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Travessia Serrinha do Alambari-Visconde de Mauá (RJ) - abr/14


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  • Membros de Honra

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Borda leste de Itatiaia

 

As fotos estão em https://picasaweb.google.com/116531899108747189520/TravessiaSerrinhaDoAlambariViscondeDeMauaRJAbr14.

 

Integrantes: Ronald, Amarildo, Rodrigo, Célio. Karine, Myung Lee e eu

 

Após a travessia Penedo-Serrinha do Alambari (relato em travessia-penedo-serrinha-do-alambari-rj-abr-2014-t94711.html), passamos a noite na Pousada Conquista na Serrinha para no dia seguinte fazer a travessia para Visconde de Mauá.

 

Saímos da Pousada Conquista às 8h26 e tomamos a Estrada do Camping à direita, na direção dos condomínios Alto do Pinhal e Vale Verde. Subimos à direita na bifurcação com placas e alcançamos o portal dos citados condomínios às 8h38. Cerca de 200m depois entramos num segundo portal à direita e seguimos até as casas. O local estava deserto. Logo após a primeira casa descemos à direita acompanhando o calçamento, mas logo o abandonamos e cruzamos o gramado à esquerda na direção da mata ciliar até encontrar uma trilha bem marcada que nos levou num instante ao cristalino Rio Santo Antônio. Tiramos as botas e cruzamos o rio às 9h10 na altitude de 976m. Na margem oposta uma placa da RPPN Santo Antônio sinaliza a continuação da trilha.

 

Dali em diante seria uma subida longa e constante sob a sombra da floresta, num desnível de 683m até a saída da mata para o campo de altitude e mais 25m até o cume da serra.

 

Na parte mais baixa a trilha não é muito bem marcada e exige bastante atenção. Há algumas marcas de facão nas árvores. Na cota dos 1220m, às 9h51, paramos para um rápido descanso. Na altitude de 1439m, às 10h35, a subida se torna bem mais forte e cansativa. Às 11h alcançamos o acesso a uma fonte de água bem abaixo da trilha principal, com descida por uma picada escorregadia. Isso já nos 1564m de altitude. Apenas alguns do grupo desceram para saciar a sede na água geladinha. Ao pegar a minha mochila deixada no chão, vimos que um bicho-pau havia resolvido conhecê-la. Aproveitamos para fotos com esse curioso habitante da floresta.

 

A partir da água foram apenas mais 12 minutos para sair da mata e ter a espetacular visão das montanhas e vales ao redor (11h36). A borda leste de Itatiaia estava toda na nossa frente, porém seus principais picos, como Cabeça de Leão e Pico do Gigante, não estavam visíveis daquele ângulo. Reconhecemos apenas o Pico da Maromba, o Marombinha e a Pedra Preta (ou Pico Serra Negra) bem à direita (noroeste). Depois, olhando as fotos, consegui identificar também o maciço do Pico Cabeça de Leoa.

 

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Pedra Selada de Mauá

 

O cume estava muito próximo e boa parte do alto dessa serra é formada de arbustos e árvores pequenas. A trilha continua percorrendo a crista toda e proporciona visão para todos os lados. Dois mirantes à direita dão visão para a Serrinha, Penedo, Resende e o Rio Paraíba do Sul, com a Serra da Bocaina bem ao fundo. Mais adiante, ao atingir o cume de 1684m, às 12h07, a imponente Pedra Selada de Mauá se destaca no horizonte.

 

Paramos para um lanche na primeira sombra com mais espaço e às 12h52 demos início à descida. Pela nossa experiência anterior, de agosto de 2012, dali em diante começaria um vara-mato já que a trilha havia sumido sob a vegetação cerrada. Porém, para nossa surpresa, encontramos a trilha aberta e bem marcada nos 400 metros de descida até o riacho principal desse vale. No caminho cruzamos um regato com uma fina e alta cachoeira à direita.

 

O avanço até o riacho principal foi portanto bastante fácil, mas a moleza acabou ali mesmo. A vegetação de arbustos duros tomou conta do campo seguinte e escondeu a trilha. Tivemos alguma dificuldade para encontrar a sua continuação e depois fomos rasgando a vegetação baixa onde parecia menos fechado, com algum vestígio de trilha no chão, que só era visível abrindo os arbustos com as mãos. Tomamos a direção de algumas araucárias e após 400 metros de rasgação de mato encontramos uma trilha. Junto a uma araucária o mato estava roçado e dali para a frente não houve mais dúvida. Passamos por uma plantação de pinus, depois eucaliptos e descemos até encontrar uma estradinha coberta de capim às 14h05. Continuamos descendo à direita e em menos de 50m alcançamos uma outra estrada abandonada com postes de energia, onde fomos para a esquerda (tivemos informação depois de que à direita sairíamos no Vale da Grama).

 

Às 14h23 cruzamos um ribeirão raso pelas pedras, sem tirar as botas. À direita dele uma queda-d'água artificial, concretada. Mais 20 minutos e já estávamos nas primeiras casas da Fazenda Marimbondo, onde cruzamos o Rio do Marimbondo por uma ponte de alvenaria. As casas seguintes da fazenda também estavam todas fechadas e desertas, apenas um cachorro se incomodou com a nossa passagem, mas ninguém apareceu. Saímos pelo portão principal e caímos na estrada que vem do Vale do Pavão, a qual termina ali mesmo no portão da fazenda. Subimos menos de 200m e entramos na trilha à direita (1483m de altitude) que leva em menos de 10 minutos ao Poço do Marimbondo, aonde chegamos às 15h12.

 

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Pico da Maromba

 

Após o banho gelado dos corajosos, estávamos de volta à estrada às 15h40 para descer até a Pousada Flor da Serra, cerca de 3,4km dali, onde combinamos o encontro com o nosso resgate já que a kombi não conseguiria subir mais próximo. No caminho perdemos a conta de quantos deslizamentos de terra havia na estradinha, a maioria de barrancos desmoronados a soterrando, mas também de crateras que quase levaram-na encosta abaixo. Até o restaurante Babel os carros conseguiam chegar, dali para cima os deslizamentos impediam o tráfego. E disseram que tudo aconteceu com as chuvas da semana que passou.

 

Chegamos à pousada às 16h46 e o Sinval já nos esperava para nos levar de volta à Pousada Conquista, na Serrinha, para pegar os carros. Essa viagem durou 1h10.

 

Informações adicionais:

 

A travessia Serrinha do Alambari-Visconde de Mauá é uma caminhada que tem propriedades particulares nas duas pontas, portanto é recomendável ter um contato amigável e cordial com os proprietários e pedir permissão para a passagem.

 

Extensão da trilha (do Rio Santo Antônio ao acesso ao Poço do Marimbondo) - 6,3km

 

Altitudes:

Rio Santo Antônio - 976m

cume da serra - 1684m

acesso ao Poço do Marimbondo - 1483m

 

Carta topográfica de Agulhas Negras: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-Z-A-I-4.jpg

 

Rafael Santiago

http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br

abril/2014

 

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Percurso da travessia na carta topográfica

 

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Percurso da travessia na imagem do Google Earth

Editado por Visitante
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  • 2 anos depois...
  • Membros de Honra

Olá, Antônio

 

O que você vai precisar mesmo é saber usar bem um gps pois essa trilha tem trechos confusos dentro da floresta. O início da trilha também não é fácil de encontrar. Você tem experiência com gps de trilha?

 

Acredito que nenhum guia da região faça essa travessia já que é muito pouco conhecida e a passagem pela Fazenda Marimbondo no final está sujeita a problemas com os donos, segundo nos disseram. Nós encontramos o local deserto, mas...

 

Boas trilhas!

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Visitante
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