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URUGUAI e ARGENTINA: 10 dias por Montevidéu, Buenos Aires, Colonia del Sacramento e Punta del Este


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PARTE 1 - Uruguai e Argentina

 

Planejar uma viagem não é tarefa fácil. Especialmente morando no Nordeste do país, longe dos grandes aeroportos internacionais, o que aumenta o custo de uma visitinha rápida bem ali aos países hermanos. Por isso decidi escrever esse meu relato para ajudar principalmente aqueles que querem se aventurar pela primeira vez numa viagem internacional. Não é a primeira viagem que faço para Buenos Aires, muito menos o primeiro mochilão, por isso mesmo fui me adaptando a fazer trips desse tipo, encontrando maneiras de me divertir, conhecer pessoas e culturas, gastando pouco por isso. Então, vamos lá.

 

Para começar, desta vez eu não fui sozinho. Dois amigos que nunca tinham ido para fora do Brasil foram entusiasmados pelas minhas histórias e convencidos de embarcarem comigo. Primeiro a viagem seria para Lima, Peru. Queria muito conhecer esse país. Mas comprei no impulso (o que nem sempre é bom ser feito), e depois buscando mais informações, vi que a data escolhida não era boa para estar lá, por causa das chuvas. Provavelmente eu poderia não ver Machu Picchu com o mal tempo. No dia seguinte, liguei para meu amigo Higor, que havia comprado comigo e decidimos cancelar a viagem (sem custos) e fazer outra compra. Desta vez para Montevidéu, o que propiciaria uma passada em Buenos Aires, que ele desejava conhecer. (TAM – R$ 1.457,60, com taxas inclusas). Nossa amiga Eliete também comprou a sua no dia seguinte.

 

Agora era hora de traçar nosso roteiro. Tive três meses para planejar tudo. Viajaríamos no dia 18 de fevereiro e voltaríamos no dia 28, para São Luís, onde vivemos. Ah, antes disso, a TAM mudou os horários do voo para outro muito escroto. Mas como temos o direito de trocar pelo que acharmos melhor, optei por um voo em que ficássemos menos tempo em conexão na ida. Melhor. Ficamos apenas 4 horas esperando. Antes ficaríamos 9h. Bobeei em não ter trocado no voo de volta. Tivemos que ficar no aeroporto por doze horas e dormimos no chão do saguão. Os voos para São Luís são muito ruins. Isso já aconteceu comigo outras vezes. Resultado, costelas doendo durante uns dois dias.

 

Nesse roteiro, vou falando do nosso planejamento ao tempo que as coisas foram acontecendo, para não se perder a informação. Creio que assim ficará mais fácil o entendimento. A seleção dos hostel foi feita pelo Booking, depois de ler muitos comentários no TripAdvisor. A Eliete estava meio receosa de se hospedar em hostel e quartos compartilhados. Mas depois da minha insistente opinião ela acabou optando em ficar conosco, mas em quartos femininos. As passagens de translado entre os países também foi comprado com antecedência. Segue, então, o roteiro dia a dia.

 

18/02 – São Luís – São Paulo – Montevidéu

19/02 – Montevidéu – Buenos Aires

20/02 – Buenos Aires

21/02 – Buenos Aires

22/02 – Buenos Aires

23/02 – Buenos Aires

24/02 – Buenos Aires – Colonia del Sacramento – Montevidéu

25/02 – Montevidéu

26/02 – Montevidéu – Punta del Este

27/02 – Punta del Este – São Paulo

28/02 – São Paulo – São Luís

 

1º DIA – Cadê o dinheiro que estava aqui?

 

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Pegamos o voo às 3h39 de São Luís e chegamos por volta das 8h em Guarulhos para a conexão. O pouso foi um tormento para mim. Dias antes tinha atacado minha rinite alérgica. Daí minha face estava ainda meio congestionada. Resultado, a pressão do avião no pouso me causou uma fortíssima dor ocular, parecia que estavam furando meu olho esquerdo. Uma dor quase insuportável que só parou quando o avião aterrissou. ::essa:: Fiquei com uma leve dor de cabeça por pelo menos meia hora. Depois de algum tempo, estava novo em folha.

 

Como é voo internacional, retiramos as malas e despachamos novamente no check-in específico lá no primeiro piso. O voo para Montevidéu sai do novo Terminal 3. Ainda tínhamos algumas horas de espera. E bem aí acontece algo, ou melhor, deixa de acontecer algo que vai tornar minha viagem mais muxoxa. Eu havia sacado dinheiro em São Luís para deixar algumas contas pagas que venceriam durante a viagem. O que sobrou não daria para sobreviver nos 10 dias fora de casa. Infelizmente o banco limita a gente sacar uma determinada quantia em dinheiro. Teria que retirar dinheiro em Guarulhos no dia seguinte. Mas empolgado nas conversas e ainda meio preocupado com as dor de cabeça, receoso que ocorresse novamente no outro voo, acabei esquecendo de fazer o saque. Ai, que burro. Dá zero pra ele. Muita raiva nessa hora. ::lol4:: Quando lembrei já estava em Montevidéu. Teria que economizar e fazer compras no cartão. O que eu não estava muito a fim, por causa do IOF. Menos mal que no Uruguai as compras feitas com cartão ele devolvem um imposto, o IVA, que é mais do se paga pelo IOF. Daí compensa.

 

O avião decolou às 12h50. No pouso, a pressão nos olhos novamente, mas um pouco mais leve do que a primeira vez. Descemos e fomos direto para a imigração. Uma fila longa. Gastamos ali acho que meia hora. Sem muitas perguntas como acontece na Europa. Passaporte carimbado, fomos pegar as bagagens. No aeroporto fizemos nosso primeiro cambio. A pior cotação é do aeroporto (como em qualquer país), por isso trocamos o suficiente para sair dali e pagar a primeira diária do hostel e fazer uma refeição. Trocamos juntos R$ 700 o que nos rendeu $ 4.668,55 (pesos uruguayos). Essa empresa (Global), nos deu um cartão de 15% para a próxima troca em agências da empresa. Acabamos não usando por um descuido nosso.

 

Para sair do aeroporto, decidimos ir de ônibus urbano, que passa em frente ao aeroporto. Antes, peguei meu primeiro mapa uruguayo. Mapas são tudo de bom. Já havia baixado em casa um aplicativo com mapa do país (Maps.me), que funciona sem off-line, apesar da VIVO ter me dado o roaming internacional sem eu ter solicitado (Depois conto essa história). A tarifa dessa linha do aeroporto para o Centro foi $ 51 pesos, o que dá mais ou menos R$ 7,60. Guarde sempre consigo esse bilhete que sai da maquininha dos ônibus, pois existem fiscais que podem te surpreender no meio do caminho e te mandar descer se não tê-los em mão.

 

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Em pouco menos de meia hora estávamos no Centro. Um brasileiro que morava lá e estava no ônibus nos indicou a melhor parada para descer. Descobrimos que deveríamos ter descido um ponto antes, por isso caminhamos de volta uns quatro quarteirões. Minha amiga não gostou muito. Já estávamos cansados da viagem. Mas finalmente chegamos ao Hostel Caballo Loco (US$ 18, a diária), que recomendo bastante. Tem uma avaliação minha no booking e uma mais completa no TripAdvisor. Depois de deixar as malas nos quartos, fomos procurar um local para comer. Comemos ali próximo, no restaurante Loco de Asar, que nos cobrou o olho da cara. $ 380 + $ 80 (bebida) (R$ 63,00). Mas não tínhamos mais forças para procurar algo mais em conta. Bem, comer no Uruguai não é algo barato. Menos ainda quando esquecemos de sacar dinheiro no banco.

 

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Saciados, decidimos aproveitar o resto do sol daquela noite para conhecer o Centro antigo de Montevidéu. Foi um passeio rápido até a Plaza Independencia depois voltamos para o hostel, pois iria chover. Antes, compramos água para passar a noite e o dia seguinte. Não lemos o rótulo direito e acabamos comprando água com gás. Fazer o quê? Beber. Jogar fora é que não podíamos.

 

Dia 2 – Centro de Montevidéu e Viagem para Buenos Aires.

 

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Tomamos o café delicioso do hostel. (Dica para economizar no lanche). Aproveitei para pegar uma fruta do café do hostel e fazer um sanduíche para comer na rua. Saímos com o mapa na mão e a pé chegamos novamente à Plaza Independencia, passamos por pontos turísticos famosos da Ciudad Vieja: Teatro Solis, Puerta de la Ciudadela, Catedral, e fomos até a Plaza Zabala. Deixamos os museus para conhecer na volta de Buenos Aires. Almoçamos num pequeno restaurante chamado Tupique. Estava cheio de autóctones. Por isso decidimos ficar ali. Sinal de comida boa e barata. Pagamos $ 130 pesos cada por milanesas y papas fritas ou purê. Ainda nos deram pãezinhos e um docinho de creme que não recordo o nome. Depois voltamos para o hostel nos preparar para Buenos Aires.

 

Pegamos próximo ao hostel o ônibus CA1 para o Terminal Tres Cruces. A tarifa é $ 19 pesos e o terminal é o ponto final do ônibus. A rodoviária da cidade tem até um shopping dentro. De lá partem os ônibus do Buquebus que nos levam até o terminal de ferry boat na cidade de Colonia del Sacramento. (Vamos conhecer essa cidade na volta). Compramos as passagens do Buquebus no site ainda no Brasil. A ida custou R$ 90 mais ou menos, sem o IOF. Esse era um horário bom e barato. Mais barato só pela manhã bem cedo ou de madrugada. Saindo as 15h30, tivemos tempo de aproveitar a manhã em Montevidéu. Já que só teríamos mais dois dias lá quando retornássemos de Buenos Aires. Importante: mesmo que tenha impressos os bilhetes, terá de fazer o check-in na rodoviária. Eles darão o formulário de imigração. Guarde-o como se fosse sua vida. Aliás, é sempre bom guardar qualquer pedaço de papel que te dão. Até notas fiscais. Faço isso para fazer as contas depois e recordar o que fiz na viagem. Pegamos a estrada (sem buracos, lisa como tapete).

 

A viagem duraria umas 2h30 até Colonia del Sacramento. Consegui dormir um pouco, mas no meio do caminho o ônibus deu prego. O motorista avisou que o barco só sairia quando a gente chegasse. Já havia comunicado a empresa para enviar outro veículo. Segundo ele demoraria um pouco mais de uma hora, já que tínhamos percorrido metade do trajeto. Mas para nossa sorte ele chegou em meia horinha.

 

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Conseguimos chegar antes das 19h no Buquebus. Enfrentamos a fila chata e demorada da imigração. Sim, vamos cruzar o Rio del Plata para outro país. Passaporte é carimbado e aquele formulário também. Pode usar a identidade, como no aeroporto. Compramos a passagem para um barco não tão rápido. Demoraria 3h para chegar à Argentina. Trocamos nossos reais pelos pesos argentinos para pagar o táxi e fazer nossa refeição no primeiro dia em Buenos Aires. A agência é da mesma empresa que trocamos lá no aeroporto. Depois que nos tocamos que poderíamos ter usado o cartãozinho dos 15%. O agência só funciona enquanto o barco estiver atracado. Depois só abrirá quando chegar ao outro país. Lá dentro tem um free shop. Ficamos do lado de fora do barco, vendo o rio e o por do sol. Com o frio e um pouco de tontura porque começou a balançar muito, descemos para área das poltronas e dormimos um pouco. Já no terminal do Buquebus na Argentina, fomos pegar nossas bagagens que demorou muuuito para chegar à esteira.

 

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Na saída escolhemos um táxi que nos cobrou $ 170 pesos argentinos para nos levar até o Hostel Milhouse. Cuidado com taxistas portenhos. São uns malandrinhos. Mas como já havia feito intercâmbio por ali, sabia das artimanhas. Pagamos o taxista ainda no meio do caminho. Durante o trajeto ele fez um pequeno truque de trocar a cédula nova por uma rasgada. “Essa cédula esta rasgada. Tem outra?”. Eu disse: “Cara, eu te dei uma cédula nova, que acabei de pegar no banco. Eu não vou trocar”. Ele se fez de desentendido, e insistiu. Mas vendo que não ia colar, disse que estava só alertando a gente para evitar pegar essas cédulas porque o povo não aceita”. Em menos de 5 minutos havíamos chegado ao hostel. No caminho inverso, quando voltamos para o Uruguay pagamos ao taxista uns 70 pesos, menos da metade que o safadinho nos cobrou. Vale lembrar que há também o truque da troca de 100 pesos por notas de 10 pesos, porque são parecidas. Tu dá 100, eles trocam sem tu perceberes e diz que tu destes 10. Aí você inocente dá outra nota de 100 e pega a de 10. Menos 90 pesos no seu bolso.

 

No hostel, descobrimos que o cartão de crédito não havia faturado todas as diárias. Apenas a primeira. Como estava com pouca grana, tivemos que pagar as diárias com cartão de crédito. O hostel ainda nos cobrou 4% sobre o valor porque iria ser no cartão. Fora o IOF e taxa de câmbio que seriam cobrados pelo banco. Mas tudo bem. Já estávamos ali mesmo. Pagamos ($ 83,00 dólares por 5 diárias). Havia uma festa no hostel. Queríamos aproveitar.

 

Antes, subimos, deixamos as coisas nos quartos. O meu estava muito bagunçado. Tinha uns garotos americanos, jovens de uns 18 anos que deixaram uma montanha de roupas espalhadas pelo quarto. Até dinheiro tinha espalhado pelo chão. Descemos e fomos jantar num restaurante próximo (La Continental). Comemos pasta ($ 60,00 pesos argentinos). Tentamos aproveitar a festinha, mas ela havia terminado quando voltamos. Era um esquenta para noite portenha, que só começa lá pelas 2h. Os meninos estavam empolgados com o dia seguinte. Preferimos dormir.

 

Próximo post: PARTE 2 - Eu devia ter colocado um guarda-sol na mala.

 

Perdoem meus erros ortográficos, se os encontrar. Não tenho saco para ficar revisando.

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PARTE 2 - Eu devia ter colocado um guarda-sol na mala.

 

DIA 3 – Mi Buenos Aires querido.

 

Acordamos, tomamos o café do hostel e, bem, estávamos prontos para as caminhadas. Diferentemente do que encontramos em Montevidéu, a capital portenha estava ensolarada. O sol era mesmo de rachar. Mas como bons nordestinos que somos, aguentamos o tranco com tranquilidade. O hostel MilHouse, onde nos hospedamos, fica na Avenida de Mayo, uma das mais importantes do Centro de Buenos Aires. Compramos água no supermercado ao lado do hostel. Para o primeiro dia de andanças, decidimos descer por ela. Primeiramente, para chegar a Calle Florida onde iríamos trocar nossos míseros reais pelos pesos argentinos. No caminho passamos pelo tradicional Café Tortoni. Só paramos para as fotos, porque já havíamos tomado café.

 

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Na Calle Florida o que vai ter de gente te abordando para fazem o câmbio não está no gibi. Ali descobrimos que nossa cara é mesmo de brasileiros. Todos começavam falando “change, change”, quando nos olhavam, mudavam para “cambio, reais”. Os preços são variados. Teve alguns que nos ofereceram 3,5 outros 360 e teve um que até nos ofereceu 3,75. Mas não confiamos muito. Seguimos um pouco mais adiante e encontramos um senhor que nos ofereceu 3,70. (O real já não vale tanto). A gente não podia passar a manhã toda escolhendo. Ficamos com esse. Ele nos levou para uma lojinha em uma das galerias da rua e ali trocamos nossos reais. Tivemos certo receio de que nos dessem dinheiro falso. Mas o senhor nos explicou que com as novas cédulas ficou mais difícil de falsificar – mas não impossível. Mais tarde aprendemos com um brasileiro a como identificar uma nota falsa. Mas não foi necessário. Graças a Deus. Saímos “ricos” dali e fomos comprar a meia calça de nossa amiga Eliete. Ela estava interessada em comprar a peça para usar com uma roupa que trouxe do Brasil.

 

Pela Calle Florida também fomos abordados por muitas pessoas querendo vender passeios. Ah, começamos a agradecer em francês, "merci", para ver se mudavam de ideia sobre nós sermos brasileiros. Não adiantou muito. Um até duvidou da nossa franco descendência. "Merci?! Tá bom", desdenhou. Como já havia mencionado no post anterior, eu estava sem muito dinheiro porque o burro aqui esqueceu de fazer o saque no aeroporto. Então, não era minha prioridade fazer passeios caros. Um jovem nos cobrou 1000 pesos para fazer um passeio pelo Zoo e assistir a um show de tango em um restaurante com open bar e open food. Não sou fã de zoológicos, mas fiquei interessado pelo show. Uma pena que não tinha dinheiro. O Higor foi que ficou mais empolgado. Mas nós insistimos em que ele não fizesse. Depois ele nos agradeceu, porque o dinheiro foi acabando.

 

Em frente à lojinha dessa companhia de turismo, estava o restaurante Brasileirinho, que serve comida brasileira e argentina. Pedimos um bife crioulo, com arroz e batata-frita. Precisávamos correr arroz, porque dali em diante seria difícil fazer isso. Uma comida normal. Nada de mais. Pagamos barato, cerca de $ 60 pesos. Saímos de lá para finalmente começar a turistar. Primeira parada: Plaza de Mayo.

 

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Confesso que a Plaza ficaria ainda mais bonita sem aquelas grades e aquele povo fazendo protestos. Mas eles estão ali lutando pelos seus direitos. E estão certos. O primeiro ponto de interesse foi a Catedral e depois seguimos para a Casa Rosada. As visitas na casa estavam suspensas. Depois das fotos, descemos a Calle Defensa, onde ocorre a feira de San Telmo. O destino era chegar até a Mafalda. A Eliete estava looooouca para fazer sua selfie com a figura mais amada dos argentinos. E olha que não foram poucas. Tivemos sorte de não ter quase ninguém por lá. Apenas um grupo de mulheres que não sabiam o que queriam direito. E reclamaram quando nos demoramos nas fotos, depois de elas monopolizarem a estátua.

 

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Com a boca seca, paramos num barzinho muito aconchegante ali próximo, ao lado da casa da Mafalda. O Güena Yunta Resto Bar estava com uma boa promoção de duas jarras de cerveja e batatas-fritas ($ 58 pesos para cada). Gostamos muito daquele lugar. Saímos de lá e demos um volta pela Manzana das Luces e depois já meio apertados para ir ao banheiro. Aliás, bastante apertados, decidimos parar num café para aproveitar o wi-fi, as tomadas e, claro, o banheiro. O café na esquina Calle Defensa com a Av. Belgrano. Três cafés por $ 80 pesos. O café do Higor foi 5 contos mais caro que o nosso. Eles aproveitaram e compraram alfajor. Não lembro o preço.

 

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Saímos de lá em direção ao Obelisco. Já umas 20h quando chegamos lá e já estava escurecendo. Não vejo nada de interessante naquele troço. Tínhamos que voltar para o hostel para dormir um pouquinho e aproveitar a noite portenha. Chegamos ao hostel e adivinhem, ficamos grudados no celular, postando fotos, respondendo mensagens e tranquilizando nossas famílias. Nos perdemos ali e quando vimos já era hora de descer para festa. Tempo de tomar banho e sair. Jantamos antes no mesmo restaurante da noite anterior. Comi empanadas. ($ 42 pesos). O esquenta do hostel seria na outra unidade do MilHouse, perto dali. A festa foi bacana. Conhecemos gente nova, não é Eliete? Às 2h, como sempre, a festa parou. O destino dos mochileiros era uma boate. Resolvemos voltar para nossas camas porque o valor do ingresso não era um dos mais favoráveis ao nosso bolso. E porque o domingo seria punk. Percorreríamos a Feirinha de San Telmo e depois esticaríamos o passeio até La Boca.

 

DIA 4 (Parte 1) – Caminar, caminar, até El Caminito

 

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Esse foi um dia cheio e cansativo. Coitada da Eliete que ficou com suas perninhas doloridas. Chegamos à Calle Defensa por volta das 10h. É lá que ocorre a mais tradicional feirinha de Buenos Aires, a Feira de San Telmo. Os mais variados souvenirs podem ser encontrados lá. Desde chaveiros até peças de decoração que valem os olhos da cara. Eu, no meu momento de recessão, comprei apenas duas pulseiras de couro que um jovem senhor começou a vender do nada na rua, por $ 10 pesos cada (R$ 2,75). Valeu a pena comprar. Uma mesma aqui no Brasil eu não compraria por menos de R$ 15.

 

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O dia estava mais quente do que nunca. O sol troando e a gente andando pela rua movimentada. Higor e Eliete, ainda ricos, compraram coisas boas para todos os amigos e familiares. Eu, mesmo que tivesse dinheiro suficiente não compraria. Não sou muito fã de souvenir. O máximo que eu compro é minha caneca, ou um presente decente para meus pais. Desta vez não deu. Hahaha. Nossa amiga até comprou um belo chapeuzinho. Recuso-me a dizer o preço. Mas foi um bom negócio. Mas vamos continuando.

 

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A meta agora era ir para o Caminito. Nunca tinha andado até lá. Mas desta vez tivemos que ir. A ideia era pegar um ônibus e chegar lá mais descansados, até porque a Eliete estava com seus pés doloridos e o sol era cáustico. Saímos procurando as bancas de revistas e casas que vendessem o tal cartão do ônibus. Infelizmente domingo as bancas fecham. Foi uma luta. Ninguém queria trocar as moedinhas para gente, porque podíamos pagar com dinheiro. (Apesar de saber depois que os ônibus não estavam mais aceitando as moedas, só o cartão). Sem sucesso, resolvemos almoçar. Decidimos que hoje o almoço seria sanduiche. Procuramos o Mc Donalds e nada. Voltando encontramos um Subway. Foi lá que decidimos comer. E parar ali nos saiu melhor que a encomenda. Quando fui pagar meu sanduíche ($ 32 pesos), perguntei ao atendente se ele sabia onde podíamos comprar o cartão do ônibus. Expliquei que já tinha ido a Plutão e nada de encontrar um quiosque aberto. E não é que gentilmente ele nos ofereceu o dele. Pois é. Abriu a carteira, retirou o cartão e me deu. Falou que poderíamos recarregá-lo duas quadras adiante. Senhor, existem almas boas também em Buenos Aires.

 

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Almoçamos, se é que comer um sanduíche pode ser considerado almoço, e depois fomos fazer a recarga do cartão ($ 21 pesos para os três). Apesar disso, achamos melhor ir andando até o Caminito. Pelo mapa, não parecia ser tão distante. Usaríamos o cartão para voltar para o hostel. Já que o caminho de volta seria mais longo. Eliete se esforçou para seguir a gente. Mas foi tranquilo. No caminho encontramos o Museu de Arte Moderna e também o Museu Histórico. Demos uma paradinha para ver o acervo, mas não aguentamos ouvir tudo o que o guia do museu contava sobre San Martín e cia. Depois seguimos em sentido ao nosso destino, com o mapa na mão, meu povo.

 

La Boca é um bairro de periferia. Mas o trajeto foi tranquilo. Mas não vacilem. Do Museu de Histórico até o praça que fica ao lado de La Bobonera, o estádio do Boca, levamos cerca de 10 minutos a passos lentos. Foi rapidinho. Tinham árvores pelo caminho, então ficou mais agradável de andar. Paramos um pouco nessa praça para descansar as pernocas e comer o sanduíche que fizemos e as frutas que pegamos lá no hostel. (Já disse antes e repito. Sempre peguem coisas do café da manhã do hostel para os lanches entre as refeições. Pode salvar você na hora de um perrengue.)

 

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Pernas descansadas, fomos à La Bononera. E foi divertido. Fotos com as personalidades empalhadas. Hahaha. Tentamos entrar no Museo de la Pasión Boquense, mas o ingresso não valia a pena para nós que não torcemos para esse time. Na verdade é porque a grana estava difícil. Ah! Ali tem umas lojinhas e em uma delas vivem dois irmãos peruanos que começaram a tocar hinos do Flamengo e depois do Corinthians, quando souberam que éramos brasileiros. Alias antes mesmo disso já haviam tocado. Queriam fregueses. Um deles nos falou que era guia turístico em Lima e quando falei do meu interesse em ir para lá me deu seu contato para nos dar boas dicas.

 

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O último ponto de interesse era o malfadado Caminito. Como sempre digo, esse lugar é uma besteira. Um pequeno quarteirão sem nenhum zelo que está cheio de atrações pega turista. Quem foi uma vez ali, não precisa voltar nunca mais. Havia feito essa promessa na primeira vez que fui, mas como tinha de apresentar o lugar aos meus nobres amigos... A única vantagem que vi fui a estatuazinha da Vossa santidade, o Papa, que não estava ali quando estive em 2012. OK.

 

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Vamos embora que o sol está matando. Na parada de ônibus, o abrigo do sol não nos abrigava do sol. Faziam fila na sombra do poste e nós nos agachamos na em uma paredezinha do ponto para tentar pegar uma sombra. Em vão. Subimos no ônibus (não lembro o número e nome da linha. Acho que era 64). Ele nos levaria até o moderno Museo del Bicentenario de Buenos Aires. Um museu cheio de bossa tecnológica que vou deixar para falar no próximo post, porque esse já tá ficando comprido demais.

 

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  • 2 meses depois...
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Quantos dias você acha necessário para conhecer Buenos Aires?

Obrigado

 

Acho que de 4 a 5 dias está bom. Mas pode ficar mais, se quiser ver as coisas com mais calma. Não ver tudo é sempre um bom motivo para voltar. Já fui no inverno, e consegui ver com mais calma, pq não tem aquele calor ao andar pela rua, porem o dia acaba cedo. No verão, tem mais horas para curtir.

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PARTE 3 – Mais sol, menos dinheiro

 

Dia 4 (continuação)

 

Depois de sair do Caminito, fomos até o Museu do Bicentenário. Descemos lá na Plaza de Mayo e voltamos alguns metros até a entrada do museu. A entrada era gratuita e tínhamos pouco tempo. O museu fecharia em 40 minutos. Cheio de bossa tecnológica, o museu conta a história da formação e da independência do país. Fala dos presidentes e suas contribuições para a formação do estado e tem até o Lula e sua passagem pela capital portenha. Mesmo cheio de televisões e outros equipamentos eletrônicos (com destaque para o vídeo da restauração do forte onde está localizado o museu, que é bem legal), o melhor mesmo foi a exposição interativa no meio do salão do museu do artista mexicano David Alfaro Siqueiros, chamada Ejercicio Plástico. Tivemos que deitar no chão para a experiência sensorial.

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Saímos do museu e caminhamos pela Paseo Colón até uma das entradas do famoso Puerto Madero, uma área revitalizada cheia de restaurantes, lanchonetes, casa de festa e hotéis. Bem, o rio é bem sujo, a área (para mim) é mais ou menos. À noite é bem mais movimentada. O lugar é bom para andar de bicicleta, patins ou skate. Vimos muitos fazerem isso.

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Ali decidimos que tomaríamos o nosso primeiro Freddo da viagem. Com muita sede ao pote, pedimos copos gigantes de sorvete, caríssimos, depois bateu aquele arrependimento, porque quase não conseguíamos tomar todo o soverte. Mas foi bom. Nas outras vezes, pedíamos apenas uma bolinha.

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Dali iríamos para o hostel. Já era umas 19h. Ainda com o sol sobre nossas cabeças. Caminhamos pela Av. Corrientes até o Obelisco, depois viramos à esquerda e fomos ao hostel até a Av. de Mayo. A ideia era descansar um pouco descer para jantar e ir para a noite. Compramos água e um algo para comer, depois nos perdemos no wi-fi, conversando com o povo de cá. Subi, e disse que dormiria uma horinha para recarregar a bateria. Bem dormir mais que isso. Eliete e Higor foram para a festa sem mim. Acordei e depois fui bater lá na festa do hostel. Não os encontrei. Voltei pro hostel e dormir de novo.

 

Dia 5 – Cadê o dinheiro que deveria sair pelo buraco do caixa eletrônico?

 

Nos encontramos no café da manhã. E eles me contaram tudo o que tinha rolado na festa da noite passada. E reclamaram que eu não tinha aparecido. Na verdade eles que tinha sumido, para fazer sei lá o quê. Deixa quieto. O dia seria de mais caminhadas e a constante busca por um caixa eletrônico do Banco do Brasil. Bem, finalmente encontramos o caixa, mas parece que tudo conspirava contra nós mesmo.

 

Encontrei na internet o endereço do Banco Nación onde há caixas que podemos sacar pelo Banco do Brasil, na Calle Reconsquista, próximo à Plaza San Martin. Há um quiosque de Informações Turísticas que indica o caminho certo se você se perder. Bem fomos até lá. Quando chego à agência e procuro meu cartão, onde ele está? Nesse troca-troca de bermudas e guarda documentos na mala, acabei deixando-o no hostel. Só não me matei porque ainda tenho muito para viver. Mas tudo bem, o Higor tinha levado o dele. Ele retiraria o dinheiro e dividiríamos entre nós. Poderíamos tirar até 1000 reais, só que o senhor da agência não explicou um detalhe. Teríamos que colocar o valor em pesos. Daí os trouxas digitaram 1000, e em vez de reais saiu pesos, ou seja, continuávamos na lisura porque 1000 pesos não dava nem 400 reais. Nos sentamos no banco do lado de fora para chorar. O jeito era sobreviver com mais 400 pesos. Essa foi a parte que coube a mim, que estava mais liso que os outros dois.

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Bola pra frente, seguimos para Plaza San Martin. Que praça bonita. (lê-se praça arborizada, coisa difícil de encontrar em São Luís). E olha que era verão, imagina na primavera. O local rendeu boas fotos dos modelos. Com o mapa sempre à mão, buscamos ali a Recoleta, nosso próximo destino. Ah, a Recoleta. Ótimo bairro. Depois de uma caminhada (combinamos que caminharíamos na ida e pegaríamos ônibus na volta) e depois de alguns entusiasmados “vamos gente, estamos quase lá. Faltam três quarteirões. Faltam dois quarteirões. É logo ali”, chegamos ao ponto de destino. Antes de entrar no cemitério e ver a Evita, demos uma voltinha na praça. O cemitério estava bem cheio. Aproveitamos para uma parada no banheiro e comer biscoitos. Decidimos não entrar no museu de ciências e no centro cultural da Recoleta, e fomos almoçar. Os preços ali não eram tão convidativos, andamos mais a frente e encontramos uma lanchonete que nos serviu hamburguesas com papas fritas. Incrível como a cada piscar de olhos encontramos um local que venda isso na cidade. Depois voltamos para sorver uma bolinha de Freddo, agora bem mais barata (13 pesos).

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As pessoas não sabiam muito bem informar que ônibus pegaríamos para ir ao Jardín Japonés. Até que encontramos alguém que nos deu uma opção, mas essa opção não estava certa. Fomos ao ponto de ônibus e encontramos uma menina que nos falou que linha tomar. Descemos alguns metros da entrada do Jardín. Numa região bem arborizada. A entrada foi 70 pesos. O local é bem legal, organizado, mas gente, que sol era aquele. Fizemos as posições do Karatê Kid nos portais que encontramos, subimos e descemos pontes. Só nos faltou mergulhar no lago com as carpas para matar o calor. Ficamos quase uma hora e meia lá. Saímos porque não aguentávamos mais o calor.

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Decidimos (eu decidi) irmos a pé pela avenida para encontrar o Malba, a Floralis Genérica e Museu de Belas Artes. O trajeto foi aprazível. Muitos prédios de classe alta, pessoas se exercitando por ali. Pegamos um ônibus na parada em frente ao Museu de Belas Artes, lotado, por sinal, porque o povo estava saindo do serviço e 15 minutos depois paramos na Av. 9 de Mayo com a Corrientes.

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Demos uma passadinha no Teatro Colón onde havia apresentação de uma orquestra pelo Festival de Verão de Buenos Aires. Estava muito cheio e nós cansados, não demoramos muito e fomos jantar. Comemos ali próximo da Plaza do Congresso. Voltamos ao hostel e nos preparamos para mais uma festinha, que não bombou muito. Mas deu pro gasto.

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Próximo post: Parte 4 - Festa!

Perdoem meus erros ortográficos, se os encontrar. Não tenho saco para ficar revisando.

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