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Saúde - O que fazer antes de viajar


Posts Recomendados

  • Membros de Honra

[t3]1) Faça um check up[/t3]

 

Um exame por um médico e alguns exames laboratoriais são importantes para ter a certeza de que não há no momento nenhuma doença ainda desconhecida, que poderia se agravar durante a viagem. Não deixe para ir ao médico logo antes da viagem, vá com alguma antecedência para que qualquer problema possa ser investigado e tratado sem atrapalhar seus planos de férias.

 

 

[t3]2) Vacine-se[/t3]

 

É essencial manter atualizado o calendário básico vacinal independente de viagens. Para indivíduos adultos, que já tomaram todas as vacinas da infância, isto significa apenas tomar uma dose de reforço da vacina antitetânica a cada 10 anos, e dependendo do estado em que reside também a vacina de febre amarela com o mesmo intervalo. Se for idoso ou portador de alguma doença crônica lembre-se ainda da vacinação anual contra a gripe.

Além disso, dependendo do destino escolhido, pode ser necessário tomar outras vacinas, como a de febre amarela (nos estados onde não faz parte do calendário básico) e febre tifóide. Alguns países exigem a posse de um certificado internacional de vacinação contra Febre Amarela para entrada em seu território.

 

Mais informações:

Febre Amarela e Certificado Internacional de Vacinação (CIVP)

Febre Amarela e Certificado Internacional - Perguntas e Respostas

 

 

[t3]3) Informe-se sobre as doenças presentes no destino[/t3]

 

Algumas doenças são mais comuns em determinadas regiões do planeta. Para a prevenção é importante levar em conta não apenas o destino mas também o tipo de atividade que será praticada pelo viajante. Consulte um serviço médico especializado em medicina de viagens para que seja realizado um aconselhamento quanto a medidas de prevenção.

 

Mais informações:

Saiba quais são os riscos no seu destino

 

 

[t3]4) Não se esqueça da altitude[/t3]

 

A maioria dos brasileiros vive ao nível do mar, e muitos se esquecem que a mudança de altitude, principalmente a partir de 2.500 metros, pode causar graves problemas de saúde. A subida de altitude deve ser gradual, e em alguns casos pode ser necessário o uso de medicações específicas para prevenção do mal da altitude.

 

Mais informações:

Soroche, mal de altura ou mal da altitude

 

 

[t3]5) Faça um Seguro Viagem[/t3]

 

Os planos de saúde não cobrem assistência médica no exterior, por isso é importante a contratação de um seguro específico para viagens. Alguns cartões de crédito oferecem seguro, consulte com o seu banco. Muitos desses seguros cobrem também extravio de bagagem, para ter esta cobertura deve-se incluir na data do seguro os dias da ida e da volta. Vale lembrar ainda que para a maioria dos países europeus é obrigatório que se tenha um seguro com cobertura mínima de 30.000 euros.

 

Mais informações:

Certificado de direito a assistência médica no exterior - acordos bilaterais

Seguros de Viagem - Perguntas e Respostas

 

 

[t3]6) Cuidados básicos de saúde durante a viajem[/t3]

 

Água – Em locais onde a água é de origem duvidosa, uma boa opção é o uso do Clorin, para purificar a água. Evite beber refrescos e gelo, pois não se sabe a origem da água.

Mais informações:

Diarréia do Viajante

 

Comidas – Evite comer saladas cruas, pois não se sabe se foram lavadas, e mesmo que lavadas, não se sabe com que água, então prefira os vegetais cozidos. Comida de rua é uma tentação para os mochileiros, mas tenha cuidado! Escolha o momento certo para experimentar comidas exóticas, afinal nunca se sabe como o organismo irá reagir, e não seria legal ter uma viagem de ônibus ou uma trilha com diarréia no dia seguinte da sua aventura culinária, não é mesmo?

 

Insetos – Use tela protetora contra mosquitos e repelente. Os repelentes com eficácia comprovada são aqueles a base de DEET (concentração entre 30% e 50%) ou picaridina (20%). Procure hospedar-se em locais com ar-condicionado, se não for possível utilize mosquiteiro impregnado com permetrina. Use calças e camisas de manga comprida. Não se esqueça de procurar na pele por carrapatos, e se presentes devem ser removidos com pinça.

 

Acidentes – Aproveite sua viagem mas não perca a prudência, dirija com cuidado, não abuse do álcool e use camisinha!

Mais informações:

Emergências: Dicas de como agir em acidentes

 

 

[t3]7) Boa viagem![/t3]

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  • 3 meses depois...
  • Membros de Honra

Pessoal, esta matéria foi publicada pelo Estadão há cerca de 15 dias e achei interessante. Deem uma lida.

 

Cartilha orienta sobre riscos de viagem ligados a saúde

 

Quem acabou de submeter-se a uma cirurgia pode fazer uma viagem de avião? E o paciente que teve um infarto recente? O Conselho Federal de Medicina (CFM) relançou ontem uma cartilha que responde a essas e a mais uma série de perguntas de pacientes. O documento, destinado também a médicos e tripulantes, foi preparado em parceria com a Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e estará disponível no site do CFM (www.portaldomedico.org.br).

 

Médicos, empresas de aviação e escolas de medicina também receberão o manual. O documento foi lançado durante encontro feito pelo CFM para discutir a Medicina Aeroespacial. Uma das falhas apontadas pelos profissionais é a falta de dados estatísticos confiáveis sobre emergências médicas realizadas em voo.

 

Aos pacientes com pneumonia e tuberculose, por exemplo, o documento desaconselha a viagem de avião, pois o voo pode aumentar o risco de agravamento dos sintomas. Pessoas com problemas cardiovasculares também têm de ficar atentas. Dependendo da doença, há uma recomendação a ser seguida. Quem teve infarto tem de aguardar entre duas e seis semanas para embarcar em um avião. Quanto mais grave o infarto maior é o período de restrição às viagens.

 

Já pessoas com marcapassos podem embarcar sem nenhuma restrição. O documento traz ainda recomendações para gestantes, pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral, pacientes com traumatismo, crianças e aqueles com transtornos psiquiátricos.

 

Abaixo, coloco essas principais recomendações, obtidas a partir dessa cartilha.

 

Publicação - A cartilha “Doutor, Posso Viajar de Avião?”, cuja tiragem inicial é de 5 mil exemplares, será distribuída entre entidades médicas, profissionais interessados, escolas de medicina e empresas de aviação. Também será possível acessar o documento pela internet, no site do CFM. “É importante mostrar, sobretudo aos médicos, o peso da orientação antes da viagem. É preciso que o profissional esteja ciente das recomendações que devem ser feitas a cada um dos passageiros/pacientes, segundo seu quadro clínico”, explicou Frederico Melo. Para ele, ao fazer as orientações em seu consultório, o profissional cumpre com o importante papel de agente de prevenção e de educação em saúde.

 

Entre os itens que constam da cartilha estão orientações para o transporte de gestantes, de crianças, de portadores de doenças respiratórias, cardiovasculares e de transtornos psiquiátricos. Para os passageiros, o conselheiro do CFM acrescenta: apesar das recomendações serem simples, não pode prescindir da opinião de um médico se houver dúvidas.

 

ALGUMAS RECOMENDAÇÕES QUE INTEGRAM A CARTILHA A MÉDICOS, PASSAGEIROS E TRIPULANTES:

 

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

- Viagens aéreas são contraindicadas para passageiros e tripulantes com infecções ativas (pneumonia e sinusite) porque estas doenças podem alterar as respostas fisiológicas humanas habituais ao voo.

- Passageiros e tripulantes com infecções pulmonares contagiosas (tuberculose e pneumonia) não devem embarcar, pois pode ocorrer agravamento dos sintomas, complicações durante e depois do voo, além do risco de disseminação da doença entre os outros passageiros.

 

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Os pacientes e tripulantes acometidos de complicações cardiovasculares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação. De acordo com as orientações da Sociedade de Medicina Aeroespacial, os prazos a serem observados são os seguintes (recomenda-se que o paciente seja avaliado por seu médico assistente antes de embarcar, pois os mesmos podem ser ampliados ou reduzidos, de acordo com o caso):

- Infarto não complicado: aguardar duas a três semanas.

- Infarto complicado: aguardar seis semanas.

- Angina instável: não deve voar.

- Insuficiência cardíaca grave e descompensada: não deve voar.

- Insuficiência cardíaca moderada, verificar com o medico se há necessidade de utilização de oxigênio durante o voo.

- Revascularização cardíaca: aguardar duas semanas.

- Taquicardia ventricular ou supra ventricular não controlada: não voar.

- Marcapassos e desfibriladores implantáveis: não há contra-indicações.

 

Nos casos de Acidente Vascular Cerebral, deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença. Recomenda-se observar os prazos de recuperação abaixo antes do embarque:

- AVC isquêmico pequeno: aguardar 4 a 5 dias.

- AVC em progressão: aguardar 7 dias.

- AVC hemorrágico não operado: aguardar 7 dias.

- AVC hemorrágico operado: aguardar 14 dias.

 

PÓS-OPERATÓRIO E PACIENTES EM RECUPERAÇÃO

Pós-operatório torácico

- Casos de pneumectomia (retirada do pulmão) ou lobectomia pulmonar recente (retirada parcial do pulmão): recomenda-se uma avaliação médica pré-voo, com determinação da normalidade da função respiratória, principalmente no que diz respeito à oxigenação arterial.

- Casos de pneumotórax: é uma contra-indicação absoluta. Deve-se esperar de duas a três semanas após drenagem de tórax e confirmar a remissão pelos Raios-X

 

Pós-Operatório neurocirúrgico

- Após trauma crânio-encefálico ou qualquer procedimento neurocirúrgico, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o voo. Aguardar o tempo necessário até a confirmação da melhora do referido quadro compressivo por tomografia de crânio.

 

Cirurgia abdominal

- Contra-indicado o voo por duas semanas, em média. Deve-se aguardar a recuperação do trânsito habitual do paciente, pois a presença de ar em alças, sem eliminação adequada, no pós-operatório de cirurgias recentes, pode determinar a sua expansão excessiva em voo.

 

Gesso e fraturas

- Fraturas instáveis ou não tratadas são contra-indicadas para voo. Importante: considerando que uma pequena quantidade de ar poderá ficar retida no gesso, aqueles feitos entre 24-48 horas antes da viagem, devem ser bi-valvulados para evitar a compressão do membro afetado por expansão normal do ar na cabine durante o voo.

 

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS

Distúrbios psiquiátricos - Pessoas com transtornos psiquiátricos cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro, não devem voar. Já aqueles com distúrbios psicóticos estáveis, em uso regular de medicamentos e acompanhados, podem viajar.

 

GESTANTES

Recomenda-se que os voos sejam precedidos de uma consulta ao médico. De forma geral as seguintes medidas devem ser observadas:

- As mulheres que apresentarem dores ou sangramento antes do embarque, não devem fazê-lo.

- Evitar viagens longas, principalmente em casos de incompetência ístmo-cervical, atividade uterina aumentada, ou partos anteriores prematuros.

 

CRIANÇAS

No caso de recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de vida até a viagem. Isso ajuda a determinar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que possam prejudicar a criança no voo.

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  • 7 meses depois...
  • Colaboradores

Falando em Altitude-Aclimatação e infecções

 

O texto é longo, mais vale a pena sua leitura, principalmente para os grandes praticantes de Montanhismo.

Altitude e infecções

 

Quero deixar claro que não sou médico e já quero advertir que qualquer droga descrita aqui requer a prescrição de um médico para que seja adquirida em solo brasileiro. Longe de querer encorajar pessoas a se auto-medicarem, a intenção deste artigo é descrever qual é o melhor tipo de antibiótico para as mais comuns infecções em montanhas de altitude e o que deveríamos ter em mente ao consumirmos estas drogas em ambientes de ar rarefeito.

 

Por Maximo Kausch

 

Antes de ministrar qualquer antibiótico para você mesmo ou seus companheiros, leia atentamente as instruções da bula e recomendações de seu médico. Antes de continuar lendo este artigo aprenda mais sobre antibióticos, seus efeitos colaterais e precauções. Aqui iremos simplesmente abordar informações adicionais sobre estas drogas se você pretende utilizá-las em montanhas de altitude.

 

Em grandes altitudes, o oxigênio é um dos principais agravantes em problemas ocasionados por infecções. Isso está relacionado ao tipo de bactérias envolvidas em infecções. Deixe explicar:

 

No nosso corpo existem bilhões de bactérias. Todas elas se encaixam em 3 categorias:

- aeróbicas - que somente vivem na presença de oxigênio

- anaeróbicas obrigatórias - que somente vivem na ausência de oxigênio

- anaeróbicas facultativas - que podem viver na ausência ou presença de oxigênio pois tem um mecanismo que lhes permite a adaptação à ambientes tanto aeróbicos como anaeróbicos.

 

Tanto na altitude como ao nível do mar, temos que lidar com todas elas. A quantidade de oxigênio é portanto diretamente proporcional à quantidade de cada uma destas no nosso corpo. Isto obviamente afeta os mecanismos com que o nosso corpo lida com cada uma delas e as conseqüências (doenças) que estas podem causar dependendo da sua quantidade.

 

Antibióticos X aclimatação

 

Infelizmente ainda não existe nenhum estudo de como antibióticos podem influenciar na aclimatação. A única informação disponível sobre o assunto é de médicos que trabalham em altitude ou escaladores que podem observar seus efeitos. Eu trabalho em montanhas boa parte do ano e tenho o privilégio de observar como é que a aclimatação de clientes é drasticamente afetada pelo uso de antibióticos.

 

Na altitude são muito comuns as infecções do trato respiratório superior. O ar extremamente seco das altitudes age mais ou menos como um agente alérgico e na maioria das vezes gera uma forte tosse seca. Uma tosse mal cuidada pode evoluir para uma infecção na laringe ou faringe. Essas infecções não são tão graves quanto uma infecção pulmonar por exemplo e podem ser identificadas, tratadas, estabilizadas e curadas ali na altitude mesmo.

 

Ao redor dos 6000m, notei que a performance de um escalador que utiliza antibióticos cai drasticamente entre 6 e 8 horas após a ingestão da primeira dose. A porcentagem de saturação de oxigênio no sangue cai no primeiro dia (varia de pessoa a pessoa) e o ritmo cardíaco aumenta pelo menos 10%. Alguns pacientes sentem dores musculares, náuseas, dor de cabeça, fraqueza e outros sintomas. O problema é que a maioria destes sintomas são também do Mal de Montanha e podem ser confundidos durante o período de aclimatação.

 

Ainda não pude concluir exatamente porquê isso acontece. Talvez esteja relacionado aos efeitos colaterais destas drogas que são provavelmente agravados na altitude. Pelo que notei, a aclimatação do escalador é 'pausada' durante o uso de antibióticos.

 

É importante notar que é exatamente por causa do atraso na aclimatação que muitos escaladores deixam de utilizar antibióticos no segundo ou terceiro dia, que é quando eles começam a se sentir melhor devido à ação da droga. Assim como ao nível do mar, na altitude o número de bactérias cai após cada dia de utilização de antibióticos. Note que as bactérias presentes no seu corpo antes do término do tratamento, são as sobreviventes (mais fortes) das causadoras da infecção em questão. Se a dose for interrompida, as bactérias irão se reproduzir novamente e após 24h, você vai ter que lidar com uma nova e mais forte infecção.

 

Vamos abordas algumas das infecções mais comuns encontradas em montanhas de altitude. Dentre dezenas de possíveis infecções, você deveria se basear nas informações descritas aqui para tratar outras infecções da mesma maneira:

 

Infecção Pulmonar

 

Esta grave infecção pode ser fatal e nas montanhas infelizmente ela é muito mais comum do que pensamos. Estruturas pulmonares tornam-se extremamente frágeis e suscetíveis à infecções enquanto estamos nas montanhas. Fortes tosses desencadeadas por alergias ou ar seco podem causar pequenas lesões no tecido pulmonar, que mais tarde podem desencadear uma infecção. Uma forma muito comum de aquisição de uma infecção pulmonar é um edema pulmonar. Esta infecção pulmonar pode aparecer durante o período de desenvolvimento da doença ou mesmo após o término do processo de edema.

 

Para piorar as notícias, o espectro de bactérias que causa esta infecção se encaixa dentro de várias categorias. A principal bactéria causadora é Streptococcus pneumoniae, uma bactéria anaeróbica gram-positiva. Também pode ser causada por anaeróbicas facultativas como Staphylococcus aureus ou mesmo por aeróbicas gram-negativas como Haemophilus influenzae e Pseudomonas. E ainda por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli que são gram-negativas mas anaeróbicas-facultativas.

 

Além das bactérias, ainda temos que nos preocupar com fungos que causam infecções pulmonares. O principal destes passa a se chamar Histoplasmose (infecção causada por Histoplasma capsulatum). Ainda pode ser causada por protozoários e vários tipos de vírus (aprox. 23% dos casos).

 

Diagnose

 

O método ideal de diagnose para infecções pulmonares é uma tomografia, na qual mesmo os casos prematuros podem ser detectados. Raio-X também pode ser usado para detecção de infecções pulmonares, porém nem todos os casos (como prematuros ou atípicos) podem ser observados numa chapa de Raio-X. Nas montanhas porém podemos nos encontrar em situações onde a máquina de raio-X mais próxima pode estar a 300km de distância ou alguns dias de caminhada.

 

Nós montanhistas temos que improvisar e nos virar com o que for leve e não congele. Isso não nos deixa com muitas alternativas fora os métodos tradicionais: estetoscópio e o velho teste de percussão. O problema destes dois métodos, especialmente o último, é que a pessoa que está examinando deve ter bastante experiência prévia escutando pulmões. Se você já tem experiência nisso, seja qual for o método que você use, jamais descarte uma infecção baseando-se somente nesses testes.

 

Pessoalmente, a maior dificuldade que eu tenho para fazer esse tipo de exames é o vento, frio e altitude. Geralmente eu mesmo estou com um ritmo cardíaco tão alto que tenho que esperar 1/2 minuto até que eu possa começar a escutar algo nos pulmões do paciente. Outro agravante é expor as costas do paciente ao frio negativo de uma montanha de altitude. E finalmente, outro problema é que em montanhas de altitude podemos estar lidando não só com um quadro de infecção pulmonar, mas com um edema pulmonar, também uma grave doença de altitude.

 

Se você tem a sorte de ter acesso a um estetoscópio, escute a parte inferior da caixa torácica tanto nas costas, frente e laterais do paciente (obviamente, com ele ou ela inspirando e expirando). O som que você está buscando nos pulmões é parecido com quando você sopra um canudo dentro de um copo d´água.

Como escaladores e escaladoras dedicados, reconheço que é difícil ter acesso a esse tipo de experiência escutando pulmões. Aos que já viram alguém com algum tipo de infecção pulmonar, recomendo que aprendam com o médico que tratou esta pessoa e tentem escutar este barulho também. Porém, como falei mais acima, não descarte um quadro de infecção pulmonar baseando-se somente nestes métodos.

 

O que notei na maioria dos casos de infecções pulmonares, foi que somente um dos dois pulmões estava com secreção ou um estava mais afetado que o outro. No caso de um edema pulmonar, ambos pulmões enchem uniformemente com plasma sangüíneo. Isso porém, não é uma regra mas é algo que pode ajudar a distinguir uma doença da outra.

 

Em poucas palavras, o seu trabalho é saber se existe algo que não deveria estar dentro dos pulmões, isso é grave e a pessoa precisa de um hospital.

 

Um paciente com infecção pulmonar geralmente apresenta um pulso superior a 100bpm e temperatura corporal superior a 37.5ºC ou mais. É comum observar uma tosse forte na qual o paciente normalmente expele uma secreção de cor amarelada ou esverdeada. Esta secreção é geralmente expelida do interior dos pulmões após uma tosse forte.

 

Caso você não tenha condições de levar o paciente até altitudes menores e um hospital em menos de 24h, aí sim você deveria considerar o rompimento da lei e medicar você mesmo o paciente.

 

Tratamento

 

Este é um lugar que eu não queria estar agora. Alguém porém vai ter que fazer isso: ter que escolher o melhor antibiótico para tratar um quadro de infecção pulmonar na altitude.

 

Como foi dito no começo do artigo, usar antibióticos em altitudes requer um balanço para não afetar o principal motivo de estar ali, que é o de escalar uma montanha e se divertir. Obviamente nenhum recurso deveria ser medido se a vida do paciente está em jogo. No caso das infecções pulmonares infelizmente, testemunhei apenas 1 caso no qual o paciente recuperou-se na montanhas mesmo e conseguiu continuar com a expedição (ele era russo...). Ao constatar um quadro destes, assuma imediatamente que o paciente vai ter que abandonar a expedição.

 

Um quadro de infecção pulmonar pode ser causado por dezenas de agentes patogênicos como vírus, bactérias, fungos, protozoários ou até mesmo alguns invertebrados. Poderíamos usar 4 tipos de antibióticos e cobrir 95% dos possíveis agentes causadores destas infecções e sanar a doença. O problema é que deste modo comprometeríamos a aclimatação do infeliz, além de causar outro tipo de reações indesejáveis como diarréia, vômitos e/ou alergias.

 

Aos médicos lendo este artigo, por favor olhem para outro lado! Usando os nossos precários meios de diagnóstico em montanhas, vamos ter que escolher a quantidade mínima de drogas possível para estabilizar o paciente e evacuá-lo. O tipo de antibiótico necessário depende de muitas variáveis. Fora o histórico do paciente, quadro alérgico, etc; coisas como tempo de permanência, quantidade de pessoas na expedição e até mesmo em que cadeia montanhosa do mundo a sua expedição está sendo realizada, entram em jogo na eleição do melhor antibiótico.

 

A amoxicilina aparece como primeiro candidato no tratamento de infecções pulmonares. Com o aditivo da altitude, devemos focar no fato de que haverá maior reprodução de bactérias anaeróbicas facultativas, assim como as anaeróbicas obrigatórias. Neste caso temos sorte (ou um tremendo azar) pois a maioria das bactérias que causa infecções pulmonares é de fato anaeróbica facultativa, portanto praticamente não haverá mudanças no espectro de bactérias com que temos que lidar ao nível do mar.

 

Ainda devemos levar em conta as diferenças regionais em culturas bacterianas, vírus, fungos e outros. Nos EUA por exemplo, a Azitromicina foi escolhida como o antibiótico do momento pois é bem eficaz e se adapta muito bem ao espectro bacteriano local causador de infecções pulmonares. Nas montanhas de altitude porém, pode ser perigoso se usado para tratar este quadro caso as bactérias em questão não se encaixem na lista das mais comuns.

 

Infecções dentárias

 

Em 2008 comecei a notar pela primeira vez que antibióticos que normalmente são eficazes no controle de infecções de canal ao nível do mar, misteriosamente param de funcionar na altitude. Finalmente anos mais tarde conversando com um cliente de uma expedição comercial que tive no Himalaia, o dentista alemão Dr. Sefranek, meus olhos foram abertos para o espectro de bactérias que temos que lidar. Segundo ele, antibióticos de amplo espectro como Amoxicilina devem ser utilizados em conjunto com antibióticos de espectro moderado como Metronidazole. Nos últimos 2 anos decidi experimentar essa teoria em campo e várias cobaias, quero dizer, clientes, aprovaram a medida.

 

Bocas humanas contém um verdadeiro ecossistema de seres vivos. São predominantemente bactérias mas também existem fungos e protozoários. Ainda nem se sabe exatamente quantas ou quais são todas as bactérias que habitam a boca humana. A coisa é tão complexa que existe até competição de classes diferentes de bactérias. Qualquer mudança matiz da boca faz com que umas ou outras bactérias prevaleçam. Mudanças de PH causam extremas alterações no meio ambiente da boca. A simples adição de pasta de dente e uma escovada causa um imenso transtorno em várias famílias de bactérias.

 

Uma das maiores mudanças que pode acontecer numa boca é diminuir a quantidade de oxigênio do ambiente. E é exatamente isso que acontece na altitude. Mudar o oxigênio faz com que a população de bactérias aeróbicas diminua, que a população de anaeróbicas facultativas migre temporariamente para regiões de menos oxigênio e com que a população de bactérias anaeróbicas obrigatórias se multiplique.

Infecções podem já estar presentes na sua dentição e serem agravadas ou podem simplesmente brotar após o aumento repentino de bactérias de uma categoria diferente da que prevalecia em outra altitude. A infecção 'espontânea' seria portanto causada pela diminuição da quantidade de oxigênio por porção cúbica no ar local e agravado por um baixo sistema imunológico, comum em grandes altitudes.

 

Diagnose

 

O primeiro sintoma que vamos reparar será a dor de dente. Existem diversas condições que podem causar este tipo de dor. Isso vai de uma simples cárie até um canal infeccionado ou mesmo um abscesso. A maioria destas dores pode ser estabilizada com algum analgésico forte ou mesmo qualquer remédio forte para dor como opióides ou qualquer outro que não comprometa o sistema respiratório do paciente, algo muito importante em grandes altitudes.

 

Uma contaminação de canal ou um abscesso por exemplo é algo que pode ser medicado por você mesmo na montanha usando antibióticos. Além da dor, estas infecções caracterizam-se por produzir inchamento, febre local e/ou pus. Infecções dentais de maior porte produzem o inchamento das amígdalas.

 

Já problemas mais simples como exposição da dentina (parte sensível do dente) através de cáries ou fraturas, pode ser estabilizada com algum tipo de cimento temporário como IRM. A idéia desta solução é estabilizar o PH da região exposta e isolá-la do resto da boca.

 

Obviamente estas são soluções temporárias para você continuar escalando e requerem a atenção imediata de um dentista de verdade.

 

Tratamento

 

Para estabilizar dores causadas por problemas simples como cáries, pode ser usado algum mecanismo que estabilize o PH local. Há muitos anos venho tratando problemas dentais em montanhas com algodão e óleo de cravo. Apesar de ser considerado uma receita caseira, este óleo é de venda livre, barato e abundante em qualquer país.

 

Se o sintoma, além da dor, é inchaço, febre local, produção de pus e/ou inchamento das amígdalas, podemos assumir que você estará tratando de uma infecção. Como o Dr. Sefranek falou, para infecções em nossa dentição em altitude é uma boa idéia utilizar Amoxicilina combinada com Metronidazole tentando assim cobrir um maior espectro de bactérias. Consulte um dentista para definir a dosagem adequada de cada antibiótico.

 

Infecções no trato respiratório superior

 

Aqui podemos dividir estas infecções em pelo menos 7 sub-infecções: rinite, sinusite, resfriado, faringite, epiglotite, laringite e traqueíte. Como não somos médicos e mal conseguimos distinguir cada uma dessas estruturas, irei condensar 4 delas (as últimas 4) em uma só. A razão para isto é simplificar e ser realista ante o conhecimento e precários meio de diagnose que temos nas montanhas de altitude. Além disso, a região que abrange estas 4 estruturas é a infecção mais comum do trato respiratório em montanhas de altitude. Vou chamar isso de infecção de garganta.

 

Montanhas de altitude são provavelmente os ambientes mais secos da Terra. A umidade do ar, se existente, é extremamente baixa. Isso traz muitos problemas para o sistema respiratório humano e normalmente reagimos contra o ar seco apresentando tosse. Se não tratada, a tosse pode chegar a proporções extremas. A violência destas tosses pode danificar o trato respiratório superior criando pequenas feridas, que mais tarde podem apresentar infecções.

 

Diagnose

 

Uma infecção de garganta pode causar febre corporal, geralmente aumentando a temperatura entre 0.5 e 1ºC ou mais, dependendo da gravidade. Isso obviamente pode causar o inchamento das amígdalas e produção de pus. Nessas condições a tosse causa cada vez mais dor e em alguns casos o paciente tem dor na hora de engolir alimentos. A voz do paciente geralmente fica alterada. Em casos mais extremos sangue é expelido na hora da tosse.

 

A garganta pode ser facilmente observada utilizando uma lanterna de cabeça. Repare se existe alguma estrutura inchada ou mais avermelhada. Se você não está familiarizado com isso, observe a garganta de uma pessoa sadia e compare com a de um doente.

 

Tratamento

 

A primeira ação é estabilizar a tosse com qualquer antitússico. Em montanhas é comum que o paciente tenha tosse enquanto está dormindo. Uma boa saída para isso é utilizar codeína como supressor para a tosse. Esta simples medida pode fazer a diferença entre uma laringite e a evolução desse quadro para uma infecção pulmonar.

 

Após estabilizar a tosse, recomendo você esperar pelo menos um dia antes de utilizar antibióticos caso as próprias defesas corporais consigam controlar a infecção.

 

Caso isso não aconteça e você tiver certeza que está lidando com uma infecção, aí sim você pode começar a ministrar antibióticos.

 

Pode parecer uma medida um tanto radical utilizar antibióticos para uma simples laringite. Montanhas são ambientes extremamente hostis. O corpo humano não foi feito para viver na altitude e você não pode contar com o sistema imunológico humano que fica debilitado na altitude. Acredito que isso se deva ao fato do corpo priorizar a adaptação ao ambiente com metade do oxigênio do que ele está acostumado, em contraste de fortalecer as defesas contra agentes patogênicos.

 

Para isso recomenda-se o uso de azitromicina pois este cobre o espectro bacteriano mais próximo dos causadores de infecções no trato respiratório superior. Discuta a dose a ser utilizada com o seu médico.

 

Infecções no trato digestivo

 

Esta é definitivamente a mais comum de todas. Eu diria que 100% das pessoas que escalam em altitude tem algum tipo de distúrbio digestivo durante a expedição. Há que ter cuidado para não culpar agentes patogênicos por uma diarréia ou dor de barriga antes de analisar os sintomas. É muito comum na sua estadia em altitude que o seu sistema digestivo não funcione 100% devido à deficiência de oxigênio. Isso geralmente está relacionado à movimentação da musculatura digestiva e obtenção calórica e pode produzir diarréia, náuseas e/ou dor de barriga.

 

Infecções causadas por agentes patogênicos podem se manifestar através de dezenas de formas diferentes e é necessário saber identificar com que tipo de doença estamos lidando antes de medicar.

 

Atenção para sinais como febre, hálito com cheiro de ovo, febre local, dor localizada e/ou vômitos. Estes sintomas podem ser um sinal de que houve algum tipo de contaminação por bactérias ou protozoários. Vamos citar alguns dos mais famosos separadamente:

 

Giardíase

 

Causada por uma família de protozoários chamada Giardia que chega a ter 40 espécies diferentes. O mais comum no corpo humano chama-se Giardia Lamblia. Ela trabalha no intestino delgado de boa parte dos mamíferos e é extremamente comum em países pobres. A giardíase não é mortal num indivíduo sadio porém pode comprometer a expedição de qualquer pessoa doente.

 

Um dos sintomas muito particulares da giardíase são os arrotos e gases sulfúricos (com cheiro de ovo) produzidos pela digestão do indivíduo afetado. O sintoma porém não é sofrido por todos os indivíduos com giardíase em altitudes normais. Na altitude no entanto, é diferente. Desta vez a pressão atmosférica nos ajuda a evidenciar a doença fazendo com que qualquer gás no corpo humano ocupe o dobro ou mais do volume original. Isso gera gases e arrotos com cheiro peculiar, evidenciando assim a contaminação por giárdia. Espere também por sintomas como sensação de queimação no estômago, mal estar, azia e ocasionais vômitos ou diarréia.

 

A desvantagem da contaminação de Giardia em altitude, é que trata-se de um protozoário anaeróbico, que teoricamente terá maiores chances de reprodução em ambientes com menor oxigênio.

 

O tratamento é um tanto simples e é o mesmo do nível do mar. Metronidazole é extremamente eficiente contra a Giardia. Consulte a dosagem correta com o seu médico. Os efeitos da droga são sentidos apenas algumas horas após a ingestão. Tinidazole também é uma das drogas usadas para controlar uma infecção por Giardia.

 

Amebíase

 

Também conhecida como disenteria amébica, é causada por um tipo de ameba (protozoário) chamado Entamoeba histolytica. A doença ataca a mucosa do intestino e caracteriza-se por produzir uma diarréia sanguinolenta, vômitos e mal estar. A perca de sangue pode produzir anemia no paciente ou infecções intestinais devido ao dano no tecido. O uso de Metronidazole parece ser o método mais eficaz no tratamento da doença tanto ao nível do mar quanto em grandes altitudes.

 

Febre Tifóide

 

Causada por uma bactéria anaeróbica facultativa chamada Salmonella Typhi, esta doença pode ser mortal se não tratada. Os sintomas aparecem lentamente e a saúde do indivíduo afetado irá piorar gradualmente. A evolução total da doença até um possível óbito pode durar 4 semanas. Numa montanha obviamente não há condições de manter um indivíduo com febre por algumas semanas. Após um exame para descartar outro tipos de origens para a infecção, o tratamento com um antibiótico de espectro moderado como Amoxicilina deveria ser iniciado. Nos últimos anos no entanto, foram registrados muitos casos onde a bactéria criou resistência à antibióticos específicos e hoje recomenda-se o uso de Azitromicina. Como trata-se de uma bactéria anaeróbica facultativa, não há diferenças no tratamento em grandes altitudes.

 

Cólera

 

É causada por Vibrio Cholerae, também uma bactéria anaeróbica facultativa. Esta é um tanto incomum em ambientes como montanhas, porém é extremamente perigosa, especialmente em grandes altitudes. A doença faz com que o indivíduo tenha diarréia e vômitos freqüentes, eliminando de 10 a 15 litros de fluído por dia. Devido à difícil logística na aquisição de água em montanhas de altitude, é imprescindível o uso de antibióticos e sais de reidratação imediatamente. Em altitudes normais e com suficiente cuidado para manter o paciente hidratado com soro, é normal que o paciente se recupere em apenas 3 dias sem o uso de antibióticos. Em montanhas porém, a perca de tanto líquido mesmo que por um dia pode significar a morte do paciente por hipovolemia.

 

Já tratei 3 casos e eu mesmo já tive cólera acima de 5000m. A eritromicina provou ser bem eficaz contra a doença em altitudes. A maior dificuldade para tratar a doença é manter o nível de hidratação durante esses 3 dias. Tenha um cuidado muito especial durante a noite e jamais use medicamentos como Loperamida para constipar o paciente. É importante lembrar que a diarréia irá somente diminuir mas não desaparecer durante os 3 dias. Durante a manhã é comum observar um aumento na freqüência cardíaca. Isto é apenas um mecanismo compensatório causado pela perda noturna de líquidos.

 

Diagnose

 

Quando trata-se de infecções no aparelho digestivo, o seu principal problema será diagnosticar. As 4 doenças citadas acima por exemplo são causadas por agentes conhecidos, que convivem com humanos há milhares de anos. Seus sintomas podem confundir, mas são de um jeito ou de outro 'fáceis' de identificar e medicar.

 

A grande maioria das infecções bacterianas por outro lado, é extremamente difícil de diagnosticar e saber qual delas exatamente está atacando nossa flora digestiva. Mesmo para um micro-biólogo analisando amostras de fezes, fica difícil diagnosticar e definir o melhor antibiótico a ser usado. Na altitude pouco podemos saber através dos sintomas que podem ser causados por milhares de bactérias diferentes.

A doença que mais afeta os montanhistas no mundo inteiro é o que muitos chamam de 'Diarréia do viajante' e pode ser causada por dezenas de diferentes bactérias, alguns protozoários ou até mesmo vírus. A maioria dos casos no entanto é causado por um tipo de Escherichia coli (ou e.coli). O nome 'diarréia do viajante' é algo muito abrangente e é comumente associado à qualquer diarréia onde o agente patogênico não foi identificado. No Brasil muitos chamam isso de 'virose' que na verdade podem ser 'bacterioses' ou 'protozooses'.

 

Tratamento

 

Precisamos então de um antibiótico de espectro amplo o suficiente para agir contra todas ou pelo menos a maioria dos possíveis causadores desta doença.

 

O menos pior deles parece ser a Ciprofloxacina. Esta age contra o DNA de diversos organismos e bactérias gram-positivas e gram-negativas, que são as 2 categorias da maioria das famílias bacterianas que causam este tipo de infecções. Muitas bactérias malignas acabam não sendo cobertas por Ciprofloxacina e poderíamos ampliar a eficácia do nosso ataque com a adição de outro antibiótico de espectro moderado. O problema no entanto é que a nossa digestão depende de um delicado balanço de bactérias benignas como algumas espécies de Lactobacillus. Eliminando estas estaríamos na verdade prejudicando a nossa digestão. O uso de antibióticos na flora digestiva portanto, deve ser seguido à risca sem minimizar ou exagerar doses ou tipos de antibióticos. Consulte o seu médico para saber a melhor dosagem.

 

Reconheço que o uso indiscriminado de 'Cipro' (apelido carinhoso) pode gerar mutações ou adaptações de bactérias no futuro. Montanhistas porém são a grande minoria da população mundial e estamos fazendo isso por uma boa causa...

 

Infecções oculares

 

Decidi citar esta infecção que não é tão comum, mas pode ser muito perigosa de fugir do controle. Um dos acidentes mais comuns em locais com neve é a chamada 'cegueira de neve'. Isto acontece quando um indivíduo não utiliza proteção adequada para raios solares e isto é agravado com a reflexão destes na neve branca (multiplica-se por 5 vezes). Após poucos minutos de exposição, a córnea do indivíduo pode queimar. Isso obviamente pode atrair bactérias e causar uma infecção.

 

Para tratar a doença e prevenir uma infecção, eu utilizo 2 tipos de líquidos. O primeiro deles age em conjunto com o segundo e previne uma eventual contaminação. Trata-se de um anestésico chamado diclofenac em gotas. O uso deste não combate uma infecção, porém neutraliza o incômodo nos olhos do paciente. Caso contrário o paciente pode coçar os olhos inconscientemente enquanto dorme, piorando mais ainda a infecção.

 

Para tratar a infecção em si, utilizamos ciprofloxacin em forma de colírio. Até hoje ainda não encontrei uma infecção ocular não viral que não foi extinta com este antibiótico.

 

Adquirindo antibióticos

 

Para nós que não temos uma licença médica e vivendo num país onde a venda de antibióticos é controlada, fica extremamente difícil ter acesso ao que precisamos. Acredito que explicando ao seu médico ou dentista sobre a sua 'preocupação com ampliar o espectro de eficiência dos antibióticos que você precisa para possíveis infecções na altitude' pode fazer com que você consiga o que precisa (ou consiga uma interminável gargalhada do mesmo).

 

Em países como Índia, Nepal, Paquistão, Bolívia ou Peru, a venda de antibióticos é mas não é liberada, se é que você me entende... Espero que você tenha bom senso e use os antibióticos de forma sábia e não contribua para o desenvolvimento de superbactérias como a MRSA, que surgiu nos anos 60 devido ao mau uso de antibióticos. Leia mais: http://historyofmrsa.com

 

Tenham muito cuidado com auto medicação e desenvolvam o simancol. A intenção do artigo é ajudar a salvar vidas em situações extremas onde o paciente não pode esperar por tratamento hospitalar.

 

Fonte:

Altamontanha.com

http://www.altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2957

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  • 3 meses depois...
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mto bom o tópico e valiosas as dicas.

só vou acrescentar alguns itens e observaçoes

 

[t3]1) Faça um check up[/t3]

além da visita ao médico, lembre-se de ir ao dentista, periodica/te e independente d viagens. Precisar d dentista em algum lugar remoto e/ou c/ condiçoes precárias pode ter consequencias sérias.

 

[t3]6) Cuidados básicos de saúde durante a viajem[/t3]

 

Água – Além d tratar a água p/ beber, lembre d tratar a água p/ a higiene pessoal, por exemplo, p/ escovar os dentes.

Alcool em gel é prático, tenha 1 sempre disponivel. Lenços umedecidos (daqueles p/ bebês) podem ser uteis p/ dar uma "limpada" qdo o banho nao estiver disponível.

 

Insetos – sabe aquele ditado: melhor prevenir do q remediar?!

ele entra bem aqui. Repelente é mto importantes, pois insetos, como pernilongos, são vetores d mtas doenças graves, a maioria s/ vacina disponível.

 

[t3]Durma bem e alimente-se adequadamente.[/t3]

Assim vc melhora seu sistema imunológico, fica + resistente à doenças e melhora a resposta do teu organismo.

 

[t3]Prepare-se física e psicologicamente.[/t3]

Pratique atividade física regular/te. Mas antes d iniciar, lembre-se do checkup médico!

 

[t3]Às vésperas da viagem não experimente novos hábitos[/t3], como comidas, remédios ou cosméticos diferentes dos que está acostumado, pois poderão causar diarréia, efeitos colaterais, irritações ou reações alérgicas

 

[t3]Uma ficha médica pequena e plastificada pode ser muito útil no caso de um acidente[/t3]. Escreva nome, endereço, convênio, alergias, doenças prévias, medicamentos que usa, contato de seu médico e familiares;

 

[t3]Avise alguém sobre o roteiro que vai fazer[/t3], principalmente se for sozinho;

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