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Pedra do Sapo - A beleza e a simplicidade (Biritiba Mirim, SP)


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  • Colaboradores

“Não sei se por falta de buscar informções, desdem ou obstinação excessiva, muitos vão a procura de diversão nos atrativos naturais da região, que faz divisa entre Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim, e acabam batendo cabeça apenas até as duas cachoeiras mais famosas dali, sendo que aquelas bandas oferecem muita coisa boa praqueles que buscam se aventurar ao ar livre. Seja nos rios, se deliciando em cachoeiras, ou no ponto mais alto dos muitos Picos que servem de mirante natural, que em dias de sol e céu limpo, permite uma linda visão do litoral de Bertioga.”

 

RELATO

 

Voltar lá pra ficar na mesmice não tá dando. Eu e Diógenes já havíamos dito de explorar as trilhas que ainda não conhecíamos daquele miolo. As agendas lotadas (somos celebridades/Pais de família rs) nos impedia e nos obrigavam a empurrar nossos planos mais pra frente, até que desse certo. E deu.

Mesmo depois da velha situação: não fode, nem sai de cima. Eu consegui me ajeitar e por um belo domingo (03/05/2015) a cargo dessa missão com “ele.” Chamei alguns amigos, que não puderam ir. O Diógenes, aos 45 do segundo tempo, trouxe mais dois ao time, que ficou com a seguinte escalação: Adilson Sila, Diógenes Spada, Eder Barbosa, Priscila Santos e Eu (Vagner). Todos determinados a concluir objetivo de chegar ao topo da Pedra do Sapo, mesmo sem saber qual era o caminho. Isso é interessante rsrs. A previsão prometia 29°C naquele dia, e eu já pensava que o ideal seria um bom banho de cachoeira, mas o dia nos reservava algo tão bom, que no final das contas acabei esquecendo esse detalhe.

 

Sete horas da manhã eu desembarquei na última estação da linha-Coral da CPTM, encontrei um dos meus, e pouco depois o grupo já estava formado. Dentro do busão, sem a menor pressa, a gente já tagarelava a vontade dando início às novas amizades entre os que não se conheciam.

 

Quando o ônibus chegou no seu trajeto final, se deu o começo da singela aventura que nos propusemos a ir. Pois a partir dali era solo novo a todos o integrantes do grupo, com exceção do Diógenes, que já havia tentado a mesma coisa antes.

Foram alguns quilômetros percorridos pela estrada de terra acompanhando os tubos que puxam água do Reservatório Ponte Nova, alí perto. Quando abandonamos a estrada principal, seguimos da direção de algumas propriedades que teríamos que passar para chegar na trilha que leva ao pico. Fomos direto, demos de cara com uma porteira que ao lado esquerdo tem um lago abastecido por um mini queda dágua, grama baixa e bem roçada. Tudo muito “bunitinho.” rs Depois de chamar, gritar e esperar, uma senhora, ao longe, gritava a direção que teríamos que tomar afirmando que o correto seria entrarmos numa porteira antes dali.

 

De repente...

 

...escutamos os passos firmes de algum animal que vinha em nossa direção. Era um cachorro enorme (Buddy), que só pelo tamanho e força já impunha respeito (deu mó cagaço kkkk). Mas na verdade ele só tinha tamanho mesmo, chegou pulando e brincado com cada um de nós. Pulava, cheirava, corria e voltava. Ficou tão ofegante que não resistiu e pulou no laguinho pra se refrescar naquela água, que deveria estar beeem gelada. URRGHHH.

Passado o episódio citado, paramos um senhor que passava de carro para pedir infos, e para alegria, ele era quem toma conta da casa que dá passagem à trilha. Ele (Sr. Raimundo) nos disse que a propietário não permite a passagem por menos de $100 por pessoa, mas como ela não estava por lá e ainda estava devendo uma grana pra ele, ela não apareceria no mesmo dia. Então fomos autorizados a passar, mesmo depois de que o dono do Buddy viesse pra por em contradição algumas infos do Sr. Raimundo. Rolou o maior clima chato, pois parece que a vizinhança dali não é bem entrosada. Maaass... ema, ema, ema...

 

Passamos pela porteira que tinha uma plaquinha advertindo: CUIDADO, CÃO BRAVO. Chegamos a uma casinha, e uma outra abandonada, em ruínas, seguimos em frente, pois a trilha continuava muuuito batida, mas também fugia muuuito da direção que deveríamos ir. Batemos pé por pouco tempo e decidimos voltar.

Voltando um pouquinho, atrás da casinha, achamos a trilha que estava bem escondida e seguia numa subida um pouco forte, mas na direção desejada. Apareceram algumas bifurcações pra confundir um pouco, a maioria também segue batida. Fomos pra esquerda em duas delas, e depois de subir bastante, quando chegamos na “trifurcação,” mesma que com dúvidas, ignoramos as laterais e seguimos reto, continuando a subir, subir e subir. A expessa mata começou a se abrir e clarear o caminho. Já era a certeza de estarmos chegando.

 

Biiingoo. Chegamos à Pedra da Forquilha, com uma linda visão frontal da Pedra do Sapo (que Pico lindo). O sol estava forte, e aos poucos dissipava a serração, isso nos permitiu ficar lá por hoooras, admirando o visual em 360 graus.

Além da surpreendente vista da Pedra do Sapo, podemos ver a Torre Itapanhaú e a Represa ao leste, o mar e a orla da praia de Bertioga e o Montão de Trigo mais a sudeste. Fora o quanto ficamos imaginando as direções para alcançar o Pico Cabeça de Nego que está por ali, perto do Itatinga. Foram “fotos a adoidado.” Infos adicionais nos trazem a certeza de que o pico que está ao fundo esquerdo da Pedra do Sapo, é o Pico Peito de Moça. Mais um a ser explorado heheh.

 

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O retardado já se via no alto e perigoso topo da Pedra do Sapo. Ventava muito, mas a teimosia me levou lá rapidinho (o Eder também foi), mesmo com oferecendo riscos, à cabeça do anfíbio petrificado. Ali eu pude ter uma noção do quanto é alto aquele ponto. Depois voltamos a subir por lá com toda a galera a aproveitar o visu.

Um dos nossos teve uma certa dificuldade pra subir, se pendurando e se roçando (acochando) as pedras enquanto se segurava na corda e tentava alcançar apoio pros pés kkkk.

 

 

 

 

Enquanto permanecemos lá encima, eu e o Eder olhávamos as estradas lá embaixo, imaginado que poderíamos voltar por outro caminho, onde vimos algumas pessoas praticando Motocross. Por curiosidade, sem querer, descemos pra fotografar uma espécie de “flor exótica.” e quando vimos, já estávamos bem longe dali, explorando as trilhas do entorno que apontam pra tudo que é lado. Pegamos um outro ângulo do Pico, a P. da Forquilha e a Do Sapo em conjunto, e depois de descer, descer e descer muuuuito, decidimos voltar (com a língua de fora e suando rs), sofrendo com a subida pra avisar aos demais que aquele poderia ser o nosso caminho de voltar, assim evitaríamos os contratempos nas terras alheias. Bastava todos concordarem.

 

Novamente lá encima, depois de repôr as energias e descontrair mais um bucadinho, resolvemos voltar pelo caminho que exploramos. Descemos toda aquela inclinação num ritmo bom, e os vááários metros de cordas instalados pelo caminho ajudaram bastante.

Chegamos até um ponto que eu e o Eder ainda tínhamos explorado, mas o bom senso de direção sempre nos levava ao caminho certo. Descida.

Quando tudo ficou mais claro, e pisamos os pés na estrada que víamos lá do alto, uns queriam ir pela direita, outros queriam ir pela esquerda. E depois de uma discussão amena e respeitosa (rsrs)... conclusão: vamos separar o grupo, e nos encontramos no ponto final do ônibus.

O Adilson, que já sofreu em alguns perrengues comigo, sabe que eu atraio eventualidades estranhas, e preferiu ir pela direita com o Diógenes. Já a Priscila, o Eder e Eu fomos pela esquerda, que pelo mapa parecia ser um caminho mais fácil e mais curto. A dupla andaria mais, teria que contornar cerca de 1,5 km a mais do que nós.

 

 

 

 

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Seguimos por estrada aberta, rodeada por um vasto bosque de Eucalipto, que ao longo do caminho se tornaram obstáculos frequentes. Era tanta árvore caída pelo caminho que parecia uma escadaria. Tivemos que que pular várias, se aguai char e passar por debaixo de outras. Foi um belo pé no saco.

Conforme íamos deixando a visão do pico mais distante, mais a mata ia se fechando. Até que fechou de vez. O capim, de tão alto, nos cobriu fácil, fácil, enormes teias de aranha, de cor amarela, eram tão grossas e resistentes, que pareciam linhas de pipa. O vara mato foi inevitável.

Pouco depois saímos numa propriedade, que pra nossa sorte, não tinha ninguém, apenas os vira-latas latindo de longe. Quando saímos no portão, coisa de trinta segundos depois, encosta um carro de fronte a entrada. Eram os donos, que não notaram de onde viemos, então nada falaram.

Achamos que já estava tudo tranquilo, então seguimos no sossego da deserta estrada de terra. Acreditamos que nossos amigos ainda estariam bem distantes de nós, então tramamos algumas brincadeiras pra poder contar vantagem sobre eles, alegando que eram lerdos demais, que o caminho deles era muito longo, e que já estávamos a esperar eles por horas. Mas quando sentamos na esquina, antes do ponto, o miserável do Adilson já lançava tchauzinhos pra nós, sentado de boa aproveitando a sombrinha que o ponto faz (que bosta kkkk).

Esses dois inventaram, mais inventaram tanta história pra zuar da nossa cara, que a volta pra casa foi na base das risadas. Eles disseram que já estavam nos esperando a meia hora, que vieram devagar, tiveram que esperar uma boiada que bloqueava a estrada pra poderem passar, que acharam uma cachoeira, que sofreram uma ataque de Jiboia, tomaram um enquadro da polícia e até encontraram o Sr. Raimundo perguntando como teria sido o passeio. Nossa, aumentaram demaaaais...kkk. O Adilson havia avisado a Priscila que na minha companhia sempre acontece algo de errado, mas ela já tinha feito sua escolha. Se deu mau rsrs.

 

Mas o bom de tudo isso, foi que o nosso domingo veio para trazer um rolê dos bons e unir novas amizades.

Valeu galera.

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