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SP - Amazonas - 3Guayanas - volta via Macapá - Belém


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Olá mochileiros,

 

fiz a seguinte viagem:

(Viagem realizado em Abril/Maio 2006).

 

SP - Porto Velho - Rio Madeira, 3 noites e 3 dias até Manaus - Boa Vista - Guayana(Georgetown) - Suriname(Paramaribo) - French Guayana(Cayene) - Macapá - Belém - São Luis - Lençóis Maranhenses - Fortaleza -SP.

 

 

Segunda, 03.04. – 13.04. SP - Porto Velho – Manaus.

 

Olá mochileiros,

dia 03.04. saímos pontualmente às 10.00 horas do terminal Barra Funda para Porto Velho. Éramos não mais do que 10 passageiros. O preço da passagem 277,00 Reais com Gontijo de Transportes Ltda.

Após 56 horas, incluído 3 horas por causa de uma tromba de água, que inundava a estrada chegamos em Porto Velho. Num trecho da viagem era o único passageiro e como estávamos atrasados dispensei a parada para almoço ganhando assim meia hora.

 

Quarta, dia 05.04. às 18.00 horas chegamos e fui direto para o hotel na principal Rua, a Rua Sete de Setembro, Pousada 7, 35 Reais, mas ficou por 30.

Deixei a minha bagagem na Pousada e fui para o Porto, umas 300 metros do hotel. Barco para Manaus infelizmente Quinta não, só para Sexta, 07.04.

Voltei para a rua principal e perguntei um taxista se ele conhecia a pizzaria a céu aberto, perto do hotel tia Carmen, conhecia e eram 8 Reais para ir até lá. Rodízio de Pizza para 9,90 Reais. As melhores Pizzas que comi há muito tempo especialmente as pizzas doces com chocolate, morango, banana e canela, Romeo e Julia.

 

No outro dia já fui às 14.00 horas com minha bagagem para o Porto comprei a passagem e fiquei para dormir já no barco sem pagar nada. O empregado perguntou qual era o preço que a senhora na noite anterior tinha combinado, ela tinha dito 120 Reais, mas falei 110 e o rapaz cobrou só este valor.

No outro dia uma noticia ruim, o barco ia atrasar a saida para Sábado às 18.00 horas. Mais um dia e uma noite no barco, mas como poderia dormir de graça e tinha tempo estava todo bem e era interessante acompanhar o carregamento do barco, os estivadores sempre correndo, pois eles formam grupos de seis e combinam o preço por caminhão. Descarregar um caminhão de açúcar 400 Reais. Eles conforme o volume levam cada vez até 80/90 kg., 2 sacos de açúcar, três caixas de tomates 2 sacos de batatas, etc. Se alguém não consegue acompanhar o ritmo dos outros estivadores cai fora e não vai ser aceite outra vez no grupo. Conforme disseram, chegam assim de ganhar de 2500 – 3000 Reais/mês.

 

Sábado, 07.04., as 18.00 pontualmente saida para Manaus, o rio com um nível bem alto para esta época, o barco andava na velocidade máxima. Tempo previsto 3 noites e dois dias e meio.

Em Humaitá quarto horas para carregar castanha de Pará. Pouco depois o Hélice partiu, mais 3 horas.

A comida muito saboroso, pessoal muito atencioso, banheiros sempre sujos. Muita coisa para ver, mochileiros estrangeiros, tempo fantástico, no final uma boa viagem.

Chegamos, Terça, 11.04. as 14.30 em Manaus, portanto o barco tinha previsto a chegada para 12.30 e recuperou uma parte dos atrasos. Junto com um mochileiro de Dinamarca decidimos ir a pé para o hotel Jangada, na Rua das Andrades, 200 metros do porto, perto de todo. Preço 35 Reais.

Tomei banho e fui passear na orla do rio e até o novo porto flutuante para chegada de passageiros.

 

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carregamento do nosso barco p/Manaus

 

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os rios entrando na floresta

 

Manaus, Quinta, 13.04. - época das águas altas, Sexta, 14.04. viagem para Boa Vista.

 

Olá mochileiros,

como sabem cheguei na época das águas altas. Esta alta pode variar entre 9 - 11 metros. Na saida do porto flutuante novo, tem uma placa indicando os níveis das altas dos últimos 50 anos.

A maior alta houve em 1999, acima de 11 metros.

No momento está no nível mais baixo ainda, mas a água já entrou nas florestas. Falei com um entendido, que disse que entre 15 de abril e meio de Junho vai subir ainda entre 1-2 metros. Na opinião dele vai ser uma das maiores altas dos últimos 50 anos.

Gostaria ver este espetáculo!

Procurei muito na internet para saber com esta o nível de água hoje, no dia 06 de Junho, mas encontrei nenhum site com dados atualizados sobre isso.

 

Um conselho, não vão na época das águas baixas para o Amazonas. Falta alguma coisa e é um pouco triste com as queimadas.

Na época das águas altas você sente no corpo e na mente esta força da natureza,

até as pessoas estão mais alegres e mais vibrantes.

 

Descendo na volta da minha viagem de Macapá contornando a ilha de Marajó para dentro do Amazonas para chegar á Belém espero de ver ainda este espetáculo das águas mais altas do que agora.

De manha tinha ido para a rodoviária e comprei a passagem para Boa Vista.

Amanha, 14.04. vou às 10.00 horas para Boa Vista, com chegada prevista para as 22.00 da noite. A Passagem custa 79,99 Reais.

 

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o rio Madeira

 

Sábado, 15.04. Cheguei na Guayana.

 

Cheguei ontem à noite as 21.50 na rodoviária de Boa Vista. Como estava todo fechado e ninguém para dar informações fui para o hotel Farroupilha em frente da rodoviária. 36 Reais, com TV, ar-condicionado muito limpo e um café de manha com falta de nada.

 

Levantei cedo, as 06.30, para chegar rápido a fronteira de Guayana, mas não adiantou quando cheguei à rodoviária, o bus para Bomfin das 07.50 já tinha saído. O próximo só às 14.00 horas e podia comprar a passagem direta ate Georgetown. Paguei 100 Reais para o trecho Lethem – Georgetown. Se tivesse comprado em Lethem ia pagar só 80 Reais.

 

Saímos pontual, fiquei espantado com a paisagem todo seco , mas seco mesmo, quase sem arvores, mas tenho certeza que antigamente tinha, porque de vez em quando tinha restos de florestas e longe no horizonte também.

 

Chegamos à fronteira às 16.00 horas. Carimbar o passaporte no lado Brasileiro, depois com o bus ate o rio da divisa. Trocei 100 Reais = 9000 Guayana$ e 100 US$ = 19000 Guayana$. Com um dos muitos barquinhos subimos o rio para chegar ao lado da Guayana, três Reais. Depois com um jipe, um passageiro na frente e eu e uma senhora na parte traseira,

reservada para carga fomos para o posto da fronteira da Guayana. Éramos só dois estrangeiros.

Muitas perguntas, quanto dinheiro estou levando, onde vou ficar em Georgetown etc. ate receber o carimbo. Depois seguimos com o mesmo jipe ate Lethem pagamos cada um 3 Reais para o jipe. Chegamos a uma praça empoeirada com mercadinho, barzinho, restaurante e um, cyber-cafe, todo bem pobre.

 

Agora esperar o bus para Georgetown, para andar em estrada de terra e trechos pavimentados 17 horas ate Georgetown.

Aqui vi só descendentes de indianos e negros, quem manda são os negros. Falar só inglês mesmo, nem tentar outra língua.

 

16.04. Estou em Georgetown.

 

Guayana, que pais é este?

Georgtown, que cidade e esta, tão longe de todo? América do Sul? Caribe? Acho mais para o Caribe, mas diferente desta também.

 

16 horas e meio de viagem com um ônibus velho, mas velho mesmo, da poeirenta vila de Lethem em estrada de terra passando por savana, floresta tropical, savana e novamente floresta tropical sem sinal de homens, a primeira vila umas 100 km antes de Georgetown. Depois novamente floresta e mato baixo ate a entrada de Georgetown.

Chegamos à parada final e tomei um táxi ate o cento, Starbroek market. Fui para o

Pent-house hotel, barato, mas pelo estado do hotel um preço mais do que justo. Tomei um banho e fui para a rua.

Um movimento incrível, cantando, gritando, só pessoas de pele escura, de castanho claro ate black chocolate mesmo. Vi nenhum branco, chamaram-me hello guy, hello white guy, hello my white friend, para vender uma coisa, cambiar dinheiro ou simplesmente pedir.

Hoje passei pela cidade toda, ate o inicio da cidade na costa do mar de caribe sem praia, mangue e a entrada da água na cidade parada com diques.

Os prédios coloniais antigos bem cuidados as casas em madeira branca, as ruas com muitas arvores, mas também muitas casas caindo, muita sujidade.

Tirei muitos fotos, de repente passou um rapaz com bicicleta e lá foi a maquina. Como a consegui de volta, é uma historia de aventura e certa imprudência minha com um custo de 140 USS. 100 US$ para quem roubou e 40 US$ para os intermediários. Eles tinham medo que ia chamar a policia e eu, que roubam a minha bolsa com todo lá dentro. Mantinha sempre uma distancia entre mim e eles e o encontro era num cruzamento.

 

Agora vi a diferença das cores e a diferença entre negros e indianos da Índia, também estes em vários tons de escuro, mas com o cabelo liso e as mulheres com este cabelo escuro muito comprido e os olhos muito grandes com pintura preta a volta, para ficar mais grandes ainda.

Voltei para o centro e estou feliz de conhecer esta sociedade humana criado pelos colonialistas ingleses durante as quase 300 anos deles no poder ate sair nos anos 70.

Tantas raças e religiões juntos e todos vivendo em relativa paz.

No centro e a volta deste tantos truques de roubar como nem na Bolívia toda. Para sair bem tem ser especialista.

Todo em inglês, como vou virar-me na Suriname e Guayana Francesa, se não falo holandês e nem francês?

 

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Stabroek Market, Georgetown

 

17.04/18.04 Suriname, Paramaribo

 

Peguei as 08.00 horas em frente do hotel em Georgetown o van para a fronteira, era já tarde, porque tinha de estar lá ás 11.30.

O van não foi direto, deixou-me em frente do ferry em New Amsterdam, peguei este e com sorte tinha um van no ferry que foi ate a fronteira.

Chegamos ao ferry já passava das 11.30, fecharam as portas do pátio, mas deixaram-me entrar. Graças a Deus, se não, o que ia fazer aqui no nada ate o outro dia?

 

Agora todo rápido, preenchi a saida de Guayana, controlaram se tinha visto para entrar em Suriname, paguei o ferry, 2000Guayana$, 45 Suriname$.

 

Estou impressionado com a quantidade de rios grandes todos com a largura no mínimo do rio Madeira na entrada no Amazonas. É o rio ao lado de Georgetown, o rio em New Amsterdam e agora aqui o rio da fronteira, este o maior. Subimos o rio e o ferry entrou num afluente quase tão grande como o outro e mais um pouco na frente um único prédio no mato, a policia e a alfândega de Suriname.

 

Saindo do prédio, só 3 vans e um ônibus tamanho médio. Peguei este e apos minutos saímos por estrada de terra e mato para Paramaribo. Passamos por mais um rio tão largo como os outros, nos lados os rios estão com mangue e na alta das águas os rios entram bem fundo nos campos. Os campos muito grandes plantados com arroz, agora na colheita com colhedeiras.

 

O nosso bus muito veloz ultrapassou todos os outros carros nesta estrada estreita. As 18.30 chegada em Paramaribo.

Como tinha mais turistas para o hotel Jolly´s escolhido por mim, o bus parou em frente deste. Quartos precários com banheiro privado, o quarto quente só com ventilador, limpeza a desejar, 17.50 Euros, 45 Reais.

No outro dia, que alegria ver a cidade, uma cidade holandesa antiga na América do Sul. Todo bem conservado, prédios novos no mesmo estilo como os antigos.

Que mistura de gente, alegre, bem vestido, nenhuma pobreza aparente, as mulheres bem vestidas especialmente as indianas com vestidos coloridos bordados com fios de ouro e carregando jóias de ouro, ninguém pedindo.

 

Todos vivendo em aparenta paz. Uma Mesquita ao lado de um templo judeu.

 

40% Indianos da Índia, 30 % mistura entre brancos os negros, 10 % negros puros, javaneses, chineses, 1% brancos etc.

 

O rio, aqui o rio Suriname largo mas não tão largo como os outros que tinha visto, ultrapassado por uma ponte ultra moderna.

Aparece um país intacto, não rico não pobre, muita natureza, só 450 OOO habitantes para um país com dois terços do tamanho de São Paulo.

 

Muitas turistas com tendência subindo, especialmente lógico da Holanda e da Franca.

E a língua? Tinha medo por não saber holandês, mas como na Holanda na Europa no meio dos três grandes, Inglaterra, Alemanha e Franca os holandeses falam quase todos uma segunda língua, sendo uma destas três. E aqui, pelo menos a gente nova ate 40 e tal falam também Inglês, portanto não tinha problemas estava em casa.

 

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catedral Paramaribo

 

19.04. De Suriname para French Guayana, Cayenne.

 

Às 08.00 horas fui para a saida dos van para a fronteira de Suriname com French Guayana.

Uma grande disputa para me conseguir como passageiro, um tirou o boné outro o saco de viagem, no final este ganhou, pois se não ia atrás dele ia perder o saco de viagem.

Passamos pela ponte para o outro lado do rio Suriname. Estrada estreita sempre reta. No inicio muitas casas ainda nos dois lados da estrada, depois floresta fechada, às vezes inundado às vezes nas partes mais altas seco. Depois pequenas roças, afastadas umas das outras. Os donos quase só negros puros. Aqui poderia se ver a pobreza. São descendentes dos escravos que conseguiram fugir antes da abolição da escravatura e depois se juntaram negros livres. Para substituir eles foram contratados Indianos da Índia e Javaneses.

 

Cheguei ao rio da fronteira, o rio Maroni. Outro rio largo, muitos barcos a espera de passageiros para o outro lado, umas 30 - 40 barcos. Queria ir para o ferry, mas já levaram meu saco de viagem, abrindo a parte traseira do Van. Não tinha escolha, primeiro 7 Euros, depois eram 8, no barco ele falou 10 Euros, pois disse ia esperar muito até eu sair da policia. Sai do barco e pedi a minha bagagem, disse que ia desistir de ir com ele, pois no final ia pagar 15 Euros. Mas ele veio para meu lado e prometeu que ia ficar nos 10.

 

Foi bem que tinha ido com ele e seu ajudante, levaram-me até a policia depois para o outro lado até a policia francesa e depois até a parada dos bus em St.Laurent. O Ferry este dia não foi, por falta de carros para atravessar o rio.

Cheguei às 11.00 horas, era o primeiro passageiro no Van a seguir para Cayenne. Depois para encher o Van mais 6 pessoas e só as 15.30 saímos para Cayenne, 3 horas de viagem.

 

19/20.04. Cayenne

 

Cheguei as 18.30 em Cayene, como todos os passageiros foram deixados nos seus locais finais, pedi que o motorista me deixasse na Av. do General de Gaulle, hotel La Bodega.

Tinha só 2 quartos vagas ainda, um duplo com lavabo dentro, ducha e toalete fora. 30 Euros, 75 Reais. O quarto era muito bom. Abaixo tem uma bodega, cheio de franceses à noite tomando cerveja ou café.

Têm muitos restaurantes pequenos. Fui comer num restaurante chinês, um prato básico como arroz à chinês com frango e cogumelos, mais uma cerveja 300 ml, 6,10 Euros, 15,25 Reais.

Hoje fui ver a cidade toda, muitas lojas de roupa de grife. No final fora dos hotéis e dos transportes onde não existem alternativas mais baratas, as coisas não são tão caras aqui, alimentos e cosméticos são até mais barato do que no Brasil, sem falar dos queijos franceses aqui por 1/3 do preço do Brasil.

Caro è a internet, 5 Euros a hora, 12,50 Reais.

Cayenne esta situado no lado do rio Cayenne, outra rio muito largo, mas aqui mesmo na entrada para o mar e na alta do mar, este represa o rio e o rio entra muito para fora do leito normal e ainda inundando terras baixas.

 

Sobre os rios, são-nos 3 Guayanas 8 rios com largura variando entre a do rio Madeira perto Porto Velho e até a largura deste na entrada no Amazonas. Fora dos rios menores.

 

Estes rios nascem todos nas 3 Guayanas, pois rios que nascem a partir destas fronteiras e vão para o Sul, pertencem já a Brasil, portanto fazem parte da bacia da Amazônia. Estes rios têm no maximo um comprimento de 400 - 800/900 km. Perguntei-me de onde vem esta água toda?

 

Cayenne não è tão bonita e harmônica na arquitetura como Georgetown e Paramaribo, mas menos decadente do que a primeira.

 

Estou feliz de ter visitado estes 3 paises. Em minha opinião uma das maravilhas do nosso mundo em relação à mistura de línguas, raças e religiões.

Amanha pegar o Van para Regina e Saint Georges, digam que já existe ligação direta. Problema è, os van vão só completo com 8 passageiros, vamos ver quando saímos se estou as 08.00 no ponto da saida?

 

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Catedral de Cayenne

 

21./22.04. Cayenne – Macapá.

 

A viagem de Cayenne para Macapá era um pouco turbulento. Até a fronteira com Brasil todo bem, já cheguei as 11.30 em Saint George. A senhora brasileira do barzinho disse que o ultimo bus do lado Brasileiro, na vila de Oiapoc para Macapá já tinha saído as 11.00 e outro só no outro dia, por causa dos assaltos não vão á noite. Então fiquei sentado na beira do rio, todo tão limpo e tão calmo. Tinha um papel na mão, mas não joguei no chão, porque pensei alguém ia reclamar.

 

Tomei uma cerveja, queria sentir este ultimo momento antes de sair da “Europa” e voltar para a América do Sul.

 

No barco da travessia (10 Reais) o rapaz disse que o ultimo bus ia às 13.00 horas, faltaram 20 minutos, então peguei rápido um moto-taxi para a policia Federal, depois para a saida do bus. Mas este já tinha ido às 12.00 horas.

 

Tinha carros tração quarto rodas e peguei um destes com certo receio, éramos 3 garimpeiros brasileiros uma senhora e o filho dela de umas 17 anos e eu. Custo 100 Reais contra 75 do bus. As 14.00 saímos. Rodamos com intervalos até as 20.00 horas, quando carros voltaram para traz , dizendo, que a estrada estava inundado, pois chovia muito e a estrada é de terra.

 

Fomos ate o local e eram mais ou menos 300 metros alagados com muita correnteza. No meio tinha uma carreta virado pelas correntezas. Disseram quando a maré baixar vai esvaziar o rio. Não aconteceu, contrario o rio subia até meia noite mais 3 cm. O Bus que tinha saído às 12 horas em Oiapoc já tinha voltado para pernoitar num posto de serviços.

 

O rapaz do nosso carro foi negociar com o colega dele no outro lado e íamos trocar os passageiros pagando mais 10 Reais. Seria tirar toda roupa, e só com cueca e a bagagem nas costas ir para o outro lado. A Senhora era pequena e tinha medo, mas prometeram de levar a bagagem dela. As águas no meio chegaram quase na altura da minha cueca a senhora foi ajudado para se segurar, pois a água ia até a cintura. Chegamos todos bem no outro lado.

 

Vestir e continuar. O carro agora velho tinha vários problemas, uma vez a bateria foi para baixa e empurramos o carro para pegar de novo. Às 09.30 horas de manha cheguei ao hotel cansado e sujo, o Hotel Plaza, caro e meio ruim, 45 Reais. Tinha quartos para 20 Reais, mas achei não possível. Ficou o de 45 para 40 Reais. Limpei um pouco as minhas coisas, lavei os tênis e fui dormir até as 15.00 horas. Fui para a rua, continuava chovendo.

 

Fui ver o forte português do séc. 1700, deve-ser o maior do Brasil, todo impecavelmente restaurado. Contava com documentos mostrados como o Acre ia ficar quase com a França, mas pelos argumentos bem fundados da diplomacia brasileira ficou internacionalmente decidido que era do Brasil.

Amanha vou à tarde para o porto e pegar o navio, que vai sair segunda às 10.00 horas para Belém. Vou tentar dormir á noite de domingo no barco, grátis na rede no ar puro.

 

23/24/25.04. Macapá -Santana – Belém.

 

Levantei, fiz a minha bagagem e fui fazer mais uma volta em Macapá para achar uma padaria aberto, pois era domingo. Achei, tomei o café de manha, e fui assistir a formula 1 de Itália na TV, fiquei para ver Schumacher ganhar e ouvir o hino nacional Alemão. Com alto astral peguei a minha bagagem e fui para o porto no município vizinho de Santana, onde é o porto para navios grandes, que por causa da diferenças das marés não podem atracar em Macapá.

Cheguei ao porto as 14.30, o navio já tinha chegado e acabou de descarregar, a parte dos passageiros já estava limpo.

O barco ia só no outro dia às 10.00 horas, sabia isso, mas queria dormir esta noite já na minha rede, no ar puro e grátis. Paguei a passagem, 80 Reais, coloquei a rede e dormi até as 17.00 horas. Era o único passageiro nesta hora.

Achar lugar para jantar era difícil, só tinha barracas e todo muito sem higiene.

Nem aparecia ser Brasil. Bom jantei, com cerveja era 8,70 Reais, com este preço também não se pode exigir muito.

No outro dia muito movimento, quase carga nenhuma mas muitos passageiros. A passagem pelo delta do Amazonas fantástico, às vezes braços do rio com 80 metros de largura, às vezes quase não se poderia ver o outro lado. Muito verde, a água entrando fundo nas florestas. Num momento sol, pouco depois bancadas de chuva e novamente sol, aparecia que estamos no início do mundo.

A noite aproximou-se um barco a remo do navio, que anda com mais de 50 km/hora. Eles quase bateram e jogaram uma corda com gancho, conseguiram e deslizaram com o barco até a traseira do navio. Fixaram o barco e subiram até a grade do deck dos passageiros, pediram comida. Um loirinho e um escurosinho com 10-11 anos. Olhos grandes, vestido só com calção roto. Passageiros colocaram comida num saco plástico e deram para eles. Um desceu para o barco,o outro soltou o barco e depois pulou na água e desapareceram na escuridão. Para ir para onde? No outro dia interceptar outro navio para matar a fome? Nunca vou esquecer a cara destes rapazes.

 

Chegamos as 07.30 em Belém. Na saida como na minha chegada anterior uma luta de taxistas e carregadores para conseguir ganhar um dos passageiros.

Como já conheço Belém, fui direto para a rodoviária, juntei-me a uma Senhora com criança num táxi de lotação e cada um pagou 5 Reais.

O bus para São Luis sai às 9.00 horas, 110 Reais.

A estrada em muitos trechos ruim e sem asfalto, muita lama e muita poeira.

Chegamos as 23.45 em São Luis.

 

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passando pelo delta do Amazonas, Macapá-Belém

 

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passando pelo delta do Amazonas, Macapá-Belém

 

26/27/28.04. São Luis

 

Informei ao taxista (15 Reais), que queria ir para a Pousada Colonial, mas ele disse para ver primeiro uma outra.

Era o Hotel/Pousada Nascente do Sol, num Casarão grande no centro. Gostei a entrada, fui ver o quarto com banheiro privado até tem piscina. 25 Reais com café de manha completo incluído.

 

Dia 26.04., São Luis, andei a pé no centro velho de manha até a noite, ver as casarões, as maiores na Rua Grande e Rua do Sol. Na Rua Grande ocupado e adaptada para o comércio, com movimento grande, difícil de imaginar como era antigamente.

Mais típico perto do bairro Praia Grande com o Palácio do governo e depois o começo do mar.

A diferença das marés é impressionante, são mais do que um km que a água vai e volta num circulo de 6 horas.

 

Dia 27.04., com moto-taxi (12 Reais) para a praia Olho de Água. A água com cor turva, mas limpo. A praia com areia fina, branca.

À volta a tarde com o bus que para perto da praia hora em hora e vai até o Centro e o Terminal da cidade a beira do rio.

 

Se você quer ficar uma tarde na praia, vai passar pelas praias todas, as mais pertos do Centro velho atravessando a ponte José Sarney são mais visitadas e tem muita vida a noite, aqui são também os hotéis de luxo. Praia Ponte de Areia com reggae nos fins de semanas, Praia São Marcos, Praia de Calhão e depois a praia Olho de Água.

 

Dia 28.04., ver as Lençóis Maranhenses, levantar cedo e saida às 05.05 horas do hotel. Custo da excursão 100 Reais. Fiquei feliz de ter feito este passeio, quem acha o Lago de Sal de Uyuni fantástico, aqui tem uma coisa no mínimo igual.

Gostei de todo, o café de manha a meio caminho, bufê de 7 Reais, Barreirinhas, o quatro rodas Toyota adaptado para levar 12 turistas, a atravessa do Rio Preguiça com balsa, a trilha de 17 km´s por areia branca atravessando o mato baixo, atravessando riachos, grandes poças de água da chuva forte da ultima noite, passando por lagoas. Parada final num Riacho de 6 metros de largura e 50 centímetros de profundidade. Água escura limpinha com muitos peixinhos pequenos.

Atravessamos este riacho descalço e subimos as dunas ajudadas por uma corda. Chegando acima, que vista!

Areia branca com as lagoas às vezes cor verde às vezes cor azul cristalina até o final do horizonte. Numa parada tomamos banho nesta água tão pura tão refrescante.

 

Recomendo novamente de visitar toda a bacia do Amazonas e os lençóis Maranhenses na época das águas altas. Nada deve ser mais triste, do que ter visto fotos destes lugares e encontrar todo seco. Os melhores meses, portanto são entre fim de Março e o início de Julho, com pique para Abril, Maio. Vendo a abundancia das águas e o clima suave compensam.

Dia 29.04., despedida de São Luis e de sua gente bacana. Ônibus para Fortaleza às 16.00 horas, previsão de chegada após 18 horas, custo da passagem, 95 Reais.

 

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São Luis

 

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com balsa atravessando o Rio Preguiça para os lençõis Maranhenses

 

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subindo as dunas para os lençõis Maranhenses

 

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Lençõis Maranhenses

 

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Lençõis Maranhenses

 

29.04.-02.05. São Luis-Fortaleza, Fortaleza.

 

29.04. São Luis - Fortaleza.

Este ano ninguém se pode queixar da falta da chuva na Amazônia como em Maranhão também aqui no Ceará os rios estão transbordando e os famosos açudes estão cheios. As plantações de milho e espargo etc. prontos para colher. Verde abundante em todo o cerrado muitas vezes alargado e a bonita paisagem com as palmeiras carnaúbas e os coqueiros.

 

30.04. Fortaleza.

Cheguei ao domingo, 30.04.as 10.15 em Fortaleza. Peguei um táxi (15 Reais) e fui para a pousada Baden Baden, Av. Barão de Studart 157, 100 metros da Rua Beira Mar na praia de Meireles. Quarto com banheiro e ar-condicionado 50 Reais. Estes são aqui os preços dos hotéis relativamente baratos na época baixa. Bem em minha opinião época baixa não existe, á sempre sol e as temperaturas durante todo o ano entre 25 e 30 e poucos graus. A maioria dos turistas vem do Sul e como eles tiram férias em Dezembro adiante existe esta época alta. Para mim acho melhor a “época baixa”, preços mais baixos e menos movimento.

 

01.05., visitei com uma excursão a praia de Cumbuca (25 Reais). A água turva, mas limpa. A areia é muita fina e as ondas levantam esta areia. Na praia muitos coqueiros e vários divertimentos. Andar de cavalo 10 Reais, Buggy nas dunas 25 Reais, Jangada 10 Reais, massagem relax 25 Reais.

No outro dia, peguei um minibus “transporte alternativo”, 1,20 Real, o transporte municipal custa 1,80 Real e fui para a praia do Futuro, 11 km do centro. Para esta praia não tem excursão e é, portanto a praia das Fortalezenses. Sai na parte de “coco beach” e passei pelo lindo jardim para a praia.

Olhando para a direita praia até o final da vista. Areia branca, água limpa, ondas altas e fortes. Andei 45 minutos, no alto da praia barracas com jardins de coqueiros. Voltei um pouco e fiquei numa das barracas. Às 15 horas começou ficar todo vazio, só mais perto do inicio da praia ficaram pessoas. Perguntei o vendedor de coco verde e este disse que com pouca gente esta ficando perigoso de ficar na praia. Já tinha lido isso no “Guia Brasil”, tomei rápido mais um banho nesta delicia de água morna e voltei.

 

Peguei novamente um mini-bus que passam regularmente e fui para o centro, ver a catedral e o “Mercado” de artesanato, 600 lojas, 6 andares interligados com uma subida em espiral, no final pode descer com elevador. Depois fui a pé pelas ruas da praia até o hotel.

 

03.05.–05.05. Fortaleza – São Paulo

 

Saida Quarta, 03.05. as 09.30 com Itapamirim, 297 Reais para as 3144 km até São Paulo. Muitos trabalhadores ou esposas com filhos voltando após as férias para São Paulo.

Após poucas horas uma avaria do bus e 4 horas de parada num restaurante para onde nos levou o bus de Fortaleza-Rio.

Muitos trechos de estrada ruim. Chegada em SP Sexta, dia 05.05 as 17.30 após 56 horas de viagem, menos os quarto da parada = 52 horas.

Primeira vez nas minhas viagens fiquei mal do estômago, comi um lanche no restaurante da rede de apoio da Itapamirim no estado de Bahia a R.S.Silva, preços abusivos e muitas moscas, as ultimas especialmente no posto perto de Feira de Santana.

 

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praia de Cumbuca, Fortaleza,

já prevendo o fianal da copa, veja as bandeiras Brasil/Alemanha

 

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praia do Futuro, Fortaleza

 

Home sweet home, cheguei feliz em casa. Estabeleci uma pequena meta minha, tomado em Nov. 2004 e visitei em 4 viagens todos os paises da América do sul e suas capitais. Aprendi muito com os meus 65 anos, melhorei a minha conduta após cada viagem, sou mais aberto aprendi muito sobre outras culturas e a natureza e sua abundancia. Vi mais perto a grandeza de Deus. Cresci! Fiquei com tristeza referente os estragos dos homens na natureza, especialmente no fraco eco-sistema da Amazônia.

 

Eram 33 dias de viagem, e gastei 1590 US$.

Abraços para todos aqui,

Dieter

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  • Membros de Honra

Estou postando uma menssagem, por que realmente foi uma aventura, principalmente pela paciência e por estar sozinho.

Se todos que entram no site e postasem também os relatos, imagine que acervo teria aqui. Infelizmente a maioria so participa até a data da viagem e não volta mais.

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Dieter, camarada!

 

Entao.. estou indo agora para Machu Pichu ( viagem que vc jah fez). .. e o seu relato me ajudou muito!

 

E a minha proxima vai ser um roteiro bem parecido com o seu pelas 3 guianas!!!!

 

Como sempre vou me "baseando" ( auhauh ) pelo seus roteiros!

 

Sucesso!!

 

[]s

 

Gustavo Angelo

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  • 2 anos depois...
  • Membros
::cool:::'> Uáálá! Muito bacana seu roteiro e vão me ser úteis muitas de suas experiências. Pretendo chegar até a Venezuela/Aruba, saindo de Governador Valadares/MG de carro 4X4, seguindo a costa brasileira até Belém. Ainda não consegui saber se tem balsa que leva o carro até Macapá. Outras informações preciosas como trechos sujeitos a assaltos e/ou perigosos ainda não tenho. Pelo menos na fronteira com a Guiana Francesa você comentou sobre existir o tal risco. Pretendo voltar por Boa Vista e Manaus, exatamente o contrário do seu percurso. Isso em detrimento de descer o Rio Amazonas na balsa é mais rápido. Pensei na hipótese de descer em Santarém e continuar de carro os 480 km de terra até Marabá. Se não tiver muita chuva por lá. Caso tenha mais alguma informação que julgue ser útil ou mesmo queira ir junto, me escreva: claudinho10001@icqmail.com
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  • Membros de Honra

Oi Dieter,

 

Foi baseada em dois de seus relatos que montei minha viagem de julho/agosto 2008 pela Bolivia e Peru.

Ja estou na fase de montagem da próxima e não posso deixar de agradecer a maneira como escreve seus depoimentos, com várias informaçães de utilidade para o futuro viajante.

 

Não deixe de viajar e postar seus relatos.

 

? ? ? Qual o novo destino ? ? ?

 

Maria Emilia

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  • 2 anos depois...

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