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O que é preciso para viajar de moto - Curitiba ao Uruguai numa Shadow 750


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Pois bem, depois de muito utilizar o fórum para planejar e pesquisar para minhas viagens venho aqui contribuir.

 

Uma das coisas de que senti falta na minha pesquisa para minha primeira viagem longa de moto foram algumas dicas de equipamento, pois aqui vão minhas impressões e experiencias para ajudar quem estiver pensando em encarar a estrada. Vou aproveitar e incluir alguns dados sobre o Uruguai especificamente.

 

Obviamente registramos a viagem, mas mantenho nossos registros no nosso blog, http://dayerafa.blogspot.com/ .

 

Equipamentos específicos para a viagem de moto

Uma das coisas que busquei no planejamento da moto foi o que levar e como, encontrei pouca coisa, assim, utilizamos nossas experiências nos tiros curtos que já fizemos.

 

Banco: utilizamos uma bolsa de silicone fabricada sob medida ( http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-203311710-gel-para-banco-de-moto-_JM ) ele é colocada sobre o banco original ( lembrar de pedir com a capa de neoprene e velcros ), pode parecer que não, mas faz diferença ( se não encontrarem no Mercado Livre me mandem uma mensagem e passo o email do vendedor )

 

Alforges: tenho um amigo ( o Wlad ) que vende alguns equipamentos para moto, e comprei dele um par de alforges expansíveis ( 20 – 35 L ), que possuem a vantagem de serem facilmente retirados da moto para transportar para o quarto do hotel ( equivalente à estes: https://motosavages.com.br/det_produto.php?pro=120&nome=Alforge%20Lateral%20Givi%2028>35L%20(T449) , não preciso dizer que pesquisem, paguei bem mais barato )

Usei também uma bolsa magnética no tanque, pratica para paradas rápidas, para guardar o GPS, luvas, comunicador.

 

Baú: instalei um de 50L, mas não coloquei nada de pesado, carregamos as máquinas fotográficas, Netbook e a GoPro. Além de colocar numa mala sobre o baú das blusas de frio e calças de chuva, pois as jaquetas não saíam do corpo. A vantagem do de 50 L foi que podíamos deixar os capacetes dentro nos passeios na cidade. Vi algumas pessoas na estrada que colocavam o conteúdo numa bolsa estanque, mas mesmo depois de 4 horas de chuva sem ininterrupta não entrou uma gota d'água no baú, então vai da escolha de cada um.

 

Roupas/Luvas/Botas: roupas, o básico de sempre, jaquetas e calças com proteções, luvas impermeáveis e um par de luvas de verão, ou seja, com proteções mas ventiladas. Como estava muito quente o que fizemos foi viajar de calças jeans, trocando pelas de cordura em caso de chuva. Não vou entrar no mérito de marca/modelo, pois isso é muito particular e o investimento vai do uso e preocupação de cada um.

 

Em relação à camisetas utilizamos camisetas Dry ( tipo de corrida ) para a viagem em si e de algodão no dia a dia, a vantagem é que em trechos muito quentes elas não ficam grudentas e secam rapidamente nas paradas.

 

Comunicador: este foi o item mais barato da viagem, pois utilizamos um que é ligado por fio, aqui a relação custo benefício é muito boa, ele tem algum desconforto depois de muito tempo e algumas vezes não fica bem posicionado em relação ao ouvido, mas sempre cumpriu sua função ( a não ser acima de 120km/h, mas pelo que pesquisei nenhum funciona nesta velocidade ). Segue o link do modelo, pesquisem pois tem diferença de preço, e não esperem uma qualidade absurda, mas garanto que é funcional. ( pesquisem, tem diferença de preços!! )

(http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-213227669-intercomunicador-p-moto-comunicador-capacete-frete-gratis-_JM )

 

Planejamento dos trajetos / Navegação / GPS / Rodando no Uruguai

Para cruzar o Uruguai pelo litoral ( Chuy – Colônia del Sacramento )existem duas opções ou utiliza a Interbalnearia ( Ruta 10b ) que passa ao lado de Punta del Este e que cruza ( costeia para ser mais exato ) Montevideo, ou segue-se pela Ruta 9 / Ruta 11 / Ruta 1 e desvia Montevideo.

 

Fizemos os dois trajetos, a escolha depende da pressa e oportunidade. Desviamos na ida, pois estávamos com pressa de chegar, e passamos por Montevideo na ida à Piriápolis/Punta del Este. A passagem por Montevideo é lenta, ( 60 km/h ) mas vale à pena, toda a “costa” da cidade é muito bonita e moderna, além de cruzar a parte histórica.

 

Nossa escolha foi também de fazer um tiro longo e direto Chuy – Colônia del Sacramento, mas no trajeto existem várias opções de turismo, mas principalmente paisagens e pequenas praias, além da Fortaleza de Santa Tereza, que fica praticamente ao lado da rodovia.

 

A paisagem é meio parecida o tempo todo, planícies com quase nada de montanhas, para quem é habituado com as serras paranaenses, catarinenses e gaúchas, uma mudança de ares.

 

O combustível não possui etanol, e tem diferentes octanagens, não tive problema algum ( minha Shadow é carburada ), o preço médio que pagamos foi de 33 pesos/litro.

 

Para navegar com a moto utilizei um GPS de mão / portátil Garmin GPSMap 62 (https://buy.garmin.com/shop/shop.do?pID=63801&ra=true ), eu sou usuário já habituado de GPS Garmin portátil ( utilizei por quase 10 anos um eTrex ) então me adaptei fácil com o uso, os mapas utilizei o Tracksource (http://www.tracksource.org.br/ ) que é um programa colaborativo, nunca tive problemas, navegação perfeita dentro das cidades, e no Uruguai o Proyecto Mapear (http://www.proyectomapear.com.ar/ ), que também funcionou muito bem, inclusive com indicação dos hotéis, restaurantes, bancos, mercados nos POIs, útil mesmo para navegação à pé.

 

A escolha foi exatamente por ser portátil, memória interna de 1,7 Gb, uso de pilhas AA como alimentação e à prova d´água, além da disponibilidade de acessório para fixação no na moto. Tenho dúvidas do quanto ele é afetado pelas virações da rodagem, provavelmente deve reduzir a vida útil, mas rodei 3.800 km e não tive problemas. ( ATENÇÃO: atualize o firmware, pois tive problemas no início por estar com um desatualizado )

 

Não utilizei o GPS como meu único suporte de navegação, mas como suporte aos mapas e trajetos que havia planejado, o que recomendo fortemente pois o GPS é uma referência e se acabar a bateria, o sinal ou o mapa estiver incorreto, fica-se realmente perdido.

 

Minha referência sempre foi o Google Maps, porém, a velocidade média do Google é 80km/h, o que nem sempre é real, então se não tiver resistência para agüentar rodar direto e em alta velocidade ( acima de 100 km/h com vento lateral desconfortável para o passageiro e para o piloto em alguns momentos ), melhor reprever os tempos.

 

Estradas / pedágios

Estradas na maioria pista simples, muito boas ( nenhum buraco no trecho Uruguaio nas rotas principais, as secundários por outro lado em muitos casos não são nem asfaltadas ), limite de velocidade entre 70 km/h e 110 km/h. Muitos guardas na estrada, e parando o pessoal.

 

Os motoristas uruguaios respeitam a velocidade máxima da via e são muito corteses, dão passagem e não incomodam se você está num ritmo mais lento que o deles.

 

Os pedágios custam ( Dez/2011 ) 50 pesos Uruguaios, e motos não pagam. Tem um mapa dos pedágios uruguaios em anexo para quem quiser se organizar. ( http://www.maldonadomotor.com.uy/mapa_de_peajes.asp ), no site tem a lista por Ruta.

 

20120124123134.jpg

 

Dinheiro

A moeda é o peso uruguaio, tive dificuldade em comprar em Curitiba, mas consegui, pagamos R$ 0,15 / peso, na fronteira estava bem mais caro, levei principalmente para os pedágios, pois aceitam somente dinheiro, mas acabei não utilizando.

 

É possível utilizar o cartão de débito, o que evita a cobrança do IOF no cartão de crédito, que é mais alto, e evita carregar muito dinheiro em espécie, o único detalhe é que em alguns postos de gasolina nos pediram uma despesa mínima de 300 pesos.

 

Utilizamos o cartão de débito do HSBC, com US$ 300,00 de limite por dia, mas é bom consultar o banco sobre a possibilidade de usar no Uruguai ou não.

 

Em alguns hotéis que não aceitam cartões vimos que era vantagem pagar em dólares, pois o cambio pesos / reais não era favorável. Reais são aceitos em muito poucos lugares.

 

Gerais

Informações gerais e nossas impressões.

 

Internet: tivemos problemas em quase todos os hotéis, logo, minha experiência diz que existe, mas não confie como único meio de comunicação com o mundo exterior, utilizamos o envio de mensagens de texto quando preciso, a relação custo benefício foi aceitável.

Por outro lado fomos de Colônia del Sacramento à Montevideo de ônibus e o Wifi funcionou a viagem toda à bordo.

 

Travessia Colônia – Buenos Aires: a compra pode ( e deve ) ser programada, existem 3 empresas que realizam a travessia, a mais conhecida e muito mais cara, a Buquebus, Colônia Express e a Seacat ( muito mais baratas ). Não fizemos a travessia, pois não nos programamos, mas fica a indicação para pesquisas.

 

Restaurantes: Estamos habituados com buffets livres, por kilo, rodízios, mas fora do Brasil mantêm-se a velha fórmula de pedir na carta, recomendo o entrecot e as batatas noisettes. Cafés da manhã são mais básicos nos hotéis, mas ainda assim muito bons.

As cervejas tem a opção de 600ml e Litro, em poucos lugares encontramos geladas da forma que estamos habituados no Brasil, costumava pedir um balde de gelo, nunca me negaram. Os sorvetes são muito bons.

 

Espero que estas informações ajudem.

 

Boa viagem!!!

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