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Expedicao ao mundo andino 2011


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Olá amigos mochileiros!!!

O texto abaixo foi o relato que fiz da minha moto-expedição à Bolívia e ao Peru em uma comunidade do Orkut e grupo DR 800 do Yahoo enquanto viajava para os Andes. Esse meu projeto foi idealizado no final de 2009 e a principio eu teria a companhia de minha esposa, mas por motivo de forca maior ela não pode ir comigo. A principio minha viagem era chegar ate o Majestoso Salar de Uyuni e posteriormente seguir em direção à velha montanha de Machu Picchu. Pelo meu trajeto, eu queria seguir os principais caminhos onde a rica cultura andina estava presente. Confesso que fui conhecer uma Bolívia, a do meu imaginário baseado em livros escolares e conheci uma Bolívia totalmente diferente, a Bolívia dos mais variados ecossistemas, culturas, culinárias e diversão. A pobreza e uma constante no pais, mas nem isso tira a magia daquele povo. Em todos os lugares em que estive sempre fui muito bem tratado e recepcionado pelo povo boliviano. Já o Peru, sem palavras!!! Realizei meu sonho de infância ao ter o privilegio de conhecer Machu Picchu, foi sensacional. Vamos ao meu relato:

Salve galera!

Sete de setembro, dia de vazar na braquiana com a minha Suzuki DR 800 s rumo às quebradas bolívianas e peruanas.

 

Roteiro:

 

SP/Campo Grande

Campo Grande/Estancia Aguas Callientes

Est. Aguas Callientes/Santa Cruz de La Sierra

Santa Cruz/Saipina/Sucre

Saipina/Sucre/Potosí

Potosí/Uyuni

Uyuni/La Paz

La Paz/Copacabana

Copacabana/Puno/Cuzco

Cuzco/La Paz

La Paz/Cochabamba

Cochabamba/Santa Cruz

Santa Cruz/Corumbá

Corumbá/Campo Grande/ SP

 

Obrigado ao arquiteto do universo pela oportunidade e companhia!!!

Obrigado aos amigos da comunidade VMAS, Clube DR 800 e Mochileiros.com por todas as informações valiosas!!!

Hope!!!

Na luta!!!

Corumbá-MS

08/07/2011

 

Até aqui 1450 km sofridos, mas nos conformes.

 

1º dia não rendeu o esperado e acabei levando 15h até Campo Grande. Fiz um suporte de baú lateral, o negócio ficou bonito, mas atrapalha na aerodinâmica da moto, fazendo com que ela consuma mais combustível. Pela manhã, aquele solzinho mentiroso das 10 h cozinhou meu nariz, havia esquecido de passar o protetor solar, no início apareceu aquela coceira chata que foi se agravando até ficar irritante. na estrada isso é fatal. Fui assaltado em mais de dez pedágios na Rod Mal. Rondon, ainda não fiz as contas, mas a cada 10 km moto pagar pedágio é de lascar. Em Botucatu parei pra tirar foto e por coisas inexplicáveis, consegui perder a bateria da máquina digital, PQP!!! Por todos esses perrengues até que tenho coisa boa pra contar, a DR é uma delícia na estrada, sempre respondendo bem. Já em Campo Grande pernoitei no quartel do 6º Grupamento de Bombeiros onde fui muito bem recepcionado pelos meus camaradas de farda.

2º dia

Nada é tão ruim que não possa ficar pior!!!

Frasezinha sinistra!!!

O que seria uma esticada de 5h virou um pesadelo. Saindo de Campo Grande parei no centro para comprar a tal bateria da máquina e passar nos correios pra encaminhar os baús de volta pra casa, o primeiro resolvido o segundo não, fila e tempo indisponível. Moto abastecida, a próxima seria em Miranda, maaaaaas... antes disso, começa o Pantanal, e quando mal entrei já vi um casal de arara Canindé voando por sobre minha cabeça, me empolguei na hora, mas só foi entrar naquela vastidão e sentir o inferno que é aquele lugar, muito quente e com um vento lateral que quase me derruba da gorda, aí pra decepção geral da minha expectativa, o Pantanal está se tornando pasto pra gado, altas pick-ups traçadas cortando a vastidão do lugar, muito animal morto na pista, mas muito e diversificado: capivara, gambá, pássaros, Lobo, tamanduá e outros que nem reconheci. De Miranda a Corumbá existe um ponto cego de 210 km sem nada pra vc e sua moto e só foi percorrer 20 km nesse trajeto que as coisas complicaram, senti a moto sambar na pista e nem quis acreditar que era o pneu traseiro, com vacina de pneu, câmara nova, tudo redondinho e puffffffffff!!! Ah! E ainda tinha Tyrepando, que não resolveu, o prego foi mais valente, maldito!!!

Com a moto rabeando voltei para Miranda, onde com a cola hiper mega blast do borracheiro que prometeu que iria resolver meu problema, pois é, resolveu só mais 50 km, quando inventei de parar pra tirar foto e ver o pneu murcho de novo. Meu pneu é um tal de TW 48 Bridgestone 140/80-17, quem tem sabe que esse troço é uma encrenca pra encaixá-lo na roda, fiquei naquela de ir não ir. Voltar. Acabei tentando resolver sozinho e na raça, saquei a roda, pneu e câmara e vamu pro arrebento, mas não deu, somente com recursos de borracheiro pra conseguir. Aí eu me perguntei o que eu estava fazendo numa pirambeira, bem longe de casa e que nem celular funcionava chamada de buraco da onça com uma moto com problemas, meu subconsciente me pediu calma e concentração pra tentar uma carona ou conseguir encaixar o pneu, em vão, não deu, não daria de jeito nenhum, arme a barraca ou fuja para as colinas he he he. Quando este dito cujo está à espera de um milagre, eis que ele acontece, fuçando na roda ouço um barulho de caminhão se aproximando, levanto a cabeça e vejo um guincho. Aleluia!!! Aceno com a mão desesperado e ele ...vai embora!!! Eu continuo correndo e acenando e perdendo as esperanças quando vejo aquela seta para a direita milagrosa, corro até o caminhãozinho e lá estava a Dona Ana e o seu funcionário Iran, o pai dela tem essa empresa de guincho que fica em Corumbá, ela estava vindo de Campo Grande onde fora levar um carro quebrado que atropelou um animal, se foi destino ou não só sei que foi a salvação da lavoura. Dormir com as onças cafungando no cangote não estava no script. Obrigado Deus!!! Ah! Hj estou no quartel de Corumbá 3º Grupamento de Bombeiros.

 

3º dia, San Jose de Chiquitos - Bol

 

Hj o dia foi muito bom, com rumores de que os bolivianos estavam roubando moto no trecho entre Puerto Suarez até Yacuses (trecho de 100 km), saí meio receoso de uma Corumbá chuvosa. Abasteci a moto e fui até a fronteira, onde, se gastei mais de 20m nos tramites da aduana foi muito. Assim que cambiei uns bolivianos tuchei o cabo rumo a Roboré. Incrível a nova estrada que os caras fizeram, show de bola, tapetão!!! Cimento asfáltico de prima. Com a ajuda do Brasil, essa rodovia ira escoar toda a produção dos dois países para o Atlântico ou Pacifico. Para abastecer a moto, pensem num sistema totalmente diferente do nosso, em Roboré tinham uns caras fardados que me questionavam quantos litros eu iria abastecer e me deram uma senha, aí eu levei a moto na bomba de combustível bem fundo de quintal. O legal e que com R$ 24,00 eu enchi o tanque de 24 litros da DR e foi assim durante quase toda a viagem. Por enquanto não vi nenhum posto de combustível na carreteira, precisei entrar nas cidades, mas tb. com uma vastidão de 600 km de puro Chaco boliviano acho que não iria dar muito lucro um posto. Gostaria de comentar aqui que a região entre Roboré e Chochis é muito bonita, parece um quadro natural. Hj pernoitei em San Jose de Chiquitos, eu não quis prosseguir ate Santa Cruz pq está um dia chuvoso, entao vai saber com está aqueles 40 km de barro que ainda falta asfaltar, né? Aqui a internet é por hora e muito lenta, quando escrevi a primeira frase, deu 20 minutos kkkkk.

 

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4º Dia

Parti de SJ Chiquitos para chegar, se possível, em Saipina, mas não deu. Depois de Chiquitos a carretera está em obras e há um desvio por estrada de terra, eu me empolguei tanto com o off-road que ate perdi meu galão de gasolina, mas tá valendo!! A gasolina aqui é barata, mas tem posto que quer cobrar o dobro, (sabe com é né? estrangeiro e tal). Parei para comer em Pailon, numa bodega tipo de feira, a falta de higiene por aqui e visível em alguns lugares, mas tem lugares limpos tb. Já em Sta Cruz... Eh lugarzinho medonho! Quem acha São Paulo caótica e pq não viu Sta Cruz, lá quem tem a buzina mais forte ganha o direito de passar. Me perdi na cidade e demorei 3h pra achar o rumo certo, existem dois caminhos para Cochabamba, o velho (pelo qual eu queria ir) e o novo, onde eu fui parar perto de Monteiro. Neste dia consegui chegar a Samaipata, lugar muito legal. Em Sta Cruz um macete, Existe duas estradas que levam a Cochabamba a nova e a antiga, para pegar ambas sem ir para o centro, procure pelo 5 anilo, é uma via que circunda a cidade, não tem muito trânsito e que leva a Double Via,aí fica facinho.

 

 

5º Dia

Domingão, eu dei uma revisada na motoca e fui ao sitio arqueológico "El Flerte Samaipata", trilhazinha macetosa de off-road, o sítio é ponto de parada obrigatória pra quem vem por esse lado. No passeio conheci um grupo de bolivianos com quem almocei e tomei varias Huari em Samaipata, pessoal muito gente fina.

Nesse dia ainda consegui chegar em Saipina a noite. Lugarzinho muito feio e empoeirado, estilo faroeste, mas pra quem curte estrada de terra é o que há.

6º Dia

 

Saipina eu deixei pra trás e peguei um rípio terrível até San Antônio, os bolivianos estão trabalhando no asfaltamento das carreteras, muitas vezes eles bloqueiam a pista e vc fica horas a fio no sol escaldante , numa dessas eu estava distraído e passei batido em um bloqueio e os caras ficaram reclamando #*@#$$ e eu fui embora kkk . Hj eu comprei meu terreno (Cai) na Bolívia, aquele areiao de talco, derrubou a moto que caiu por cima da minha perna, tive um entorse no joelho, que dói pra c... Tirando isso foi legal, a DR parece que foi feita pra terrenos assim, não tomou conhecimento do percurso, mas me cobrou na altitude, está engasgando pra caramba. Amanha limparei o filtro de ar, e em ultimo caso vou utilizar a gambitech do arame no giclê. Estou com problemas no freio traseiro ora funciona ora não, esta sem vazamento, mas quando às vezes aciona o mesmo ele ramela, um perigo. Não sei o que é. Em Aiquille conheci o Stefan, um canadense que está há 11 meses na estrada com uma Kawasaki KLR 650 cheia de gerigonça, ele não conhecia a DR 800, achou ela muito loka. Quando cheguei a Sucre fiquei perdido procurando hotel e por acaso parei na frente de uma oficina onde estavam um grupo conversando e uma KTM 950 estacionada, quando me viram vieram conversar, até tiramos fotos juntos, um deles me levou até o Hotel Áustria, onde estou tc nesse momento. Hotel bom por 140 Bol, tem garagem, lugar pra vc lavar a moto e internet. O mapa do Viajeros para GPS te deixa vendido dentro das cidades bolivianas, a solução tem que ser orientação no boca a boca mesmo.

 

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7 Dia

Potosí 4000m de altitude

Estou despirocado na folha de coca, o soroche dá um desânimo do caramba, aí eu experimentei a tal folha e efeito deu certo agora só ando com a sacolinha no altiplano. Em Sucre acordei meio desanimado, fadigado, tonto e com sangramento no nariz. A moto está falhando pra caramba na cidade, mas na estrada ela está ótima, tirei o filtro de ar e coloquei a gambiarra da meia-calça. Aqui em alguns postos eles sobretaxam o combustível para estrangeiros, a gasosa que custa de 3,74 bol o litro, vai pra 8,25 bol, mas eu percebi que é somente em grandes centros urbanos, em Santa Cruz quiseram enfiar a faca, aí olha o que eu fiz: eu tenho dois galões de 5l, aí dou 5bol pra um boliviano comprar pra mim he he, será que se o Evo descobrir ele manda me prender??? Uma coisa que eu vi na Bolívia é que todo mundo, sem exceção, adoram o EVO MORALES!!! Uns adoram de paixão e outros o adoram... frito no óleo he he he.

 

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UYUNI

Amigos estou em Uyuni.

 

Vim de Potosí e trago boas novas, a carretera que liga Potosí a Uyuni está quase completamente asfaltada, apenas falta asfaltar pequenos trechos, que não chega a 30 km de rípio, agora podemos chegar ao Uyuni por mais de um caminho na Bolívia, até moto custom passa tranquilo, essa carretera é a que passa por Porco, Chaquilla, Tica Tica e Pulacayo até chegar a Uyuni. O visual ao chegar à cidade é de tirar o folego, de longe se vê aquela imensidão branca do Salar, foi muito emocionante chegar à cidade por este caminho. Paguei caro numa luva que não segurou o frio do altiplano, tive que improvisar uma orelha de elefante no guidom da moto com tecido de corvim e silver tape, o frio da altitude judia mais por causa do vento, ah esse vento. Aqui no Altiplano os caras cobram pedágios de moto, paguei pra ir pra Potosí e hj paguei pra chegar a Uyuni, pelo menos a estrada esta boa.

 

9,10,11 Dia

Amigos

Estou saindo amanha de Uyuni para La Paz, fiz o tour dos desertos e lagunas de jeep 4x4, e foi uma sensação impar, apesar da falta estrutura dos bolivianos o passeio e muito legal, o cemitério de trens, o Salar, os vulcões, os desertos e as Lagoas coloridas são um barato. tive contato com pessoas de varias nacionalidades no meio das bimbocas da Bolívia, vi paisagens maravilhosas e o contato coma natureza foi nota dez. Tb tive uma overdose de tanto ouvir cumbia boliviana, o ritmo e alegre e tal, mas tem umas que parecem uma sessão de karaokê com os teclados do Franck Aguiar, porem teve um pouquinho de musica bacana pra mim, rock, salsa e vallenato. Decidi fazer o passeio de jipe pq voltaria para Uyuni e seria muito desgastante fazer o mesmo trajeto de moto, aqui em Uyuni está difícil achar óleo para moto e a gasolina está sobretaxada para estrangeiros. No mais tudo de bom.

 

 

 

 

 

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20111222151322.jpg12º Dia

 

Saindo de Uyuni no Domingo com destino a La Paz enfrentei o que agora é 175 km do rípio mais chato que vi na Bolívia. Disseram-me que era uma estradinha de terra básica, só pra sujar a moto, pois e, aquela estradinha para sujar a moto não existe mais, agora tem um pequeno trecho bom saindo de Uyuni depois começa um areiao e depois calaaaaaaaaaaamina que não acaba mais. No areiao comprei terreno (cai) e fui ajudado por um alemão que ia para o Uyuni com um caminhãozinho estilo Paris-Dakar e na calamina quase cheguei com mal de Parkinson em La Paz. A boa noticia e que vão asfaltar a carretera e 16 km antes de Huari já tem asfalto, nem acreditei quando o vi. Parei em Challapata para comer e trocar o óleo da moto que já estava pretinho com 3000 km abasteci e cheguei a La Paz já de noite numa chuva e num frio que judio!!! O rípio castigou a minha moto. O burrinho de freio dianteiro que começou com um pequeno vazamento, foi-se duma vez, fiquei sem freio dianteiro e com um traseiro meia boca, o protetor de tanque num suportou tanta trepidação e o parafuso principal que sustenta tudo sumiu, a moto já estava dando sinais de que se desintegraria se fosse sempre nessa pegada. Teve umas "bolivianas" engraçadas: Depois 550 km de Uyuni a La Paz, cheguei à cidade num domingo, cansado, sob um frio e chuva de lascar e a noite. Com dificuldade pra achar um hotel barato e no meu propósito (Garagem, tv, banho quente e cama boa) procuro um taxi pra me ensinar os caminhos das pedras. Foi aí que o taxista me levou para V. Fátima, lugar próximo aos caminhos dos Yungas, o local fica numa praça, a Villaroel, a mais bonita do lugar. O nome do hotel era "La Taberna", muito bonito a fachada, toco a campainha e um cara veio me atender, era o Juan Carlos, com cara de galã de novela mexicana. - Senor lo precio es 120 bol - Feito! Catraco a motoca e subo com as muambas, ao subir vejo que o hotel tem um pub com algumas mulheres maquiadas, cheirosas, conversando e tal...Pensei: Acho que está havendo um happy hour entre amigos ou sei lá...mas peraí que happy hour é esse??? Domingo?? À Noite??? Situação estranha não acha??? Vamos ver no que dá. - Senor hay que calcelar primeiro (pagar) e me registrar tus documientos. Quando o cara volta ao meu quarto para entregar os documentos: - Olha Paulo, veja bem! Se quiseres companhia, dá um pulo lá embaixo, tem coisa boa he he. - Hããã??? Não, valeu!!! Das 3 que vi quando entrei, se juntasse não dava uma... taxista maldito me trouxe num PUTEIRO!!! Já tinha pago, aí já era!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

 

 

13º Dia

Nem queira ficar sem gasolina no depto de La Paz, a minha moto carburada só tá fazendo 8 km/l na altitude. De Oruro a La Paz não encontrei um posto que tivesse gasolina pra vender e em La Paz os caras dobram o preço, o único lugar que encontrei foi na carretera de La muerte asfaltada 40 km antes de Coroico. Comprei um óleo hidráulico de freio e fiz uma gambiarra macetosa com fio de cobre como oring e silicone como vedação funcionaram e ficaram muito bons e sem vazamento... pelo menos ate o próximo ripio he he.

14, 15, 16, 17, 18,19 Dias

Meu!

La Paz nao e pra mim, ê lugarzinho esquisito, só me dei mal!!! Eu sei que há muita coisa bacana pra se fazer por lá e tal, mas eu queria ter esse tempo disponível e mais sorte nessa viagem. O passeio no Chacaltaya ficara para uma próxima oportunidade. Sei lá, parece que a altitude enervou minha paciência.

La Paz esta em um buraco e todo o caminho é ladeiras que te levam ao centro da cidade, o ideal aqui e ter um mapa da cidade. Eu me hospedei na Vila Fatima, local muito próximo pra quem vai para a Carretera de la muerte, e uma bimboca, mas pra mim qualquer paixão me diverte (garagem, tv, banho quente e cama boa estão baum). O boliviano adora uma buzina e isso me irritou demais. Cuidado quando estiverem aqui!!! As vans de passageiros param do nada na sua frente para que os passageiros subam ou desçam daquelas joças. não tem pontos de ônibus as pessoas ficam (literalmente) no meio da rua esperando o transporte.

Arrumei a moto e fui sentido a Carretera de la muerte, lugar muito procurado por motociclistas e ciclistas do mundo inteiro, quase chegando a Coroico que percebi o tal protetor de tanque balançando, parei pra ver o que era e decidi arrumar em Coroico, cheguei à cidade pela estrada antiga, que já esta sendo tomada pelo mato, ai já viu, né? Raly no meio da selva com direito a poça de lama. Coroico é uma cidade turística, mas eu nem sei o que há lá, só vi belos hotéis. Pode ser que o pessoal que pratica o Down Hill na carretera pernoite por lá. Parei pra arrumar a moto e depois segui em frente, mal sabia o que iria acontecer!!! 15 míseros km depois de Coroico ouço um barulho: Puffffff!!! Puts furou o pneu!!! Desço da moto e vi que num era o pneu, foi quando vi as borrachas da pinça de freio traseiro pegando fogo!!! Apaguei a p... do fogo e vi que o flexível fora estourado, com a caloria do disco e sapatas o óleo colaborou com a labareda. Antes da viagem os freios tinham sido todos revisados. E agora?? O que fazer numa estrada da morte com uma moto sem freio traseiro??? Se vira nos 30!!! Foi o que fiz, focar na atenção e ir embora. Perdi grandes pontos de fotos da estrada da morte, mas não a vida he he. Só que conforme vc vai subindo a La Cumbre o frio chega e com ele uma neblina que num da pra enxergar um metro à frente, tive que pilotar quase que tateando a parede da montanha, mas quando essa tal parede acabava, a coisa ficou tensa. Graças a Deus consegui chegar seguro a La Paz, só que tinha mais, um pneuzinho furado caia bem. Agora pensem numa La Paz, cujo expediente de quase tudo se encerra as 20h00min? Deus colocou dois bolivianos salvadores para me ajudar, com um carro Toyota rodamos toda La Paz em busca de uma borracharia. Minha intenção neste dia era pra chegar a Copacabana a noite, mas os planos mudaram e eu tive que ficar mais um dia em La Paz. P da vida com esses perrengues, com o astral baixo e já querendo voltar pra casa devido à tamanha falta de sorte. Pensei estar fazendo errado em chegar taum perto de Machu Picchu e num poder visita-lo e ter que voltar pra casa. Assim que solucionei o problema do pneu, vazei pra Copacabana. Que lugar fantástico!!! Lá, arrumei um hotel muito bom e barato pra deixar a moto e vim para Cuzco de ônibus com três amigos argentinos, que por incrível que pareça foram muito gente boa comigo. Hj vim para MP pelo caminho da Hidrelétrica de van, com um motorista maluco!!! Subia e descia montanha a 4000 m falando ao celular e pisando fundo, fazia cada curva que eu na parte traseira passava na frente dele kkkk, uma espanhola que estava junto pediu arrego e quase vomitou na bagaca!!! O caminho por Hidrelétrica e o mais longo, o mais barato e tb não menos legal que os outros, pois passamos por todo o Vale Sagrado indo por Poroi, Chinchero, Ollantaytambo, Santa Maria, Santa Teresa e Hidrelétrica e por fim chegando a Aguas Callientes depois de caminhar 12 km a pé pelos trilhos do trem, foi cansativo, mas foi muito legal, nesse trajeto fiz amizades com uma peruana, uma espanhola, uma polaca e um mexicano com quem depois subi a pé a trilha que leva ao santuário de Machu Picchu. O problema no freio traseiro da moto e a falta de gasolina são capítulos para mais tarde, por enquanto vou realizar meu sonho ha ha ha ha.

 

 

 

 

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Estou em Corumbá-MS, cidade quente pra c...., compre um garrafa com água aqui e em 2 minutos estará quente.

Toda expedição com moto nunca é 100%, às vezes temos pouco tempo, como foi meu caso, e não conseguimos ficar mais tempo e curtir determinado lugar ou algum imprevisto aparece. Graças a Deus consegui realizar quase tudo no menor tempo possível.

A minha expedição ao mundo andino foi muito sofrida, mas todo sofrimento foi recompensado e sob a proteção do divino. Ao escrever essa mensagem ouvi o Jornal Nacional dizer que hj teve "treta" na Bolívia (alguém quer a cabeça do Evo) e a repercussão disso só Deus sabe, bloqueios de estradas e combustíveis são só o de praxe. Obrigado Deus!!!!

A comida boliviana é muito boa, digo a comida simples mesmo, nada de pratos mais sofisticado que Tb devem ser interessantes, mas como sou um cara meio que maloka, senti muito a falta de feijão, os bolivianos plantam o feijão, o vendem ao Brasil, mas não comem o dito cujo... vai entender!!!

Cuzco será uma das cidades em que voltarei com mais tempo, o sincretismo de culturas lá é muito visível e o Pisco Sur (bebida) é muito baum he he he. Só tomem cuidado com os peruanos, são cheio de passar a perna em turistas (não aceitem notas velhas e rasgadas e moedas escuras, pois eles as te passam, mas depois não as recebem)

Machu Picchu é sem palavras, às vezes demora pra cair a ficha que estive lá, fiquei umas 3 horas lá no alto, sentado, só contemplando aquela obra prima, o restante do tempo foi pra tirar fotos.

Copacabana foi o lugar mais aconchegante de toda a Bolívia em minha opinião, muito bonito a vista do mirador, a igreja, hotéis pra vários gostos e $$ e o passeio a Isla del Sol que tb é muito loko!!! Lugar que tb voltarei com mais tempo.

Meu regresso...

Tantos perrengues.... vixe!!!

 

Saindo bem cedo de Copacabana meu objetivo seria chegar a Cochabamba. se evoluísse bem, tentar chegar em Sta Cruz de la Sierra. Tudo isso pq em três dias eu queria chegar a Corumbá-MS, embarcar a moto pra SP, ir pra Campo Grande de busão, pegar o avião e ir pra casa e estar com a minha filhota no aniversário dela, dia 27. Mas 900 km num dia sera? Não Deu! Andar na altitude é fogo, é curva que não acaba mais, é frio, é chuva, é gelo na pista próximo a La Cumbe, é caminhão impedindo passagem, é... No meu caso a gordinha pedindo água, falhando na altitude vá lá, pouco o2, mas em Cochabamba??? Aí não né neguinha!!! Pois é, como ela falhou na altitude, tive que fazer a gambiarra de tirar o filtro e por a meia-calça feminina, na estrada ela rendia muito bem, mas em cidades a 4000 m o excesso de retomadas de aceleração devido ao engasgo, deve ter fritado os discos de embreagem, tentei uma última regulagem, mas vi que só o primeiro disco estava bom. Com frio e chuva ao entardecer, achei melhor não forçar a motoca que estava cheia de peso, afinal os caminhos pelo qual passamos, só nós sabemos... aquele era fichinha e tb pq estávamos na estrada arterial da Bolívia (ruta Cochabamba-Sta cruz) e carona em algum caminhão era façim, foi o que fiz, coloquei num pau de arara que transporta camponeses e a trouxe para Sta Cruz, e de lá ela veio dentro um busão para Corumbá onde já está sendo embarcada numa transportadora para SP. Valeu Bolívia (La ley del cruzeno e la hospitalidad)!!! Valeu Peru!!!

Essa viagem foi um divisor de águas para mim no que se refere a viajar com moto. Agora em casa, relembrando essa epopeia e todos os perrengues, fico rindo a toa, pois sabia que a toda dificuldade apresentada, Deus apresentava uma solução. Era incrível!!! Na zona cega entre Miranda-MS e Corumbá-MS (Pantanal), lugar conhecido como "buraco das piranhas", onde não funcionava telefonia celular, ninguém parava para me auxiliar e meus recursos para sanar o problema de um pneu furado eram insuficientes, ele me colocou um guincho a disposição. Quando parti de casa ainda disse que ele era minha companhia.

Não tive problemas com a polícia boliviana, acho que as coisas estão mudando. Não paguei sobretaxa de combustíveis. E apesar do povo andino ser meio desconfiados, fui ajudado por muitas pessoas. A bolívia é um país pobre, mas em nenhum momento me senti ameaçado por nada.

Eu e a DR, os caminhos pelo qual passamos, só nós sabemos, muitas zonas inóspitas, rípio, pistas com gelo e a moto carburada foi muito valente, ao apresentar problemas no regresso foi o menor dos perrengues, pois meu objetivo já havia sido alcançado. Levar ela pra casa seria a missão. O tempo realmente foi um vilão, eu teria os 30 dias de setembro inteiro pra realizar essa viagem, mas por empecilhos da vida tive que atrasar a partida, e por motivos familiares adiantar o regresso. Mas queria o destino que eu estivesse em Machu Picchu em seu centenário. Não me arrependo e adorei o que fiz, realizei um sonho muito antigo.

 

 

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  • Colaboradores

Parabéns !!Rastadoido!

 

Nem li o relato ainda e já te felicito.

A DR é irada, sem contar que é uma das motos mais fotogenicas que conheço.

 

Puts o que fdu foi aquela camisa verde, pra que isso? imagino que tenha usado como repelente. Brincadeira.

 

mais tarde leio com calma seu relato.

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