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A Pedra do Frade é um imenso dedo rochoso apontando para o céu com altitude de 1.574 metros.

 

Sua localização está entre o litoral de Angra dos Reis, na Serra do Mar e nos limites da Serra da Bocaina. Se encontra, portanto, na divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo.

 

Sua principal trilha se inicia na pequena cidade paulista de Bananal, mais precisamente em uma região conhecida como Brejal.

 

Nessa dura trilha cruzamos com vários rios cristalinos, campos abertos, mata fechada, lama, brejos, charcos… Mas tudo isto vale a pena quando chegamos ao seu cume e ficamos deslumbrados com o visual que temos lá de cima.

 

Dados da trilha:

 

Nível: Consideramos uma caminhada semi-pesada, pois no inicio ela é mais tranquila, sendo plana com ligeiros sobe-e-desce mas as 2 últimas horas para alcançar o cume são bem pesadas.

 

Duração: Nos relatos que lemos e levamos para nos basearmos diziam que a ida seria em torno de 7 horas, mas devido às condições que encontramos de muita lama e charcos que afundavam nossos pés, levamos 10 horas para ir e 9 horas para voltar.

 

Distância: 26 Km (Ida e Volta) a partir do ponto em que começamos. Se for começar na pousada do Brejal são 30 km ida e volta.

 

Planejamento:

 

Como disse acima nos relatos que vimos na internet diziam que a duração da trilha é de 7 horas e levamos 10 horas para atingir o cume. Tudo depende muito das condições do tempo e da preparação das pessoas do grupo.

 

É muito importante pegar um relato e um tracklog para GPS de um site de confiança e segui-lo à risca, pois é uma trilha totalmente em mata fechada e qualquer passo em falso você pode se perder.

 

Analisem bem a previsão do tempo antes de ir. Esta é uma trilha que não deve ser feita com chuva em hipótese alguma. Nós vimos que iria fazer sol e somente com 5% de possibilidade de chuva, por isso fomos. Mas mesmo assim pegamos o tempo nublado nos 2 dias e no primeiro dia pegamos até uma leve garoa. E mesmo desta forma nosso rendimento caiu pois a trilha tinha muitos charcos e nossos pés atolavam toda hora. Tem também rios e riachos para atravessar e com chuva a intensidade deles deve ficar maior. A subida final para o cume é de escalaminhada… Tem que subir barrancos, se agarrando a árvores e raízes e com a terra molhada o acesso fica bem dificultado. Além de tudo com o tempo ruim não tem visual nenhum. No 2º dia ficamos esperando vários minutos para poder tirar uma foto da pedra estando no mirante pois ela ficava encoberta de nuvens o tempo todo.

 

Levem bastão de caminhada (ele é indispensável!!!!), usamos muito para atravessar os rios e riachos e na hora que os pés atolavam nos charcos. A descida do cume é cruel, ele vai ser bem utilizado aqui também.

 

É indispensável também estar de calça e camisa de manga longa. Nós fomos de manga curta e voltamos com os braços acabados de tantos arranhões, pois tem horas que a mata tem muito bambuzinho no meio da trilha e você tem que ir se livrando deles com os braços para conseguir passar. Tem algumas plantas com espinhos também.

 

Outro ponto que achamos importante é deixar as mochilas sempre com a capa de chuva, pois assim corre-se menos riscos de arranhar ou rasgar a mochila.

 

Água não é problema nesta trilha, já que passamos por vários rios e riachos ao longo do caminho. Mas atenção!!! O último ponto de água é na Gruta dos Alemães, 2 horas antes do cume. Depois deste ponto não existe mais água.

 

A trilha:

 

Sexta Feira 20/06/2014:

 

Saímos de Jacareí, onde pegamos a Pamela na rodoviária e passamos por Pindamonhagaba onde deixamos nosso carro na casa do nosso amigo Samuel e fomos nós 4 no carro dele. Paramos para comer um lanche e partimos para a estrada as 21:30. Passamos por Bananal e seguimos por uma estradinha (SP247) que por uns 20 km é de asfalto e depois vira terra. Passamos pela pousada Brejal no km 33 e seguimos mais adiante com o carro. A idéia era parar o mais próximo possível da trilha. Quando chegamos em um sítio cheio de cachorros do nosso lado esquerdo vimos que à frente tinha uma porteira. Decidimos parar o carro ali mesmo na estrada (já eram 2:00 da manhã). Armamos nossas barracas na frente do carro mesmo e dormimos algumas horas para começar a trilha no outro dia cedo.

 

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Sábado 21/06/2014:

 

Acordamos as 6:30, tomamos café, desmontamos as barracas e terminamos de arrumar as mochilas.

 

Fomos até o sítio dos cachorros e conversamos com a dona e ela deixou estacionarmos o carro lá.

 

As 8:20 partimos. Passamos por aquela porteira que comentei acima e logo mais adiante tem um gramado, onde era um lugar bom para acampar. Mas como estava de madrugada ficamos com receio de ir mais adiante pois não conhecíamos o lugar.

 

Com 10 minutos passamos por outra porteira. Mais 10 minutos e passamos por outra porteira e um riacho com uma ponte que é um tronco de árvore.

 

As 8:46, ou seja, com 26 minutos de trilha chegamos a um campo do nosso lado esquerdo. Prestar atenção para entrar a esquerda neste campo, pois a estradinha continua a frente. Após este campo vamos encontrar o Rio Bonito, tiramos as botas, erguemos as pernas das calças e atravessamos com suas águas geladas na altura das canelas (não é difícil atravessá-lo, ele é estreito). Ficamos uns 15 minutos entre atravessar o rio e se arrumar do outro lado.

 

As 9:00 partimos do Rio Bonito e com 5 minutos chegamos a um descampado com muitos charcos. É preciso atenção para não atolar…rs Após atravessar esse descampado adentramos na mata fechada. As 9:46 atravessamos outro rio. Aqui não tiramos as botas pois ele tem umas pedras e com o auxílio do bastão de caminhada conseguimos atravessá-lo por cima dessas pedras sem escorregar. Mas muita atenção!

 

As 9:46 a trilha dá uma virada para a esquerda e 40 minutos depois atravessamos um riacho onde paramos para um pequeno lanche. Depois do descampado até aqui foram muitos pontos de atoleiro onde precisamos desviar constantemente. Partimos desta pausa para o lanche as 10:55.

 

As 11:05 atravessamos outro riacho com pedras e com mais 5 minutos saímos da mata fechada e chegamos a mais um campo aberto com um riacho no meio. Na ida estava tudo nublado e estávamos sem visibilidade nenhuma. Mas na volta, neste mesmo ponto, podemos ter uma visão do Frade. Após atravessar este descampado passamos por uma porteira e adentramos a mata fechada novamente. as 11:40 encontramos outro descampado e com 5 minutos voltamos para a trilha novamente.

 

As 12:20 encontramos um tronco no meio na trilha e uma árvore com a inscrição PF do lado esquerdo. Paramos para comer e descansar um pouco. Ficamos parados por 15 minutos e as 12:35 partimos reto (cuidado para não se confundir aqui pois tem trilha para o lado direito também).

 

As 12:40 encontramos um emaranhado de árvores que caíram no meio da trilha e temos que desviar pela sua direita. O mesmo ocorre 10 minutos depois e temos que desviar pela direita também. Com mais 10 minutos chegamos a uma clareira e com mais 10 minutos chegamos a uma descida e o correto é virar a direita seguindo o rumo do rio. As 13:15 passamos por mais um riacho.

 

As 13:55 chegamos a uma descida íngreme onde no seu final existe uma bifurcação. O correto aqui é virar à direita. A partir deste ponto a trilha tem vários sobe-e-desce.

 

As 14:45 cruzamos mais um riacho e continuamos a trilha subindo.

 

As 15:10 chegamos na Gruta dos Alemães. Paramos para descansar um pouco e para repor o nosso estoque de água (tem água dentro da Gruta). Daqui pra frente é só subida, escalaminhada e não tem mais água. Após 20 minutos partimos da gruta e subimos até chegar ao mirante as 16:15 (Daqui dá pra ter uma visão magnifica do Frade, mas na ida estava tudo encoberto. Conseguimos vê-lo e tirar algumas fotos na volta).

 

Alcançamos o cume do Frade as 18:10, pegamos o pior trecho da trilha com escuro e tivemos que usar lanternas. Então é importante sair cedo para que isso não aconteça.

 

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Domingo 22/06/2014:

 

Acordamos as 06:00 para ver o sol nascer. Assistimos ao espetáculo, tiramos fotos, tomamos nosso café da manhã e arrumamos nossas mochilas para partir de volta.

 

Algumas pessoas, como um grupo que encontramos acampados no cume quando chegamos, optam por fazer a travessia. No primeiro dia vão até o cume e no segundo dia descem até a Gruta dos alemães e partem em outra trilha que chega na Vila do Frade em Angra dos Reis. Mas dessa forma a logística é maior e optamos por ir e voltar por Bananal.

 

Partimos do cume as 9:35. Como achávamos que saberíamos descer, pois era o mesmo caminho que subimos ontem não ligamos o GPS e acabamos nos perdendo. Descemos por uma trilha errada (não sei onde vai dar esta trilha). ficamos perdidos por 30 minutos e achamos o caminho novamente. Aqui a dica é prestar atenção e virar a direita no pé do Frade. Descer sempre com a pedra do seu lado direito.

 

Dessa forma chegamos a Gruta dos Alemães e de lá seguimos de volta pela mesma trilha que viemos no dia anterior. Sempre com o GPS ligado para não acontecer de nos perdermos novamente, pois como a mata é bem fechada dá para se confundir.

 

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  • 1 ano depois...
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A sensação de chegar ao cume da Pedra do Frade é mesmo incrível!

Eu fui em julho de 2015, e de fato, a subida final é pesada, mas quando a gente chega a tempo de ver o sol se por, tudo vale a pena!

 

Eu fiz um post no meu blog sobre a Pedra do Frade, vou deixar o link:

 

http://vidasemparedes.com.br/pedra-do-frade-dessa-vez-foi/

 

abraços

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  • 9 meses depois...

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