima proteção contra o vento, que às vezes é muito forte.

 

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Olhando para leste pode-se observar imponente a Pedra da Mina e os vales e cristas que nos separam dela. Devido ao lugar já estar ocupado passamos direto por esse pico e fomos montar nosso acampamento descendo até o fundo do vale, cerca de 1h30min depois, em um descampado à direita da trilha, chamado de Maracanã.

Para se chegar nesse local é só pegar a trilha na direção norte e descendo até chegar aos bambuzinhos e ao capim elefante. Nas bifurcações siga os totens e algumas fitas. Eles serão a sua referência nos locais mais difíceis dessa trilha. Nessa noite fomos dormir com temperatura bem próxima abaixo de zero, pois fez muito frio.

 

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No Sábado pela manhã encontramos uma crosta de gelo em cima das barracas e na vegetação. Depois do café da manhã e barracas desmontadas, continuamos a caminhada sempre rumo leste. Nesse trecho a trilha segue por entre a vegetação alta até chegar na base de uma encosta de pedra, onde vamos subindo, nos guiando por alguns totens até chegar no topo e novamente entrar na vegetação alta.

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Depois de um pequeno trecho de subida íngreme chegamos no plano passando por inúmeras pedras na trilha. Daqui já víamos a Pedra da Mina bem a frente e fomos descendo até o fundo do vale onde existem várias nascentes.

 

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Aqui passamos ao lado de uma pequena cachoeira do lado direito, mas a água é rica em ferro, por isso não é boa para consumo.

Siga pela trilha mais alguns minutos e pegue água do próximo riacho, esse sim com água de qualidade. Ao lado existe alguns descampados que são boas opções para camping se você estiver chegando aqui durante a noite.

Depois de um pequeno trecho por lajes de pedras, iniciamos a subida da face oeste da Pedra da Mina por entre a vegetação em trilha quase que em zig zag para chegarmos no topo por volta das 14:30 hrs.

 

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Aqui encontramos inúmeros locais que o pessoal abriu para colocar barracas, mas todos eles são muito expostos. Alguns são protegidos por pedras e não recomendo acampar aqui, a não ser que esteja bem preparado para o vento e o frio. Olhando para o norte vê-se a trilha que vem do Paiolinho e contamos 3 grupos que tinham chegado naquele Sábado à tarde por essa trilha.

Do Paiolinho até o topo da Pedra da Mina é 1 dia de caminhada com subida muito íngreme. Demos um tempo no topo para curtir o visual e em seguida descemos em direção à várzea do Rio Verde, em um local chamado Vale do Ruah, que fica à leste da Pedra da Mina.

Do topo é possível ver descampados por entre o capim elefante e nesse vale existem alguns lugares onde pode-se montar as barracas e os locais são bem planos (só é complicado em dias de chuva). A maioria do pessoal que estava acampado no topo ou no vale onde estávamos iria terminar a travessia ali mesmo e depois voltariam pela Trilha do Paiolinho.

A noite foi bem tranquila e como estávamos protegidos pela vegetação, nem sentimos tanto frio.

No Domingo pela manhã (20/07) barracas desmontadas e mochilas prontas, agora seguimos em direção ao Pico dos 3 Estados que estava ainda a umas 6 ou 7 horas. A trilha aqui segue pelo Rio Verde sentido leste e quando ele começar a ir para esquerda, se tornando mais encachoeirado, a trilha sai para a direita. Sugiro levar bastante água (uns 3 litros), pois agora só no final da travessia, quase no final do dia seguinte. Quando a trilha sai do Rio Verde e chega em uma pequena crista, ela vai seguindo por ela, cruzando trechos de arbustos altos e muito bambuzinho. Desse ponto olhando em linha reta a crista se vê o Pico Agulhas Negras bem ao fundo na Serra de Itatiaia, o Pico do 3 Estados vai estar à esquerda e a direita o Pico Cupim de Boi no final da crista (parece nem existir trilha até o topo desse pico).

 

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E ao chegar no final dessa crista, sai uma trilha à esquerda que vai descendo até um pequeno vale, passando por uma região de bambuzal com bons lugares de acampamento, mas sem agua. Saindo do trecho de mata fechada, a trilha vai seguindo morro acima até chegar ao topo do 3 Estados por subidas íngremes e muito cansativa.

No topo existem bons lugares para montar barracas e logo que montamos as nossas, um outro grupo de 3 pessoas chegou em seguida.

 

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Aqui existem as ruínas de um enorme marco de ferro com os nomes dos 3 Estados e o visual daqui é um dos melhores dessa travessia, pois dá para ver toda a parte alta do PN Itatiaia com Agulhas Negras e Prateleiras, boa parte da crista por onde caminhamos e o Bairro Paiolinho e a cidade de Passa Quatro no vale.

Aquela noite de Domingo foi bem tranquila e com temperatura razoável.

 

Acordamos relativamente cedo naquela manhã de Segunda-feira (21/07) e depois de um café da manhã partimos em direção ao trecho final dessa travessia, que é chegar na Rodovia que liga Engenheiro Passos a Itamonte e serão mais umas 5 a 6 horas com uma certa dificuldade. Logo depois que saímos do 3 Estados, a trilha tem uma alternância de pequenas subidas e descidas por vegetação de arbustos e capim elefante até chegar ao topo da Serra dos Ivos.

A partir dali e descida é bem íngreme e a direção geral da trilha é em frente, sempre descendo. Na metade da descida do Alto dos Ivos existe um local para acampamento, mas apenas para emergências e após esse trecho, a trilha desce através de um bambuzal muito fechado que vai se enroscando na mochila. Nessa descida existem algumas bifurcações, mas a trilha correta é a que sai na 2ª crista à esquerda, para quem desce a Serra dos Ivos e quando chegar na parte plana da trilha, haverá uma cerca de arame do lado direito e é o sinal que a trilha estará chegando no fim. Ao seguir próximo a uma encosta coberta de vegetação do lado direito, em alguns minutos passamos ao lado de uma pequena bica de água do lado direito e aqui é um bom local para descanso. Mais alguns metros e a trilha termina em uma pequena estrada.

 

À direita deve levar à plantações pertencente ao Sitio ou se quiser até a Garganta do Registro; à esquerda leva a uma estrada um pouco maior que chega na Rodovia e é o caminho que vamos seguir. Mais alguns minutos e passamos ao lado de uma antiga Pousada que deve ter funcionado a muitos anos atrás.

 

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Descendo pela estrada da fazenda, logo chegamos na casa do caseiro e em seguida a Rodovia (desse ponto já é possível ver o Picú à frente). Quando chegamos na Rodovia o grupo se separou, pois o Ricardo, o Téo e o Jorge resolveram não continuar comigo na travessia da Serra Negra. Infelizmente tive que continuar sozinho a minha caminhada; não teve jeito. Carona para a Garganta do Registro é muito difícil conseguir aqui e não me restou outra opção de seguir a pé até lá, que levou uns 30 minutos.

Ao chegar na Garganta comprei umas mexericas e dei uma descansada por lá e pelo horário (cerca de 15:00 hrs) achava que seria muito difícil conseguir carona em direção ao Alsene, pois o PN já ia fechar logo, por isso já planejava acampar no Brejo da Lapa, mas assim que iniciei a subida, passou por mim um carro que era Sr. Adauto - funcionário de Furnas, que trabalha dentro do PN à quase 30 anos e me deu carona até o inicio da trilha, me deixando próximo do Alsene pouco antes das 16:00 hrs.

 

A travessia da Serra Negra se inicia uns 300 mts antes da antiga Pousada do Alsene, à esquerda, em uma antiga estrada de terra abandonada que vai descendo o vale até cruzar com o Rio Aiuruoca lá embaixo e ao cruzar o rio passo ao lado das Cabanas Cabeceiras do Aiuruoca, que seria um ótimo local para acampar, mas sigo em frente pela trilha. Uns 200 mts depois das Cabanas, a trilha se divide em duas: eu segui na da esquerda (a da direita segue paralela, mas é um pouco mais longa). A da esquerda é um pouco fechada e segue próximo ao Rio Aiuruoca. Quase já de noite, ao passar por uma Fazenda abandonada do lado esquerdo existe uma subida um pouco à frente e logo depois tem início a descida por voçorocas enormes. Água não é problema, pois há várias nascentes nessa travessia. Na verdade a trilha é uma antiga estrada bem deteriorada no seu começo e depois de cruzar o Aiuruoca continua ainda bem demarcada, já tendo ares de trilha, seguindo sempre com o rio do lado esquerdo e se afastando cada vez mais dele.

 

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Depois desse trecho de descida se chega no Sitio do Sr. José Rangel (filho do falecido Sr. Anísio) e aqui funciona uma Pousada, onde cheguei aqui por volta das 19:00 hrs já de noite.

 

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Na época o lugar só dispunha de um pequeno chalé e devido ao cansaço resolvi ficar lá, pagando $40,00 com jantar e café da manhã (valor da época, não sei como tá hoje). Se quiser acampar, o ideal é caminhar mais uns 10 minutos por uma estrada de terra que terminava na Pousada e virar em uma bifurcação da direita para chegar no Sitio do falecido Sr. Anísio. Lá há bons lugares para barracas.

 

Depois de um belo banho e um jantar com frango caipira fui dormir no chalé e acordei na manhã seguinte (Terça-feira) com um galo cantando e revigorado, pronto para as últimas horas dessa mega caminhada pela Mantiqueira.

Depois do café da manhã e de me despedir do Sr. José Rangel e sua família, eu tinha 2 opções para continuar a caminhada: continuando pela estrada, uns 10 minutos depois eu viraria na bifurcação da direita até chegar até a casa do falecido Sr. Anísio e de lá subir por trilha muito íngreme que me tomaria algumas horas, mas resolvi seguir um croqui do Guilherme Rocha, que continua seguindo pela estrada e só vai sair dela uns 20 minutos depois, onde é o início do “Subidão da Misericórdia”.

 

Essa subida se inicia depois de passar um antigo curral do lado direito. É uma subida longa e íngreme (justifica o nome). O ideal é levar 1 litro de água, pois só fui encontrar outro ponto depois de umas 3 horas, em uma bica do lado direito da trilha. Terminando essa subida a trilha continua no planalto com visual do alto da Serra Negra e Itatiaia à direita e Pico do Papagaio à esquerda. É um belo visual.

 

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A trilha é bem nítida e muito usada por moradores da região que vão de cavalo para Vila de Maromba levar queijo e alguns doces. Nesse trecho ela se encontra com uma outra que vem do Sitio do Sr. Anísio e daqui em diante é quase que uma estrada até chegar nas voçorocas.

 

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Depois do trecho íngreme com alguns descampados, a trilha se estabiliza e logo à frente surge uma bifurcação à direita, que leva até próximo da Cachoeira do Escorrega, mas se quiser continuar em frente pela crista descendente se chega próximo da Cachoeira Santa Clara. Eu resolvi seguir na bifurcação da direita, que me deixou na estrada próxima da Cachoeira do Escorrega, umas 5 horas desde o Subidão.

 

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Depois de cruzar o Rio Preto por 2 pequenas pontes, continuei descendo pela estrada até a Praça principal da Vila de Maromba, onde fiquei aguardando o circular até Resende (na verdade até o Graal) e de lá tomei um ônibus direto para SP.

 

 

Abcs

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