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Chile e Bolivia: Santiago, Atacama, Uyuni, Pucon e Puerto Varas em 18 dias (setembro/2014)


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Sempre faço meus roteiros com base nos relatos e na ajuda aqui do fórum e sempre me prometo escrever o meu relato como retribuição, o que vou deixando para depois e nunca faço rssss. Dessa vez cumprindo o prometido.

Viajei de 31 de agosto a 17 de setembro de 2014 com meu namorado.

 

Roteiro: Santiago (3 dias). San Pedro de Atacama (4 dias). Tour Uyuni com retorno à San Pedro (4 dias). Pucon (3 dias). Puerto Varas (2 dias). E mais 2 dias de deslocamentos.

 

Gastos Totais: R$ 3.000,00 por pessoa que levamos já cambiados em dólar (conseguimos uma boa cotação, mas analise a cotação da época que você for, muitas vezes você perde dinheiro no recambio de real para dólar e dólar para peso, já que dólares não são aceitos em tudo no Chile e mesmo quando é, a cotação não vale a pena. EX: Paguei a primeira diária de hostel em dólar e a cotação foi baixíssima, mas como tinha acabado de chegar e havia cambiado poucos pesos no aeroporto, achei a melhor opção).

 

Além disso, passagens de ida e volta São Paulo – Santiago pela Gol por R$ 620,00 e Santiago – Calama pela Lan por R$ 312,00.

Dica Importante: No site da Lan, procure o ícone “Brasil” e altere para “Chile”, assim você será redirecionado para o site da Lan Chilena. Quando comprei, pelo site da Lan Brasil o mesmo trecho saía por mais de R$ 1.000,00, mais que o triplo do preço que paguei pela Lan Chile. Para comprar no site chileno, é necessário cartão de crédito internacional e optar por “sin cotas”, ou seja, sem parcelamento, além de não optar por seguro viagem. Acho que a economia significativa vale o trabalho extra.

 

Alimentação: estabelecemos a média de 4mil pesos por refeição, mas isso é muito relativo. Às vezes na correria comíamos apenas uma empanada, outras vezes optamos por exceder o valor e ter um jantar especial e gastávamos o triplo. Tudo é equilíbrio e no final das contas não gastamos mais que o previsto. A comida no Chile em geral não é barata, em San Pedro em especial, já que lá é um deserto e os itens custam mais caro pela própria dificuldade de acesso. Porém pesquisando encontra-se opções para todos os bolsos.

 

O que levar: Pelo menos nessa época do ano, foi indispensável me vestir com 3 camadas (uma segunda pele, um termo fleece e um casaco corta vento. Levei um outro casaco pesado de pluma de ganso que foi bastante útil nos dias mais frios). Calça segunda pele para os dias mais frios, comprei umas meias da quéchua mesmo por cerca de 30 reais que me salvaram muito lá. Usei uma bota impermeável que ajudou bastante. Luva, gorro e cachecol.

Óculos de sol, protetor solar (usei fator 60), colírio sem corticoide para hidratar os olhos (os meus ficaram muito ressecados no deserto, ainda mais que uso lente de contato), hidratante para pele, hidratante labial, muito soro para o nariz, levei também um outro que é um gel que meu otorrino me receitou, hidratante labial e bepantol.

Para os efeitos da altitude tomei paracetamol e remédio para enjoo e não tive nada (já havia sofrido muito nas férias passadas no Peru), mas vale consultar um médico, porque quando o assunto é remédio, o que é bom para um, para outro pode ser perigoso.

 

Dia 1: São Paulo – Santiago. Nosso voo saiu com mais de uma hora de atraso. Após entrarmos no avião, foi nos informado que houve um problema e permanecemos sentados por 1 hora até a decolagem. Achei o avião bastante desconfortável e o serviço bem inferior ao de outras companhias que já viajei. Além do mais, tivemos problemas na volta com filas imensas por falta de funcionários no check in e já em Guarulhos nossa mala demorou mais de uma hora, além de terem nos informado a esteira errada. Comprei mais para experimentar o voo internacional da Gol, mas apesar de nada absurdo ter ocorrido, não recomendo.

 

Chegando em Santiago fizemos câmbio de 100 doláres na Afex do aeroporto para bancar os gastos do primeiro dia e negociamos com um taxista para nos levar até nosso hostel. Pagamos o mesmo valor do traslado compartilhado, 7 mil pesos e fomos direto. Mas negocie, o valor inicial era de 25 mil pesos para o mesmo trajeto. Há também a opção dos traslados compartilhados, que peguei na volta do Atacama e achei o serviço muito bom também. E para economizar um pouco mais, há a opção de ônibus da Centropuerto que vai até a estação los heroes e de lá é só pegar o metrô até a região. Se estiver hospedado próximo a alguma estação é uma opção. Peguei esse ônibus no sentido oposto quando voltei do Sul, da estação los heroes para o aeroporto e foi bem tranquilo.

 

Ficamos hospedados no Hostal Providencia em quarto privativo e gostei muito. Achei que compensa o custo/benefício (24000 pesos por noite para o casal). Staffs MUITO prestativos e simpáticos. Fica bem localizado, próximo a estação Baquedano e de fácil acesso para ir a pé em vários pontos turísticos. Cerro Santa Lucia, Patio Bela Vista, Cerro San Cristobal, Casa do Neruda, etc. Café da manhã ok. Único ponto negativo foi o quarto próximo a Avenida, que a noite parecia que os carros estavam passando dentro do quarto, tamanho o barulho rsss.

 

Nesse primeiro dia fomos a pé até o Cerro Santa Lucia (entrada gratuita) e adoramos o parque. Vale ir com tempo para ir subindo com calma e depois aproveitar a vista lá do alto. Aproveitamos o caminho até lá para “bater perna” pelos arredores e comer um “tradicional” que é um cachorro quente com palta (abacate) que tem por todo lado lá. Achei bem gostoso.

 

Dia 2: Santiago. Após o “desayuno”, fomos de metrô até o Palácio La Moneda ver a troca de guarda, uma cerimônia muito interessante, que ocorre em dias alternados. Só conferir no site do governo chileno o calendário. A estação é de mesmo nome, La Moneda, não tem erro.

 

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Finalizada a cerimonia, fomos até a Calle Augustinas que fica bem próxima ao Palácio fazer câmbio de todo o nosso dinheiro. Pesquisamos dentre as casas de câmbio a que oferecia melhor cotação e ainda choramos um pouquinho pelo montante que íamos trocar, rssss. Conseguimos uma cotação muito melhor do que no aeroporto, recomendo o “transtorno” de perder algum tempo nesse trabalho, compensa $$$ rssss.

 

Como chovia, andamos por um bom tempo em busca de comprar um guarda-chuva (não tem ambulante no Chile, gente? Hahaha). Demorou mas conseguimos encontrar um belo exemplar chinês que ameaçava virar toda hora mas serviu para quebrar o galho rssss.

 

Eu gosto de andar meio sem destino quando viajo, por isso ficamos bastante tempo por aquela região, vendo lojas, prédios do governo, o cotidiano das pessoas, etc. Como era uma segunda-feira os museus estavam fechados e passamos só em frente mesmo. Fomos até a catedral metropolitana e pegamos uma missa começando, bem tradicional, no estilo da própria Catedral, eu que sou católica “carola” rsss, gostei bastante e fiquei emocionada em alguns momentos.

Almoçamos em um restaurante peruano bem bacana ali na região (não me lembro o nome, mas naquela região não faltam opções do tipo). O menu do dia por 3900 pesos, com entrada, prato principal (no dia era peixe), sobremesa e bebida.

 

Como no final de nosso roteiro pretendíamos ir para o Sul, fomos de metrô até a Estação Los Heroes para comprar as passagens pela Turbus, que tem o seu terminal de ônibus no mesmo local. Comprar com antecedência garante um bom preço e já que viajaríamos em época de Fiestas Patrias, feriado da independência chilena, não quisemos arriscar ficar sem passagem. Compramos no semi-cama os trechos Santiago – Pucon, Pucon Puerto Varas e Puerto Varas Santiago por 42 mil pesos no total, mas varia muito de acordo com data e horário de embarque, além da antecedência. Não é possível estrangeiros comprarem pelo site, somente pessoalmente. Fomos atendidos por uma chilena muito simpática, que ficou indignada quando pedimos para dividir a conta, deu uma tremenda bronca no meu namorado por não pagar a minha parte e ainda me sugeriu arrumar um namorado chileno rsssssss. Rende boas risadas até hoje.

 

Retornando a Providencia, indo em direção ao Pátio Bela Vista, cruzamos um parque que não encontrei o nome, mas que era tão bonito que me fez desviar e gastar um bom tempo caminhando por lá. (Santiago tem muitos parques assim, fiquei encantada).

 

A noite fomos até um supermercado próximo ao hostel, na Providencia. Compramos vinhos, queijos e demais petiscos para beber no hotel. Gente, bebam vinho no Chile. Encontrei opções de variadas vinícolas de muito mais qualidade que os Concha y Toro “engana brasileiro” que bebo aqui no Brasil com preço bem melhor. Porém compensa mais comprar no Supermercado Jumbo (falo dele mais adiante).

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Dia 3: Santiago. Nesse dia pretendíamos alugar um carro e ir até Cajon del Maipo, porém tivemos um problema com nosso cartão, não conseguimos falar imediatamente com o banco e acabamos desistindo. Mas fica a dica para quem for alugar carro na região da Providencia/Bella Vista, a Chillean Rent a Car, de todas as locadoras que pesquisamos era a que tinha o melhor preço e o atendimento é ótimo.

 

Como Cajon del Maipo ficou para a próxima, fomos até o Cerro San Cristóbal. Subimos com o funicular e exploramos o parque com bastante calma. A vista da Cordilheira é incrível. Encontramos um lugar com banquinhos e mesas com vista para a Cordilheira e aproveitamos para comer umas empanadas. Mas levem blusa, pelo menos em setembro era muito frio lá no alto.

 

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Saindo do Cerro, fomos até a La Chascona, casa de Pablo Neruda em Santiago, que fica ali pertinho. A visita custa 5 mil pesos e é bem interessante, mas não achei nada indispensável (opinião pessoal minha e varia obviamente para cada um).

 

Depois, fomos de metrô até o Costanera Center, só descer na Estação Tobalaba. Saindo da estação, logo se vê o prédio do shopping, é inconfundível. Não gosto muito de shopping, mas como precisávamos comprar algumas coisas, foi válido. O shopping é imenso e fiquei até cansada (e entendiada rsss), mas encontramos o que precisávamos. Os preços são similares aos do Brasil, mas comprei um casaco super quente pelo equivalente a R$ 120,00, compensou muito.

Aproveitamos para comer uma chorrillana em um restaurante lá no shopping mesmo e fomos ao Supermercado Jumbo que eu adorei. Vale a pena para comprar vinhos e até cerveja. Os preços são bem melhores do que nos outros mercados e a variedade muito maior. Queria levar tudo rsss.

Voltamos ao hostel para pegar nossas mochilas e irmos ao aeroporto (havíamos feito o check out as 10h00 da manhã, mas guardaram nossas mochilas até a noite). Pegamos um taxi que tinha convênio com o hostel por R$ 12 mil pesos para os dois e chegamos ao aeroporto por volta de 22h30. Aí que começa o primeiro perrengue da viagem...

 

Dia 4: Santiago – Calama – San Pedro de Atacama. Como nosso voo sairia as 5h00 da manhã e teríamos que sair do no máximo as 2h00 da madrugada para chegar no aeroporto a tempo de fazer o check in, achei melhor economizar uma diária do hostel e ir mais cedo para o aeroporto. Péssima escolha. Por conta dos dias chuvosos em Snatiago peguei uma infecção na garganta e tive um febrão de 38 graus nessa noite. Sentada na cadeira desconfortável do aeroporto, com frio, passando mal. Foi a noite mais longa da minha vida, rsss, mas faz parte, né? Sobrevivi.

 

Nosso voo pela Lan saiu pontualmente as 5h00 e chegamos em Calama por volta de 7h00. Passei mal no voo porque eu enjoo a toa e esse voo chacoalhou bastante. Pegamos o transfer da Transvip. O transfer durou cerca de 1h30 e continuei passando mal com o vira vira da estrada rssss. O caminho é lindo, fiquei empolgadíssima de ver que estava chegando à um lugar tão sonhado, planejado por meses.

 

Nos hospedamos no Hostal Sonchek em quarto privativo com banheiro compartilhado por 20 mil pessoas a diária para o casal. Escolhi pelo valor e localização. Fica bem próximo à Calle Caracoles, coisa de 2 minutos. Muito simples, porém muito limpo e organizado, atendimento excelente. Tem uma cozinha compartilhada muito boa, os banheiros compartilhados são ótimos e muito limpos, toda hora tem alguém limpando. Ponto negativo para o wi fi que só funciona na área comum que é aberta e noite é muito fria, os banheiros também ficam na aérea aberta e passei um friozão quando queria ir ao banheiro a noite rsss. Fora isso achei tudo ótimo, inclusive tem sistema de chuveiro solar, que era absurdamente quente, adorei. Ótimo custo benefício.

 

Saimos para pesquisar as agências para os tours. Depois de muito pesquisar fechamos Atacama (90 mil pesos por Vale de l aluna e vale de la muerte, lagunas altiplanicas, laguna cejar, salar de tara e geyser del tatio) e Uyuni (110 mil pesos o tour de 4 dias com retorno a San Pedro) com a World White Travel. Os valores não incluíam as entradas nos parques que pagávamos sempre ao chegar na entrada. Adianto que foi tudo razoavelmente dentro do combinado, não tenho nenhuma grande reclamação, mas os tours do Atacama foram todos terceirizados para outras agências, não tivemos nenhum problema com isso, mas fomos cada dia com uma agencia, todas boas, mas imagino se acontece de cair em alguma agencia ruim. É uma prática bem comum lá em San Pedro, vale questionar. No final das contas valeu o custo/benefício.

 

Valle de la luna e valle de la muerte: Às 16h00 iniciamos o tour pelo Valle de la luna, e fomos percorrendo todo seu entorno. Em seguida passamos pelas Três Marias (aquelas três formações de rocha) Finalizamos com o pôr do sol no Valle de la muerte, imagem de cinema. Fomos em um ônibus cheio, o que não me agradou muito. Em todas as paradas era aquela muvuca para entrar e sair do ônibus. Fora o guia apressando para ir embora logo, as pessoas disputando espaço para foto, etc. Tira um pouco do brilho do lugar, que é incrível. Talvez seja um questionamento a se fazer na agencia, o tamanho dos grupos, ou ainda, fazer o passeio de bicicleta se estiverem com mais disposição.

 

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Para o tour levei 1 litro e meio de água e consumi tudo. Além dos itens de praxe, protetor solar, agasalho (durante o dia quando se sai para o tour é muito quente, mas quando o sol se põe bate um friozão), osculo escuros, etc.

 

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À noite fomos jantar no Delícias de Carmen. Optamos pelo menu do dia, que trazia um caldo verde de entrada, carne e purê de batatas com cogumelos de prato principal e um brownie com sorvete de sobremesa, além de um copo de vinho. Pagamos por volta de 8 mil pesos por pessoa, bem acima da média que estabelecemos, mas valeu cada centavo. Recomendo.

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Dia 5: San Pedro de Atacama – Lagunas Altiplanicas + Salar de Atacama e Laguna Cejar. Lagunas Altiplânicas foi o meu tour preferido no Atacama. Às 6h30 da manhã já estávamos na van iniciando o percurso de 115 quilômetros até o primeiro ponto de parada, a Laguna Chaxa juntamente com o Salar de Atacama, que é daqueles lugares que me faz pensar em como a natureza é caprichosa nos mínimos detalhes. Parada para explicações e MUITAS fotos. O céu no Atacama em geral é uma coisa de louco, mas naquela região do Salar de Atacama é ainda mais incrível. E para completar na Laguna Chaxa, o reflexo das nuvens na agua cria uma paisagem de tirar o folego. Ainda tem os flamingos para completar o espetáculo.

 

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Achei esse tour numa van pequena bem melhor do que o anterior em ônibus, muito mais tranquilo, sem aquele tromba tromba de turista nas paradas.

Nosso café da manhã foi servido ali mesmo, bem completo com paes, chá, acholatado, frios, manteiga, etc. Amei essa coisa de tomar café da manhã no deserto, penso nisso todo dia quando estou em casa engolindo qualquer coisa correndo para sair para o trabalho rssss.

 

Dica: Não sei no verão, mas em setembro quando estive lá, vestir-se em camadas (segunda pele, fleece e casaco corta vento) foi indispensável. Por conta da altitude, o frio era imenso, além de ventar bastante, o que faz com que a sensação térmica seja ainda mais baixa.

 

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Seguimos para a próxima parada na Laguna Miscanti que dói os olhos na beleza, já que parece uma pintura, cheia de nuances de cores em seus 15 quilômetros quadrados. A partir daí, seguimos para a Laguna Meniques, que é bem menor, apenas 1,5 quilometros quadrados segundo nosso guia, mas não perde em nada em beleza. Completamente diferente das duas primeiras, com cores próprias e um relevo único. As imagens falam por si.

 

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De volta a van, seguimos para conhecer dois pueblos, Socaire e Toconao, o primeiro com uma igrejinha linda e um visual dos arredores muito bonito, o segundo produtor de grande variedade de frutas, o que me impressionou no deserto, que é um deserto muito do vivo. Em Toconao encontramos algumas llamas soltas pela cidade e aproveitamos para oferecer uns snacks e chegar bem pertinho (nos disseram que não havia problema de fazer mal à elas).

 

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Retornamos à San Pedro quando já era mais de 15h00, tivemos tempo apenas de comer uma empanada gigante que compramos num mercadinho próximo ao hostel e comprar umas frutas e já era hora de correr para a agência para a saída do próximo tour.

 

Laguna Cejar. Saimos de San Pedro às 16h00 em um ônibus (outro tour na muvuca rsss) rumo à primeira parada, na Laguna Cejar, que tem alta concentração de sal, superior até à do mar morto, o que faz com que não se consiga afundar de forma alguma. Como sou pior que gato com medo de água fria rssss, não quis me arriscar, deixei a tarefa para o namorado, que gritava muito com a água fria rssss. Mas confesso que fiquei com vontade de entrar, aconselho a se jogarem e aproveitarem a oportunidade. Cuidado com o sal no rosto e nos olhos, arde muito. Antes de chegar nos chuveiros de água doce, o namorado já estava com o corpo todo branco de sal e deu um trabalhão para tirar. Além disso, a laguna é muito bonita (e muito grande). Valeu a visita mesmo não entrando. Pena não estar conseguindo anexar as fotos da laguna cejar e ojos de salar, estão lindas :/

 

De volta ao ônibus, seguimos em direção aos Ojos del Salar, que são duas grandes crateras cheias de água no meio do deserto, onde também se pode mergulhar. Nesse momento ventava muito e o frio era bastante intenso e ninguém de nosso ônibus quis se arriscar, porém as formações são muito interessantes, vale a visita.

Seguimos então para o último destino do tour, a Laguna Tebinquinche, que é enorme, completamente diferente de todas as outras que vimos durante o dia todo (eita deserto rico!), um verdadeiro marzão de água salgada. Lá a agencia nos serviu pisco e uns petiscos e pudemos curtir o sol se pondo dali.

 

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Retornamos à San Pedro e depois de um banho fomos jantar em um café que recomendo muito mas não me lembro o nome rssss. Fica na rua que passa entre a praça e a igrejinha, no quarteirão antes de chegar na Calle Caracoles. O menu do dia com frango, arroz e batatas por 3000 pesos. Pedimos uma torta holandesa à parte que não tem nada da torta holandesa que conhecemos no Brasil, é uma mistura de chocolate, geleia de frutas, creme branco, maravilhosa. Recomendo.

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Dia 6: San Pedro de Atacama. Salar de Tara. Nesse dia a agência marcou o horário de saída as 7h00, mas o horário correto era as 8h00. Resultado, acordamos uma hora mais cedo a toa. No horário correto, o guia passou no hotel para nos buscar e fomos em uma van com mais duas brasileiras até o Salar de Tara.

 

O próprio percurso já é um show de cores e formatos. Pela estrada, é possível avistar à distância o Vulcão Licancabur e, se o tempo estiver aberto, a laguna Verde, que fica do outro lado da fronteira, já na Bolivia. Paramos em alguns mirantes pelo caminho para “sacar” fotos incríveis.

 

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Após sair da estrada asfaltada não há qualquer referência e o motorista tem que saber o que está fazendo, rssss, porque não há qualquer placa ou estrada por cerca de 40 quilometros e até a trilha dos carros acaba sendo apagada com o vento na areia. O nosso guia disse que não usava qualquer aparelho eletrônico que lhe desse uma referência, mas que já tinha feito o trajeto inúmeras vezes e conseguia se localizar com a mentalização de alguns pontos ali no meio do nada.

 

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A altitude também é grande, 4800 metros, motivo pelo qual o frio era intenso e sofremos bastante não só pela temperatura (por volta de 5 graus), mas pelas rajadas de vento que mesmo com 3 camadas de roupas, nos castigou bastante. Mas diante da imensidão daquele cenário misto vicunhas, alpacas, flamingos, vegetação multi colorida e formações rochosas majestosas, quem é que pensa em frio? Até esqueci um pouco. Inicia-se pelas formações curiosas de rochas, até que chegamos à Catedral de Tara e em seguida, ao Salar de Tara em si, que me fez esfregar os olhos para acreditar que aquilo realmente existe.

 

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Após caminharmos bastante pelo Salar, nosso guia preparou nosso almoço que continha frango, batatas, salada muito variada (gente, amei aquele mini milho que tem naquela região) e até uma garrafa de vinho. Foi lindo almoçar com aquele visual.

 

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Retornamos à San Pedro por volta das 15h00 e aproveitamos o restante do dia para descansar, já que nosso roteiro estava bastante puxado e no dia seguinte teríamos que acordar as 3h30 para ir aos gêiseres.

 

Queriamos comer pizza e fomos ao Paacha, na própria Caracoles. Pedimos uma garrafa de um bom cabernet, duas pizzas pequenas e tudo ficou por cerca de 8 mil pesos por pessoa. Tudo muito bem apresentado e ótimo atendimento. Vale para um jantar especial.

 

 

Dia 7: San Pedro de Atacama - Geyseres del Tatio. Acordamos às 3h30 e às 4h00 a van passou para nos pegar no hostel. O frio nesse horário é intenso, o caminho de 98 km até a região do parque geotérmico é bastante perigoso e a altitude é grande, 4300 metros.

 

Chegamos antes do nascer do sol e o termômetro marcava -10 graus. Muito, muito frio, mas como não ventava, achei suportável (estava com as benditas 3 camadas e nesse dia com um casaco de pluma de ganso). Conforme o sol vai nascendo, a temperatura vai subindo. Quando fomos embora já estávamos a 2 graus.

 

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O espetáculo do nascer do sol é mágico. A paisagem vai mudando conforme o sol vai subindo. Fiquei encantada e ao mesmo tempo com medo da intensa atividade dos geyseres, que eu nunca tinha visto nada parecido.

 

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Após o nascer do Sol, Oscarito, nosso guia (incrível, aconselho se puderem escolher o guia), preparou nosso café da manhã, com direito a leite aquecido e ovo cozido e na cratera do geysers. Adorei.

 

Seguimos de van para um outro ponto do campo geotérmico ver mais geyseres e a piscina de aguas termais. Eu como medrosa que sou, mais uma vez não me arrisquei a nadar, mas parecia bem bacana. O pessoal que entrou curtiu e agua é quente pra caramba, apesar do frio fora.

 

De lá, seguimos na estrada retornando. Fizemos algumas paradas estratégicas em vários pontos no deserto, por lugares lindos, como o Rio La Putana, uma região de cactos gigantes, até chegarmos ao Pueblo Machuca, bem peculiar. Vendem espetinho de llama (que meu guia disse que é de boi mesmo rsss) e uma empanada frita recheada com queijo de cabra que é de comer rezando. Experimentem.

 

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Retornamos por volta de 14h00 à San Pedro e não deixamos nenhum tour programado, aproveitamos para descansar, organizar as mochilas e sair para fazer compras de snacks, frutas, vinhos e agua, já que no dia seguinte iriamos iniciar o tour à Uyuni.

Jantamos novamente no café que indiquei acima, dessa vez escolhemos um pescado que estava divino, desmanchando na boca, também por 3000 pesos, acompanhado de arroz ou "papas" fritas e salada.

 

(continua)

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Dia 8: São Pedro de Atacama – Reserva Eduardo Avaroa (Bolívia). Laguna Blanca, Laguna Verde, Deserto de Dali, Geiseres Sol de Manana, Laguna Colorada. Logo pela manhã a van nos pegou no hostel e seguimos para fazer os tramites de saída do Chile. Em seguida, pegamos a estrada rumo à fronteira e fizemos os tramites de entrada na Bolívia. Ali nosso motorista nos serviu o café da manhã para esquentar um pouco da friaca, já que naquele ponto da fronteira a altitude é bastante elevada e o frio não perdoa.

 

Após, os grupos foram dividios nos 4x4. Vão 6 passageiros e um motorista por carro e você vai ter que conviver com eles até o final do tour rssss. Demos muita sorte e caímos com um grupo com as maiores figuras do mundo: Oliver e Frederike (alemães), Christina e Antony (ela alemã, ele inglês e moravam no Rio de Janeiro). Nosso motorista foi Jorge Adélio e o recomendo muito, mais adiante falo mais sobre isso. No carro nos comunicávamos em todas as línguas possíveis, espanhol, inglês, alemão e português. Eu não falo alemão, mas no final todo mundo se entendia.

No outro carro (sempre vão dois carros meio que juntos, se desencontram e encontram durante o percurso) estava um grupo de brasileiros mais cinquentões, uma família muito bacana do Rio/Minas que alegrou nossas noites no hotel. Demos sorte.

 

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Dica Importante: Levar água (eles recomendam 5 litros, levei 6 e bebi tudo), snacks (porque em alguns dias a comida foi bem ruim, pode não dar esse azar, mas vai que...), lenços umedecidos porque a primeira noite não tem banho (nem quente nem frio), saco de dormir porque a primeira noite é muito fria e não há calefação naquelas bandas (a nossa agencia nos emprestou um saco de dormir para cada), levei lençóis de casa porque as roupas de cama não pareciam muito limpas em nenhum dos dias, papel higiênico porque nenhum banheiro lá tem e algum dinheiro extra para usar os banheiros pelo caminho, além de todos os demais itens que recomendei para o Atacama.

 

É importante também levar uma mochila pequena para carregar dentro do carro com os pertences para uso durante o dia, já que a grande vai em cima e é colocada todo dia de manhã e só descem no final do dia quando se chega na hospedagem.

 

Iniciamos o tour pela laguna blanca que ainda estava toda congelada. Tivemos algum tempo para percorrer a margem a pé e nos encontramos com Jorge, o motorista, para seguirmos para o próximo destino que era a Laguna Verde e o Deserto de Dali.

 

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A laguna Verde não estava lá muito verde por conta da época do ano, segundo nosso guia, mas nem por isso menos bonita. O visual com o Vulcão Licancabur logo atrás, o deserto, o céu. Aquilo tudo forma um conjunto que me fazia agradecer por ter o privilégio de estar ali vendo tudo aquilo com meus próprios olhos. Foto nenhum reproduz a imensidão e a beleza daquela região.

 

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Seguimos então para as Termas de Polques, aguas termais no meio do Deserto de Chalviri. Mais uma vez passei vontade e não entrei. Fiquei observando a farra do pessoal de fora, mas, segundo o namorado, vale a pena, a agua é MUITO quente, por volta de 30 graus. Sem falar que o visual é lindíssimo, o mais bonita de todas as aguas termais que vi desde o inicio do roteiro, já que tem como plano de fundo a Laguna Salada.

 

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Tomando uma bronca a cada 10 segundos do nosso motorista (eles são todos muito metódicos), porque abríamos o vidro, porque escrevemos no carro, porque respiramos rsss (brincadeira), seguimos para os Geiseres Sol de Manana e eu cada vez mais de queixo caído olhando o caminho pelo vidro. Não tem como piscar, é tudo muito incrível.

 

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Tivemos algum tempo para explorar a região dos gêiseres. Para quem foi ao El Tatio no Atacama, acho que a sensação de estar impressionado é ainda maior, já que são absurdamente diferentes. A atividade ali é muito intensa, chega ser agressiva e eu morria de medo de levar um espirrão dos sedimentos que espirram das crateras a todo momento. O cheiro é muito forte e ardia MUITO os olhos e o nariz. Piscinas coloridas com sei lá o que dentro borbulhando a altas temperaturas.

Fiquei encantada, impressionada e morrendo de medo de tomar um tropeção e cair ali dentro, já que diferente do Atacama, lá os gêiseres não são demarcados com “sanderos” de pedra e acabávamos chegando mais perto do que devíamos. É perigoso, merece atenção e cuidado. Mas nem por isso menos curioso e impressionante, só estando lá para ter a dimensão da coisa.

 

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Seguimos então para nosso refúgio, que ficava bem próximo da Laguna Colorada. Deixamos as malas em nossos quartos, tomamos um mate de coca e Jorge nos levou até a Laguna Colorada. Geeeeente, pára tudo. O que é aquilo? Está entre os lugares mais incríveis que eu já vi na vida. Precisei me isolar um tempo e ficar num canto ouvindo o barulho do vento e olhando tudo aquilo.

 

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De volta ao refúgio, seguimos até uma “tienda” próxima, para comprar uma garrafa de vinho boliviano e após retornarmos, não conseguimos mais sair do refúgio. Conforme se aproxima o pôr do sol, o frio vai ficando uma coisa de louco, imagino que o maior frio que eu já senti na vida. Tudo naquela região é exagerado, bonito demais, frio demais, longe demais, sem banho demais rssss.

 

Nosso jantar preparado no refúgio estava muito bom, embora simples (eu esperava as piores coisas pelos relatos que vi, então me surpreendeu positivamente). Um caldo verde meio a la sopão da Maggi de entrada com pão, mas estava bem grossinho, bem gostoso. Macarrão com molho de tomate e banana de sobremesa e coca cola (eu não bebo refrigerante, mas tinha levado meu suquinho de caixinha). Ninguém passou fome e achei tudo muito gostoso.

 

O refúgio era muito simples, porém não achei ruim. Dividimos um quarto com cinco camas de solteiro com Antony e Christina. Eram três banheiros e uma pia compartilhados entre todos os hospedes (no nosso caso, 12 pessoas, que eram além de nós, mais o outro carro com os outros brasileiros). Não há energia elétrica, apenas duas horas para carregar os celulares e câmeras e algumas tomadas para serem divididas. Não tivemos problema com isso.

 

Jantamos, cantamos, dançamos, tomamos vinho e rimos muito, mas fomos dormir cedo porque estávamos muito cansados. Camilo meu namorado, Antony e Christina tiveram muita dor de cabeça durante a noite (o refúgio fica a quase 5 mil metros de altitude) e não conseguiram dormir direito. Eu não tive nada, mas estava tomando muito agua, muito cha de coca e tomei um paracetamol antes de dormir (estava gripada). Também não senti frio dentro do saco de dormir e as mil cobertas pesadonas.

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Oi Priscilla!

 

Seu relato ta show...to acompanhando aqui. Viajo dia 1°.

 

Vc achou os geysers do tour do Salar melhor que os do Atacama???

 

Abcs,

Natalia.

 

Oi, Natalia!

Na minha opinião não dá pra considerar um melhor que o outro, são absolutamente diferentes.

A atividade to El Tatio é toda em vapor de agua. E logo cedo as crateras cospem vapor muito alto, é incrível. Em algumas você consegue ver a agua fervente borbulhando a sei la quantos graus. É muito interessante. Fora que o tour todo também vale muito a pena, as paradas na volta são em lugares muito únicos, que não vi igual em todos os outros dias no Atacama. Eu não perderia por nada.

 

Os geysers Sol de Manana, na Bolívia, já são diferentes, parecem um "vulcaozinho" no chão mesmo. Cospem além do vapor, sedimentos de mil cores diferentes, fazem um barulho muito alto. Tem umas "piscinas" de sedimentos coloridos derretidos borbulhando, uns buracos estranhos. O cheiro de enxofre. Chamei de "amostra do inferno na terra" rsss.

 

Então acho que os dois valem a visita, pela diferença marcante.

Espero ter ajudado e boa viagem.

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Dia 9: Reserva Eduardo Avaroa. Laguna Colorada, Salar de Capina, Ciudad Perdida de Itália, Valle de Rocas, Cânion de Anaconda, Desierto de Chiguana e muitos “pueblos”. Após o café da manhã, deixamos o abrigo rumo à mais um dia de tour.

Desde o dia anterior Jorge havia nos oferico um tour alternativo ao usual, no qual passaríamos por locais desconhecidos pelo grande público. Porém, teríamos que abrir mão da maior parte dos locais do tour usual, inclusive do arbol de piedra. Resolvemos arriscar e confiar em nosso guia. Não nos arrependemos. Fiquei encantada. Não tem como dizer se é melhor que o tour usual, porque não o fiz, mas com certeza vale a pena.

 

Iniciamos o tour por uma segunda visita à Laguna Colorada. Pela manhã não é possível ve-la com as cores tão carregadas, porém ela tem um efeito incrível de reflexo da paisagem na laguna, como um espelho, além de muito mais flamingos do que ao entardecer. Parece difícil acreditar que é o mesmo lugar que vimos no entardecer anterior. A danada sabe ser bonita de maneiras diferentes de acordo com o horário. Como não amar um lugar assim?

 

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Seguimos então para um bom tempo percorrendo áreas rurais com llamas, alpacas, rios semi congelados, até que atravessamos um Pueblo que não me lembro o nome (foram muitos nesse dia). Após uma breve parada para ir ao banheiro e conhecer aquele pequeno povoado, que nos impressionou porque era praticamente vazio, exceto pela senhora que cobrava pela entrada no banheiro público, quase uma cidade fantasma em meio ao deserto. Jorge nos informou que isso é muito comum naquela região, já que todos, inclusive as crianças, passam o dia lidando com o plantio de quinoa, milho, etc e só retornam ao final do dia.

 

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Seguindo, atravessamos uma antiga indústria mineradora, extratora de borax, chamada Capina. Impressionava pela imensidão das instalações. Jorge nos contou que estava desativada pelo baixo valor no mercado de exportação do borax atualmente, mas que no passado, produzia em grande escala e empregava mais de 600 funcionários. Chegamos então ao Salar de Capina, que apesar de ser conhecido por esse nome, não é um salar e sim uma reserva de borax, digamos um “Boraxlar” rssss. Achei o lugar de uma beleza tão crua, tão peculiar que no meu íntimo “agradeci” pela decadência do borax no mercado, caso contrario aquele lugar já não existiria mais. E quem sabe se existira no futuro?

 

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Seguimos por mais algum tempo dentre aquela paisagem rústica e intocada, até chegarmos à um dos meus lugares preferidos nesse dia, a Ciudade Perdida de Itália, que é um vale de formações rochosas que impressiona muito pela imensidão, chega a lembrar realmente uma cidade. E o melhor, um lugar realmente perdido no meio do nada, sem outros turistas, sem barulho, nada. Apenas nós e aquela imensidão. Precisei de algum tempo sozinha absorvendo tudo aquilo no alto de uma rocha que “escalei” toda desajeitada rsss.

 

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Há uma fenda na rocha que eu cismei que parecia um coração. Sai correndo loucamente com uma felicidade imensa em direção aquilo e quando consegui olhar por ela... Uau!!! Uma paisagem incrível. Sem folego da corrida naquela altitude e com o visual. Daqueles lugares que foto nenhuma retrata o quanto é especial.

 

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Seguimos por mais algum tempo naquela paisagem rustica. Volta e meia atravessávamos um riacho que cortava a estrada, um grupo de llamas tranquilas comendo um matinho, a população local trabalhando, um desfiladeiro enorme cinco milímetros ao lado da estrada.

 

Alcançamos outras formações rochosas, esse, o Valle de Rocas, impressionava pelo formato das pedras, algumas lembravam animais. Cachorro, leão, sei lá, rss. Gostei muito. Fiquei subindo nas pedras e correndo pra lá e pra cá pra tirar foto e ganhei uma dorzinha de cabeça por conta da altitude.

 

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Seguimos então para outro Pueblo (que também não anotei o nome) para almoçar. Jorge conseguiu a cozinha de uma pousada emprestada e preparou nosso almoço. Foi engraçado porque desde cedo perguntamos o que havia para o almoço e ele respondia “pescado”. Já imaginamos um belo de um peixão. No final das contas era atum em lata rssss. Acompanhado de arroz, legumes cozidos, salada bem variada e banana de sobremesa. Apesar da frustração com o peixe, estava tudo muito gostoso e tinha bastante comida.

 

Caminhamos pelo Pueblo até a igreja e mais uma vez, não havia vivalma pelas ruas. Chegava a dar medo, me senti em “The walking Dead” e imagina os zumbis saindo a noite das casas rsss. Mas a realidade é que estavam todos na lavoura trabalhando. Daí a parte interessante de sair um pouco de rotas muito turísticas. Poder ver o cotidiano das pessoas de maneira crua, é um privilégio. Saindo dali, logo em seguida encontramos uma plantação de quinoa e havia muita gente trabalhando. Segundo Jorge era a população daquele Pueblo em que almoçamos.

 

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Chegamos depois de algum tempo ao Cânion de Anaconda, que recebe esse nome por conta do rio que se visualiza lá de cima, que lembra uma cobra no formato. Caminhamos até a parte mais alta, que nos dava um visual panorâmico da fenda do cânion. Maravilhada em estar em lugares que nunca havia ouvido falar antes, em ter o privilégio de poder conhecer tudo aquilo.

 

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De volta ao carro, atravessamos mais um Pueblo (esse eu anotei o nome rsss), Enrique Baldivieso. Como já era entardecer, encontramos algumas crianças voltando da escola tomando uns picolés enormes, todas bonitinhas, de uniforme estilo “Carrossel”, todos muito curiosos com nossa presença ali e nos cumprimentando em inglês. Fiquei com vontade de tentar puxar assunto, mas Jorge já estava nos chamando para ir embora.

 

Seguimos então para nossa última parada, o Desierto de Chiguana, que é um salar, com pouco sal. Atravessado pela linha férrea de carga que vem de Antafogasta no Chile, aproveitamos para brincar nos trilhos. Ao fundo, o Vulcão Ollagua que ainda é “semi ativo, pois apesar de ter atividade, expele somente fumaça, segundo Jorge.

 

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Já com bastante frio, seguimos para o Pueblo no qual ficaríamos hospedados, o qual também não anotei (mania de confiar na memória). Lá, paramos em uma tienda para comprar a tão famosa cerveja de quinoa e algumas Pacenas. A Pacena eu já conhecia do ano passado quando estive na Isla del Sol/Copacabana e gosto muito. A cerveja de quinoa, apesar de muita gente gostar, não achei grande coisa, mas isso é muito pessoal.

 

Na tienda, havia um boliviano bebendo todas, já debruçado em muitas latinhas que perguntou ao meu namorado se era brasileiro. Com a resposta positiva, lançou uma “Y queima a rosca?”. Não sabia se ria, se tirava minha cara de supresa rssss. Enfim, o tal boliviano nos explicou que havia ouvido alguns brasileiros falarem isso de um casal gay francês e que desde então repetia isso para todos os brasileiros.hahahahaha. Como não rir? Rimos, ficamos amigos e tomamos uma pacena com ele. Figuraça rssss.

 

Fomos então para a hospedagem do dia, que era um hotel de sal. Geeeeeente, que perrengue! Rsssss. A agência havia informado que havia “ducha caliente” nesse dia. Ainda bem que não acreditei muito e não tinha grandes expectativas. Chegando no hotel, o pobre coitado do dono estava todo feliz porque havia naquele dia comprado um aquecedor para os chuveiros, mas não sabia instalar.

 

Um dos senhores que estavam no outro carro, entendia da coisa e foi tentar ajudar. Mas sem as ferramentas ficou bem complicado. Depois de horas, com muito frio, o chuveiro funcionou “mais ou meeeeeeeeeenos”. Não havia válvula para abrir a agua e tivemos e usar um alicate para ligar e desligar o chuveiro. A agua oscilava muito. Num segundo quase sofria queimadura de terceiro grau e no seguinte tomava banho de agua da patagônia rssss. Consegui tomar o banho como deu. Na vez do meu namorado o aquecedor pifou de vez e tomou banho frio mesmo. Com a friaca que estava aquela hora, só agradeci “e ri” por ter sido com ele e não comigo (muito amor).

 

O hotel de sal era bem simples, mas teve o necessário. Ficamos em um quarto de casal só para nós. O problema é que esse pessoal leva muito a sério essa coisa de ser tudo de sal. Ok as mesas, bancos, paredes serem de sal. Mas o chão já é sacanagem com o turista né? Hahahaha. Gente, o chão é de sal igual o do saleiro, em pó mesmo, todo solto. Tipo uns 10 cm de sal. Pisava e afundava. Me sujava toda com aquele monte de sal nos pés. Acordei de manhã no escuro e sai derrubando tudo pelo chão, casaco, calça. Fui embora toda branca daquele lugar. É sério, irrita rssss. Pena não ter um limão para já fazer um “cu de burro” no copo de breja naquele mundaréu de sal rsss.

 

Aquela noite era aniversário de uma das senhoras do outro carro. Sessentae e tantos anos. Ganhamos uma garrafa de vinho da agencia e tomamos outras que levamos para comemorar, foi o que salvou a noite, porque o jantar...

 

De entrada foi servida a mesma sopa verde com gosto de miojo de todos os dias, só que dessa vez, muito rala. Apelidamos de Laguna Verde rssss. O grande problema foi a tentativa de chorrilana de carne de llama. Batata, ovo, carne de llama (?) e linguiça, nadando em óleo. Comi chorrilana antes no Chile e adorei. Aquela dava para comer o óleo com a colher. Eu que como até pedra não consegui comer. “Jantei” Pringles e chocolate que estavam na minha mochila.

O engraçado que havia no hotel um pessoal de outra agencia e estavam comendo frango e purê, com uma aparência bem melhor do que a nossa chorrilana encharcada. Talvez seja um ponto a se perguntar na agencia antes de fechar o pacote. Por menos “fresco” que se seja, a comida tem que ter o mínimo de qualidade.

 

Nesse hotel também havia energia elétrica com horário controlado. Como minha câmera estava ok de bateria, nem disputei com o pessoal. Mas fiquem atentos porque são poucas tomadas para muita gente.

Fomos dormir cedo porque estava bastante frio e acordaríamos as 4h00 da manhã no dia seguinte para ver o nascer do sol no Salar de Uyuni. Ansiedade a mil!

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Dia 10: Salar de Uyuni, Isla del Pescado, Cemitério de Trens e Uyuni. Acordamos por volta de 4h da manhã e como a energia elétrica não é ligada nesse horário, nos arrumamos no escuro, carregamos o carro e saímos por volta de 5h00 rumo ao tão sonhado Salar de Uyuni para ver o nascer do sol.

 

Na estrada escura, encontramos um outro 4x4 com problema. Tentou saltar uma barreira de sal e ficou preso. Jorge foi tentar ajudar e qual não foi nossa surpresa quando vimos que o motorista era o boliviano engraçadinho que estava bebendo na tienda do dia anterior. Tá explicado o porque da caca, né? Rssss.

Outro 4x4 também parou tentando ajudar, mas a hora foi passando e já nos aproximávamos do nascer do sol e nada de desenroscar o carro do bêbado, ops, do outro motorista, rsss. Começamos a ficar preocupados porque queríamos muito ver o nascer do sol. Sem ter o que fazer dentro do carro, resolvi tirar uma foto da cena patética e no segundo clique saíram todos os motoristas correndo e seguiram com o tour deixando o pobre do boliviano lá. Acho que se sentiram ameaçados, sei la. Mas juro que não foi a intenção. Perguntamos a Jorge e ele não nos deu maiores explicações.

 

Chegamos ao salar e tivemos o privilégio de ver o nascer do sol naquela imensidão branca e sem fim. O frio era intenso nesse horário, mas quem liga pra isso diante de tamanha obra da natureza? Ainda tivemos uma lua linda de brinde que teimou e demorou para sumir, mesmo com o sol já alto. Foi simplesmente lindo.

 

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Após, seguimos para a Isla Incahuasi também conhecida por Isla del Pescado. É muito interessante andar por entre aqueles cactos gigantes, além da visão majestosa do salar visto a partir da isla.

Segundo Jorge, o salar há milhões de anos atrás era um imenso lago salgado que secou. A isla já existia no lago, assim como outras que existem no salar, se conservou depois do lago seco. Mas como não se impressionar de ver uma ilha com cactos gigantes brotando de um salar de milhares de quilômetros? Eita mundão caprichoso!

 

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Tomamos nosso café da manhã ao sair da isla. Com todo aquele visual de cenário. Eu adorava isso nos tours, essa coisa das refeições no meio do nada. Nesse dia tinha um iogurte, que quando abríamos a tampinha explodia longe. Falaram que era por causa da altitude, mas, né, considerando que toda a comida fica sacolejando por 3 dias dentro de uma caixa térmica que o motorista leva no carro, não sei bem se o problema era a altitude rsssss. Bom, ninguém foi para o trono. Já estávamos imunes rsss.

 

De lá, Jorge nos levou para uma área muito afastada do salar. Só víamos nós e a imensidão. Ficamos por volta de uma hora e meia brincando com as fotos em perspectiva, que, dão um trabalhão para ficarem perfeitas. Eu realmente me encantei com o formato dos losangos no salar. Tudo muito imenso, muito incrível. Tudo muito “muito” hahaha. Daqueles momentos que eu paro e penso “ok, posso morrer aqui e agora que morro feliz”.

 

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De lá seguimos para o Hotel de Sal, o original que foi desativado e o monumento do Rali Dakar. Achei a bandeira do Brasil tão tímida, mas enfim, pelo menos ela estava lá. De qualquer forma tinha a minha na mochila e não pensei duas em aproveitar aquele cenário lindo para umas fotos.

 

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Seguimos para um vilarejo que mais uma vez não sei o nome, no qual havia uma feirinha de artesanato bem bacana, bem típica, coisa que nem em San Pedro se encontra igual. Pra quem vem do Peru e da Bolívia não há novidade (vi tudo isso na minha viagem ao Peru e norte da Bolivia no ano passado), mas para quem vem do Chile, compensa muito, tanto por serem itens diferentes, muito mais rústicos como pelo valor que é bem menor.

 

Jorge preparou nosso almoço na cozinha emprestada de hostel por ali. O mesmo macarrão de sempre, salada farta, legumes, maçã de sobremesa. Nada de novidade mas também não estava ruim.

 

Após o almoço, Jorge nos levou ao Cemitério de Trens, que é o passeio mais pega turista trouxão que eu já vi. Gosto é pessoal, ok, já ouvi quem gostou. Mas pra mim aquilo ali é só um jeito de levar o grupo até uyuni e justificar o tour de quatro dias. Explico melhor mais adiante. De qualquer forma, aproveitamos para brincar naquele ferro velho imenso, tiramos fotos engraçadas, andamos pelos vagões enferrujados. Foi divertido.

 

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Jorge nos levou até a cidade de Uyuni, na base de nossa agencia que ficava em uma avenida principal. Descarregamos as malas e fomos informados que nosso tour de volta só sairia as 17:00. Tínhamos duas horas de espera e nada para fazer.

 

Nos despedimos de Jorge com uma dorzinha no coração, pois o percurso de regresso seria feito com outro motorista. Escrevemos uma recomendação bem bonitinha para ele agradecendo tudo o que fez por nós e pregamos no mural da agência. Ele foi ótimo. Tinha muito conhecimento da região, não nos apressava em nossas paradas e ficava até feliz em nosso interesse pela terra dele. Dava para ver que ele realmente amava aquele lugar. Além de ser um motorista muito prudente (vimos isso quando trocamos de motorista rsss).

Minha única queixa é quanto à Jorge ter uma banda na Bolívia na qual tocava teclado e insistir em ouvir o cd ao vivo durante os três dias que ficou conosco. Hahahaha. Sério, depois de um tempo cansa muito a música típica. Pedíamos para trocar com jeitinho e ele trocava, mas não gostava muito. Sempre tomávamos bronca rsss.

 

Saímos para andar pela cidade, procuramos um pub para tomar uma cerveja e passar o tempo. A higiene lá não é da mais confiável, então vale se atentar com a comida. Fomos ao mercado municipal ver algumas cenas de horror com carne sem refrigeração. Andamos a toa pelas ruas. O povo boliviano é sofrido, maltratado, sem a mínima estrutura. Uyuni me deprimiu um pouco, me fez questionar meus valores, embora não seja meu primeiro contato com algo que contraste tanto com a minha realidade. Nunca passa em branco para mim. Sempre dói.

 

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Retornamos à agencia para seguir viagem com o novo motorista, Johnny. Carregamos o carro e seguimos. Geeeente, esse carro era muito apertado. Oliver e Frederike, o casal de alemães foram no ultimo banco totalmente espremidos. Johnny dirigia loucamente eu morria de medo de algo acontecer, mas nos levou em segurança até o destino de nossa última hospedagem (não lembro o nome do povoado rsss).

 

Ficamos em um hostel bom até. Havia banho quente pago (5 bolivianos). As cobertas não eram muito quentes e dormi com o meu casaco, mas nada inconveniente. Queriam nos dividir em dois grupos de três, mas torcemos o nariz e nos dividiram em cada casal em um quarto.

 

Johnny preparou nosso jantar. A sopa laguna verde mais rala do que nunca e o mesmo espaguete com molho de sempre, sem salada, sobremesa, refrigerante, nada. Esse dia foi difícil. Pouca comida mesmo. Não ficamos com fome pois levamos uns petiscos que comemos depois do jantar. Fizemos um brinde com os vinhos que havíamos comprado, pois era aniversário de 4 anos de casados de Oliver e Frederike.

 

Convidamos Johnny para beber conosco e conversar um pouco. Ele, com a maior humildade, nos contou que tinha apenas 22 anos, que já trabalhava nesse percurso há 4 anos e gostava muito do que fazia. O povo de lá é muito batalhador, isso é inegável. Bonito de se ver. Fomos dormir porque no dia seguinte tínhamos que sair por volta de 5h30 para pegar a estrada e retornar a San Pedro.

 

Nota: Não posso deixar de fazer algumas considerações pessoais sobre o tour. Desde que comecei a pesquisar fiquei com bastante medo, pois li relatos elencando as mais absurdas situações, algumas até mesmo perigosas. Graças a Deus não passamos nem perto de ter situações assim. Mas o fato é que sim, no tour não há nenhum conforto ou regalia. É uma região inóspita, na qual o próprio povo tem até menos do que nos é oferecido. Você terá que abrir mão de coisas que está acostumado como banho quente, comida variada. Vai passar frio, vai ficar horas no carro. Vai dormir em cobertas que nunca viram água (por isso levei meus lençóis). Mas quer saber? Vale cada pequeno perrengue quando você fica diante dos cenários incríveis que a região tem a oferecer. Penso que três dias de desapego de algumas futilidades não seja nada impossível e no final das contas senti até uma certa sensação de libertação, porque no fundo somos escravos do conforto, exceto pelo banho que me fez falta mesmo, porém não é nada insuportável. Eu amei e ficaria mais uns dias sem banho para ver tudo aquilo novamente rssss.

Agora, caso considere impossível, há ainda o tour privado que tem uma estrutura um pouco melhor. Para mim, o custo de 1200 dólares por pessoa era inviável e hoje vejo que não era tão necessário também. Foram três dias incríveis.

 

Continua...

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