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Relato de Mochilão de 24 dias no Equador


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Segue abaixo o relato dia a dia de uma viagem de 24 dias pelo equador.

Viajante mulher e solitária.

Com todos valores gastos dia-a-dia (o gasto total dos 24 dias foi cerca de U$$ 1100 - sem contar as passagens é claro).

A viagem foi de 7 de agosto a 31 de agosto de 2011

Farei postagens por dia.

 

Espero que possam aproveitar as experiências:

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Enfim... após 3 voos e muitas horas nos aeroportos cheguei no Equador!

 

No primeiro dia em Quito eu pretendia aproveitar para conhecer um pouco da cidade, caminhar pelo centro histórico e conhecer os principais atrativos.

Mas mudei os planos hoje. A moça do hostel disse que era melhor ir conhecer o TelefériQo pois como é domingo o centro estaria muito vazio. De pronto aceitei a sugestão e fui.

 

Apesar da mega fila para comprar o ingresso valeu muito a pena! Ir para o telefériQo (com Q pq esse é o nome do negócio mesmo) o é o típico programa de domingo dos Quiteños. Eles vão com a família inteira e fazem picnics por lá

 

O teleférico sai de uma altura de 2.950 m.a.n.m. (metros acima do nivel do mar) e 10 minutos depois estamos a 4.043 m.a.n.m. Na verdade toda essa altitude é um vulcão, o Pichincha, que fica do lado de Quito.

Tanto na base como na parte alta tem uma infraestrutura boa com barzinhos banheiros, lojinhas etc.

 

A partir do momento que a gente chega lá em cima o negócio é caminhar nas trilhas!!! Tem várias e todas elas continuam subindo mais e mais! Haja fôlego! Quase morri, mas não devo ter passado dos 4.100 m.a.n.m

 

Eu tinha recém chegado em Quito, nem tinha me aclimatado e resolvi subir ainda mais... Fui até onde eu consegui. Daí parei e fiquei apreciando a vista.Nessa altitude subir uma lombinha consome todo o fôlego, mas nada que uma descansadinha não resolva. Bom... como vou continuar na região de cordilheira por vários dias acho que vou ir me acostumando com a altitude.

 

Lá em cima o vento gelado era impetuoso e eu devia ter levado um casaco (nem sei como esqueci!) Acho que é porque eu estava feliz de mais com o calorzinho e com o sol que não me liguei que 4.000 pedia um bom casaco.

 

Mas enfim, onde ficava protegido do vento era uma delícia. Fiquei por lá um tempo, caminhei o quanto deu, subi o quanto pude e depois fiz uma mega refeição que ficou sendo tipo um almoço tarde e jantar cedo.

Voltei para o Hostel, fui comprar meu café da manhã de amanhã, fiz upload das fotos e agora estou escrevendo.

 

Aqui são 20h e to podre de sono, pq não dormi ontem então, to indo dormir já.

Amanhã vou conhecer a Linha do Equador e o centro histórico.

 

 

 

Lista de gastos (U$$)

Taxi Aeroporto-Hostal - 6,00

Taxi Hostal Teleférico Hostal - 8,00

Entrada Teleférico - 8,50

Águas - 1,75

Almoço/Jantar (no teleférico) - 4,13

Compras - 2,15

Hostal Backpackers inn - 7,00

Total: 37,53

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Mitad del Mundo

 

Hoje, conforme previsto de manhã saí para a Mitad del Mundo, que é um parque onde teoricamente passa a Linha do Equador. Esse lugar fica ao norte de Quito e o ônibus demora uns 40min para chegar lá. Com essa viagem a gente vê bastante da "Grande Quito", que é... hum... interessante.

 

O local (o parque) tem toda infraestrutura para os turistas, muito espaço, muitos artesanatos e lojas de recuerdos, restaurantes, sorveterias, tudo que um turista pode querer. Super limpo, super organizado, ótimo atendimento! Nota 10!

 

Além dos turistas tirarem aquela fotinho clássica com um pé em cada hemisfério dá para curtir um pouco do local, caminhar por lá, ir no insectarium, no planetário e em outros pavilhões com coisas menos interessantes.

Tem também o Museu Etnográfico (que fica dentro do monumento da Mitad del Mundo) que é bem legal para aprender mais sobre os povos do Equador (e como tem povo nesse país tão pequeno!!!)

Obs: Amei muito o Planetário! Fiquei um tempão fazendo hora esperando começar uma sessão e não me arrependo! Foi muito legal! Me deu uma vontade enorme de me afastar dos centros urbanos e ficar vendo o céu de um lugar "limpo", sem luzes e interferência humana.

 

Enfim... o único porém do parque Mitad del Mundo é que a Linha do Equador que passa ali é fake... Isso mesmo FALSA! Quando criaram o local em 1979 ainda não existia o GPSe o Parque foi criado de acordo com um tal cálculo que não estava muito certo!!! Inacreditável! Anos depois com foi criado o Museu Inti Ñan, a 200 metros do parque, no local exato onde passa a linha. E eles provam isso de mil formas divertidas!

 

Cheguei no Inti Ñan sozinha e acabei recebendo um tour guiado exclusivo! O tour vai passando de local em local e ensinando sobre a cultura dos diferentes tipos de índios. Depois tem as provinhas de que esse é mesmo o local onde passa a linha! Em cima da Linha do Equador perdemos um pouco do Equilíbrio e temos dificuldade de andar em linha reta. Depois tem a prova da pia: de um lado o redemoinho gira para a direita, do outro para a esquerda e em cima da linha do Equador (pasmem!) não tem redemoinho a água desce reta pelo ralo. Nunca tinha visto isso!

E tem mais! Na linha do Equador a gente consegue colocar um Ovo em pé em cima da cabeça de um prego! É verdade!!! Eu consegui! O ovo ficou ali, em pé, paradinho. Fiz isso bem mais rápido que o meu monitor inclusive e ganhei um certificado por isso. Aqui diz: "Inti certifica que Luiza Campello llegó al Museo Solar y puso sus pies sobre la linea máxima de la latitud 0º0'0" y equilibró um huevo en el centro magnético del planeta tierra calculado com satélite GPS". Tá assinado e carimbado. Acho até que vou colocar isso no meu currículo... hehehehe.

 

Muito bom o Parque! Recomendo. Na verdade recomendo ir nos dois, tanto no Mitad del Mundo quanto no Inti Ñan. Fica bem pertinho, não tem porque não ir!

 

Depois para voltar de lá peguei um ônibus e desci em algum lugar no centro de Quito. O lugar exato eu não sei. Desci quando várias pessoas desceram também: fiz que nem vaca, segui a boiada. Acabei indo parar em um lugar bem pouco turístico. Acho que é um dos lugares que o guia se referia quando dizia (não saiam das ruas turísticas). Enfim uma região definitivamente não turística, mas que não era necessariamente perigosa. Não vi nenhum risco real. Mas se eu fosse loira e tivesse com um mochilão daí sim teria perigo, porque os turistas chamam muito atenção e despertam sentimentos (maus) também.

A verdade é que eu não tenho cara de Equatoriana, mas até me misturo bem. Pq nem todos Equatorianos tem cara de Equatorianos. Uns tem uma cara assim que nem a minha. Uma cara morena e "genérica", sem local de origem definida.

 

Enfim, depois que eu cheguei na Basílica (morro acima) eu me entreguei e peguei um taxi para vir para o Hostel. As ruas dessa região de Quito são lombas e mais lombas e confesso que me entreguei por falta de fôlego. Subir lomba aqui é muito diferente de Porto Alegre. Quando entrei no taxi não conseguia nem dizer para onde ir, me faltava ar.

 

Eu plano amanhã é sair de Quito. Chega de cidades grandes! Otavalo é o próximo destino...

 

Gastos:

Água 2l - 1,00

Xerox - 0,05

Bus Mitad Del Mundo-Quito - 0,40

Entrada Mitad del Mundo - 2,00

Almoço - 4,50

Entrada Museu Etnográfico - 3,00

Postais e Selo - 8,00

Museu Inti Ñan - 3,00

Entrada Planetário - 1,50

Bus Mitad Del Mundo-Quito - 0,40

Água (centro) - 0,35

Taxi centro hostal - 4,00

Hostal Backpackers inn- 7,00

TOTAL: 35,20

 

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Estou em Otavalo, a cidade que possui o mercado de artesanato mais famoso do Equador. Uma loucura total! Dá vontade de comprar tudo! É tudo lindo, mas com toda a sensatez da minha pessoa só comprei duas coisas: uns ímas de geladeira (para minha coleção) e uma pintura (aquarela) linda que vou enquadrar e colocar no meu quarto. Não vou comprar mais nada.

 

Praticamente já conheci toda a cidade e agora são quase 18h e está um lindo final de dia, com o sol quase se ponto e dividindo sua luminosidade com nuvens pretas e brancas e eu olho tudo isso enquanto escrevo do terraço do meu Hostel.

 

O Hostel é ótimo. Tenho um quarto só para mim. Na verdade acho que eu sou a única hóspede hoje. Porque a cidade costuma ficar cheia mesmo nos sábados quando e mercado se espalha por toda cidade e os turistas lotam tudo. Terça feira é tranquilo por aqui.

 

A cidade é pequena e tranquila. Atravessei toda a parte central em uma caminhada de uns 5 minutos. Ía tirar umas fotos da praça central com a igreja e a prefeitura, mas está tudo em obras. Estão remodelando a praça e restaurando a prefeitura. Não achei nenhum ângulo legal para tirar fotos, então acabei tirando só da feira. Mas percebi que faltou uma foto minha na feira, amanhã tiro para fica registado que estive aqui.

 

Sobre os povo: Otavalo é um nome de um povo indígena da região. Não é índio tipo que anda pelado, um povo altamente evoluído e comerciantes. Eles tem suas roupas típicas. As mulheres vestem saias compridas escuras, com uma abertura na lateral e em baixo saias brancas. As blusas são brancas com rendas e bordados. Usam cabelo comprido, as vezes em tranças ou com um cordão enrolado. Usam também colares dourados que dão muitas (muitas) voltas no pescoço. Os homens também usam tranças compridas. Queria tirar umas fotos mas é meio agressivo ficar tirando fotos das pessoas. Enfim...

 

Amanhã eu queria contratar um tour, porque tem muitos passeios legais que se pode fazer na região, mas parece que não tinha mais turistas interessados no passeio e não fechou o número mínimo para fazerem o passeio. O número mínimo é 2 pessoas. Mas ainda hoje mais tarde vou passar na agência e ver se alguém resolveu ir. Se não vou fazer um outro passeio por mim mesma. Vou conhecer a Laguna Quicocha que dizem, é um lugar lindo. Depois conto como foi.

 

 

09 de agosto – Quito/Otavalo (mercado)

Taxi para terminal de Bus - 9,00

Bus para Otavalo - 2,20

Almoço (lasanha) na praça Otavalo - 5,90

Quadro - 12,00

Imãs - 7,00

Nesquick - 1,20

Bolacha - 0,35

Hostal El Viajero - 11,00

Total: 48,65

 

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O dia de hoje, quarta feira, foi corrido. De manhã fui conhecer a famosa laguna de Cuicocha, próximo à cidade de Otavalo. Para chegar lá tinha que pegar um ônibus para Quiroga e depois uma camioneta para chegar até o parque onde ela está. Desci em Quiroga e logo do outro lado da rua tinha umas 10 camionetas (que na verdade são umas pick-ups) enfileiradas, esperando os turistas para levar à laguna. Mas de turista nesse dia e nesse horário só tinha eu. Então nem precisei ir na caçamba da camioneta (sim as caçambas são “adaptadas” com “bancos”) para levar vários turistas. Como estava sola, fui na parte da frente conversando com o seu Germán, um simpático Quiroquense que me fez além de motoristas, de guia de turismo. Quando chegamos na Laguna, como eu não ía ficar muito tempo (tinha que voltar a Otavalo, depois pegar um ônibus a Quito e outro a Papallacta), seu Germán ficou lá me esperando.

 

O lugar é maravilhoso. É uma cratera de um vulcão (sim, extinto) cheia de água azul, com duas ilhas cobertas de vegetação bem verdinha no meio. O passeio mais legal de se fazer é dar a volta na laguna pela parte de cima da cratera, mas a volta inteira demora umas 5h-6h e tem que ir com guia (preferencialmente). Tive que deixar esse trekking para quando eu voltar para o Equador. Como não tinha todo esse tempo, subi uma das laterais e fiquei por ali curtindo a paisagem e pensando que aquilo era uma cratera, que um dia tinha expelido lava. Que máximo!!! Eu nunca tinha estado assim dentro de uma cratera antes.

 

O passeio foi rápido mas valeu muito a pena, tanto pela laguna, quanto pela experiência de andar de bus pelo interior do Equador. Ali eu era totalmente turista a única que não tinha cara e indígena. Todos me olhava com cara de “tu é a estrangeira”.

 

Enfim, voltei da Laguna para Otavalo e fui tratar de fechar a conta do hostel e ir pegar o bus para Quito. Acabei me atrasando e nem tirei a foto no mercado de Otavalo. Vai ficar para a próxima vez.

Cheguei em Quito bem mais tarde que previa. Cheguei em um terminal (norte) e precisava ir para outro terminal (sul). Sorte que descobri que tinha um ônibus que fazia o trajeto de um para o outro. O detalhe é que demora cerca de 50 minutos. Mais atrasada ainda fiquei. Em vez de pegar o bus para Papallacta às 15h30. Peguei um que saía às 17h. Isso significava que eu teria que descer em papallacta de noite (e o ônibus só deixava na estrava, afinal Papallacta não é uma cidade é um vilarejo). Mas a Nossa Senhora Protetora dos Mochileiros estava comigo e desceram mais 3 mulheres junto na mesma parada. Essa foi a minha sorte!!! Quando desci perguntei para elas como fazia para chamar um taxi e chegar no hostel (que é no interior do interior e morro acima). A senhora prontamente pegou o telefone e chamou um “taxi” para mim, acho que ela ficou com pena de uma guria tão pequena perdida por ali com aquele mochilão. Enquanto isso íamos subindo uma estradinha em direção ao “vilarejo”. No meio do caminho... acaba a luz da cidade. Isso mesmo! Fica tudo escuro (não que estivesse muito claro antes). Como tinha uma lua, dava para ver estrada e continuamos subindo. Logo em seguida chegou um caminhonetão (que era "o taxi” local) para me levar ao hostel.

O Sr., super simpático me contou que já tinha faltado luz duas vezes e ninguém sabia porque. Fomos subindo e subindo por uma estradinha de chão até chegar numa casa no meio do nada, que era o Hostel. Eu tinha lido o relato de uma turista que tinha chegado a pé da estrada até o hostel. Fiquei pensando que essa pessoa tinha que estar mesmo muito aclimatada para subir aquilo e com mochila ainda (estamos a 3.000 m.a.n.m). Sensatamente pensei que ainda não estou nesse nível. Sorte decidi não tentar. Não teria conseguido.

 

Tá, mas alguém deve estar se perguntando... afinal o que a Luiza está fazendo aí nesse fim de mundo do Equador, no interior do interior, morro acima e ainda mais sem luz.

A resposta é simples: água quente! Não, não de preparar chimarrão! De entrar dentro!!! Aqui nesse fim de mundo a 100m do meu hostel está um dos melhores complexos de águas termais do Equador. E é para lá que eu vou amanhã! Passar o dia dentro de umas piscinas com água quente que prometem resolver todos os problemas de alguém. Não...não... acho que não traz a alma gêmea nem faz ganhar na mega sena. Mas é agua quente! E eu adoro isso!!! Para ficar no complexo o quarto mais barato é mais de $150, aqui no hostel pago $20!

 

E tem mais!!! Aqui no hostel também tem umas piscinas com água termal. Quando cheguei no hostel devia estar uns 15 graus. Demorei para criar coragem, mas fui. Coloquei meu biquíni e desci para a piscina (ao ar livre). Quando eu entrei na água chegou a doer de quente, mas logo acostumei. Fiquei na piscina até às 23h. Na hora de sair foi tenso. Chegava a doer na pele a diferença de temperatura. Mas sobrevivi e agora escrevo isso aqui debaixo de um monte de cobertas!

 

Bus Quiroga (ida e volta) - 0,50

Caminhoneta (ida e volta) - 8,00

Bus Otavalo-Quito - 2,00

Bus Terminal Norte-Quitumbe - 1,00

Bus Quito-Papallacta - 2,00

Salgadinho (teminal) - 0,25

Chamadas (para hostel) - 1,00

Taxi para chegar no hostel - 2,00

Hostel Antisana - 20,00

Total: 39,75

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Hoje o dia amanheceu frio e encoberto. De manhã fui conhecer as termas, aqui do lado. Quando cheguei lá uma triste decepção: havia muita gente!!! Estava muito lotado. Pensei cá com meus botões já que no meu hostel tem piscina quente e praticamente só para mim, não tem porque eu gastar mais $7,00 para entrar numas cheias de gente. Resolvi ficar pelo hostel e aproveitar a piscina ao ar livre e cercada de uma paisagem linda.

 

Para almoçar entrei em um restaurante (do lado do hostel) que eu jamais entraria no Brasil, de longe o lugar mais feito, sujo e bagunçado. Horrível, mas perguntei o que tinha pra comer e me serviram uma truta “à la plancha”, com arroz, batata frita e umas bananas assadas. Foi o melhor peixe que já comi na vida, deve ter sido o tempero de patinhas de barata (hehehe). Uma pena que o lugar fosse tão desagradável.

 

De tarde o sol abriu e curti muito a piscina do hostel. Dia light e de descanso.

Amanhã bem cedo saio para Tena. A ver se consigo fazer algum tour de um dia pela Amazônia Equatoriana.

 

Hostel Antisana - 20,00

Almoço trucha a la plancha - 4,00

Jantar Bocadillo e leite - 1,90

Total: 25,90

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Sai do Hostel de manhã e fui para a parada (na estrada) para esperar o ônibus que ía para Tena. Esperei por um tempo e em vez de passar um ônibus passou uma van sem identificação, eu nem tinha feito sinal. Daí o cara parou na parada e perguntou para onde eu ía. Disse “a Tena” e ele me mandou subir (aquele era o “ônibus”)’.

 

Na verdade um senhor que estava na parada antes e tinha vindo puxar papo comigo me perguntando para onde eu ía. E tinha me explicado que como era feriado as empresas colocavam uns ônibus menores para circular. Para mim não fazia muito sentido afinal é feriadão, as pessoas deveriam viajar mais. Mas na verdade acho que descobri como funciona: As pessoas que lotam os ônibus no Equador no dia-a-dia não de uma classe da população mais baixa. Pessoas que não tem grana para estar viajando nos feriados. Quem tem grana pega sua pick-up, coloca toda família lá e vai embora.

 

Enfim... Tena, essa cidade que estou agora, já é na região da Amazônia. Até então eu estava na Cordilheira, mas agora desci em direção à Amazônia (que fica ao leste da cordilheira). Viagem de Papallacta até Tena demorou cerca de 3 horas. Saí da cordilheira onde estava uma temperatura de cerca de 10ºC e cheguei em Tena 3h depois com 30ºC. Praticamente um choque térmico. Sabe aquele calor que a gente está parado fazendo nada e sente os pingos escorrendo pelas costas: assim mesmo! Até parecia um pouco nossa querida “Forno Alegre”. Durante a viagem eu vinha tirando as camadas de roupa. Quando cheguei aqui coloquei bermuda e regata.

 

A paisagem da viagem é maravilhosa, sem explicação. É uma zona de transição então ainda tem morros enormes, mas eles já são totalmente cobertos de mato. Muito, muito verde por toda parte. A estrada vai fazendo um caracol, curva para um lado e para o outro, por mais de 100km (descendo a cordilheira). Ela vai correndo junto a um riozinho serpenteante. E dos morros caem cascatas por todos os lados... lindíssimo.

 

Cheguei em Tena pelo meio dia e catei um hostel próximo à rodoviária mesmo: o Hostal Juan Manuel. Paguei 6 dólares em um quarto só para mim com banheiro e ventilador. Mas sem água quente. Quase nenhum hostal aqui tem água quente, mas como faz muito calor, ok. Já estava preparada para isso. Hoje caminhei por toda a cidade, reservei meu passeio para amanhã e lavei todas minhas roupas (que com esse calor, estão quase secas). Amanhã vou fazer um passeio pela Amazônia Equatoriana! O roteiro parece muito legal. Tenho que estar às 7h30 na frente da agência.

 

 

Hostal Juan Manoel - 6,00

Bus Tena - 3,00

Almuerzo - 4,90

Super - 1,77

Internet - 0,75

Total: 16,42

 

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Hoje fiz o passeio pela Amazônia Equatoriana. Tem um montão de passeios. Os melhores dizem que são os de 3 ou 4 dias, porque daí se entra mesmo na mata. Esse que eu fiz de um dia é mais superficial. Meu grupo tinha 10 pessoas (6 americanas, 3 equatorianos e eu) o que é um tamanho bom. O passeio começa em Misahuallí que é um povoado na beira da Amazônia e os deslocamentos são todos em canoa (motorizada) pelo río Napo.

 

O passeio tem várias paradas, a primeira é na beira do rio onde algumas famílias trabalham garimpando ouro na areia do rio. Quando o barco está passando pelo rio o guia pergunta em Quíchua (língua dos nativos da região) se a família aceitar receber os turistas. A que nos recebeu era uma senhora com três netos (todos trabalhando). Ela disse que precisava do dinheiro para fazer a matrícula deles no colégio e que eles estavam ali ajudando porque estavam de férias. Daí a senhora foi fazendo todo o processo e o guia explicando como funcionava. Quem se interessou olha nas fotos que é impossível ficar explicando por aqui. Essa parte foi bem legal! Ponto alto do passeio.

 

Depois disso paramos para uma caminhada de umas 2h na “selva”. Eu sempre gosto de caminhar no mato mas eu esperava mais desta parte. Foi só uma trilha como em qualquer outro lugar. De vez em quando o Guia parava e explicava alguma coisa sobre uma planta ou animal. Foi ok mas nada de especial. Depois disso paramos para almoçar na beira do rio em um restaurante. Bem bom até.

 

Outro ponto alto é que depois do almoço o guia perguntou quem ía entrar no rio. No início todos ficaram meio acanhados, mas depois aos poucos foram entrando. Teve gente que se jogou com roupa e tudo. Como eu não estava de biquíni (ele estava na mochila) não entrei nesse momento. Mas depois que todos voltaram para o barco ele parou em uma praia para a galera curtir mais o rio. Daí sim, pedi para uma guria segurar minha canga, me troquei e me joguei na água. Estava super gelada! Mas entrei correndo e me joguei. Depois do lado de fora com calor e vento logo estava seca. Essa parte foi ótima!!!

 

A próxima parada era em um parque que faz a reintrodução de animais silvestres na natureza. A maioria eram bichos de estimação. Daí eles tentam fazer uma readaptação ao mundo selvagem. Alguns conseguem retornar, mas outros, que não sabem mais se alimentar e perderam alguns instintos, acabam morando por lá.

 

Por fim a última parada é em uma comunidade indígena, onde eles fazem uma representação das danças, contam um pouco da cultura e vendem artesanato. Isso também foi bem legal. Comprei uma tartaruga feita pelos índios para minha coleção.

 

O passeio em si foi bem legal só a parte da selva que para mim deixou a desejar. Mas o legal é que os guias são da comunidade indígena e o impacto do passeio no ambiente acho que praticamente se limita ao motor dos barcos. De resto é tudo bem sustentável e as pessoas que moram na região se beneficiam com o turismo de uma forma bem legal e saudável, sem exploração.

 

O guia tinha todos os conhecimentos de quem mora na floresta, sabia tudo de animais, plantas, venenos, cultura dos indígenas e tinha várias histórias para contar, mas faltou um “tratamento” para com os turistas. Quando chegávamos em um lugar ele podia fazer uma introdução de onde é que estávamos chegando, para fazer o que, por quanto tempo... Essas coisas básicas. Às vezes o grupo ficava meio perdido.

 

Na beira do rio tem vários “jungle lodges”. Que imagino eu deve ser uma opção bem interessante de hospedagem (alguns bem caros inclusive).

 

 

Hostal Juan Manoel - 6,00

Tour - 45,00

Janta - 4,69

Internet - 0,00

Total - 55,69

 

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Hoje de manhã saí de Tena e cheguei aqui em Baños pelas 13h, justo quando a maioria dos turistas já tinha feito o check-out do feriadão. Consegui um quarto maravilhoso no Hostel que eu queria. Quarto espaçoso, com banheiro, sacada e internet free.

 

Quando eu comecei a "estudar" o Equador, trabalhando em O Viajante, Baños foi uma das cidades que mais me chamou a atenção. Me lembro que na época eu pensei "tenho que conhecer essa cidade", isso quando ainda nem estava planejando a viagem. Outro fator que contribuiu foi o fato de que há alguns anos eu tinha visto no Discovery ou National Geographic Chanel um documentário sobre Baños e a ameaça do vulcão Tungurahua, que fica aqui do lado (amanhã espero ver ele). O Tungurahua é um vulcão ativo, que já destruiu algumas cidades e ameaçou Baños várias vezes, inclusive a cidade foi evacuada por um bom tempo há uns 10 ou 20 anos. Hoje em dia o vulcão anda bem tranquilo, até demais para o meu gosto!

 

Baños está na região da cordilheira, mas quase na parte da transição para a região amazônica. A cidade é super organizada turisticamente. Pensando por cima, imagino que passei por umas 20 agências de viagens hoje circulando pela cidade. Há muitas coisas para se fazer aqui!!! A região é muito linda, é possível ver isso nas fotos.

 

Enfim... como eu cheguei no inicio da tarde, já não dava mais para agendar passeios para hoje. Então decidi fazer um tour em uma chiva (onibuzinho aberto e colorido, feito para turistas) que eu tinha lido várias pessoas comentando que não tinha muita graça.

 

O passeio no Chiva vai seguindo pela estrada e passando por várias cachoeiras. Mas, mais que as cachoeiras ao longo do caminho tem algumas atividades radicais. A primeira que paramos e menos radical é tipo umas gaiolas (tem um nome para elas, mas não consigo me lembrar) que, presas em cabos de aço, atravessam o vão em que passa o rio a muitos metros de altura. O Chiva fica esperando quem quiser ir (e voltar). Legalzinho.

 

Depois disso a segunda parada foi para quem queria fazer Canopy. O que é isso? É mais ou menos assim: a pessoa bem amarrada a um cabo de aço e "deitada" de barriga para baixo sai de um ponto x a uma certa altura e chega no ponto y, a uma altura bem mais baixa. Esse canopy era de mais de 1km de distância! O final era um pontinho amarelo, lá quase no chão do outro morro. Eu resolvi fazer!!! Enquanto me amarravam eu ía olhando os equipamentos. Mosquetões petlz! Bom sinal! Mas será que estavam sendo bem cuidados??? Cair lá de cima não estava nos planos. Enfim, lá fui eu "voar" pelos céus de Baños. No início a coisa vai bem rápido, depois foi diminuindo, diminuindo e... o que aconteceu? Parei no meio do caminho! Faltou peso para a gravidade me puxar até o final. Daí fiquei eu lá parada, no ar até que o pessoal se organizava de fazer chegar um cabo até mim para poderem me puxar. Que paródia! Eu lá praticamente de cabeça para baixo.

Não foi a melhor sensação do mundo. Mas ok. Chegou o cabo, segurei ele e me puxaram até o final. Quando cheguei no ponto Y o responsável lá estava todo preocupado perguntando se eu estava bem e coisa e tal porque as pessoas costumavam passar mal quando paravam no meio (quanto tinha muito vento contra).

Daí eu ainda tinha que subir toda altura do morro a pé por uma trilha. Mas tudo certo isso era piadinha perto do que viria mais adiante.

 

A próxima parada foi junto a duas pontes paralelas, onde eles fazem aquilo que chamam de "puenting" que é tipo um bung jump mas com o cabo preso na ponte que está do lado. Daí a pessoa se joga e fica balançando como um pêndulo. Nesse não fui, mas outros dois guris que estava na minha Chiva foram. Totalmente radical!

 

A última parada é para descer uma trilha que leva à cascata maior e onde se pode chegar até a base e tomar banho se quiser. Quando começamos a descer a trilha estava uma chuvinha fina que não incomodava muito. Mas logo percebemos que a "trilha" não era tão simples assim. As pessoas que estavam voltando estavam muito cansadas. Mas fomos descendo... descendo... descendo... chegando lá a cascata era mesmo linda. Mais de 100m de queda em duas partes. Pena que minha bateria acabou e não consegui tirar mais fotos. Depois para subir foi um parto. Muito forte a subida, nem se compara com o Caracol de Gramado, muito pior! A sorte é que nessa subida de volta o tempo tinha fechado de vez e estava chovendo o que aliviava um pouco o calor e suor ao subir. Em seguida retornamos a baños.

 

E agora vou dormir que amanhã se o dia estiver bonito (espero que sim!) vai ter mais coisas para fazer!

 

Bus Tena-baños - 4,00

Hostal Chimenea - 9,50

Tour em Chiva - 5,00

Almoço - 0,80

Picolé - 0,75

Gaiola - 1,50

Canopy - 13,00

Janta - 8,40

Total - 42,95

 

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Hoje o dia amanheceu totalmente nublado e com vento forte e friozinho. Fiquei preguiçosamente na cama até quase às 10h da manhã, só vendo as nuvens passarem encobrindo a paisagem que tinha da minha cama. Meu plano era se o dia melhorasse muito fazer rafting, se o dia melhorasse um pouco fazer uma cavalgada pela região e dependendo das nuvens ver o Tungurahua.

 

O tempo não melhorou quase nada, mas como não queria perder o dia "fazendo nada" fui na agencia de qualquer forma reservar um passeio a cavalo que durava 3h. Eu já tinha andado de cavalo 1 vez antes (em um acamps lá em São José dos Ausentes) há uns 10 anos isso.

Eu fiquei um pouco ansiosa no inicio, mas quando percebi que meu cavalo era MUITO obediente fiquei mais tranquila.

 

O passeio foi bem legal, era só eu e meus dois "guias" um guri de 14 anos e outro que deveria ter uns 8.

O cenário é sempre muito bonito. Passamos por uma fonte de água mineral natural... isso, uma vertente natural de água com bolinha. Eu provei e tinha o mesmo gosto ruim destas industrializadas.

 

Depois chegamos no lugar de onde deveríamos ver o vulcão isso, se não estivesse super nublado para aquelas bandas. Nada de vulcão!!! É inacreditável que vim até Baños e não vou ver o Tungurahua!!! Eu tinha planejado fazer um tour noturno em Chiva que leva até um ponto de onde se poderia ver o vulcão em atividade de noite, mas me disseram que há uns 6 meses que o vulcão não solta nada, está quietinho demais. Que saco! Não dá para apertar o interruptor e simplesmente "ligar" o vulcão??? Já vi que minha próxima viagem vai ter que ser para a Costa Rica, onde os vulcões estão mesmo ligados!

 

Enfim, o passeio foi bonito e agradável mas a verdade inevitável é que minha bunda e minhas coxas estão super doloridas. Eu já sabia que isso ía acontecer, não tinha como evitar. Espero que passe logo!

Da próxima vez, só se tiver pelego na sela. Ah... e aquele negócio onde a gente coloca o pé (não lembro o nome) também ficava me machucando na canela o tempo inteiro!!! Estou com um roxão em cada canela.

 

Depois que cheguei do passeio fui conhecer a basílica da cidade que até então eu só tinha visto por fora. É lindíssima por dentro! Nas paredes há pinturas dos milagres concedidos pela Nossa Senhora da Água Santa, que é a que protege a região e as pessoas aqui são super devotas dessa virgem. Fiz igual a todo mundo, me comprei uma vela verde e fiz um pedido para a Santa. Algo muito simples: "Que tudo ocorra bem até o final da viagem". Minha vela ficou lá queimando. Tomara que a Santa tenha ouvido.

 

A ideia depois era ir para as Termas de Baños, são as termas com efeitos medicinais que deram o nome à cidade. Mas quando cheguei estava praticamente lotado!!! Eu nem cabia nas piscinas. Enfim... como um dos meus objetivos aqui no Equador é ir às termas, deixei isso para amanhã de manhã (aqui no guia da LP diz que de manhã as termas estão vazias, espero que esteja correto!)

 

Enfim... Espero que amanhã dê tudo certo e eu possa ir às termas de manhã e depois partir rumo a Latacunga!

 

Hostal Chimenea - 9,50

Passeio em Cavalos - 24,00

Tarabita e fanta - 1,50

água - 0,85

Vela - 0,35

Fita cabeça - 3,00

Imas 3,00

Total - 42,20

 

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