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Bolivia - Peru - Chile (30 DIAS) c/ FOTOS


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Segue nesse post a copia da narração feita no meu blog: www.sobrevivereviajar.blogspot.com

 

 

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::dãã2::ãã2::'> Roteiro:

 

Corumbá - Puerto Quijarro

Santa Cruz de La Sierra

La paz

Copacabana - Isla del Sol

Cusco

Ollaytaitambo - Vale sagrado

Aguas Calientes - Machu Picchu

Ica - Huacachina - Paracas

Arequipa

Tacna

Arica

Iquique

San Pedro de Atacama

Salar Uyuni

Potosí

Sucre

Santa Cruz de La Sierra

Puerto Quijarro

Corumbá - Campo Grande - RJ ::otemo::

 

ROTEIRO PARA DOWNLOAD: http://www.4shared.com/get/UKOPTIfM/Trip_Sulamericana.html

 

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Porto Quijarro / BO --> Santa Cruz de La Sierra / BO

 

Chegando em Quijarro de táxi passamos pela fronteira, antes, durante e depois da fronteira já ouvíamos todos dizendo que não havia mais passagens para Santa Cruz, era dia 22/12 e todos passavam natal em La Paz, e que não havia passagens, não havia nenhuma opinião favorável, só a nossa vontade de ir a Santa Cruz no famoso Tren de la Muerte, a viajem durava 18 horas.

Conhecemos um casal que pensava como nós e que ouviram as mesmas coisas que nós, então juntamo-nos e fizemos um trato com um boliviano que queria nos levar a Santa Cruz por 42 dólares e dizia ele ter ar condicionado, o trato foi o seguinte: ele nos levaria até a estação de trem, tentaríamos ir de trem, se não conseguíssemos aceitaríamos a proposta do motorista.

Chegando na estação de trem concluirmos que não havia possibilidade de ir no carro dele, o calor era insuportável, e o ar condicionado servia para nada.

 

 

Chegando no guichê de vendas de passagens descobrimos que só havia passagens para o dia seguinte ao meio dia, pensamos na possibilidade mas quando saiamos para falar com os outros um boliviano em cima da escadaria nos chamou, Opa! , um cambista, lembrei-me logo do maracanã e de como somos contra aqueles cambistas que sempre nos deixam sem ingressos, mas na hora do aperto vemos o lado bom das coisas ruins, e lá estávamos nós negociando com um cambista. ele nos cobrou 200 B/ o valor da passagem no guichê era 127B/, pagamos mais para ir no trem daquela tarde que saia meia hora depois.

 

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O Esquema do Cambista ( Trem da Morte)

 

O esquema era o seguinte, aquele cambista(A) era o intermediário entre nós "clientes" e o condutor do trem que era o verdadeiro cambista(B). O cambista(A) conseguia os clientes, levava as identidades e passaportes dos "clientes" ao cambista(B) este dava 50B/ ao cambista(A) e ficava com 150B/, dos 150B/ ele tirava o valor da passagem: 127B/ e o resto era de lucro.

 

 

Entramos no trem antes de todos e fomos colocado em um vagão vazio, com ar condicionado e TV, um ótimo lugar, confortável e espaçoso, passava filmes do Stallone, com uma voz de boliviano engraçada, havia 5 opções de filmes dele, alguns Rambo's entre eles, e o maquinista escolheu: "Pare se não a mamãe atira". Desconfiamos de tanta bondade, nossos passaportes já havia 30 min. que não sabíamos onde estava, e assim permaneceu pelas 8h que se seguiram...

Até que chegando em uma determinada estação o nosso vagão foi invadido por bolivianos e lotou, e descobrimos ali que realmente tinha algo errado com todo conforto que estávamos tendo, os donos de nossos lugares chegaram e ficamos sem cadeira, como nos filmes o cambista (B) que era o condutor do trem e o possuidor de nossos documentos surgiu e nos mandou pro refeitório do trem, devolveu nossos documentos e recebeu o nosso dinheiro, fomos, chegando lá todos os cozinheiros dormiam no chão, foram pisoteados e muito incomodados com nossa presença, o lugar estava extremamente escuro, não vimos completamente nada, sentamos em bancos apertados, sem nenhum conforto e nada de ar condicionado, todos que nos impediam de permanecer ali tínhamos como justificativa um único nome, o nome do condutor do trem que nos mandou para lá algo como "kabahal". nome muito útil para nos manter ali, todos pareciam ter medo desse nome.

 

OBS: o verdadeiro nome do condutor era algo como Carnajal

 

 

A parte do Esquema do Cambista que descobrimos depois

 

 

Varias estações vendiam passagens para La Paz, em Santa Cruz alguns foram lotados e ao longo do percurso os outros foram sendo lotados, de forma que nós que estávamos no último vagão a ser lotado ficamos 8h sentados e as outras 10h no refeitório.

 

 

No trem o almoço custava 20B/ e a água 6B/ um dos companheiros de viajem pagou uma refeição com 100B/ e recebeu 176B/ de troco, devolveu é claro, mas foi motivo para boas risadas como todo o resto dos acontecimentos.

 

 

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Santa Cruz é a cidade comercial, muitas empresas e muitos burgueses ( os que não apóiam Evo Morales )

o clima em Santa Cruz é menos quente que o de Quijarro, compramos passagens p/ La Paz por 130B/ pela agencia Trans Copacabana, tinha de 80B/ contudo, lotado!

O ônibus sairia as 19:30h e ainda eram 10:30h, aproveitamos pra conhecer a cidade, fomos a uma grande feira de produtos importados, compramos: maquina fotográfica, Pen driver. Achamos uma Lan house por 4b/ a hora, descarregamos as fotos.

As 19h embarcamos pra La Paz, na hora do embarque conhecemos alguns brasileiros, que também estavam indo a La Paz, pouco mais de 19h e, lá estava nosso ônibus, o ônibus dos brasileiros não era aquele, era um que estava atrasado, deveria sair as 14:30h( a passagem que lamentávamos não ter comprado, por ser mais cedo), já se aproximava de 20h e nada do ônibus deles, a previsão era chegarmos as 8h da manha do dia seguinte, chegamos a noite, foram 24h de viagem, o dobro do previsto. Coisas da Bolívia!

 

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Caminho a La Paz

 

Chovia muito e o motorista seguia cauteloso, quase parando, após umas cinco horas de viagem o ônibus realmente parou, havia uma fila enorme de ônibus e caminhões, e uma luz na cabeceira da fila, descemos pra ver o que estava acontecendo,um motorista nos informou que havia muitas terra na estrada e alguns homens trabalhando para retira-la, o deslizamento de terra nos deixou parados por umas 5 horas, rimos, dormimos e por fim seguimos viagem, e logo percebemos a diferença do ambiente, do clima, do povo, a forma de se vestir, as pessoas parecem mais calmas, serenas e tranqüilas. Em Santa Cruz tudo é mais agitado, as pessoas, os carros, a cidade. No caminho vimos grandes vales, subíamos sempre, até alcançar o verdadeiro altiplano, retas prolongadas, muitas plantações, muitas ovelhas, jegues peludos e algumas llamas.

 

 

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Os Bolivianos não reclamavam de nada durante toda a viagem, apesar do muito atraso e das diversas paradas que fizemos, estavam em paz, dormiam, falavam pouco e baixo, lembrei logo do meu belo Brasil, onde todo mundo reclama de tudo.

Passamos por Cochabamba, uma cidade em meio a um gigantesco vale, de lá dava pra ver as primeiras montanhas com uma bela cobertura de neve. Em Cochabamba é tudo plano, e mesmo assim todos andam devagar, os carros são cobertos de adesivos, na lataria e no vidro, o motorista prevê que chegaríamos a La Paz as 17h. Apesar de estarmos a 2.500 metros de altitude ainda não sinto sintoma algum, todos estão bem, meus ouvidos me lembram as viagens de avião, estão tapados.

 

Na Bolivia a comida tradicional é o Pollo ( Frango), nada é mais popular, em todos os lugares ouve-se " pollo, pollo, pollo..." e mulheres - Cholas - vendendo sanduiches de pollo...

Todas as cidades bolivianas tem feiras populares, onde vendem de tudo, são como as cidades do interior brasileiro, as vezes é difícil identificar o que é táxi e o que não é, nem todos tem identificação, e os que tem são do jeito deles, com adesivos customizados, não tem placas de identificação padronizadas.

 

As 11h da manhã descobrimos que o atraso para sair de cochabamba era devido a um defeito na marcha, tínhamos viajado todo aquele percurso sem usar a primeira marcha, que estava defeituosa, os mecânicos eram rápidos, corriam pra todos os lados o tempo todo, trabalhando em equipe e aos gritos, pensamos que talvez chegaríamos em La Paz a noite.

 

No trajeto a La Paz via-se diversos vales após cada grande subida, e durante todo o trajeto via-se pessoas, principalmente crianças, com chapéis e casacos, me veio o pensamento, o Sol da tarde, tão quente, como usam tantas roupas, quando descemos pra usar o banheiro natural percebi que apesar do sol estar quente, o ar era rarefeito e soprava muito gelado, ao longo do trajeto vimos também diversas casas cheio de pedras nos tetos, o teto é feito de placas tipo eternites e concluímos que o vento é poderoso por ali, senti a altitude quando desci do ônibus, dei uma corridinha pra adiantar e senti que cansei de forma diferente, mais exaustiva.

Crianças por todos os lados, balançam suas mãos como se estivessem pedindo, e provavelmente estão, mas, a cada 100 metros há uma criança, em meio a montanhas, distantes de casas, uma outra criança, algumas vezes só! algumas vezes com pais, e algumas vezes llamas. A cada Km o solo é mais seco e vegetação mais rasteira, faltam 260 km pra chegar a La Paz.

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LA PAZ

 

Conhecemos muitos brasileiros, fizemos boas amizades, logo que chegamos fomos em busca de um hostil que estava no roteiro, mas este estava cheio, dai o taxista nos levou ao hotel Torino, excelente! Baño caliente, quartos quentes e agradáveis, na manhã seguinte a que chegamos fomos visitar as ruinas de Tiahuanaco, um ótimo guia e belas fotos da arte dessa civilização que antecedeu aos incas.

 

Depois veio um belo almoço com direito a truta e carne de llama - comparei com salmão e boi, depois, mais adiante na viagem percebi que aquela tinha sido muito bem preparada, pois com o tempo o sabor da carne de llama deixou de ser tão agradável.

Na refeição sentamos com duas brasileiras, com as quais falamos coisas sobre dar valor ao que temos, e sobre tantas refeições horríveis que tivemos e o quão aquela estava maravilhosa.

 

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Depois do almoço fomos a feiras artesanais, conhecemos a feira de las Bruxas, compramos gorros, luvas, cachecois, eu comprei uma bela capa de violão toda feita a mão, e um xadrez para dar a um bom amigo, Espanhóis x Incas. Nosso grupo de 4 foi a 13...todos brasileiros com roteiros semelhantes, pagamos relativamente barato para dormir, 40 b/ (10 reais) e comíamos por 15 b/ uma deliciosas refeições em um sofisticado restaurante ao lado do hotel.

 

 

NATAL longe da familia não é tão legal, passeamos e percebemos como o Natal é algo familiar.

 

 

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na manhã seguinte dia 26/12 cedo subimos Chacaltaya - muito frio ::Cold:: , muita neve, nunca senti tanto frio na minha vida, a dormência tomou conta de meus meus dedos dos pés e das mãos, e só voltaram ao estado normal 2h depois. Enquanto subíamos ouvia-se o som de trovões e muita neve a cair, o pior momento foi a descida, muito escorregadia e não se via mais nada, só o infinito branco...

 

 

 

...e por toda esquina se ouve: Pollo, Polloo, Pooolloooooo...

 

 

:D difícil querer comer frango ouvindo tanto seu nome. A altitude é tensa, nosso hotel se localizava em uma ladeira, sempre que saiamos demorávamos muito pra voltar, cada passo era um sacrifico, ainda mais subindo, acostumado a fazer as coisas rápido, sofri! dava um pulo pra subir as escadas e não aguentava dar nem mais um passo, parava pra respirar, muita falta de ar, o frio também não ajudava, tive febre a noite, a garganta não tinha piedade de nós.

 

 

Saímos as 15:30 com destino a Copacabana, pagamos barato por uma viagem longa, atravessando o Lago Titicaca. Nós, brasileiros, ocupávamos uma boa parte do ônibus, éramos muitos e estávamos unidos, só se ouvia o português.

 

 

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Copacabana / BO

 

 

A caminho de Copacabana passamos por diversas casinhas com grande terreno e plantações, alguns animais domésticos e pequenos vilarejos com uma dúzia de casas, Copacabana fica do outro lado do Lago Titicaca, o ônibus chega a um pequeno cais e nos deixa, nós, em uma pequena lancha seguimos até o outro lado e o nosso ônibus segue em uma balsa meio duvidosa, com todas as mochilas, atravessando assim pra outra margem do lago Titicaca.

 

 

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Ao redor do Lago Titicaca faz um frio considerável, talvez mais que em La Paz, mas nada comparado com Chacaltaya - volto a afirmar que foi o maior frio que já senti na vida. Do outro lado do titicaca tem um pequeno cais com restaurante (comedor San Pedro de Tiquina), casas, uma estátua Inca e alguns pequenos comércios.

 

 

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Seguimos em nosso ônibus aventureiro até a pequena e confortável cidade de Copacabana. Ouvi na boca dos companheiros que aquela era a cidade mais brasileira de todas as cidades bolivianas, não só no nome mas no estilo de vida dos moradores, muitas festas, bons barzinhos e vida noturna. Chegamos a noite, fomos em busca de um hotel barato e encontramos um extremamente barato, 25B/ - quarto para 4 com "baño compartido". Apesar do banheiro ser usado por todos, ele supriu nossas necessidades básicas, os outros ficaram em outro hotel pelo mesmo preço. A noite fomos conhecer a pequena cidade, comemos uma bela pizza de truta e aqueles que bebiam se divertiram com a bela e caprichada tequila servida aos estrangeiros no "Mankha Uta restaurant".

 

 

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A uma da manhã saímos de lá, alguns mais alegres que o normal, todos bem satisfeitos, ao sair, um pequeno garoto boliviano jogava futebol com mais 2 amigos. Brasileiros são brasileiros, e lá estavam, a uma da manhã jogando futebol com o garoto, não demorou muito até aparecer mais dois jovens bolivianos e muitas cabeças nas "ventanas" - janelas, começou a nossa revanche, a alguns meses atrás o brasil perdera para a bolívia por 2x1, se não me falha a memória, e agora era nossa vez...

 

 

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Brasil x Bolívia

Local: Copacabana / Bolívia

Hora: 01:00 ( horário Boliviano)

 

 

O campo era a ladeira dos barzinhos e as traves dos gols eram garrafas vazias e pedras, assim se fez a diversão da madrugada em Copacabana, muitas risadas e apesar do suposto empate ouviu-se muitas comemorações, nenhuma reclamação dos vizinhos e fomos felizes, todos adoraram a pequena cidade de Copacabana.

 

Na manhã seguinte fomos até uma agencia de turismo e marcamos o passeio pela "Isla del Sol" o passeio das 08:00, compramos logo a passagem direto a Cusco(Peru), conversamos e todos preferiram excluir Puno do roteiro, Puno era a cidade que fazia fronteira entre Bolívia e Perú.

 

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Isla del Sol (Lago Titicaca) / BO

 

A partir de Copacabana fomos na manhã do dia seguinte a Ilha do Sol, localizada no Lago Titicaca - O maior lago continental do mundo - pagamos 150 B/ pelo passeio e pela passagem até Cusco - Perú atravessando a fronteira. Chegamos no porto as 08:30 e partimos, uma ou duas horas de barco chegamos, fomos logo recebidos por pequenos nativos no Cais. E logo um guia se aproximou, explicou que trabalhava na ilha sem cobrar, e que ficássemos a vontade de ajuda-lo com o que pudéssemos guiou-nos até um pequeno museu e explicou sobre os achados arqueológicos depois nos levou a ruínas das antigas civilizações que ali habitaram.

 

 

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Passamos por uma "praia" onde branquelos turistas tomavam sol e mais crianças nativas, brincando com paus e areias, esses já não eram tão receptivos, fui atacado porque abaixei pra tirar uma fotografia, assim que consegui levantei-me rápido, a pequena parou e voltou correndo, escavamos no lado Norte da ilha, o guia explicou-nos que deveríamos estar no lado sul da ilha as 15:30 ou voltássemos ao cais as 13:30, destruímo-nos com tamanha beleza da ilha e deixamos passar o horário de voltar ao cais, ficamos assim, obrigados a atravessar a ilha até o lado Sul pra retornarmos a Copacabana com o barco, o problema era apenas um, a trilha era feita em 3h e nós só tínhamos 2h para atravessar ou perderíamos o barco, assim respiramos e fomos, o mais rápido que podia-mos, subindo e descendo pequenos montes, olhávamos para o lado e a paisagem nos encorajava, olha vamos para frente e desanimávamos ao ver o tanto que ainda restava. assim fomos alguns mais a frente outros mais atrás, pequenos problemas surgiram no caminho, problemas do tipo: três taxas ilegais cobradas por Cholas nativas, as quais eu não paguei falando em policia, o cansaço que ia atingindo um a um, pernas trêmulas e pouca água, por fim conseguimos chegar ao outro lado da ilha e só o que queria-mos era entrar no barco e descansar.

 

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Assim esquecemos para trás 2 dos nossos, que não completaram a trilha no tempo suficiente, suspeitando que tinham pego o barco das 13:30 no lado norte da ilha, voltamos para Copacabana.

 

Quando chegamos em Copacabana o ônibus estava a nossa espera para ir a Cusco, enrolamos o máximo esperando os que faltavam quando nos demos conta que não estavam lá. Alguns, inclusive eu já estávamos decididos a espera-los e deixar que o ônibus fosse embora quando, surgiram, estressados pelo ocorrido, por fim seguimos viagem.

Duas horas em uma van até a fronteira entre Bolívia e Perú...

 

 

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Puno - Cusco / PE

 

Chegando na fronteira uma longa fila nos esperava, para entrar no Peru. Primeiro entreguei meu cartão de vacinação, tirei xerox e fui direcionado aos "caixas de liberação", lá eles decidiam se podíamos entrar ou não no país. Um dos colegas de viagem ia com o coração na mão e a carteira de motorista, único documento que trazia, por incrível que pareça ele atravessou, conheceu 2 países e voltou pra casa antes de nós, com uma carteira de motorista e nada de cartão de vacinação.

A primeira cidade que entravamos era a cidade de Puno, só ficamos ali o tempo suficiente para pegarmos a liberação e trocarmos alguns dólares por Soles e seguimos então para Cusco em um bom ônibus.

 

 

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Cusco é uma bela cidade colonial, muitas casas com varandas de madeira e belas igrejas bem ornamentadas. Uma cidade completamente turística a mais visitada por pessoas de todo o mundo, Cusco foi a primeira capital dos espanhóis na pós-conquista e também a unica capital Inca da pré-conquista pelos espanhóis. É a cidade referencia para quem pretende subir o Machu Picchu, lá tudo era mais fácil de encontrar, boas hospedarias, bons lugares para comer, lavanderias, pagamos 25 S/ em um hostel com baño privado (calliente) e desayuno chamado Ayllu Real, já ia esquecendo da TV a cabo. A cidade tem pessoas com níveis sociais e financeiros detectáveis, belos carros e miniaturas de táxis, ricos e pobres, homens de paletós e mulheres gordas de vestidos coloridos (Chollas) deitadas na porta das igrejas.

Chegamos de manhã bem cedo do dia 28 de Dezembro em Cusco, passamos o dia descansando e arrumando a mochila, todo lugar que paramos rearrumamos as mochilas e o mais impressionante é que, sempre cabe mais e mais coisas, algumas ficam penduradas.

Obs: Nesse dia usei uma técnica que meu tio me ensinou, parecia que não havia água no banheiro, mas na verdade, era ar no cano, abri a torneira e o chuveiro e depois de uma série de barulhos, foi intensificando - se a quantidade de água até ficar normal.

 

 

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Dia 29 o City Tur por Cusco e redondezas, vimos os últimos vestígios deixados pela Civilização Inca e muito da arquitetura espanhola em lugares onde antes era arquitetura Inca, principal desses lugares foi o templo de Quoricancha.

Dia 30 fizemos o Vale Sagrado - Ruínas Pré-colombianas, todos os lugares povoados pela civilização Inca, e apesar de todas formarem um belo passeio, gostei em especial das ruínas de Ollantaytambo, uma cidade maravilhosa montada em uma gigantesca montanha, foi o a ultima ruína que visitamos, passamos um dia inteiro no vale sagrado. De Ollantaytambo pegamos um trem a Águas Calientes, onde já havia um guia esperando por nós, o qual nos levaria ao hotel que dormiríamos para no dia seguinte subirmos o Machu Picchu.

 

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Ollantaytambo

 

 

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Pisaq

 

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City Tur e Vale Sagrado / PE - Fotos

 

 

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Saqsayawman

 

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Puka Pukara

 

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Aguas Calientes / PE (antes do Machu Picchu)

 

 

Chegamos em Aguas Calientes a noite, cerca de 8h da noite, havia na estação de trem um guia esperando por nós, e como eu havia dado meu nome a agente que reservou o hotel em aguas calientes para nós, o guia trazia uma placa com meu nome[FOTO], faltou um "h" no "Tharsis". Chegamos ao hotel e recebemos as instruções necessárias e um mapa para no dia seguinte subirmos o Machu Picchu. Devíamos acordar cedo e chegar ao ponto dos ônibus que levam as pessoas ao Machu Picchu o mais cedo possível, todos recebiam essa instrução, pela madrugada já havia muita gente a espera dos ônibus que só saiam às 6h. Acordamos então às 3:30h com a intenção de às 5h estarmos no ponto, nas ruas encontrávamos outros grupos com um pequeno mapa da cidade na mão também indo na mesma direção que nós, me deu a impressão que havia uma espécie de "cartel" entre os guias, eles devem criar os mapas e as instruções juntos, e cada um pega uma equipe de pessoas, parecia uma corrida para chegar primeiro ao ponto, chegamos então, e já havia umas 45 pessoas na nossa frente, isso era bom, éramos os primeiros.

 

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Na fila tomamos nosso café da manhã na calçada e aguardamos até que os ônibus chegassem, eram micro-ônibus, subimos no 3° micro-ônibus rumo ao Machu Picchu.

 

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Machu Picchu

 

Conseguimos chegar ao Machu Picchu entre os 400 primeiros ganhando assim o direito de subir o Wayna Picchu, em meu bilhete ganhei um carimbo com o numero 284, a subida ao Wayna Picchu é feita em dois horários, às 7:00h e às 10:00h, um guia no hostel nos aconselhou a subir as 10h, pois a neblina já estaria mais baixa, e a vista seria espetacular. E REALMENTE ESTAVA.

 

O Machu Picchu é Incrível, grandioso, misterioso.

 

Existiam pedras polidas com extremidades que com o raio do sol da manhã a sombra preenchia uma outra pedra polida mais adiante. Como um desenho, uma obra de arte.

 

 

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A cidade perdida dos Incas é muito maior pessoalmente que as centenas de fotos que antes via na Internet, é realmente grande e bela.

A cidade é em cima de uma gigantesca montanha, que, tem ao seu redor muitas outras montanhas grandiosas, a neblina é constante pela manhã, e em conjunto com as montanhas parece um belo oceano onde as montanhas são ilhas.

 

Havia logo na chegada uma homenagem homem que guiado por nativos encontrou a cidade perdida dos Incas que até então era uma lenda.

 

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Um guia nos encontrou e a cada passo que dava explicava um pouco da fantástica historia dos povos que ali habitaram. Rituais e religião, o grande Inca "Chefe" do povo e a política, a sociedade, e economia. - uma aula que jamais teria tido nas rotineiras manhãs de quarta-feira na faculdade de história.

 

 

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Aproximava-se das 10:00 horas e seguimos para Wayna Picchu, preparamo-nos para a subida de aproximadamente uma hora e a curiosidade supera o cansaço, esquecemos que dormimos na madrugada e que acordamos às 3:30 da manhã, da mesma madrugada. Encaramos a montanha complementar da cidade perdida.

 

 

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A cada passo da íngreme montanha via a cidade cada vez mais longe, e cada vez mais tínhamos noção de como ela era extensa, em meio a imensidão da mata. A montanha tinha ao seu redor o Rio Urubamba, que banhava também a cidade de Aguas Calientes de onde havíamos partido.

 

Wayna Picchu era uma espécie de observatório da cidade, assim como os Gregos tinham sua Acrópole em Atenas, os incas tinham o Wayna Picchu da cidade perdida. De lá podia-se ver qualquer inimigo que se aproximasse para um eventual ataque. Existia casas, "bases" e muitos, mas muitos degraus mesmo, subíamos sem parar até chegar ao cume da montanha. Visão fantástica.

 

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A chuva nos encontrou e já era hora de voltar pra cidade, descemos Wayna Picchu e saimos do Machu Picchu, os ônibus que transportavam as pessoas para a cidade já estavam partindo, e juntos decidimos que era hora de economizar, resolvemos descer a pé até a cidade de Aguas Calientes, foi 1h de escadaria cortando as estradas que seguiam dando voltas na montanha.

Tínhamos dormido pouco, nos alimentado mal e acabado de subir e descer o Wayna Picchu, andamos muito até aquela hora, tomamos chuva e estávamos sujos, não tínhamos mais água, e começamos a sentir o efeito de tudo isso.

 

 

As pernas já não obedeciam direito e vibravam, parar era pior, só queríamos chegar, relaxar e comer.

Por fim atravessamos a ponte do rio Urubamba e caminhamos mais algumas dezenas de metros até chegar a cidade de Aguas Calientes.

 

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Aguas Calientes / Cusco - Feliz Navidad

 

Após chegarmos em Aguas Calientes, completamente desgastados e em trapos, corpo não aguentava mais nada, foram 2 horas de escadarias, e um dia inteiro andando, subindo e descendo ruínas sagradas.

 

 

Fomos então em busca de um lugar para comer, era a maior necessidade, chegamos a um de razoável preço, 15 soles, ficamos ali, e se não fosse nossa cega fome não teríamos ficado. Como entrada uma tradicional sopa, só que desta vez não estava como de costume, parecia que a agua utilizada era a do pacifico, muito, mas muito sal mesmo, passou-se uma hora e só o que tínhamos era a rejeitada sopa que não durou junto de nós mais que 3 ou 4 colheradas, o prato principal, uma macarronada, não chegava, e fui um dos poucos que não resistiu a fome e chegou perto do fim da sopa. Comemos sem nem parar para saborear o prato principal e rejeitamos a sobremesa por precaução, tudo isso se passou enquanto assistíamos um jovem de 13 talvez 14 anos preparando uma pizza para outros clientes, pizza a lenha, mas não havia lenha, ele usava, papelão, plástico, e tudo que encontrava disponível, imaginamos logo o sabor da bela pizza.

 

A partir dai passamos em uma freirinha de roupas e artesanatos e compramos o necessário para chegar em Cusco, uma meia nova, a minha já estava desintegrada, uma calça em bom estado, de pano e listrada, parecia um pijama mas foi muito útil.

 

Seguimos para o indispensável ponto de parada de Aguas Calientes: As Aguas Calientes. ::otemo::

 

Enxofre! Cheiro de Enxofre tinha a água, contudo foi essencial para relaxar nossos músculos, não era muito forte, as aguas termais são aguas vulcânicas por isso esse cheiro, havia no local 4 piscinas, alugamos toalhas e no meio dos branquelos gringos relaxamos nas aguas calientes.

Estavamos regenerados e prontos para pegar o trem em direção a Ollaytaitambo e dar um jeito de chegar a Cusco antes das 00h - RÉVEILLON

 

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Seguimos para a estação de trem e esperamos o Trem Chegar, eram cerca de 6h da tarde, talvez um pouco menos, o trem que nos levaria a Ollay chegaria às 7h.

 

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Enquanto isso nos destruímos com as lindas crianças da região, Gabriel, um capixaba que estava entre nós colocou sua touca no chão e com bolinhas de malabarismo fez o tempo passar mais rápido do que imaginávamos.

 

Nós participávamos jogando moedas na touca, as quais sumiam quando as crianças se aproximavam.

 

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Partimos então com destino a Ollay, biscoitos e suco de laranja bem servidos no trem. Chegamos com a esperança de encontrar uma van que nos levássemos a Cusco antes da virada do ano. Tínhamos a informação de que haveria vans entre 8:30h e 9h pegando pessoas no desembarque do trem e levando a Cusco. Chegamos as 8:30h - pontualidade, não estávamos acostumados, pegamos a van por 15 soles e chegamos em Cusco as 10h, todos estavam muito cansados, alguns conseguiram dormir nessa breve viagem, mas para mim parecia uma eternidade, não grudei os olhos e a todo momento tinha o reflexo de pisar mais firme no chão, o carro ia muito rápido e o motorista conseguiu em 30 minutos anular todas as leis de transito possíveis e universais. Ah, e estava chovendo.

 

A Chuva tomou conta de Cusco, chuva forte e passageira de verão, voltamos ao Hostel Aylu Real, o que havíamos nos hospedado antes, banho e fomos pra rua, ver o famoso Réveillon Cusqueinho.

 

 

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Aqui passamos o Réveillon

PLAZA DE ARMAS de CUSCO.

 

Havia milhares de pessoas de todos os tipos e lugares do mundo, todos encantados com Cusco, A bela cidade colonial de Cusco, primeira capital peruana, uma das cidades que realmente daria pra passar um tempo, viver...

O Réveillon em Cusco é coberto de cultura, Peças teatrais, apresentações de danças incas, todos a caráter em plena praça de armas, reproduzem os sacrifícios e as adoração aos antigos deuses Incas, mostrando um pouco da forma de vida que seus antepassados lhes deixaram como herança, com imagens em cor de ouro do Condor, da Pulma, e da Serpente, animais sagrados para os Incas.

 

As 00:00 horas só se ouvia fogos, todos começaram a correr e, seguindo a tradição, deram voltas ao redor do Plaza de Armas, eu que não sou muito fã de fogos de artifícios preferi assistir o espetaculo da periferia.

 

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Por fim voltamos ao hostel, iríamos seguir viagem no dia seguinte para Ica, e todos que conhecemos no caminho iriam por outro caminho, pensamos que talvez não os encontrássemos mais, nos despedimos e seguimos para Ica...

 

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ICA - OASIS DE HUACACHINA / PE

 

Seguimos viagem...de Cusco para Ica, a grande produtora de vinho e pisco (obra prima peruana).

 

 

Bebidas alcoólicas movem a economia de Ica, uma cidade de clima extremamente seco, a duas horas do pacifico, de lá seguimos para o muito esperado Oasis de Huacachina.

 

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Huacachina é uma cidadela aconchegante, no meio de montanhas de areia, com um lindo lago no centro. Tão escondida contudo muito conhecida pelos turistas, que se apresentavam em grande quantidade.

 

 

Não consegui ver a Lua em nenhum dos poucos dias que passei lá, ficamos hospedados em uma "habitación", aparentemente caro, contudo por poucos soles, uns 25 se não me engano, ficamos hospedados em uma espécie de pousada, com agua quente e piscina, todos tem piscina lá, mesmo assim lotam o lago durante todo o dia.

 

 

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Huacachina é radical - SandBoarding, Hally de Buggy, etc... Alugamos nossas pranchas e seguimos para as dunas... turistas como nós, não lembramos da agua e nem da temperatura da areia, mas a diversão foi garantida.

 

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As noites era calma, a orla da grande lagoa enchia de gente, muitos hippies e lanchonetes muito boas, comida americana - Hamburger com fritas - muito bem servido, boa quantidade e preço intermediário.

 

Mas nada se comparou com o por do sol em Huacachina...

 

O reflexo do sol avermelhado no lago e nas areias...

 

 

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Por do sol

 

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PARACAS - ICA / PE

 

Seguimos de Huacachina passando por Ica pra Paracas - Islas Ballestas. Habitação de muitas espécies marinhas e passaros do litoral, principalmente aqueles que adoram peixe, o porto pesqueiro "EL CHACO" de Paracas atrai diversas espécies diferentes.

Por 60 Soles, cerca de 37 reais, fazíamos um passeio de lancha até as grutas onde habitavam leões marinhos, pinguins e garças, pelicanos e muitas gaivotas.

 

No caminho até as ilhas onde haviam as grutas passamos por um dos principais pontos turisticos da região O CANDELABRO, escavado em pedra e coberto das areias dos morros das pequenas ilhas. Não se sabe com que objetivo foi feito nem quando ao certo, poderia ser um ponto de referencia ou um símbolo sagrado, contudo estava ali algo deixado ao mistério...

 

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Seguimos para as grutas, na pequena embarcação havia gente de toda parte, notei de imediato, três franceses gigantes sentados atrás de mim, com vozes grossas e bicos falavam sem parar. O guia falava das espécies de animais e de como foi povoada aquelas ilhas por pescadores nativos, contudo, para preservar a fauna local retiraram todos das ilhotas.

 

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Havia um belo Cais velho onde as gaivotas usavam como puleiro e uma edificação antiga na ilha, provavelmente um pequeno porto pesqueiro.

 

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O velho Cais

 

Os leões marinhos não pareciam se incomodar com tantas fotografias e descansavam, alguns faziam movimentos sincronizados

Muitas fotos e voltamos para o porto, era hora de comer, olhamos a pequena cidadela e paramos em um restaurante pequeno, não me recordo bem o que comemos, acho que foi peixe, nessa região a comida é agradável, podíamos não comer pollo (frango), coisa que não conseguimos fazer na bolívia, e onde tem turista tem comida boa.

 

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Voltamos então para Huacachina na van da pousada que estávamos hospedados, pretendíamos seguir viagem logo no dia seguinte mas já havia muito caminho andado por terras estrangeiras e poucas enfermidades nos atingia, um dos nossos caiu com Infecção Urinaria, não havia farmácia, pelo menos não conhecíamos, muito menos hospitais por lá, mas tínhamos um kit medicamentos, e foi o necessário. Atrasamos o roteiro, ficamos mais uma diária não planejada, logo que passou esse dia, já havia sinais de melhora, pelo menos uma leve recuperação, e podíamos então seguir adiante.

 

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Seguimos rapidamente para ICA em um táxi - único meio de transporte do pequeno Oasis e conseguimos um ônibus que estava de saída, em 20 minutos embarcamos rumo a NAZCA.

 

 

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Garças

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NAZCA / PE

 

Até Nazca foram duas horas de viagem, Nazca era uma opção no roteiro, não tínhamos certeza se deveríamos ir, mas quando se está lá é difícil renunciar algo, mesmo sabendo que desestabilizaria o roteiro.

 

O plano era passar rápido por Nazca, não dormir para evitar atraso no roteiro. Lá havia de interessante linhas misteriosas, fomos descobrir os mistérios de tais linhas...

 

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Chegando na rodoviária, dois jovens se aproximaram e de forma muito simples ofereceram táxi, hospedagem e um pequeno pacote com o sobrevôo das misteriosas linhas, sinceramente desconfiei, e pensei que tínhamos poucas baixas até o momento, e que essa poderia ser uma delas, mas, tantos riscos corremos, eu tinha poucas informações sobre Nazca e precisávamos dessa oportunidade, seguimos com "os caras".

 

Nos levaram ao aeroporto e lá descobrimos que precisaríamos dormir na cidade, só iria sair mais um avião teco-teco e, já estava cheio. Nos levaram então ao hospedagem que trabalhavam e por 15 soles dormimos em Nazca, com "baño compartido" e internet. Acessível.

 

 

 

O aeroporto ficava muito distante e não teríamos chegado lá se não fosse "os caras", eles realmente facilitaram nossa estada em Nazca.

 

 

Naquele mesmo dia fechamos o passeio do dia seguinte e o momento que realmente senti que teria um belo furo no orçamento da viagem, 50 dólares era o sobrevôo.

 

 

As 8 horas da manhã estávamos de pé, seguimos para o aeroporto...

 

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Linhas de Nazca - Passaro

 

As Linhas de Nazca eram um conjunto de misteriosos desenhos lineares feitos por povos que habitavam aquela região árida do Peru a muito tempo atrás, formavam desenhos semelhantes a passaros, formigas e até macacos.

 

 

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Linhas de Nazca - Macaco

 

O Guia e piloto, apesar de estar manobrando um monomotor explicava, olhando para um pequeno mapa, cada figura e o que parecia ser aos olhos dos pesquisadores, alguns diziam que haviam sido feitos por alienígenas devido a precisão das linhas que se formavam em proporções quilométricas, era realmente impressionante a dimensão delas e a perfeição das imagens. ::grr:: A cada explicação o guia-piloto tentava olhar para as 5 pessoas a bordo e seu corpo (e mãos) acompanhavam seus olhos, o que tornava o passeio mais emocionante pois o pequeno teco teco balançava feito uma gangorra, pra lá e pra cá. Não houve nem um minuto se quer que eu não tivesse certeza que estávamos caindo, cada vez que o piloto falava algo eu esperava que fosse: - Estamos caindo. Eu sinceramente nunca mais farei isso. Prometo! ::dãã2::ãã2::'>

 

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::essa::

 

Nossos estômagos estavam completamente embrulhados, alguns nem pela janela olhavam após algumas manobras, para mim foi tempo suficiente pra afirmar que não pretendo fazer isso novamente, saindo do pequeno avião, em uma aterrissagem realmente desesperadora fomos esperar nossa carona até a hospedagem no chão lateral do aeroporto, e só nesse momento percebi que aquilo que eu sentia não era nada incomum, acredito que mudaria de idéia quanto ao passeio se tivesse prestado mais atenção as pessoas, algumas estavam verdes, outras azuis, mas a maioria simplesmente sem cor. Paguei tão caro pra passar mal, mas era uma etapa da viagem, as linhas eram muito interessantes e não teria a mesma graça vê-las como você as vê nesse momento, em fotos. ::xiu::

 

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Partimos nesse mesmo dia em um bom ônibus para Arequipa, por 70 soles, precisávamos realmente de descanso, comemos umas quentinhas na rodoviária pois não queríamos perder tempo. Nazca não era uma cidade bonita, vivia do turismo, mas não atraia em nada, só havia uma coisa que me chamou alguma atenção, haviam belos carros tunados...

 

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Linhas de Nazca - Formiga

 

 

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AREQUIPA / PE

 

O caminho de Nazca para Arequipa é até agora o mais belo, diferentes vegetações, muitas horas de viagem pela costa do imenso pacífico, muitas praias desertas e pequenas cidades costeiras. Vi daquele Ônibus um belo entardecer pacífico...

As areias finas cobriam a estrada asfaltada que seguíamos foi a parte mais interessante do trajeto, parecia que um imenso deserto acabava ali, a beira mar, e nós humanos intrusos tentando afastar as areias e passar, 20 min. após essa foto, já haviam guardas de transido, tratores e tudo mais a logo a frente, todos lutando contra a natureza e tentando abrir caminho para ônibus e carros...não sei de onde vieram pois pelo que via só havia areia e mar naquele lugar.

 

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Em Arequipa pegamos um táxi na rodoviária e dissemos a frase se sempre: - Para la Plaza de Armas quanto vale? e por 5 soles fomos a praça central da cidade, para lá encontrar um hostel bem localizado, já era tarde cerca de 1h da madrugada e precisávamos achar um lugar para dormir, pagamos 25 soles por "habitación" com baño e o melhor "agua caliente".

 

Na manhã seguinte decidimos procurar algo mais barato ainda, já que precisava economizar mais ainda depois de

Nazca, e encontramos um por 20 soles e mudamos.

Fomos então conhecer a bela Arequipa e nos surpreendemos com a beleza da cidade, um das mais belas praça de armas que encontrei, nele encontramos restaurantes, agencias para os passeios, confeitaria - belos bolos, e o que mais fosse necessário.

 

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Para conhecer a bela cidade de Arequipa fomos procurar um City Tur, já que a cidade era muito grande, precisávamos de direção pra conhecer os melhores lugares e deu certo, encontramos uma bela paisagem do vulcão EL MISTI [FOTO] que está em atividade, porém soltando apenas gases, com seus 5825m de altura. por apensa 35 soles conhecemos a cidade e aproveitamos para fechar com uma agencia (a mais barata dentre as 5 que fomos) o mais esperado de Arequipa o Vale del colca.

 

 

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No City Tur passamos por belas praças e igrejas coloniais belas, campos de plantação e parques com alpacas e llamas.

 

No dia seguinte seguimos para a cidadela de Chivay para pernoitar e seguir no outro dia cedo, muito cedo as 4:30am para o Canion del Colca, ver os condors no seu café da manhã.

 

 

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os campos de cultivo da cidade de Arequipa

 

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Alpaca

 

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VALE DEL COLCA / PE

 

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CHIVAY

 

Chegamos a Chivay[FOTO] ao meio dia, uma cidadela pequena, passagem de turistas que seguem pro Canion del Colca, mas bem preparada pra receber tais pessoas, nós estávamos tentando economizar mas nesse passeio foi muito difícil, cada parada precisávamos comer e não tínhamos opções só a que eles nos ofereciam.

 

A primeira parada foi em um restaurante com as principais comidas típicas do PERU e sinceramente a minha segunda melhor refeição no país, a primeira, mesmo me envergonhando de dizer foi em Cusco na lanchonete do palhaço americano (Mc Donald's), não que seja uma boa opção, mas depois de tantos dias, me alimentando de comidas das quais não tinha costume, foi como um Oasis no deserto... Porém voltando a segunda maravilhosa refeição[FOTO] tinha de tudo, batatas - todos os variados tipos - legumes, massas, carnes de alpaca, assado, cozido, muito pollo (frango), e o que mais me surpreendeu: CUY[foto], apesar de ter gosto de frango, mas era um porquinho da índia, bom que foi preparado semelhante a um strogonoff, porque se eu visse qualquer parte semelhante a uma dessas fofas criaturas não teria coragem de fazer isso.

 

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Naquele mesmo dia após as refeições seguimos para as piscinas naturais de Chivay, piscinas com aguas termais, pagamos 10 soles para entrar no clube, as temperaturas chegavam a 39°. haviam piscinas abertas e cobertas. Logo que chegamos o frio nos fez entrar na mais quente, mas logo comecei a cozinhar, me lembrei do Cuy e fui pra de 38° que apesar de parecer pouca a diferença, na carne parecia muito, um banho agradável no meio de muitas pessoas tão brancas que pareciam já estar ali a muitas horas, como as galinhas caipiras que minha tia cozinhava.

 

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Ao redor muitas montanhas e um vale por onde descia um rio, nem comparamos com as de Aguas Calientes, pois essas eram muito maiores e mais agradáveis, e não tinham cheiro de enxofre!

 

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Saindo das piscinas fomos para o hostel que ficaríamos hospedados para no dia seguinte subir o Canion del Colca - Vale dos Condors, estávamos cansados da longa viagem de ônibus e de tudo que se passara no agitado dia, só tivemos tempo de tomar banho, havia um restaurante que recebia os turistas diariamente, com muita musica, dança e comidas típicas, prontos para ir, aguardamos na porta do hostel os outros, e lá conhecemos um grupo de franceses, eram 4 mulheres e um homem, mulheres estranhas, e o homem, mais ainda, eu estava morrendo de frio, com luva, toca, e ele com uma bermuda floral acima do joelho e havaianas, não acreditei quando vi e até comentei, mas franceses são franceses, pode-se esperar tudo deles, seguimos para o restaurante e assistimos uma banda tocando musicas andinas e danças tradicionais e muito divertidas, no restaurante conhecemos alguns italianos que já haviam morado em diversos lugares do mundo, inclusive no brasil e estavam conhecendo o Peru, foram convocados a dançar com os peruanos e foi uma grande diversão, serviram o delicioso Pisco e sopas de entrada...

 

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Uma noite agradável. Contudo, precisamos voltar logo, pois sairíamos muito cedo para ver o Canion. 4:30 am fomos para o refeitório do hostel comer rápido para seguir viagem, um chá de coca pra abrir os pulmões e a tradicional geléia com pão.

 

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Ao amanhecer saímos e a caminho do canion passamos por lindos vales[FOTO] com hortas e um pequeno vilarejo menor que chivay, no qual um homem apresentava uma águia domesticada[FOTO] - ainda me surpreendo com a perfeição dessa foto quando a vejo - nesse pequeno vilarejo encontrávamos uma capela e meia dúzia de casas, era passagem para o Canion.

 

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Chegando no Canion lá estava dezenas de pessoas aguardando para ver os Condors em sua refeição matinal.

 

Cruz del Condor

 

Conseguimos com muita dificuldade e espera ver 3 condors, mas eles voam muito longe e apesar de serem muito grandes, com a distancia pareciam pardais, o canion é muito grande e profundo. Uma bela paisagem, e me fez pensar, como pode ter sido feito uma rachadura desse tamanho, e a resposta só Deus tem.

 

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Lá no topo do Canion encontrávamos uma grande cruz de pedra, com escritos que diziam: Cruz del Condor.

 

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A volta dessa viagem foi fria e sonolenta, a altitude nos deixa meio lerdos, chegamos a uma altura considerável de 6.288m. No ponto mais alto deixei a tradicional pirâmide de pedras...

 

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Retornamos a Arequipa e como já havíamos comprado a passagem para Tacna no pacote do Vale del Colca, ficamos mais descansados, chegamos as 5 horas com partida marcada para as 9 horas da noite em direção a Tacna, nesse meio tempo fomos a uma Lan House descarregar as fotos e manter contato com os brasileiros e o mais inesperado aconteceu, reencontramos companheiros de viagem que fomos obrigados a deixar em Cusco já que ficaram doentes alternadamente e não tinham como seguir conosco, tínhamos ido de La Paz à Cusco com eles e voltamos a reencontra-los em uma surpreendente conhecidência.

 

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Canion e o observatório de condors

 

 

Nós precisávamos seguir naquela noite, tomamos o café da noite juntos, em uma lanchonete - um belo cachorro quente peruano e hamburgeres e eles partiram na manhã seguinte, ficamos de nos encontrar no Chile, na cidade de Iquique, cidade que não estava propriamente em meu roteiro, mas não pude deixar de acrescentar.

 

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TACNA - ARICA / CHILE

 

Chegamos a Tacna as 03 horas da manhã e aguardamos até que a fronteira abrisse, as 06 horas. Tínhamos pressa, e assim que surgiu o primeiro ônibus para Arica, seguimos. Um ônibus velho, parecia não pertencer a nenhuma agência rodoviária, as passagens eram compradas no próprio ônibus por dez soles. O ônibus oficial que seguia para o Chile só sairia mais tarde. Dentre os passageiros haviam comerciantes com muitas mercadorias, principalmente papel higiênico, o que mais se via. À minha frente, um homem comia uma coxa de frango com farofa dentro de um saco plástico, sujando toda sua redondeza. Quando vi aquilo senti pena, e recordei que não tinha tomado o meu café da manhã ainda, e meu estômago me lembrava disso. Na fronteira, considerada na américa do sul a mais exigente e rigorosa, não permitindo nada de gênero animal e vegetal, um longo tempo de espera. Todos desceram do ônibus, em seguida, raio x nas bagagens, cães farejadores e fiscais. Nesse momento, lembrei novamente daquele pobre velho que comia frango, pois por culpa dele a demora foi maior, os cães farejadores encontraram frango e farinha por todo ônibus. A mulher que cobrava as passagens, com toda pressa, varreu cada grão de farinha para que ultrapassássemos os limites do Peru e entrássemos no Chile, uma região desértica e plana. Conhecemos três colombianos mochileiros que também seguiam o nosso mesmo trajeto. Voltamos para o ônibus e continuamos a viagem por mais algumas horas. Soubemos depois, que aqueles amigos que outrora fizeram malabarismo na cidade de Ollaitaitambo enquanto esperávamos o trem para Águas Calientes, tiveram que deixar suas bolinhas de malabares para traz porque continham arroz dentro.

 

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Chegamos por volta das 09 horas em Arica, nossos amigos, que marcamos para nos encontrar em Iquique, chegariam alguns dias depois de nós. Poderíamos ficar em Arica, mas achamos mais conveniente seguir logo para Iquique, que pelos relatos era uma cidade mais atraente.

Compramos passagens por 10.000 pesos para as 11 horas seguir para Iquique ( 1 dolar equivale a + ou - 500 pesos). No meio tempo que tínhamos antes de partir, fomos conhecer a principal e mais famosa praça da cidade e tirar algumas fotos.

 

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Mil maquinas nunca farão uma flor

 

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O deserto encontra o mar

 

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IQUIQUE / CHILE

 

quique é mais uma das belas cidades do norte do Chile e Sul do peru que apresenta um cenário interessante: de um lado as dunas de um deserto e do outro o belo pacifico. Conseguimos uma habitación por seis mil e quinhentos pesos - para mim, uma fortuna! Cerca de 13 dólares. Até o momento o maior valor de estadia.

 

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Saímos logo no primeiro dia para conhecer a bela cidade, Pub's e lanchonetes legais, supermercados grandes (até agora o primeiro que encontramos em toda a viagem). Compramos frutas frescas e suprimentos (chocolate e barras de cereal) para as viagens. Fomos em busca das praias, no caminho, belos carros tunados, 4x4, BMW's, etc. Passavam por nós ao som do tradicional Reggaeton no volume máximo.

 

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As praias são belas, excelente infra-estruturar, uma orla de madeira e jardim com um pequeno zoológico, apresentando animais pouco vistos naquela região, jacarés e tartarugas. Tive a oportunidade de molhar meus pés no pacifico, não tínhamos muito tempo, por isso não tomei um bom banho. Iquique anoitece depois das 20:00h da noite, as 18:00h as praias ainda então lotadas de pessoas.

 

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Mandamos email informando o hostel em que estávamos para os companheiros de viagem que estavam com roteiro semelhante ao nosso, tínhamos nos separado novamente em Arequipa e agora nos encontramos em Iquique, eles ficaram em um hostel um pouco distante, mas almoçamos juntos.

 

Era época de eleição e a musica estava nas ruas, com dançarinas e fogos de artifício.

 

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Tínhamos planos de ficar dois dias em Iquique e partir para San Pedro de Atacama, contudo, motivos maiores nos atrasaram. Eu atravessara dois países que levavam a fama de contaminadores de doenças, e resisti, mas em Iquique fui atingido, após comer uma oleosa batata-frita com hambúrguer em uma lanchonete, comecei a passar mal, vomitei pelos “dois lados”. Eu não fui o único entre nós a ser vitima dessa infecção ou virose, quando um conseguia ficar melhor o outro caia na cama. Dois dias fiquei de cama[foto], muitos quilos perdi, os supermercados nos foram muito úteis, compramos frutas frescas típicas de regiões desérticas, ameixas, pêssegos, damasco, etc.

 

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No terceiro dia, quando já estava quase recuperado dos sintomas partimos de San Pedro de Atacama. Gostaria de ter aproveitado mais a cidade de Iquique, mas haverá outra oportunidade.

 

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Pacífico

 

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Um deserto a beira mar

 

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Llamas ::hãã2::

 

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San Pedro de Atacama / CHILE

 

 

Chegamos a San Pedro debaixo do sol do deserto, nossas mochilas foram retiradas do bagageiro do ônibus como se fossem sacos de lixo por um cobrador mal educado, sinceramente pisei com pé esquerdo em San Pedro, e de mal humor, tinha acabado de acordar, mas eu estava disposto a não deixar que nada me desanimasse, estava muito longe de casa e tinha acabado de me recuperar da doença que me atingira em Iquique.

 

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San Pedro é uma cidade no meio do deserto, completamente seca, e lotada de turistas, diria que 75% da população, sinceramente, até hoje fico intrigado, não é possível que todas aquelas pessoas estivessem ali pelos passeios que um deserto oferece, poucos passeios eram realmente atraentes, e todos caros, tinha algo por traz daquilo tudo, e um dia volto lá para descobrir...

 

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Conseqüentemente, tudo na cidade era muito caro, hospedagem, alimentação, artesanatos, etc. Fomos em busca de hospedagem, levamos tempo, e batemos em todos os albergues e hostes, andamos e andamos, muita poeira nos pés e um sol muito quente[FOTO], encontramos em fim um albergue que negociamos, e conseguimos o preço de 6.000 Pesos chilenos, barata em comparação as demais e com uma excelente estrutura. O quarto era dividido para oito pessoas, com quatro beliches[FOTO], éramos cinco nesse momento. Nós racionávamos tudo, estávamos chegando ao fim da viagem e o dinheiro também se acabava, pelos meus cálculos o dinheiro não daria, mas a melhor coisa a fazer era parar de calcular e começar a economizar mais e mais. Mas era difícil economizar, a água, o que mais consumíamos era muito cara, uma garrafa de 2 litros chegava a custar 4 reais.

 

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Os telhados das casas eram cobertos de areia, a cidade era toda de uma só cor, a cor do chão do deserto. No meio da cidade havia uma praça bem arborizada com alguns lugares para sentar, comer, e apreciar a diversidade de gente e cultura que passa de um lado para o outro, durante todo o dia. Pouco se vê nativos.

Marcamos o passeio do deserto até o Salar de Uyuni na Bolívia para o dia 15, com chegada na cidade de Uyuni no dia 17. fechamos o passeio com a Colque Tours[FOTO] por 120 dolares.

 

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Nosso almoço era pizza, melhor coisa custo-benefício, conseguiamos ficar satisfeitos por mais tempo e economizávamos mais. Pagávamos 2.500 Pesos por um café da manhã[FOTO] o equivalente a 5 dólares, se comparado com o Brasil o preço era semelhante, mas para nós que estávamos acostumados a pagar 12 Bol por um prato de comida, que equivalia a 3 reais o preço estava caro, mais do que planejavamos pagar.

Uma lição eu aprendi, vá nos lugares mais caros logo no inicio da viagem! nos sobrevivemos a San Pedro e marcamos a viagem para o Salar de Uyuni o mais rápido possivel, não podiamos passar nem mais um dia devido ao valor da cidade.

 

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Telhados de areia

 

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Praça Principal

 

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Deserto de Atacama - CHILE

 

Iniciamos a viagem de 3 dias, cruzando o deserto de atacama e entrando na Bolivia pelo deserto de sal o Salar de Uyuni.

Saimos bem cedo no dia 15, levando duas garrafas de 5 litros de agua e alguns pães pra viagem, fomos em uma van até o posto que dariamos baixa em nossa estadia no Chile e enfrentamos uma longa fila até conseguirmos essa façanha, talvez umas duas horas, voltamos para a van, a qual nos levou até certo ponto onde seria nossa transação da van para os 4x4 – os carros apropriados para a travessia.[FOTO] Cada carro comportava 6 pessoas, eramos 5, conhecemos então um mineiro que segiu conosco completando o grupo.

 

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Logo nos primeiros quilometros de viagem seguiamos para um horizonte sem fim diante de um vulcão[FOTO] bem desenhado e imponente que não nos deixava saber a que distancia estava de nós, era extremamente alto, talvez estivesse a muitos quilometros, ou talvez não tão longe, mas aparentemente era inofensivo e inativo.

 

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Nosso motorista era um boliviano nascido na cidade de Uyuni, muito simpatico e ouviu boa parte da viagem as nossas musicas brasileiras, contou um pouco de sua vida, de sua juventude trabalhando como extrator de sal para consumo no Salar de Uyuni.

 

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Usavamos mascaras cirurgicas para evitar um pouco do excesso de poeira nas narinas e garganta, e casaco, luvas e toca. Apesar de se tratar de um deserto, por sinal um dos lugares mais secos da terra o frio é constante, os ventos são cortantes e sem oculos a poeira não te deixa abrir os olhos.

 

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No primeiro dia conhecemos a primeira Laguna do deserto, a Laguna Verde. Uma bela paisagem. Depois, paramos pra descansar e utilizar o banheiro em uma pequena cabana, um banheiro realmente interessante com um buraco no vaso sanitário por onde se via uma montanha recheada de moscas, e ao lado, um balde contendo cinzas no lugar de uma descarga, você utilizava o banheiro e jogava algumas pás de cinzas.[Foto]

 

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Nesse ponto ainda, encontramos uma piscina de águas termais, a água mais quente que já senti, havia a dificuldade de tirar as roupas e entrar na água devido ao frio, e ao mesmo tempo, havia uma dificuldade maior ainda de ficar dentro da água cozinhando. Lembrei-me do que era choque térmico e tudo que se fala sobre, mas não senti nada incomum, só um grande frio e um extremo calor.

 

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Seguimos de lá em direção a um vale de gigantescas pedras com diversas formas, pedras moldadas pela erosão dos ventos, conhecemos também o deserto de Salvador Dali, famoso por sua semelhança com os famosos quadros do pintor, o qual nunca teve conhecimento do lugar.

 

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Passamos a noite em uma Hospedaria, com banheiro compartido com todos e quartos para sete pessoas, comemos, como de costume na região, uma sopa de entrada e uma macarronada como prato principal, o frio me fez estender o saco de dormir sobre a cama, e sobrevivi a noite. Cedo estávamos de pé.

 

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O segundo dia seguimos pelo deserto até algumas outras lagunas, é fantástico como pode haver água no lugar mais seco do mundo, descobrimos no segundo dia que a maioria das lagunas eram de águas tóxicas [FOTO], placas nos avisavam para não acender cigarros, os flamingos por sua vez não se deixam intimidar e vivem nesses habitats.

 

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A diversidade de flamingos era impressionante, um deles se destacava pela beleza e era o que dava maior trabalho para sair nas fotos, passavam o dia se alimentando da imensa quantidade de pequenos seres que vivem nessas coloridas lagunas.

 

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Chegamos a uma pequena cidadela de mineiros no meio do deserto por onde passava algumas linhas de trem, alguns trens velhos não utilizados e materiais para construção de ferrovias, muitos crianças brincando, e mineiros passando,provavelmente seguindo para as minas. [FOTO].

 

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Estávamos indo em direção ao deserto de Sal e aos poucos o cenário ia mudando, víamos pequenas casas, algumas "fazendas" com lhamas e alpacas, pessoas cinzentas pela poeira do deserto e alguma vegetação, pouca, Cactos em sua maioria.

 

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Salar de Uyuni - BO

 

O deserto de Sal da Bolívia, uma incrível mancha branca no mapa. Em algumas épocas surgem rachaduras na superfície, em outras fica completamente alagado.

Nosso objetivo principal da viagem estava chegando, e o fim da viagem também, era o terceiro dia do passeio, atravessamos o deserto e entramos em território boliviano.

 

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Hospedamo-nos em um hotel a beira do deserto de sal, através dos gigantes vidros de lá se podia ver a dimensão do deserto, quartos para seis, um banheiro por quarto, com agua quente. A noite, depois da refeição, muitas pessoas conversavam, jogavam, e eu, fui assistir um filme de ação com um boliviano funcionário da hospedaria, no refeitório, deixamos as baterias e pilhas das maquinas carregando e fomos dormir.

 

O motorista nos permitiu ir sobre o carro[FOTO], junto às malas, não é todo dia que temos uma estrada tão boa, sem buracos ou barrancos, sem fachas, só e somente SAL. Apesar do frio, e do vento cortante, arriscamo-nos. Em alguns pontos do Salar pode-se ver "ilhas" com grande vegetação de cactos, e em uma exclusivamente, uma pequena estrutura para turistas, explicando as dimensões e utilizações do Salar.

 

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A ilha do Salar

 

Paramos no meio do branco deserto para tirar umas fotos e conferir se realmente aquilo tudo era sal, meu paladar confirmou! Completamente salgado. Uma das coisas mais impressionantes que já vi, e chegando perto do fim da viagem, analisávamos as melhores coisas, os melhores lugares, e sem duvidas esse lugar estava entre eles. O prazer e ver e sentir torna as coisas mais valorosas, nenhuma fotografia ia me impressionar mais que poder tocar e analisar como algo tão diferente pode existir, um lugar coberto de sal.

 

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Foto apartir da Ilha

 

Chegamos à ilha e fomos desbrava-la, no topo tinha alguns mirantes, para termos noção da extensão do deserto, na ilha encontrávamos uma pequena quantidade de gente, pessoas que moravam na cidade de Uyuni (cidade responsável pelo Salar), e haviam alguns animais, llamas - como em toda parte, cães treinados, etc.

 

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Saindo do Salar, seguimos em direção a um ponto turístico do local, o Hotel de sal, todo feito de sal, por dentro e por fora, antes foi utilizado como hospedaria, mas para conservação do lugar se tornou apenas ponto turístico. Paredes, mesas, cadeiras, camas, estatuas, tudo de sal. Obras de arte.

 

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ealmente um longo dia, finalizamos o passeio na cidade de Uyuni. Na encosta do deserto moravam as pessoas que trabalhavam no Salar, em sua grande maioria, extratores de sal para consumo. Compramos alguns artesanatos feitos de Sal, comprei um pote pintado com alguns dados dentro, dados pintados, me lembraram das pequenas pedrinhas de açúcar do desenho do Pica-Pau.

E satisfeitos finalizamos nossa travessia pelo deserto de Atacama e pelo branco Salar de Uyuni.

 

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hotel de Sal - Piscina e área de lazer

 

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sala de estar de sal

 

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Uyuni - Potosi / BO

 

Bom, essa etapa da viagem realmente não foi tão detalhada, estávamos realmente sentindo que era a volta pra casa. Chegando do Salar fomos direto comprar nossas passagens de saída da cidade de Uyuni, passagem para as 6:30 em direção a Potosi por 35 bol. em seguida fomos conhecer a cidade e comer alguma coisa, havia milhares de pizzarias, mas por incrível que pareça nenhuma tinha pizza! Achamos então um quiosque tocando Bob Marley e lá ficamos, passamos a tarde por lá, comemos hambúrgueres, batatas fritas, refrigerantes e aqueles brasileiros juntos, comendo e bebendo atraiu outros brasileiros, e quando se formou 13 brasileiros ao nosso redor inicio-se uma sessão de cervejas, e outra e outra, não os acompanhei mas ri muito, disso lembro bem, quando chegou perto da hora de pegar o bus, as 17:30, todos foram atrás de banheiros para descarregar a cerva e continuar a aventura.

 

A viagem durou até as 1:30AM, logo que embarcamos no ônibus algo estava estranho, havia milhões de moscas dentro do ônibus, por todos os lados, fomos espremidos nos fundos e as moscas nos sobrevoavam, procurei e procurei o motivo, mas até hoje continua um mistério, no ônibus haviam baldes no chão e as pessoas entravam com mais baldes, e logo descobrimos que todos aqueles baldes eram pra servir de assento logo que todos os bancos estivessem ocupados.

 

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Chegamos então a Potosi e tínhamos decidido não parar para dormir, e sim deixar para parar em Sucre, contudo eram 1:30 da manhã e não tinha mais ônibus para Sucre, as ruas estavam cheia de papeis e não aparentava ser uma cidade tão legal como haviam falado, achamos um taxista que nos ofereceu transporte até Sucre, e por 250 bol. fomos apertados em um carro para Sucre, ficou 50 bol. para cada.

No caminho descobrimos que a cidade estava suja daquele jeito porque durante o dia funciona um mercado ambulante, uma feira de produtos de todos os tipos, e pela madrugada é feita a limpeza, de toda aquela "Basura".

 

Seguimos então durante duas horas até Sucre...

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Sucre / BO

 

Chegamos em Sucre no meio da madruga, o taxista nos levou em um hostel perto do Plaza de armas e tivemos que acordar o recepcionista que dormia atrás do balcão em uma cama improvisada, tinha sido um dia muito longo, e foi um enorme prazer chegar em uma cidade tão bela, se comparava com La Paz em beleza e historicidade.

 

Sucre foi a primeira capital da Bolívia e atualmente é a capital constitucional e judicial enquanto todo governo administrativo fica em La Paz. Passamos dois dias em Sucre, nossa principal atividade foi conhecer a cidade, economizar dinheiro para voltar pra casa e descansar.

 

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Sucre apresenta uma das mais famosas Universidades da Bolívia, uma cidade com uma grande quantidade de jovens, também tem um comercio alternativo de prata, no qual eu comprei um pingente por 35 Bol. menos de 10 reais.

 

Passávamos boa parte do tempo no Plaza, conversando, tirando fotos, circulando e conhecendo as redondezas, achamos até um atacante brasileiro sub-05[FOTO]

 

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Comemos em lugares ótimos e nos impressionamos, não esperávamos encontrar uma cidade tão bem preparada. com a escarces do dinheiro, fomos diminuindo muito a qualidade de nossas refeições e evitamos muitos lugares legais, demos mais prioridade a pão e mortadela dos mercados e nachos bolivianos, começamos a buscar lugares mais populares, lugares que os bolivianos fazem suas refeições, encontramos então, uma especie de feira, cheia de barraquinhas montadas, cada uma servia uma coisa, cachorro-quente, carne, comidas de todos os tipos.[FOTO]

 

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Soubemos que havia algumas atrações para turistas na cidade, coisas relacionadas a parques arqueológicos de dinossauros[FOTO], mas depois de 25 dias de viagem por lugares maravilhosos, pouca coisa nos impressionava, e preferimos nos concentrar na volta pra casa.

 

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Seguimos no segundo dia pela manhã para a rodoviária de Sucre afim de comprar nossas passagens para Santa Cruz de La Sierra, e não fazíamos ideia de onde era, pegamos então um coletivo, enfrentamos um transito horrível e por fim conseguimos, de informação em informação.

 

Uma rodoviária precária e muito diferente do resto da cidade, pelo menos o resto que estávamos convivendo, a rodoviária ficava longe do Plaza de armas e eu percebia que assim como todo lugar o pobre subúrbio estava ali, logo atrás da beleza do lugar. nas calçadas Cholas com suas crianças e muitos ambulantes vendendo coisas e alimentos, um deles me chamou a atenção, vendia um pequeno copinho de gelatina com um único biscoito Cream Cracker enfiado nela por 50 Cent.

 

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Os ônibus eram precários, muito precários, e já que não tínhamos dinheiro, então optamos pelo mais barato, ressaltando - o ônibus mais barato dentre os piores de uma cidade boliviana - assim se formou uma historia que vou contar no próximo post.

 

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Voltando para Casa / BO - BR

 

O retorno para casa iniciou-se efetivamente em Sucre a caminho de Santa Cruz de la Sierra, a famosa - Estrada da Morte. Nós pegamos um péssimo ônibus em Sucre devido à escassez de dinheiro (80 Bol.) e, lembramos do que aconteceu à 15 dias, quando estávamos em Cusco, no noticiário ouvimos que um ônibus despencou ribanceira abaixo exatamente na estrada que estávamos prestes a encarar, todos morreram inclusive alguns turistas como nós, o abismo era muito fundo, não sobrou nada do Ônibus. Nosso maior desafio em estradas, a mais perigosa de toda viagem.

 

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Iniciou-se a viagem. Despedimo-nos de Sucre e parei para observar os passageiros, Cholas com seus filhos, alguns barulhos de animais, talvez um cachorrinho e galinhas, crianças chorando. Um ônibus popular de uma classe de pessoas que lutam pela sobrevivência. Nessa viagem percebi como as Cholas realmente fediam, um cheiro repugnante, mas minha preocupação maior não era essa, a cada 100 metros o ônibus parava e o motorista descia para observar e mexer na frente, e isso se repetiu pelas primeiras horas da viagem, havia rumores que o problema das interrupções na viagem se davam devido a problemas nos freios, mas no fim da viagem descobrimos que viajamos durante todo aquele tempo sem a primeira marcha. O tempo ia passando e uma chuva forte começou a iniciar-se do lado de fora do ônibus, logo depois iniciou do lado de dentro. Goteiras grossas e geladas me atormentavam, vesti a capa de chuva e senti nos pés, pequenas marolas que iam e vinham, o ônibus estava cheio de água, ao meu lado as Cholas dormiam no chão alagado.

Eu sentia sensação de desconforto e fadiga, aos poucos a chuva torno-se granizo, e o barulho era forte no teto do ônibus, eu olhava para o vidro do motorista e não via absolutamente nada, o dia ia escurecendo, ao lado podia-se ver um abismo e lá no fundo jorrava muita água e formava-se riachos e corredeiras, contudo, quando achávamos que nada mais podia piorar o ônibus parou novamente, e percebi que não era porque da macha, ou do motor, havia uma corredeira forte na frente de nós, descia a montanha passava pela pista com força e jogava-se no abismo ao lado, todos se levantaram atônitos, e quando perceberam que o motorista estava disposto a arriscar uma travessia começaram a gritar "no, no. no" e dizer para que não tentasse tal loucura, contudo, como um veterano de guerra ele acelerou, o máximo que pode. Nesse momento eu me afastei da janela, tinha certeza que tinha chegado minha hora, e seria um triste fim, pedia a Deus mais uma chance, mas estava convencido que era tarde de mais. O motorista acelerou e com toda velocidade entrou na correnteza que moveu o ônibus alguns centímetros para esquerda em direção ao abismo, mas, Deus teve piedade, e logo que a travessia tinha sido concluída, havia palmas e risos, todos estavam convencidos que tinham recebido o direito de viver novamente, o motorista louco agora era um herói, e nós não saímos no noticiário.

 

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Apesar de termos passado o pior, ainda havia alguns suspenses, toda estrada era de chão e estava em constante desgaste, só passava um ônibus por vez apesar de ser uma estrada de circulação dupla, isso significava que para que um outro pudesse passar um tinha que parar, mas não pareciam se importar e viravam curvas a toda velocidade, quando se encontravam e tinham que esperar ficavam a beira do barranco, eu via a estrada se desfazendo embaixo dos pneus traseiros, não consegui pregar os olhos e a tensão não me deixava... até a conclusão da viagem. Chegamos em Santa Cruz, vivos, e com todas essas historias para contar, nada poderia ser pior que aquilo então, não foi difícil chegar em casa, eu contabilizava 100 dólares e precisaria pegar ainda 3 conduções e viajar 61 horas. Encontramos alguns brasileiros que estavam iniciando a viagem, tinham um grande azar, uma nota de 100 dólares rasgada, e contamos um pouco de nossas aventuras e passamos alguns conselhos.

 

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Comendo biscoitos e coisas baratas pegamos o trem da morte novamente até Corumbá e com um táxi chegamos a rodoviária em cima da hora da saída de um ônibus para o Rio de Janeiro. Foram no total: 13 horas de Sucre a Santa Cruz de la Sierra + 18 horas no Trem da Morte + 30 horas de Corumbá ao Rio de Janeiro. Totalizando 61 horas.

 

Uma grande aventura que durou 32 dias...

Uma grande experiencia que vai durar toda uma vida...

 

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THE END... ::mmm:::bruuu:::mrgreen:

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Oiii, estou adorando sua trip. A minha começará em junho. Estou imaginando o frio que você passou no Chacaltaya em pleno verão! Imagina em julho... ::Cold::

Vou virar pinguim na certa!!! :lol:

Aguardo ansiosa sua continuação.

Abraços

 

 

 

Menina, Mt frio mesmo, um dos amigos que estavam conosco passou mal e deu um trabalho pra gente, mas o pior é que estavamos com luvas de lã e meias tbm, e tenis comum, meus dedos dos pés e das mãos doiam dormentes!

 

:)

vc vai adorar a viagem! tem q estar preparada , com o espirito preparado! tudo é novo, nada tem q ser como agente quer, tudo é como é! :)

 

Boa sorte! :)

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Cara, ótimo relato!! Fotos excelentes!

Só fez aumentar minha ansiedade, pois estou de partida em 16 dias!

Parabéns pela trip.

Abraço.

 

Brother, Sensacional, 16 dias eu tava desesperado já!!!

cara começei a pesquisar e preparar um roteiro 6 meses antes, a ansiedade era profunda e desesperada!!!

 

mas a viagem é louca, excelente! vc vai curtir mt!! ::ahhhh::

 

aproveite tudo, as pessoas, a cultura, compre coisas, vá com mochila vazia pra trazer, lá paz é o lugar de comrpar, baratoo!!! e mt legal!!

 

Boa Viagem Brother!!!

 

Aguardo o retorno com o relato! ::cool:::'>

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Que lindas as tuas fotos!!!

parabéns!!!

 

Deia, Obrigado! me esforçei como pude pra ter fotos legais ::hãã2::

 

To pesquisando alguns posts teus, minha proxima viagem vai ser a Ushuaia, ainda não começei a planejar roteiro, to calculando custos e percursos ainda... mas, ta mt legal teus postes, com detalhes uteis, vou tentar postar detalhes como preços e hospedagens aqui tbm em breve...

 

::lol3::

Abçs

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Oi Icaro,

 

Maravilhosa suas fotos!!! Como disseram aí em cima, só faz aumentar ainda mais minha ansiedade!!! Tô indo no final de maio e fico 10 dias cravados, mas só vou fazer Peru. Pensei em sair de Cuzco e descer até Arequipa pra pegar o Canion do Vale do Colca. Você chegou a passar por lá. Ah, tô indo sozinha! Tu vê algum problema?

 

Valeu e parabéns pela trip!

 

Milena

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