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Japão - Aventuras Nipônicas - 14 dias na terra do sol nascente.


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Olar pessoar, tudo bem?

 

Estou narrando aqui neste post e no meu blog as aventuras que eu tive no Japão, entre os dias 05 e 18 de junho de 2014. Muitas das valiosas informações eu colhi neste fórum.

 

Uma das melhores partes da viagem é contar. A outra, é ver fotos. E a terceira é relembrar (estou atualizando o post novamente quase um ano depois).

 

Vou colocar os capítulos um a um aqui. O link deles segue abaixo:

 

1º dia: A chegada:

http://revoando.com/2014/06/06/japao/

 

2º e 3º dia: Desventuras em Hakone

http://revoando.com/2014/06/06/japao-dias-2-e-3-o-imprevisto

 

4º dia: Kyoto a melhor representação do Japão.

http://revoando.com/2014/06/11/kyoto-melhor-representacao-do-japao/

 

5º dia: O caminho do Bambuzal e o Santuário dos Macacos

http://revoando.com/2014/06/11/o-caminho-do-bambuzal-e-o-santuario-dos/

 

6º dia: O Buda Gigante e os Parques de Nara

http://revoando.com/2014/06/24/o-buda-gigante-o-parque-dos-veados-e/

 

7º dia: O portão do mar, a ilha de Miyajima

http://revoando.com/2014/06/14/relatos-do-japao-o-portao-do-mar-e/

 

8º dia: Os incríveis templos de Nikko

http://revoando.com/2014/06/24/relatos-do-japao-os-incriveis-templos/

 

9º e 10º dias: Os Parques de Ashikaga e Hitachi

http://revoando.com/2014/06/26/relatos-do-japao-os-parques-de-ashikaga/

 

11º dia: De volta a Tokyo

http://revoando.com/2014/06/28/relatos-do-japao-de-volta-para-tokyo-10/

 

12º dia: Museu Ghibli e o Robot Restaurante (melhor dia!!! ::otemo:: )

http://revoando.com/2014/07/01/tokyo-do-museu-ghibli-ao-restaurante/

 

13º e 14º dias: A Despedida

http://revoando.com/2014/07/02/relatos-do-japao-despedida-rumo-ny/

 

INTRODUÇÃO

Algum tempo atrás decidi fazer uma viagem muito louca e ousada. O Japão, Nihon, a terra do sol nascente. Sabe quando alguém lhe pergunta: para onde você vai viajar, e você responde jocosamente que irá ao outro lado do mundo? Quando eu fiz isso me bateu um estalo. Eu sempre gostei de cultura japonesa e pensei: porque não?

 

Após alguns três meses planejando, fazendo mapas e pesquisando lugares, meu sonho se tornou realidade. Embarquei para Tokyo via aeroporto de Narita. Uma das questões que pegou pra mim foi o fuso horario e o fato de eu não conseguir dormir na nave. Pois foi o que aconteceu. A primeira perna foi de São Paulo a Houston, voo da United Airlines. Apesar de ser no período noturno, fui o tempo todo acordado. Nessas horas eu queria ser mais cara de pau. O avião estava com menos da metade da lotação e eu poderia ter pedido pra mudar de lugar (tinha gente dormindo deitado naquela coluna com três cadeiras), e talvez tivesse dormido. Fica de lição pra próxima viagem. 10 h depois eu cheguei em Houston, fiz todo procedimento de imigração e mala e aguardei embarque para Narita. Só que dessa vez o avião estava lotado e tive que me contentar com meu lugar. Dormir mesmo foi no máximo duas horas, muito em razão do cansaço. O lado bom foi que pude estudar, ler e ainda vi três filmes. Isso porque o voo durou 13 fucking horas.

 

Narita. A porta de entrada do japao. O aeroporto é enorme e muito bem sinalizado em inglês. Mas as vendas de alimentos são todas em japa mesmo. Tem coisas que eu nunca vou saber o gosto. Tirei dinheiro num caixa. Achei muito bom que a máquina também apresentava em língua portuguesa, talvez devido ao número de brasileiros que tem aqui.

 

Depois da burocracia, desci as escadas e fui pegar um trem. Tinha lido que poderia pegar um cartão numa máquina e realmente o fiz - peguei um bilhete pré pago que é realmente útil, o PASMO CARD. Ainda estou aprendendo a usar o metrô da cidade, é muito complexo em tamanho e alcance, mas simples de usar. Um japa me indicou o Sky line, que iria diretamente até a estação do bairro de asakusa,donde pegaria mais um trem para descer na próxima Kuramae. Depois lembrei que acabei pegando um trem mais caro. Mas estava chegando em "casa". Ate eu descobrir que no mesmo trilho passavam três linhas diferentes, foram 15 minutos de arranhar japonês, fazer mímica e tentar decifrar o mapa. Pudera, nós brasileiros não estamos acostumados com esse nível de organização. O povo daqui é muito inteligente- eles aprendem japonês logo quando crianças.

 

No caminho vi como Tokyo está ocidentalizada, bem parecida com outras metrópoles da América, especialmente dos Eua, muito pouco daquilo que imaginamos como cultura japonesa.

Cheguei no hotel eram 3 da tarde daqui. Exatamente doze horas de diferença. Mesmo cansado, sabia que não poderia dormir, afinal tinha que me acostumar ao fuso. Aproveitei para resgatar a dignidade da minha pessoa humana,: fiz a barba e tomei um banho depois de longas 36 horas com a mesma roupa.

Fui até uma loja da seven eleven. Elas estão em todos os lugares, são uma espécie de mini mercado bem eficiente e tem máquinas que aceitam retirada de moeda com cartão internacional. Fora itens de limpeza, muito bento (marmitas japonesas). O preço não era nada salgado, até mais barato que as padarias japonesas. Tem café, pão, manga, etc. E uma banana, isto mesmo, UMA, que custava o equivalente a dois reais.

 

Fui para um dos lugares mais visitados, a cerca de 15 min andando do hotel - o templo Senso-Ji. Acompanha algumas fotos. Infelizmente não visitei a parte interna pois já passava das cinco. As fotos passam uma boa impressão mas o lugar é melhor presenciado do que descrito. É fantástico. Tem um portão enorme, uma feirinha e um templo propriamente dito, fora outros menores, um edifício do tipo Pagoda, entre outras coisas. Como ainda era cedo e luminoso, decidi ir até a recente Tokyo Sky tree, uma torre de mais de 300 metros com observatórios e restaurantes. Nao imaginei que a caminhada duraria mais de 40 min, e demorou. Ainda, a chuva começou a apertar, e quando cheguei lá já não valia mais a pena subir, porque já estava mais escuro e extremamente nebuloso. Eu sabia que a temporada era de chuvas, só não sabia que chovia tanto. Mas nada que um paulistano não estivesse acostumado. Como eu tinha me guiado pela torre, voltar não foi uma tarefa fácil, já estando escuro e com as placas todas eram japonês. Fui mais por instinto mesmo em uma direção, de acordo com a minha posição em relação a torre. A caminhada seria longa e eu decidi tirar a dúvida com um grupo de japoneses que estavam em frente a uma rua. Perguntei: Ego ga hanasemasuka? Isto é, se algum deles falavam inglês e eles me indicaram um deles. Ele disse que ia me levar para o templo. Eu só queria confirmar a direção da rua e saberia voltar, mas os japoneses sao muito educados e fazem tudo que puderem pra te ajudar. Eu fiquei com dó, e falei que não precisava. Mesmo assim o Sr. Asari caminhou comigo por meia hora embaixo de uma chuva forte. Não sabia como agradecer o favor que ele me fez, só sei que o gesto dele foi muito legal. Eu sei que na vida tem certas coisas que nos não podemos retribuir na hora. Por isso acho que devemos ajudar outros da mesma forma que nos ajudaram. É o que farei.

 

A chuva até que foi boa por um lado. O templo estava bem mais bonito e eu pude tirar fotos muito melhores do que aquelas que fi-lo durante o dia.

A exaustão começou a bater e eu comi em um restaurante indiano no caminho. Uma comida de excelente qualidade por cerca de 20 reais. E logo eu que sou viciado em Curry.

 

Cheguei no hotel e pude atualizar as pessoas. Dormi feito uma pedra. Acordei as sete da manhã daqui e comecei o segundo dia da minha jornada.

 

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Capítulo 2 - Estadia em um Ryokan e o imprevisto

 

Arrumo minhas coisas para a hora do parto.

O K's House Asakusa é um hostel excelente, os cômodos são confortáveis. Não falta tecnologia e costumes: os banheiros são cheios de botões, você tem que tirar os sapatos para entrar (azar dos outros hóspedes), as camas são baixas e uma mesa é típica para ficar ajoelhado. Em três minutos chega-se na estação mais próxima.

 

Fui tomar um café da manhã em tese típico, em um local perto. Digo "em tese" porque é obviamente influenciado pelo ocidental. O prato, morning setto, vem com duas generosas fatias de pão meio torrado mas fresco, com uma dose de manteiga reforçada, acompanha salada de pepino, repolho e milho, e chá verde com leite. Tudo pelo equivalente a 12 reais. Se fosse no Brasil cobrariam 20 fácil. Mas uma vez os japoneses confundiram quando eu perguntei se aceitava cartão, e tive que pagar com dinheiro.

 

O proximo destino: Hakone.

 

Parto para a estação central do metrô. Após ativar o meu passe, é hora de ver do que os japas são feitos. Vou pegar um trem bala. O comboio parte exatamente as 12h26 para chegar 13h08 em Odawara. Tudo escrito na reserva e cumprido fielmente. Assim como no metrô, os anúncios do sistema de som e letreiros também estão em inglês, algo que Sao Paulo, a cidade mais visitada por turistas do Brasil, também deveria fazer. Como a viagem pode demorar um bom tempo, os japoneses costumam trazer comida e comer no trem. Algumas composições até tem serviço de bordo.

 

É realmente muito rápido, bem mais do que o metrô comum. E te leva de um lado a outro do Japao por um preço justo.

 

Cheguei facilmente a estação Odawara. A partir dai eu parti para Hakone Yumoto, o bairro mais turístico da cidade. A minha ideia era chegar rapidamente no hotel e dar um rolê.

 

A cidade é conhecida por ser o lar de um vulcão e inúmeras termas naturais. Comprei um passe que me permitia pegar todos os meios de transporte do local ilimitadamente. O primeiro é um trem que seguia por meio de uma mata. Chovia muito mesmo e eu pensei em comprar um guarda chuva quando chegasse na minha estação. Desci em Gora e lá peguei o segundo meio de transporte diferente: um funicular, ou cable Car, como é chamado aqui, que subia montanha acima. Três estações depois eu desci em Nakagora. Nada do que eu esperava: o local não tinha infraestrutura, somente uma saída para minha rua. Então não pude comprar guarda chuva e ainda não sabia se estava na rua certa. Andei e encontrei um hotel. Parecia um cachorro molhado, mas mesmo assim a atendente fez mimica para me mostrar que o meu hotel era na próxima quadra. E não é que ela me deu um guarda chuva de presente?

 

Eu estava em um estado lastimável, a dignidade da minha pessoa humana no menor nível desde que cheguei no japs. Esse gesto me deu alento. Enfim, vi o meu Ryokan.

 

Se tem algo que os nacionais sabem fazer bem é receber um hóspede. Essa hospedagem é tradicional do Japao. Mesmo falando pouco inglês os donos me receberam muito bem. A primeira coisa foi deixar o tênis na porta e colocar uma espécie de chinelo. O meu quarto era tipicamente japonês, com tatame, mesa baixa, futon, portas de correr, uma máquina para aquecer a água e uma janela enorme. Da qual eu poderia ver o Monte Fuji caso não estivesse chovendo tanto.

 

Nao é só isso: ainda poderia utilizar as termas (onsen) do hotel e seria servido jantar e café da manhã no estilo japonês. Eu tinha muita coisa pra ver na cidade, inclusive comer, já que não havia almoçado e já passava das três da tarde. Decidi tomar banho. Mas cadê o chuveiro do quarto? Me informaram que o banho era no onsen e que tinha horários para homens e mulheres em virtude de reforma. O cable Car era demorado e como o jantar era servido pontualmente as 18h pensei em visitar o que podia da cidade à noite. Ledo engano.

 

Esse negócio de tira chinelo põe chinelo troca chinelo me deixou confuso. Devo ter ofendido muitos costumes japoneses e deuses shinto porque me esqueci várias vezes. Ainda tinha um Yukata, que é o que chamamos de kimono no Brasil. Não sabia se tinha que colocar na hora ou para dormir. Mesmo o meu guia do lonely planet não me informava muito como me portar no local.

 

E para usar as termas? Só tinha visto algo parecido em animes. Basicamente eu tinha que ficar pelado, me lavar e entrar numa fonte de mais de 40 graus. Mas não estava sozinho, la apareceu um japonês de Chiba e um australiano. Fiz amizade com eles. Engraçado porque o japonês só falava por meio de mimica mas a gente conseguia se entender. A água era cheia de minerais e deu para relaxar bastante. Mas estava muito quente e eu fiquei só 20 minutos. Os locais chegam a ficar por horas.

 

Tomei mais uma sova de cultura japonesa no jantar. A liberdade é fichinha perto do prato que me ofereceram. Algumas coisas eu nunca vou saber o que eram mesmo assim eu comi. Outras eu não sabia se eram decoração. Bom eu estou vivo e inteiro então não fizeram mal.

 

Quando perguntei se eu poderia sair depois do jantar o dono me disse que o trem já estava fechado, para minha decepção. Resolvi então relaxar e ir para o meu quarto. O cansaço da viagem longa bateu cedo e eu simplesmente cai na cama quando subi, mesmo afim de descer nas termas novamente. O lado bom foi que antes os australianos que estavam no hotel eram gente boa e fiquei conversando um bom tempo com eles. Ainda bem, porque precisava colocar meu inglês em prática.

Enquanto isso a chuva não parava e ficava cada vez mais pesada. A diferença para o verão de Sao Paulo é que na terrinha tem raios e trovões aos borbotões.

 

Acordei decidido a tomar café e finalmente conhecer os pontos turísticos de Hakone. Tomei um último banho no onsen. A refeição foi mais um show, parecia até um almoço - arroz, salada, peixe, conservas, chás e ????, e ainda ???? . Aí veio a surpresa e o primeiro imprevisto da viagem: devido a fortíssima chuva todo o sistema de transporte da cidade estava interrompido. Ficamos esperando alguns minutos, eu, um casal de Hong Kong e o da Austrália. Nessa hora pecou não falar nada de japonês porque não entendiamos nada do que falava o dono do hotel. Algo como deveríamos esperar um táxi ou coisa assim, ou até reabrirem o trem. O problema é que depois de duas horas ficamos impacientes. O objetivo de uma viagem nunca é ficar parado. Decidimos ir a pé até uma das estações centrais para pegar um trem que nos levaria ao começo da cidade. Meia hora depois, para nossa surpresa ela também estava fechada. As nossas opções eram esperar abrir, pegar um táxi ou voltar a pé. Quem me conhece já sabe qual eu escolhi. Nesse meio tempo de decidir o que fazer conversei bastante com o Wayne e a Holly, os australianos. A chuva não parava de jeito algum, ainda mais numa região montanhosa. Chamados de loucos e corajosos, decidimos ir a pé até a estação Hakone Yumoto. Debaixo de chuvas e carregando malas. Não tinha nada a perder, afinal não gosto de ficar esperando. O tempo previsto era de 1h30.

 

Andamos andamos andamos e andamos. E andamos. E andamos mais ainda. Vimos muitos templos shinto e budistas, cachoeiras e rios. Depois de meia hora pegamos um táxi (uma das razões de não fazê lo na estação foi uma fila enorme e um tempo de espera de mais de 4 horas).

 

O motorista não entendia nada de inglês, e nós, nada de japonês. E olha a confusão do japa era tanta que depois de uns dez minutos ele deixou a gente num lugar desconhecido, falando coisas ininteligíveis e apontou para uma loja que não tinha absolutamente ninguém, mas pelo menos não nos cobrou nada. Depois de muita mimica conseguimos achar o caminho para a estação, andando do lado da rodovia. O caminho todo durou 2h30 e chegamos bem cansados, e bem mais magros. E foi assim que eu não conheci Hakone, mas sim 13 km de estrada.

 

Passando das 3h da tarde, valia mais a pena ir direto para o próximo destino: Kyoto.

 

Mas isso fica para outro post.

 

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Kyoto - a melhor representação do Japao

Assim como a novela começa com um apanhado do que aconteceu no último capítulo, vou começar minha narrativa remetendo às intempéries que enfrentei em Hakone.

 

Durante o longuíssimo tempo que acompanhei os australianos estrada Yumoto abaixo, ficamos nos perguntando o porque do nosso hotel, que buscou nos tratar tão bem, não podia nos levar para a estação que estava aberta? Havíamos perguntado tal para o dono, mas ele disse que não eram dele as duas confortaveis vans que estavam em frente ao hotel. Não acredito muito, e nesse ponto noto que mais de uma vez em hotéis no Brasil, quando chovia ou não era muito perto da estação, os donos já me deram uma fortunosa carona. Ponto para o Buradiro!

 

Enfim, durante a viagem no shinkansen, combinei com o Wayne e a Holly de irmos em um Neko Café (um café onde tem gatos!), onde nos encontrariamos, e depois seguiriamos até uma região conhecida como Pontocho, da qual falarei depois. Felizmente a chuva passou e eu pude ver raios de sol, uma raridade nesse Japão chuvoso. Melhor ainda, eu consegui ver o Monte Fuji, o que não deu em Hakone.

 

Quanto mais falava com eles mais percebia que eles eram loucos como eu, porque para nós não tinha cansaço ou tempo ruim, vide as três horas de andança sob chuva. Tanto que do nada a australiana pega um livro e começa a ler. Não tinha nada de mais, mas o título do livro é: como fazer sexo como a Jenna Jameson, com centenas de fotos ilustrativas. Para quem não sabe, ela foi uma atriz pornô das mais famosas.

 

Eles também me falaram que amaram o Tropa de Elite, especialmente o primeiro, e que são fãs do Wagner Moura. Pudera, o cara é bom.

 

Só que chegando no hostel, o cansaço bateu forte. Felizmente o local era perto da estação. Tirar aquelas meias molhadas e tomar o banho era tudo que queria. Demorei mesmo, porque estava bem cansado. Com isso eu cheguei atrasado ao local de encontro. Até encontrar o tal Neko Café foram 15 minutos. Nada de placas ou qualquer indicativo. Tudo na base do summimasen!

Então fiquei sabendo q o local já estava fechado. Resolvi ir para as cercanias do pontocho, o bairro que os estrangeiros tinham me indicado. Se tem um lugar bonito a noite, é este. Mais um melhor visto e compreendido do que falado. As fotos descrevem uma parte que pode ser resumida em: uma longa e estreita rua de calçadão, cheia de restaurantes típicos, lanternas e a presença de algumas geishas. E não, infelizmente não consegui tirar fotos com nenhuma! As que lá estavam passavam correndo.

 

Mas lá notei a presença gratificante de muitos japoneses, a maioria jovens, vestindo kimonos e yutakas, tal como faziam os antigos, igual ao que se vê nos filmes. Se não eram maioria, não eram poucos. O japonês é realmente orgulhoso de sua cultura.

 

Meus pés já estavam doendo e um deles pulsava de tanto andar. Quando eram depois das nove eu encontrei os australianos, mas eles já tinham comido. Estava exausto e com fome, então foi um tempo de tirar uma foto e combinar para ver se faríamos alguma coisa no dia seguinte. A sugestão foi ótima: o museu internacional do mangá!

 

Na volta passei em uma casa de curry, são muitas no Japão. O prato concorre com os lamen no posto de mais pedido. Eu diria que é o arroz e feijão japonês. Ah, o cardápio também estava em português!

 

No momento em que escrevo isso estou com uma defasagem de dois dias dos relatos. Nos últimos dois dias fiz tanta coisa, mas tanta coisa mesmo que fica difícil lembrar de tudo. Então quando voltar no Brasil faço uma mega revisão e coloco mais fotos.

 

Voltei para o hostel. Salvei o game e hora de dar shutdown no sistema operacional. Porque o dia seguinte seria muito puxado. E foi! Mas foi o melhor dia até então.

 

8 de junho de 2014

Viajar sozinho não é difícil, mas também não eh bolinho não. Eu não gosto de andar carregando malas ou mesmo qualquer coisa na mão. Gosto de liberdade para andar, correr, sem me preocupar com pertences. Lógico que isso é praticamente impossível, sempre tem q levar carteira, e claro, câmera para todos os lugares. Nessa viagem eu decidi levar o mínimo existencial de mudas de roupa, umas cinco, o suficiente para conseguir autonomia durante quatro dias. Para isso tive que lavar a roupa no hostel, e depois dessa experiência, definitivamente vou comprar uma secadora de roupas. E muito mais prático e as roupas nos novos apartamentos em São Paulo praticamente ficam secando na cozinha.

 

Devia ter lavado no dia anterior, porque eu acordei bem cedo e esperei abrir a recepção, as 8, para poder fazer isso. Com isso, entre tomar café e me trocar, e secar e me preparar, quase duas horas foram comidas.

 

E por falar em comida fui tomar café perto do hotel. E aqui eu sempre busco aplicar o meu lema, e um dos dez mandamentos da viagem: não comerás no Mcdonalds. Sério. Porque não faz sentido algum você ir a outro país para comer um big Mac. O mesmo se pode dizer de outras redes de fast food, a não ser que a comida seja japonesa. O Starbucks se salva em parte porque tem Wifi e alguns drinks exclusivos. Mas eu também não fui neste.

 

 

Enfim, meu morning setto foi sanduíche, bacon e ovos mexidos. Para compensar a ocidentalidade do antepasto pedi um café bem japonês - gelado e com gelatina em cima. Valeu a experiência. De sobremesa um doce que vocês poderão visualizar nas fotos. E bota doce nisso.

 

Hora de visitar o que Kyoto melhor oferece: os templos. Para isso a melhor opção foi comprar um passe de ônibus diário ilimitado. A cidade oferece alguns onibus especializados em pontos turísticos, tudo com sistema sonoro atualizado e também em inglês. Foi o que eu fiz. Peguei o bumba número 100, com destino ao pavilhão prateado, no leste de Kyoto.

 

O nome do templo é Ginkaku-ji. Logo na entrada, além das antiquíssimas edificações, um jardim de areia com desenhos, e mais jardins de flores, lagoas e pedras. Tudo detalhadamente organizado e equilibrado. Eu sugiro que jogue fora todos os preconceitos e definições de religião nestes templos, aproveite a historia e especialmente, a atmosfera.

 

Para servir de local de retiro após o fim do seu shogunato no Japao (a maior autoridade à época) Ashikaga Yoshimasu mandou construir este templo, à moda do que tinha feito seu avô, mas, ao invés de dourado, seria folheado à prata. Como se pode ver pelas fotos, esta última etapa nunca foi feita.

Escadas e mais escadas. Assim como outros templos de Kyoto, uma cidade cercada por montes, o pavilhão foi construído em uma encosta.

 

 

Na visita, como em muitas ocasiões aconteceu, um grupo de japonesinhos em excursão de escola me parou pra fazer uma entrevista. É bom porque já vou treinando pro Jô Soares. As perguntas eram de onde eu vinha, o que fazia, etc.. no fim eles me deram um Tsuru de origami de presente.

Uma coisa interessante nos templos de Kyoto é que as ruas que levam a eles costumam ser cheias de lojas de lembranças e souvenires. É uma atração por si só! Aproveitei o momento cara de pau e pedi uma foto com as japonesas vestidas de kimono. Uma coisa que não falta na cidade é chá verde. Eles fazem inúmeros doces e pratos. Eu não podia deixar de experimentar e comprei um sorvete. O gosto não é aquela maravilha, mas é diferente. A invenção combina.

Na saída do templo, após um riacho, começa um caminho a beira rio que dura cerca de 20 minutos, com entrada para pequenos templos, lojas de artesanato e restaurantes. Tudo bem cuidado, como se fosse em jardim.

 

O lugar tem um nome extremamente poético: o caminho do filósofo, em homenagem ao professor de filosofia da universidade de Kyoto, Kitaro Nishida, que fazia suas caminhadas diariamente lá.

 

Perto da saída do caminho, encontra-se um templo enorme, dedicado ao budismo. Ao que parece os demais que visitei eram Shinto, mas ainda preciso checar essa informação. O nome: Eikan-do. E de tudo o que eu visitei até agora, eu me arrisco a dizer que não existe lugar como esse para se sentir no passado e criar uma atmosfera de nutrição de fé, arquitetura em equilíbrio com natureza e património cultural feito pelas mãos humanas.

 

Este merece a célebre adjetivação de fantástico. As escadas e corredores de madeira, as milhares de estátuas douradas, o buda, e principalmente as pinturas dos quartos, representando especialmente a fênix, o tigre e o dragão, são um banquete para os olhos. Mas destes, nada de fotos. E acho melhor assim. Como uma frase do filme A vida secreta de Walter Mitty, as vezes você não estraga um momento tirando fotos. E este lugar eleva ao máximo está máxima, porque no último andar, na última sala, se encontra uma estátua magnífica, cuja história, que eu vou colocar depois, me deixou impressionado. Trata-se do Buda olhando para o lado.

 

Aquele lugar me deixou inspirado e ainda eram três da tarde quando fui para outro templo caminhando. Eu simplesmente tinha esquecido de almoçar, e não tinha fome. Estava excitado demais com a visita, para não perder um momento sequer e comer me tiraria uma valiosa hora.

Cheguei no Heian-do, um conjunto de templos e pagodas com uma entrada de areia que dá uma panorâmica perfeita. O interior do templo tinha divindades e belas atrações, mas o q pegava mesmo era o jardim do fundo, cheio de lagos, espelhos d'água, pedras, flores, tudo ordenado de forma milimetricamente equilibrada. Mais um melhor presenciado do que falado ou capturado. a construção se deu em 1895, para comemorar o 1100° aniversário da fundação de Kyoto.

 

Feliz porque ainda restavam mais duas horas de sol no dia, me dirigi até o Sanjusangen-do, templo construído em homenagem à deusa Kannon. Infelizmente, aquela hora já fechado. O outro ponto qye eu queria visitar era o pavilhão dourado, mas não encontrei o ponto de onibus correto e era muito provável que o local também estivesse fechado. O mais perto do onde estava era o museu de história natural de Kyoto, mas também já encerrado. Resolvi voltar para o hostel, mas, por mais cansado que sentisse, ainda queria aproveitar o dia.

 

Eu me esqueci de falar do Wayne e da Holly, mas pela manhã eu falei com ele pelo facebook, o único meio de comunicação que tínhamos, e mesmo assim, cada um somente nos respectivos hotéis. Eu avisei ter vontade de visitar o Museu do Mangá, mas sinceramente, eu preferia ver os templos, e eles queriam ir justamente as 14h. Óbvio que depois eu percebi que tinha razão em deixar o museu em segundo plano.

 

Enfim, não tinha entrado na net até perto das 18h, e nessa hora era importante saber porque tinha-os convidado para conhecer o bairro de Gion. Mas depois de passarem a manhã pedalando num bike, e no dia anterior andado as três horas comigo, eles estavam tambem cansados.

 

Enfim, eles decidiram ficar perto do hostel deles, e eu do meu. No fim, para descansar os olhos de tanto templo, fiquei tentado a ir em um Pachinko, que era só atravessar a rua. Como eu posso explicar o que é se nem eu mesmo entendi direito? A mim parece uma mistura de casino com arcade e pinball. Em suma é um jogo de azar, sim, porque você compra um número de bolinhas e pode ganhar mais. Uma cacofonia intensa marca o lugar. Certamente passa de 100 decibéis. Não é como bingo, tem adultos de todas as idades. Quanto a isso, parece que os japoneses não tem muito preconceito do lugar. Por curiosidade ainda vou jogar em uma, mas soh depois que eu descobrir como funciona.

 

Queria ver os preços da cameras na biccamera, uma loja do país bem famosa, mas teria que entrar novamente e atravessar a estação. Decidi ir em um shopping do lado de onde estava, já que já passava das 19 e eu não comia desde a manhã. O Kyoto Yidabate tinha 6 ou mais andares, organizados de acordo com o tema. Por exemplo logo no primeiro andar tinha o que? Cameras. E vocês não vão acreditar na quantidade de aparelhos, periféricos, materiais e acessórios. Todo o setor de cameras, arrisco dizer ser maior do que muitos shoppings de sao Paulo. E isso SÓ de cameras. Era tanta coisa que fiquei perdido. Eu já não sabia qual era a melhor e cada vez que andava via uma diferente. Várias máquinas daquelas acoplaveis, para corrida, bike, asa delta. Sao as famosas go pro e similares. Com certeza mais baratas que no Brasil, mas eu preferi não comprar nada até saber usar uma câmera. A minha é simples mas é potente e tenho a menos de seis meses, então não tenho pressa nenhuma. Quase compro uma impressora de fotos, que não estava cara, mas toda em japonês não rola. Fica de opção para os EUA.

 

Ainda deu para passar no departamento de roupas, mas elas estavam até um pouco mais caras que no Brasil. No andar de cima, instrumentos musicais, videogames, TV e DVDs. Tudo naquela variedade que falei. Em japonês.

 

Tinha enrolado mais duas horas e n tinha comido. Corri para o andar de cima e entrei em restaurante com menu em inglês, mas o nome em japonês. Pedi um frango teriyaki, e pra beber, vi que eles serviam Shochu, uma bebida destilada de arroz, que não é Sake. Experiência por experiência, foi pra provar, porque o gosto não diferia muito de outros destilados.

 

Se no dia anterior eu andei quase 5h no total, hoje eu tinha andado 10h. Logo minhas pernas, estalando, criariam músculos nos músculos. Então estava exausto, e para minha surpresa, queimado. E não é que esse negócio de sair no sol queima mesmo?

 

Cai na cama e apaguei.

 

Ps. Eu simplesmente esqueci de um templo. Kiyomizudera. E e um dos principais. Depois atualizo o post com as informacoes, mas as fotos estao aqui.

 

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O caminho do bambuzal e o santuário dos macacos - Arashayama

 

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Mais um dia que acordei cedo. Infelizmente, meus amigos australianos ja voltariam para Tokyo. Ja eu iria para a cidade de Saga-Arashayama, um dos day trips que me predispus a fazer. Distante meia hora de Kyoto, não valia a pena dormir lá, se eu iria só dar um rolê. Isso significa correria, mas tudo valeu a pena.

 

Sem necessidade de lavar roupa, pude sair cedo. Meu fito era voltar para Kyoto a tempo de visitar os três pontos turísticos que faltavam.

 

Em Arashayama, há quatro pontos turísticos muito visitados. O primeiro deles é uma das paisagens cênicas mais bonitas criadas pelo homem. Quando se pesquisa na internet os lugares mais maravilhosos do mundo, com certeza este aparecerá. Pelo menos foi o que eu fiz, e muito antes de sequer pensar em comprar passagem, este lugar e mais outros dois ja estavam na minha lista. Então, floresta dos bambuzais, check.

 

É realmente bonito, porém, curto. Trata-se de uma estrada no meio de milhares de bambus. O lado negativo é que também passavam alguns poucos mais teimosos carros. A beleza do lugar parece ter sido feita para tirar boas fotos. Basta andar um pouco e acaba a floresta. Do lado dela mais um templo, mais uma figurinha pro meu álbum. Tenryu-ji. Passei rapidamente e subi um jardim até uma vila antiga, a Okochi Senso. Todavia, afora belas lagoas, so havia praticamente uma casa vazia e uma visão para a montanha.

 

Neste dia eu já estava menos disposto, afinal todas aquelas andanças dos dias anteriores e diferença de fuso horario fizeram meu corpo sentir. Ainda faltava bem mais a visitar, porém: a ponte Togetsu-Kyo e o santuário dos macacos.

 

 

Sobre o rio Ōi cruza uma grande ponte. A brisa que acompanha a corrente é extremamente prazerosa, considerando o dia de calor no Japão. Para bem e para o mal, nada de chuva. Quando não me molhava, me queimava.

 

Finda a caminhada, começa o parque que tem uma longa caminhada de morro acima, cheia de escadas e com várias curvas, em direção a um parque em que vivem a única espécie de macacos no Japão. Apesar de trabalhosa para quem já estava mal, a subida valeu a pena. Lá tirei uma das melhores fotos da minha vida. Com pelo branco amarelado que adquire contornos dourados no sol e prateados na neve, esses primatas de cara vermelha são bichos fantásticos e temperamentais. Tanto é uma placa tinha um quiz, que perguntava: do que os macacos japoneses não gostam? 1 - de que se aproximem, 2- de que os toquem e 3- de que os olhem nos olhos. Claro, a resposta são todos os três. Eu como bom brasileiro testei a última. Olhei um macaco nos olhos e ele me olhou, e não tocou nenhuma música, ele começou a chiar para mim e até eu descer teimava em me encarar de minuto a minuto. Acho que ele me marcou na lista de vinganças. Por isso eu olho duas vezes antes de entrar nos trens, vai que ele está lá.

 

Eles vivem no topo do monte, de onde pude ter uma bela visão de Kyoto. Comprei comida para dar para eles e aí eles se aproximavam.

 

Hora de voltar para Kyoto. Eram 14h da tarde e ainda poderia visitar um ou mais lugares. Mas antes almocei em um restaurante. Quando percebi, o menu era vegetariano, quiçá vegano. Como eu não desperdiçou uma experiência assim, pedi um prato com saque, arroz integral, conservas, uma substância no palito que eu provavelmente nunca vou saber o que é, e especialmente capa de tofu com temperos diversos. Eu gostei, e olha que nunca fui fã de tofu.

 

De volta em Kyoto, fiquei tentado na visita de um estúdio e locações, ou seja, o Projac japonês, que ficava no caminho do trem. Réplicas perfeitas de vilas a casas antigas, bem como roupas e acessórios de época e um parque de diversões. Interessante né? Porém, me arriscaria a perder a visita no pavilhão dourado.

 

Estava certo. Mais um templo absurdamente bonito. Eu sou chato com visitas, mas dou o braço a torcer, lá me senti no japao feudal. Mais jardins, mais lagoas. Mas, diferente do templo do seu neto (o prateado), o Kinkaku-ji é realmente folheado ao metal que lhe adjetiva. Depois de mais algumas entrevistas com japoneses escolares e descolados, dei uma volta no templo, que era curto. Um pouco de história: o lugar também foi construído por um Shogun - Ashikaga Yoshimitsu, e foi reerguido e reformado várias vezes, a última depois que um monge fanático botou fogo na edificação em 1950. Aliás, no Japao é assim: caiu, ruiu, queimou? Reconstrói, não importa o tempo que demore. Posso dizer que alguns lugares estão a décadas em.manutenção porque os japoneses são melódicos e perfeccionistas: tudo tem que estar o mais próximo possível do que era e ser feito da forma que foi.

 

Ja passava das 16h deu resolvi ir para o Castelo de Nijo, que foi a residência de alguns Shoguns. Infelizmente, eu não estava tao perto, e quando cheguei as portas ja estavam fechando. Se encerrava aí o meu ciclo de templos de Kyoto, porque o outro provavelmente também estaca fechado.

Mais ainda era de dia e eu queria aproveitar tudo que pudesse do Japão. Corri para o Museu Internacional do mangá. Este sim estava aberto, mas por mais meia hora apenas. Tirei mais boas fotos de uma exposição que estava sita, mas nao deu tempo de ler uma revista sequer no extenso e convidativo gramado em frente ao prédio, que fora uma escola.

 

Ó Kyoto dos mil templos, cidade das bicicletas e do chá verde, ainda lhe visitarei, e quem sabe, algum fortunoso dia aqui morarei.

 

18h da tarde e eu me lembrei que estava na rua do Neko Café. Não podia perder a oportunidade e la me dirigi. No caminho, uma grata surpresa da qual eu não me lembraria se não passasse por ela - a loja de 100 yenes, o equivalente a nossa de 1 real, mas com uma qualidade bem diferente de produtos (parecendo os EUA). Como por exemplo refrigerantes de dois litros. Não pense que era tudo furreca não, era coisa boa. Fui pegar um Ginger Ale, um refrigerante a base de gengibre que não tem no Brasil e do qual sou fã de carteirinha. Fui feliz e tranquilo pagar com minha moeda de 100 yenes, porque custava 95. Mas esqueci das taxas e deu exatamente 101 yenes. Vocês acham que a caixa me deixou levar? Estamos no Japao amigo, e nem ela deixou, nem ninguém dá fila me ajudou. Ponto para o Brasil aí. Quantas vezes eu só precisava de alguns centavos e me deixaram levar, ou mesmo no onibus quando descobri ter perdido dinheiro pagaram para mim.

 

Mas tudo bem, afinal eu iria no café, e poderia comprar aquele refrigerante outra hora.

Nekokaigi Café. Em um edifício sem placa em inglês, subo no segundo andar e pago a salgada entrada de 800 yenes, quase 21 reais. O que a gente não faz para viver uma experiência diferente. Fora isso ainda tinha o café e comida para gatos, nao incluídas na entrada. O café não é para gatos.

E o que tinha lá? Gatos! Embora fisicamente parecido com a maioria dos brasileiros, eles tem temperamento diferente, parecem siameses- mais independentes e fechados. Tanto que eu fiquei um bom tempo sentado e eles só vieram a mim quando mostrei a comida. Neste dia especialmente eu comecei a testar algumas funcionalidades da câmera que não sabia nem que existia ou pra que serviam, e com os gatos eu consegui ótimas tomadas.

 

Precisava tirar uma foto dinâmica e noturna das ruas de Kyoto e andei em uma das ruas principais, Oike-dori. Lá, em frente a um prédio eu vi um monte de japoneses universitários fazendo uma mistura de pular corda, dança e break. Achei animal e resolvi observar um pouco e tentar capturar o momento. Aí duas universitárias perguntaram de onde eu era e se eu queria tentar pular também. E eu gosto de desafios, então a minha resposta foi: não! Porque aquela hora todo meu corpo estava dolorido de dias andando horas e horas, então pular, nem pensar. Os outros japoneses me cercaram e eu aproveitei para conversar com eles, que são loucos para testar o inglês, e eu tentando pegar umas dicas de japonês. Para minha surpresa, assim como eu, a maioria fazia Direito, a diferença é que já sou formado. A pergunta básica era sempre ligada à copa do mundo. Buradiro? Worldo Cup? Soccer! E o que eu estava fazendo lá. Tirei uma foto com eles e continuei o meu rolê pelo Oriente.

 

Ir para casa? Que nada. Ainda tinha mais um bairro a visitar. Gion! É o bairro das geishas. Agora me pergunte se eu vi uma? Não! Também não deixei de aproveitar. A avenida tem uma bela vista e lâmpadas estilo japones. Ao fim, mais um templo, e, mais uma vez, as fotos ficaram ótimas! A noite é muito melhor para fazer isso é felizmente lá não fechava. O grande destaque era a construção central, que parecia ter algumas centenas de lamparinas brancas que contrastavam com o ambiente escuro e o vermelho dos Torii (portão) ao redor.

 

Antes de voltar pro hostel, parei num restaurante de Okonomiyaki. Uma espécie de pizza de farinha, ovos, alface e repolho com ingredientes a minha escolha, que eu esquentava na hora com uma chapa que tinha na minha mesa. Pedi inhame assado e também chá de milho. Porque eu quero experimentar tudo o que tem de comer onde quer que vá. Mas dessa vez, não gostei da comida e nem da bebida, a primeira pesada e a segunda, chucha.

 

De volta ao hotel, o dia seguinte seria o último para a região de Kyoto. Novamente, apaguei na cama, mas tive a melhor noite de sono desde que sai do Brasil. Mas o que aconteceu em Nara fica para outro post.

 

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Estou lendo tudinho do seu blog =)

Aliás, muito legal seu relato!

Uma informação que estou tentando achar é quanto em média levar para esta viagem. Quanto você gastou por dia em Tokyo, com alimentação, deslocamento, etc?

E sempre me confundo com esse negócio de JP Railpass! vale a pena? ::mmm:

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Obrigado dcalifornia!

 

Eu vou atualizar sempre!

 

Olha, eu gastei cerca de R$ 7.500 com essa viagem, contando tudo. Já ouvi previsões, contudo, de R$ 10.000,00.

Mas aí vai do seu estilo de viagem. Eu fiquei em hostels e não liguei muito pra comer em restaurantes chiques, mas também não deixei de comer mal por valores que são justos.

 

Eu diria que em Tokyo você gastaria cerca de 150 a 200 reais por dia, contando tudo... Mas pra te dar dicas melhores eu preciso saber dos seus planos...

 

JRPass vale a pena se você visitar muitas cidades em um curto período. Se for só pra ir e voltar de Kyoto, p.ex., não vale a pena.

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Oi, André! Tudo bem?

Haha,eu estou acompanhando. Seu relato me animou muito de ir pra lá, ainda mais porque pretendo ir sozinha!

Sobre minha viagem, pretendo fazer:

Tokyo – 9 dias, com bate volta Nikko e Hanoke . Você acha que está okay ou é muita/pouca coisa?

Takayama – 2 dias

Kyoto – 5 dias

Nara – 4 dias, com uma noite dormindo no Monte Koya.

O JR Pass vale a pena nesses casos?

Isso é só um rascunho de roteiro. Não quero fazer nada super corrido.

 

Sobre hospedagem: os Ryokans, vc achou tranqüilo?=) Há opções de não dividir quarto?

Comida eu sou igual a você, nada de McDonald, mas não quero nada muito caro tb, só quero comer bem mesmo.

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Tokyo em si mesma eu deixaria cerca de 4/5 dias.

Hakone e Nikko você pode fazer bate volta sim, é legal. Talvez dormir nessas cidades, porque tem bastante coisa pra ver.

Kyoto 4/5 dias está bom. Só de templos importantes são uns 8, imagina 2/3h cada templo... Lá também tem bastante coisa pra fazer.

Já Nara, acho que não vale a pena 4 dias. Talvez 2, se você for dormir mesmo em Koya.

 

Acho que o JRPASS valeria a pena a partir do dia que você saisse de Tokyo. Por exemplo, os primeiros 5 dias em Tokyo. Você ativa o passe e vai pra Nikko, Hakone, Kyoto, Nara e Takayama, para depois voltar para Tokyo.

 

Vou te dar uma dica: pesquise o preço do JRPASS, e veja no site http://www.hyperdia.com o preço das passagens em separado. Você também pode pensar em viajar de ônibus, que sai mais barato ainda. O site é https://willerexpress.com/en/

 

Outra dica pra você se encontrar bem lá: Baixe os apps do TripAdvisor de Tokyo e Kyoto. Ajuda muito a achar bons lugares pra ficar, comer e visitar.

 

Quanto a não correr, você está mais que certa. Eu fiz essa viagem e ficou bem corrida, e certamente queria ter ficado mais tempo. Foi delicioso, mas passou muito rápido.

 

Outra dica pra finalizar: se você gosta de bicicleta, faça os tours de bike em Kyoto e Tokyo, eles são muito bem recomendados.

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As cidades são fáceis de se andar? Metrô, etc? Andar a pé é meio tenso. Hahaha! Ainda mais com mala. Inclusive, não sei se você sabe, mas tem um serviço de despacho de malas no Japão. O tempo é de um dia, então você despacha a mala e chega no dia seguinte no seu hotel. por isso, tem que levar uma muda de roupa na mochila de mão.

Os ryokans são boa opção pra quem não quer dividir quarto?

 

Quando vc voltar a Tokyo, use esse serviço também: http://tokyofreeguide.com/ São voluntários que te levam a locais de Tokyo, de acordo com seus gostos =)

 

Bem, nunca fui ao japão, mas pretendo usar estes serviços e eu li que são bons!

 

Aliás, como vc comprou o ingresso pro Museu do estúdio Ghibli? Eu sou apaixonada por eles!=)))

 

E muito obrigada por todas as dicas!<3

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São muito fáceis sim. O metrô e o sistema de trens é excelente. Eu conhecia esse esquema da bagagem, mas como eu sempre estava perto do hostel, achei mais fácil não gastar preciosos 300 yen (R$ 6,40) pra isso rs.

 

Eu já voltei pro Brasil tem quase um mês hehe... Eu acabei não utilizando o Tokyo Free Guide, mas uma colega que eu conheci lá me levou pra conhecer alguns lugares, inclusive o Kabuki. Mas é muito bem recomendado.

 

Acho que os Ryokans são como alguns hotéis, você pode encontrar baratos e caros. Acho que em geral eles são mais caros porque tem café da manhã e jantar inclusivo.

Três sites: agoda.com e booking.com. No site e no guia do Lonely Planet você encontra outras indicações.

 

Museu Ghibli você tem que comprar o ingresso lá no Japão mesmo, nas lojas de conveniência Watson. Sugiro que você faça na primeira oportunidade, porque é bem concorrido!

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